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Modificaçõe

s das
Proteínas
SIMONE BOWLES
Modificações das
A reservação de nutrientes é a preocupação máxima de várias tecnologias
p

Proteínas
e ramos da indústria, para que o produto possa cumprir seu papel. Daí a
importância de se conhecer as alterações que podem ocorrer nos
alimentos, decorrentes da própria natureza do produto alimentar ou como
consequência de manipulações tecnológicas.
Modificações das
As duas alterações principais que ocorrem nos protídeos, isoladamente ou
Proteínas
associadas, são sua desnaturação e degradação. Ambas podem ocorrer
durante a estocagem, na deterioração dos alimentos perecíveis ricos em
protídeos ou durante seu processamento tecnológico. Como resultado, as
proteínas podem apresentar perdas de funcionalidade e qualidade
nutricional, bem como alterações no “flavor” e maior risco de toxidez.
Modificações das
1.Desnaturação
Proteínas
- Modificação das estruturas secundária, terciária e quaternária, sem
quebra da ligação peptídica envolvida na estrutura primária. Há uma
desorganização na conformação, alterando as propriedades das proteínas.
- Não há quebra da sequência de aminoácidos, pois as ligações fortes ou
peptídicas não foram rompidas.
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1.Desnaturação
Proteínas
• PRINCIPAIS CAUSAS:
Alguns agentes ou tratamentos utilizados no processamento de alimentos
podem causar a desnaturação. Dependendo da natureza do agente e
intensidade, a desnaturação pode ser reversível ou irreversível, mas
normalmente é irreversível.
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1.Desnaturação
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• PRINCIPAIS CAUSAS: TEMPERATURA
A maioria das proteínas são desnaturadas quando expostas a moderado
aquecimento (60º a 100ºC = 1h ou menos). A desnaturação excessiva da
proteína frequentemente resulta na sua insolubilização, afetando as
propriedades funcionais dependentes da solubilidade.
Do ponto de vista nutricional, a desnaturação parcial melhora a
digestibilidade e a disponibilidade biológica de aminoácidos essenciais.
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1.Desnaturação
Proteínas
• PRINCIPAIS CAUSAS: TEMPERATURA
O tratamento térmico moderado, provoca a destruição de aminoácidos
sensíveis como cisteína e lisina, porém após o aquecimento moderado, as
proteínas são mais facilmente digeridas, graças à alteração de sua
conformação nativa, permitindo que as proteases atuem mais facilmente.
Geralmente, a solubilidade da proteína diminui com o aumento da
temperatura e tempo de aquecimento, embora exista variações entre as
mesmas.
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1.Desnaturação
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• PRINCIPAIS CAUSAS: TEMPERATURA
No tratamento térmico mais severo (> 100ºC), ligações cruzadas podem
ser formadas, afetando a funcionalidade e impedindo a digestão da
proteína, o que diminui seu valor nutricional. Em temperaturas acima de
180ºC, ocorre a destruição de aminoácidos e reduz a digestibilidade da
proteína.
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1.Desnaturação
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• PRINCIPAIS CAUSAS: TEMPERATURA
O congelamento e posterior descongelamento de uma carne, causa a
exsudação do suco dessa carne, devido a perda da capacidade de retenção
de água da proteína. A perda de água, como consequência, provoca
também perda nos ingredientes solúveis na água (sais minerais). Para
minimizar as perdas, o congelamento deve ser rápido e o
descongelamento lento.
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1.Desnaturação
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• PRINCIPAIS CAUSAS: SOLVENTES ORGÂNICOS (álcool, éter,
benzeno)
São capazes de penetrar na região hidrofóbica da proteína, rompendo e
expondo estas interações e, assim provocando a desnaturação.
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1.Desnaturação
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• PRINCIPAIS CAUSAS: ALTERAÇÃO DE pH
pH extremos levam a desnaturação da proteína.

• PRINCIPAIS CAUSAS: SOLUÇÕES SALINAS


Altas concentrações de sal, diminuem a capacidade de retenção de água pela
interação dos íons Na+ com os grupos funcionais da proteína (impedem a
ligação com água).
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• PROPRIEDADES ATINGIDAS:
A conformação espacial se desorganiza com algumas propriedades
afetadas.
a) Diminuição da solubilidade
b) Diminuição da capacidade de retenção de água
c) Aumento da viscosidade
d) Facilita o ataque da enzimas proteolíticas, pois desbloqueia enlaces
peptídicos correspondentes aos sítios de ação específica das proteases
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1.Desnaturação
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• PROPRIEDADES ATINGIDAS:
A desnaturação dos protídeos tanto pode ser provocada intencionalmente,
como pode representar um processo desencadeado involuntariamente e
assim suas consequências são desejadas ou indesejadas.
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1.Desnaturação
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• EXEMPLOS DE DESNATURAÇÃO DESEJADA:
a) Fabricação de queijos - Após ter sido estabelecido no leite um pH
favorável (ácido) mediante adição de Lactobacillus (produção de ácido
lático), adiciona-se renina, uma enzima isolada do estômago de bezerros,
que provoca a diminuição de solubilidade da caseína, que consequentemente
coalha, formando o queijo frescal.
b) Defumação - No processo convencional, as reações dos constituintes da
fumaça com as proteínas se manifestam principalmente na camada
superficial.
c) Transformação do músculo em carne
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• EXEMPLOS DE DESNATURAÇÃO INDESEJADA:
a) Ao congelamento e posterior descongelamento da carne.
b) A viscosidade e a consistência da gema de ovo são alteradas pelo
congelamento e posterior descongelamento, causando geleificação
(separação da água) da gema. A adição de 10% de sal minimiza o
problema (aumenta a capacidade de retenção de água pela proteína).
c) O aquecimento durante a pasteurização da clara de ovo líquido pode
provocar a desnaturação dos protídeos com consequente perda das
propriedades funcionais (57ºC / 3,5min).
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2.Degradação
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Ocorre rompimento das ligações covalentes (estrutura primária). Pode ser
provocada por enzimas autolíticas (enzimas proteolíticas do próprio
substrato) ou microbianas, ou por hidrólise química (provocam a entrada de
moléculas de água entre as de proteínas e assim, a estrutura protéica é
desmontada). Como consequência, tem-se o desdobramento gradativo da
molécula proteica em peptonas, polipeptídeos e ácidos aminados. Estes
continuam a se degradar gerando CO2, NH3 e ácidos orgânicos, sendo que
ácidos aminados contendo enxofre formam gás sulfídrico.
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2.Degradação
A putrefação dos alimentosProteínas
de origem animal, consiste sobretudo em uma
degradação de sua matéria proteica (alterações bioquímicas +
microbianas). Os produtos da degradação têm odor de alimento proteico
em putrefação.
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2.Degradação
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• EXEMPLOS DE DEGRADAÇÃO DESEJADA:
a) Maturação de queijos - Adição de enzimas e microrganismos, onde os
aminoácidos liberados e seus produtos da degradação imprimem,
juntamente com os produtos da lipólise, sabor típico.
b) Elaboração da gelatina - transformação do colágeno (não digerível), em
gelatina por aquecimento em meio ácido ou alcalino adequado.

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