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Grupos de Pressão e Tecnocracia

INTRODUÇÃO

Ao elaborarmos este trabalho tentamos expressar de maneira objetiva e


simplificada o conceito de grupos de pressão e tecnocracia, falaremos também
sobre os grupos de pressão e os partidos políticos, suas modalidades e organização,
seus aspectos positivos e negativos e o conceito de tecnocracia.

1. GRUPOS DE PRESSÃO

1.1- Conceito E Importância Dos Grupos De Pressão

A democracia social não exprime a vontade do homem empiricamente


insulado, mas referido sempre a uma agregação humana, cujos interesses se
vinculou. Esses interesses, parcialmente coletivos e em busca de representação,
servem-se na democracia pluralista do Ocidente de dois canais para chegarem até
ao Estado: os partidos políticos e os grupos de pressão.

Segundo J.H. Kaiser, os "Grupos de Pressão", são organizações da esfera


intermediária entre o indivíduo e o Estado, nas quais um interesse se incorporou e
se tornou politicamente relevante. Ou são grupos que procuram fazer com que as
decisões dos poderes públicos sejam conformes com os interesses e as idéias de
uma determinada categoria social.

O grupo de pressão se define em verdade pelo exercício de influência sobre o poder


político para obtenção eventual de uma determinada medida de governo que lhe
favoreça os interesses e a modalidade de ação do próprio grupo em vista da
consecução de seus fins: a pressão. Entendemos por pressão a atividade de um
conjunto de indivíduos que, unidos por motivações comuns, buscam, através do
uso de sanções ou da ameaça de uso delas, influenciar sobre decisões que são
tomadas pelo poder político, seja a de mudar a distribuição prevalente de bens,
serviços, honras e oportunidades, seja a fim de conserva-la frente às ameaças de
intervenção de outros grupos ou do poder político.Pressão, é, portanto, a
possibilidade de recorrer a sanções negativas (punições) ou positiva (prêmios), a
fim de assegurar a determinação imperativa dos valores sociais através do poder
político. Estes grupos são articuladores de interesses, surgem se esforçando por
fazer frente a um problema imediato, na base de um só interesse, e depois se
transformam para prestar serviços necessários aos seus associados.

Os grupos de pressão controlam os partidos, isto é, não financiam apenas a


atividade dos partidos, mas podem até decidir significativamente tanto o
recrutamento dos dirigentes quanto os tipos de política a seguir e atuar. Neste
caso, os Grupos de pressão obstaculam fortemente a capacidade dos partidos de
combinar interesses específicos em programas que olhem à obtenção de um apoio
mais amplo, e, portanto o processo legislativo termina por dever enfrentar uma
série de questões grosseiras.

A ansianidade dos grupos de pressão é proclamada por Burdeau que não trepia em
afirmar que sempre existiram e sempre pressionaram os governos, com a diferença
de que ontem eram exteriores ao poder, "parasitas" ou "cliente" e "hoje são próprio
poder" ou "o modo natural de expressão da vontade do povo real". De último, "os
grupos não exploram o poder, mas o exercem", são "poderes de fato". A ação dos
grupos sobre o processo político, conforme salienta Mutillo Aragão, não é um fato
recente na historia da humanidade, pois os sistemas políticos da antiguidade já o
conheciam.

Conforme verifica-se historicamente, a atuação organizada de grupos de pressão


sobre o Poder Legislativo no Brasil é comprovada desde o século passado, pois
como salientado por Mário Augusto Santos, ao exemplificar os grupos de pressão, a
Associações Comercial da Brahia, entidade fundada em 1.811, atuou em defesa de
diversos interesses de seus associados perante o Congresso Nacional durante a
Primeira Republica.

1.2- As Técnicas De Ação E Combate Sos Grupos De Pressão

Os grupos querem a "decisão favorável" e não trepidam em empregar os meios


mais variados para alcançar esse fins. Aperfeiçoaram uma técnica de ação que
compreende desde a simples persuasão até a corrupção e, se necessário, a
intimidação. O trabalho dos grupos tanto se faz de maneira direta e ostensiva como
indireta e oculta. A pressão deles recai principalmente sobre a opinião pública, os
partidos, os órgão legislativos, o governo e a imprensa.

A opinião pública é "preparada" e se for o caso "criada" para dar respaldo de


legitimidade à pretensão do grupo, que esperava ver facilitada sua tarefa e por
essa via indireta (apoio a opinião) lograr o deferimento dos favores impetrados
junto dos poderes oficiais competentes.

Dobrar a opinião e em casos mais agudos dar no público uma lavagem cerebral se
consegue mediante o emprego dos instrumentos de comunicação de massa. Os
grupos mobiliza rádio, imprensa e televisão e por meios declarados ou sutis
exterioriza a propaganda de seus objetivos, quer pela publicidade remunerada,
quer pela obtenção da condescendência e simpatia dos que dominam aqueles
maiôs. Produzido o clima de apoio, ao grupo se lhe depara a autoridade pública já
favoravelmente predisposta aos seus interesses.

Se esses recursos, porém falham e o representante não mostra dócil à técnica de


persuasão do grupo, poderá este empregar meios extremos que vão do suborno à
intimidação. Uma campanha de incompatibilização do deputado com suas bases
eleitorais é arma de que os grupos se valem em alguns países contra
parlamentares recalcitrantes. Chegam a utilizar meios de corrupção, ameaçando
assim a carreira política do deputado como candidato a uma pressão por vezes
irresistível, acaba ele capitulando para garantir a própria sobrevivência política.

Mas onde o sistema partidário é forte e os partidos dispõem de uma técnica de


controle sobre o procedimento de seus deputados, o representante encontrará um
escudo de proteção e abrigo contra a ação daqueles grupos, pois sabe que numa
opção entre o partido e o grupo, se ficasse, com este último, transgredindo
diretrizes partidárias, perderia o mandato. É claro, todavia que o valor prático
dessa garantia é limitado e relativo, dependendo não só das circunstâncias como do
ambiente político de um país.

Quando os grupos se volvem propriamente para os partidos, as técnicas de


dominação consistem em proporcionar financiamento copioso às campanhas
eleitorais. No parlamentarismo com sistema multipartidário, onde um pequeno
partido pode decidir da sorte de ministério em ocasiões de crise, os grupos de
pressão têm aí o terreno ideal para suas manobras.

1.3- A Institucionalização Dos Grupos De Pressão


Os grupos de pressão são objeto de desconfiança geral tanto dos juristas como dos
estadistas que relutam ainda em admitir a nova realidade ou reconhecer a presença
irreversível dessas formações. Descura-las equivale a um fingimento farisaico. Seria
anticientífica a posição do publicista ou constitucionalista que se aferrasse a um
preconceito cômodo de ignorância indolente. Mais cedo ou mais tarde os fatos se
reproduzirão e a legislação ordinária ou o direito constitucional abrirá as portas
também à institucionalização dos grupos, descobrindo um meio de aloja-lo no
organismo político legalmente disciplinado.

Um só país introduziu em suas leis a nova matéria, dando o primeiro passo no


sentido de institucionalizar os grupos de pressão. Com efeito, em 1946, o "Federal
Regulation of Lobbyng Act", aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos,
disciplinou pela primeira vez a atividade dos grupos de pressão que desde muito
atuavam junto do poder legislativo, debaixo das seguintes denominações: lobby, ou
seja, o grupo organizado; lobbing, o método de ação que eles empregam
e lobbyisten as pessoas que se entregam a esse gênero de atuação política. A lei
reconheceu legítimo o trabalho dos grupos de interesses e do mesmo passo trouxe
uma série de disposições restritivas, obrigando todos oslobbyisten a se registrarem
na Câmara dos Representantes e na Secretaria do Senado, a revelarem a origem
das somas empregadas no exercício de influência, bem como a dar conta da
publicidade dos propósitos do grupo e das quantias gastas com a advocacia
legislativa no Congresso.

De tal forma o grupo de pressão foi primeiramente um fenômeno político americano


que toda razão teve Hutchins quando escreveu que os Estados Unidos são "o país
do grupo de pressão, e como tal cuida do bem-estar daqueles que estão
suficientemente organizados para fazer a pressão" (R. M. Hutchins, apud V. ª
Mund, Government and Business, 3ª. Ed., p.525.)

A lei e a Constituição hão de chegar também aos grupos de pressão como em


passado recentíssimo chegaram aos partidos políticos e continuam a chegar em
outros países, onde se fez patente o propósito de institucionalizá-lo.

1.4- O Aspecto Negativo

Produziu-se ao redor dos grupos uma atmosfera de desconfiança e suspeita que vê


nesses organismos intermediários permanente ameaça ao Estado, ao governo, à
democracia, à ordem representativa. Foi esse pelo menos o aspecto dominante nas
primeiras contribuições que a literatura ofereceu sobre o tema, focalizando nas
conclusões o lado altamente negativo dos grupos de pressão. Sua presença
patológica seria indício já de graves perturbações na existência das coletividades
políticas. A crítica de combate espécie de fantasma cujas aparições sobressaltavam
a democracia, impedindo-lhe o normal funcionamento.

Diz-se que o grupo de pressão não faz triunfar a razão e o bom senso, porém o
interesse dos mais fortes, apoiados no poder do dinheiro, da organização e
eventualmente do número.

1.5- O Aspecto Positivo

Não encontramos aspectos positivos nos grupos de pressão pois a intenção de tais
grupos é sempre representada por seus próprios interesses favorecendo assim
poucos e todos nós buscamos um governo no qual não exista tanta hipocrisia
mostrando assim que a democracia que tanto almejamos estaria às vésperas do
colapso e da morte, o que nós povos não desejamos.
2- TECNOCRACIA

Tecnocracia significa, literalmente, o governo dos técnicos, que pelo controle dos
meios de produção, tendem a superar o poder político ao invés de apoiar suas
atividades.

O programa da "Tecnocracia", que floresceu no período da grande crise de 1929-


1932, se fundou na premissa correta de que a economia deveria ser racionalizada
unicamente por meio da união da técnica, baseada na ciência, e do governo à
serviço da sociedade. Semelhante união é possível sempre que a técnica e o
governo se libertem da escravidão da propriedade privada. Sabe-se que
unicamente uma classe poderosa, interessada em sua própria libertação, e oposta,
aos expropriadores monopolistas é capaz de realizar esta tarefa. Somente em união
a um governo do proletariado, a classe qualificada dos técnicos poderá construir
uma economia verdadeiramente científica e verdadeiramente racional, ou seja, uma
economia socialista.

CONCLUSÃO

Finalmente podemos concluir que os Grupos de pressão são aqueles grupos


organizados que, embora tendo, em mira influenciar sobre a distribuição dos
recursos numa sociedade, seja para mantê-la sem alteração, seja para introduzir
mudanças em seu favor, não participam diretamente no processo eleitoral e por
isso mesmo não estão interessados em geri o próprio poder político, e sim se
aproximar dele com facilidade e freqüência e a influenciar as opções.

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