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Semiologia Neurológica

Bases extremamente básicas da base do


exame neurológico básico

Fernando Stelzer
Diagnóstico neurológico
• Topográfico;
• Síndrômico;
• Etiológico.
Roteiro para exame neurológico
• Medidas do crânio e análise de • Fáscies
deformidades
• Atitude e postura (equilíbrio
• Palpação de artérias cranianas e cervicais
estático)
• Ausculta de artérias carótidas
• Palpação de pontos dolorosos cervicais e • Marcha (equilíbrio dinâmico)
cranianos • Sensibilidade e dor
• Exame do estado mental • Táctil;
• Consciência; • Dolorosa;
• Orientação no tempo, espaço e pessoa;
• Memória e Atenção.
• Vibratória;
• Exame das funções corticais superiores
• Cinético-postural;
• Fala e linguagem; • Discriminação de dois pontos;
• Agnosias, apraxias. • Estereognosia.
Roteiro para exame neurológico
• Força • Nervos cranianos
• Exame contra-resistência • Coordenação
• Manobras deficitárias
• Movimentos involuntários
• Tônus muscular
anormais, incluindo crises
• Trofismo muscular epilépticas
• Motricidade involuntária: Reflexos • Sinais de irritação
• Reflexos musculares fásicos meningorradicular
(tendinosos);
• Reflexos superficiais;
• Presença de clônus
Triagem neurológica rápida
• Estado mental (durante a • Força dos membros superiores:
anamnese e o exame); deltoide, tríceps, extensores dos
punhos e mm. das mãos;
• Com lanterna portátil:
• Reflexos fotomotores; • Mingazzini dos MMSS;
• Movimentos oculares extrínsecos; • Coordenação: índex-nariz;
• Faringe e língua. • Diadococinesia;
• Motricidade da face; • Avaliação de sensibilidade;
• Campos visuais; • Reflexos tendinosos;
• Fundo de olho; • Reflexo cutâneo plantar;
• Postura e marcha.
Macrocefalia

Perímetro craniano
Microcefalia

Meses Anos
Artérias cervicais e cranianas
• Inspeção e palpação do pulso das
artérias temporais;
• Procurar por irregularidades e maior
endurecimento do vaso.
Ausculta dos vasos cervicais
• Inspeção do pulso;
• Estetoscópio sobre:
• Artéria carótida comum;
Artéria carótida
• Artéria vertebral.
comum
• Palpação bilateralmente:
Artéria
• Atenção nos idosos. vertebral
Fáscies & Inspeção
Angiofibromas faciais (esclerose tuberosa)

D
D Hemangioma na hemiface
direita, cor de vinho do
Porto (síndrome de Sturge-
Weber)
D

Ptose palpebral bilateral em consequência de miastenia gravis


Herpes zoster
• Presença de vesículas, pústulas e
crostras em região de nervo
sensitivo.
Manchas café com leite (neurofibromatose tipo I)

E
D

Escápula alada
bilateral

Distrofia muscular facioescapuloumeral


Avaliação do estado mental
Avaliação do estado mental
• Anamnese: • Mini-exame do estado mental:
• Aparência; • Orientação temporal e espacial;
• Comportamento motor; • Atenção e concentração;
• Humor e afeto; • Linguagem;
• Produção verbal; • Memória;
• Pensamento; • Habilidades matemáticas;
• Percepção. • Abstração;
• Praxias.
Mini-exame do estado mental
• Escore total de 30 pontos:
• Escolaridade;
• Atividade laboral e cognitiva;
• Acuidade visual e auditiva;
• Estado de humor.
• Escore para brasileiros: (Bertolucci et al.; Caramelli e Nitrini)
• Analfabetos = 18
• Escolaridade entre 1 a 3 anos = 21
• Escolaridade entre 4 a 7 anos = 24
• Escolaridade acima de 7 anos = 26
Mini-exame do estado mental
Orientação temporal e espacial
Qual é o (ano) (estação) (dia da semana) (dia do mês) e (mês)? 5

Onde estamos (país) (estado) (cidade) (rua ou local) e (andar)? 5

Registro
Dizer três palavras: AZUL – RUA – PENTE 3
Número de repetições

Atenção e cálculo 5
Subtrair 100 – 7 (cinco tentativas: 93 – 86 – 79 – 72 – 65)
Alternativa: série de sete dígitos (5 8 2 6 9 4 1)
Alternativa: soletrar MUNDO ao contrário

Evocação
Perguntar pelas três palavras anteriores 3
Mini-exame do estado mental
Linguagem
Identificar lápis e relógio de pulso 2

Repetir: “nem aqui, nem ali, nem lá” 1

Seguir comando em três passos: “pegue o papel com a mão direita, dobre ao meio
e ponha no chão” 3

Ler “em voz baixa, para si” e obedecer: FECHE OS OLHOS 1

Escrever uma frase (um pensamento, uma ideia completa) 1

Copiar o desenho 1

Total 30
Mini-exame do estado mental

Sobreposição das
figuras tem 4 lados

Dois pentágonos:
Cinco lados em cada figura
Teste do relógio

Adequado Alterado
Síndromes afásicas
Compreensão
Fluência Repetição Nomeação Leitura Escrita
auditiva
Broca (motora) Comprometida Preservada Comprometida Comprometida Comprometida Comprometida
Global Comprometida Comprometida Comprometida Comprometida Comprometida Comprometida
Wernicke Preservada Comprometida Comprometida Comprometida Comprometida Comprometida
(sensitiva)
Condução Preservada Preservada Preservada Comprometida Preservada Preservada
Anômica Preservada Preservada Preservada Comprometida Preservada Comprometida
Transcortical Comprometida Comprometida Preservada Comprometida Comprometida Comprometida
mista
Transcortical Comprometida Preservada Preservada Comprometida Comprometida Comprometida
motora
Transcortical Preservada Comprometida Preservada Comprometida Comprometida Comprometida
sensitiva
Apraxia verbal Comprometida Preservada Comprometida Comprometida Comprometida Preservada
Antes do tratamento Micrografia

Após do tratamento
Postura e atitude
Sinal de Romberg

Manobra de
Manobra de
Romberg
Romberg
sensibilizada
Sinal de Romberg
Olhos abertos Olhos abertos

Ataxia sensitiva
Equilíbrio
Desequilíbrio
preservado
Visão compensa o
comprometimento
da propriocepção

Propriocepção
Desequilíbrio Aumento do Ataxia cerebelar
desequilíbrio

Déficit cerebelar é
pouco melhorado
pela visão
Propriocepção
Fáscies em máscara: pouca
expressão de emoções, pouco
piscamento

Postura mais rígida Inclinação do tronco para


dos membros frente (deslocamento do
superiores centro de gravidade)

Observar:
Instabilidade postural
Marcha em bloco
D

Sinal de Gowers (distrofia muscular de Duchenne)


Atitude
• Rotação lateral do pé:
• Pode indicar paresia do membro
inferior;
• Fratura do colo do femur.
Trofismo (volume) muscular
Trofismo muscular
• Hipotrofia;
• Eutrofia (normotrofia);
• Hipertrofia.
Hipotrofia muscular com predomínio distal
(doença de Charcot-Marie-Tooth)
Pseudo-hipertrofia D
• Pseudo-hipertrofia das panturrilhas;
• Distrofia muscular.
Exame da marcha
Exame de marcha
• Primeiro contato: calcanhar;
• Posterior apoio dos artelhos e parte anterior do pé;
• Membro superior alterna com o membro inferior contra lateral.
• Adulto típico:
• 80 metros por minuto = 113 passos;
• Cada passada = 1,41 m.
Exame da marcha

Maléolos mediais passam a 5 cm um do


outro a cada passada;
Quanto mais larga a base, maior o
equilíbrio.

Marcha típica
Apoio nos calcanhares
Exame da marcha

Apoio na ponta dos pés

Marcha em tandem
Marcha típica

Marcha parkinsoniana
Marcha típica

Elevação
Marcha com base
exagerada dos
alargada
pés
Ataxia de marcha
Marcha típica

Marcha ceifante (hemiparética)


Marcha em tesoura
• Base anormalmente estreita;
• Passos arrastados e curtos, como se os pés estivessem grudados no
chão;
• Sola do sapato gasta mais na parte anterior.
• Aumento do tono muscular dos adutores das coxas: joelhos podem se
entrecruzar na marcha (como uma tesoura).
• Quadros de paraparesia espástica.
Marche à petits pas (marcha com pequenos
passos)
• Assemelhada à marcha do parksinsoniano:
• Ausência de hipertonia ou bradicinesia.
• Passos muito curtos, arrastados e irregulares:
• Passo pode ser mais curto do que o comprimento do pé.
• Etiologia:
• Hidrocefalia de pressão normal;
• Lesões encefálicas difusas (lobo frontal);
• Múltiplos acidentes vasculares encefálicos.
Apraxia de marcha
• Perda da capacidade de usar corretamente os
membros inferiores para deambular, apesar da
preservação de força, sensibilidade, coordenação,
etc.
• Etiologias:
• Hidrocefalia de pressão normal.
• Lesões frontais.
• Doença de Binswanger;
• Doença de Pick.
Marcha miopática ou anserina
• Predomínio de comprometimento de
força dos flexores da coxa/quadril;
• Maior dificuldade de subir escadas;
• Miopatias.
• Atrofia muscular facioescapuloumeral
Sinal de Trendelenburg
a p elve
a çã od do
in o
• Queda anormal da pelve do lado da I n cl
m e leva ç ã
a do
co fe t
perna em oscilação (fletida) por déficit do lado
a

abdutor da quadril.

Marcha com apoio


Marcha típica: sem
no membro inferior
paresias
comprometido
Ataxia sensorial
• Comprometimento sensitivo dos membros
inferiors, especialmente da propriocepção;
• Uso de apoios;
• Grande piora da marcha com privação
visual.
• Marcha escarvante:
• Importante elevação dos membros inferiores
ao deambular
Tono muscular
Alterações de tono muscular
• Hipotonia;
• Hipertonia:
• Rigidez extrapiramidal:
• “Cano de chumbo”: nível constante de aumento do tono muscular, tanto da musculature
agonista como antagonista. Não varia com a intensidade do movimento;
• Roda denteada: parte manipulada parece ceder em uma série de pequenas etapas
(como engrenagem).
• Rigidez piramidal (espasticidade):
• Aumento do tono não é constante ao longo do movimento.
• Sinal do canivete.
Força muscular
Nomenclatura
• Paresias ou Plegias
• Mono...
• Di..
• Para...
• Hemi...
• Tri...
• Tetra...
Miótomos
C5 Abdução do ombro
C6 Flexão do cotovelo
C7 Extensão do cotovelo
C8 Flexão dos dedos
T1 Abdução dos dedos
L2 Flexão do quadril
L3 Extensão do joelho
L4 Dorsiflexão no calcanhar
L5 Extensor longo do hálux
S1 Flexão plantar do pé
Escala de graduação de força
0 nenhuma contração
1 esboça contração
2 movimento ativo com gravidade eliminada
3 movimento ativo contra gravidade
(não vence resistência)
4 movimento ativo contra gravidade
e resistência moderada
5 força preservada
MMSS estendidos para a frente;
Supinação;
Manobra de Mingazzini Olhos fechados;
Posição sentada ou deitada.
D

Desvio pronador (sinal de Barré) à direita


D
Manobras deficitárias dos membros inferiores
Manobra de Mingazzini dos Manobra de Barré dos membros
membros inferiores inferiores

Déficit de força Déficit de força


Exame dos reflexos tendinosos
Nervo sensitivo
aferente

Reflexo patelar

Sinapse medular
Nervo
(nível medular)
motor
eferente

Resposta reflexa
(movimento)
Modelos de martelos

Taylor Berliner Buck Queen Square Babinski Trömner Déjérine


Reflexo bicipital
• Percussão do tendão distal do
bíceps, com interposição do dedo
do examinador.
• Resposta: contração do bíceps, com
flexão e contração do antebraço.
• Nervo músculo-cutâneo.
• Nível de integração C5 – C6.
Reflexo braquiorradial
• Percussão da apófise estilóide do rádio ou
da extremidade distal do rádio.
• Flexão e ligeira pronação do antebraço.
• Inervação: nervo radial.
• Centro reflexo: C5 e C6.
Reflexo tricipital
• Percute-se o tendão distal do
tríceps.
• Contração do tríceps e extensão do
antebraço.
• Inervação: nervo radial.
• Centro reflexo: C7 – C8.

Reflexo paradoxal do tríceps: resposta


em flexão do antebraço, por contração
dos flexores, observado em lesões
segmentares de C7 e C8.
Reflexo flexor dos dedos
• Percussão dos tendões no ligamento
transverso do carpo ou percussão da
superfície palmar das falanges, com
interposição dos 2o e 3 dedos do
examinador.
• Flexão dos quatro últimos dedos e da
falange distal do polegar.
• Inervação: nervos mediano e ulnar.
• Centro reflexo: C8 e T1 Os sinais de Hoffmann e de Tromner
e a preensão forçada são sinais de
hiperreflexia deste reflexo.
Reflexo patelar
• Percussão do ligamento patelar ou
do tendão junto a sua inserção na
borda superior da patela.
• Contração do quadríceps femoral e
extensão do perna.
• Inervação: nervo femoral.
• Centro reflexo: L3 – L4.
Pesquisa do reflexo patelar em decúbito dorsal
Manobra de Jendrassik
Manobras facilitadoras
• Manobra de Jendrassik:
• Puxar levemente ambas mãos com os
dedos fletidos.
• Empurrar levemente o dedo do
examinador, pressionado contra o
platô tibial
Reflexo aquiliano
• Percussão do tendão de Aquiles,
com o pé mantido a 90o.
• Resposta: flexão plantar do pé.
• Nível medular S1.
• Nervo periférico ciático.
Pesquisa do reflexo aquiliano em decúbito dorsal
Pesquisa do reflexo aquiliano com paciente ajoelhado
Pesquisa do clono do pé
Reflexo Nível Nervo periférico
Bicipital C5 – C6 Musculocutâneo
Braquiorradial C5 – C6 Radial
Tricipital C7 – C8 Radial
Flexor dos dedos C8 – T1 Mediano-ulnar
Patelar L3 – L4 Femoral
Aquiliano S1 Ciático
Reflexos superficiais
Reflexo cutâneo - plantar

Reflexo cutâneo-plantar ≠ sinal de


• Atrito da superfície plantar
lateral do pé, de posterior para
anterior.
Babinski
• Resposta fisiológica: flexão dos
Sinal de Babinski = reflexo cutâneo-
artelhos.

plantar em extensão
Reflexos cutâneo-abdominais
Reflexos cutâneo-abdominais

Pesquisa: estimulação cutânea, rápida da parede abdominal


(no sentido látero-medial) altura das regiões epigástrica,
umbilical e hipogástrica.
Resposta: Contração ipsilateral dos músculos abdominais (reto
do abdome, oblíquo externo, oblíquo interno, transverso) na
altura da região estimulada, com desvio da linha média e da
cicatriz umbilical no sentido do estímulo.
Centros Reflexos: T6 a T9 = Abdominal superior. T9 a T11 =
Abdominal médio. T11 a T12 = Abdominal inferior
Realizado pela percussão da glabela com o dedo do
examinador, observando-se piscamentos. Ocorre
Reflexo glabelar em adultos normais, nos quais, após alguns
estímulos, desaparece. Nas doenças do trato
piramidal, doenças extrapiramidais e em doenças
cerebrais difusas, o reflexo é aumentado,
continuando a se obter resposta após alguns
estímulos (sinal de Myerson).
Sinal de Myerson
Reflexo palmomentual
• Pesquisa: excitação cutânea da
região palmar, eminência tenar.
• Resposta: contração ipsilateral
dos músculos mentual e
oroorbicular, com ligeira
elevação do lábio inferior.
• Este reflexo torna-se hiperativo
em lesões piramidais e em
processos encefálicos difusos,
suprapontinos.
Reflexo palmomentual
• Pesquisa: excitação cutânea da
região palmar, eminência tenar.
• Resposta: contração ipsilateral
dos músculos mentual e
oroorbicular, com ligeira
elevação do lábio inferior.
• Este reflexo torna-se hiperativo
em lesões piramidais e em
processos encefálicos difusos,
suprapontinos.
Reflexo orbicular dos lábios
Reflexo orbicular dos lábios
• Patologias encefálicas difusas;
• Desencadeado por ligeiros
toques sobre o lábio superior ou
inferior ou mesmo quando o
paciente passa a língua sobre os
lábios.
• Sinônimo: reflexo de
afocinhamento.
Reflexo cremastérico
• Atrito da face medial da coxa.
• Resposta: elevação do testículo
ipsilateral.
• Inervação: nervos iliohipogástrico e
ilioinguinal.
• Centro reflexo medular: L1 e L2
Sinal de Hoffmann
• Com um toque rápido o examinador
esfrega a unha do dedo médio do
paciente, causado flexão repentina
do dedo, seguida de rápida
liberação.
• Se o sinal estiver presente, será
seguido de flexão e adução do
polegar e do índex do paciente,
podendo ocorrer também a flexão
dos demais dedos.
• O sinal é dito incompleto quando
houver resposta somente do polegar
ou do indicador.
Sinal de Trömner
• Com o dedo médio de sua outra mão,
o examinador bate na superfície
palmar da falange distal do dedo
médio.
• Resposta semelhante ao sinal de
Hoffmann.
Sinais de Hoffmann e Trömner
• Variações da técnica de pesquisa do reflexo flexor dos dedos
(hiperreflexia).
• Lesões acima de C5 ou C6.
• Não são sempre patológicos.
• Sinal de Hoffmannn incompleto ocorre frequentemente em pessoas normais.
• Sinais de Hoffmann ou de Tromner muito ativos, completos,
especialmente se unilaterais ou se associados com outras alterações
de reflexos ou de história de lesões ao SNC, é sugestivo de lesão
piramidal.
Direita Esquerda
++ Reflexo tricipital
++ Reflexo bicipital
++
Reflexo braquiorradial

Graduação
- Arreflexia
+ Hiporreflexia
++ Normorreflexia
+++Hiperreflexia
++ Reflexo patelar

Reflexo aquiliano
++

Cutâneo-plantar em Cutâneo-plantar em
flexão ≠ Sinal de extensão = Sinal de
Babinski negativo Babinski
Exame de sensibilidade
Sensibilidade dolorosa
• Sempre com olhos fechados!
• Orientar paciente antes do exame!
• Comparar um lado com o outro e
diferentes segmentos do corpo!
• Evitar perguntas que induzem a
resposta do paciente!

“Aqui é igual à aqui”?


“Tem diferença entre aqui e aqui?”
Sensibilidade táctil
• Uso de chumaço de algodão;
• Pode ser usado o dedo do examinador.
Sensibilidade vibratória (palestesia)
• Estímulo de extremidades e saliências
ósseas;
• Uso de diapasão de 128 Hz;
• Orientar paciente sobre a percepção da
vibração.
Sensibilidade cinético-postural

Sempre pegar nas superfícies laterais dos


dedos ou artelhos (pressão estimula
tato).
Orientar previamente o paciente: “aqui é
para cima”, “assim é para baixo”.
Exame dos nervos cranianos
Nervo olfatório (NC I)
• Verificar ausência de obstrução nasal;
• Avaliação de cada narina em separado;
• Olhos fechados;
• Uso de cheiros conhecidos;
• Não usar cheiros mais irritativas: amoníaco, etc.
• Estímulo da mucosa nasal (NC V).
Nervo olfatório (NC I)
• Anosmia = ausência de olfato;
• Hiposmia = redução do olfato;
• Hiperosmia = aumento do olfato;
• Parosmia = distorção do olfato;
• Fantosmia = percepção de odor que não existe;
• Cacosmia = percepção de odores desagradáveis;
• Agnosia olfatória = incapacidade de identificar cheiros conhecidos.
Nervo óptico (NC II)
• Inspeção do olho;
• Reflexos ópticos:
• Reflexo Fotomotor direto;
• Reflexo Fotomotor consensual.
• Acuidade visual;
• Campimetria visual por comparação;
• Fundo de olho.
Inspeção do olho
Reflexos ópticos
• Reflexo Fotomotor ou Direto da • Reflexo de Acomodação e
Luz: Convergência ou Reflexo do
• Via aferente: nervo óptico/núcleo Aproximar:
de Edinger-Westphal; • Contração da pupila, convergência
• Via eferente: nervo oculomotor dos olhos.
(gânglio ciliar).
• Reflexo Consensual:
• Via aferente: nervo óptico;
• Via eferente: o nervo oculomotor.
Reação pupilar à luz

Pupila se Pupila se
Lâmpada de
Luz incide contrai e a dilata e a
fenda move-
sobre a luz não retina fica
se sobre a
retina incide mais exposta
íris
na retina novamente
Reflexo fotomotor direto

Reflexo fotomotor consensual


Anisocoria
• Assimetria do tamanho da pupila;
• Diferença de 0,25 mm no tamanho da pupila é perceptível a olho nu;
• Diferença de 2 mm é considerada como significativa.
• Anisocoria fisiológica:
• Diferença de menos de 1 mm entre as pupilas;
• 15 a 20% dos indivíduos normais;
• Assimetria persiste tanto no claro como no escuro.
• Fenômeno pupilar de Tournay:
• Dilatação da pupila do olho abduzido +
• Contração da pupila do olho aduzido.
Disco óptico
Edema de
normal
papila
Campimetria visual
por confrontação
Comprometimento das vias visuais:
topografia e campo visual
Amaurose unilateral
Hemianopsia nasal (heterônima)
Hemianopsia bitemporal (heterônima)
Hemianopsia homônima
Hemianopsia homônima (poupando mácula)

Quadrantopsia superior
Quadrantopsia inferior
Gráfico de Snellen
• Avaliação de acuidade visual;
• Colocada a 6 metros (20 pés);
• Olhos avaliados em separado;
• Acuidade = linha em que mais da metade
dos caracteres são lidos perfeitamente
• Normal = 20/20.
• Alterações: por exemplo: 20/40 = paciente
consegue ler a 20 pés o que uma pessoa normal
lê a 40 pés.
Testes de nistagmo optocinético
Perda visual não-orgânica (funcional)
Motricidade ocular extrínseca
• Nervo oculomotor (NC III);
• Nervo troclear (NC IV);
• Nervo abducente (NC VI).
Movimentos oculares extrínsecos

Oblíquo Reto
inferior superior
Nariz

Reto medial Reto lateral

Oblíquo
Reto inferior
superior
Olhar para cima e para direita Olhar para cima e para esquerda

Olhar para direita Olhar para esquerda

Olhar para baixo e para direita Olhar para baixo e para esquerda
Paralisia do Olhando diretamente para
frente Ausência de diplopia, em
nervo
decorrência da ptose palpebral
oculomotor
direito

Maior divergência

Pupila fixa e dilatada em casos de


completa paresia do NC III
Paralisia completa do NC III (oculomotor) à esquerda, em
decorrência de aneurisma da artéria carótida interna

Midríase
Desvio lateral e
Ptose para baixo do
palpebral olho
Paralisia completa do NC III (oculomotor) bilateralmente
(Tabes dorsalis)
Paralisia do nervo
troclear direito

Olhando diretamente para frente

Maior divergência Inclinação da cabeça


para o lado não afetado

Inclinando a cabeça para o lado


do nervo parético: fenômeno de
Bielschowsky
Paralisia do nervo
troclear direito
Olhando diretamente para frente
Paralisia do nervo
abducente direito

Maior divergência

Cabeça virada para o


lado do nervo parético
D E

Paralisia do nervo
abducente
esquerdo
Síndrome de Horner

Miose, enoftalmia e anidrose


Síndrome de Parinaud
• Paresia do olhar para cima;
• Lesão mesencefálica dorsal superior e
região posterior do 3º ventrículo.
Nervo trigêmeo (NC V)
• Nervo misto:
• Sensibilidade da face;
• Motricidade da musculatura da mastigação.
Distribuição em anel de cebola da perda sensitiva Distribuição da perda sensitiva em lesões
em lesões centrais do nervo trigêmeo periféricas do nervo trigêmeo
Exame de motricidade (NC V)
• Fechamento forçado da boca: palpação da musculatura;
• Lateralização da mandíbula para ambos lados;
• Morder abaixador de língua e tracionar.
Reflexo corneano
• Via aferente: ramos do
nervo oftálmico (NC V1);
• Integração: ponte;
• Via eferente: nervo facial;
• Órgão efetor: músculo
orbicular da pálpebra.
Reflexo mandibular
• Percussão do mento com a boca entreaberta;
• Resposta: contração com fechamento da boca;
• Via aferente: nervo trigêmeo;
• Via eferente: nervo trigêmeo;
• Integração: ponte.
D E

Paralisia infranuclear do nervo


trigêmeo (NC V) com atrofia dos
músculos da mastigação
ipsilateral
Nervo facial
• Função motora:
• Mímica facial.
• Sensibilidade especial:
• Gustação.
D E
Hiperacusia Paralisia facial periférica Paralisia facial central

Fenômeno de Bell

Só ocorrem na Preservação (parcial)


paralisia facial da musculatura
periférica: frontal
Pálpebra ligeiramente
Hiperacusia
caída; comprometimento
Ageusia
dos três andares da face
D E

Acentuação da Atenuação da
Discreta assimetria
assimetria facial assimetria facial
facial em repouso
(sorriso forçado) (sorriso espontâneo)
Nervo vestibulococlear (NC VIII)
• Antes de avaliar funções
auditivas, sempre deve ser
realizada otoscopia.
Teste de Weber

• Diapasão de 256 Hz;


• Colocado na linha média no
couro cabeludo.
• Resposta: som percebido em
toda cabeça ou em ambos
ouvidos.
Som é percebido Som é percebido no Som é não percebido
bilateralmente ouvido doente no lado doente
Teste de Rinne

Condução aérea > condução óssea


Teste de Schwabach
• Comparação da condução aérea do paciente com a do examinador.
Reflexo oculovestibular
Resposta habitual

Rotação para
esquerda

Fixação Fixação mantida


Comprometimento do
labirinto esquerdo

Fixação Fixação perdida Movimento


sacádico para
recuperar fixação
Manobra de Dix-Hallpike
• Teste para vertigem posicional:
• Rotação da cabeça a 45o para um
dos lados;
• Inclinação rápida do tronco;
• Inclinação da cabeça a 30o.
• Resposta positiva: percepção de
tontura rotatória e nistagmo
pêndulo-rotatório.
Manobra de Dix-Hallpike
Nervos glossofaríngeo e vago
• Exame mais complicado: diversas funções não são acessíveis no
exame físico;
• Nervo glossofaríngeo tem muitas funções comuns a outros nervos.
• Reflexo nauseoso:
• Estímulo da orofaringe com abaixador de língua;
• Resposta: percepção de náuseas.
• Ausente em até 37% das pessoas normais.
D E
Queda do palato
Desvio da mole no lado
úvula para o doente (Sinal da
Cortina)
lado sadio D
Nervo acessório
• Função motora exclusiva:
• Músculo trapézio;
• Músculo esternocleidomastoideo.
Lesão do nervo acessório (NC XI)

Leve queda do ombro Escápula alada

Escápula alada
Membro superior em Membro superior
repouso abduzido
D

Distrofia miotônica de Steinert


Nervo hipoglosso (NC XII)
• Função motora exclusiva:
• Extrusão da língua;
• Empurrar a língua contra a parede da
cavidade oral (teste contrarresistência).
D E

Paresia unilateral do nervo hipoglosso direito


Coordenação
Manobra índex-nariz
Manobra índex-índex
Manobra calcanhar-joelho
Diadococinesia
Crises epilépticas
Crise Epiléptica

Crise Epiléptica:
“Ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas
devidos à atividade neuronal excessiva ou sincrônica
no encéfalo”
Classificação de Tipos de Crises Epilépticas, ILAE –
2017 Início Focal Início Generalizado Início Desconhecido

Consciência ou percepção: Motor Motor


Preservada Comprometida
Tônico-clônica Tônico-clônica
Início Motor Clônica Espasmos epilépticos
Automatismos Tônica
Atônica Mioclônica Não Motor
Clônica Mioclônica-tônico-clônica Parada comportamental
Espasmos Epilépticos Mioclônica-atônica
Hipercinética Não classificada
Atônica
Mioclônica
Tônica Espasmos Epilépticos
Início Não Motor Não Motor
Autonômica Ausência típica
Parada comportamental Ausência atípica
Cognitiva Ausência mioclônica
Emocional Mioclonia palpebral
Sensitiva

Focal para Bilateral Tônico-Clônica


Estágios de crise epiléptica tônico-clônica
Fase tônica Fase clônica Período pós-
ictal
Crise generalizada de ausência
Síncope
Movimentos involuntários
anormais
Tremor

Tremor de repouso
Tremor de ação
Coreias
Coreias
Distonia
Asterixe
Tiques
Escala de Coma de Glasgow
Abertura ocular Melhor resposta motora
• Espontânea = 4
• Obedece comandos = 6
• Ao chamado = 3
• Ao estímulo doloroso = 2 • Localiza estímulo doloroso = 5
• Ausente = 1 • Retira em flexão = 4
• Decorticação(flexão) = 3
Melhor resposta verbal
• Orientado e conversando = 5 • Decerebração(extensão) = 2
• Confuso, desorientado = 4 • Ausente = 1
• Palavras inadequadas = 3
• Sons incompreensíveis = 2
• Ausente = 1
Abertura ocular (1 – 4)

Estímulo doloroso = 2
Espontânea = 4 Ao chamado = 3
Sem resposta = 1
Resposta motora (1 – 6)
Mostre os
seus dedos Descerebração = 2

Decorticação = 3

Obedece = 6 Localiza = 5 Retira = 4 Sem resposta = 1

Resposta verbal (1 – 5)
Não é a Grunhido,
Que ano mamãe gemidos,
é? gritos
Palavras
inapropriadas = 3 Som não
1971 Confuso = 4 compreensível = 2
2019 Sem resposta
Orientado = 5 Sem resposta = 1
Sinais de irritação
meningorradicular
Rigidez de nuca
Sinal de Kernig
Sinal de Brudzinski
Outros sinais (miscelânea)
Sinal de Lasègue
Sensibilização do
sinal de Lasègue
Sinal de Trousseau
Sinal de Chvostek
Sinais de Trousseu e Chvostek
Miotonia

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