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Arquivística

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A Arquivologia ou Arquivística é uma ciência que se relaciona com a Ciência da


Informação. Com suas bases modernas fundamentadas na Revolução Francesa, a
Arquivologia cuida da informação que tem por objetivo se tornar evidência, fator de
prova de que algum evento ocorreu. A arquivística é um conjunto de princípios,
conceitos e técnicas a serem observados na produção, organização, guarda, preservação
e uso de documentos em arquivos.

A Arquivistica ou Arquivologia é um campo de conhecimento que estuda a informação


arquivistica, isto é, a informação ligada a processos de trabalho. Ainda hoje há aqueles
que confundem as funções e práticas de bibliotecas , museus e arquivos, visto que essas
três instituições se ocupam da guarda, conservação e processamento de documentos
para uso futuro ou corrente. No entanto, a natureza do documento e a finalidade de cada
instituição diferem e caracterizam cada uma delas distintamente. Essas três entidades
que se ocupam da guarda de documentos podem ser chamadas de órgãos de
documentação.

Índice
[esconder]

• 1 Conceitos
o 1.1 Arquivologia
o 1.2 Arquivística
o 1.3 Documento
o 1.4 Documentação
• 2 As três correntes
• 3 Os referenciais teóricos arquivísticos
• 4 Legislação arquivística brasileira
• 5 Bibliografia básica
• 6 Ver também

• 7 Ligações externas

[editar] Conceitos
[editar] Arquivologia

• É a ciência que estuda os arquivos.


• Disciplina que tem por objetivo o conhecimento dos arquivos e dos princípios e
técnicas a serem aplicados na sua constituição, organização, desenvolvimento e
utilização.
[editar] Arquivística

• São as normas técnicas e procedimentos utilizados na constituição, organização,


desenvolvimento e utilização de arquivos.
• Disciplina que trata dos princípios e técnicas da organização e utilização dos
arquivos.
• Ciência que ajuda a manejar os documentos que ainda serão arquivados

[editar] Documento

• É o objeto que transpõe uma idéia, pensamento ou acontecimento, ou seja, uma


informação.
• Registro de uma informação independentemente da natureza do suporte que a
contém.
• É toda informação registrada em um suporte material, suscetível de consulta,
estudo prova e pesquisa, pois comprova fatos, fenômenos, formas de vida e
pensamentos do homem numa determinada época ou lugar.

[editar] Documentação

• É o processo de receber, coletar, classificar, avaliar e expor documentos.


• Conjunto de documentos ou de informações que tratam de determinado assunto,
que elucidam certos fatos ou servem para comprová-los.
• Disciplina que trata da coleta, organização e processamento de informações ou
dados contidos em documentos, incluindo identificação, análise,
armazenamento, recuperação e circulação, para informação de usuários.
• Em processamento de dados, conjunto organizado de documentos descritivos do
sistema operacional e do software básico.

[editar] As três correntes


De acordo com Rousseau e Couture (1998, p. 70), a Arquivística pode ser abordada de
três maneiras: uma maneira unicamente administrativa (records management), cuja
principal preocupação é ter em conta o valor primário do documento; uma maneira
tradicional, que põe a tônica exclusivamente no valor secundário do documento; ou, por
último, uma maneira nova, integrada e englobante, que tem como objetivo ocupar-se
simultaneamente do valor primário e do valor secundário do documento.

[editar] Os referenciais teóricos arquivísticos


Segundo Faria (2006, p. 29), dentre os referenciais arquivísticos, destacam-se os
princípios fundamentais, os conceitos de fundo e documento de arquivo, o ciclo de vida
dos documentos, os conceitos de valor primário e valor secundário, o princípio do
respect des fonds, as funções de classificação documental e avaliação documental e a
definição de instrumento de gestão arquivística.

ARQUIVOS CORRENTES, INTERMEDIÁRIOS E PERMANENTES.


1. Arquivo de primeira idade, corrente, ativo ou de momento: constituído de
documentos em curso ou consultados freqüentemente, conservados nos escritórios ou
nas repartições que os receberam e os produziram ou em dependências próximas de
fácil acesso . Por documentos em curso entenda-se que, nesta fase, os documentos
tramitam bastante de um setor para outro, ou seja, podem ser emprestados a outros
setores para atingirem a finalidade para a qual foram criados .

2. Arquivo de segunda idade, intermediário ou limbo: constituído de documentos que


deixaram de ser freqüentemente consultados, mas cujos órgãos que os receberam e os
produziram podem ainda solicitá-los , para tratar de assuntos idênticos ou retomar um
problema novamente focalizado. Não há necessidade de serem conservados próximos
aos escritórios. A permanência dos documentos nesses arquivos é transitória. São por
isso também chamados de limbo ou purgatório, sendo estes termos adotados na Grã-
Bretanha para designar esta fase .

3. Arquivo de terceira idade, permanente ou de custódia: constituído de documentos que


perderam todo valor de natureza administrativa e que se conservam em razão de seu
valor histórico ou documental e que constituem os meios de conhecer o passado e sua
evolução . Estes são os arquivos propriamente ditos, pois ali os documentos são
arquivados de forma definitva. Estas fases são complementares, pois os documentos
podem passar de uma fase para outra, e para cada uma corresponde uma maneira
diferente de conservar e tratar os documentos e, conseqüentemente, uma organização
adequada, ou seja, as unidades de acondicionamento (pastas, catálogos etc.), adotadas
na fase corrente serão substituídas por unidades mais adequadas ao funcionamento da
fase intermediária, que, por sua vez, adotara acondicionamento diferente da fase
permanente .

CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A VALORAÇÃO DOS DOCUMENTOS.

Valor administrativo: ou primário, refere-se ao valor que o documento apresenta para


o funcionamento da instituição. É o valor pelo qual o documento foi criado (todo
documento nasce com um objetivo administrativo) e por isso está presente em todo
documento quando de sua criação. É um valor temporário, perdendo seu valor
administrativo quando atingir todas as finalidades que se possam esperar do mesmo
para o funcionamento da instituição.

Valor histórico: ou secundário, refere-se à possibilidade de uso dos documentos para


fins diferentes daqueles para os quais foram originariamente criados, quando passa a ser
considerado fonte de pesquisa e informação para terceiros e para a própria
administração. O documento, após perder seu valor administrativo, pode ou não adquirir
valor histórico, e uma vez tendo-o adquirido, este se torna definitivo não podendo
jamais serem eliminados.

[editar] Legislação arquivística brasileira


• Lei nº 8.159, de 08/01/1991 - Dispõe sobre a política nacional de arquivos
públicos e privados e dá outras providências. Regulamentada pelo Decreto nº
4.073, de 03/01/2002.
• Lei nº 6.546, de 04/07/1978 - Dispõe sobre a regulamentação das profissões de
arquivista e de técnico de arquivo e dá outras providências. Regulamentada pelo
Decreto nº 82.590, de 06/07/1978.
• Lei nº 5.433, de 08/05/1968 - Regula a microfilmagem de documentos oficiais e
dá outras providências. Regulamentada pelo Decreto nº 1.799, de 30/01/1996.
• Decreto nº 4.553, de 27/12/2002 - Dispõe sobre a salvaguarda de dados,
informações, documentos e materiais sigilosos de interesse da segurança da
sociedade e do Estado, no âmbito da Administração Pública Federal, e dá outras
providências.
• Decreto nº 4.915, de 12/12/2003 - Dispõe sobre o Sistema de Gestão de
Documentos de Arquivo - SIGA - da Administração Pública Federal e dá outras
providências.

[editar] Bibliografia básica


• BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivos Permanentes: Tratamento
Documental. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2004. 320 p.
• BERWANGER, Ana Regina; LEAL, João Eurípedes Franklin. Noções de
Paleografia e Diplomática. Santa Maria: Editora da UFSM, 1995. 96 p.
• COUTURE, Carol; ROUSSEAU, Jean-Yves. Os Fundamentos da Disciplina
Arquivística. Lisboa: Dom Quixote, 1998. 357 p.
• DUCHEIN, Michel. O Respeito aos fundos em Arquivística: Princípios teóricos
e problemas práticos. Arquivo & Administração, Rio de Janeiro, 10-14(1):
p. 14-33, abr 1982/ago 1986.
• DURANTI, Luciana. Registros Documentais como prova de ação. Estudos
Históricos, Rio de Janeiro, v.7, n.13, jan/jun.1994, p. 49-64.
• FARIA, Wadson Silva. A normalização dos instrumentos de gestão arquivística
no Brasil: um estudo da influência das resoluções do Conarq na organização
dos arquivos da Justiça Eleitoral Brasileira. Dissertação (Mestrado em Ciência
da Informação) – Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e
Ciência da Informação e Documentação. Departamento de Ciência da
Informação e Documentação da Universidade de Brasília (UnB), Brasília, 2006.-
A normalização de instrumentos de gestão arquivística no Brasil -
• FONSECA, Maria Odila. Direito à informação: acesso aos arquivos públicos
municipais. 1996. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)
Universidade Federal do Rio de Janeiro - Instituto Brasileiro de Informação em
Ciência e Tecnologia. Rio de Janeiro, 1996.
• ______. Arquivologia e Ciência da Informação. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2005.
124 p.
• JARDIM, José Maria. Sistemas e Políticas Públicas de arquivos no Brasil.
Niterói: EdUFF, 1995. 196 p.
• ______. A invenção da memória nos arquivos públicos. Ciência da Informação,
v. 5, n. 2, 1995.
• ______. Transparência e Opacidade do Estado no Brasil: usos e desusos da
informação governamental. Niterói: EdUFF, 1999. 239 p.
• LOPES, Luis Carlos. A informação e os arquivos: teorias e práticas.
Niterói/São Carlos: EdUFF et EDUFSCar, 1996. 142 p.
• ______. A gestão da informação: as organizações, os arquivos e a informática
aplicada. Rio de Janeiro: APERJ, 1997. 143 p.
• ______. A imagem e a sombra da Arquivística. Rio de Janeiro: APERJ, 1998.
110 p.
• LUZ, Andre; CARDOSO, Julio. Os arquivos e os sistemas de gestão da
qualidade.Arquivistica.net, Brasília, DF, 1.1, 04 07 2005. Disponível em:
<http://www.arquivistica.net/ojs/viewarticle.php?id=6>. Acesso em: 21 03 2009.
• PAES, Marilena Leite. Arquivo Teoria e Prática. 5ª reimp. Rio de Janeiro: Ed.
FGV, 2005. 228 p.
• RONDINELLI, Rosely Curi. Gerenciamento Arquivístico de Documentos
Eletrônicos: uma abordagem teórica da diplomática arquivística
contemporânea. 3ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2005
• SANTOS, Vanderlei Batista dos. Gestão de Documentos Eletrônicos: uma visão
arquivística. Brasília: ABARQ, 2005. 223 p.
• SCHELLENBERG, Theodore Roosevelt. Arquivos Modernos: princípios e
técnicas. Tradução de Nilza Teixeira Soares. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV,
2004. 388 p.
• SILVA, Armando Malheiro da; RIBEIRO, Fernanda. Das Ciências documentais
à ciência da informação. Porto: Edições Afrontamento, 2002. 174 p.
• SILVA, Armando Malheiro da. A Informação: da compreensão do fenômeno e
construção do objeto científico. Porto: Edições Afrontamento, 2006. 176 p.
• Bibliografia sobre arquivos municipais

[editar] Ver também


• Anexo:Arquivos públicos nos países de língua portuguesa
• Anexo:Lista de escolas de arquivologia
• Arquivo
• Biblioteconomia
• Ciência da Informação
• Teoria das Três Idades
• Gestão documental
• Valor primário
• Valor secundário
• documento de arquivo
• records management
• classificação documental
• avaliação documental
• instrumento de gestão arquivística

[editar] Ligações externas


• Associação dos Arquivistas Brasileiros
• Associação dos Arquivistas do Estado do Rio Grande do Sul
• Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas
• Arquivística.net - Periódico científico em Arquivologia e Ciência da Informação

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