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ATROFIA E NECROSE
Atrofia
Conceito: Atrofia (sem alimento) é a diminuição adquirida do tamanho de uma célula, tecido
ou órgão, com conseqüente diminuição de seu metabolismo ou atividade.
2- Atrofia senil
Com a idade há atrofia de vários órgãos, como do timo após a puberdade e endométrio e
ovários após a menopausa. As causas do envelhecimento não estão bem estabelecidas, mas
deve haver predominância do catabolismo sobre o anabolismo. São característicos os processos
de ateroesclerose resultando numa circulação menos eficiente e o enrugamento da pele devido a
perda de elasticidade. A polpa dental sofre atrofia após a erupção do dente, com substituição
das células por fibras e calcificações. No idoso o cérebro sofre atrofia, provavelmente devido a
diminuição da circulação, devido a ateroesclerose. Na velhice há redução generalizada dos
órgãos.
Envelhecimento- as causas ainda não estão determinadas, mas considera-se como
importantes:
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4- Atrofia isquêmica
Ocorre devido a diminuição da circulação, como em casos de trombose.
6- Atrofia endócrina
Tecidos e glândulas dependentes de estímulo hormonal sofrem atrofia na deficiência
dos hormônios na circulação. A atividade da tireóide, adrenais e ovários dependem de
hormônios hipofisários. O tratamento prolongado com corticosteróides diminui a liberação de
ACTH pela pituitária, podendo causar atrofia irreversível do córtex da adrenal.
Necrose
Necrose é a morte celular no organismo vivo, acompanhada de alterações morfológicas
características. Se o tecido é fixado em formol a 10%, as células estão mortas, mas não
necróticas. A necrose é a manifestação morfológica da lesão celular irreversível.
Necrobiose é a morte natural das células que são constantemente substituídas. Ocorre de
maneira evidente no epitélio de revestimento, sendo imperceptível no fígado onde o processo é
mais lento.
A morte do indivíduo é chamada morte somática e a destruição tecidual por enzimas
intra e extracelulares de AUTÓLISE.
Causas da necrose
Qualquer agente físico, químico ou biológico que altere as funções vitais da célula pode
causar necrose. As principais alterações ocorrem nas mitocôndrias, membranas celulares, na
síntese protéica e no processo de manutenção da integridade DNA. A morte tecidual por
insuficiência de suprimento sangüíneo é chamada de INFARTO.
1 – Agentes químicos
O bicloreto de mercúrio, formol e fenol coagulam as proteínas. Os álcalis (NaOH)
amolecem e liqüefazem os tecidos. O clorofórmio e o tetracloreto de carbono desorganizam os
constituintes lipídicos das membranas, sendo mais tóxicos para o fígado. O HgCl2 atua
principalmente nos rins. A aloxana lesa as ilhotas de Langerhans, sendo usada para provocar
diabete experimental em ratos.
2 – Agentes físicos
As células são mais sensíveis ao calor do que ao frio. Acima de 42ºC as células morrem
rapidamente, provavelmente devido a desnaturação pelo calor. "In vitro" as células podem
resistir ao resfriamento até 0 oC. A congelação é letal, pois a formação de cristais de gelo causa
dano mecânico à estrutura celular. Entretanto, células isoladas e cultivadas em laboratório
(eucarióticas ou bactérias) são rotineiramente armazenadas em nitrogênio líquido (-196 oC),
desde que imersas em solução contendo glicerol ou dimetil-sulfóxido, que impedem a formação
de cristais de gelo. O organismo humano não resiste a imersão a 4oC por cerca de 1h, quando a
temperatura corporal atinge 25oC.
A radiação provoca alterações no DNA, sendo as células mais suscetíveis aquelas que
estão em multiplicação. A radioterapia é acompanhada de perda de pelos, ulcerações e diarréia.
3 – Agentes biológicos
A toxina tetânica atua no SNC. A aflotoxina produzida pelo fungo Aspergillus, causa
necrose hepática.
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3 – Necrose gordurosa
É a necrose do tecido adiposo devido a ação de lipases. É comum na necrose
pancreática aguda. Ácidos graxos são produzidos que formam complexos com o cálcio, criando
sabões de cálcio, que nos cortes aparecem como depósitos basofílicos, amorfos e granulosos.
4 – Necrose caseosa
É um tipo especial de necrose que ocorre na tuberculose onde as células são
transformadas em uma massa amorfa constituída de proteínas e lipídeos. Foi assim chamada
porque macroscopicamente lembra o aspecto de queijo cremoso. Microscopicamente tem
aspecto granuloso e amorfo com perda total de detalhes celulares, sendo uma combinação de
coagulação e liquefação.
5 – Necrose fibrinóide
Ocorre principalmente na parede dos vasos e no tecido conjuntivo, onde a estrutura
normal é substituída por massa hialina, intensamente acidófila e de propriedades tintoriais
semelhantes a fibrina. Constitui uma das lesões características das chamadas "doenças do
colágeno" como a febre reumática e artrite reumatóide. O material fibrinóide é formado de
fibrina e outras proteínas precipitadas.
6 - Goma
Necrose que ocorre na sífilis terciária. Consistência firme e elástica e aspecto
homogêneo, como na necrose caseosa.
8 – Gangrena
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Autólise e Putrefação
Autólise é a digestão do tecido por suas próprias enzimas. Na morte somática todos os
tecidos sofrem autólise com maior ou menor intensidade, na dependência da quantidade de
enzimas líticas que contém. Nos tecidos ricos nestas enzimas, como o pâncreas, o processo é
mais intenso. As enzimas que provocam autólise estão normalmente presentes nos lisossomos.
A morte celular libera estas enzimas, que encontrando um pH ótimo começam a agir na própria
célula.
A putrefação é a digestão dos tecidos pela ação de bactérias saprófitas do tubo digestivo
e de germes anaeróbios. Alguns destes microorganismos produzem gases como o sulfeto de
hidrogênio e metilmercaptana responsáveis pelo forte odor. A putrefação ocorre normalmente
na morte somática, mas também pode ocorrer "in vivo" como na gangrena.
Apoptose
O termo apoptose significa desmoronar.
APO - sem (como em apocromático - sem aberrações de cor)
PTOSIS - cair (como em visceroptose)
Apoptose é a morte celular programada que ocorre por ativação gênica devido a quebras
específicas e irreversíveis do DNA por endonucleases. O estímulo inicial pode ser fisiológico
ou não. Por exemplo, bilhões de neutrófilos morrem por apoptose a cada dia em um homem
adulto; um linfócito T citotóxico pode ativar receptores de superfície celular na célula alvo
sinalizando para que esta entre em apoptose; drogas como actinomicina D, glicocorticóides e
irradiação também induzem morte celular por apoptose.
O exato mecanismo que controla a apoptose ainda é um mistério. As células apoptóticas
têm um núcleo condensado e fragmentado, ao passo que as células que morrem acidentalmente
(como resultado de uma injúria aguda) usualmente incham e estouram (necrose), despejando
todo o conteúdo de seu citoplasma no espaço extracelular, induzindo desta forma uma resposta
inflamatória. Ao contrário, as células que morrem por apoptose desaparecem eficientemente,
sendo fagocitadas por macrófagos ou outras células vizinhas, não havendo extravasamento de
enzimas citosólicas nem tampouco reação inflamatória.
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ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA
1. Conceitue atrofia.
2. Descreva os aspectos morfológicos de uma célula atrófica.
3. Descreva e exemplifique os seguintes tipos de atrofia:
- por inanição
- senil
- por desuso
- isquêmica
- por compressão
- endócrina
- por perda de inervação
4. Cite as causas de atrofia do testículo.
5. Usando como exemplo a fixação de tecidos em formol a 10%, compare morte e necrose
celular.
6. Descreva os aspectos morfológicos da célula necrosada.
7. A congelação mata as células por formação de cristais, mas como células cultivadas em
laboratório ou sêmen podem ser mantidas em nitrogênio líquido?
8. Descreva e exemplifique necrose por:
- coagulação
- liquefação
- gordurosa
- caseosa
- fibrinóide
- hemorrágica
- goma
9. Que é gangrena seca e úmida?
10. Que é autólise?
11. Que é putrefação?
12. Conceitue, e exemplifique apoptose.
13. Que significado tem a presença de enzimas normalmente presentes no interior da célula no
plasma?