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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE ENFERMAGEM

ATENDIMENTO A PACIENTES
HISTERECTOMIZADA
Orientadora: Ilda I. M. Tomás, PhD
Monitora: Eridânia Simone Lourenço Leopoldo
Constata-se que a retirada do útero frequentemente traz anseios e

questionamentos, baseados em crenças e valores que podem induzir

a reformulações ligadas ao feminino, à representação social, ao

gênero, à autoimagem, à sexualidade e à relação conjugal e social.


A histerectomia é uma cirurgia irreversível, que leva a modificação da

integridade corporal e está impregnada de simbolismos. Não deveria ter sua

realização banalizada ou tratada de forma corriqueira. Ao observar que as

mulheres podem vir a enfrentar problemas ligados à mutilação de seu corpo,

vivencia-se inquietações sobre como assistir a essas pacientes de forma

integral, especialmente quando a mulher é submetida ao procedimento

cirúrgico em idade reprodutiva.


A histerectomia é uma das cirurgias ginecológicas que consiste na remoção
do útero e que por isso encerra definitivamente a capacidade reprodutiva da
mulher. Esta, pode ainda ser associada à anexectomia que consiste na
remoção dos ovários e trompas de Falópio.

As três principais vias de abordagem cirúrgica para a realização de uma


histerectomia são:

1. via abdominal ou laparotómica, em que o útero é removido por


laparotomia abdominal através de uma incisão na parte inferior do abdómen;

2. via vaginal, em que o útero é removido pela vagina;


A histerectomia pode ser:
• Total: remoção do útero e colo do útero;
• Subtotal: remoção do útero e conservação do
colo do útero.
• Radical: remoção do útero, colo do útero, porção
superior da vagina, gânglios linfáticos e anexos
LOCALIZAÇÃO DAS
ESTRUTURAS
GINECOLOGICAS

HISTERECTOMIA RADICAL
Indicações
Considera-se vários factores como: patologia em causa, resposta a
tratamentos medico prévios, a idade da mulher e seus planos
reprodutivos.
Indicada em casos de:
 Leimiomas uterinos;
 Hemorragias uterinas anómalas;
 Dores pélvicas;
 Prolapso dos órgãos pélvicos;
 Doença maligna ou pré-maligna.
Aspectos que afectados pela histerectomia

1. Auto-imagem
2. Sexualidade
3. Alimentação
4. Actividade fisica
5. Relacionamento sexual e conjugal
6. Frequência do coito
A consulta de enfermagem consiste em uma ferramenta essencial nos
cuidados da mulher submetida ao procedimento. Sendo assim, deve
orientar a mulher quanto aos cuidados que deverá observar após a
alta, os quais poderão alterar seu cotidiano como, por exemplo:
circulação periférica, infecção, micção e hemorragia. Além disso, a
paciente precisa ser informada sobre as limitações e restrições a que
será submetida no pós-operatório no processo de restabelecimento.
Nesta perspectiva, à enfermagem parte das atividades
de acompanhamento e orientações à mulher no período
perioperatório, que vão desde os cuidados físicos aos
psicológicos, sociais e emocionais, numa interação
efetiva com os demais membros da equipe
multiprofissional
A maior problematização demonstrada por elas foi o medo e o receio de não conseguir
retomar as actividades sexuais e isso provocar interferências na vida conjugal. Assim,
para proporcionar o alívio desses sentimentos faz-se essencial que haja uma assistência
holística. A histerectomia teve efeitos negativos na imagem corporal, autoestima e na
adaptação conjugal das mulheres. É necessário ter em mente que as mulheres
submetidas a histerectomias subtotal e total podem ter relações sexuais mas no caso da
histerectomia radical é necessário analisar as condições anatómicas e fisiológicas da
mulher.
As mulheres que são submetidas à histerectomia tendem a
apresentar angústia, medo e predisposição a desenvolver quadros de
ansiedade, sendo as dores, os sangramentos e o desconforto pélvico
agravantes clínicos para a piora da paciente. Para tanto, os
profissionais de enfermagem devem demonstrar segurança,
domínio e conhecimento a respeito do procedimento cirúrgico, a
fim de proporcionar a estas pacientes tranquilidade e
compreensão acerca do procedimento ao qual foram/serão
submetidas.
Por conseguinte, ficou evidente a correlação entre o processo de cuidado e
a convalescência da mulher histerectomizada, sendo a empatia e a
integralidade do cuidado os principais meios pelos quais esta assistência
alcança êxito.

Não obstante, é de suma importância tratar de assuntos que envolvam o


autoconhecimento e uma nova compreensão de seu corpo e sexualidade,
ao considerá-la em sua integralidade. Sendo assim, é necessário estimular
autoestima, autoconfiança e auto aceitação, frente ao processo cirúrgico.

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