1) O que é tolerância imunológica e como está
divido seus mecanismos?
Se trata fenômeno pelo qual o organismo, que é capaz
de reconhecer determinados antígenos, faz o caminho
contrário, não desencadeando uma resposta
imunológica, sendo esta tolerância induzida pela
exposição prévia a este antígeno.
Os antígenos próprios são geralmente tolerógenos. Os
antígenos provenientes de microrganismo são
imunógenos.
2) Diferencie tolerância imunológica central de
periférica.
A TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA é estabelecida pela
exposição dos linfócitos aos antígenos.
TOLERÂNCIA CENTRAL é induzida quando os
linfócitos em desenvolvimento encontram estes antígenos
nos órgão linfoides geradores.
TOLERÂNCIA PERIFÉRICA ocorre quando os
linfócitos maduros encontram estes antígenos próprios
nos órgãos linfoides periféricos.
3) Comente a relação de transplantes e enxertos.
Transplantes e enxertos são termos frequentemente
utilizados na área da medicina para descrever
procedimentos que envolvem a transferência de tecidos,
órgãos ou células de um doador para um receptor.
Embora os termos sejam relacionados, eles têm algumas
diferenças distintas.
O enxerto é um termo mais amplo que se refere à
transferência de tecidos ou órgãos de uma parte do
corpo para outra, ou de um indivíduo para outro. Os
enxertos podem ser autólogos, quando o tecido é retirado
do próprio indivíduo e transferido para outra parte do
corpo, como em um enxerto de pele para tratar uma
queimadura. Também podem ser alogênicos, quando o
tecido é obtido de um doador compatível, ou
xenogênicos, quando o tecido é proveniente de uma
espécie diferente.
Já o transplante se refere especificamente à
transferência de órgãos ou tecidos de um doador para
um receptor. Os transplantes podem envolver órgãos
sólidos, como coração, fígado, rins, pulmões, ou tecidos
como córneas, medula óssea e células-tronco.
Os transplantes são realizados principalmente para
substituir órgãos ou tecidos que não estão funcionando
adequadamente ou foram danificados devido a doenças,
lesões ou condições genéticas. Eles podem salvar vidas,
melhorar a qualidade de vida e oferecer uma esperança
de cura para muitas pessoas.
No entanto, tanto os transplantes quanto os enxertos
apresentam desafios significativos. Um dos principais
desafios é encontrar um doador compatível, que seja
imunologicamente semelhante ao receptor, para
minimizar o risco de rejeição. Além disso, existem
questões éticas e legais relacionadas à obtenção de
órgãos e tecidos, bem como os cuidados pós-operatórios
necessários para garantir o sucesso do procedimento.
Em resumo, a relação entre transplantes e enxertos é que
os transplantes são um tipo específico de enxerto que
envolve a transferência de órgãos ou tecidos de um
doador para um receptor. Ambos os procedimentos
desempenham um papel crucial na medicina, permitindo
a substituição ou reparação de tecidos danificados e
melhorando a vida de muitas pessoas.
4) Diferencie as rejeições de transplantes
presentes no mecanismo imunológico.
No contexto dos transplantes, as rejeições são respostas
do sistema imunológico do receptor contra o tecido ou
órgão transplantado. Existem três tipos principais de
rejeição de transplantes, que diferem em termos de
mecanismos imunológicos envolvidos e tempo de
ocorrência:
Rejeição hiperaguda: A rejeição hiperaguda é uma
resposta imune rápida e aguda que ocorre logo após o
transplante, geralmente dentro de minutos a horas. Essa
forma de rejeição ocorre quando o sistema imunológico
do receptor reconhece e ataca o tecido transplantado
imediatamente. A rejeição hiperaguda é causada pela
presença de anticorpos pré-formados no receptor que
reconhecem antígenos presentes no tecido do doador.
Isso pode ocorrer quando o receptor já foi exposto ao
tecido do doador anteriormente, seja através de uma
transfusão sanguínea, gravidez anterior ou transplante
prévio.
Rejeição aguda: A rejeição aguda é a forma mais comum
de rejeição e geralmente ocorre nos primeiros meses
após o transplante. Nesse caso, o sistema imunológico do
receptor reconhece o tecido do doador como estranho e
monta uma resposta imune contra ele. Isso envolve a
ativação de células do sistema imunológico, como
linfócitos T e células natural killer, que atacam o tecido
transplantado. A rejeição aguda pode ser controlada
com medicamentos imunossupressores, que diminuem a
resposta imunológica e reduzem a probabilidade de
danos ao tecido transplantado.
Rejeição crônica: A rejeição crônica é uma resposta
imunológica de longo prazo que se desenvolve ao longo
de meses ou anos após o transplante. Nessa forma de
rejeição, o sistema imunológico do receptor continua a
atacar lentamente o tecido transplantado, resultando em
danos progressivos ao longo do tempo. A rejeição
crônica pode ser causada por múltiplos fatores,
incluindo a persistência de baixos níveis de resposta
imunológica, lesões aos vasos sanguíneos do tecido
transplantado e outros processos inflamatórios. A
rejeição crônica é mais difícil de tratar e pode levar à
perda funcional do órgão transplantado.
É importante destacar que a administração de
medicamentos imunossupressores é geralmente
necessária para prevenir ou controlar as rejeições de
transplantes. Esses medicamentos ajudam a suprimir a
resposta imunológica do receptor e reduzem o risco de
rejeição. No entanto, eles também podem aumentar a
suscetibilidade a infecções e outros efeitos colaterais, o
que torna necessário um equilíbrio cuidadoso entre a
supressão imunológica e a proteção contra doenças.
 5) O que é hipersensibilidade? Quais são as
classificações presentes no mecanismo
reacional?
Hipersensibilidade é uma resposta imunológica
exagerada e inadequada a substâncias normalmente
inofensivas, como alérgenos ambientais, alimentos,
medicamentos, entre outros. Essa resposta excessiva do
sistema imunológico pode levar ao desenvolvimento de
uma variedade de doenças e sintomas, conhecidos como
reações de hipersensibilidade.
Existem quatro principais classificações de
hipersensibilidade, conhecidas como tipos I, II, III e IV,
que diferem em termos dos mecanismos reacionais e das
células e mediadores envolvidos.
Hipersensibilidade tipo I (mediada por IgE): Nesse tipo
de hipersensibilidade, ocorre uma resposta imediata e
aguda, geralmente dentro de minutos a horas após o
contato com o alérgeno. Na primeira exposição ao
alérgeno, o sistema imunológico produz anticorpos
chamados imunoglobulina E (IgE), que se ligam a células
chamadas mastócitos e basófilos. Na exposição
subsequente ao mesmo alérgeno, ocorre a ligação entre o
antígeno e os anticorpos IgE, o que leva à liberação de
substâncias como histamina, prostaglandinas e
leucotrienos. Essas substâncias causam sintomas
alérgicos, como erupção cutânea, coceira, inchaço,
espirros, falta de ar e anafilaxia.
Hipersensibilidade tipo II (mediada por anticorpos):
Nesse tipo de hipersensibilidade, os anticorpos IgG ou
IgM se ligam a antígenos presentes nas células ou tecidos
do organismo. Essa ligação pode ativar o sistema do
complemento, que desencadeia uma resposta
inflamatória e destruição celular. Exemplos de doenças
mediadas pela hipersensibilidade tipo II incluem
anemias hemolíticas, doenças autoimunes, como o lúpus
eritematoso sistêmico, e reações transfusionais
incompatíveis.
Hipersensibilidade tipo III (mediada por
imunocomplexos): Nesse tipo de hipersensibilidade,
ocorre a formação de complexos imunes (antígeno-
anticorpo) em excesso, que se depositam em diferentes
tecidos do corpo, especialmente nos rins, articulações e
vasos sanguíneos. Esses depósitos ativam o sistema do
complemento e a resposta inflamatória, causando danos
aos tecidos. Exemplos de doenças mediadas pela
hipersensibilidade tipo III incluem glomerulonefrite pós-
estreptocócica, artrite reumatoide e vasculite.
Hipersensibilidade tipo IV (mediada por células): Nesse
tipo de hipersensibilidade, a resposta imunológica é
mediada por células T, especificamente pelos linfócitos T
citotóxicos e pelos linfócitos T auxiliares. A ativação
dessas células T leva à liberação de citocinas
inflamatórias que recrutam e ativam outras células
inflamatórias, como macrófagos e células natural killer,
causando danos teciduais. A hipersensibilidade tipo IV é
característica de reações de contato, como dermat
6) Comente sobre os tipos de reações
imunológicas e suas manifestações clínicas.
As reações imunológicas são respostas do sistema
imunológico a antígenos, substâncias estranhas que
podem incluir microrganismos, células do próprio corpo
modificadas ou substâncias químicas. Essas reações
podem ser classificadas em quatro tipos principais, cada
um com suas características e manifestações clínicas
distintas:
Reações de hipersensibilidade tipo I: Essas reações são
mediadas pela imunoglobulina E (IgE) e envolvem a
resposta imediata do sistema imunológico. Os alérgenos,
como pólen, poeira, alimentos ou venenos de insetos,
desencadeiam a liberação rápida de substâncias
inflamatórias, como histamina, resultando em sintomas
alérgicos. As manifestações clínicas incluem coceira,
erupção cutânea, inchaço, espirros, lacrimejamento,
falta de ar e, em casos mais graves, anafilaxia.
Reações de hipersensibilidade tipo II: Nesse tipo de
reação, os anticorpos IgG ou IgM se ligam a antígenos
presentes nas células ou tecidos do organismo,
desencadeando a destruição mediada pelo sistema do
complemento ou por células fagocíticas. Exemplos de
manifestações clínicas incluem anemias hemolíticas,
como a doença hemolítica do recém-nascido, e reações
transfusionais incompatíveis.
Reações de hipersensibilidade tipo III: Essas reações
ocorrem quando há formação de complexos imunes
(antígeno-anticorpo) em excesso, que se depositam em
vários tecidos do corpo, ativando o sistema do
complemento e causando inflamação. A inflamação
crônica resultante pode levar a danos teciduais e
manifestações clínicas, como artrite, glomerulonefrite,
vasculite e doenças autoimunes, como o lúpus
eritematoso sistêmico.
Reações de hipersensibilidade tipo IV: Também
conhecidas como reações de hipersensibilidade tardia ou
reações de hipersensibilidade mediadas por células, essas
reações envolvem a ativação de células T e macrófagos.
A resposta imune é caracterizada pela liberação de
citocinas inflamatórias que recrutam e ativam células
inflamatórias, causando danos teciduais. Exemplos de
manifestações clínicas incluem reações de contato, como
dermatite de contato alérgica e reações cutâneas a
medicamentos
É importante observar que algumas doenças podem
envolver mais de um tipo de reação imunológica. Além
disso, as manifestações clínicas podem variar em
gravidade, desde sintomas leves até condições
potencialmente fatais, como anafilaxia. O diagnóstico e o
tratamento adequados são fundamentais para gerenciar
essas reações e aliviar os sintomas dos pacientes.