Notariado

Habilitação
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Conceito de sucessão

• A sucessão consiste no chamamento de uma ou mais pessoas à titularidade das

relações jurídicas patrimoniais de uma pessoa falecida e a consequente devolução dos
bens que a esta pertenciam (art.º 2024.º CCivil), havendo necessidade de saber, com
rigor, quais as pessoas que devem ser chamadas à sucessão aberta.

• A prova de que as pessoas chamadas são as únicas com vocação sucessória ou são os
únicos sucessores da pessoa falecida pode ser feita por:
• Habilitação judicial, como incidente processual;
• Habilitação notarial, por escritura pública;
• Através do processo especial regulado nos art.ºs 210.º-A e segs. do CRCivil.

Virgílio Félix Machado

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Habilitação notarial

• De acordo com o art.º 83.º a habilitação notarial consiste na declaração, feita em

escritura pública, por três pessoas, que o notário considere dignas de crédito, de que os
habilitandos são herdeiros do falecido e não há quem lhes prefira na sucessão ou quem
concorra com eles.

• Em alternativa, as declarações podem ser prestadas por quem desempenhar o cargo

de cabeça de casal.

• O cargo de cabeça de casal incumbe a quem for deferido na ordem estabelecida nos
art.ºs 2080.º e 2081.º do CCivil.

Virgílio Félix Machado

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Habilitação notarial

•A prova positiva poder fazer-se documentalmente através de certidões do

registo civil, por exemplo, mas já não é possível uma prova documental
relativamente à inexistência de outras pessoas que, porventura, tivessem
também a qualidade de herdeiros, daí a indispensabilidade da habilitação.

Virgílio Félix Machado

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Habilitação notarial

• A habilitação notarial constitui um acto preparatório da partilha e, por isso,

deve conter todos os elementos necessários a um correcto cálculo dos
quinhões dos interessados, designadamente:

• Deve conter a indicação se houve pré-morte ou repúdio como

fundamento do direito de representação (art.º 2039.º CCivil);

• Se houve substituição directa (art.º 2281.º CCivil);

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Habilitação notarial

• Se há direito de acrescer (art.º 2301.º CCivil);

• Se houve transmissão de quinhões hereditários, quer por sucessão quer por

contrato (art.º 2058.º e 2124.º CCivil);

• Na sucessão de irmãos deve ser indicado se são germanos, consanguíneos

ou uterinos, pois o quinhão dos primeiros é igual ao dobro dos segundos,
quando com eles concorram (art.º 2146.º CCivil);

• A identificação do autor da herança e dos habilitandos deve conter a menção

dos seus nomes completos, estado civil, naturalidade e última residência
habitual. Se algum dos habilitandos for menor deve indicar-se essa
circunstância e se forem casados, deve indicar-se o nome do cônjuge e o
regime de bens (art.º 47.º, n.º 2).

Virgílio Félix Machado

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Declarantes (art.º 84.º)

•Assenta a habilitação notarial no testemunho dos declarantes, que por si só faz

a prova da inexistência de pessoas que prefiram aos habilitandos ou com eles
concorram à sucessão.

•A indicação de quem são os herdeiros terá que ser provada documentalmente,

pelo que, neste aspecto, não bastam as afirmações por eles produzidas.

•Não poderão ser declarantes, nos termos do art.º 84.º, as pessoas inábeis para
serem testemunhas instrumentárias, nem os parentes sucessíveis dos
habilitados, nem o cônjuge de qualquer deles. Além disso, terão que ser
pessoas dignas de crédito, no juízo do notário (art.º 83.º n.º 1).

Virgílio Félix Machado

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Documentos instrutórios (art.º 85.º)

Para instruir uma habilitação de herdeiros são necessários os seguintes

documentos:
• Certidão narrativa de óbito do autor da herança;
• Certidões do registo civil justificativos da sucessão legítima, quando
nesta se fundamente a qualidade de herdeiro de algum dos habilitandos;
• Certidão de teor do testamento ou da escritura de doação por morte,
mesmo que a sucessão não se funde em algum desses actos.

Virgílio Félix Machado

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Documentos instrutórios /Certidões do registo civil/Art.º 85.º, n.º 1, b

•Se o cônjuge for herdeiro – certidão de casamento;

•Descendentes – certidão de nascimento;
•Se os herdeiros forem os ascendentes – certidão de nascimento do autor
da herança, não sendo necessária a certidão de nascimento dos
ascendentes;
•Se os herdeiros foram irmãos, sobrinhos ou primos – além da certidão de
nascimento destes é necessário a certidão de nascimento do de cujus para
se provar a paternidade ou a avoenga comum.

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Efeitos da habilitação /Art.º 86.º

•Registo nas conservatórias do registo predial;

•Registos nas conservatórias do registo comercial e da propriedade automóvel;

•Averbamentos de títulos de crédito;

•Averbamentos de transmissões de direitos de propriedade literária, científica,

artística ou industrial;

•Levantamento de dinheiro ou de outros valores.

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Impugnação da habilitação (art.º 87.º)

•Dado que os declarantes respondem criminalmente pelas declarações feitas,

raros serão os casos de preterição de herdeiros.

•O herdeiro preterido que pretenda impugnar a habilitação notarial, além de

propor a acção nos termos da lei de processo, deve solicitar ao tribunal a
imediata comunicação da pendência do processo ao respectivo cartório notarial.

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Habilitação de legatários (art.º 88.º)

•A qualidade de legatário também se pode provar por habilitação notarial;

•Nos casos em que o testador não nomeie especificadamente os legatários,

mas os institua de forma indeterminada ou genérica (ex: lego o prédio X aos
filhos da minha irmã F).

•Também é necessário a habilitação de legatários quando o testador distribui

toda a sua herança por meio de legados. Terá de saber-se, nesta hipótese, se
porventura não existem herdeiros legitimários que preferiram aos legatários
instituídos ou com eles concorram à sucessão dentro dos limites da quota
legitimária do falecido.

Virgílio Félix Machado

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Habilitação notarial/Lei reguladora da sucessão /Estrangeira

Documentos instrutórios se a lei reguladora da sucessão for estrangeira e o

notário a não conhecer: (art.º 85.º, n.º 2)

• Documento comprovativo da referida lei;

• O documento pode ser emitido por agente consular ou diplomático.

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Procedimentos Simplificados de sucessão
hereditária

Registo Civil
 Registo Civil

Procedimentos simplificados de sucessão hereditária/Art.ºs 210.º-A a 210.º L

1.Visam, relativamente à sucessão hereditária, a promoção de:

a) Atos de titulação
b) Registo; e
c) Garantia do cumprimento de obrigações fiscais.

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Procedimentos simplificados de sucessão hereditária/Art.ºs 210.º-A a 210.º L

•Espécies/art.º 210.º-A, n.º 2

a) Habilitação de herdeiros, partilha e registos/Art.º 210.º-F
b) Habilitação de herdeiros com ou sem registos/Art.º 210.º-G e 210.º-O
c) Partilha e registos/Art.º 210.º-H

•Contratos de mútuo e outros contratos de crédito/art.º 210.º-A, n.º 5

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Procedimentos simplificados de sucessão hereditária/Art.ºs 210.º-A a 210.º L

•Legitimidade/art.º 210.º-B e 2096.º do CCivil

• Cabeça de casal ou seu representante legal ou mandatário:

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Procedimentos simplificados de sucessão hereditária/Art.ºs 210.º-A a 210.º L

•Formalidades prévias/Art.º 210.º-E:

Os procedimentos dependem:
a)Da verificação do óbito;
b)Da qualidade de herdeiro;
c)Da capacidade e dos poderes de representação dos interessados.

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Procedimentos simplificados de sucessão hereditária/Art.ºs 210.º-A a 210.º L

• Procedimento de habilitação de herdeiros, partilha e registo/Art.º 210.º-F

• Procedimento de habilitação de herdeiros com ou em registos/Art.º 210.º-

G e 210.º-O;

• Procedimento de partilha e registos/Art.º 210.º-H

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Procedimentos simplificados de sucessão hereditária/Art.ºs 210.º-A a 210.º L

• Pedidos complementares/Art.º 210.º-I

• Diligências subsequentes/Art.º 210.º-J

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Procedimentos simplificados de sucessão hereditária/Art.ºs 210.º-A a 210.º L

• Atendimento presencial único/Art.º 210.º-D

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