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CUBISMO – 1907

Paul Cézanne
Pós-impressionista
Saturado da estagnação criativa da
arte, Paul Cézanne abandonou o
esquema de representação da
perspetiva cónica, que se fixava num
único ponto de vista e afastou-se da
prática impressionista que se
interessava pela impressão fugaz das
formas e das cores.

Paul Cézanne (1939-1906).


Cézanne defendia que a realidade
deveria ser analisada e compreendida
para ser representada e estruturada
por sólidos simples.
O modo de perceção e de
representação propostos por
Cézanne, foram determinantes para
a abstração e para a transição entre o
impressionismo e o cubismo.

Paul Cézanne, Mulher com caneca de café


1890-95.
A simplificação do Monte Santa Vitória, só foi possível, porque
Paul Cézanne o pintou inúmeras vezes e compreendeu a
natureza desta paisagem.
O processo de abstração de Paul Cézanne, inspirou os
pioneiros do movimento cubista que foram Pablo Picasso
e George Braque
CUBISMO – 1907

Pablo Picasso
1881-1973
George Braque
1882-1963
O CORTE COM A PERSPETIVA RENASCENTISTA

Masolino (1383-1447).
Ambos consideravam que tanto a perceção, como a representação
do mundo, não se reduzia a um único ponto de vista, como a
perspetiva Renascentista impunha.
PERSPETIVA RENASCENTISTA

Esta visão menos superficial fez com que os artistas se


aproximassem mais da realidade, em vez de se afastarem dela.

Com este conhecimento criaram uma nova forma de representação,


que resultaria da perceção dinâmica de vários pontos de vista,
diferente da perceção estática de um único ponto de vista da
perspetiva Renascentista.
Nesta altura já se tinha provado científicamente que cada olho
captava uma imagem.
CUBISMO

O mesmo objeto é representado


no mesmo plano através de
diferentes pontos de vista.

Pablo Picasso, Sylvette David, 1954.


Esta representação, embora abstrata, fragmentada e sem ilusão de
profundidade, é fruto de uma perceção analítica cuidada do mundo
real.
A representação mais simplificada e geométrica é inspirada nas
formas estilizadas da arte africana.
Pablo Picasso, Les Demoiselles d'Avignon, 1907.
A ilusão de profundidade é ambígua.
Os sinais gráficos dão-nos pistas contraditórias e anulam a ilusão
da tridimensionalidade.

O que está à frente e o que está atrás.


George Braque, A mesa, 1928.
A sobreposição e a transparência de elementos, anulam a
ilusão de profundidade.
A distinção de figura/fundo não é definida por contornos. Estes são
ambíguos e não limitam as áreas de cor.
Os vários pontos de vista são
contidos num único plano.

A autonomia formal dos


contornos a preto ou a
ausência destes,
criam uma nova ordem do
espaço pictórico.
A fragmentação e as cores
análogas, não têm contraste
nem contornos pretos.

Juan Gris, Retrato de Pablo Picasso,


1912.
CONTRASTES: COR E TEXTURA

Mais tarde, os vários pontos de


vista e os contrastes de cor
saturada, acentuam a
ambiguidade de profundidade.

A interação torna-se
mais dinâmica entre o observador
e a pintura.

Fernand Léger, Natureza-morta, 1921-22.


A pintura cubista é plana, sem profundidade lógica:
– a composição contém, num plano, vários pontos de vista do
mesmo objeto;
– as linhas nem sempre definem claramente o que é a figura e
o fundo;
– contraste de cores planas sem gradação de cor;
– contraste de texturas visuais ou impressas;
– simplificação geométrica das formas;
– valores claro/escuro aplicados sem realismo.

Todos estes elementos criam planos de profundidade, que tanto


parecem retroceder como avançar, sem ordem lógica.

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