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Legislação
Código Civil: art.º. 2179º a 2234º
Código do Notariado : art.º4º/2, a)
art.7 1, d), art.º .11º, art.º .15º, art.º25º,2
art.º.32º,2, art.º36- 2, art.º 38º, 1 e2, art.º 47º, 4
art.º 61 º, art.º140º, art. 187º a) , art. 202, al-a)
“ A riqueza das situações da vida real, como a variedade das opções e desejos das pessoas faz com
que se possa ser muito amplo e diversificado o conteúdo de um testamento. Consequentemente, o
Notário poderá ter que resolver as mais variadas hipóteses de direito civil”
In Prática Notarial
A.M. Borges de Araújo
Noção
• Os testamentos públicos, que são da autoria do notário, são lavrados em livro
próprio, após prévia análise da validade substancial das pretensões do testador,
e são lidos em voz alta e explicado o seu conteúdo ao testador, na presença de
duas testemunhas.
• O testamento é um ato pessoal e unilateral de vontade, revogável, pelo qual
uma pessoa dispõe, para depois da morte, de todos os seus bens ou de parte
deles. ( art.º. 2279º CC)
• Os que não sabem (analfabetos) ou não podem (cegos) ler ou assinar só
podem dispor na forma de testamento público.
• Trata-se de um ato que decorre da liberdade conferida a qualquer cidadão de
testar, de não testar e de revogar o seu testamento.
Intervenientes
O Testador
Duas testemunhas - podem-se dispensar em casos de força maior (art.º 67º CN)
Cônjuge : quando esteja em causa o consentimento no legado de bens comuns do casal ( art.º 1685º
CC)
Forma :
• Segredo Profissional. Os testamentos e tudo o que com eles se relacione são matéria
confidencial (art.º 32º, 2 CN)
• Falecido o testador, deve o seu óbito ser averbado ao testamento público com base
em certidão de óbito (art.º 135º,1 e art.º 138º CN).
• Comunicação da revogação no caso do testamento pertencer a outro cartório ( art.º 134º,1 CN)
2. TESTAMENTO CERRADO
• Legislação :
O mérito dos testamentos cerrados reside precisamente em manter segredo absoluto sobre o que neles se contém.”
In Prática Notarial
A.M. Borges de Araújo
Noção
• É um testamento manuscrito e assinado pelo testador* ou manuscrito por
outra pessoa a seu rogo e assinado pelo testador.
• Na redação do testamento cerrado devem evitar-se as emendas, rasuras, traços,
entrelinhas, borrões ou notas marginais que, se existirem, devem ser
ressalvados pelo próprio testador, antes de o testamento ser aprovado pelo
notário, que o pode auxiliar a fazê-lo.
*Os que não sabem (analfabetos) ou não podem (cegos) ler ou assinar não podem dispor através de testamento
cerrado: só o podem fazer mediante testamento público, uma vez que, sendo-lhes inacessível a leitura do
testamento cerrado, não podem controlar se o que dele consta traduz fielmente a sua vontade.
Aprovação- formalismo especial- art 108º CN
• Rubrica das Folhas e Selo branco : no final junto a assinatura do notário bem como ao lado
da rubrica em todas as folhas do testamento e do instrumentos deve ser colocar o selo branco
do cartório
• Deve ser dobrado de forma a que depois de cosido, não se consiga ver
os dizeres. No caso da última folha do testamento que serve de capa
contiver dizeres que não consigam ser escondidos, terá que se
acrescentar uma folha em branco e com ela ser cosido e lacrado.
• Cosido dos lados para evitar que nenhuma palavra seja atingida e de
seguida é lacrado .
• Nota: no exterior da folha que serve invólucro, deve conter uma nota a
identificar a pessoa a quem pertence o testamento ( art.º .108º n.6 CN
Testamento cerrado de F…(nome completo, estado, residência do testador) depositado hoje neste cartório . Instrumento de
depósito registado a fls … do livro nº…sob o nº …
Data
O Notário , …
Instrumento de Depósito no Cartório
• Legislação :
• Lei 25/2012, 16/07 – Regula as diretivas antecipadas de vontade, designadamente sob a forma
de testamento vital, e a nomeação de procurador de cuidados de saúde e cria o Registo
Nacional do Testamento Vital (RENTEV)
• Portaria 104/2014, 15/05 – aprova o modelo de testamento vital
• Portaria 96/2014, 05/05 – Regulamenta a organização e funcionamento do Registo Nacional
do Testamento Vital (RENTEV)
Noção
Legislação :
Obedecem á Lei Uniforme sobre a Forma de um testamento Internacional
(LUFTI) que foi aprovada pela Convenção de Washington em 26-10-1973
A lei portuguesa incorporou no direito interno a Convenção e a Lei Uniforme.
• D. L. 252/75 de 23.05
Noção
• Legislação:
• Cf. Código Civil, art.º 2062.º a 2067.º
• art.º 1683º, nº 2
• art.º1889.º, n.º1, al. j)
• art. 2049 º é extensível aos legados, com as necessárias
adaptações, o disposto sobre o repúdio da herança
• Legislação :
• Código Civil : Art.ºº 2024º e segs
Códido do Notariado: art.º 82, art.º 83 n.º 1 CN + 84.º CN
Certidão de óbito
Certidões de nascimento, (onde verifica a filiação ou avoenga que liga os herdeiros á pessoa falecida
( ver quadro seguinte prova da sucessão legítima )
Certidão de casamento (óbitos a partir de 01/04/1978 o conjugue sobrevivo passa a ser herdeiro legitimário
e a integrar a 1.ª classe de sucessíveis, juntamente com os descendentes, ou, na sua falta, com os
ascendentes)(ver quadro seguinte prova da sucessão legítima )
Certidão de testamento com o óbito averbado ou escritura de repúdio, a não ser que faça parte do
arquivo notarial
Sucessão de irmãos,
sobrinhos e primos – Sucessão de Cônjuge
Certidão de nascimento do Certidão de casamento
falecido , porque prova os
vínculos de filiação e ( falecido depois de 1.4.1978)
avoenga comum.
Sucessão de neto –
Certidão de nascimento do neto, onde consta
a avoenga, não é necessária certidão de
nascimento do ascendente pré – falecido.
Lei estrangeira Artº 85º, nº 2 CN
Quando a lei reguladora da sucessão for estrangeira e o Notário não a
conhecer, a escritura deve ser instruída com documento idóneo comprovativo da
referida lei.
• ___ No dia ******, perante mim, …………., Notária em Loures, inscrita na Ordem dos Notários Portugueses sob o
número .. no meu cartório sito na rua ……c, compareceu a outorgar: _______
• ___ *******, nif *****, natural da freguesia e concelho de ****, casada com *****, no regime da comunhão ****,
residente na *****, pessoa cuja identidade verifiquei por exibição ________________________________________
• ____ que outorga na qualidade de cabeça de casal da herança adiante mencionada. ________________
• __________________________E DISSE: _________________________
• ___ Que no dia *****, na União de freguesias de *****, concelho de *****, faleceu a sua mãe ****, no estado de
viúva de ****, natural que foi da freguesia de *****, concelho do *****, com última residência habitual na *******. _
• ___ Que a autora da herança não fez testamento ou qualquer outra disposição de última vontade, tendo-lhe
sucedido como únicos herdeiros a sua filha *****, que é ela declarante já identificada, e _______________
• ___ o seu neto em representação do seu filho pré-falecido ******; : __________________________
• ___ *****, natural da freguesia de ****, concelho de ****, casada com *****, no regime da comunhão ****,
residente na ******; E
• ___ ******, solteiro, maior, natural da freguesia de **** concelho de *****, residente na *******. ___________
• ____ em representação do seu filho *******, que repudiou a mencionada herança, por escritura lavrada hoje a folhas
*****, deste mesmo livro de notas. ____________________________________
• ____ Que não há outras pessoas, que segundo a lei, prefiram aos indicados herdeiros ou quem com eles possa
concorrer na sucessão. _____________
• ___ Visualizei hoje no site www.civilonline.pt, os assentos de nascimento dos mencionados herdeiros, através dos
códigos de acesso, respetivamente, *******, **** e *****, cujas cópias imprimi e que arquivo juntamente com a
certidão do assento de óbito da autora da sucessão. ___________
Alienação de herança
• Legislação :
• Cf. Código Civil ,
Art.º 2º, nº 5 c)
Art.º 21º,nº 3 e 4
-
Noção
• Legislação :
• Código Civil
• Art.º 2101º e segs
• Código do Notariado
• Art.º 54º, 2
• Art.º 55º, al. a)
Noção
• Conteúdo
• A morre no estado de solteiro, sem descendentes nem ascendentes. Deixa dois herdeiros, B irmão germano e C
é irmão uterino. Da herança faz parte um prédio rústico inscrito na matriz no ano 1960 com VPInicial de 100
euros ao qual se aplica o coeficiente de 44,21 da portaria 1337/2003 de 05.12 para cálculo do VPT para efeitos de
IMT …. 100x44,21=4421,00
Tornas +1473,68
Forma à partilha
Nos termos do artº 2146º CC, os irmãos germanos têm direito ao dobro do quinhão dos uterinos ou
consanguíneos.
Assim, B tem um quinhão de 4421,00 euros e C tem direito a um quinhão de 1473,68 euros.
Caso prático – cônjugue, 1 filho, 2 netos
direito de representação
• A falece e deixa o cônjuge B, um filho C, e dois netos em direito de representação de um filho pré falecido (D), E e F.
• Deixa dois imóveis, um prédio urbano em Lisboa no valor de 1200000 euros e outro no Algarve no valor de 60000 euros (ambos
bens comuns do casal).
• O prédio do Lisboa é adjudicado a C e o prédio do Algarve é adjudicado a F
• Quanto têm que dar de tornas aos restantes herdeiros.
artigos valor B C E F
Urbano 120.000 120.000
Urbano 60.000 60.000
Total 180.000
Adjudicações -------- 120.000 ------- 60.000
Direitos 120.000 30.000 15.000 15.000
Tornas - 120.000 +90.000 -15.000 +45.000
• Forma á partilha
• Soma -se o valor de todos os bens 180 000 euros,
• separamos a meação de B no valor de 90 000 euros.
• O valor restante de 900000 euros, herança, divide-se por 3, no valor de 30 000 euros.
• Assim, a B, pertence 90 000 euros (meação) + 30 000 (quinhão)
• Ao filho C, pertence 30 000 euros.
• O quinhão que pertenceria a D divide-se por 2, pertencendo a cada um dos seus filhos E e F, o quinhão de 15 000 .
Caso prático-Partilha – testamento.
Bem comum e bem comum . Art. 2139º, nº 1 CC
A faleceu e fez testamento onde instituiu herdeira da quota disponível a mulher B. Deixou como herdeiros legitimários a mulher B, com quem era casado
na comunhão de adquiridos e 4 filhos, C, D , E e F.
Da herança faz parte um prédio urbano adquirido após o casamento ( bem comum) e um prédio urbano adquirido antes do casamento ( bem próprio) .
Urbano – 90 000 bem comum do casal.
Fração autónoma- 60 000 bem próprio
B C D E F
Urb 90000 90000
Total
Direitos 97500,00 13125,00 13125,00 13125,00 13125,00
Adjudicações 60.000,00
Forma á partilha
Temos que separar a meação de B, no valor de 45 000 euros.
O bem próprio integra na totalidade a massa da herança.
0 valor da herança ascende ao montante de 105000 ( 45000 + 60000 ), sendo retirado 1/3 por sucessão testamentaria a favor de B 35.000,00, pelo que o remanescente no
montante de
70000,00 divide-se por 4, uma vez que o cônjuge tem sempre direito a ¼ da herança, nos termos do disposto no 2139º, nº 1 CC, o que dá um quinhão ao cônjuge de
17.500,00 euros.
O remanescente de 53500,00 euros divide-se por 4, por tantos serem os filhos, o que dá um quinhão de 13125,00 euros.
B- Tem direito a receber 45000 (da meação) + 35.000,00 ( 1/3) + 17500,00 (quinhão= 1/4) no total 97500 C, D, E e F – Têm direito a receber cada um o valor de 13125,00
euros.
Grata pela vossa atenção
Lúcia M. Ataíde
Notária