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Contextualização

histórico-literária
Eça de Queirós
Os Maias
Contextualização histórico-literária

Eça de Queirós e a sua época: o Realismo e o Naturalismo

 O Realismo é a arte que reage contra o Romantismo e privilegia a


análise do real, sobretudo dos seus aspetos mais insólitos.

 O Naturalismo privilegia alguns dos traços do Realismo e é a sua


vertente mais científica, influenciado pelas ciências experimentais e
pela filosofia positivista de Taine: o homem é determinado pela sua
raça (fisiologia, hereditariedade), pelo seu meio (época, meio social e
seus costumes e códigos) e pelo seu momento histórico.
O Realismo e o Naturalismo

Eça de Queirós e a sua época: o Realismo

O Realismo – perspetiva filosófica e artística que:


•privilegia o método analítico de apreensão da realidade, o existente, o
mundo objetivo;
•procura transmitir todo o real, na sua diversidade e na variedade dos seus
aspetos, sobretudo os mais insólitos;
•reage contra o Romantismo, contra o seu centrar-se no “eu”, contra a sua
inverosimilhança e contra as suas ilusões;
•recusa a evasão no tempo e no espaço bem como o fantástico;
•preocupa-se com problemas sociais.
O Realismo e o Naturalismo

Eça de Queirós e a sua época: o Naturalismo

As principais características são:

Tentativa de aplicar à literatura as descobertas e métodos da


ciência do séc. XIX;
Escolha de assuntos mais chocantes (alcoolismo, jogo, adultério,
opressão social, doenças e respetivas causas e consequências);
Vocabulário mais prosaico,
Motes mais cativantes ou detalhes mais fotográficos.
O Realismo e o Naturalismo

Eça de Queirós e a sua época: o Realismo e o Naturalismo

1. Define Realismo e Naturalismo.

R: O Realismo é a arte que reage contra o Romantismo e privilegia a análise


do real, sobretudo dos seus aspetos mais insólitos. O Naturalismo aparece
na esteira do Realismo e é a sua vertente mais científica. Segundo a filosofia
de Taine, o homem é produto de três fatores: a hereditariedade, o meio e o
momento histórico.
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Gustave Courbet (1819-1977),


Peneiradoras de trigo, Museu
de Belas-Artes, Nantes
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A Geração de 70

“[...] talvez nunca em toda a história da nossa cultura tenha havido


um grupo de escritores, romancistas, poetas, ensaístas, historiadores,
pensadores e até cientistas tão conscientes de que a sua época era,
simultaneamente, a de uma síntese e de uma mudança, quer a nível
nacional quer a nível europeu.

Álvaro Manuel Machado, “A Geração de 70”, in Antero de Quental – Textos Doutrinários e


Correspondência, Lisboa, Círculo de Leitores, 1987
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A Geração de 70

«É que da erudição de Teófilo Braga ao sentido trágico em Antero [de Quental],


passando pela rate da ironia de Eça, pelo sentido da decadência histórica em
Oliveira Martins, pela sátira saudável de Ramalho Ortigão, [...] todos, sem exceção,
se entregaram a uma ideia fixa: a de regeneração do país, Regeneração no sentido
total do termo e não apenas no sentido social e económico.»
Álvaro Manuel Machado, “A Geração de 70”, in Antero de Quental – Textos Doutrinários e Correspondência, Lisboa,
Círculo de Leitores, 1987
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A Geração de 70

2. Indica o nome dos principais intelectuais que fazem parte da


Geração de 70.

R: Antero de Quental, Eça de Queirós, Oliveira Martins e Ramalho Ortigão.


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Geração de 70. Da esquerda para a direita: Eça de Queirós, Oliveira


Martins, Antero de Quental, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro, 1884
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As “Conferências do Casino”

 Devem a designação ao facto de terem sido realizadas no Casino de


Lisboa.

 Pretendiam divulgar as ideias vindas do estrangeiro sobre a evolução


da humanidade, contribuindo para a transformação social, moral e
política de Portugal.

 Proclamam o realismo em Arte como expressão de um novo ideal de


vida e a crença no progresso das sociedades, conseguido através do
avanço das ciências.
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Casino Lisbonense, Largo da


Abegoaria (atual Largo Rafael
Bordalo Pinheiro) nº 10
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4ª Conferência: A NOVA LITERATURA: O REALISMO COMO NOVA


EXPRESSÃO DA ARTE (Eça de Queirós)

«Que é, pois, o realismo? É uma base filosófica para todas as


concepções do espírito – uma lei, uma carta de guia, um roteiro do
pensamento humano, na eterna região do belo, do bom e do justo.
[...] é a negação da arte pela arte; é a proscrição do convencional, do
enfático e do piegas. [...] É a análise com o fito na verdade absoluta.
Por outro lado, o realismo é uma reação contra o romantismo: o
romantismo era a apoteose do sentimento; o realismo é a anatomia
do carácter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos
próprios olhos – para nos conhecermos, para que saibamos se somos
verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa
sociedade.”

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