CURSO DE DIREITO

Disciplina: Processo Penal II

ATOS E FATOS PROCESSUAIS

Profª. M.e Karla de Souza Oliveira

Anápolis – 2022
Associação Educativa Evangélica
 NOÇÕES GERAIS
Atos processuais são declarações de vontade que visam à
criação, modificação ou extinção de situações processuais.
Trata-se de espécie do gênero ‘fato jurídico’.

Todo acontecimento relevante para o direito

e suscetível de regulação pela norma
jurídica. Ele pode decorrer de um fato
natural ou de uma conduta pessoal. O fato
jurídico que constitui uma conduta pessoal
pode ser “ato jurídico” ou “negócio jurídico”

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NOÇÕES GERAIS

O ato jurídico é uma declaração humana que se traduz

numa declaração de vontade destinada a provocar uma
consequência jurídica. O ato processual é o ato jurídico
praticado por algum dos sujeitos da relação processual, no
curso do processo. Assim, ato processual é toda conduta
dos sujeitos processuais que tenha por efeito a criação,
modificação ou extinção de situações jurídicas processuais.

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 ATOS PROCESSUAIS DO JUIZ

São os pronunciamentos deliberativos do juiz no curso do processo se destinando à movimentação do

processo ou a um julgamento. Os atos praticados pelos órgãos jurisdicional classificam-se,
doutrinariamente em: decisórios, instrutórios e de documentação.

DECISÓRIOS
# Decisões: decidem mérito da causa (pode ser uma decisão interlocutória – ao longo
do processo, mas sem seu fim – ou uma sentença – condenatória/absolutória).

# Despachos: ou “despachos de expediente” – vide art. 800 do CPP - o juiz provê a

respeito da marcha do processo.

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 ATOS PROCESSUAIS DO JUIZ

INSTRUTÓRIOS
Nem decide e nem dá andamento, mas são
atos que se realizam no curso do processo,
como a ouvir a vítima e as testemunhas,
proceder a uma acareação, realizar um DOCUMENTAÇÃO
reconhecimento, etc. Possuem a finalidade de
colher informações para a formação da Por vezes, a ação do juiz consiste,
convicção do juízo. simplesmente, em participar da
documentação dos autos.
Exemplos: subscrever o termo de
audiência, rubricar as folhas dos autos...

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 ATOS PROCESSUAIS DOS AUXILIARES DE JUSTIÇA
A atividade dos auxiliares da Justiça no trâmite processual se dá através de atos de
movimentação, documentação, comunicação e execução, sendo a movimentação e a
documentação realizadas principalmente através do escrivão e seus funcionários
(escreventes).
Entre os atos de movimentação tem-se: a conclusão dos
atos ao juiz, a vista à partes, a remessa ao contador, a
expedição de mandados e ofícios.
Atos de documentação são, por exemplo, a lavratura dos
termos referentes à movimentação (conclusão, vista,
etc.), a feitura do termo de audiência, o lançamento de
certidões, etc...

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 ATOS PROCESSUAIS DOS AUXILIARES DE JUSTIÇA

• Compete, ordinariamente, ao oficial de justiça o encargo da

execução, por tratar-se de atos realizados fora dos auditórios
e cartórios, em cumprimento a mandado judicial, como, por
exemplo, penhora, prisão, busca e apreensão...
• Já os atos de comunicação processual consistem em citações
ou intimações, e é realizada pelo escrivão, com o auxílio dos
Correios, ou pelo oficial de justiça, em cumprimento a
mandados judiciais.

Portanto: os atos de movimentação buscam o desenvolvimento do processo; os atos de execução, o

cumprimento das determinações do juiz; os atos de documentação dão fé dos atos que foram executados
por determinação do juiz; e os atos de comunicação, como o próprio nome sugere, visam dar conhecimento
e informação.
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 ATOS PROCESSUAIS DAS PARTES
Costumam os autores distinguir, nos atos das partes, os postulatórios, dispositivos, instrutórios e reais.

Postulatórios  são os que visam a obter do
juiz um pronunciamento sobre o mérito da
causa (quando referirem-se ao mérito) ou
uma resolução de mero conteúdo processual
(quando se postular um pronunciamento
sobre o processo).
o Materializam-se nas petições (denúncia ou
queixa, defesa prévia) e nos
requerimentos (solicitação de substituição
de uma testemunha), etc.
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Instrutórios  são aqueles que “se destinam a
convencer o juiz da verdade ou da afirmação de
um fato” (atos probatórios e alegações).
o Os Atos Probatórios são a produção de
provas (juntada de documentos, reperguntas
às testemunhas...). Alegações são
exposições circunstanciadas, (o discurso),
para demonstrar seus argumentos e
pretensões, para convencer o juiz.
 ATOS PROCESSUAIS DAS PARTES
Costumam os autores distinguir, nos atos das partes, os postulatórios, dispositivos, instrutórios e reais.

Dispositivos  os atos dispositivos referem-se

Reais  são aqueles que se apresentam
pelo fato, pela coisa, pelo objeto, e não pela
palavra.
o Exibição de coisa apreendida, prestação
de fiança, apresentação à prisão...
ao direito material em litígio, consistindo na
declaração de vontade destinada a dispor da
tutela jurisdicional, dando-lhe existência ou
modificando suas condições.
o São exemplos a desistência, a transação, a
submissão, etc.

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 ATOS PROCESSUAIS SIMPLES x COMPLEXOS x COMPOSTOS
SIMPLES
Os atos simples resultam da
manifestação de vontade de uma
só pessoa, ou de um só órgão
monocrático ou colegiado.
Exemplo de atos processuais
simples: denúncia – sentença –
acórdão.
COMPLEXOS
Os atos processuais complexos
são aqueles em que observa
uma série de atos entrelaçados.
Exemplos: audiências, sessões
de tribunais, sessão plenária do
júri...
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COMPOSTOS
São os que resultam da
manifestação de vontade de
uma só pessoa, dependendo
contudo, para ter eficácia, da
verificação e aceitação feita
por outro Ex.: perdão do
ofendido, que depende da
aceitação do querelado.
 ATOS PROCESSUAIS - COMUNICAÇÃO

CPP. Art. 792.  As audiências, sessõ es e os atos

processuais serã o, em regra, pú blicos e se realizarã o nas
sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos
escrivã es, do secretá rio, do oficial de justiça que servir
de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente
designados.
Portanto, a regra dita que os atos
devem ocorrer no local onde o
processo está sendo julgado.
Todavia, existem exceções.
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 ATOS PROCESSUAIS - COMUNICAÇÃO

CARTA PRECATÓRIA: é o instrumento por meio do qual o juiz A solicita

ao juiz B que realize, em sua respectiva jurisdição, uma diligência ou um
ato processual necessário para processo que está em andamento na
jurisdição do juiz A.
Nessa situação, o juiz A é chamado de juízo deprecante, e o juiz B,
de juízo deprecado. Quando o processo é penal, utiliza-se a carta
precatória criminal. A carta precatória criminal pode ser utilizada para
citação de réu, oitiva de testemunha e realização de exame pericial.

Art. 353. Quando o réu estiver fora do territó rio da jurisdiçã o do

juiz processante, será citado mediante precató ria.

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 ATOS PROCESSUAIS - COMUNICAÇÃO
CARTA PRECATÓRIA:

Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdiçã o do juiz será

inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para
esse fim, carta precató ria, com prazo razoável, intimadas as partes.

Art. 354. A precató ria indicará :

I - o juiz deprecado e o juiz deprecante;
II - a sede da jurisdiçã o de um e de outro;
III - o fim para que é feita a citaçã o, com todas as especificaçõ es;
IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.

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 ATOS PROCESSUAIS - COMUNICAÇÃO
CARTA ROGATÓRIA: com a mesma funçã o do que a precató ria, no entanto, se aplica na
hipó tese de que o sujeito que se pretende comunicar está fora da jurisdiçã o brasileira,
ou seja, em outro país.
Art. 222-A.  As cartas rogatórias só serão expedidas se
demonstrada previamente a sua imprescindibilidade,
arcando a parte requerente com os custos de envio.

Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro,

em lugar sabido, será citado mediante carta
rogatória, suspendendo-se o curso do prazo
de prescrição até o seu cumprimento. 

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 DA CITAÇÃO
Um dos principais atos do processo penal é a citação. Tamanha a importância da citação que o
próprio CPP estabelece que sua falta configura nulidade absoluta (CPP, art. 564, III, “e”).

Se a citação válida é providência essencial à validade do

processo, a nulidade absoluta decorrente da inobservância da
forma prescrita em lei poderá ser arguida mesmo após o trânsito
em julgado de sentença condenatória ou absolutória imprópria, na
medida em que, nessa hipótese, há instrumentos processuais
aptos a fazê-lo, como a revisão criminal e o habeas corpus, que
somente podem ser ajuizados em favor do condenado.

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 DA CITAÇÃO

Art. 351.  A citação inicial far-se-á por mandado,

quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição
Art. 352.  O mandado de citação indicará: do juiz que a houver ordenado.
I - o nome do juiz;
II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;
III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais
característicos;
IV - a residência do réu, se for conhecida;
V - o fim para que é feita a citação;
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.

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 DA CITAÇÃO

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer,

nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o
curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a
produção antecipada das provas consideradas urgentes e,
se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do
disposto no art. 312.

Vide arts. 351 a 369.

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 Conteúdo Adicional

Ensaio sobre uma Teoria Geral dos Atos de

Comunicação no Processo Penal Brasileiro:
À Luz da Teoria da Ação Comunicativa
Habermasiana

https://www.portaldeperiodicos.idp.edu.br/dire
itopublico/article/view/1443/914 Associação Educativa Evangélica