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TEMA: Análise da Fiscalização e Controle


da Constitucionalidade dos Tratados
Internacionais no Ordenamento Jurídico
Moçambicano
NOME DO CANDIDATO: Felícia Subete
SUPERVISOR: MSc. Mputo Mpia
LICENCIAURA EM: Direito
UCM – FCSP – QUELIMANE

01-04-2023 Departamento de Licenciatura em Direito 1


SEQUÊNCIA DA APRESENTAÇÃO
• Problematização
• Objectivos
• Hípoteses
• Justificativa
• Delimitação do Estudo
• CAPITULO I – Fundamentação Teórica
• CAPITULO II – Metodologia
• CAPITULO III – Analise e Interpretação de Dados
• Conclusão e sugestões

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Problematização

• O controle de constitucionalidade, visto em um ordenamento jurídico que tem a constituição como norma fundamental,
converte-se no veículo pelo qual se tornam efectivas as exigências traçadas pelo constituinte à regularidade dos actos
praticados por indivíduos ou entidades que devem obediência às normas constitucionais. Na mesma linhagem, o autor
afirma que o controle de constitucionalidade é o conjunto de mecanismos dispostos para garantir a supremacia
constitucional por meio da identificação e eventual reparação de condutas incompatíveis a determinadas normas
constitucionais.
• Moçambique é um país que desde antemão, estabelece relações internacionais com vários países, por via disso, tivemos
uma revisão constitucional de 2004,a disposição central para a apreciação da forma como a Constituição moçambicana de
2004 lida com as questões do Direito Internacional é o artigo 18, com a epígrafe “Direito internacional”. O número 1 do
artigo citado prevê que “os tratados e acordos internacionais, validamente aprovados e ratificados, vigoram na ordem
jurídica moçambicana após a sua publicação oficial e enquanto vincularem internacionalmente o Estado de Moçambique”.
• Nesta senda, queremos em palavras simples dizer que a norma internacional não passa nem pelo Presidente da República
muito menos pelo Concelho Constitucional para a fiscalização da sua constitucionalidade, visto que é um orgão importante
nos termos do artigo 244 da Constituição da República de Moçambique, doravante C.R.M. Praticamente estamos a dizer
que a norma internacional não é susceptível de uma fiscalização de constitucionalidade no momento da sua entrada em
Moçambique, porque ela só é aprovada e ratificada pela A.R correndo o risco de se ratificar uma norma contrária à
constituição e por não haver dentro da aprovação um momento de apreciação da constitucionalidade.
• Como garantir a existência do controlo e fiscalização da constitucionalidade dos tratados internacionais no
ordenamento jurídico moçambicano?

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Objectivos de Estudo
• Objectivo Geral
Analisar o regime de fiscalização e controle da constitucionalidade dos tratados internacionais
no ordenamento jurídico moçambicano.
• Objectivos Específicos:
 Fazer com que o nosso legislador tome em consideração a pertinência da análise dos critérios
de incorporação e publicação das fontes de direito internacional na ordem jurídica
moçambicana.
Mostrar o procedimento de vinculação do direito internacional do Estado moçambicano e a
posição hierárquica dos mesmos;
Verificar a (in) existência de mecanismos expressos de controlo e fiscalização preventiva da
constitucionalidade e de legalidade do Direito Internacional; e comparar o regime de controlo
e fiscalização da constitucionalidade da norma internacional de Moçambique com os dos
outros países da CPLP;

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Hipóteses e Justificativa
• Hipóteses • Justificativa
• H1.O trabalho conta com a primeira hipótese
de que, a garantia de existência de
mecanismos efectivos de fiscalização e
controle da constitucionalidade dos tratados
internacionais na ordem jurídica
moçambicana mantém a supremacia das
normas constitucionais;
• H2. A inexistência de mecanismos efectivos
na ordem jurídica moçambicana que
garantam a fiscalização e controlo da
constitucionalidade dos tratados
internacionais deixa a supremacia das normas
constitucionais meramente teórica.

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Delimitação do Estudo
• Delimitação Temporal • Delimitação Espacial

• Delimitação Disciplinar
• Direito Constitucional e o
Direito Internacional.

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CAPITULO I – Fundamentação Teórica

• O Controlo de Constitucionalidade
• Para DA SILVA, José Afonso (1992)o controlo de constitucionalidade constitui a “verificação da adequação
de um ato jurídico (particularmente da lei) à Constituição” e deriva da concepção da Constituição como lei
fundamental do ordenamento jurídico. Segundo SILVA, “o princípio da supremacia requer que todas as
situações jurídicas se conformem com os princípios e preceitos da Constituição”. Também realçando a
necessidade e o modo de resguardar a supremacia da Constituição, manifestam-se.
• Controlo da Constitucionalidade dos Tratados Internacionais
• De acordo com PERREIRA e BARBOSA, no sentido lato sensu, percebe-se que o controle de
constitucionalidade de tratado internacional já é exercido na génese da convenção a ser estabelecida entre os
Estados, o Poder Executivo, na figura de seu chefe, antes que este assine o tratado internacional, por questões
óbvias, deve analisar se o tratado que está prestes a ser firmado está em sintonia com a Lei Maior. Em
seguida, após a assinatura pelo Presidente, o tratado é submetido à apreciação do Poder Legislativo, que
também terá a oportunidade de exercer o controlo de adequação daquele tratado à ordem jurídica pátria,
podendo rejeitá-lo no caso de sua incompatibilidade com a Constituição. Tais órgãos e agentes tem a
prerrogativa de exercer o controlo de constitucionalidade preventivo, ou seja, antes que a norma entre em
vigor.

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Capitulo II – Metodologia
• Tipo de Pesquisa. • População e Amostra
• Pesquisa Bibliográfica
• Tipo de Método:
• Indutivo

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CAPITULO III – Analise e Interpretação de Dados

• Do Regime de Fiscalização e Controle da Constitucionalidade dos Tratados Internacionais no


Ordenamento Jurídico Moçambicano.
• Como característica fundamental de Moçambique como Estado Constitucional, é sobretudo, o facto de a
ordem jurídica se fundamentar na Constituição. Assim sendo, fundamentar o Estado na Constituição
pressupõe a primazia do princípio da constitucionalidade
• dos orgãos do Estado diante das normas constitucionais, ou seja, o acto preventivo, accionado antes da
promulgação de determinada lei ou acto normativo no nosso ordenamento jurídico-constitucional, como
se pode depreender da conjugação do no. 1 do artigo 245, respectivamente da Constituição da República e
da lei Orgânica do Concelho Constitucional, a faculdade de requerer a apreciação preventiva da
constitucionalidade das leis, e reservada (salvo melhor entendimento) ao Presidente da República, isto é,
sempre que a ele sejam submetidos diplomas legais para promulgação, poderá, solicitar a fiscalização
prévia da conformidade dos mesmos com a Constituição.
• O risco de violação do princípio de direito internacional pacta sunt servanda (art. 26.º da Convenção de
Viena sobre Direito dos Tratados) apresenta na ordem jurídica moçambicana grau máximo. A
responsabilidade internacional do Estado moçambicano está à distância da aprovação de uma lei pela
Assembleia da República ou de um decreto-lei ou decreto pelo Governo que inclua, ainda que
inadvertidamente, disposições contrárias a obrigações internacionais do Estado moçambicano.
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• Da Incorporação do Direito Internacional no Ordenamento Jurídico Moçambicano
• A questão do método de incorporação das fontes de Direito Internacional na ordem jurídica
moçambicana encontra resposta no artigo 18. As soluções adoptadas neste preceito legal permitem a
incorporação das fontes de Direito Internacional no ordenamento jurídico moçambicano, sem que
haja lugar a qualquer alteração da sua natureza jusinternacional.
• Assim, em termos gerais, o número 2 determina que “as normas de direito internacional” podem
produzir efeitos “consoante a sua respectiva forma de recepção”. Embora a redacção não seja
imediatamente esclarecedora do seu sentido, o recurso a uma interpretação conforme ao Direito
Internacional permite extrair duas opções constitucionais de alcance muito significativo.
• o legislador constituinte assegurou a cobertura constitucional adequada à produção de efeitos internos
dos actos de direito derivado de qualquer entidade de integração regional económica, política ou
jurídica em que participe.
• Em segundo lugar, que o legislador constituinte não criou procedimentos internos específicos para a
incorporação das “normas de direito internacional” na ordem jurídica moçambicana. Pelo contrário,
ao expressamente referir que produzem efeitos “consoante a sua respectiva forma de recepção”, o
resultado pretendido foi que o costume internacional incorpore as fontes de direito da República de
Moçambique enquanto tal, da mesma forma que as resoluções das organizações internacionais de que
é parte produzam efeitos em conformidade com o que estiver estabelecido no respectivo tratado
constitutivo.

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• Dos Critérios de incorporação e publicitação das fontes de Direito Internacional (Tratados Internacionais)
• Os tratados internacionais para ingressarem no ordenamento jurídico moçambicano, desde a sua formação até a sua incorporação
obedecem no geral seis passos:
• Negociação; Assinatura; Proposta de resolução; Aprovação da resolução pela Assembleia da República; Ratificação; Publicação.
• Dos Procedimentos de vinculação internacional do Estado moçambicano e a posição hierárquica dos tratados internacionais na
ordem jurídica moçambicana
• No que especificamente respeita ao procedimento de vinculação internacional do Estado moçambicano, em consonância com a prática
internacional, podem ser autonomizadas três fases: a negociação, a manifestação internacional do consentimento a estar vinculado, e a
confirmação interna do consentimento a estar internacionalmente vinculado
• Em relação à posição hierárquica do Direito Internacional (tratados internacionais) na ordem jurídica moçambicana, a Constituição da
República de Moçambique de 2004 enfrenta o problema do posicionamento hierárquico do Direito Internacional na ordem jurídica
interna em termos particularmente impressivos. Na verdade, de uma forma muito pouco comum no direito constitucional comparado, o
nº 2 do artigo 18 prevê que as “normas de direito internacional têm na ordem jurídica interna o mesmo valor que assumem os actos
normativos infraconstitucionais emanados da Assembleia da República e do Governo”.
• O nº 2 do artigo 18 é uma concretização do nº 4 do artigo 2 (Soberania e legalidade), onde se prevê em termos gerais que as “normas
constitucionais prevalecem sobre todas as restantes normas do ordenamento jurídico”. Daqui resulta que, ao recorrer à expressão
genérica “normas de direito internacional”, o legislador constituinte estava intencionalmente a determinar a subordinação ao texto
constitucional de todas as fontes de Direito Internacional passíveis de produzir efeitos internamente.
• A posição tomada pelo legislador constituinte nesta matéria representa uma opção surpreendente, na medida em que é incompatível
com as características do Direito Internacional e inadequada à inserção da República de Moçambique na comunidade internacional.
• É de uma banda, incompatível com as características do Direito Internacional, na medida em que não tem em devida consideração a
multiplicação das fontes do Direito Internacional contemporâneo a que Moçambique está sujeito independentemente de uma
manifestação de vontade concordante, com destaque para as normas de ius cogens, o costume internacional, e algumas resoluções do
Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

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• (in) existência de mecanismos expressos de controlo da constitucionalidade e de legalidade do Direito Internacional
• Na opinião de BASTOS, a criticável opção assumida pelo legislador constituinte de subordinar o Direito Internacional ao texto
constitucional não é, no entanto, acompanhada da previsão de qualquer mecanismo de controlo da constitucionalidade ou da legalidade
do Direito Internacional. Em conformidade, o artigo 213 (Inconstitucionalidade) determina que “nos feitos submetidos a julgamento os
tribunais não podem aplicar leis ou princípios que ofendam a Constituição”, sem que seja feita qualquer referência a “normas
internacionais” ou a fontes de Direito Internacional. No que é seguido, em termos consonantes, pelo artigo 244 (Solicitação de apreciação
de inconstitucionalidade), que circunscreve a intervenção do Conselho Constitucional à apreciação e à declaração da
“inconstitucionalidade das leis” e da “ilegalidade dos demais actos normativos”.
• Controlo e fiscalização da constitucionalidade dos TI`s em Portugal
• O Tribunal Constitucional pode, como dito, ser chamado a intervir a título de fiscalização preventiva de constitucionalidade de tratado ou
convenção. Fala-se, nos termos do art.º 278.º, n.º 1, da CRP, a requerimento do PR, quando o tratado é submetido à ratificação
presidencial ou quando se lhe remetam para assinatura seja a resolução de aprovação da AR, seja decreto do Governo, consoante os casos
antes descritos. Reitera-se, porém que esta actividade, que visa evitar a recepção no ordenamento jurídico interno de normas
desconformes com a Constituição, nem é obrigatória, nem a leva a cabo o Tribunal Constitucional a título oficioso.
• Ainda que o Tribunal se pronuncie pela conformidade do tratado ou convenção com a Lei Fundamental da convenção, nem por isso se
institui o PR no dever de concluir o processo de vinculação.
• O acórdão confirmará a inexistência de impedimento constitucional à recepção na ordem interna do texto objecto de análise, mas a
decisão de ratificação ou assinatura permanecerá nas mãos do Chefe de Estado. Inversamente, havendo pronúncia de
inconstitucionalidade, o processo de vinculação não poderá concluir-se o que é o mesmo que dizer que, com aquela redacção, não poderá
ser o texto recebido no ordenamento jurídico.
• A revisão do seu conteúdo para adaptá-lo às exigências constitucionais portuguesas é evidentemente um exercício que fica evidentemente
dependente da vontade das demais partes contratantes. Já no caso de referendo sobre convenção internacional ou tratado europeu, a
respectiva convocação está obrigatoriamente, como enfatizado, dependente de remessa prévia ao TC. Sem fiscalização preventiva
obrigatória de constitucionalidade e legalidade dos requisitos já apontados, não é constitucionalmente possível à consulta referendária.

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Cont….
• Controlo e fiscalização da constitucionalidade dos TI`s em Angola
• É da competência do Presidente da República requerer ao Tribunal Constitucional a apreciação
preventiva da constitucionalidade dos Tratados Internacionais; como dito no artigo 135 º (Competência
do Presidente da República nas Relações Internacionais) no domínio das relações internacionais
“compete ao Presidente da República: Ratificar, depois de validamente aprovados, os Tratados e
Acordos Internacionais”.
• Controlo e fiscalização da constitucionalidade dos TI`s em Cabo-Verde
• Compete ao Presidente da República, nos termos do Artigo 135º, na alínea q) requerer ao Tribunal
Constitucional a apreciação preventiva da constitucionalidade dos Tratados Internacionais;
• Compete à Assembleia Nacional: a) aprovar para ratificação ou adesão os tratados e acordos
internacionais de participação de Cabo Verde em organizações internacionais, os tratados e acordos de
amizade, de paz, de defesa, de estabelecimento ou rectificação de fronteiras e os respeitantes a assuntos
militares; b) aprovar para ratificação ou adesão outros tratados;
• Compete, especificamente, à Assembleia Nacional, nos termos do artigo 175 da CRCV, na alínea f)
aprovar tratados e acordos internacionais
• Ao Presidente da República, no domínio das relações internacionais compete: a) ratificar, depois de
validamente aprovados, os Tratados e Acordos Internacionais .

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Conclusão e sugestões

• Da análise da fiscalização e controlo da constitucionalidade dos tratados internacionais no ordenamento jurídico


moçambicano, percebermos que existe certa resistência por parte do legislador moçambicano, no tocante ao
acolhimento do Direito Internacional. Esta resistência parece justificar-se pela necessidade de preservar o monismo
jurídico. Isto é, a necessidade de querer manter a arquitectura do sistema jurídico, com o intuito de lograr a
estabilidade, a coerência e a harmonia interna do sistema. Não obstante a sua integração internacional e a sua abertura
à globalização, o legislador moçambicano continua fortemente e negativamente marcado pelo Direito Estrangeiro –
Direito Internacional Clássico – que lhe fora imposto ao longo de muitos séculos e que constitui hoje símbolo de
servidão
• Validamos a primeira hipótese pelo facto de ser a existência de mecanismos expressos de fiscalização e controlo da
constitucionalidade dos tratados internacionais na ordem jurídica moçambicana a única via de manter a supremacia das
normas constitucionais; e invalidamos a segunda porque a supremacia das normas constitucionais permanece
meramente teórica devido a inexistência de mecanismos efectivos de fiscalização da constitucionalidade dos tratados
internacionais, neste sentido o principal mecanismo de defesa ou de garantia da Constituição consiste na fiscalização
preventiva da constitucionalidade. Por outro lado, pelo que os procedimentos que levam a celebração de um tratado
internacional não seguem os mesmos parâmetros comparativamente a uma lei interna, pelo que incorre ao risco de
contrariedade no seu uso;
• A resposta para nossa pergunta de partida é de que a forma mais adequada de garantir a conformidade das vinculações
internacionais com o texto constitucional teria sido através da previsão de um mecanismo de fiscalização preventiva da
constitucionalidade; não existe nenhuma disposição constitucional que preveja uma preferência na aplicação do Direito
Internacional pelos tribunais internos. Mas, a fiscalização somente ocorrerá se a própria constituição atribuir, expressa
ou implicitamente, a um ou mais orgãos, competência para exercitá-la.

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Pela atenção dispensada


MUITO OBRIGADO

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