Rec 3402 Desenvolvimento e pensamento econômico Brasileiro
1º semestre 2024 A difusão da economia Política no Brasil: primeiro momentos • Economia Política fim do XVIII • nasce dentro da Ilustração ou do iluminismo • Smith, Malthus, Ricardo mais conhecidos mas existem vários outros • Reação ao mercantilismo e junto (se contrapõe) com fisiocratas (economistas na França): Quesnay, Turgot
• Contato Brasileiro com Ilustração existe
• Da mesma maneira que existem divergências de posições dentro do iluminismo, sua recepção no Brasil se dá de diferentes maneiras • Exemplo: debate da historiografia sobre qual era o pensamento dos inconfidentes ? • Pelo menos um dos inconfidentes: Cláudio Manuel da Costa conhecia a obra de Smith • Recepção de Burke no Brasil • Ilustração no Brasil (na América Latina) – ate que ponto passa pela ilustração iberica
• Economia Política envolvendo Brasil (e Portugal) no fim da fase colonial
• Vários letrados brasileiros/portugueses contato com “Novos” princípios : • entusiasmo (ou não) com possibilidade progresso nacional com base naquelas ideias • Azeredo Coutinho, Antônio Moraes e Silva, Rodrigues de Brito, Souza Coutinho e Hypólito da Costa • Brasil: uma história singular frente ao antigo mundo colonial ibério – complexidade das discussões • Independência, “descolonização” promovida pela própria monarquia • Aula passada • Em 1808 foi criada a primeira “Aula” (Cátedra) de economia política • 23 de fevereiro – na vinda de D João VI, um mês depois da abertura dos portos • Precoce tb em termos internacionais – debates sobre primeira cátedras (efetivas ou não) • França: Say (1819); GB – 1825 (Nassau Senior), Portugal : 1836 (Cuidado com datas e o que é “ensino”) • Foi atribuída a José da Silva Lisboa (depois Visconde de Cairu) • Nunca exerceu a aula (recebeu por ela), mas teve importantes cargos na administração, foi “assessor” dos Braganças – Imprensa regia • 1º Livro escrito por um brasileiro: 1804: Princípios de Economia Política de Jose da Silva Lisboa (Portugal) José da Silva Lisboa (Salvado: 1756 – Rio de Janeiro 1835) • É considerado o grande difusor de Economia Política no Brasil e mesmo em Portugal, especialmente do pensamento de Smith • Recebe a Aula de Economia Política, 1º livro e várias outras publicações
• Objeto de opiniões extremas :
• fortemente criticado (José Bonifácio, Sergio Buarque de Hollanda): “puxa saco” da Monarquia, vendido aos interesses da Inglaterra, reacionário • Admirado: (Alceu Amoroso Lima) homem ilustrado, benfeitor da Pátria Em Portugal .... Sebastião José de Carvalho e Melo Representante do Marques de Pombal (1699 -1782) despotismo esclarecido português no século XVIII Combina monarquia absolutista com certo racionalismo iluminista. O pombalismo era uma doutrina política segundo a qual, toda a governança teria que buscar racionalizar o estado português e superar atrasos vários na economia portuguesa Representa, de certa forma, o Retrato do Marquês de Pombal (1766), por Louis-Michel van Loo e Claude Joseph Vernet . mercantilismo português Sebastião José de Carvalho e Melo Marques de Pombal secretario de Estado no reinado de D Joao I (1750 – 1777) • Iniciou várias reformas administrativas, econômicas e sociais. • Acabou com a escravatura em Portugal Continental a 12 de fevereiro de 1761 • Extinguiu, na prática, os autos de fé em Portugal e teoricamente com a discriminação aos cristãos-novos, apesar de não ter extinguido oficialmente a Inquisição portuguesa, em vigor "de jure" até 1821. Laicização .... • Criou a Real Mesa Censória em 1768, com o objetivo de transferir, na totalidade, para o Estado a fiscalização das “obras textuais” que se pretendessem publicar ou divulgar no Reino, o que até então estava a cargo do Tribunal do Santo Ofício • Pombal introduziu importantes mudanças no sistema de ensino (superior) do reino até essa época estava sob a responsabilidade da Igreja -, passando-o ao controle do Estado. • A Universidade de Évora, por exemplo, que havia sido fundada no século XVI pelo cardeal D. Henrique, pertencente aos jesuítas, foi extinta, e a Universidade de Coimbra sofreu profunda reforma, sendo modernizada. Pombal – inspirações mercantilistas (colbertismo) Procurou incrementar a produção nacional em relação à concorrência estrangeira, desenvolver o comércio colonial e incentivar o desenvolvimento das manufaturas. • Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação • políticas protecionista com medidas que favoreciam a importação de matérias-primas e encareciam os produtos importados similares aos de fabricação portuguesa. Como resultado, surgiram no reino centenas de pequenas manufaturas produtoras dos mais diversos bens, muitas recebiam subsídios • Criação dos monopólios –Grandes Cias nas principais atividades portuguesas - Companhia para a Agricultura das Vinhas do Alto Douro, Companhia Geral das Reais Pescarias do Reino do Algarve, Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba • fundou o Banco Real em 1751 e estabeleceu uma nova estrutura para administrar a cobrança dos impostos, centralizada pela Real Fazenda de Lisboa, sob seu controle direto. • Combater perdas (arrecadação) com pequenos comerciantes, foi uma das causas da criação de monopólios • Foi criada ainda a Aula de Comércio, implementada em Lisboa em 1759, Com desterro de Pombal (1777) • Diminui a importância do Mercantilismo: caminho em direção ao laissez faire mas não completamente • Real Junta desmembrada; Diminui exclusivos, monopólios; redução das isenções e vantagens (não acabam) especialmente à indústria • Discurso econômico passa a ser assumido de modo mais forte pela: Academia Real das Ciências (1779) Memorias econômicas (1789) “antipombalismo”: Fomento da produção nacional tb , mas principalmente da agricultura • Agrarismo – predominante com críticas à Revolução Industrial • Agricultura – base fundamental das riquezas permanentes de um Estado • Industria usa população escassa • insensibilidade ao surto tecnológico • Máquinas poupadoras de mão de obra que eram abundantes (mulheres), defesa de uma indústria popular – feita por homens e mulheres espalhados no campo e usando tempo morto” ; • Domingos Vandelli: postulados de não intervenção (laissez faire) e da concorrência mas com estímulos a agricultura (cereais) Vozes concordantes e discordantes da Academia das Ciencias • Certo fisiocratismo também em Rodrigues de Brito (Memorias - 1803) • Terra fonte da riqueza • Defesa da intervenção primeiramente favorecendo agricultura depois indústria se estabelece
• Discordantes, em geral de fora da academia, mas algumas internas como o Ensaio
Econômico de Azeredo Coutinho (membro da academia) • Não defesa da agricultura ou da indústria, liberdade de comercio • Crescem visões liberais e que se contrapõem ao agrarismo (mas não são visões industrialistas) • no máximo ideia de engrenagem • Cresce ideia que a fonte da riqueza está na atividade humana, no trabalho • Pouca atenção ainda é dada as mudanças técnicas em curso e suas consequências para além das dificuldades de concorrência • Mais tarde isto cresce : Acursio das Neves, Solano Constâncio (antiagrarismo e defesa da reforma da indústria) • primeiros leitores de Adam Smith – Bacelar Chichorro e Jose da Silva Lisboa José da Silva Lisboa (Salvado: 1756 – Rio de Janeiro 1835) • É considerado o grande difusor de Economia Política no Brasil e mesmo em Portugal, especialmente do pensamento de Smith • Recebe a Aula de Economia Política, 1º livro e várias outras publicações
• Objeto de opiniões extremas :
• fortemente criticado (José Bonifácio, Sergio Buarque de Hollanda): “puxa saco” da Monarquia, vendido aos interesses da Inglaterra, reacionário • Admirado: (Alceu Amoroso Lima) homem ilustrado, benfeitor da Pátria • Filho de “arquiteto”, inicio seus estudos na Bahia, mas fez educação superior em Coimbra, em letras, direito e filosofia moral • Inicialmente professor na Bahia, depois consegue participar de maneira importante da burocracia portuguesa em cargos relativos à administração colonial • deputado da Mesa de Inspeção da Agricultura e Comércio da Bahia • Está junto da família real quando de sua vinda para o Brasil, recebe cargos quando da instalação da Monarquia portuguesa no Brasil • Um dos cargos foi o de Censor Régio, responsável pela Imprensa Régia (criada em 13.05.1808) e Inspetor Geral dos estabelecimentos literários • Decide o que se pode publicar no Brasil • Pela imprensa – publica algumas de suas obras e de outros autores da mesma tradição • 1ª obra publica pela Imprensa Régia é de Cairu
• Político, foi deputado brasileiro nas cortes de Portugal e, depois da
independência, na assembléia constituinte brasileira, foi senador do Império Cairu: principais obras • 1801: Princípios do Direito Mercantil e Leis da Marinha
• 1804: Princípios de Economia Política
• 1808: Observações sobre o comércio franco no Brasil (1ª obra publicada pela Imprensa Régia) • 1810: Observações sobre a franqueza da industria e o estabelecimento das fábricas no Brasil • 1810: Observações sobre a prosperidade do Estado pelos liberais princípios da nova legislação • 1812: Extratos das obras políticas e econômicas de Edmund Burke
• 1818: Estudos do bem comum e Economia Política
• 1824: Constituição Moral e deveres do cidadão
• 1827: Leituras de Economia Política ou direito econômico
• 1º Livro escrito por um brasileiro: 1804: Princípios de Economia Política de Jose da Silva Lisboa (Portugal) • Interessante destacar tb que em 1808 foi criada a primeira “Aula” (Cátedra) de economia política • 23 de fevereiro – na vinda de D João VI, um mês depois da abertura dos portos • Precoce tb em termos internacionais – debates sobre primeira cátedras (efetivas ou não) • França: Say (1819); GB – 1825 (Nassau Senior), Portugal : 1836 (Cuidado com datas e o que é “ensino”) • Foi atribuída também a José da Silva Lisboa (depois Visconde de Cairu) • Nunca exerceu a aula (recebeu por ela), mas teve importantes cargos na administração, foi “assessor” dos Braganças – Imprensa regia Debates de Cairu com as tradições portuguesas • Crítica às medidas de tradição mercantilistas (Pombal) • Pombal: Monopolização das atividades e de comércio etc. • Cairu: Defesa da abertura dos portos, liberdade de comércio
• Crítica à ascensão fisiocrata em Portugal
• Defesa da divisão do trabalho e do valor trabalho • Controvérsia com Rodrigues de Brito, • problema fisiocratismo português acaba se associando com defesa das elites rurais portuguesas e do Antigo regime com a manutenção da colônia e defesa de privilégios destas classes (restrições a liberdade de trabalho e anti-industrialismo)
MARQUÊS DE POMBAL E A REFORMA EDUCACIONAL BRASILEIRA. Colônia Período Pombalino (1759-1822) - Períodos. História, Sociedade e Educação No Brasil - HISTEDBR - Faculdade de Educação - UNICAMP