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Avaliação e

Formulação de Caso
em TCC
Profa. Vanessa Karam
Coordenação: Mônica Portella
Objetivo
Apresentar como é feita a avaliação e
formulação de caso em Terapia Cognitivo-
Comportamental, que fundamentam o
planejamento da intervenção.
Roteiro
 Avaliação de Caso

 Métodos de Avaliação

 Formulação de Caso
Avaliação

Momento no qual são


investigados os problemas do
cliente de forma detalhada,
para, assim, embasar a
formulação de caso.
Formulação

Entendimento
compartilhado, entre o
cliente e o terapeuta, de
como seus problemas se
iniciaram, se
desenvolveram e se
mantém atualmente.
Esquematização

AVALIAÇÃO E FORMULAÇÃO DE CASO

INTERVENÇÃO

MANUTENÇÃO DE GANHOS E
PREVENÇÃO DE RECAÍDA
Pressupostos
 Colaborativa;
 Hipótese;
 Metas;
 Relação terapêutica;
 Entendimento do modelo cognitivo.
Avaliação do Caso

O terapeuta busca
avaliar todas as
informações importantes
para a constituição da
formulação detalhada.
Métodos de Avaliação
• Entrevista comportamental;
• Automonitoria;
• Questionários padronizados;
• Observação direta do comportamento;
• Medidas objetivas;
• Medidas fisiológicas.
Entrevista Comportamental
 Dados de Identificação:

Nome completo;
Endereço;
Telefone;
Data de nascimento;
Grau de escolaridade;
Ocupação profissional.
Entrevista Comportamental

 Queixas:

- Lista de problemas;
- Hierarquização;
- Exemplificação;
- Análise funcional.
Entrevista Comportamental
 Análise Funcional dos Problemas:
EMOÇÃO

PENSAMENTO REAÇÃO
SITUAÇÃO AUTOMÁTICO FISIOLÓGICA

COMPORTAMENTO
Entrevista Comportamental
 Análise Funcional dos Problemas:
EMOÇÃO
Nervosismo, ansiedade.

PENSAMENTO REAÇÃO
SITUAÇÃO AUTOMÁTICO FISIOLÓGICA
Meu chefe Coração acelerado, tremor.
pediu para eu O trabalho vai ficar
finalizar um ruim e ele não vai
trabalho e gostar. Posso ser COMPORTAMENTO
entregá-lo no advertida por isso. Revisei o trabalho quatro
mesmo dia. vezes antes de entregar.
Entrevista Comportamental
 Histórico do Problema:
INFÂNCIA ADOLESCÊNCIA ADULTA

Aos 15 Dos 18 Aos 20 Aos 24


Aos 10 anos, anos, aos 20 anos anos, me Até hoje
era Aos 11 começou a Aos 16 anos, passei formei e sou
Aos 6 anos, comparada anos anos, tive prestei para uma
pressão consegui insegura
tinha muitos com o meu meu pai meu 1º vestibular, faculdade
para o um bom em
amigos no irmão quanto faleceu namorado sem particular.
vestibular emprego relação a
prédio ao sucesso
- - +/- meu
+ desempenho
+ - + trabalho.
no colégio
-
-
Entrevista Comportamental
 Histórico dos Sintomas:
Último ano do Na faculdade Época de final
colégio, Durante dois Primeira durante a de curso,
véspera de anos de pré- vez que fez prova de fazendo
vestibular vestibular TCC anatomia monografia

2001 2002 – 2004 2004 2005 2010


Ocorrência do Ocorrência de Ataques de Ocorrência de Ocorrência
primeiro ataque pânico pânico um ataque de freqüente dos
de pânico repetidamente cessaram pânico isolado ataques
Entrevista Comportamental
 Investigação de áreas importantes
- Técnica da Torta - ocupacional, saúde, lazer, afetiva e
patrimonial.

Atual Ideal

Exercício com a
turma

Ocupacional; Lazer; Social; Afetivo; Patrimonial; Espiritual.


Entrevista Comportamental
 Investigação de áreas importantes
- Técnica da Torta - ocupacional, saúde, lazer, afetiva e
patrimonial.
Entrevista Comportamental
 Confecção de Metas

eSpecíficas
Exercício com a
Mensuráveis turma
Atraentes
Realistas
Temporais
Entrevista Comportamental
 Fatores mantenedores do problema:

- Situacionais;
- Cognitivos;
- Comportamentais;
- Emocionais;
- Interpessoais;
- Fisiológicos.
Entrevista Comportamental

 Outras Informações:
- Tratamentos psicológicos
anteriores;
- Tratamentos psiquiátricos;
- Entrevistas com pessoas-
chave.
Automonitoria
 Registro Diário de Pensamento Disfuncional (RDPD)

Situação Pensamento Emoção Reação Comportamento


Fisiológica
Automonitoria
 Acompanhamento da evolução e avaliação

Monitore todos os dias a flutuação de humor,


considerando a seguinte escala:

0 5 10

Triste, me Moderadamente Extremamente feliz,


sentindo da pior feliz. me sentindo da
forma possível. melhor maneira
possível.
Automonitoria
 Escala Analógica
Utilizada para obter informações sobre um
estado afetivo ou subjetivo.

Alegria Tristeza
Automonitoria

Nenhum Um pouco Muito


emoção
Automonitoria

Muita intensidade

emoção
Média Intensidade

Nenhuma intensidade
Automonitoria
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab

Manhã

Tarde

Noite
Automonitoria
Outros métodos:
• Contagem da freqüência do
comportamento-problema;

• Contagem do tempo de
duração de um determinado
problema;

• Diários – Incluem freqüência,


intensidade, duração e
informações sobre a situação.
Questionários Padronizados
- Inventário Beck de Depressão (BDI)
- Inventário de Ansiedade Traço e Ansiedade Estado
(IDATE);
- Inventário de Ansiedade Social Liebowitz;
- Inventário de Young – Forma Curta;
- Inventário de Histórico de Vida de Lazarus;
- Escala de Yale-Brown para TOC
(Y-BOCKS).
Observação Comportamental

 Observação direta do comportamento no


contexto em que ocorre.

 Avaliação pós tratamento.


Medidas Objetivas
 Medir o comportamento de forma indireta, não
focando no problema em si.

Medir a quantidade
de sabão utilizada no
banho durante 1 mês
por clientes com
rituais de limpeza.
Medidas Fisiológicas

 Mensuram a reação
fisiológica diante do
problema.

 Monitoram a evolução.

Desvantagem – Custo e
disponibilidade dos
aparelhos é limitada.
Avaliação de Caso
CPAF - RJ
 Feita em 5 sessões:
 Entrevista comportamental:
• Coleta dos Dados;
• Presente – Lista de problemas, RDPD.
• Passado – Linha do tempo.
• Futuro – Técnica da Torta.
 Psicoeducação do modelo cognitivo.
 Devolução para o cliente.
Formulação de Caso
A formulação de caso é uma teoria sobre
como o problema apresentado se iniciou, se
desenvolveu e se mantém atualmente.

• Selecionar informações-chave;
• Integrar essas informações.
O CASO A.B.
O CASO A.B.
 A.B., sexo feminino, 20 anos, estudante
universitária de administração.
 Q.P.- Se sente frequentemente triste.
 Análise funcional:
Situação Pensamento Emoção Comportamento Conseqüência

No quarto, Eu não Tristeza, Chorei Não consegui


tentando dormir conseguirei angústia. dormir.
no dia anterior fazer a prova
à prova. e vou tirar
zero.
O CASO A.B.
 Passado:
• Comparação com o irmão;
• Crítica da mãe;
• Comparação com os melhores alunos da
escola;
• Quando conseguia algo, considerava sorte.
O CASO A.B.
 Presente
• Entrou na faculdade e todos os alunos eram
mais novos que ela;
• Na aula de economia, a professora passou a
ementa e ela se achou incapaz de cumprir
todas as exigências;
• Ao ler o primeiro capítulo do livro, não
entendeu nada e se sentiu incapaz de ler os
próximos.
Formulação de Caso
- Análise Funcional;

- Crença Central;

- Crença Intermediária;

- Dados relevantes da infância.


Formulação de Caso

Emoção

Situação Problema Comportamento

Pensamento Automático

CRENÇAS CENTRAIS ?
Formulação de Caso

Emoção

Situação Problema Comportamento

Pensamento Automático

As crenças são afirmações


absolutas, rígidas e generalizadas,
CRENÇAS CENTRAIS ? por assim serem, não passam pelo
crivo do questionamento.
ANÁLISE FUNCIONAL
Caso A.B.
Emoção:
Tristeza

Situação: Depressão Comportamento:


A noite, deitada na Chorar
sua cama

Pensamento Automático
Eu não vou conseguir fazer a prova e vou tirar zero

CRENÇAS CENTRAIS
CRENÇAS CENTRAIS

Pensamento Automático

Crenças
CRENÇAS CENTRAIS
 Descobrindo as crenças centrais...
Técnica da Flecha Descendente:

Eu não conseguirei fazer a prova e vou tirar zero.

Eu não consigo vencer nenhum obstáculo

Eu sou incapaz
CRENÇAS CENTRAIS
 Descobrindo as crenças centrais...
Técnica da Flecha Descendente:

Pensamento Automático

Eu não conseguirei fazer a prova e vou tirar zero.

Eu não consigo vencer nenhum obstáculo

Eu sou incapaz
CRENÇAS CENTRAIS
 Descobrindo as crenças centrais...
Técnica da Flecha Descendente:

Pensamento Automático

Eu não conseguirei fazer a prova e vou tirar zero.

O que isso significa para você?

Eu não consigo vencer nenhum obstáculo

O que isso significa para você?

Eu sou incapaz
CRENÇAS CENTRAIS
 Descobrindo as crenças centrais...
Técnica da Flecha Descendente:

Pensamento Automático

Eu não conseguirei fazer a prova e vou tirar zero.

O que isso significa para você?

Eu não consigo vencer nenhum obstáculo

O que isso significa para você?

Eu sou incapaz

Crença Central
Formulação de Caso
 Descobrindo as crenças centrais...
Tríade Cognitiva
Visão de si Visão dos outros/mundo Visão do futuro
CRENÇA INTERMEDIÁRIA
 Descobrindo a Crença Intermediária...
Atitudes
Regras
Suposições

É terrível ser incapaz.


Eu deveria sempre me esforçar ao máximo.
Se eu trabalhar muito duro... Então, eu posso fazer bem as
tarefas (positiva)
Se eu não trabalhar arduamente... Então eu fracassarei
(negativa)
DADOS DA INFÂNCIA
 Histórico do Problema;
Buscar dados relevantes na:
• Linha do Tempo
• Entrevista Comportamental

A.B. tinha uma mãe que a criticava muito. Frequentemente


se comparava a seu irmão e aos colegas de classe que
tinham um desempenho melhor que o dela.
FORMULAÇÃO DE CASO
Diagrama de Conceituação Cognitiva
Dados relevantes da infância

Crença Central

Crença Condicional

Estratégias Comportamentais

Situação

Pensamento

Significado

Emoção

Comportamento
FORMULAÇÃO DE CASO
Diagrama de Conceituação Cognitiva
Dados relevantes da infância

Crença Central

Crença Condicional

Estratégias Comportamentais

Situação Qual foi a situação problemática?

Pensamento

Significado

Emoção

Comportamento
FORMULAÇÃO DE CASO
Diagrama de Conceituação Cognitiva
Dados relevantes da infância

Crença Central

Crença Condicional

Estratégias Comportamentais

Situação

Pensamento O que passou por sua cabeça?

Significado

Emoção

Comportamento
FORMULAÇÃO DE CASO
Diagrama de Conceituação Cognitiva
Dados relevantes da infância

Crença Central

Crença Condicional

Estratégias Comportamentais

Situação

Pensamento

Significado O que o pensamento automático significou?

Emoção

Comportamento
FORMULAÇÃO DE CASO
Diagrama de Conceituação Cognitiva
Dados relevantes da infância

Crença Central

Crença Condicional

Estratégias Comportamentais

Situação

Pensamento

Significado

Emoção Que emoção esteve associada ao pensamento?

Comportamento
FORMULAÇÃO DE CASO
Diagrama de Conceituação Cognitiva
Dados relevantes da infância

Crença Central

Crença Condicional

Estratégias Comportamentais

Situação

Pensamento

Significado

Emoção

Comportamento O que fez a partir de então?


FORMULAÇÃO DE CASO
Diagrama de Conceituação Cognitiva
Dados relevantes da infância

Crença Central

Crença Condicional

Estratégias Comportamentais

Situação A.B. tenta dormir no dia anterior a prova

Pensamento Eu não conseguirei fazer a prova.


Significado Eu não serei capaz de me formar.

Emoção Tristeza, Angustia.

Comportamento A.B. chora e não consegue dormir.


FORMULAÇÃO DE CASO
Diagrama de Conceituação Cognitiva
Dados relevantes da infância

Crença Central Qual a crença mais central sobre si?

Crença Condicional

Estratégias Comportamentais

Situação

Pensamento

Significado

Emoção

Comportamento
FORMULAÇÃO DE CASO
Diagrama de Conceituação Cognitiva
Dados relevantes da infância

Crença Central

Crença Condicional Que suposições ajudaram a lidar com a


crença central?
Estratégias Comportamentais

Situação

Pensamento

Significado

Emoção

Comportamento
FORMULAÇÃO DE CASO
Diagrama de Conceituação Cognitiva
Dados relevantes da infância

Crença Central

Crença Condicional

Estratégias Comportamentais Que comportamentos o ajudam a


lidar com a crença?
Situação

Pensamento

Significado

Emoção

Comportamento
FORMULAÇÃO DE CASO
Diagrama de Conceituação Cognitiva
Dados relevantes da infância

Crença Central Eu sou incapaz.


Se eu trabalhar arduamente, então
Crença Condicional
posso ter um resultado razoável.
Estratégias Comportamentais
Estudar durante muito tempo.
Situação

Pensamento

Significado

Emoção

Comportamento
FORMULAÇÃO DE CASO
Diagrama de Conceituação Cognitiva
Dados relevantes da infância Que experiências contribuíram
para o desenvolvimento e
Crença Central manutenção da crença central ?

Crença Condicional

Estratégias Comportamentais

Situação

Pensamento

Significado

Emoção

Comportamento
FORMULAÇÃO DE CASO
Diagrama de Conceituação Cognitiva
Dados relevantes da infância Comparação com o irmão;
Crítica da mãe;
Crença Central Comparação com os
melhores alunos da escola;
Crença Condicional Quando conseguia algo,
associava a sorte.
Estratégias Comportamentais

Situação

Pensamento

Significado

Emoção

Comportamento
Conclusão

Avaliação
e
Formulação

Planejamento da Intervenção
Contato
Vanessa Karam

Cel: (21) 9412-9032

E-mail: vankaram@gmail.com
Referências Bibliográficas
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comportamental. Interação em Psicologia, 2002, 6(1). p; 37 – 43.

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 BECK, A. T.; WARD, C. H.; MENDELSON, M.; MOCK, J. E.; ERBAUGH, J. K.


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 BECK, J.S. Terapia Cognitiva: Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed, 1997.

 GOODMAN, W. K.; PRICE, L. H.; RASMUSSEN, S. A.; MAZURE, C.;


DELGADO, P.; HENINGER, G. R.; CHARNEY, D. S. The Yale-Brown
Obsessive Compulsive Scale: II. Validity. Archives of General Psychiatry, 46,
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Referências Bibliográficas
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Alegre: Artmed, 1999.

 HAWTON, K.; SALKOVSKIS, P.; KIRK, J.; CLARK, D.M. (Orgs) Terapia
Cognitivo-Comportamental para Problemas Psiquiátricos : Um Guia
Prático. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

 RANGÉ, B. Psicoterapias Cognitivas e Comportamentais: um Diálogo com


a Psiquiatria. Porto Alegre: Artmed, 2001.

 STALLARD, P. Bons pensamentos, bons sentimentos: manual de terapia


cognitivo-comportamental para crianças e adolescentes. Porto Alegre:
Artmed, 2004.

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