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O método da economia política

“A grande questão fundamental de toda a filosofia ... é


a da relação entre o pensamento e o ser, entre o espírito
e a natureza... Que é primeiro: o espírito ou a
natureza?... Conforme respondiam de uma maneira ou
de outra a esta questão, os filósofos dividiam-se em dois
grandes campos. Aqueles que afirmavam que o espírito
é primeiro em relação à natureza e que, por
conseguinte, admitiam, em última instância, uma criação
do mundo de qualquer espécie... constituíam o campo
do idealismo. Os outros, que consideravam a natureza
como campo primordial, pertenciam às diversas escolas
do materialismo.” (Engels)
 “... o ideal não é senão o material transposto e
traduzido no cérebro humano.” (Marx)
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IDEOLOGIA
O termo ideologia assume duas definições na tradição marxista:

“falsa consciência” ou “falseamento da verdade” (MARX & ENGELS, 2007: 94)

“[...] concepção particular dos grupos internos da classe que se propõem ajudar a
resolver problemas imediatos e restritos” (GRAMSCI, 2006a: 302). Ou conforme
GRAMSCI (apud PORTELLI, 2002: 15): “sistema de valores culturais” que uma
classe social se utiliza para explicar a realidade.

Na verdade ambos são complementares, já que a falsa consciência é um sistema de


valores criado pela classe dominante para moldar o mundo à sua imagem e
semelhança.
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. Volume 1, 4ª edição, Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2006.
MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. São Paulo: Boitempo, 2007.
PORTELLI, Hugues. Gramsci e o Bloco Histórico. 6ª edição, Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 2002.
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“... se se pergunta ... o que são o pensamento e a


consciência, e donde provêm, conclui-se que são
produtos do cérebro humano e que o próprio
homem é um produto da natureza, o qual se
desenvolveu no seu ambiente e com ele; daí se
compreende por si só que os produtos do cérebro
humano, que, em última análise, são igualmente
produtos da natureza, não estão em contradição,
mas sim em correspondência com a restante
conexão da natureza” (Engels)
 
(Citações feitas por LENIN, Cf. Karl Marx.
In: Obras
Escolhidas, vol. 1, pp. 7-9)
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“... a dialética é ‘a ciência das leis gerais do


movimento tanto do mundo exterior como do
pensamento humano’.” (Marx)
“... o mundo não deve ser considerado como um
conjunto de coisas acabadas, mas como um
conjunto de processos em que as coisas,
aparentemente estáveis, bem como os seus
reflexos mentais no nosso cérebro, os conceitos,
passam por uma série ininterrupta de
transformações, por um processo de gênese e de
perecimento...” (Engels)
 
O método da economia política

“Nada há de definitivo, de sagrado para a filosofia


dialética. Ela mostra a caducidade de todas as
coisas e para ela nada mais existe senão o
processo ininterrupto do surgir e do perecer, da
ascensão sem fim do inferior para o superior, de
que ela própria não é senão o simples reflexo no
cérebro pensante.” (Engels)
“... A unidade real do mundo consiste na sua
materialidade... O movimento é o modo de
existência da matéria. Matéria sem movimento é
impensável do mesmo modo que movimento sem
matéria...” (Engels)
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“A natureza é a comprovação da dialética ... as


ciências modernas da natureza nos forneceram
materiais extremamente numerosos ... cujo
volume aumenta dia a dia, provando assim que,
em última análise, na natureza as coisas se
passam dialeticamente e não metafisicamente.”
(Engels)

(Citações feitas por LENIN, Cf. Karl Marx.


In: Obras Escolhidas de Lênin, vol. 1, pp. 9-10)
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Concepção Materialista da História


(aplicação do materialismo dialético ao estudo da sociedade)
•Existência social / consciência social;
•Concepção dialética da sociedade X visão linear do
desenvolvimento da humanidade;
•Papel do indivíduo na história;
•Papel do trabalho na formação e desenvolvimento do homem;
•Desenvolvimento continuado da forças produtivas
(principalmente os instrumentos de trabalho);
•Condicionamento, em última instância:
a) Das forças produtivas sobre as relações de produção;
b) Do modo de produção em relação aos modos de repartição,
circulação e consumo
c) Da base em relação à superestrutura;
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Concepção Materialista da História

•Luta de classes – motor da história;


•A transformação da formação econômico social se dá
por revolução social;
•Revolução social – obra das massas, organizadas,
dirigidas;
•Contradições do capitalismo:
Trabalho X Capital } Proletariado
Produção social X apropriação privada } X
Organização X anarquia } Burguesia
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Dialética e Metafísica – métodos de investigação da realidade


Dialética Metafísica
- análise de conjunto: fatos, fenômenos, processos em sua - análise das partes: fatos, fenômenos, processos
dinâmica, substancialmente variáveis (transições, estaticamente, isolados, como substâncias fixas, (em ciclos
concatenações, fluxos e refluxos); estreitos, um após outro, como algo perene);
- polos antitéticos, mas inseparáveis – penetram-se - sim ou não, isto ou aquilo, é ou não é, positivo x
mutuamente (algo é e não é ao mesmo tempo). negativo, causa x efeito.
Materialismo e Idealismo – concepções de mundo, homem e sociedade
Materialismo Idealismo
- concebe as ideias como imagens mais ou menos abstratas - concebe as coisas e seu desenvolvi- mento como
dos objetos e fenômenos da realidade; projeções realizadas da ideia, que lhes antecede;
- explica a consciência do homem por sua existência. - explica a existência do homem por sua consciência.
Concepção de História como movimento da sociedade – análise dialética
Concepção materialista de história: Concepção idealista de história:
- em cada época, as ideias, crenças, conhecimentos e - a produção e todas as relações econômicas só existem
instituições jurídicas e políticas relacionam-se reciproca- como elemento secundário dentro da “história cultural”.
mente com a base econômica (relações de produção e de  
troca).
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 Teoria do capital
  “Estudo das relações de produção de uma sociedade historicamente
determinada e concreta no seu nascimento, desenvolvimento e declínio”
(LÊNIN, Karl Marx. In: Obras Escolhidas de Lênin, vol. 1, p. 14)
Exame essência do processo de acumulação no modo de produção capitalista:
a produção de mercadorias.
Marx avança em relação aos economistas políticos ingleses, desvendando o
segredo da mercadoria e desenvolvendo a teoria do valor do trabalho
•Duplo valor da mercadoria (de uso e de troca);
•Valor de troca como cristalização do trabalho social (tempo socialmente
necessário para a produção da mercadoria);
• Relações de trabalho no capitalismo – compra e venda da força de trabalho
(mercadoria singular, que, ao consumir-se, engendra valor);
•Segredo da acumulação capitalista: extração da Mais-Valia (trabalho não pago).
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O MÉTODO DE MARX – Método abstrato-dedutivo - O que abstrair de que e o que não se deve?
Que problema está sendo investigado? Quais os elementos essenciais desse problema?
Introdução de 1857 sobre o problema do Método na Economia Política:
Quando estudamos um dado país do ponto de vista da Economia Política, […] parece que o correto
é começar pelo real e concreto, que é o pressuposto efetivo; assim, em Economia, por exemplo,
começar-se-ia pela população, que é o fundamento e o sujeito do ato social de produção como um
todo. No entanto, numa observação mais atenta, isto se mostra [como] falso. A população é uma
abstração, se desprezarmos, por exemplo, as classes que a compõem. Por seu lado, essas classes são
uma palavra vazia de sentido se ignorarmos os elementos em que repousam. Por exemplo: o trabalho
assalariado, o capital etc. Estes supõem a troca, a divisão do trabalho, os preços etc. [...] Assim, se
começássemos pela população, teríamos uma representação caótica do todo, e através de uma
determinação mais precisa chegaríamos analiticamente a conceitos cada vez mais simples; do
concreto representado passaríamos a abstrações cada vez mais tênues até atingirmos as
determinações mais simples. Deste ponto, teríamos que voltar a fazer a viagem de modo inverso, até
chegarmos finalmente de volta à população; desta vez, porém, não como representação caótica de
um todo, mas como uma rica totalidade de muitas determinações e relações. O primeiro caminho é
aquele que a Economia, em seu surgimento historicamente seguiu. Os economistas do século XVII,
por exemplo, começam sempre pelo todo vivo: a população, a nação, o Estado, vários Estados etc.;
mas teriam sempre por descobrir, através da análise, certo número de relações gerais abstratas que
são determinantes, tais como a divisão do trabalho, o dinheiro, o valor etc. Uma vez mais ou menos
fixados e abstraídos tais momentos isolados, iniciam-se os sistemas econômicos, que se elevam do
simples, como o trabalho, divisão do trabalho, necessidade, valor de troca, até o Estado, a troca entre
as nações e o mercado mundial.
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O último método é manifestamente o método cientificamente correto. O concreto é concreto
porque é a síntese de muitas determinações, isto é, unidade do diverso/múltiplo. Por isso o
concreto aparece no pensamento como processo da síntese, como resultado, não como ponto
de partida, ainda que seja o ponto de partida efetivo e, portanto, o ponto de partida também
da intuição e da representação. No primeiro trajeto, a representação plena foi volatilizada em
determinações abstratas; no segundo, as determinações abstratas conduzem à reprodução do
concreto no trajeto do pensamento. [...] o método de se elevar do abstrato ao concreto é
apenas a maneira de proceder do pensamento para se apropriar do concreto, reproduzi-lo
como concreto espiritual. Mas de modo nenhum este é o processo de surgimento do próprio
concreto. Por exemplo: a mais simples categoria econômica, digamos o valor de troca, por
exemplo, pressupõe a população, uma população que produz em determinadas relações;
também alguns tipos de família, comunidade e Estado etc. O valor de troca não pode existir
senão como relação abstrata, unilateral de um todo concreto e vivo já dado. Como categoria,
ao contrário, o valor de troca leva consigo um ser-aí antediluviano. Daí que, para a consciência
– e a consciência filosófica é assim determinada –, para quem o pensamento que conceitualiza
é o homem real-efetivo, e o mundo concebido é, como tal, o mundo real-efetivo, o movimento
das categorias aparece como o ato de produção real-efetivo – que recebe infelizmente um
primeiro impulso do exterior –, cujo resultado é o mundo; e isso é correto (aqui temos
novamente uma tautologia) na medida em que a totalidade concreta, como totalidade de
pensamentos, como concreto de pensamentos, é in fact um produto do pensar, do conceber;
não é porém de modo algum produto do conceito que pensa separado ou além da intuição e da
representação3 e que engendra a si mesmo, mas sim da elaboração da intuição e da
representação em conceitos.
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O todo, tal como aparece na cabeça como todo de pensamentos, é um produto da cabeça
pensante, que se apropria do mundo do único modo que lhe é possível, um modo que é
diferente da apropriação artística, religiosa e prática-espiritual [isto é, o modo da
consciência imediata, não-científica] desse mundo. O sujeito real continua a subsistir,
agora como antes, fora da cabeça em sua autonomia; enquanto a cabeça mesma só se
relaciona especulativamente, teoricamente [com o sujeito real]. Também no método
teórico, por isso, o sujeito, a sociedade, deve figurar sempre como pressuposto.”
MARX, Karl. Para a Crítica da Economia Política e Outros Textos. (Coleção Os
Pensadores). São Paulo: Nova Cultural, 1996, pp. 116-117.
Os economistas buscaram diferentes problemas ou focos de investigação:
Adam Smith  A natureza e causas da riqueza das nações;
Ricardo  As leis que regulam a distribuição do produto da terra;
Marshall  A ação do homem na vida comercial comum;
Robbins  O comportamento humano como uma relação entre fins e meios
escassos que têm usos alternativos.
O objetivo de Marx: “Desnudar a lei econômica do movimento da sociedade
moderna".
Radicalmente diferente dos propósitos das escolas de pensamento não-marxistas.
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Conflito de Classes
"Até hoje, a história de todas as sociedades que existiram até
nossos dias tem sido a história da luta de classes.
Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de
corporação e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos,
em constante oposição, tem vivido uma guerra ininterrupta, ora
franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre, ou por
uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela
destruição das duas classes em luta".
- Todas as relações sociais exceto as existentes entre o capital e o
trabalho devem ser provisoriamente afastadas, para serem
reintroduzidas, uma de cada vez, numa fase posterior da análise.
- A relação entre o capital e o trabalho deve ser reduzida à sua
forma ou formas mais significativas.
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Segundo WIKIPÉDIA: fetiche (do francês fétiche, que por
sua vez é um empréstimo do português feitiço cuja origem é o
latim facticius "artificial, fictício") é um objeto material ao
qual se atribuem poderes mágicos ou sobrenaturais, positivos
ou negativos. Em Psicologia o fetichismo é uma parafilia. O
objeto do fetiche é a representação simbólica de penetração,
tem conotação sexual, é um objeto parcial e não representa
quem está por trás do objeto. Os fetiches mais comuns na
sociedade ocidental são os pés, os sapatos e a roupa íntima.

WIKIPÉDIA. Fetiche. Disponível em


http://pt.wikipedia.org/wiki/Fetiche. Acesso em 24/06/2011.
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A definição do fetichismo da mercadoria encontra-se em MARX (1996:
197-208) e revela a criação de um mundo onde as relações sociais ocorrem
através das coisas, as coisas têm o poder de estabelecer as relações sociais e
os homens estabelecem relações materiais. A partir desta forma de ser das
relações humanas no sistema capitalista, o mundo da mercadoria alarga-se, o
processo de expansão do capital adquire uma impressionante força,
impulsionado pela supressão das distâncias e do tempo. O fetichismo
consiste no fato de que, com a universalização da produção de mercadorias,
as relações sociais entre os produtores passam a ser mascaradas pelas
relações de troca entre as diferentes mercadorias. Assim, as relações sociais
entre as pessoas aparecem como relações sociais entre coisas. Porque a
forma da mercadoria baseia-se no esvaziamento do conteúdo sócio-
histórico-simbólico dos produtos do trabalho humano.
MARX, Karl. O Capital: Crítica da Economia Política. Coleção Os
Economistas. Volume I, Livro 1 – O Processo de Produção do Capital, São
Paulo: Nova Cultural, 1996.
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Qual a natureza dessa relação entre capital e trabalho?
NA FORMA, é uma relação de troca:
- O capitalista compra a capacidade de trabalho do operário, e este recebe
dinheiro do capitalista, com o qual adquire as coisas necessárias para
viver.
  
MERCADORIA
"Os produtos só se podem transformar em mercadorias, uns em relação aos
outros, quando oriundos de diferentes gêneros de trabalho, cada gênero
realizado independentemente e por conta de diferentes pessoas. (O Capital,
Vol. I)
 CICLO DA MERCADORIA
Escambo: M - M
Na reprodução simples: M - D - M
No capitalismo (reprodução ampliada): D - M - D' (D' > D)
 D = Mais-valia
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A mercadoria como unidade de contrários e a lei do valor
Pré-condições para a produção de mercadorias: (1) Divisão da sociedade em classes
sociais; (2) Divisão social do trabalho e (3) Propriedade privada dos Meios de
Produção.
Mercadoria: Conceito central - Bem ou objeto que satisfaz uma necessidade
qualquer do homem e que pode ser trocado por outro bem.
Valor de Uso: É a utilidade que o bem possui para quem o vai consumir.
Valor de Troca: É a proporção pela qual determinados valores de uso trocam-se por
valores de uso de outras espécies. Também é a forma de manifestação do valor.
Lei do Valor: É a lei que explica a origem e a magnitude ou grandeza do valor das
mercadorias. Sendo a mercadoria fruto do trabalho humano e sendo o trabalho
humano a fonte do valor, temos que o valor de uma mercadoria é determinado pela
quantidade ou tempo de trabalho socialmente necessário para a produção de
determinada mercadoria.
Preço - É a forma monetária do valor. É como o valor é visto pela sociedade. O
preço encobre a realidade do valor, pois ele oscila muito no mercado (lei da oferta e
da procura ou da anarquia e da concorrência, como dizia Marx).
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O duplo caráter do trabalho materializado na mercadoria - Concreto
e abstrato.
Trabalho Concreto: É o trabalho que se destina a um determinado fim
ou a produção de um valor de uso qualquer. É o caráter útil do trabalho.
Trabalho Abstrato: Ao retirarmos dos produtos do trabalho o seu
caráter útil, resta somente o dispêndio humano de força de trabalho, o
trabalho humano em geral ou trabalho abstrato, forma pela qual o
trabalho cria valor.
Esta propriedade, a do trabalho humano criar valor, é histórica e refere-se
a um certo período do desenvolvimento histórico. Quando Ricardo iguala
VALOR = TRABALHO e não consegue “enxergar” o duplo caráter do
trabalho ele estava somente demonstrando a impossibilidade histórica
da burguesia compreender que o seu sistema social estava sujeito as
mesmas leis que caracterizavam os sistemas sociais anteriores. O
modo de produção capitalista também não é eterno.
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DINHEIRO: UMA MERCADORIA MUITO
ESPECIAL
Rompe a troca direta entre mercadorias;
É a representante (equivalente universal) das
mercadorias;
É meio de pagamento;
É meio de circulação;
É meio de entesouramento;
É a forma embrionária do capital.
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Força de Trabalho: É o conjunto de faculdades físicas e mentais, existentes no
corpo e na personalidade viva do ser humano, as quais ele põe em ação toda vez
que produz valores de uso de qualquer espécie. No modo de produção capitalista
a força de trabalho transforma-se em mercadoria, pois passa a possuir um valor
de uso e um valor de troca.
Valor de Uso da Força de Trabalho: Capacidade que a mesma possui de
produzir valor de uso e valor quando transforma a matéria prima em novos
produtos.
Valor de Troca ou Valor da Força de Trabalho: É a quantidade de tempo de
trabalho socialmente necessário para mantê-la e reproduzi-la, ou seja, o valor da
força de trabalho é o valor dos meios de subsistência necessários à manutenção
e reprodução do trabalhador. O valor da força de trabalho é representado pelo
salário.
Trabalho Necessário: Tempo de trabalho que o trabalhador necessita para a
produção do valor equivalente ao valor dos seus meios de subsistência.
Trabalho Excedente: Tempo de trabalho em que o trabalhador produz
gratuitamente para o empregador ou patrão.
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Mais Valia: Valor adicional que a força de trabalho gera no processo de
produção (trabalho excedente) - A apropriado pelo capitalista.
A taxa de mais valia ou grau de exploração do trabalho é dada pela razão
entre trabalho excedente e trabalho necessário (taxa de mais valia =
t.e./t.n.). Lei econômica fundamental do modo de produção capitalista e a
responsável pelas inúmeras contradições antagônicas desse sistema - A
produção e a acumulação capitalista se faz por meio da exploração do
trabalho assalariado pelo capital, por meio da exploração do proletariado
pela burguesia. A força de trabalho produz mais valia, pois a magnitude
do valor da força de trabalho é menor do que a magnitude do valor que
ela cria no processo de trabalho.
Mais Valia Absoluta: É o aumento da extração de mais valia através do
prolongamento da jornada de trabalho.
Mais Valia Relativa: É o aumento da extração de mais valia através do
aumento da produtividade (aumento da intensidade do trabalho e da
consequentemente redução do tempo de trabalho necessário.
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Processo de produção capitalista: Capital Constante e Variável
Processo de Trabalho: Todo o processo de transformação de um
objeto determinado, natural ou já trabalhado, em um produto,
utilizando técnicas e instrumentos de trabalho determinados.
Elementos do Processo de Trabalho: a) O objeto sobre o qual se
trabalha ou a matéria prima; b) Os meios de trabalho ou o
instrumental do trabalho; c) A atividade adequada a um fim ou o
próprio trabalho; d) A atividade humana ou o próprio trabalho; e)
O produto resultante do processo de trabalho.
Capital Constante: É a parte do capital investido nos meios de
produção (máquinas, instalações, matérias primas e instrumentos),
cujo valor transfere-se integralmente ou em parte para o produto
acabado (mercadoria).
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Capital Variável: Parte do capital (salários) investido na força de
trabalho - Aumenta durante o processo de trabalho.
Divisão da Produção Social: Divisão do trabalho em diferentes
ramos, esferas, níveis e setores.
Divisão Técnica do Trabalho: Divisão do trabalho no interior de
um mesmo processo de produção, onde cada trabalhador realiza
um trabalho específico que corresponde a uma parte do processo.
Divisão Social do Trabalho: Repartição das diferentes tarefas que
os homens e mulheres cumprem na sociedade (tarefas econômicas,
ideológicas ou políticas) e que se realizam em função da situação
dos mesmos na estrutura social. A principal divisão social do
trabalho é a existente entre trabalho manual e trabalho intelectual.
Também é relevante a divisão do trabalho existente entre sexos.
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Estrutura de Classes: É a articulação das diferentes classes ou
frações de classe nos diferentes níveis (econômico, político e
ideológico) de uma dada formação social.
Classe Social: São grandes grupos de homens que se diferenciam
entre si pelo lugar que ocupam em um sistema de produção
historicamente definido. Este lugar é determinado pela forma como
esses grandes grupos de homens se relacionam com os meios de
produção existentes, pelo papel que desempenham na organização
social do trabalho e pela forma como estes grandes grupos de
homens percebem ideologicamente estas relações.
Consciência de Classe: Um indivíduo ou um grupo social tem
consciência de classe quando está ou estão conscientes dos
verdadeiros interesses de sua classe.
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Luta de Classes: É o motor ou impulsionador do desenvolvimento
histórico desde os tempos mais primitivos até os dias atuais. É o
enfrentamento que se produz entre duas classes antagônicas
quando estas lutam por seus interesses.
Até hoje, a história de todas as sociedades que existiram até nossos
dias tem sido a história da luta de classes. Homem livre e escravo,
patrício e plebeu, barão e servo, mestre de corporação e
companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante
oposição, tem vivido uma guerra ininterrupta, ora franca, ora
disfarçada; uma guerra que terminou sempre, ou por uma
transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela
destruição das duas classes em luta.
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Componentes do valor:
c + v + m = valor total
c = capital constante
v = capital variável
m = mais-valia
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Taxas de Mais-Valia nas montadoras de automóveis
1991 – 20.000,00 – Preço de uma Kombi
Capital Constante (Meios de Produção) – 4.460,00 - 22,3%
Capital Variável (Salários) – 560,00 – 2,8% (17m18s)
Mais-Valia – 74,9% (07h42m)
Taxa de Mais-Valia – 74,9 / 2,8 = 26,7 vezes
Taxa de Lucro – 74,9 / (22,3+2,8) = 3 vezes

1999 - Capital Constante (Meios de Produção) – 34,6%


Capital Variável (Salários) – 1,4%
Mais-Valia – 64,0%
Taxa de Mais-Valia – 64,0 / 1,4 = 45,7 vezes
Taxa de Lucro – 64,0 / (34,6+1,4) = 1,8 vezes

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