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Universidade Federal de Campina Grande

Centro de Formação de Professores


Centro de Ciências Exatas e da Natureza
Disciplina: Parasitologia
Docente: Geofabio Sucupira Casimiro
Álbum de fotografias
Doença de Chagas
por Windows

Cajazeiras.
Definição: A doença de Chagas é uma
infecção transmissível causada por um
parasita que circula no sangue e ataca o
coração, bem como órgãos do aparelho
digestivo (esôfago e intestino). Sua
transmissão exige a participação de um
vetor, o triatomíneo conhecido pelo nome
de barbeiro (SILVA, 2001).
Histórico:
• Entre 1907 e 1909 descobriu um hemoflagelado em
barbeiros (inseto comum nas cafuas da região).

•14 de Abril de 1909, ao examinar uma


criança(Berenice) febril Carlos Chagas descobriu em
seu sangue um protozoário hemoflagelado.

• Com a descoberta denominou-se Trypanosoma Cruzi


(Oswaldo Cruz).

• Em 1962, Berenice foi submetida a avaliação clínica


através de Xenodiagnóstico.

• 1982, Berenice morreu, não ocasionado pela doença.


Epidemiologia:

•É um problema epidemiológico desde os Estados Unidos até a


Argentina.

• Atinge principalmente as populações rurais pobres.

• Estima-se que existam até 18 milhões de pessoas com esta


doença entre os 100 milhões que constituem a população de risco
(18 países americanos).

• Cerce de 20 mil morrem a cada ano.

• Aumento da transmissão através da transfusão sangüínea.

• Os principais reservatórios do T. Cruzi além do homem são: o


tatu, o cão, gambás, macacos e roedores.
Transmissores:
• Classe – Insecta
• Ordem – Hemiptera
• Família – Reduviidae
• Subfamília – Triatominae.

Foto de ovos de triatomíneo vetor da doença de Chagas


Fotos dos estágios evolutivos de ninfas de triatomíneo vetor da
doença de Chagas.
A= ninfa de primeiro estágio; B= ninfa de segundo estágio; C=
ninfa de terceiro estágio; D= ninfa de quarto estágio; E= ninfa
de quinto estágio.
Ciclo do T. Cruzi

Tipo Heteroxênico-multiplicação intracelular H.


Vertebrado e extracelular no inseto vetor.
Mecanismos de Transmissão:

a) Transmissão pelo vetor: maior importância


epidemiológica;
b) Transfusão sangüínea;
c) Transmissão congênita;
d) Acidentes de laboratório;
e) Transmissão oral;
f) Transplante;
g) Coito.
Formas Clínicas da Doença:
Fase aguda:
a) Assintomática (mais freqüente)
b) Sintomática
• Chagoma de inoculação (qualquer parte do
corpo)
• Sinal de Romaña
Manifestações Clínicas

Fase aguda: Febre, edema localizado e


generalizado hepatomegalia, esplenomegalia.

Fase crônica assintomática:

1. Positividade de exames sorológicos e/ou


parasitológico;
2. Ausência de sintomas ou sinais de doenças;
3. Eletrocardiograma normal;
4. Coração, esôfago e cólon radiologicamente
normais
Fase Crônica Sintomática

Forma cardíaca:
• Insuficiência cardíaca congestiva (ICC);
• Diminuição da massa muscular cardíaca;
• Destruição do SNA, simpático e
parassimpático;
• São freqüentes fenômenos tromboembólicos
• Dispnéia de esforço;
• Edema dos membros inferiores;
• Cardiomegalia intensa;
• Morte
Manifestações Digestivas

Megaesôfago: (observado entre 20 e 40 anos).

Principais sintomas:
• Disfagia
• Dor retroesternal
• Regurgitação
• Pirose
• Soluço
• Tosse
Megacólon

Dilatações dos cólons (sigmóide e reto):


• Diagnóstico tardio;
• Encontrado entre adultos de 30 a 60 anos;
• Agrava em muito a desnutrição;
• Obstrução intestinal
• Perfuração levando a peritonite
Diagnóstico

Clínico:
• Origem do paciente;
• Presença dos sinais de porta de entrada (sinal
de Romaña e/ou Chagoma de Inoculação);
• Febre irregular;
• Hepatoesplenomegalia;
• Edema dos pés;
• Insuficiência cardíaca confirmada por
eletrocardiograma
Laboratorial

Fase aguda:

Diagnóstico parasitológico (pesquisa do parasito)


• Exame de sangue a fresco;
• Exame de sangue em gota espessi;
• Esfregaço sangüíneo corado pelo Giemsa;
• Biópsia;
• Inoculação do sangue (0,5 ml);
• Xenodiagnóstico e a Hemocultura (100% de
positividade).
Diagnóstico sorológico:

• Reação de precipitação (mais indicada com


95% de sensibilidade);

• Reação de imunofluorescência indireta (RIFI);

• Reação de ELISA;
Fase Crônica

Diagnóstico parasitológico:
• Xenodiagnóstico;
• Hemocultura;
• Inoculação em camundongo jovens.

Diagnóstico sorológico:
• Reação de fixação do complemento (RFC) ou de
guerreiro e machado;
• Reação de hemaglutinação indireta (RHA)
• Reação de imunofluorescência indireta (RIFI);
• ELISA.
Prevenção:
• Melhoria das habitações rurais
•Combate ao Barbeiro
•Controle do doador de sangue.
• Controle da transmissão congênita;

• Vacinação;

• Melhoria da moradia urbana;

• Atuação da vigilância epidemiológica e


sanitária.
Tratamento

Convencional:

• Nifurtimox (Lampit) - age contra formas


sangüíneas e parcialmente contra as formas
teciduais (via oral 8 a 12 mg/kg por dia);

• Benzonidazol (Rochagan) possui efeito apenas


contra formas sangüíneas (via oral 5 a 8 mg
por dia)
Perspectivas futuras:

• Pesquisa de novas drogas para o tratamento


da doença de Chagas;

• Células tronco: uma terapia viável na doença


de Chagas?
“A maior Chaga que descobri foi a social,
corações crescem na miséria e na falta de
dignidade, enquanto assistimos a tudo abrigados
por nossa alienação”.

(Carlos Chagas)

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