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GESTÃO DOS

SISTEMAS E
SERVIÇOS DE
SAÚDE
Vinícius Oliveira
Universidade Estadual do Piauí - 2018
Unidade 1 – Sistemas de saúde /organização de serviços e Redes de Saúde

• Introdução
• Sistemas de saúde e sistemas de proteção social: a gênese dos sistemas de saúde.
• Tipologia de sistemas de saúde
• Sistema público de acesso universal
• Sistemas de seguro social
• Sistemas privados
• Sistemas de saúde e organização de serviços
• Origem do conceito de redes
• Novas formas de organização: as mudanças introduzidas pelas reformas dos anos
1990
Introdução

imprescindível considerar os sistemas de saúde em sua dimensão política, política-


pública e política-social  fazem parte de sistemas mais amplos de proteção
social (assistência social, aposentadoria, pensão e seguro-desemprego).
Desenvolvimento dos sistemas de saúde como parte da formação dos sistemas de
proteção social

Relação de cada sistema e sua organização dos serviços de saúde

Componentes da organização de redes de atenção à saúde e as estratégias de


coordenação correspondente

Trajetória histórica e os fundamentos do planejamento em saúde


Definição de estratégias e plano de ação
Conjunto de atividades no qual o principal propósito é promover,
restaurar e manter a saúde da população (WHO, 2000).

1) Os primeiros sistemas de proteção social foram a família,


a comunidade e as associações filantrópicas e religiosas.
2) Categorias profissionais e do Estado (fundo de proteção).
3) Estado - leis que institucionalizam a solidariedade.
PROTEÇÃO
SOCIAL
Modelo assistencial - séculos XV e XVI – Europa

Compulsória por lei e da coleta de impostos

Lei dos pobres


Fornecimento de trabalho ou aprendizagem para crianças
Materiais para trabalho para os mais carentes
Auxílio incapacidade

Workhouses – combinação de moradia, cuidado, trabalho e casa de correção


Século XVIII – inclusão de auxílio monetário
Revolução industrial – LEI DOS POBRES DE 1834
Condições mínimas
PROTEÇÃO SOCIAL → SEGURO
SOCIAL
Século XX – Revolução Industrial
Fim da Lei dos Pobres
Instituição de Pensões e seguros sociais

1871 – Alemanha – Primeiro Sistema de Seguro Social com


a inclusão de saúde
Trabalhadores de fábricas

Seguro Social – América Latina – 1920


1923 – Lei Eló Chaves – cria as caixas de empresas

SEGURO SOCIAL – retirada do sistema assistencialista


“são protegidos apenas os que merecem”
SEGURO SOCIAL → SEGURIDADE SOCIAL

Substituição pela Seguridade Social – Década de 40

Alvo: Cidadania

Cobertura para todos os indivíduos

Incorporação do direito à saúde

Criação de Sistemas de Saúde no mundo


Tipologia dos sistemas de saúde
SISTEMA PÚBLICO DE SISTEMA PÚBLICO DE SISTEMA PRIVADO
ACESSO UNIVERSAL SEGURO SOCIAL
FINANCIAMENTO Público (tributos pago pela Compulsório (realizado por meio Privado (pagamento direto ao
população ao Estado) de contribuição sobre as folhas de provedor ou por meio de seguro
pagamento) privado voluntário)

ORGANIZAÇÃO/ Pública, realizada diretamente pelo Pública ou semipública Cobertura realizada por diferentes
ADMINISTRAÇÃO DO Estado tipos/arranjos de seguros privados,
SISTEMA com setor público fragmentado e
recortado de programas

ACESSO Possibilita a cobertura universal Benefício como contrapartida ao Definido pela capacidade de
pagamento da contribuição pagamento e por programas
públicos específicos

PROVISÃO DOS Pública ou público-privado Pública ou público-privado Setor privado; nos programas com
SERVIÇOS/ componente médico-assistencial
PRESTAÇÃO DOS
SERVIÇOS
EXEMPLO DE PAÍSES Inglaterra, Suécia, Noruega, Alemanha, Bélgica, França, EUA
Espanha, Itália, Portugal Holanda
REDES

Estruturas policêntricas, envolvendo diferentes atores,


organizações ou nódulos vinculados entre si a partir do
estabelecimento e manutenção de objetivos comuns e de uma
dinâmica gerencial compatível e adequada.
REDES
Estratégia do Sistema Único de Saúde
Organização dos serviços

Sistema de saúde do tipo universal


Serviços são organizados em redes regionalizadas e hierarquizadas
Relação intrínseca entre a proposta de universalização e equidade
Casos de responsabilidade pelo paciente devem ser do primeiro nível de
atenção
A CONCEPÇÃO HIERÁRQUICA DA
REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE NO SUS

Alta
Compl.

Média
Complexidade

Atenção Básica

FONTE: MENDES (2002)


QUESTIONAMENTOS

O primeiro nível de saúde cumpre seu papel ou apenas é um


mecanismo de triagem?

A atenção básica está bem estruturada em todo o território nacional?

Os serviços de urgência e emergência são adequados?


SISTEMA EM REDE

Fonte: PESS/NEPP/UNICAMP 2007


QUESTIONAMENTOS

Será que as unidades de serviço devem dispor de laboratórios?

Centralização da produção de serviços de imagens em unidades


maiores – Centros integrados de Diagnóstico?

Os hospitais estão cumprindo seu papel de forma eficiente? De


quem é a culpa?
Novas formas de organização: as mudanças
introduzidas pelas reformas dos anos 1990
• Reino Unido - Governos neoliberais - tentar instituir “mecanismos de mercado”,
como a competição entre os diversos serviços, com intuito de fomentar a
eficiência, a melhoria da qualidade e proporcionar maior escolha aos cidadãos.

• Alemanha - maior gasto em saúde da Europa - mudanças objetivando a contenção


de custos (tetos e controles orçamentários para serviços ambulatoriais e
medicamentos, modificação pagamento dos serviços de internações hospitalares).

• Estados Unidos as América - expressivo crescimento de gastos (US$2.2 trilhões ou


16,2% do PIB) e de uma expressiva população descoberta (45 milhões de pessoas
abaixo de 65 anos), propôs uma reforma de universalização da cobertura de
serviços de saúde.
Atualmente, o maior desafio do SUS é a sua consolidação,
ou seja, como garantir o direito à saúde e o acesso aos serviços
de saúde conforme definidos na Constituição?
Atualmente, o maior desafio do SUS é a sua consolidação, ou seja, como
garantir o direito à saúde e o acesso aos serviços de saúde conforme definidos
na Constituição?

Regionalização e a Hierarquização:
• Norma Operacional da Assistência à Saúde (NOAS, 2001).
• Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão - regionalização como
eixo estruturante de sua dimensão de gestão (BRASIL, 2006).
Eficiência  serviços de menor
(economia de escala) complexidade (ESF);
 serviço maior complexidade
(infraestrutura necessária)
Qualidade • Produção mínima que
justifique funcionamento.
Rede conjunto de unidades de diferentes perfis e
funções, organizadas de forma articulada e
responsáveis pela provisão integral de serviços
de saúde à população de sua região.
Região é a base territorial e populacional com
autossuficiência em serviços até o nível de
complexidade definida.
Estudos mostram que para o estabelecimento de
uma rede é necessário que cada nível resolva os
problemas que lhe foram atribuídos. Mas como
garantir a capacidade de resolução em cada nível?
O PRIMEIRO NÍVEL DE ATENÇÃO

 são aquelas ligadas a valores, à atenção, ao acolhimento, ao


pertencimento, à confiança, à responsabilização;
 é a produção de ações e serviços, tanto de promoção e
prevenção como de tratamento e acompanhamento; e
 é o ordenamento do sistema (porta de entrada).
O SEGUNDO NÍVEL DE ATENÇÃO

 O modelo tradicional de rede de atenção é o de


especialidades/serviços cujo acesso se dá por referência a partir
do primeiro nível.
OS SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICO E DE TERAPIA

 Os serviços de diagnóstico e de terapia (auxiliares da clínica):


diagnóstico laboratorial clínico de anatomia patológica e de
imagem.

 Os de terapia: quimioterapia, radioterapia, hemodiálise e


hemoterapia e outros.
OS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA

 Emergências são definidas como “[...] condições de agravo à saúde que


impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo,
portanto, tratamento médico imediato[...]”

 Urgências como “[...] a ocorrência imprevista de agravo à saúde com


ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência
médica imediata[...]” (CFM, 1995).
HOSPITAIS

Cuidado ao paciente relativo à internação cirúrgica eletiva, à


internação clínica, ao cuidado ambulatorial, à emergência e à
reabilitação.

Ensino, a pesquisa, a assistência social, a fonte de emprego, a


legitimação, o poder político e a base para o poder
corporativo.
HOSPITAIS

Considera acesso, qualidade, custo, recursos e alguns critérios:


 a base populacional;
 a distribuição da população;
 o perfil epidemiológico;
 a função na rede; e
 a concentração de recursos em função de economias de escala
e a relação volume versus resultado.
Articulação entre os níveis da rede

 mecanismos de referência e contrarreferência: formas pelas


quais um paciente caminha ao longo da rede.
 Centrais de regulação: instâncias que seriam responsáveis por
definir o fluxo de pacientes ao longo da rede.
 Novas formas de articulação de serviços/práticas/ profissionais:
programas de gerenciamento de doenças, as redes clínicas e o
gerenciamento de casos.
ORGANIZAÇÃO DAS LINHAS DE
CUIDADO

 Organizadas ou programadas para problemas de saúde


prioritários (epidemiológico) ou considerados de relevância
(recortes populacionais).
 Idealizadas para doenças crônicas ou para episódios que
requerem cuidados permanentes ou de longa duração.
ex: (câncer, o trauma, o acidente vascular encefálico...)
Refletindo sobre investimentos em redes de serviços

 Será que o tipo de perfil assistencial que está sendo pensado tem relação
com as necessidades da localidade?
 Sendo um serviço de referência, como as pessoas chegarão até ele?
 De que modo o serviço será articulado com as demais unidades da rede?
 Para que o serviço funcione, existirão recursos humanos?
 Se for preciso contratá-los, haverá recursos ou poder para tal?
 E, ainda que estejam disponíveis, será possível captá-los na região em
questão?
Refletindo sobre investimentos em redes de serviços

Precisamos avaliar as condições específicas para a implantação do projeto. Parar


tal, existem condições técnicas factíveis para que o projeto seja criado,
operacionalizado e mantido? Existem condições políticas viáveis para que o
projeto seja implantado? E se não existem, é possível criá-las? A partir de que
estratégias?
Constituição de mecanismos de gestão

O planejamento da rede regional não é a soma do planejamento de seus distritos,


assim como ela não é construída apenas tomando-se o conjunto de atividades
desenvolvidas pelas unidades existentes em sua área. A instituição de uma rede
regional é uma construção coletiva a ser desenvolvida em conjunto desde o seu
início, na medida em que a atenção à saúde da população da região não é
responsabilidade apenas dos distritos, mas da região em sua totalidade.

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