Você está na página 1de 9

Educação Física Escolar e

Ludicidade

Prof. Alan Rocha


alanaquino@hotmail.com
Um pouco da História...
• Durante a idade média (século V ao XV), o lúdico foi considerado como
“brincadeira” por ser associado ao jogo do azar.

• Durante o “Renascimento” (século XV), ocorreu a “compulsão lúdica”.


Afirmou-se que o lúdico favorecia o desenvolvimento da inteligência e
facilitava o estudo, tornando-se uma maneira adequada para a
aprendizagem dos conteúdos. (KISHIMOTO, 1994)

• Atualmente, essa prática tem conquistado espaço nos diferentes


segmentos e gerado uma necessidade para o contexto social em
função da falta de tempo, caracterizando um ser humano individualista
e cercado de compromissos.

• Inúmeros pensadores considerados pós-modernos, apontam para o


terceiro milênio como sendo o milênio da ludicidade, já que esta é uma
necessidade efetivamente humana. (SANTOS, 1999)

• Nesse sentido, surgiu a necessidade de o adulto reaprender a brincar,


por ser este um meio pelo qual o ser humano tem a possibilidade de
integração com os outros, consigo mesmo e com o seu meio social
(NEGRINE, 1998)
Conceituações da ludicidade
• Origem da palavra latina “ludus” = jogo. Refere-se ao jogar, ao brincar,
ao movimento espontâneo.

• Na Sociologia, o lúdico é abordado como um processo social onde o


brincar não é uma atividade interna do indivíduo, pois precisar se
aprendido.

• Na Filosofia, a ludicidade relaciona-se com o brincar, a recreação e o


jogo em um ambiente espontâneo, livre, num formato prazeroso e
alegre.

• Na Psicologia, o lúdico faz parte da infância, pois o brincar contribui


para o desenvolvimento cognitivo sem ser trivial, e sim como uma
atividade séria e de profunda significação para quem o faz.

• Na Pedagogia, o lúdico torna-se uma necessidade básica da


personalidade, fazendo parte das atividades essenciais da dinâmica
humana caracterizada por ser espontânea, funcional e satisfatória.
Perspectivas atuais
• Hoje, constatamos cada vez mais a importância da
ludicidade para fins didáticos, pois cria descontração,
favorece o envolvimento e o estabelecimento de vínculos,
fundamentais na relação professor/aluno.

• A ludicidade precisa estar contida no planejamento,


respaldada por subsídios teóricos que auxiliem o trabalho
docente.

• Os dados da realidade têm nos revelado que o


aprendizado na escola não tem se dado num ambiente
prazeroso, construtivo e reflexivo.

• Desta forma, os domínios do lúdico na educação ser


tornam cada vez maiores e abrangentes, porém pouco
explorados ou utilizados como recurso de ensino e
promoção da aprendizagem do aluno.
Refletindo a Escola

LUGAR
LUGARDE
DE
APRENDER
APRENDER
“COISAS
“COISASNOVAS”
NOVAS”

AMPLIAÇÃO
AMPLIAÇÃO CONHECIMENTOS
CONHECIMENTOS
POR
PORQUE
QUEVAMOS
VAMOS
DO
DO ++
ÀÀESCOLA?
ESCOLA?
REPERTÓRIO
REPERTÓRIO VALORES
VALORES

EXERCÍCIO
EXERCÍCIO
DA
DA
CONVIVÊNCIA
CONVIVÊNCIA
Refletindo a Educação Física na Escola
POR QUE
VAMOS À AULA
DE
EDUCAÇÃO FÍSICA?

QUE EXPECTATIVA
TEMOS?

LUGAR DE CONHECIMENTOS EXERCÍCIO AMPLIAÇÃO


APRENDER + DA DO
“COISAS NOVAS” VALORES CONVIVÊNCIA REPERTÓRIO
Concluindo...

• “Pois bem, estas práticas corporais da cultura — expressão de uma


experiência humana —, constituem o conhecimento próprio ao
ensino da Educação Física. A intervenção pedagógica do
Professor de Educação Física comporta assim um enorme e
permanente desafio: organizar o ensino como um tempo e um
lugar de conhecer, provar, usufruir, criar, recriar e reinventar, de
fazer de muitas maneiras, de brincar com essas práticas,
garantindo o humano direito dos estudantes de acesso a esse rico
patrimônio cultural. Em outras palavras: a Educação Física é uma
maneira de fruir, de usufruir, de viver e de produzir essa cultura, um
modo de enriquecer a experiência humana, se considerarmos que
essas práticas são possibilidades afetivas, lúdicas e estéticas de
apreender e entender o mundo, e de agir nele.”
Concluindo...

• “O ensino de esporte na Educação Física não dever ser


aprisionado (nem asfixiado) a critérios como os de seleção,
exclusão, performance, rendimento, vitória, dentre outros.
Critérios que não devem ter lugar na escola, se queremos
respeitar o princípio de que ela (e tudo o que nela se pratica)
é um direito. E é estimulante saber que a produção e a
vivência de práticas de esporte com essa referência já é
realidade em muitos projetos de Educação Física espalhados
pelo Brasil.”
Concluindo...
• “Aposto em um projeto cultural de Educação Física como um dos tempos
de realizar o humano direito a uma rica cultura de práticas corporais. Não
como coisa dada. Mas como coisa conquistada e reconstruída. Tal como
a vida.
Um Projeto em que alunos e alunas possam praticar essa cultura, sem
exclusão por nenhum motivo — porque não há motivo que seja suficiente
para justificar a exclusão das aulas de Educação Física; em que tenham
respeitada a sua corporeidade, construída em sua história de vida; em
que os sujeitos envolvidos (professores, crianças, adolescentes, jovens,
adultos) possam colocar-se à disposição de si mesmos quando fruem,
usufruem e recriam essas práticas na partilha da alegria. Reinventando-
se a si mesmos. Reinventando a própria cultura.”

Extraído do texto: EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA: circular, reinventar, estimular, transmitir,


produzir, praticar...cultura
Tarcísio Mauro Vago - UFMG

Você também pode gostar