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UNIVESIDADE FEEVALE

Política de Armas no Brasil


Júlia Pinheiro – Matrícula 0265068

O armamento humano é uma situação que gera resultados de paz e guerra


entre pessoas no mundo todo há muito tempo. É uma discussão que gira em
torno da legalização do porte de armas está presente na sociedade brasileira
há muitos anos, e apenas em 2003 foi adicionada na Constituição Federal
Brasileira uma lei que regula o porte de armas, sendo essa o Estatuto do
Desarmamento, criado pelo presidente da época, Luiz Inácio Lula da Silva, o
qual não tinha a finalidade de proibir o porte de armas para o brasileiro, mas
dificultar o processo, fazendo que com isso reduzisse o número de pessoas
que possuem armas de fogo para diminuição da criminalidade do país.

O Brasil atualmente tem um alto índice de criminalidade, e fatalmente refém da


variedade de homicídios por armas de fogo, que muitas das vezes estão em
mãos indevidas, causando o caos e a violência em grandes proporções.

Ao considerar a atual forma de governo, percebemos que o acesso ou a


restrição de armas, podem muitas vezes dizer sobre como o Estado estabelece
relações políticas e sociais, uma população que tem cada vez mais almejado a
democracia, a segurança, em que se busca defender maior participação nas
condutas humanas.

A fabricação e a comercialização de armas começaram a ser reguladas no


Brasil por um decreto de 1934, durante o governo de Getúlio Vargas. Essa
norma tratava apenas de militares. Só no começo dos anos 80 foi editada uma
portaria para controlar a aquisição e o registro de armas pelos civis.

Desde o início da formação do país como Estado, as tentativas de


regulamentar a posse de armas de fogo por parte da sociedade em geral.
Porém, após a redemocratização, foi estabelecida a diretriz que regulamentava
o controle de armas no Brasil, de modo mais efetivo, por meio da Lei 9.437/97,
criada no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, que instituiu a
criação do Sistema Nacional de Armas (SINARM), além da obrigatoriedade de
registro de armas pela Polícia Federal. Mas, a tal lei não era muito rígida e
permitia maior facilidade no comércio de armas, além do porte pelo cidadão
civil.

Recentemente, dada a grande discussão acerca da crise na segurança pública


pela qual passa o país, referente ao direito de autodefesa do cidadão, novos
instrumentos legislativos foram instituídos, pela primeira vez em facilitar a
posse de armas de fogo por parte do cidadão civil que indique a finalidade de
autodefesa, proteção familiar e de sua propriedade.
Ambos os direitos devem ser considerados e respeitados, assim como os
impactos da nova legislação vigente para a aquisição de armas fogo sobre a
sociedade deve ser amplamente analisado, por até aqueles que optarem por
não possuir uma arma, podem ser ainda mais afetados do que aqueles que
priorizarem o armamento, principalmente pela composição da sociedade
brasileira, com maior número de pessoas fora do perfil de prováveis
interessados.

Nota-se que a discussão em torno da facilitação da posse de armas de


fogo é fundamentada principalmente no senso comum que crê na
incompetência do Estado em garantir a proteção, em todo o período, do
cidadão, estando ele dentro ou fora de sua residência. Desta forma, a ideia do
direito de autodefesa se intensifica quando o cidadão, dentro de sua
propriedade, sente-se desprotegido pelo poder público, tanto para a proteção
de sua própria vida e de sua família, quanto para a proteção de seus bens.

No que diz à autodefesa e proteção familiar, é necessário que avaliamos a


efetividade de posse de armas para a garantia de proteção e seguraça,
considerando a capacidade técnica obrigatória para a aquisição de arma de
fogo, por muitas vezes, o criminoso pode vir a surpreender o cidadão, mesmo
armado, a possibilidade de defesa venha a ampliar o risco que a vítima já
correria se estivesse desarmada. Já sobre a propriedade, ressalto que não há
propriedade mais importante que a vida, e o juízo de valor que é feito acerca da
vida do criminoso é motivo de discussões ainda maiores entre armamentistas
e desarmamentistas.

É necessário considerar que o contexto social do Brasil, ao qual a arma de fogo


está inserida é de grande relevância, visto que a arma sozinha não efetua
disparo, dependendo de uma pessoa para tal. Assim, no Brasil, os índices de
violência gerais, considerando crimes cometidos por qualquer tipo de arma,
devem ser estudados antes de qualquer alteração na nossa legislação, pois
além da vontade popular, qualquer decisão que facilite ou não a aquisição de
armas de fogo por parte da sociedade deve ser fundamentada em dados em
pesquisas e estudos científicos, visto que serão impactados não somente
aqueles que optarem pela aquisição, mas a sociedade como um todo.

No mais, destaca-se que o Estado e seus representantes devem assumir as


responsabilidades a qual lhe foram confiadas e que estão previstas em lei,
apresentando soluções que estejam de acordo com as regras do jogo
democrático e que tenham repercussões positivas na segurança pública. Os
agentes políticos ao tomarem suas decisões, não podem priorizar suas
ideologias políticas e abandonar as responsabilidades jurídicas que o Estado
possui, especialmente quando se tem evidências científicas do prejuízo que
elas podem acarretar. Os representantes do Estado devem atuar de maneira
responsável, sempre respeitando as normas e os valores da democracia
representativa quando quiserem propor alterações nas regras do jogo.
Ressaltando que não é possível afirmar que quanto mais armas, mesmo que
nas mãos de cidadãos, menor será o índice de criminalidade no país, pois é
possível que quanto mais cidadãos armados, maior o número de mortes com
armas de fogo.

A violência que é escancarada nos jornais não é resultado da falta de armas e


sim o excesso delas, já que ao falar de violência, é inevitável também citar a
desigualdade. O aumento da violência é a falta de investimentos em educação
e emprego, sem isso gera uma população sem expectativas e oportunidades.

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