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Colonialismo e resistência na

África e na Ásia
1ª série do Ensino Médio
Componente: História
Profª Luize Coutinho de Oliveira
Profª Janaína Jardim
Equipe
CMSP/SEDUC-SP
Fevereiro de 2021
Objetivos da aula

Apresentar o contexto social, político e econômico


que favoreceu o processo de colonização da África e
da Ásia entre os séculos XIX e XX, caracterizando o
Imperialismo europeu sobre estes continentes;
Apontar as principais formas de resistência
desenvolvidas pelos povos da África e da Ásia contra
o neocolonialismo.
Habilidades da aula

Habilidade do Currículo Paulista - EFAF:


EF09HI14 – Caracterizar e discutir as dinâmicas do
colonialismo no continente africano e asiático e as lógicas
de resistência das populações locais diante das questões
internacionais.
Habilidade de suporte do Currículo Paulista - EM:
EM13CHS101 - Identificar, analisar e comparar diferentes
fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com
vistas à compreensão de ideias filosóficas, de processos e
de eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos,
sociais, ambientais e culturais.
Análise de documentos históricos

Qual a leitura que você faz desta imagem? Qual seu possível significado?

3 min.

Título: From the Cape to Cairo (Do Cabo ao Cairo). Keppler. Publicado em NY: J. Ottmann Lith. Co., Puck Bldg., 1902, 10 de dezembro. Divisão de
Impressões e Fotografias da Biblioteca do Congresso Washington, DC 20540. EUA. Disponível em: https://www.loc.gov/resource/ppmsca.25696/ Acesso
em: 11 dez. 2019. São Paulo faz Escola, 2020. Caderno do Aluno, História, 9º ano EF, vol. 2, p.46.
Retomando - Caderno do Aluno,
9º ano EF, vol. 02, pg. 46
No final do século XIX e início do século XX, um novo pensamento sociológico
surgiu, influenciado por teorias biológicas e evolucionistas. O Darwinismo Social
baseava-se na teoria da evolução biológica de Charles Darwin para explicar o
desenvolvimento das sociedades humanas. Permeado por um discurso
excludente, essa corrente afirmava haver sociedades superiores, a quem estava
destinado o “fardo” de levar a civilização e o desenvolvimento
industrial às outras sociedades consideradas primitivas,
atrasadas e selvagens.

Sugestão de atividade: realize uma pesquisa utilizando os


recursos disponíveis sobre o darwinismo social, o “Fardo do
homem branco” e a “Missão civilizadora” para enriquecer seu
conhecimento a respeito da partilha da África e da Ásia.
Fonte do texto: Elaborado especialmente para o Material de Apoio ao Currículo Paulista.
São Paulo faz Escola, 2020. Caderno do Aluno, História, 9º ano EF, vol. 2, p.46.
Retomando - Caderno do Aluno,
9º ano EF, vol. 02, pg. 46
A imagem, uma ilustração de 1902, revela o ideal colonialista e racista do século XIX,
que “justifica”, por meio de uma pseudociência, a suposta “superioridade” do homem
branco, e, dessa forma, sua “obrigação” de civilizar os povos incultos e bárbaros.
Ao observar a imagem, verifica-se “Britânia”
carregando uma grande bandeira branca chamada
“civilização”, com soldados e
colonos britânicos atrás dela,
avançando em uma horda de
nativos, que carregam uma
bandeira chamada “barbárie”.

Fonte: Título: From the Cape to Cairo (Do Cabo ao Cairo). Keppler. Publicado em NY: J. Ottmann Lith. Co., Puck Bldg., 1902, 10 de dezembro. Divisão de
Impressões e Fotografias da Biblioteca do Congresso Washington, DC 20540. EUA. Disponível em: https://www.loc.gov/resource/ppmsca.25696/ Acesso
em: 11 dez. 2019. São Paulo faz Escola, 2020. Caderno do Aluno, História, 9º ano EF, vol. 2, p.46.
O contexto do Imperialismo

Segunda Revolução Industrial (1850): novas tecnologias como o dínamo, a


energia elétrica, o telégrafo, os motores por combustão (automóveis), entre
outros. Novos modos de produção (fordismo, taylorismo);
Aumento populacional: como consequência das inovações tecnológicas
aplicadas à indústria, aumentando as ofertas de emprego, os
grandes polos produtivos da Europa e da América do Norte
experimentaram uma explosão demográfica;
Concentração de capitais: com o objetivo de controlar o
máximo dos processos produtivos, combatendo a
concorrência, grandes empresas realizavam compras ou
fusões de empresas menores, dando origem às holdings,
trustes e cartéis.
Elaborado especialmente para o CMSP
A partilha da África (séc. XIX)

Contexto e antecedentes:
• Acirramento da concorrência econômica entre as
potências europeias (França, Inglaterra etc.);
• Unificação da Itália e da Alemanha (1870) e seu
decorrente ingresso na “corrida imperialista”;
• Necessidade de mercados consumidores, matérias-
primas e mão de obra baratas;
• Teorias e justificativas ideológicas: eugenia, darwinismo
social, branqueamento, missão civilizatória etc.
Elaborado especialmente para o CMSP
Conferência de Berlim (1885)

A fim de arrefecer os ânimos da corrida imperialista, as potências europeias


reuniram-se na Conferência de Berlim, em fevereiro de 1885, para estabelecer
regras de ocupação do continente africano.

Mapas comparativos da África nos anos 1880 e 1913 (século 19 e 20). Autor desconhecido. CC BY-SA 4.0. Wikimedia Commons.
Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Scramble-for-Africa-1880-1913.png. Acesso em 15 jan. 2021
A partilha da África

Atual mapa da África com as antigas fronteiras coloniais


Bélgica 2 min.
Quais problemas as
Itália
fronteiras artificiais
Inglaterra acarretaram para os
Portugal povos africanos em
seus domínios
França territoriais?
Espanha
Alemanha

Países Independentes
Mapa da África colonial em 1913, com as fronteiras modernas. Autor: Eric Gaba. CC BY-SA 3.0. Wikimedia Commons. Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Colonial_Africa_1913_map.svg. Acesso em 15 jan. 2021
Missão civilizatória?

“Todo mundo recebe a sua Uma vítima das atrocidades


parte”, charge francesa, dos belgas no Congo, junto a
L’Illustration, 1885. um missionário (1890-1910).
Caricatura retratando a Conferência de Berlim, 1885. CC-BY-SA-4.0,3.0,2.5,2.0,1.0. Wikimedia Commons. Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:IMGCDB82_-_Caricatura_sobre_conferencia_de_Berl%C3%ADn,_1885.jpg. Acesso em 15 jan. 2021
Foto de vítima de atrocidades no Congo, África, 1890/1910. Autor desconhecido. Domínio Público. Wikimedia Commons. Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Victim_of_Congo_atrocities,_Congo,_ca._1890-1910_(IMP-CSCNWW33-OS10-19).jpg. Acesso em 15 jan. 2021
Formas de resistência na África

Caderno do Aluno, 9º ano EF, vol. 02, pg. 43


A ocupação europeia na África encontrou resistência
por parte das sociedades africanas. Esses movimentos
de resistência eram organizados, tanto por povos que
possuíam um governo centralizado, como por aqueles
que tinham outras formas políticas de organização. Esta
resistência foi permeada por lutas e conflitos que
tentaram impedir a colonização europeia, embora a
ostensiva dos países europeus tenha obtido sucesso
devido à tecnologia bélica e de comunicação.
Fonte: Elaborado especialmente para o Material de Apoio ao Currículo Paulista.
São Paulo faz Escola, 2020. Caderno do Aluno, História, 9º ano EF, vol. 2, p.43.
Alguns exemplos da resistência africana

Egito Saiba mais: Canal de Suez!

O movimento foi liderado pelo coronel Ahmad Urabi, e


teve início na década de 1880. Neste período, o governo se
posicionava alinhado aos interesses otomanos (turcos) e
britânicos. O exército encabeçou este movimento
revolucionário que desejava a libertação do Egito.
Sudão
Movimento conhecido como Mahdiyya, liderado por
Muhammad Ahmad al-Mahdi. O Mahdiyya foi um rebelião
no Sudão contra a dominação dos otomanos, que assumiu
propriedades de uma Guerra Santa (Jihad). Iniciou a partir
do movimento de resistência e libertação do Egito.
Selo comemorativo da nacionalização da memória do canal de Suez, 1966. Autor desconhecido. Domínio Público. Wikimedia Commons. Disponível
em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Nationalisation_of_Suez_canal_memory_1966.jpg. Acesso em 15 jan. 2021
São Paulo faz Escola, 2020. Caderno do Aluno, História, 9º ano EF, vol. 2, p.43.
Alguns exemplos da resistência africana

Costa do Ouro (atualmente Gana)


Rebelião Ashanti (1890-1900). Na Costa do Ouro (atual Gana), após os
colonizadores britânicos terem substituído os líderes tradicionais por
outros governantes, os Ashanti se rebelaram.
Sudão, Tanzânia, Ruanda, Burundi e partes de Moçambique.
Revolta de Maji-Maji (1905-1907). O líder Kinjikitile reuniu diversos
grupos étnicos na África Oriental Alemã (atual Tanzânia) contra a
exploração imposta pelos colonizadores alemães.

Senegal

Rebelião de Mamadou Lamine (1898-1901). No Alto Senegal,


Mamadou Lamine liderou rebeldes muçulmanos contra os
colonizadores franceses.
São Paulo faz Escola, 2020. Caderno do Aluno, História, 9º ano EF, vol. 2, p.43.
Neocolonialismo na Ásia - Índia

Cobiçada pelas potências europeias desde as Grandes Navegações, a Índia começou


a sofrer interferências da Coroa Britânica durante o século XVII. Seja por meio de
conflitos ou de alianças com marajás e nababos (príncipes e governantes), os
ingleses foram ocupando áreas na Índia, até transformarem boa parte do território
hindu em um protetorado britânico. Uma das estratégias para tornar a Índia um
mercado consumidor de tecidos ingleses foi taxar a produção local,
forçando a alta dos preços dos tecidos indianos.
Outro ponto de interesse dos ingleses sobre a Índia era a
produção de algodão, transformando a Índia em fornecedora de
matérias-primas e em consumidora de manufaturados. A soma
desses fatores levou à falência diversas empresas indianas e à
queda na produção de alimentos, gerando desemprego e fome,
que, na segunda metade do século XIX, ceifou a vida de 15
milhões de indianos.
Elaborado especialmente para o CMSP
Resistência hindu - Revolta dos Cipaios (1857)

Também conhecida como


Revolta dos Sipais, Revolta dos
Sipaios ou Grande Rebelião
hindu, esse conflito se iniciou
com os cipaios, soldados hindus
que serviam aos oficiais ingleses,
promovendo ataques pontuais
contra seus superiores. Com o
apoio da população, a rebelião
logo se transformou em um
conflito armado que se espalhou
pela Índia.
Mapa mostrando os estados principescos indianos durante a Revolta de 1957. Autor: PlaneMad. CC BY-SA 3.0. Wikimedia Commons.
Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Indian_revolt_of_1857_states_map.svg. Acesso em 15 jan. 2021
Causas e consequências da Grande Rebelião

Causas:
Abusos de poder por parte das autoridades britânicas;
Empobrecimento dos hindus;
Racismo contra hindus, praticado por britânicos;
Ocidentalização da cultura hindu, promovida por meio de
proibições de práticas tradicionais.
Consequências:
A Revolta dos Cipaios foi duramente sufocada devido a
superioridade militar britânica;
Nomeação de um vice-rei inglês para a Índia;
Em 1876, a rainha Vitória é proclamada Imperatriz da
Índia.especialmente para o CMSP
Elaborado
Neocolonialismo na Ásia - China

A China, produtora de seda, porcelana e chá (os britânicos compraram 12.700


toneladas em 1720 e 360 mil toneladas em 1830; pois eram itens que
alcançavam bons preços no mercado europeu), não mostrava interesse nos
produtos europeus. Apenas um produto, em particular, parecia “despertar o
interesse” dos chineses: o ópio, uma substância entorpecente,
altamente viciante, extraída da papoula, que causa
dependência química em seus usuários.
Os comerciantes britânicos traficavam ópio ilegalmente para a
China, auferindo grandes lucros e aumentando o volume do
comércio em geral. O governo de Pequim resolveu proibir o
tráfico de ópio, o que levou a Coroa Britânica a lançar mão de
sua força militar.
Fonte: Adaptado de Guerras do Ópio. CC BY-SA 3.0. Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerras_do_%C3%B3pio
Acesso em 15 jan. 2021
Tratado de Nanquim (1842)

Após o Império Chinês ter ordenado a destruição de 1400 toneladas de ópio, trazidas
pela Inglaterra, a Coroa Britânica reagiu declarando guerra à China (1ª e 2ª Guerras
do Ópio). Vitoriosa, a Inglaterra impõe ao Império Chinês a assinatura do Tratado de
Nanquim, que estabelecia, entre outras medidas, a abertura de cinco portos chineses
para o livre comércio de mercadorias inglesas.

Assinatura do Tratado de Nanquim, pintura de 1846.


Pintura de John Platt e John Burnet retratando a assinatura e o selo do Tratado de Nanquim, 1846. Coleção Militar Anne Sk Brown. Domínio Público.
Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_Signing_of_the_Treaty_of_Nanking.jpg. Acesso em 15 jan. 2021
Atividade complementar

Integrando com Geografia:


Atividade 3A: os domínios sobre o continente africano. #EuNoCMSP
Além da hegemonia europeia no âmbito cultural, é
fundamental aprofundarmos os conhecimentos sobre as
situações de conflitos no processo de colonização do
continente africano, a partilha dos territórios e as implicações
para as sociedades africanas.
Acesse o site da EFAPE e faça o download do Caderno do
Aluno, 9º ano EF, 1º Bimestre, Parte 1:
https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-
content/uploads/sites/7/2020/04/vpdc62.pdf
ATITUDE HISTORIADORA
Planejamento e Para realizar a pesquisa, planeje e organize cada passo de
organização seu projeto, para facilitar a investigação e a elaboração.

Escolha um Selecione o tema do seu interesse e dentro do objeto que


objeto-tema de você pretende pesquisar.
pesquisa
Identificação, A partir do tema, identifique as fontes e selecione as mais
seleção e adequadas, de acordo com a pergunta que pretende
comparação responder.
Interpretação e Investigar as fontes selecionadas, interpretando cada
análise detalhe para construção de suas hipóteses, levando em
consideração o contexto da época estudada.
Conclusão Anote os resultados obtidos e apresente-os conforme for
solicitado.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

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