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AULA 02

DO VALOR DA CAUSA ART 319, V


PROFA. EDEL QUERINO
• VALOR DA CAUSA
•A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que ela não tenha conteúdo
econômico imediatamente aferível (CPC, art. 291).
•Tal atribuição terá grande relevância para o processo, pois repercutirá sobre:
•a) a competência, pois o valor da causa é critério para fixação do juízo;
•b) o procedimento: pois influi, por exemplo, sobre o âmbito de atuação do
juizado especial cível;
•c) no cálculo das custas e do preparo, que podem ter por base o valor da causa;
•d) nos recursos em execução fiscal, conforme a Lei n. 6.830/80;
•e) na possibilidade de o inventário ser substituído por arrolamento sumário (CPC, art. 664, caput).
•Todas as demandas – o que inclui reconvenções, oposições e embargos de devedor – devem indicar o valor
da causa.
•Qual deve ser o valor da causa? (art. 292 todos os incisos)
•Deve corresponder ao conteúdo econômico do que está sendo postulado, e não daquilo que é efetivamente
devido.
•Com frequência, o réu o impugna sob o argumento de que o valor pretendido é excessivo e que o autor não
faz jus a tal montante. Mas o que cabe ao juiz avaliar, se houver impugnação na contestação, é o conteúdo
econômico da pretensão formulada, sem qualquer juízo de valor a respeito de ela ser ou não devida. Do
contrário, o juiz teria de antecipar o exame do mérito, decidindo-o já nessa fase.
•Não se pode perder de vista a lealdade e a boa-fé processual. Às vezes, o autor
postula, por exemplo, indenização por danos morais, estimando o valor em
montante excessivo, ao mesmo tempo em que pede justiça gratuita para eximir-se
do recolhimento das custas iniciais e do pagamento das verbas de sucumbência.
•O juiz poderá determinar a redução equitativa do valor da causa, se verificar que,
fixada em montante excessivo, pode prejudicar o exercício de alguma faculdade
processual pelo réu, que depende do recolhimento de custas calculadas com base
no seu valor. É o que foi decidido pelo STJ – 3ª Turma, REsp 784.986, Rel. Min.
Nancy Andrighi.
•O valor da causa não repercute sobre os limites objetivos da lide. Se o autor
postula um montante e atribui valor à causa menor, ainda que isso passe
despercebido e o valor seja mantido, o juiz na sentença não ficará limitado a
este, mas ao que foi pedido.
• Critérios para a fixação do valor da causa
•O art. 292 do CPC fornece alguns critérios para fixação do valor da causa. Em
regra, deve corresponder ao conteúdo econômico da demanda. Naquelas que
não têm conteúdo econômico, a fixação será feita por estimativa do autor.
• Os incisos I, VI, VII e VIII do art. 292 cuidam do valor da causa nas ações de cobrança de dívida:
deverá corresponder à soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e
de outras penalidades, se houver, até a propositura da ação. Se houver cumulação de pedidos, os
valores deverão ser somados; se os pedidos forem alternativos, corresponderá ao de maior valor; e
se houver pedido principal e subsidiário, corresponderá ao do primeiro. Quando o pedido for
genérico, o valor da causa deve ser estimado pelo autor, que cuidará para que mantenha
proporcionalidade com o conteúdo econômico da pretensão.
• O § 1º acrescenta que, se forem postuladas prestações vencidas e vincendas, o valor da causa
consistirá na soma de umas e outras, sendo o valor das vincendas igual a uma prestação anual, se a
obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a um ano; e, se por tempo inferior,
será igual à soma das prestações.
• O inciso II trata das ações que tenham por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a
modificação, a resolução, a resilição ou rescisão de ato jurídico, nas quais o valor da causa
deve corresponder ao do ato ou ao de sua parte controvertida.
• O inciso V determina que, nas ações indenizatórias, inclusive as fundadas em dano moral, o
valor da causa deva corresponder ao valor pretendido.
• Quando a ação for de alimentos, o valor deve corresponder a 12 prestações mensais
pedidas pelo autor; e quando a ação for de divisão, demarcação e reivindicação, o valor
será o da avalição da área ou do bem objeto do pedido.
• 
QUEM FAZ O CONTROLE DO VALOR DA CAUSA

• O Juiz.
• Ler art 292, parágrafo 3º.

• O juiz pode determinar que o autor corrija o valor da causa “de ofício” ou seja, sem ser
provocado pela parte contrária.
• Porque o valor da causa deve corresponder ao intuito econômico que o autor deseja obter.
IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA

• O réu quando verificar que o autor não observou os critérios do art. 292 e incisos deverá
apresentar impugnação no primeiro momento da defesa, ou seja, contestação.
• Antes do réu contra-atacar os fatos ou fundamentos jurídicos, preliminarmente deve
instaurar este incidente.
• INCIDENTE É UMA QUESTÃO PREJUDICIAL, OU SEJA UMA QUESTÃO SEM A
QUAL O PROCESSO NÃO PODE CONTINUAR A ANDAR. PARA TUDO!!!!!!
• Por isso, dizemos que o valor da causa deve ser alegado como
• PRELIMINAR DA CONTESTAÇÃO
• 1. DO VALOR DA CAUSA.....

• Se o réu esquecer de verificar a adequação do valor da causa neste momento seu direito
de discutir esta questão irá PRECLUIR.
• O Direito não socorre os que dormem!!!!
COMPLEMENTAÇÃO DE CUSTAS

• Se o juiz verificar que o valor está aquém do intuito econômico ordenará ao autor que as
custas sejam complementadas.
• Pode ser que o juiz mantenha o valor estabelecido pelo autor, neste caso a matéria será
alvo de recurso de apelação somente no final do processo.

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