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Armas de Fogo:

Problema ou Solução?
Nome: Laura, Giovanna S. e Jordana
A História das Armas de Fogo 

● As armas estão presentes na vida do homem desde os primeiros momentos da nossa


história. Os homens das cavernas já utilizavam pedras amoladas e amarradas a galhos
de árvores, para perfurar a pele dos animais durante as caçadas. Com o passar do
tempo e a descoberta do metal, as pedras e a madeira deram lugar as armas feitas em
aço, como espadas, lanças e machados chegava a era das chamadas armas básicas, ou
armas brancas. Porém, um dos maiores marcos para o desenvolvimento bélico foi a
descoberta da pólvora pelos chineses, que deram origem às armas de fogo. E
futuramente, com as guerras mundiais, as armas ganharam tamanhos, modelos e
especificações variadas.

● Além da utilização militar, elas ganharam fins esportivos, chegando às olimpíadas, e


no dia-a-dia de milhões de pessoas, seja para a caça, seja para a defesa pessoal.

● Mas tal aperfeiçoamento e distribuição das armas levantou questões polêmicas, como,
por exemplo, se elas trazem, ou não, segurança para quem as possui.
Antes de começar, precisamos definir o
que é porte e posse de armas.
• Posse de armas: direito em possuir uma arma de fogo,
mas não de transportá-la.
• Porte de armas: permissão para andar armado.

E qualquer pessoa, desde que cumpra certos requisitos,


pode possuir até seis armas de fogo. Algumas dessas
normas são:
• Residência fixa
• Ter 25 anos
• Atestado de “nada consta” na Polícia Federal
• Não estar respondendo a nenhum processo judicial
• Estar trabalhando
• Laudo de capacitação psicológica
• Laudo de capacitação técnica
Com a aprovação do Estatuto do Desarmamento, em 2003, o
comprador tinha que declarar para qual propósito ele
usaria aquela arma. Agora, isto não é mais necessário.

O decreto presidencial de Jair Bolsonaro flexibilizou a


posse de armas, porém não o porte. A razão é simples:
para isso é preciso que a lei passe pelo Congresso
Nacional, onde provavelmente seria rejeitada.
Argumentos a favor do porte de armas:

Os defensores dessa prática argumentam que um cidadão armado torna-se um possível


ajudante de combate ao crime. Assim, quanto mais pessoas estiverem armadas, o
criminoso pensaria antes de atacar alguém, já que suas chances de sair ileso
diminuem.

Outra questão seria que ao negar o direito da população de se defender, o Estado


estaria restringindo a liberdade de escolha e consumo do povo.

Ainda há a tese que uma população armada estaria mais capacitada para defender-se
de um ataque cometido por um exército. Por fim, ao facilitar o acesso às armas de
fogo, o povo armado poderia ser um obstáculo para os governantes que pensam em se
perpetuar no poder. Afinal, de posse de armas, o próprio povo impediria que isso
acontecesse.
● Leopoldo Fiewski, um dos diretores da Confederação Brasileira de Caça e Tiro
(CBCT):
“As forças de segurança pública hoje não dão conta de cuidar de todas as cidades,
de todas as ruas. Nós entendemos que o cidadão de bem precisa da arma para defender
a sua casa, a sua fazenda ou seu negócio. Todos sabem que o bandido, ao saber que
naquela propriedade há uma pessoa armada, vai pensar duas vezes antes de invadi-la.
Hoje a criminalidade age tranquilamente porque entende que o cidadão não está
preparado para reagir. E é importante lembrar que a posse e o porte de arma exigem
treinamento. Um atirador civil mediano dá mais tiros treinando num único fim de
semana do que um policial num ano inteiro. O cidadão de bem, quando tem a ficha
limpa, passa no teste psicológico e é capacitado para usar a arma, pode agir como
força suplementar na segurança pública.”

● Senador Marcos do Val (Podemos-ES):


“O Estatuto do Desarmamento foi um fracasso. Nenhuma lei consegue desarmar os
criminosos. Chega de vê-los matando cidadãos honestos. O cidadão tem o direito de
proteger a própria família. Arma, para nós, não representa a morte, mas a proteção
da vida.”
Argumentos contra a posse de armas:
Estudiosos que são contra a liberação da posse de armas alegam que o problema
da violência decorre da profunda desigualdade social no Brasil. Assim, a
posse de armas não solucionaria este assunto.

Especialistas em segurança pública alertam que o despreparo ao manusear uma


arma pode ser mais letal do que não possui-la. A sensação de falsa segurança
que dá uma arma é perigosa.

Com mais armas em casa, teme-se o aumento dos feminicídios, pois os crimes
cometidos contra as mulheres ocorrem em âmbito doméstico. Assim como os
massacres de pessoas em massa em ambientes públicos.

De igual maneira, muitos alegam que o Brasil não teria condições de aplicar e
fiscalizar um possível aumento de cidadãos que possuam armas de fogo, por
falta de profissionais especializados.
• Melina Risso, uma das diretoras do Instituto Igarapé (ONG dedicada à
segurança pública e aos direitos humanos):
“A arma de fogo é um instrumento bom para o ataque, mas não para a defesa. A
vítima, mesmo tendo uma arma em casa, não conta com o elemento surpresa. O
bandido, quando quer roubar uma casa, planeja o ataque justamente para o
momento em que a vítima menos espera. Como a arma para a autodefesa costuma
ficar escondida num lugar de difícil acesso, pelo perigo que representa para a
família, o cidadão dificilmente consegue alcançá-la a tempo para contra-
atacar.”

• Isabel Figueiredo, conselheira do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (ONG


que, com o Ipea, elabora todo ano o Atlas da Violência):
“Assim como o discurso de que a arma protege, também é mentiroso o discurso de
que agora todo e qualquer cidadão de bem terá acesso a uma arma para se
defender dos bandidos. Existem os custos do curso de tiro, do despachante, das
taxas, da arma, da munição. Quem não tem dinheiro não consegue ter arma. Existe
uma charge circulando nas redes sociais que mostra um homem dentro de uma loja
de armas perguntando ao vendedor: 'Eu ganho um salário mínimo por mês. Que arma
eu posso comprar?'. Ele sai da loja com um papel de alvo grudado no peito. No
fim das contas, ele vai mesmo ser o alvo das armas.”
Além disso, trata-se de uma medida impopular. Segundo uma
pesquisa realizada pelo Datafolha, em dezembro de 2018, 61% dos
entrevistados se declararam contra a liberação do porte de
armas.
Entretanto, segundo dados obtidos pela BBC News Brasil, os novos
registros de CAC concedidos pelo Exército bateram recorde em 2019 e
2020, somando 178.721, quantidade que supera todos os registros
liberados nos dez anos anteriores (150.974 de 2009 a 2018).
As mídias de entretenimento “romantizam” a posse
de armas?
Matéria do Correio Braziliense
O maior estudo já feito para analisar a quantidade de cenas com violência por armas de
fogo em filmes foi o divulgado na revista especializada Pediatrics. Sob o comando de
Daniel Romer, diretor de pesquisas do Centro Annenberg para Políticas Públicas da
Universidade da Pensilvânia, o estudo teve duas fases; em 2013 e no ano passado; e aponta
para um dado assustador: a violência com armas em filmes para jovens triplicou desde
1985.
O estudo analisou 945 filmes; da lista dos 30 mais assistidos de cada ano; de 1950 a 2012
e concluiu que o número de cenas apresentando o disparo de armas de fogo aumentou para um
público específico. A constatação é de que os filmes com classificação indicativa de 13
anos foram aqueles com maior número de cenas violentas, alcançando até mesmo o número de
disparo de armas de fogo presente nos filmes com classificação indicativa de 17 anos.
Parte da responsabilidade por esse aumento se dá especialmente aos grandes blockbusters
que, entre enredos que abordam justiceiros e super-heróis, acabam esbarrando em um
público-alvo mais jovem.
De acordo com Romer, a importância do estudo está relacionada sim com a possível
influência que a violência dos filmes pode ter com a violência da realidade: ;Nós não
estabelecemos uma conexão direta com o aumento de tiroteios em escolas e outros locais
públicos, mas o aumento de violência armada em filmes certamente coincide com esses
eventos”, afirmou à agência internacional AFP.

Entretanto, para Wanderley Codo, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de


Brasília, os estudos acerca da influência dos conteúdos de entretenimento acontecem há
muito tempo, mas, pela variação de resultados, é difícil chegar a uma conclusão absoluta.

“Esses estudos existem há muito tempo, mas as conclusões são decepcionantes, pois existem
resultados que mostram que cenas violentas podem gerar comportamento violento,
porém ,existem outros estudos que afirmam que cenas violentas podem diminuir a violência
no público, pois ocorreria uma descarga de violência”, afirma Codo, que ainda completa:
“É um problema sem soluções simples”.

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