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Rastreamento da pré-eclâmpsia

Ariane Lázaro – R2 GO HUB


Orientador: Dr Walter Amaral

USPSTF

 Objetivo: atualizar a recomendação do USPSTF de
1996 para o rastreamento de pré-eclâmpsia.

 Recomendações sobre a eficácia de fatores preventivos


específicos para pacientes sem sinais ou sintomas
evidentes.

 Baseia suas recomendações na evidência de riscos e


benefícios e faz uma avaliação do equilíbrio entre eles.
USPSTF

 Reconhece que as decisões clínicas envolvem mais
do que apenas evidências. Os clínicos devem
compreender a evidência, mas individualizar a
tomada de decisão para determinado paciente ou
situação específica.
Introdução

 Distúrbio hipertensivo relativamente comum na
gravidez  2% a 8% das gestações em todo o
mundo; 4% nos EUA.
 2ª principal causa de mortalidade materna no
mundo.
 Nos EUA  9% das mortes maternas.
 Mais de 1/3 das complicações obstétricas são
atribuídas à PE e à eclâmpsia.
Introdução

 Definição:

Hipertensão (>= 140x90mmHg) após 20


semanas de gestação + proteinúria e/ou sinais e
sintomas envolvendo múltiplos órgãos e
sistemas.
Introdução

 Complicações maternas
 AVC
 Eclâmpsia (1 a 2% dos casos de PE)
 Falência de órgãos
 Síndrome HELLP
Introdução

 Complicações fetais e neonatais
 RCIU
 Baixo peso ao nascer
 Oligodrâmnio
 Morte fetal ou neonatal
Introdução

 Medidas de PA durante a gestação  diagnóstico
precoce da doença  possibilidade de seguimento,
tratamento eficaz e prevenção de complicações.
Benefícios da detecção precoce e
tratamento

 Pode evoluir rapidamente para uma doença grave 
complicações sérias e até fatais para mãe e feto.

 Evidências adequadas de que tratamento bem


estabelecido  reduz morbimortalidade materna e
perinatal.

 Evidências inadequadas sobre a eficácia das


ferramentas de previsão de riscos (indicadores clínicos,
marcadores séricos e índice de pulsatilidade da artéria
uterina).
Avaliação de risco

TODAS as mulheres grávidas apresentam risco


de pré-eclâmpsia e devem ser rastreadas.
Fatores de risco

 Antecedente de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia
 Mau passado obstétrico
 Comorbidades maternas (DM tipo 1 ou 2, DMG,
HAS, doenças auto-imunes)
 Gestação múltipla
 Outros: nuliparidade, obesidade, raça afro-
americana, baixo nível socioeconômico, idade
materna avançada.
Diagnóstico

 Elevação da PA (>= 140x90mmHg)
 Medida em 2 ocasiões, com pelo menos 4 horas de
intervalo, acima de 20 semanas de IG.

 Paciente sentada, com as pernas descruzadas e as


costas apoiadas, por 5 minutos.
Diagnóstico

 Proteinúria
 >= 300mg/dL em urina de 24h  PADRÃO-OURO

 Relação proteína/creatinina >= 0,3 mg/mmol

 Teste da fita com proteína > 1+  baixa precisão


diagnóstica para detecção de proteinúria na gestação.
Diagnóstico

 Proteinúria
 Evidências variadas e limitadas sobre a precisão
desses testes.
 Evidências sugerem que os testes automatizados têm
melhor desempenho do que os testes de leitura
manual.
 Não é um bom marcador de gravidade.

Está presente na maioria dos


casos, mas não é sempre!!
Diagnóstico

 Na ausência de proteinúria :
 Trombocitopenia
 Insuficiência renal
 Insuficiência hepática
 Edema pulmonar
 Sintomas visuais ou neurológicos.
Testes de rastreamento

 Medidas de PA.

 USPSTF considerou as medidas de pressão arterial


precisas para identificação de hipertensão em
adultos.
Intervalo de rastreamento

 As medidas da PA devem ser realizadas em todas as
consultas de pré-natal.

 Se houver elevação em uma medida, ela deve ser


confirmada.

 Monitorização deve ser feita com medições


frequentes.
Tratamento

Tratamento definitivo  PARTO!


Tratamento

 PE  é uma das principais causas de indução de
trabalho de parto prematuro e de baixo peso ao
nascer, nos Estados Unidos.

 Prematuridade  maior morbimortalidade neonatal.


Tratamento

 Acompanhamento materno e fetal frequente
 Anti-hipertensivos
 Sulfato de magnésio

Profilaxia com AAS em baixa dose


(81mg/dia) após 12 semanas de IG em
mulheres com alto risco de PE.
Considerações

 Mais investigação  compreender e definir os
subtipos de PE e riscos para a saúde materna e
perinatal.

 Estudos para comparar diferentes formas de


rastreamento e os efeitos na saúde materna e
perinatal, bem como na saúde a longo prazo.
Eficácia da previsão de risco

 4 estudos com 16 modelos de previsão de risco
usando marcadores séricos e USG com doppler

Todos apresentaram BAIXO valor


preditivo positivo (4-39%)
Eficácia da detecção precoce e do
tratamento

 Ensaio clínico randomizado com 2764 gestantes
avaliou os riscos e benefícios do intervalo mais curto
entre as consultas de pré-natal  nas mulheres de
baixo risco não houve piora do prognóstico materno
ou neonatal com menos consultas (9x14 consultas).
 No entanto, a diferença média no número de consultas
entre os grupos foi menor do que o esperado e o
estudo foi insuficiente para detectar diferença nos
resultados maternos e neonatais.
Eficácia da detecção precoce e do
tratamento

 Embora o USPSTF não tenha encontrado estudos
recentes sobre a eficácia direta do rastreamento da
PE, experiências clínicas extensas fornecem evidência
de tratamentos eficazes para a PE.

 Anti-hipertensivos e sulfato de magnésio  reduzem


eventos adversos quando bem indicados.
Eficácia da detecção precoce e do
tratamento

 Ensaio clínico randomizado com 10.141 gestantes mostrou
benefício no uso de sulfato de magnésio para prevenção da
eclâmpsia.

 Gestantes com PE grave que receberam sulfato de Mg 


redução de 58% no risco de eclâmpsia.

 Incidência de DPP  menor no grupo que recebeu sulfato de


Mg.

 Não houve evidência de danos a curto ou a longo prazo com


o tratamento para a mãe ou a criança.
Eficácia da detecção precoce e do
tratamento

 Momento do parto: evidências indicam o parto em
mulheres com PE com mais de 37 semanas para
redução dos riscos maternos.

 Estudo multicêntrico (HYPITAT) mostrou que o


parto imediato reduziu os efeitos adversos maternos
em mulheres com PE > 37 semanas, sem diferença
nas taxas de cesárea e nos resultados neonatais.
Potenciais danos do rastreamento e
do tratamento

 Evidências adequadas de que os danos do
rastreamento e do tratamento são pequenos.
Potenciais danos do rastreamento e
do tratamento

 Danos potenciais do tratamento
 Parto prematuro
 Complicações neonatais
 Parto cesárea
 Efeitos adversos do sulfato de magnésio (náuseas,
cefaleia, borramento visual)
 Efeitos adversos dos anti-hipertensivos (fadiga,
cefaleia e náuseas).
Magnitude do benefício do
rastreamento da PE

 Evidência de que o tratamento reduz
morbimortalidade materna e perinatal.
 Precisão bem estabelecida das medidas de PA.
 Evidências adequadas de que os danos do
rastreamento e do tratamento são pequenos.

USPSTF recomenda o rastreamento de PE com


medidas de PA durante a gravidez
(Recomendação B)
Recomendações

 Sociedade de Obstetras e Ginecologistas do Canadá 
recomenda que o diagnóstico seja baseado em medições
de PA e que todas as mulheres grávidas devem realizar
avaliação de proteinúria. NÃO recomenda o
rastreamento com biomarcadores ou USG com doppler.

 Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados


 recomenda o rastreamento da PE com medidas de PA
e avaliação de proteinúria em cada consulta de pré-
natal.
Recomendações

 ACOG  recomenda obter medidas de PA em
cada consulta de pré-natal e usar um histórico
médico detalhado para avaliar os fatores de risco
para a pré-eclâmpsia.
POPULAÇÃO Mulheres grávidas sem diagnóstico de HAS ou pré-
eclâmpsia

RECOMENDAÇÃO Rastreamento de pré-eclâmpsia com medidas de PA


durante a gestação

AVALIAÇÃO DE Todas as mulheres grávidas estão em risco de pré-


RISCO eclâmpsia e devem ser rastreadas.

Antecedente de eclampsia ou pré-eclâmpsia


Mau passado obstétrico
Comorbidades maternas
Gestação múltipla
Outros fatores de risco

TESTES DE As medidas de pressão arterial são rotineiramente


RASTREAMENTO usadas para detectar a pré-eclâmpsia.
INTERVALO DE Medidas de pressão arterial devem ser obtidas durante
RASTREIO cada consulta de pré-natal. Se um paciente tiver uma
leitura elevada da pressão arterial, a leitura deve ser


confirmada com medidas repetidas.

TRATAMENTO Estratégias com monitoramento fetal e materno


frequente, medicamentos anti-hipertensivos e sulfato
de magnésio.

BENEFÍCIOS X O USPSTF conclui com certeza moderada que existe um


DANOS benefício considerável do rastreamento para a pré-
eclâmpsia em mulheres grávidas.

OUTRAS O USPSTF recomenda o uso de baixa dose de aspirina


RECOMENDAÇÕES (81 mg /d) como medicação preventiva após 12 semanas
RELEVANTES DO de gestação em mulheres com alto risco de pré-eclâmpsia.
USPSTF
Obrigada!

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