O armamento humano é uma situação que gera resultados de paz e guerra
entre pessoas no mundo todo há muito tempo. É uma discussão que gira em torno da legalização do porte de armas está presente na sociedade brasileira há muitos anos, e apenas em 2003 foi adicionada na Constituição Federal Brasileira uma lei que regula o porte de armas, sendo essa o Estatuto do Desarmamento, criado pelo presidente da época, Luiz Inácio Lula da Silva, o qual não tinha a finalidade de proibir o porte de armas para o brasileiro, mas dificultar o processo, fazendo que com isso reduzisse o número de pessoas que possuem armas de fogo para diminuição da criminalidade do país.
O Brasil atualmente tem um alto índice de criminalidade, e fatalmente refém da
variedade de homicídios por armas de fogo, que muitas das vezes estão em mãos indevidas, causando o caos e a violência em grandes proporções.
Ao considerar a atual forma de governo, percebemos que o acesso ou a
restrição de armas, podem muitas vezes dizer sobre como o Estado estabelece relações políticas e sociais, uma população que tem cada vez mais almejado a democracia, a segurança, em que se busca defender maior participação nas condutas humanas.
A fabricação e a comercialização de armas começaram a ser reguladas no
Brasil por um decreto de 1934, durante o governo de Getúlio Vargas. Essa norma tratava apenas de militares. Só no começo dos anos 80 foi editada uma portaria para controlar a aquisição e o registro de armas pelos civis.
Desde o início da formação do país como Estado, as tentativas de
regulamentar a posse de armas de fogo por parte da sociedade em geral. Porém, após a redemocratização, foi estabelecida a diretriz que regulamentava o controle de armas no Brasil, de modo mais efetivo, por meio da Lei 9.437/97, criada no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, que instituiu a criação do Sistema Nacional de Armas (SINARM), além da obrigatoriedade de registro de armas pela Polícia Federal. Mas, a tal lei não era muito rígida e permitia maior facilidade no comércio de armas, além do porte pelo cidadão civil.
Recentemente, dada a grande discussão acerca da crise na segurança pública
pela qual passa o país, referente ao direito de autodefesa do cidadão, novos instrumentos legislativos foram instituídos, pela primeira vez em facilitar a posse de armas de fogo por parte do cidadão civil que indique a finalidade de autodefesa, proteção familiar e de sua propriedade. Ambos os direitos devem ser considerados e respeitados, assim como os impactos da nova legislação vigente para a aquisição de armas fogo sobre a sociedade deve ser amplamente analisado, por até aqueles que optarem por não possuir uma arma, podem ser ainda mais afetados do que aqueles que priorizarem o armamento, principalmente pela composição da sociedade brasileira, com maior número de pessoas fora do perfil de prováveis interessados.
Nota-se que a discussão em torno da facilitação da posse de armas de
fogo é fundamentada principalmente no senso comum que crê na incompetência do Estado em garantir a proteção, em todo o período, do cidadão, estando ele dentro ou fora de sua residência. Desta forma, a ideia do direito de autodefesa se intensifica quando o cidadão, dentro de sua propriedade, sente-se desprotegido pelo poder público, tanto para a proteção de sua própria vida e de sua família, quanto para a proteção de seus bens.
No que diz à autodefesa e proteção familiar, é necessário que avaliamos a
efetividade de posse de armas para a garantia de proteção e seguraça, considerando a capacidade técnica obrigatória para a aquisição de arma de fogo, por muitas vezes, o criminoso pode vir a surpreender o cidadão, mesmo armado, a possibilidade de defesa venha a ampliar o risco que a vítima já correria se estivesse desarmada. Já sobre a propriedade, ressalto que não há propriedade mais importante que a vida, e o juízo de valor que é feito acerca da vida do criminoso é motivo de discussões ainda maiores entre armamentistas e desarmamentistas.
É necessário considerar que o contexto social do Brasil, ao qual a arma de fogo
está inserida é de grande relevância, visto que a arma sozinha não efetua disparo, dependendo de uma pessoa para tal. Assim, no Brasil, os índices de violência gerais, considerando crimes cometidos por qualquer tipo de arma, devem ser estudados antes de qualquer alteração na nossa legislação, pois além da vontade popular, qualquer decisão que facilite ou não a aquisição de armas de fogo por parte da sociedade deve ser fundamentada em dados em pesquisas e estudos científicos, visto que serão impactados não somente aqueles que optarem pela aquisição, mas a sociedade como um todo.
No mais, destaca-se que o Estado e seus representantes devem assumir as
responsabilidades a qual lhe foram confiadas e que estão previstas em lei, apresentando soluções que estejam de acordo com as regras do jogo democrático e que tenham repercussões positivas na segurança pública. Os agentes políticos ao tomarem suas decisões, não podem priorizar suas ideologias políticas e abandonar as responsabilidades jurídicas que o Estado possui, especialmente quando se tem evidências científicas do prejuízo que elas podem acarretar. Os representantes do Estado devem atuar de maneira responsável, sempre respeitando as normas e os valores da democracia representativa quando quiserem propor alterações nas regras do jogo. Ressaltando que não é possível afirmar que quanto mais armas, mesmo que nas mãos de cidadãos, menor será o índice de criminalidade no país, pois é possível que quanto mais cidadãos armados, maior o número de mortes com armas de fogo.
A violência que é escancarada nos jornais não é resultado da falta de armas e
sim o excesso delas, já que ao falar de violência, é inevitável também citar a desigualdade. O aumento da violência é a falta de investimentos em educação e emprego, sem isso gera uma população sem expectativas e oportunidades.