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Doença de Wi lson

Adóvio de Oliveira e Silva, Verônica Desirée Samudio Cardozo,


Evandro de Oliveira Souza, Celso Marques Raposo Júnior,
Nafsa Oliveira A/vim Mattedi, Lucas Cagnin,
Rafael Hygino Rodrigues Cremonin, Taiane Costa Marinho,
Leonardo Reuter Motta Gama, Arnaldo Berna/ Filho,
Ana Beatriz de Vasconcelos, Raul Carlos Wah/e

A doença de Wilson (DW) denominada também degeneração ...


hepatolenticular é consequência do acúmulo excessivo de cobre Quadro 66.1 Mecanismos de toxicidade tecidual pelo cobre
em hepatódtos, rins, cérebro, olhos, ossos e hemácias. Caracte­
risticamente, predomina entre pacientes jovens, traduzindo-se Mecanismos Compr�õts
pela associação de doença hepática crônica e lesão neurológica
dependente de degeneração dos gânglios da base, com presença Menor geração de < Conteúdo de antioxidantes (GSH e vitamina E)
> Orcula�o de lipideperóxidos
de anel pigmentado verde- marrom na periferia da córnea (anel
radicais livres
> LesAo oxida tiva de mitocôndrias
de Kayser-Fieischer). Trata-se de condição aut?ssômica �eces­ < Atividade de cltocromo a oxidase mitocondrial
siva, com incidência de 1 em cada 30.000 nasodos e vanando Concentra�o de Redistribui�o intracelular de cobre mitocondrial
entre 5 e 30 acometidos por um milhão de pessoas. cobre hepáko
t Respiração mltocondrial anormal
mais elevada > Libera�o de cákio para o àtosol
< Prevenção da lesao mitocondrial e peroxidação
lipldlca na presença de vitamina E
• ASPECTOS ETIOLÓGICOS
< =Menor.> Maior.
O cobre é um dos metais pesados essenciais ao desenvolvi­
mento de certas funções orgânicas, sendo componente de en­
zimas, tais como a lisil-oxidase, necessária ao funcionamento
dos tecidos conjuntivos e ao cross-linking da elastina. Faz parte natos, em pacientes com sfndrome nefrótica e naqueles em uso
ainda da superoxidodismutase, removedora de radicais livres; de d-penicilamina. Os mecanismos de toxicidade tecidual por
da citocromoxidase, proteína transportadora de elétrons; da esse metal pesado encontram-se resumidos no Quadro 66.1.
tirosinase, envolvida na formação de pigmentos; e do neuro­ O gene que codifica a doença de Wilson recentemente foi
transmissor dopa-� mono-oxigenase, da tirosinase e da ceru­ identificado no braço longo do cromossomo 13 (pWD, l3q14.3).
loplasmina, essas últimas voltadas às sínteses de tecido conjun­ Mutações independentes desse gene têm sido descritas, po­
tivo, melanina e ao metabolismo do ferro. dendo ser responsáveis por diferentes expressões fenotípicas
A ingesta normal diária do cobre situa-se entre 1 e 4 mg, dos da doença. A análise de haplótipos de alelos de marcadores
quais apenas 10% são absorvidos. Normalmente, é encontrado microssatélites determina o estado da doença em familiares
em ostras, amêndoas, amendoins, soja, gelatina e chocolate, dos pacientes (homozigotos, heterozigotos, normais). Todos
sendo o metal absorvido no intestino delgado e transportado os familiares de primeiro grau de portadores de DW devem
no plasma pela albumina, envolvendo-se nas gerações de ou­ ser examinados. São esses que cursarão com maior avidez pela
tras proteínas, tais como a transcupreína e a alfa-1-antitripsina.
intemalização do metal a partir da participação transmembrana
Dessa forma, o metal é transportado ao fígado, incorporado da Ctrl e de outras proteínas também carreadoras, tais como,
à apoceruloplasmina para formar a ceruloplasmina, proteína Hahl e a específica da DW (PDW). Esta última localiza-se na
que confere uma cor azulada ao plasma, com peso molecular membrana de Golgi, de cujo processo de intemalização parti­
cipam glutatião e metalotioneína, responsáveis pela ligação do
de 132-kD, à qual se liga por seis átomos de cobre no sangue
portal, acoplada a hlstidina. Sobrecarga hepatocelular do cobre cobre com o citosol e com vesiculas secretorasque o conduzem
ocorre de forma adquirida nas doenças colestáticas ou pode ser até o canalículo biliar, visando a sua excreção.
genética na DW, nosso enfoque neste capí�o.
Assim, pacientes com DW exibem um defeito de excreçao bi­
_ .

liar do cobre, fazendo com que o metal se acumule em lisossomos MANIFESTAÇOES CL(NICAS

hepáticos. Desse modo, eles evoluem com retenção aumentada
hepatocelular, cupremia baixa e nível sérico de ceruloplasmina A DW é uma afecção caracteristicamente identificada entre
reduzido. Esse comportamento também é observado em recém- adolescentes e adultos jovens, não existindo menção de casos

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Capítulo 66 I Doença de Wilson 737

------ T------ e sialorreia. Encontram-se particularmente comprometidos os


Quadro 66.2 Manifestações clínicas da doença de Wilson gânglios da base, com a doença instalando-se de forma aguda,
segundo alguns parâmetros rapidamente progressiva, ou crônica. O eletroencefalograma
(EEG) mostra alterações inespecíficas. Tais distúrbios estão re­
Parâmetros lacionados com o hiperfluxo do metal do figado para o cérebro,
consequência da ação ineficaz da PDW nos neurônios.
Manifestações clínicas Ceruloplasmina sérica
Anel de Kayser·Fieischer
(20mg/dé)
(%)
(%) • Manifestações hepáticas
Neurológicas 90 85 Traduzem-se por alterações que vão desde quadro de hepa­

Hepáticas 47 65
tite crônica ativa até cirrose hepática, exprimindo-se por sinais
-· e sintomas típicos de redução da reserva hepatocelular (Figura
66.1). São pacientes que evoluem com hepatoesplenomega­
lia, icterícia, aranhas vasculares ou ginecomastia. Fases mais
avançadas são marcadas por aparecimento de ascite, edema
diagnosticados abaixo dos 6 anos de idade e raramente se ma­ de membros inferiores e por surtos de infecção espontânea do
nifesta após a quinta década de vida. Ela pode ser diagnosticada líquido ascítico. No paciente com doença avançada, pode ha­
de forma rápida, quando existem sintomas hepáticos ou neuro­ ver varizes esofagogástricas, gastropatia hipertensiva e varizes
lógicos associados ao anel de Kayser-Fleischer e baixos níveis anorretais. A evolução para o carcinoma hepatocelular rara­
séricos de ceruloplasmina. Outras formas de apresentação são mente tem sido demonstrada.
definidas por sinais e sintomas típicos do ponto de vista neu­ Uma forma mais grave se exterioriza sob forma de insuficiên­
rológico e/ou hepático (Quadro 66.2). cia hepática fulminante em paciente previamente cirrótico. Ca­
racteriza-se pela presença de icterícia rapidamente progressiva,

• Manifestações neurológicas ascite e insuficiência hepatocelular e renal, comumente evoluin­


do com hemólise aguda intravascular, resultado do excessivo
O acúmulo de cobre no cérebro pode causar lesão neurológi­ acúmulo de cobre intra-hepático. O diagnóstico diferencial in­
ca. Não existe explicação de essa agressão se relacionar com ní­ clui a hepatite viral e a necrose maciça hepatocelular originária
veis plasmáticos elevados do metal, ou ser efeito direto exercido de outras causas (Quadro 66.3).
pelos produtos do gene. Tais pacientes evoluem com voz lenta,
disartria, astenia, tremores, incoordenação, ataxia, distonia, es­
pasticidade, rigidez e, às vezes, convulsões. Geralmente, esses
• Outras manifestações
sinais são observados entre 10 e 50 anos de idade, ou mais. Não Comumente, os doentes evoluem com aminoacidúria, gli­
raro, existe redução na capacidade laborativa, impulsividade, cosúria, fosfatúria e uricosúria, além de reduzida excreção do
comportamento antissocial, paranoia, sinais psicóticos, disfagia ácido p-amino-hipúrico, resultantes de lesões tubulares, acom-

Figura 66.1 Paciente de 1 8 anos, do sexo feminino, apresentou-se ao serviço com sinais de grave descompensação hepática e transtornos
neurológicos. Diagnosticou-se doença de Wilson, já cirrotizada, e com hipertensão portal, como se vê na imagem laparoscópica. Três meses
após, a paciente falecia em grave episódio de hemorragia digestiva alta, seguido de insuficiência hepática fulminante. Cortesia de Renato Dani.
(Esta figura encontra-se reproduzida em cores no Encarte.)
738 Capítulo 66 I Doença de Wilson

------- �· ------- n
i formativo útil em estudos familiares e na identificação de
Quadro 66.3 Aspectos típicos observados na insuficiência hepática casos pré-sintomáticos, portadores heterozigotos ou indiví­
fulminante desencadeada na doença de Wilson (Gitlin, 1998) duos não comprometidos.
Além disso, mais de 100 mutações do gene DW foram des­
1. História familiar e consanguinidade entre pais são relevantes; critas nos últimos anos, na Islândia, Taiwan, Costa Rica, Sicí­
2. São elevados os níveis de cobre sérico, urinário e hepático; lia, Reino Unido, EUA, Rússia e Suécia. A caracterização delas
3. São menos pronunciadas as elevações dos níveis de aminotransferases, ocorre por meio de reação em cadeia de polimerase (PCR),
sendo mais acentuadas as de bilirrubina total, sobretudo da fração com a relação genótipo/fenótipo sendo responsável pela for­
indireta (1 00% de especificidade na doença de Wilson); ma de apresentação clínica, neurológica ou de doença hepática
4. Proporção de fosfatase alcalina sérica/bilirrubina total < 20; aguda ou crônica.
S. Desproporcional aumento de bilirrubina total > 18,0 mg/df;
6. Proporção de aspartato aminotransferase/alanina-aminotransferase
> 4,0; • ASPECTOS ANATOMOPATOLÓGICOS
7. Nível sérico de fosfatase alcalina < 600 Ul/t e de aminotransferase entre
100e 500 UI/R; O comprometimento histológico do figado traduz-se por es­
8. Hemólise intravascular se revela extremamente comum. pectro amplo de lesões. Assim, a fase inicial, identificada como
hepatopatia reativa inespecí.fica, é caracterizada por discreto
infiltrado portal mononuclear, com núcleos repletos de gli­
cogênio, sinais esses observados em hepatócitos periportais.
Outras formas de expressão são a hepatite aguda fulminante,
panhadas, na maioria das vezes, por acidose tubular renal. En­
a hepatite crônica persistente, a hepatite crônica ativa, a cirro­
tre as expressões de agressão aos olhos, a mais comum delas é
a presença do anel de Kayser-Fleischer. São pacientes que, em se e o carcinoma hepatocelular. Interessante, do ponto de vis­
geral, cursam também com adinamia, anorexia, dores osteo­ ta evolutivo, é a comprovação de que não há correlação entre
articulares, nefrolitíase, anemia hemolítica, osteomalacia, con­ a concentração de cobre hepático e a n i tensidade das lesões
drocalcinose e poliartrite, além de distúrbios endócrinos, car­ anatomopatológicas. A definição precisa da presença do metal
diovasculares e cutâneos. em tecido é feita realizando-se colorações especiais pelo ácido
rubeânico ou rodanina.
Nesse aspecto, mostra-se importante definir que a concen­

• ASPECTOS LABORATORIAIS tração tecidual de cobre no indivíduo sadio apresenta-se abaixo


de 55 jlg/g de tecido seco, enquanto em pacientes homozigotos
ultrapassa 250 !1-g/g. Resultados falso-positivos podem ocorrer
• Enzimas hepáticas em pacientes com cirrose biliar primária, cirrose da criança in­
Pacientes com DW podem evoluir, quando assintomáticos, diana, doença colestática crônica e no figado do recém-nato.
sem lesão hepática evidente e níveis séricos normais das enzi­ Por outro lado, resultado falso-negativo é observado naque­
mas hepáticas. A maioria daqueles com lesão hepatocelular les doentes com DW em tratamento com agentes quelantes
cursa com discreta elevação de valores séricos de aminotrans­ (d-penicilamina).
ferases e gamaglutamiltransferase, enquanto os de fosfatase
alcalina costumam ser baixos.
• Terapêutica
• Marcadores do metabolismo do cobre A ausência de tratamento no passado fez com que, inexo­
Em geral, a ceruloplasmina e o cobre sérico apresentam valo­ ravelmente, pacientes com DW evoluíssem para a morte. Essa
res reduzidos. Assim, no paciente com doença hepática, a con­ tendência evolutiva natural mudou a partir de 1956, quando
centração de ceruloplasmina encontra-se abaixo de 20 mg/de. O passaram a ser tratados com d-penicilamina, na dose de 1 g/
diagnóstico de DW confirma-se pela elevada excreção urinária dia VO, ingerida em quatro tomadas diárias, sempre cerca de
de cobre, ultrapassando 100 mg/24 h, a qual pode ser ampliada 30 min antes ou 2 h depois das refeições. Desde que não surjam
após administração de d-penicilamina (500 mg/2 vezes dia). Os efeitos colaterais, tais como rash cutâneo, leucopenia, plaqueto­
pacientes cursam, em geral, com cupremia em torno de 1.000 penia e proteinúria, a dose deve ser aumenta ra 1,5 a 2,0 g/
dap a
a 1.500 mg/24 h. dia, já nos primeiros 2 meses de tratamento. E recomendável
Deve-se frisar que 5 a 17% dos pacientes com DW apresen­ administrar 25 mg de piridoxina ao dia, uma vez que a penici­
tam nível sérico de ceruloplasmina entre 20 e 30 mg/dR. Nesse lamina tem efeito antipiridoxina.
caso, a confirmação diagnóstica deverá ser feita por meio da O monitoramento da terapêutica deve envolver basicamente
pesquisa do anel de Kayser-Fleischer e/ou biopsia hepática. Na três aspectos: 1. no primeiro mês, deve-se realizar, a cada 7 dias,
dúvida, deve-se administrar dose de 2,0 mg de cobre radiomar­ a contagem de eritrócitos, leucócitos e plaquetas no sangue peri­
cado, contendo 0,3 a 0,5 mC164Cu, diluído em 100 a 150 mf de férico, bem como exame de urina tipo 1, dosagens bioquímicas
suco de fruta, após período de jejum de 8 h. A pesquisa da con­ de aminotransferases, gamaglutamiltransferase, bilirrubina total
centração do marcador deve ser feita seriadamente, a cada 48 h, e frações, além de atividade de protrombina, fator V e TTPA. A
e a confirmação da DW ocorre quando não se verifica elevação estabilidade do quadro laboratorial leva tal atitude a ser mensal,
secundária do nível sérico de cobre, normalmente observado posteriormente a cada 2 a 3 meses e, finalmente, a cada 6 me­
ao fim de 6 a 20 h. ses; 2. cuprúria de 24 h deve ser mensalmente realizada. Caso
se mostre abaixo de 300 mg/24 h, deve-se inferir emprego de
dose inadequada, ou não aderência do paciente ao tratamento;
• Diagnóstico molecular 3. avaliação da presença de sintomas e sinais do comprometi­
Pela identificação de marcadores microssatélites situados mento neurológico, os quais podem exacerbar-se no nício
i do
próximos ao gene da DW, pode-se construir um haplótipo, tratamento, com tendência a reversão com o passar dos dias.
Capítulo 66 I Doença de Wilson 739

------- ·-------
Quadro 66.4 lndice prognóstico em insuficiência hepática aguda na doença de Wilson

Escore em pontos

Parâmetros o 1 2 3 4

Bilirrubina sérica (mg/d€} <6 6-9 9-12 12-18 > 18


Nível sérico de AST (UI/f) < 100 100-150 150-200 200-30 > 300
Tempo de protrombina (prolongado em segundos) <4 4-8 8-12 12-20 >20

Interpretação - Escore em pontos > 7 deve·se considerar transplante hepático.

Quando não ocorre resposta benéfica à d-penicilamina, ou se Mais recentemente, outras medidas abrangem: 1. transplan­
existe intolerância ao fármaco, deve-se substituí-lo pelo triente­ te hepático de doador vivo, parente e heterozigoto para doença
ne na dose de 1 a 1,5 g/dia, dividida em três tomadas. Tem efeito de Wilson, sem que tenha ocorrido recorrência de distúrbio me­
cuprurético menor, porém mostra-se clinicamente eficaz. Sinais tabólico; 2. transplante ortotópico parcial de fígado (APOLT),
de toxicidade são lesões de medula óssea, rim, pele e mucosas. com lobo auxiliar implantado levando a atrofia do nativo, cirró­
Opcionalmente, sobretudo para os intolerantes a qualquer des­ tico e regeneração do lobo implantado em 18 meses. Rotula-se
ses dois fármacos, indica-se acetato de zinco VO, na dose de essa atitude como geneterapia, preocupando ainda que exista
50 mg, 3 vezes/dia, entre as refeições. Melhora significativa ocor­ com essa técnica risco de transformação maligna de hepatóci­
re em torno de 83% daqueles assim conduzidos, gerando apenas tos mutantes residuais.
efeitos colaterais gastrintestinais leves. Alternativamente, pode­
se optar pela administração de tetratiomolibidato de amônia
VO, na dose de 30 mg, 2 vezes/dia. Essa orientação deverá ser • LEITURA RECOMENDADA
mantida mesmo durante a gestação, com o risco previsível de
a criança nascer com DW de aproximadamente 1:300. Boldo A & Taxei P. Wilson's disease followed by liver transplant in a 20-year­
old fernale: considerations for bone health: case report and review of the
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for neurologic Wilson's disease: Reflect ions on two cases within a Mexico
Pacientes com evolução para insuficiência hepatocelular e cohort. . Rev Gastroenterol Mex, 2009; 74:218-23.
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em torno de 80%, embora alguns não apresentem melhora dos Ozcay, F, Bayracki, US, Baskin, E et ai. Long-term follow-up ofglomerular and
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Yoshitoshi, EY, Takada, Y, Oike, F et a/. Long-term outcomes for 32 cases of
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