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2022

PROSA ROMÂNTICA
2º ano E.M.
 ROMANCE INDIANISTA
 ROMANCE URBANO (DE COSTUME, SOCIAL)
 ROMANCE REGIONALISTA (SERTANEJO)
 TEATRO ROMÂNTICO
 PROSA GÓTICA

Prof. Nélio Araújo


Leituras 3º período - 2022

Individual, para a
Avaliação Mensal – 30/8
Leituras 3º período - 2022

Coletiva, em sala.
Indianistas

Urbanos

Prof. Nélio Araújo


Regionalistas

Teatro Gótico
Prof. Nélio Araújo
Iracema
- Lenda do Ceará -

Prof. Nélio Araújo


Características românticas

Prof. Nélio Araújo


Subjetividade
Os fatos, personagens, comportamentos, lugares são
criações não existentes no mundo real, mas imaginações,
fantasias, divagações, anseios do autor.

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Subjetividade
- o índio criado por Alencar está longe de ser aquele que vivia nas matas
brasileiras e que ainda não tinha visto o homem branco

"Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho,..." (cap. II)


"...de estranha raça e longes terras." ( cap.III )

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Subjetividade
- a hospitalidade oferecida a Martim pelo pajé, Araquém, não foi
praticada por nenhum povo no longo da História.

“O estrangeiro é senhor na cabana de Araquém. Os tabajaras têm


mil guerreiros para defendê-lo, e mulheres sem conta para servi-lo.
Dize, e todos te obedecerão" (cap. III)

"mas o hóspede de Tupã é sagrado; ninguém o ofenderá“ (cap. XI)

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Sentimentalismo
- estados de espírito que os personagens apresentam no transcorrer das
ações;

"Sofreu mais d’alma que da ferida." ( II cap .)


"O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu.” (II cap .)

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Sentimentalismo
- o ciúme da ará que se vê substituída pelo guerreiro branco.

“A ará, pousada no jirau fronteiro, alonga para sua formosa


senhora os verdes tristes olhos. Desde que o guerreiro branco pisou
a terra dos tabajaras, Iracema a esqueceu. ( X cap)

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Sentimentalismo
- sentimento e integração do homem com a natureza.

"- Jatobá, que viste nascer meu irmão Poti, o estrangeiro te abraça“ (cap XIX)

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Evasão ou Escapismo
Evadir-se para um mundo de sonhos, valorizar os sonhos

“Apresentou ao guerreiro a taça agreste:


- Bebe!” (VI cap)

“- A virgem de Tupã guarda os sonhos da jurema que são doces e saborosos!”

 “... e ele já quer que o sonho já feche suas pálpebras, e que o sonho o leve à terra de
seus irmãos !” (cap XV)

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Evasão para a morte
"Tornando, a recente mãe pousou a criança adormecida na rede de seu pai, viúva e
solitária em meio da cabana; e deitou-se ao chão, na esteira onde repousava, desde
que os braços do esposo se não tinham mais aberto para recebê-la." (cap.XXX).

"A filha de Araquém sentiu afinal que suas veias se estancavam; e contudo o lábio
amargo de tristeza recusava o alimento que devia restaurar-lhe as forças." (Cap.XXXI).

"- Quando teu filho deixar o seio de Iracema, ela morrerá, ... Então o guerreiro branco
não terá mais quem o prenda na terra estrangeira."... "Iracema é a folha escura que
faz sombra em tua alma; deve cair, para que a alegria alumie seu seio." (cap. XXVIII).

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Idealização
- um mundo irreal, um mundo de sonhos, envolto em uma história
fantástica.

Do homem: criando-o perfeito física e psicologicamente, sem um defeito,


possuidor de todas as qualidades positivas, quando protagonista.
"Mas nação alguma jamais vibrou o arco certeiro, como a grande nação
potiguara; e Poti é o maior chefe, de quantos chefes empunharam a
inúbia guerreira." (cap. XXIX)

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Idealização
Da mulher

"a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos ... mais longos que seu talhe
de palmeira. O favo de jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha
recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema
selvagem ..." ( cap. II ). "
“A filha de Araquém é mais forte que o chefe dos guerreiros ... e vibrou o
arco. O chefe cerrou ainda o punho do formidável tacape; mas pela vez
primeira sentiu que pesava ao braço robusto." (cap. VII ).

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Idealização
Da natureza:

"Poti levou o cristão aonde crescia um frondoso jatobá, que afrontava


as árvores do mais alto píncaro da serrania, e quando batido pela
rajada, parecia varrer o céu com a imensa copa.“ (XIX)

"Um dia, ao pino sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-


lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da
noite." (cap. II)

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Ilogismo
"Os olhos de Iracema, estendidos pela floresta, viram o chão juncado
de cadáveres de seus irmãos; e longe o bando dos guerreiros
tabajaras que fugia em nuvem negra de pó. Aquele sangue que
umedecia a terra, era o mesmo sangue brioso que lhe ardia a face de
vergonha.“ (cap XVIII)

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Nacionalismo
Os rios de água cristalina, os lagos que banhavam a beleza corporal
de Iracema, o mel silvestre que restabelecia a força dos guerreiros
nativos, os próprios filhotes da irara que contribuíram para a
alimentação de Moacir (cap.XXXI), são exemplos da grandeza da
nação, são motivos de orgulho de Alencar, um dos maiores
batalhadores e divulgadores do nosso Brasil.

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Religiosidade
"O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe..." ( II cap.).

"O cristão repeliu do seio a virgem indiana. Ele não deixará o rasto da desgraça
na cabana hospedeira. Cerra os olhos para não ver; e enche sua alma com o
nome e a veneração de seu Deus: - Cristo !... Cristo! ..." ( cap. XV ).

"Deviam ter ambos um só deus, como tinham um só coração". "Ele recebeu


com o batismo o nome do santo, cujo era o dia." ( cap. XXXIII).

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Liberdade criativa e formal.
Comparações:
"A boca do guerreiro pousou na boca mimosa da virgem. Ficaram ambos
assim unidos como dois frutos gêmeos do araçá, que saíram do seio da
mesma flor."(Cap. IX)
"Se cantam as aves, seu ouvido não gosta já de escutar o canto mavioso da
graúna, mas tua alma se abre para o grito do japim, porque ele tem as penas
douradas como os cabelos daquela que tu amas!" (Cap. XXVIII).
"A juriti, ... bate as asas, e voa a conchegar-se ao tépido ninho. Assim a
virgem do sertão, aninhou-se nos braços do guerreiro!" (Cap. XV).

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Liberdade criativa e formal.
Metáforas:
"- A tarde é a tristeza do sol."(Cap. IX)
"Iracema é a folha escura que faz sombra em tua alma." (Cap.
XXVIII)
" Iracema é a rola que o caçador tirou do ninho." (Cap. XXXI)
"A luz brilhante do sol empalideceu a virgem do céu ..." ( Cap. XVI)

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Liberdade criativa e formal.
Prosopopeias:
"Continuaram a caminhar, e com eles caminhava a noite; as estrelas desmaiaram, e a frescura
da alvorada alegrou a floresta." (Cap. XVI)
"A vergonha mordeu o coração de Martim."(Cap. XVII)
"Quanto mais seu passo o aproxima da cabana, mais lento se torna e pesado. Tem medo e
sente que sua alma vai sofrer, quando os olhos tristes e magoados da esposa entrarem nela."
(Cap. XXXII)

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Fato x sentido simbólico
Fato: é o encontro de Iracema e Martim.

Sentido Simbólico: o encontro do colonizador com o


colonizado, ou seja, a relação português X terra brasileira.

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O conflito
O dilema de Martim: oscila entre a fidelidade a seu amigo pitiguara
(Poti) e seu amor por Iracema (tabajara).

Iracema não poderia ser desvirginada, pois era uma espécie de


sacerdotisa.

Irapuã, cacique da tribo, desejava Iracema e funciona como


obstáculo à realização de Martim.

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Desfecho
Ambiguidade: primitivismo nacionalista X transplantação cultural.

batismo indígena de Martim (capítulo 24) x batismo católico de Poti (capítulo 33).

Martim volta à terra selvagem para fundar a Mairi (refúgio) dos Cristãos (Ceará).
Com ele, vem o sacerdote da sua região.
Poti ajoelha-se ao pé da cruz para receber o mesmo Deus de Martim. Além de
perder a sua religião, perde também a sua cultura e o seu próprio nome. 

Prof. Nélio Araújo


Visão preconceituosa do narrador -
referência a Deus

Germinou a palavra do Deus verdadeiro na terra selvagem;


e o bronze sagrado ressoou nos vales onde rugia o maracá.
(cap XXXIII)

Prof. Nélio Araújo


A palavra Iracema é um anagrama de
AMÉRICA
poema épico definidor de nossas origens históricas, étnicas
(miscigenação, formação do povo brasileiro) e, sociologicamente,

Iracema é o símbolo da terra brasileira virgem e exótica (Iracema morre


assim como os índios - mostra a docilidade dos índios).

Como Iracema se entrega a Martim e é destruída, a terra brasileira, por


permissão dos índios ( que sofrerão uma aculturação), passara a ser de
posse portuguesa.

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Moacir

Moacir simboliza o 1o. brasileiro nascido da miscigenação índio X


português.

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