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APRESENTAÇÃO RARA DE AMILOIDOSE

AI CARDÍACA FULMINANTE
Lucas Guimarães da Rocha, Carlos Aurélio Santos Aragão, Luiz Flávio de Andrade Prato,
Cleverton Canuto Aragão, Marco Paulo Cunha Campos, Eryca Vanessa Santos de Jesus, Mayra
Pereira Souza Barros, Felipe Monteiro Ayres de Oliveira, Augusto Cesar Monte Andrade, Isack
Bruno Neves Marques Konttany, Victor Yuri Santos Ramos, Déborah Esteves Carvalho, José
Carlos da Silva Júnior, Marília de Jesus Cunha, Gabriela Sacramento Tenório Costa, Marco
Antônio Silva Robles

Palavras-chave: Amiloidose; Amiloidose AL; Insuficiência Cardíaca Progressiva.

INTRODUÇÃO DESCRIÇÃO DO CASO


A Amiloidose é uma doença rara caracterizada Após 5 meses, o paciente deu entrada no
pela deposição, de intensidade variável, da Hospital de Urgências com quadro de choque
proteína amilóide dobrada de forma anômala no cardiogênico, FE: 7%, dependente de
interstício dos tecidos orgânicos, substituindo inotrópicos positivos - Dobutamina 20
miócitos por material fibrilar e determinando o mcg/kg/min e Milrinone 0,375mcg/kg/min. A
espessamento das paredes cardíacas e um Eletroforese de proteínas séricas e urinárias
padrão restritivo à cardiomiopatia. A detectou pico monoclonal com inversão da
apresentação mais comum de amiloidose é a relação albumina/globulina. Freelite
ATTR, porém a que evolui mais grave é a kappa/lambda 0,1 (>0,26 excesso de cadeia
amiloidose AL, caracterizada pela deposição de lambda). Por conseguinte, houve a suspeita
imunoglobulinas de cadeias leves (Kappa ou forte de mieloma múltiplo e quadro
Lambda), podendo levar a uma Insuficiência cardiológico de amiloidose AL primário. Foi
Cardíaca rapidamente progressiva. solicitada avaliação da hematologia e biópsia de
medula, ainda no hospital, detectando 24% de
DESCRIÇÃO DO CASO plasmócitos, confirmando mieloma múltiplo.
Foi iniciada pulsoterapia com
Paciente masculino, 33 anos, sem metilprednisolona, com melhora clínica
comorbidades, iniciou quadro de Insuficiência significativa, saindo do quadro de choque
Cardíaca característico com dispnéia paroxística cardiogênico e desmame de inotrópicos em 3
noturna, ortopnéia e turgência de jugulares. Ao dias. No ecocardiograma houve um incremento
exame físico, notava-se macroglossia e da FE para 54%. Após 5 dias de pulsoterapia e
equimose periorbital bilateral. O recuperação total do quadro cardiogênico, foi
eletrocardiograma evidenciou ritmo sinusal, iniciada quimioterapia com Bortezomibe. O
eixo de +5º, 72 BPM e baixa voltagem no plano paciente segue assintomático do ponto de vista
frontal e radiografia de tórax com sinais de cardiovascular e em acompanhamento com a
congestão pulmonar. cardiologia e a hematologia.
Os exames laboratoriais não evidenciaram
alterações renais, hepáticas ou distúrbio
hidroeletrolítico, sendo solicitado um
ecocardiograma. Após 1 mês, o paciente DISCUSSÃO
retornou com exame evidenciando Fração de
ejeção: 64%; DDVE: 48 mm; DSVE: 36 mm; Apesar de ser raro o comprometimento cardíaco
Septo interventricular: 14 mm; PP: 13 mm, com na amiloidose, deve-se suspeitar de sua
hiper-refringência em septo interventricular; apresentação fulminante quando o paciente se
Vol. indexado de AE: 40 ml. Diante do quadro, apresenta em choque cardiogênico com indícios
suspeitou-se de Amiloidose, sendo solicitada prévios de amiloidose, sendo um dos principais
eletroforese de proteínas séricas e urinárias e diagnósticos diferenciais da apresentação de
retorno ao ambulatório. Insuficiência Cardíaca fulminante.

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