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Viroses de Aves

◼ Doença de Marek
◼ Doença infecciosa da bolsa (Gumboro)
◼ Anemia infecciosa
◼ Bronquite infecciosa
◼ Bouba aviária
◼ Doença de Newcastle
◼ Influenza aviária
◼ Pneumovirose aviária
◼ Laringotraqueite infecciosa
◼ Encefalomielite aviária
◼ Adenovirose
VIROSES DE AVES
DOENÇA DE MAREK
Introdução
Doença linfoproliferativa caracterizada por infiltração
mononuclear dos nervos periféricos, gônadas, íris,
vísceras, músculo e pele;
Vacina da DM: 1a vacina contra câncer para todas as
espécies;
Distribuição: mundial
DOENÇA DE MAREK
Etiologia
Família: Herpesviridae: envelopado, DNA fita dupla

•Gênero: Herpesvírus;

✓Sorotipo 1: virulência variável – oncogênico;

✓ Sorotipo 2: não oncogênico;

✓ Sorotipo 3: HVT (Herpesvirus Turkey) - não oncogênico;

Homologia entre 3 sorotipos: reação cruzada

Interações do vírus com as células hospedeiras

Infecção produtiva ou citolítica


Infecção latente
Infecção transformante
DOENÇA DE MAREK

Patogenia e epizootia
• Hospedeiro natural: galinhas;
•Susceptibilidade entre linhagens;
•Transmissão:
✓ Contato direto e indireto;
✓ Principal fonte de infecção: vírus associado às penas e excretas;
✓ Aves portadoras;

• PI: 4 - 16 semanas;
• Mortalidade próxima da morbidade;
DOENÇA DE MAREK
Sinais clínicos
• Incoordenação, paresia progressiva assimétrica, paralisia transitória;
• Cegueira;
• Depressão, caquexia, anorexia, perda de peso;
• Pescoço e asa caídos;
• Morte
Lesões macroscópicas
• Nervos periféricos: aumento de volume, perda das estrias, aparência
edematosa → geralmente unilateral
DOENÇA DE MAREK

Lesões macroscópicas
• Vísceras, pele, músculo esquelético, íris: tumores linfóides;

• Folículos das penas: formações tumorais;


•Atrofia da BF e do timo;
• Lesões degenerativas da medula óssea e de vísceras → infecção
citolítica;
• Íris: despigmentação, pupila irregular;
DOENÇA DE MAREK

Diagnóstico
• Clínico: sinais e lesões;
• Laboratorial:
✓Histopatologia;
✓PCR com tipagem;
✓ Sorologia: não utilizada
✓Isolamento viral (inoculação em ovos embrionados e cultivo celular);
Material a ser coletado: órgãos com lesões/ tumores linfóides (fígado, pele,
gônadas, coração, PV, músculos, nervo ciático), soro;
DOENÇA DE MAREK

Prevenção e controle
• Boas práticas de manejo e higiene
• Utilização de linhagens resistentes
• Vacinas atenuadas no nascimento ou 18o dia incubação
DOENÇA INFECCIOSA DA BOLSA – DIB
(DOENÇA DE GUMBORO)

bolsa cloacal
DOENÇA DE GUMBORO
Introdução

• 1962: Gumboro, Delaware (EUA);

• Doença aguda, altamente contagiosa;

• Acomete a bolsa cloacal (de Fabrício);

• Linfócitos B são as células alvo → imunodepressão;

• Alta morbidade;

• Mortalidade variável: clássica: 10 a 15%;

virulenta: 30%, até 80 a 100%;

• Distribuição: mundial;
DOENÇA DE GUMBORO

Etiologia
• Família: Birnaviridae, gênero: Birnavirus
•vírus da doença infecciosa da bolsa
• genoma RNA fita dupla, não envelopado, muito resistente

•Epidemiologia
• Alta infectividade: pequenas doses causam infecção
Suscetibilidade: aves jovens (3 e 6 semanas): doença típica
< 3 semanas: quadro subclínico → imunodepressão
Eliminação pelas excretas
Hospedeiros: galinhas, perus, patos
DOENÇA DE GUMBORO
Epidemiologia
• Persistência:
✓ Infecção de outras espécies
✓ Irregularidade no sistema de vacinação
✓ Mutação genética
✓ Reaproveitamento da cama
Longa sobrevivência em galpões
✓ Resistência a compostos químicos
Patogenia
Pintos: capacidade de produção de Ac é reduzida
Quanto mais cedo ocorrer a infecção, maior o problema
Suscetibilidade a outros vírus, fungos e bactérias
DOENÇA DE GUMBORO
Patogenia (PI: 1 – 3 dias)
Penetra pela mucosa oral, respiratória ou ocular

Replicação nas células linfóides do ceco, duodeno e jejuno

Atinge a corrente sangüínea

Infecta a BF e outros tecidos (baço, timo, gl. de Harder )

Linfócitos B e seus precurssores são as células alvo

Atrofia da bursa, demais tecidos recuperam-se


DOENÇA DE GUMBORO

Sinais clínicos

• Forma clássica ou aguda:

✓ Depressão, anorexia;

✓ Diarréia, cloaca suja;

✓ Desidratação;

✓ Penas arrepiadas;

✓ Morte súbita;
DOENÇA DE GUMBORO

Sinais clínicos

• Forma subclínica:

✓ Sinais clínicos brandos

✓ Retardo no crescimento

✓ Diminuição na capacidade de resposta a vacinas

• Conseqüências da imunodepressão:

✓ Falhas na vacinação

✓ Infecções secundárias

✓ Queda de produtividade

✓ Mortalidade
DOENÇA DE GUMBORO

Lesões macroscópicas
• BF:
✓ Inicialmente: aumento de volume
(edema e hiperemia)

✓ Evolução da doença: atrofia


(degeneração do tecido linfóide)
DOENÇA DE GUMBORO

Lesões macroscópicas
• Rins: aumentados de volume;
presença de uratos;
• Musculatura: petéquias;
DOENÇA DE GUMBORO
Diagnóstico
• Clínico: história clínica e lesões
• Laboratorial:
✓Histopatologia da bolsa
✓ PCR com genotipagem
✓ Isolamento viral: inoculação em ovos embrionados/ cultivo
celular
✓ Sorologia: ELISA (monitoria)

Controle e profilaxia
Limpeza e desinfecção
Vacinação
Medidas de biossegurança
BRONQUITE INFECCIOSA DAS GALINHAS

Etiologia
• Família Coronaviridae, gênero Coronavirus
• Genoma RNA fita simples, envelopado
• Envelope: proteínas externas (espículas = coroa)
• Gene S1: mutação e recombinação = novos sorotipos
•Sensível a temperatura e desinfetantes

•Doença aguda, altamente contagiosa

• Acomete o trato respiratório e genito-urinário

• Aves de todas as idades, alta mortalidade jovens

•Distribuição: mundial, específico de galinhas


BRONQUITE INFECCIOSA DAS GALINHAS

Epidemiologia

• Vírus de disseminação mais rápida entre aves (PI 18 a 36 hs)

• Transmissão: contato direto ou indireto - excretas, aerossol

•Transmissão até 2 meses após infecção

• Replicação primária no epitélio do TRS

•Capacidade de mutação + pressão seletiva pelo uso de vacinas vivas=


surgimento cepas variantes

• Imunidade relacionada ao sorotipo

• Aves recuperadas suscetíveis à infecção por sorotipo heterólogo


BRONQUITE INFECCIOSA

Sinais clínicos

• Aves jovens:

✓Tosse, espirros, descarga nasal e

ocular, dispnéia

✓ Depressão e aglomeração

✓ Alta morbidade

✓ Mortalidade
BRONQUITE INFECCIOSA DAS GALINHAS
Sinais clínicos
•Aves adultas:
✓ Quadro respiratório discreto
✓Queda na produção de ovos
✓ Alteração na qualidade interna e externa do ovo
✓ Redução da eclodibilidade
✓ Alta morbidade
✓ Mortalidade: vírus com tropismo renal / infecções oportunistas
BRONQUITE INFECCIOSA DAS GALINHAS

Lesões macroscópicas
• Trato respiratório:
✓ Traquéia, brônquios: exsudato seroso, catarral ou caseoso
✓ Pulmão: congestão
✓ Sacos aéreos: inflamação catarral ou fibrinosa
•Trato reprodutivo:
✓ Ausência de oviduto ou alterações no oviduto
✓ Postura abdominal
•Trato genito-urinário:
✓ Degeneração renal: atrofia renal, fibrose;
✓ Nefrite, nefrose, urolitíase
BRONQUITE INFECCIOSA DAS GALINHAS
Diagnóstico
• Clínico: histórico, sinais, lesões
• Laboratorial:
✓ Sorologia: ELISA, SN

✓ PCR com tipagem


✓ Isolamento viral (cultivo celular/ inoculação em ovo embrionado)
• Material a ser coletado: soro, traquéia, pulmão, tonsila cecal
Prevenção e controle
• Limpeza e desinfecção
• Vacinação sorotipo específica
• Medidas de biossegurança
DOENÇA DE
NEWCASTLE (DNC)
Introdução
Sinais respiratórios, nervosos e digestivos
Alta patogenicidade e rápida difusão
Sérias complicações sócio-econômicas
Grande importância para o comércio de animais e seus subprodutos
Notificação obrigatória
Infecta aves, répteis e mamíferos
Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA)
1. Influenza aviária;
2. Micoplasmose;
3. Salmonelose;
4. Doença de Newcastle;

Lista A alta patogenicidade;


rápida difusão;
Doenças conseqüências sócio-econômicas;
notificáveis (OIE)
saúde pública;

Lista B
DOENÇA DE NEWCASTLE
Etiologia
Família Paramyxoviridae
Genoma RNA fita simples
Envelopado e hemoaglutinante
Epidemiologia
• Transmissão:
✓ Vertical: controversa
✓ Inalação ou ingestão
✓ Contato direto ou indireto
▪ produtos contaminados
▪ aerossol
▪ excretas
▪ fômites/ pessoas
▪ comércio de produtos e subprodutos congelados
DOENÇA DE NEWCASTLE

Epidemiologia

• Patogenicidade X hospedeiro:
✓ Galinhas e perus: mortalidade
✓ Aves silvestres e demais aves domésticas: geralmente assintomáticas

Difusão do vírus p/ aves domésticas

• Brasil:

✓ 1o surto em 1953 (Belém) → carcaças congeladas importadas

✓ Aves exóticas importadas

✓ RS: 1985 – último relato de surto

✓ RS, SC, PR – livre de DNC com vacinação desde 2003


DOENÇA DE NEWCASTLE

Patotipos
1. Velogênico viscerotrópico:
✓ Lesões intestinais e respiratórias
✓ Altamente patogênica;
✓ Alta mortalidade (100%)

2. Velogênico neurotrópico:
✓ Sinais nervosos e respiratórios
✓ Morbidade 100%
✓ Mortalidade: 50% aves adultas
90% aves jovens
DOENÇA DE NEWCASTLE

Patotipos
3. Mesogênico:
✓ Sinais respiratórios mais brandos
✓ Eventualmente sinais nervosos
✓ Baixa mortalidade

4. Lentogênico ou vacinal:
✓ Sinais respiratórios brandos
✓ Enfermidade subclínica

5. Entérica assintomática:
✓ Infecção entérica subclínica
DOENÇA DE NEWCASTLE

Diagnóstico
• Clínico: sinais e lesões pouco específicos
• Laboratorial:
✓ Isolamento viral (inoculação em ovos
embrionados, cultivo celular), HA
✓ Sorologia: ELISA, HI, SN
• Material a ser coletado:

✓ Aves mortas: suabes oro-nasais, pulmão,


rins, intestino (com conteúdo), PV, baço,
cérebro, fígado, coração

✓ Aves vivas: suabes de traquéia e cloaca,


soro
DOENÇA DE NEWCASTLE

Controle e profilaxia
• Interdição da propriedade com foco de DNC
• Destruição dos produtos infectados
• Desinfecção/ Quarentena
• Controle do trânsito
• Vacinação
• Medidas de biossegurança
BOUBA AVIÁRIA (Varíola Aviária)

Etiologia
Família: Poxviridae;
Gênero: Avipoxvírus;
DNA fita dupla;
Envelopado;
Introdução
• Lesões proliferativas cutâneas e diftéricas;
• Difusão lenta;
• Distribuição: mundial;
• Ocorrência: aves de todas as espécies e idades;
BOUBA AVIÁRIA
Transmissão:
Moscas, mosquitos, piolhos
Canibalismo
Descamações da pele com crostas
Reutilização da cama
Sinais clínicos:
• Forma cutânea:
✓ Predominante
✓ Sinais clínicos brandos
✓ Perda de peso moderada
• Forma diftérica:
✓ Dispnéia, descarga nasal e/ou ocular
✓ Inapetência, redução do ganho de peso
BOUBA AVIÁRIA
Lesões macroscópicas

• Forma cutânea: pápulas, vesículas, pústulas, crostas nas regiões


desprovidas de penas;
BOUBA AVIÁRIA
Lesões macroscópicas

• Forma diftérica: placas amareladas nas mucosas (palato, cavidade


nasal, conjuntiva, faringe, laringe, traquéia, esôfago);
BOUBA AVIÁRIA

Diagnóstico

• Clínico: lesões cutâneas e diftéricas

• Laboratorial:

✓ Histopatologia (corpúsculo de
inclusão intracitoplasmático)
✓ Isolamento viral
(ovo embrionado/cultivo celular)

✓PCR

✓ Sorologia: ELISA, AGP, SN;


BOUBA AVIÁRIA

Prevenção e controle

• Limpeza e desinfecção

•Controle dos vetores

• Vacinação 1º dia

• Medidas de biossegurança

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