Você está na página 1de 46

SINAIS VITAIS EM

PEDIATRIA

Professora: Isabel de Almeida


Fonseca
 Entre os procedimentos básicos essenciais
realizados na clinica pediátrica, emergência e UTI
pediátrica temos o controle dos sinais vitais.

 Neles encontramos informações fundamentais para


manutenção e/ou controle das terapias.

 Refletem também a situação de momento das


funções orgânicas, permitindo assim rápida
intervenção se necessário.

 Os sinais vitais são freqüência respiratória,


freqüência cardíaca, pulso, temperatura, pressão
arterial e DOR
TEMPERATURA

 A temperatura corporal de um indivíduo pode variar


de acordo com:

 Atividade física.
 Temperatura ambiente; Banho frio: queda
na temperatura de
 Alteração emocional; até 3.5°C
 Uso inadequado das roupas;

 Processos patológicos.

As medidas de temperatura no RN são obtidas para


monitorar a adequação da termorregulação, NÃO febre
PARTICULARIDADES FISIOLÓGICAS
 RN Prematuro:

- Superfície cutânea maior em relação ao peso


corporal, menos quantidade de tecido
subcutâneo, depósitos de gordura menos
exuberantes;

- São incapazes de consumir uma quantidade de


calorias suficiente para oferecer os nutrientes
necessários para a termogênese, e possuem
limitação no consumo de oxigênio, devido aos
problemas pulmonares.
- Estão sujeitos a episódios agudos de hipotermia e
respondem com vasoconstrição periférica. Isso pode
causar constrição dos vasos pulmonares, agravando
ainda mais a hipóxia.

- Essa hipóxia compromete mais profundamente a


resposta da criança ao resfriamento do ambiente
externo. Apresentam também prostração, pele fria,
fraca resposta a estímulos, dificuldade respiratória
e sucção.
VERIFICAÇÃO DE TEMPERATURA

 O controle da temperatura pode ser medida via: retal,


oral , axilar, canal auditivo, membrana timpânica,
artéria temporal ou via cutânea.

 Para crianças doentes: temperatura na bexiga, artéria


pulmonar, esôfago ou nasofaríngeo.

 A temperatura axilar normalmente está 0.3 a 0.5°C


abaixo dos valores bucais e 0.5 a 1°C abaixo dos retais.
 Valores normais para os diferentes lugares segundo
SCHMITZ,2005.
 Oral: 35.8 a 37.2°C
 Retal: 36.2 a 38°C
 Axilar: 35.9 a 36.7
ATENÇÃO: VAMOS CONSIDERAR
WONG 2011
Uma temperatura corporal central entre 36.5 e 37.6°C é
uma variação normal.
VERIFICAÇÃO ORAL

 Crianças menores de 5 anos : cuidado com verificação


da temperatura via oral.

 Outras restrições incluem: patologias orais e


inconsciência e agitação.

 A ingestão de alimentos e líquidos antes da


verificação da temperatura podem alterar a
temperatura.

 Tempo de verificação: 6 a 9 minutos


 A temperatura retal está indicada em crianças
pequenas, porém contra-indicado em menores de 1 mês.
Pode ser traumático.

 O tempo de permanência : 3 minutos.

 A temperatura mais verificada é a axilar devido a sua


praticidade e segurança a criança.

 Deve-se enxugar a axila com pano limpo e macio e após


colocar o termômetro diretamente em contato com a
axila, dobrar o cotovelo e segurar o antebraço junto ao
tórax da criança ou paralelo ao corpo.

 O tempo de permanência do termômetro na axila é de


sete a dez minutos.
VIAS RECOMENDADAS PARA A MENSURAÇÃO DA
TEMPERATURA EM LACTENTES E CRIANÇAS
 Nascimento a 2 anos de idade
 Axilar

 Retal: mais de 1 mês

 2 a 5 anos de idade

 Axilar

 Timpânica

 Oral

 Retal

 Mais de 5 anos

 Oral

 Axilar

 Timpânica
HIPERTERMIA
 Elevação da temperatura acima de 37.6°C;

 Sintomas comuns encontrados na hipertermia: sede,


pele quente, rubor facial, aumento do brilho dos olhos,
agitação ou prostração, calafrios, mal estar, lábios
secos.

 Ainda há controvérsias sobre a classificação de


hipertermia e seus respectivos valores.
 Febrícula: 37.7 a 38.5°C

 Febre : 38.5 a 39.5°C

 Pirexia: maior que 39,5°C


EFEITOS FISIOLÓGICOS DA FEBRE

 Para cada 0,4°C de aumento da temperature corporal


ocorre o aumento da 10 batimentos cardíacos por
minute.

 Para cada grau de elevação da temperatura acima do


normal a frequência respiratória, aumenta 2 a 3
movimentos por minuto
TIPOS DE FEBRE
 Hipertermia habitual: temperatura levemente acima dos
limites normais.

 Febre intermitente: Alterna febre e temperature normal

 Febre renitente: Flutuação diária de mais 1,1°C. Ex. Sepse

 Febre constante: permanence no mesmo nível durante um


período de dias ou semanas.

 Febre recorrente: Ciclos repetidos de pico febril seguidos


de normalidade por vários dias.
HIPOTERMIA
 Crianças imunodeprimidas e desnutridas encontram-se
especialmente submetidas ao risco de hipotermia e suas
complicações.

 Cuidados recomendados: aquecimento, ingestão de alimentos


quentes e ricos em calorias, manter as manobras de aquecimento;

 Os berços de calor radiante são ideais para o aquecimento dos


RN;

 Lâmpadas para aquecimento podem se tornar muito quentes e


lesivas para a cça e equipe. Exceto na distância recomendada;

 Métodos alternativos: cobertores, colchão aquecido, bolsas


térmicas, botinhas, luvinhas, etc...
FREQÜÊNCIA
RESPIRATÓRIA
 O fato de a respiração ser caracterizada por
movimentos torácicos e abdominais permite o
controle da freqüência respiratória, contando-se
esses movimentos durante um minuto.

 A ausculta pulmonar no entanto não deve ser


descartada e deve ser parte do exame físico.
ATENÇÃO
 RN e lactentes: respiração irregular, superficial,
abdominal ou diafragmática.

 Durante a idade pré-escolar produz-se a lenta


transformação no tipo abdominotorácico.

 O tipo torácico predomina após os 7 anos.


 Ritmo: é a presença ou ausência de regularidade
entre um e outro movimento respiratório. Sendo
classificada como respiração regular aquela em
que os intervalos entre os movimentos
respiratórios são iguais e irregular os intervalos
são desiguais.

 Amplitude: é avaliada através da menor ou maior


expansão da caixa torácica, observando-se
respiração superficial ou profunda.
A respiração deve ser avaliada quanto:

 Freqüência: número de movimentos por minuto


(rpm). Alguns fatores alteram a FR como: sono,
banho quente e frio, emoções, exercícios,
etc..

 As variações normais da FR encontradas são:


RN: 35 a 45 rpm
1 mês a 1 ano:30 a 35rpm
2-8 anos: 20 a 25rpm
10-17anos: 17 a 19rpm
Adulto: 16 a 20rpm
! RELEMBRANDO
ALGUNS
CONCEITOS

APNÉIA

! TAQUIPNÉIA
!
!
EUPNÉIA DISPNÉIA

! BRADIPNÉIA
!
TIPOS DE RESPIRAÇÃO

 RESPIRAÇÃO DE KUSSMAUL

 RESPIRAÇÃO DE CHEYNE-STOKES

 RESPIRAÇÃO DE BIOT

 RESPIRAÇÕES OSCILANTES (PARADÓXICAS)

 AGÔNICA
FREQÜÊNCIA
CARDÍACA E PULSO
 A contração do ventrículo esquerdo bombeia sangue
para a circulação arterial sistêmica, fenômeno sentido
como pulso.

 A ausculta da contração do coração verificada na


altura de seu ápice é denominada freqüência
cardíaca - pulso apical.

 A escolha da verificação do pulso ou FC vai depender


da idade da criança.

 A ausculta cardíaca está sempre indicada.


PULSO
O controle do pulso pode ser verificado
através da palpação das artérias radial,
braquial, femoral, carotídea, temporal,
pediosa ou poplítea.

 CARACTERÍSTICAS DO PULSO:
 Freqûencia: número de batimentos por
minuto.
 Ritmo: rítmico ou arrítmico

 Força: cheio e forte/ fraco e fino


BRAQUIAL,
ULNAR E
RADIAL????

Radial : para crianças


maiores que 2 anos.
CARÓTIDA E
TEMPORAL????
????
TIBIAL E
POPLÍTEO...
DORSAL???????
OK!! OK!!
OK!!

OK!! OK!!

OK!! OK!!
O pulso varia quanto:
 Freqüência: batimentos por minuto (bpm). Os
valores normais encontrados são:

RN: 100 a 180bpm


Lactentes: 80 a 150bpm
Pré-escolar: 70 a 110bpm
Escolar a adulto: 55-90bpm
! RELEMBRANDO
ALGUNS
CONCEITOS

! BRADICARDIA !
!
TAQUICARDIA

! NORMOCARDIA !
focos de ausculta

Aórtico: segundo espaço intercostal direito, na borda do


externo.
Pulmonar: segundo espaço intercostal esquerdo,na borda
do externo.
Tricúspide: quarto espaço intercostal esquerdo.
Mitral o apical: no ápice cardíaco, no quinto espaço
intercostal esquerdo.
PRESSÃO
ARTERIAL
 Estudos determinaram que a PA em
crianças está diretamente relacionada
com a idade e também com peso e altura.

 Atividades como correr, chorar, estado


emocional e tamanho do manguito
influencia em alterações da PA.
 PAS (máxima): contração do ventrículo para
ejetar sangue nas grandes artérias.

 PAD (mínima): relaxamento do ventrículo. É a


pressão necessária para permitir o enchimento
dos ventrículos antes da sístole.

 PRESSÃO CONVERGENTE: quando a PAS e a


PAD se aproximam (120/110 mmHg);

 PRESSÃO DIVERGENTE: PAS e PAD se afastam


(120/40 mmHg);
 Na literatura não há uma concordância quanto aos
valores normais de PA, isso irá depender de fatores
como peso e altura, outros intrínsecos e fatores
extrínsecos.

 Cabe ressaltar que a verificação de PA não é rotina


em crianças e sim somente naqueles em que
apresentam patologias que podem alterar a PA.

 Podemos também levar em consideração os fatores


de domínio da técnica.

 O manguito deve estar completamente ajustado ao


braço não deve estar nem folgado nem apertado.
 A largura da bolsa inflável do manguito deve
obedecer a padronização.

 Qualquer vazamento no sistema causa erros de


leitura.

 A largura da braçadeira do manguito deve ser


aproximadamente 40%.
DIMENSÕES RECOMENDADAS PARA
BRAÇADEIRAS DO MANGUITO DE PRESSÃO
ARTERIAL

Variação da idade Largura Comprimento Circunferência


máxima do braço

RN 4 8 10

Lactente 6 12 15

Criança 9 18 22

Adulto jovem 10 24 26

Adulto 13 30 34

Idoso 16 38 44

Coxa 20 42 52
MÉDIA DOS VALORES DE PRESSÃO ARTERIAL
EM PEDIATRIA (SCHMITZ,2005)

IDADE MÉDIA VALORES- SÍSTOLE/DIÁSTOLE

0-3 MESES 75/50MMHG

3 MESES-6 MESES 85/65 MMHG

6 MESES-9 MESES 85/65 MMHG

9 MESES-12 MESES 90/70 MMHG

1 ANOS-3 ANOS 90/65 MMHG

3 ANOS-5 ANOS 95/60 MMHG

5 ANOS-7 ANOS 95/60 MMHG

7 ANOS- 9 ANOS 95/60 MMHG

9 ANOS- 11 ANOS 100/60 MMHG

11 ANOS- 13 ANOS 105/65 MMHG

13 ANOS- 14 ANOS 110/70 MMHG


DOR
 Dor é uma sensação desagradável, que varia desde desconforto
leve a excruciante, associada a um processo destrutivo atual ou
potencial dos tecidos que se expressa através de uma reação
orgânica e/ou emocional.

 “ Dor do crescimento”
em crianças

O QUE SIGNIFICA???
AVALIAÇÃO DA DOR EM CRIANÇAS

Fonte: SCHECHTER
ESCALAS DE DOR PARA CRIANÇAS

Figura 1 - Escala linear analógica visual

Figura 2 - Escala linear analógica não visual

Figura 3 - Escala de cores


ESCALA DE DOR EM CRIANÇAS
DOR EM NEONATOS
FORMAS DE AVALIAÇÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 HOCKENBERRY,M.J; WILSON, D. Wong Fundamentos


de enfermagem pediátrica. 8.ed. Rio de Janeiro: Elsevier;
cap. 06. p.128-136, 2011.

 SCHMITZ, E. M. A enfermagem em pediatria e


puericultura.São Paulo: Atheneu; cap. 21; p.235-247,2005.

FIM

Você também pode gostar