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Abordagem Neoclássica Da Administração
Abordagem Neoclássica Da Administração
Apesar de toda influência das ciências do comportamento sobre a teoria administrativa, os pontos de vista
dos autores clássicos nunca deixaram de subsistir. Malgrado toda a crítica aos postulados clássicos e aos novos
enfoques da organização, verifica-se que os princípios de administração, a departamentalização, a
racionalização do trabalho, a estruturação linear ou funcional, enfim, a abordagem clássica, nunca fora
totalmente substituída por outra abordagem, sem que alguma coisa fosse mantida. Todas as teorias
administrativas se assentaram na Teoria Clássica, seja como ponto de partida, seja como crítica para tentar uma
posição diferente, mas a ela relacionada intimamente.
Objetivos :
1. Os objetivos da empresa e de seus departamentos devem ser claramente definidos e estabelecidos por
escrito. A organização deve ser simples e flexível - Atividades e Agrupamento de Atividades
2. As responsabilidades designadas para uma posição devem ser confinadas tanto quanto possível ao
desempenho de uma simples função.
3. As funções devem ser designadas para os departamentos na base da homogeneidade no sentido de alcançar
a operação mais eficiente e econômica.
Autoridade:
4. Deve haver linhas claras de autoridade descendo do topo até a base da organização, e responsabilidade da
base ao topo.
5. A responsabilidade e a autoridade de cada posição devem ser claramente definidas por escrito
6. A responsabilidade deve ser sempre acompanhada de correspondente autoridade
7. A autoridade para tomar ou iniciar ação deve ser delegada o mais próximo possível da cena de ação
8. O número de níveis de autoridade deve ser o mínimo possível
Relações:
9. Há um limite quanto ao número de posições que pode ser eficientemente supervisionado por um único
indivíduo
11. A responsabilidade da autoridade mais elevada para com os atos de seus subordinados é absoluta
Toda organização existe, não para si mesma, mas para alcançar objetivos e produzir resultados. É em função
de seus objetivos e resultados que organização deve ser dimensionada, estruturada e orientada. Um dos
melhores produtos da Teoria Neoclássica é a chamada APO - Administração por Objetivo, que será tratada mais
adiante, em seu curso.
Enquanto a Administração Científica punha ênfase nos métodos e na racionalização do trabalho e a Teoria
Clássica punha ênfase nos princípios gerais de administração, a Teoria Neoclássica considera os meios na busca
da eficiência, mas enfatiza fortemente os fins e resultados, na busca de eficácia. Há um forte deslocamento para
os objetivos e resultados.
As organizações não vivem para si próprias, mas são meios, são órgãos sociais que visam à realização de
uma tarefa social. A sobrevivência - objeto típico da espécie biológica - não é um objetivo adequado da
organização. O objetivo da organização está fora dela, e é sempre uma contribuição específica para o indivíduo
e para a sociedade.
Os autores neoclássicos, embora se baseiem fortemente na abordagem clássica, são amplamente ecléticos,
absorvendo conteúdo de quase todas as outras teorias administrativas, dentre elas a Teoria das Relações
Humanas, a Teoria da Burocracia, a Teoria Estruturalista, a Teoria Behaviorista, a Teoria matemática e a Teoria
de Sistemas.
Devido a esse ecletismo é que consideramos a Teoria Neoclássica como uma Teoria Clássica atualizada
com os conceitos da Administração moderna e dentro do figurino eclético que apresenta a formação do
administrador hoje.
Eficácia x eficiência
Cada empresa deve ser considerada sob o ponto de vista de eficácia e de eficiência, simultaneamente.
Eficácia é uma medida normativa do alcance de resultados, enquanto a eficiência é uma medida normativa da
utilização de recursos nesse processo. Em termos econômicos, a eficácia de uma empresa refere-se à sua
capacidade de satisfazer uma necessidade da sociedade por meio do suprimento de seus produtos (bens ou
serviços), enquanto a eficiência é uma relação técnica entre entradas e saídas. Nestes termos, eficiência é uma
relação entre custos e benefícios.
A eficiência representa a relação entre os recursos aplicados e o produto final obtido: é a razão entre o
esforço e o resultado, entre a despesa e a receita, entre o custo e o benefício resultante.
A eficiência se preocupa em fazer corretamente as coisas e da melhor maneira possível. Daí a ênfase nos
métodos e procedimentos internos. A eficácia se preocupa em fazer as coisas corretas para atender às
necessidades da empresa e do ambiente que a circunda.
Eficiência Eficácia
Ênfase nos meios Ênfase nos resultados
O problema da centralização versus centralização é um assunto muito discutido pela teoria neoclássica. Os
autores dessa escola preocuparam-se em discutir as vantagens e desvantagens de ambas as possibilidades, sem
se preocupar em afirmar que essa ou aquela seria a melhor opção para as empresas.
De uma forma resumida, vamos enumerar abaixo algumas das vantagens de ambas:
Funções do administrador:
Para a Teoria Neoclássica, as funções do administrador correspondem aos elementos da administração, que
Fayol definira no seu tempo (prever, organizar, comandar, coordenar e controlar) com uma roupagem
atualizada. Basicamente, as funções do administrador são: planejamento, organização, direção e controle. O
desempenho dessas quatro funções básicas forma o chamado processo administrativo. O processo
administrativo é cíclico, dinâmico e interativo, como mostra a figura abaixo.
Planejamento :
As empresas não trabalham na base da improvisação. Quase tudo nelas é planejado antecipadamente. O
Planejamento figura como a primeira função administrativa, por ser exatamente aquela que serve de base para
as demais funções. O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais são os
objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para alcançá-los.
Começa com a determinação dos objetivos e detalha os planos necessários para atingi-los da melhor maneira
possível. Planejar é definir os objetivos e escolher antecipadamente o melhor curso de ação para alcançá-los.
O planejamento define onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que sequência.
As Premissas do Planejamento
a) Estabelecimento de Objetivos
Objetivos são resultados futuros que se deseja atingir. Há uma hierarquia de objetivos, pois alguns deles são
mais importantes e predominam sobre os demais.
O planejamento é um processo que começa com os objetivos e define os planos para alcançá-los. Esta
definição faz do estabelecimento dos objetivos a serem alcançados o ponto de partida do planejamento. A
fixação dos objetivos é a primeira coisa a ser feita: saber onde se pretende chegar para se saber exatamente
como chegar lá.
Os objetivos das organizações podem ser visualizados dentro de uma hierarquia que vai desde os objetivos
globais da organização (no topo da hierarquia) até os objetivos operativos ou operacionais que envolvem
simples instruções para a rotina cotidiana (na base da hierarquia). Desta maneira, o planejamento compõe-se
tanto de estratégias e políticas de longo prazo por meio das quais se pretende alcançar os objetivos globais da
organização, como também de um conjunto de planos detalhando as atividades cotidianas para o alcance dos
objetivos imediatos relacionados com uma divisão ou órgão da organização.
A partir dos objetivos organizacionais, a empresa pode fixar suas políticas diretrizes, metas, programas,
procedimentos, métodos e normas. Enquanto os objetivos organizacionais são amplos e genéricos, à medida que
se desce nos seus desdobramentos, a focalização torna-se cada vez mais restrita e detalhada.
c) Abrangência do Planejamento
Além da hierarquia de objetivos, existe também uma hierarquia do planejamento. Neste sentido, existem três
níveis distintos de planejamento: o planejamento estratégico, o tático e o operacional.
d) Tipos de Planos
Organização será considerada aqui a função administrativa, parte integrante do processo administrativo.
Neste sentido, organização significa o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos incumbidos
de sua administração e estabelecer as relações entre eles e as atribuições de cada um.
Trataremos da organização como a segunda função administrativa e que depende do planejamento, da
direção e do controle para formar o processo administrativo.
Tipo de
Abrangência Conteúdo Resultante
desenho
A empresa
Desenho
Nível global como uma Tipos de organização
organizacional
totalidade
cada
Nível Desenho Tipos de
departamento
departamental departamental departamentalização
isoladamente
Nível Desenho de cada tarefa ou Análize e descrição
individual cargos e tarefas operação apenas de cargos
Direção
A Direção constitui a terceira função administrativa e vem logo depois do planejamento e da organização.
Definido o planejamento e a organização, resta fazer as coisas andarem e acontecerem. Este é o papel da
direção: acionar e dinamizar a empresa. A direção está relacionada com a ação, com o colocar-se em marcha, e
tem muito a ver com as pessoas. Ela está diretamente relacionada com a atuação sobre os recursos humanos da
empresa.
Assim a direção é a função administrativa que se refere às relações interpessoais dos administradores em
todos os níveis da organização e os seus respectivos subordinados. Como não existem empresas sem pessoas, a
direção constitui uma das mais complexas funções administrativas pelo fato de envolver orientação, assistência
à execução, comunicação, motivação, enfim, todos os processos pelo meio dos quais os administradores
procuram influenciar os seus subordinados para que se comportem dentro das expectativas e consigam alcançar
os objetivos da organização.
a) Autoridade e Poder
Controle
Trataremos, neste trabalho, o controle como a quarta função administrativa, que depende do planejamento,
da organização, e da direção para formar o processo administrativo.
A finalidade do controle é assegurar que os resultados daquilo que foi planejado, organizado e dirigido se
ajustem tanto quanto possível aos objetivos previamente estabelecidos. A essência do controle reside na
verificação se a atividade controlada está ou não alcançando os objetivos ou resultados desejados.
Fases do Controle:
Os padrões representam o desempenho desejado. OS critérios representam as normas que guiam as decisões.
Constituem os objetivos que o controle deverá assegurar ou manter. A Administração Científica preocupou-se
em desenvolver técnicas capazes de proporcionar bons padrões, como o tempo padrão no estudo dos tempos e
movimentos. O custo padrão, os padrões de qualidade, os padrões de volume de produção são exemplos de
padrões ou critérios.
b) Observação do Desempenho
É importante determinar os limites dentro dos quais a variação ou erro ocorrido entre o desempenho
esperado e o obtido poderá ser aceita como normal ou desejável. O desempenho deve ser comparado com o
padrão para se verificar eventuais desvios ou variações.
A comparação da atuação com o que foi planejado não busca apenas localizar as variações, erros ou desvios,
mas também permitir a predição de outros resultados futuros e localizar as dificuldades para criar condições
para que as operações futuras possam alcançar melhores resultados.
d) Ação Corretiva
O objetivo do controle é manter as operações dentro dos padrões estabelecidos para que os objetivos sejam
alcançados da melhor maneira possível. Assim, as variações, erros ou desvios devem ser corrigidos para que as
operações sejam normalizadas. A ação corretiva visa fazer com que aquilo que é feito seja feito extremamente
de acordo com o que se pretendia fazer.
A Teoria Neoclássica deslocou progressivamente a atenção antes colocada nas chamadas atividades-meio
para os objetivos ou finalidades da organização. O enfoque baseado no processo e a preocupação maior com as
atividades (meios) passaram a ser substituídos por enfoque nos resultados e objetivos alcançados (fins). A
preocupação de como administrar passou à preocupação de por que ou para que administrar. A ênfase em fazer
corretamente o trabalho (the best way de Taylor) para alcançar a eficiência passou à ênfase em fazer o trabalho
mais relevante aos objetivos da organização para alcançar a eficácia. O trabalho passou de um fim em si mesmo
a um meio de obter resultados.
A APO (Administração por Objetivos), também conhecida por Administração por Resultados, constitui um
modelo administrativo bastante difundido e plenamente identificado com o espírito pragmático e democrático
da Teoria Neoclássica. Seu aparecimento é recente: em 1954, Peter F. Drucker publicou um livro (Prática de
Administração de Empresas) , no qual caracterizava pela primeira vez a APO, sendo considerado seu criador.
Características da APO
A APO é uma técnica de direção de esforços por meio do planejamento e controle administrativo
fundamentado no princípio de que, para atingir resultados, a organização precisa antes definir em que negócio
está atuando e aonde pretende chegar. Inicialmente se estabelecem os objetivos anuais da empresa, formulados
na base de um plano de objetivos a longo prazo (que podem ser qüinqüenais ou decenais); os objetivos de cada
gerente ou departamento são feitos na base dos objetivos anuais da empresa. A APO é um processo pelo qual os
gerentes, superior e subordinado, de uma organização identificam objetivos comuns, definem as áreas de
responsabilidade de cada um em termos de resultados esperados e usam esses objetivos como guias para a
operação dos negócios. Obtêm-se objetivos comuns e firmes que eliminam qualquer hesitação do gerente, ao
lado de uma coesão de esforços em direção aos objetivos principais da organização.
Na realidade, a APO é um sistema dinâmico que integra a necessidade da companhia de alcançar seus
objetivos de lucro e crescimento, a par da necessidade do gerente de contribuir para o seu próprio
desenvolvimento. É um estilo exigente e compensador de administração.
Em suma, a APO apresenta as seguintes características principais:
Tanto o executivo quanto o seu superior participam do processo de estabelecimento e fixação de objetivos.
Essa participação, no entanto, varia muito conforme o sistema adotado. A participação do executivo pode
variar, indo desde sua simples presença durante as reuniões, onde pode ser ouvido, até a possibilidade de o
executivo iniciar a proposta de restruturação do trabalho com relativa autonomia no desenvolvimento do plano.
Sempre existe alguma forma de correlacionar os objetivos dos vários órgãos ou gerentes envolvidos, mesmo
que nem todos os objetivos estejam apoiados nos mesmo princípios básicos. Essa ligação é virtualmente
automática, envolvendo objetivos comerciais com objetivos de produção, por exemplo, ou objetivos de um
nível com os objetivos dos níveis superiores e inferiores.
A partir dos objetivos departamentais traçados, o executivo e o seu superior (ou somente o executivo que
posteriormente obtém a aprovação de seu superior) elaboram os Planos Táticos adequados para alcançá-los da
melhor maneira. Assim, os planos táticos constituirão os meios capazes de alcançar aqueles objetivos
departamentais. Na sequência, os planos táticos serão desdobrados e melhor detalhados em planos operacionais,
como veremos adiante.
Em todos esses planos a APO enfatiza a quantificação, a mensuração e o controle. Torna-se necessário
mensurar os resultados obtidos e compará-los com os resultados planejados. É exatamente a mensuração e o
controle que causam as maiores dificuldades de implantação da APO, pois, se o resultado não pode ser medido,
é melhor esquecer o assunto.
Praticamente, todos os sistemas de APO possuem alguma forma de avaliação e de revisão regular do
processo efetuado, por meio dos objetivos já alcançados e dos objetivos a serem alcançados, permitindo que
algumas providências sejam tomadas e novos objetivos fixados para o período seguinte.
O executivo, de posse dos planos estratégicos da empresa (de longo prazo), elabora os planos táticos de seu
departamento (médio prazo) e operacionais com seus subordinados (curto prazo).Os resultados da execução dos
planos são continuamente avaliados e comparados com os objetivos fixados. Em função dos resultados obtidos,
procede-se à revisão, ao reajuste dos planos ou a alterações nos objetivos estabelecidos. No ciclo seguinte,
repete-se a mesma sequência.
Há grande participação do superior. A maior parte dos sistemas de APO envolve mais o superior do que o
subordinado. Há casos em que o superior estabelece os objetivos, “vende-os”, mensura-os e avalia o progresso.
Esse progresso frequentemente usado é muito mais controle por objetivos do que Administração por Objetivos.
A APO, sem dúvida alguma, representa uma evolução na TGA, apresentando uma nova metodologia de
trabalho, reconhecendo o potencial dos funcionários das empresas, ampliando o seu campo de atuação para
outros tipos de organizações (e não somente indústrias), permitindo estilos mais democráticos de administração.
Essa Teoria já existe há várias décadas, e predomina ainda hoje nas nossas organizações.