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DE ALIMENTOS
Aula Teórica 1
Sumario:
Bibliografia:
Conservação de Alimentos: Princípios e Metodologias.
Autores: Fernando Lidon e Maria Manuela Silvestre
Alimento
“Desde que o mundo é mundo: é o sustentáculo da vida”
Alimento (do latim alimentum) é toda substância utilizada
pelos seres vivos como fonte de matéria e energia para
poderem realizar as suas funções vítais, incluindo o
crescimento, movimento e reprodução.
Composição dos alimentos (nutrientes):
• Proteínas
• Lipídeos (gorduras)
• Carboidratos (açúcares)
• Sais minerais
• Vitaminas
• Água
Permite
Pode-se considerar que um alimento esta alterado quando nele apresentam-se mudanças
que podem limitar seu aproveitamento. O alimento alterado tem diferentes modificações
e não são aptos para o consumo humano pois podem afeitar a saúde.
Segundo a facilidade para a alteração, os alimentos podem ser classificados em:
a) Estáveis ou não perecíveis: são aqueles que contem menos de 12% de água livre.
Exemplos: açúcar, farinha, feijões, etc.
b) Semi-perecíveis: Contem menos de 60% de água livre ou tem ácidos ou açúcares que
dificultam o desenvolvimento microbiano. Exemplo: batatas, maças, nozes, etc.
Considerando uma manipulação adequada.
1. Características sensoriais
2. Composição Química
3. Estado físico
4. Estado de sanidade
5. Valor Nutritivo
1. Químicos
2. Físicos
3. Biológicos
a) Fatores Químicos:
Um organismo vivo pode controlar os processos bioquímicos, após a necrose celular
desencadeiam-se reações nos constituintes dos alimentos (entre si ou com substancias
de origem extrínseca).
Os agentes químicos mais comuns são o oxigénio do ar e a luz que provocam
fenómenos de oxidação, o pH e a acidez.
Manifestam-se durante o armazenagem dos alimentos. São alterações graves e com
freqüência prejudicam poder consumir o produto. Exemplo delas são o enranciamento
e o pardeamento.
c) Biológicos:
Após necrose celular, o controlo dos processo enzimáticos deixa de ocorrer,
desencadeando-se a destruição autolítica dos tecidos mediada pelo contato direto
dos enzimas com os respectivos substratos. O processo de deterioro pelos
microrganismos é variavel pois depende do tipo e número de especies microbianas
presentes, a que podem estar condicionadas pela natureza química do alimento e
pelas condições de conservação como a temperatura, presença de oxigénio, de luz,
pH, etc.
Todas estas condições constituem o meio adequado para o crescimento microbiano
(principal causa na alteração dos alimentos).
A equação que descreve a perdida da qualidade expressa-se por: dC/dt = f (Ei , Fj)
Onde:
dC/dt = velocidade de deterioro
Ei = fatores ambientais
Fj = fatores de composição
Conceito de vida útil do alimento:
È o período de tempo durante o qual um produto pode ser armazenado antes de que
um elemento especifico provoque que o produto não esta apto para seu consumo.
O deterioro de um alimento depende de factores:
Fatores intrínsecos:
a) qualidade microbiológica da matéria prima
b) atividade da água (aw)
c) pH e acidez
d) potencial de oxi-redução (Eh) (determina se os microrganismos precisam O2 ou
não)
e) Constituição do alimento (grau de maduração, casca, dano físico, etc.)
f) Presença de antimicrobianos naturais
Fatores extrínsecos:
a) Condições de tempo/temperatura
b) Composição da Atmosfera
c) Humidade relativa
d) Manipulação do alimento pelo consumidor fundamentalmente no lar
Constituição do alimento
R R
Os seres humanos, precisam de 20 aminoácidos os que são classificados em dois
grupos:
o Aminoácidos Essenciais (8 ou 9)
• Não são produzidos pelo homem, e devem por isso, serem ingeridos na
alimentação. Valina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina,
fenilalanina, treonina, triptofano.
o Aminoácidos Naturais (12 ou 11)
• São produzidos pelo organismo humano. Tisina, serina, prolina, glicina,
glutamina, ácido glutamico, alanina, arginina, asparagina, ácido
aspartico, cisteina.
Efeitos: fraccionamento, desnaturalização, desidratação, fermentação,
putrefação, hidrólise, isomerização, etc.
Agentes: Calor, frio, solventes não polares (efeitos de insolubilizacão, dispersão,
formação de géis, absorção de água), tratamentos mecânicos (quebra ou
formação de ligações pelo amassado, trituração, etc.), altas pressões, pH,
presença de sais, modificações enzimáticas pelos microrganismos presentes , etc.
O nitrogênio do grupo amino das proteínas, pode ser utilizado como nutriente
pelos microrganismos e devem ser hidrolisados por enzimas microbianas, ou do
próprio alimento. Os peptídeos, geralmente transmitem sabores desagradáveis
aos alimentos, já os aminoácidos podem proporcionar sabores agradáveis ou
desagradáveis, dependendo da sua estrutura química. A maioria das hidrólises de
proteínas não dão origem a compostos verdadeiramente prejudicais. No entanto,
a degradação anaeróbica destes compostos pode dar origem a cheiros
desagradáveis (putrefacção). Estes cheiros são devidos à formação de compostos
sulfurados, como os sulfitos de hidrogênio, metilo ou etilo e ainda a mercaptanos,
amoníaco, aminas e indol.
Lipídeos:
Podem afetar a qualidade do alimento em suas propriedades organolépticas,
nutricionais e funcionais.
Efeitos: Podem hidrolisar-se no meio ácido (a glicerol, ácidos gordurosos, ácido
fosfórico, etc. ) e no meio alcalino (a esteire de ácidos gordurosos e outros). Alguns
contem colesterol. Podem sofrer a oxidação, principal causa da deterioração dos
alimentos (rancidez oxidativa).
Fatores que aceleram a oxidação: luz, temperatura.
Categorias de doenças:
* infecções
- microrganismo ativo presente nos tecidos
- ingestão do patógeno através do alimento contaminado
(muitos desses agentes também são transmitidos pela água)
* intoxicações
- microrganismo ativo ausente nos tecidos
- ingestão da toxina bioativa pré-formada
Infecções
a. Gastroenterites
- Bacillus cereus: toxina liberada no trato intestinal
Infecção que atinge o sistema gastrointestinal ocasionando diarreias, cólicas
intestinais e vômitos.
- decréscimo na absorção de fluidos
- aumento da secreção de fluidos do sangue para o intestino
b. Salmoneloses
- Salmonella thyphimurium: espécie mais comum, presente no intestino dos animais
e esgotos.
- S. typhi: febre tifóide
Contaminação: manuseio por indivíduos portadores, água contaminada
Carnes, salsichas, aves, ovos, leite e laticínios, produtos à base de ovos crus.
c. Escherichia coli patogênicas
- Escherichia coli enterotóxica (linhagens ETEC), produtora de enterotoxinas
potentes - verotoxina: diarréia hemorrágica e insuficiência renal.
- Linhagem E. coli O157:H7 produz grande quantidade da toxina
Alimentos crús ou mal cozidos, particularmente carnes moídas processadas em
grande escala, água.
d. Campilobacteriose
- Campylobacter jejuni e C. fetus. Bastonetes Gram negativos, microaerófilos,
principais responsáveis por diarréias bacterianas em crianças.
- C. fetus: abortos em bovinos e ovinos
Aves, porco, mariscos crus - todas as carcaças de frango e peru contêm C. jejuni
e. Listeriose
- Listeria monocytogenes – presente em todos os ambientes. Bastonetes ácido
tolerantes, psicrotolerantes e halotolerantes
Pessoas imonocomprometidas: septicemia, meningite, encefalite, infecção intra-
uterina. Contaminação: solo, água
Carne, laticínios, produtos frescos
f. Hepatite A
- Picornavírus (RNA vírus) - Inflamação e necrose do fígado
Frutos do mar coletados em águas poluídas, leite
Contaminação: contaminação fecal da água ou alimento.
Intoxicações
a. Intoxicação por estafilococos
- Staphylococcus aureus – intoxicação bastante comum (gastroenterites)
Cremes, doces recheados, carnes, pudins, saladas com maionese.
Contaminação do alimento: pelo manipulador, seguida pela multiplicação da
bactéria no alimento não refrigerado e produção de enterotoxinas (7 tipos)
termoestáveis.