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Reações de Hipersensibilidade

• Prof. Fernanda Vaz Bueno Fagundes


• Faculdade de Medicina – Unigranrio/Afya
• Fernanda.fagundes@unigranrio.edu.br
Hipersensibilidade

Reação
exacerbada
Não
esperada
Reações de
hipersensibilidade

SÃO MANIFESTAÇÕES/
REAÇÕES NÃO DESEJÁVEIS
DO SISTEMA IMUNE
NORMAL.
MANIFESTAM- SE POR UMA
EXACERBAÇÃO DA
RESPOSTA IMUNE
NORMAL.
TEMOS 4 TIPOS DE
REAÇÕES DE
HIPERSENSIBILIDADE.
Tipos de resposta imune:
• Tipo 1 :
 patógenos intracelulares
LtCD4+, LtCD8+, NK, CLT1.
IFN-γ
• Tipo 2 :
 Helmintos, venenos.
IgE, CLT2,.
IL4, IL5, IL9, IL13
Basófilo, mastócito e eosinófilo
• Tipo 3:
 bactérias e fungos extracelulares
Células TH17,CLT3.
IL17
Neutrófilo
http://what-when-how.com/wp-content/
uploads/2012/04/tmp4D56.jpg
DOI: 10.1111/all.15889
POS I T ION PAP ER

Nomenclature of allergic diseases and hypersensitivity


reactions: Adapted to modern needs: An EAACI position paper
Reação de
Hipersensibilidade
do tipo I
• Mastócito célula efetora
• É consequência da degranulação dos
mastócitos e basófilos.
• Mediada por IgE.
Allergy.2023;78:28512874. wileyonlinelibrary
Reação de Hipersensibilidade
Tipo I.
Mediadores pré e neoformados
Hipersensibilidade
do Tipo I
• Pode ser bifásica.
• Importância clínica da reação
bifásica
• Ocorre em torno de 8 horas da
reação inicial independente da
reexposição
• Os mediadores tardios são os
principais.
• Resposta inflamatória propriamente
dita.
• Infiltrado eosinófilico com a
presença de neutrófilos.
Cascata inflamatória alérgica

• Muitos mediadores envolvidos.


• Caracterização da reação de hipersensibilidade do tipo 1.
• A fase tardia da reação é mais inflamatória e tem a participação dos eosinófilos e de
neutrófilos.
• A histamina é o principal mediador da fase imediata/precoce.
• Os leucotrienos são liberados inicialmente e se mantém também na fase tardia.
• As interleucinas são liberadas mais tardiamente, pelos grânulo neoformados
https://doi.org/10.1016/j.jaci.2017.06.003
Anafilaxia Imunológica

• Ocorre um ativação
disseminada de
mastócitos e basófilos,
com liberação de
mediadores
neoformados, levando a
uma resposta aguda
grave e disseminada.
Doenças relacionadas:

Urticária e
Asma Rinite
angioedema

Dermatite Conjuntivite
Anafilaxia
atópica alérgica
Opções de intervenções
terapêuticas
• Anticorpos contra antígenos presentes na superfície
de células-alvo;
Reação de Três mecanismos:
1. Reações dependentes do complemento: levam à
hipersensibilida lise das células ou à opsonização; ocorre nas
reações transfusionais, anemia hemolítica do
de do tipo II RN, anemia hemolítica auto-imune e reações
medicamentosas;
2. Citotoxicidade celular dependente de anticorpos:
indução da morte da célula alvo revestida por
anticorpos, através da receptor Fc.
3. Disfunção celular mediada por anticorpos:
anticorpos contra receptores da superfície celular
desregulam a função da célula sem
necessariamente causar lesão ou inflamação.
Participação da célula NK-
induzindo a apotose celular

Pela ativação da lise pelo complemento


Complexo de ataque a menbrana

Modificação da função de um determinado


receptor
INDUÇÃO DA
FAGOCITOSE
Doença hemolítica do RN

As mães Rh-negativas são tratadas de modo profilático com IgG anti-Rh com 28 e 34 semanas de gestação e
novamente dentro de 72 h após o parto se o recém-nascido for Rh- positivo .
Isso elimina o risco de sensibilização por meio da rápida remoção dos eritrócitos Rh-positivos da circulação materna
por fagocitose antes que os eritrócitos fetais sejam capazes de induzir uma resposta materna.
Doença
Hemolítica
do RN
Paciente 15 anos, sexo feminino, compareceu ao pediatra
com a queixa de estar “ficando com roxos/hematomas
pelo corpo” sem ter tido nenhum trauma. Nega outros
sangramentos, refere menstruação de 5 dias, em grande
volume desde a menarca, nega outros sintomas
associados. Nega sintomas gripais associados ou no
último mês
Exame físico dentro da normalidade com exceção dos
vários hematomas em MMII e superiores.
Solicitado hemograma com plaquetas:
Hb: 13,9 Leucócitos totais: 5060. Plaquetas: 6.000/mm3.
(150.000-450.000)
Púrpura
trombocitopênica auto
imune

• Destruição das plaquetas pelos


macrófagos.
• Pode ocorrer em qualquer idade.
• Início agudo de petéquias e
sangramento gengival, epistaxe,
intestinal ou gastrointestinal.
.
Púrpura
trombocitopênica
autoimune

Anticorpos contra os
complexos de
glicoproteínas da
superfície das plaquetas.
Há a indução da destruição
das plaquetas revestidas
por anticorpos.
Síndrome de
Goodpasture

• Doença auto imune


desencadeada pela
produção de auto
anticorpos contra o
parênquima renal e os
pulmões.
• Produção de anticorpos
contra o colágeno tipo IV
presente nos alvéolos e
na membrana basal renal.

• Caracterizada pela
presença de sangramento
pulmonar e
glomerulonefrite.
Citotoxicidade
celular
dependente de
anticorpos
1. Fundamental na defesa
contra infecções virais.
2. Fundamental na
resposta contra células
tumorais.
3. A célula natural Killer é
a principal.
4. Neutrófilos,
macrófagos também são
capazes de induzir a
morte celular (apoptose
celular).
• Paul, Sourav & Lal, Girdhari. (2017). The Molecular
Imunoterapia Mechanism of Natural Killer Cells Function and Its
com células NK Importance in Cancer Immunotherapy. Frontiers in
Immunology. 8. 1124. 10.3389/fimmu.2017.01124.

Ativação

Associação com AC monoclonais que ativam a NK.


Reação de
hipersensibilidade
do tipo III

• Induzida pelos
complexos antígeno-
anticorpo
(imunocomplexos) do
tipo IgM e IgG com
ativação do sistema de
complemento.
• Os antígenos são
solúveis.
• Classicamente dividida
em:
 Doença do Soro
 Reação de Arthus
https://microbenotes.com/type-iii-immune-
complex-hypersensitivity-mechanism-and-
examples/
Reação de Arthus induzida
Hipersensibilidade Tipo III

 Os antígenos podem ser endógenos (self) ou externos


(non-self).
 A reação ocorre no local de adesão do complexo antígeno
anticorpo.
 Enquanto houver complexos aderidos e ou circulantes
haverá sintomatologia.
 A relação é diretamente proporcional: maior concentração
de imunocomplexos , maior sintomatologia.
Paciente, 52 anos, com queixa de placas urticariformes generalizadas,
um pouco pruriginosas, fixas, bem como cefaléia, mal-estar, dor nas
articulações e inchaço. As lesões urticariformes duraram mais de 24
horas.
Seu histórico médico incluía depressão, ansiedade, transtorno
obsessivo-compulsivo, malformação vascular e psoríase grave.
Medicações de uso regular: lítio, fluoxetina, risperidona,
levomilnacipran, lorazepam e gabapentina.
Há um mês iniciou ustekinumab, 45 mg subcutâneamente, para
psoríase. Recebeu 2 doses, com 4 semanas de intervalo.
Há sete semanas iniciou o mirabegron, 50 mg/d oralmente bexiga
hiperreativa
Vasculite
Paciente, sexo
masculino, em
tratamento com
rituximab para Síndrome
Nefrótica apresentou
placas urticariformes
associada a artralgia 1
semana após a segunda
dose do rituximab.
Menina de 18 meses apresentando placas disseminadas, não pruriginosas, eritematosas
(algumas violáceas) caracterizada por bordas irregulares. As lesões evoluíram com um
halo interno violáceo e a presença de sintomas sistêmicos, incluindo edema articular,
artalgia, mobilidade limitada, irritabilidade, hiporexia e febre (Figura 1B e e2).2). O
paciente já havia recebido tratamento de amoxicilina/clavulanato oral e dipirona 5 dias
antes das lesões cutâneas aparecerem, devido à tosse e febre. A prednisona oral 0,5mg/kg e
a hidroxizina não resolveram as lesões e houve deterioração clínica sendo necessária a
internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Galvão Dos Santos de Araujo AC, Moura de Almeida L, Moura de Almeida AP, et al. Serum Sickness-Like Reaction: Drug-Induced
Cutaneous Disease in a Child. Dermatol Pract Concept. 2021;11(3):e2021029. Published 2021 Jul 8. doi:10.5826/dpc.1103a29
• Reação considerada tardia.
• Mediada por células
Reação de • Célula principal: Linfócito T
Hipersensibilidade • Pode induzir resposta imune do TIPO 1, TIPO 2 e
do tipo IV TIPO 3.
• Fundamental no controle de infecções por
patógenos intracelulares.
Reação de Hipersensibilidade do tipo IV

 Reação mediada por células


T.
 Reação tardia
 Importante na resposta
imunológica contra patógenos
intracelulares, sobretudo
micobactérias e fungos.
 O PPD é um exemplo de
reação de hipersensibilidade
do tipo IV.

NO CASO DO PPD –TESTE TUBERCULINICO


REAÇÃO IVa
T1
ATIVAÇÃO DE
FAGÓCITOS

Objetivo: aumentar a fagocitose


RETROALIMENTAÇÃO

Citocinas Liberadas: TNF-α, GM-CSF, e IFN – γ


ATIVAR OS MACRÓFAGOS E APC

BACTERICIDA

As reações do Tipo IV são mais tardias e


envolvem o recrutamento de Macrófagos e
demais PMN e outras células apresentadoras de
antígenos
Fagolisossoma

ROS: espécies
reativas de
oxigênio
Tipo IVb- Th2 PERFIL DE CITOCINAS Th2

FASE CRÔNICA DA ASMA, DA T2, ESOFAGITE EOSINOFILICA


Tipo IVc- Th17

ASMA NEUTROFILICA, DA,RINOSSINISITE CRÔNICA COM POLIPOSE NASAL


Doença enxerto contra o
hospedeiro
OS LINFÓCITOS T DO ORGÃO
TRANSPLANTADO REAGEM CONTRA
as células /tecido do receptor

• Complicação comum em transplantes


de medula óssea e de células tronco
Hematopoiéticas

DECH aguda e crônica.


Cutaneous Chronic Graft Versus Host Disease Following Allogeneic
Haematopoietic Stem Cell Transplantation in Children: A
Retrospective Study

Acta Derm Venereol 2018; 98: XX–XX.

Corr: Vered Molho-Pessach, Department of Dermatology, Hadassah-Hebrew University Medical Center,


Kiryat Hadassah, POB 12000, Jerusalem, 9112001, Israel. E-mail: Rverem@hadassah.org.il
Paciente com
SIDA
• Redução na produção de
linfócitos T CD4 e CD8 +.
• Reação de
hipersensibilidade do tipo
IV comprometida/ausente.
• Predisposição a infecções
oportunistas:
• Pneumocysctis carrini
• Micobacterium avium
HIPERSENSIBILIDAD
E TIPO IV
Citotoxicidade
• Células T
Sensibilizadas matam
outras células
• Identificam células
“infectadas” e induzem
a apoptose celular
• Importante como
resposta imune contra
células cancerígenas
Citotoxicidade induzida pela Reação
de Hipersensiblidade do tipo IV

REVIEW ARTICLE
Front. Immunol., 09 August 2019 |
https://doi.org/10.3389/fimmu.2019.01896
• Homem de 73 anos com queixa de ferida
não cicatrizante no antebraço direito por 4
semanas. A ferida começou a partir de
uma picada de inseto e progressivamente
aumentou com o aumento do prurido e
sensação de queimação. Clinicamente,
uma úlcera mal definida foi observada em
seu antebraço direito com eritema e erosão
circundantes. Havia uma crosta amarela
sobrejacente ao centro da úlcera e a
periferia era escamosa.
• Investigações posteriores revelaram
história de auto tratamento com uma
solução amarela para limpar sua ferida por
3 semanas. Ele não se lembrava de ter
usado a solução no passado e não
procurou nenhum conselho médico antes
da visita atual.
• O paciente foi diagnosticado
provisoriamente com dermatite de contato
alérgica secundária à acriflavina. O uso de
acriflavina foi interrompido e a úlcera foi
tratada com curativo salino diário não
oclusivo. A lesão melhorou uma semana
depois, parecendo visivelmente seca, menos
inflamada e de menor diâmetro Ao final de
duas semanas, houve resolução completa da
úlcera, deixando uma hiperpigmentação
pós-inflamatória residual. Um teste de
contato usando a série Standard European
(Chemotechnique) contendo 28 alérgenos
diferentes e acriflavina foi feito sete meses
depois. O resultado mostrou uma reação
positiva (2+) à acriflavina, enquanto o
restante foi negativo.

Leelavathi, M., Le, Y., Tohid, H. et al. Contact dermatitis presenting as non-healing
wound: case report. Asia Pac Fam Med 10, 6 (2011). https://doi.org/10.1186/1447-
056X-10-6
Dermatite de contato

• Reação de hipersensibilidade do tipo


IV.
• Tardia.
• Participação de Linfóctios T CD4 +
e CD8+

https://nationaleczema.org/eczema/
types-of-eczema/contact-dermatitis/

Acute allergic contact dermatitis with a prominent component of edema.


A Periorbital edema, in addition to crusted and weeping plaques, due to poison ivy. B Allergic contact dermatitis to methylisothiazolinone in a wet wipe
used to remove make-up.
A, Courtesy, Jean L Bolognia, MD.
OBRIGADA
Títulos da minha Biblioteca:
• ROITT - Fundamentos de Imunologia, 13ª edição
Peter J. Delves
• Imunobiologia de Janeway Kenneth Murphy
capítulo 14
• Clínica Médica, Volume 7: Alergia e Imunologia
Clínica, Doenças da Pele, Doenças Infecciosas e
Parasitárias. Mílton de Arruda Martins; Flair José
Carrilho; V

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