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Matriz de atividade individual*

Módulo: 3 – Área de conhecimentos e Aspectos estruturais


Título: Superando distâncias e diferenças através da internacionalização
do
escopo do projeto
Aluno: Renato Zechini Gasparin
Disciplina: Gestão de Projetos Turma: MBA SP 7 - Turma B
Introdução

No fenômeno mais falado do século passado - a globalização- , a dinâmica


empresarial sofreu impactos estruturais, onde fatores determinantes como
internacionalização, estratégia global e conhecimento de custos, leis e
mercados de centenas de países exigem dos dirigentes de multinacionais o
estudo da melhor forma de se manterem competitivos.

Desta forma, exige-se uma atuação rápida de aumentar ao máximo a


gestão de conhecimento com o objetivo de agregar valor ao negócio.

Juntamente com esta dinâmica dos negócios, os projetos passaram a


consideram a questão de internacionalização em seus escopos, incluindo
equipes multidisciplinares e multinacionais. A comunicação passa a ser
fator de grande importância, para garantir uma linguagem única e comum,
eliminando as distâncias dos integrantes da equipe.

Desta forma, este trabalho tem o objetivo de apresentar ideias e elaborar


argumentações sobre as formas de lidar de maneira mais efetiva com as
diferenças e as distâncias existentes entre organizações, regiões e culturas
mundiais na internacionalização de projetos.

Aspectos críticos e caminhos para lidar, de maneira mais efetiva, com as


distâncias e as diferenças existentes entre as organizações

Dentro da diversidade de oportunidades para se destacar no mundo


corporativo, a união de diferentes organizações com objetivos em comum,
viabilizam parcerias onde a atuação de equipes das diferentes empresas é
fator determinante para a gestão dos projetos.

A principal preocupação neste caso é a diferença cultural de cada


instituição, que determina um conjunto informal de regras, procedimentos,
interligações e formas de atuação características de cada empresa.

Assim cabe ao trabalho de gerenciamento do escopo do projeto


compreender não só as necessidades inerentes ao projeto, mas também da
cultura organizacional e os elementos que a influenciam. Desta maneira
haverá a redução das distâncias e diferenças geográficas por meio da
criação de uma subcultura referente ao projeto em andamento,

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consolidando a equipe e a comunicação entre seus membros.
Para reforçar a análise sobre a gestão de projetos executadas entre
diferentes organizações, vale ressaltar os cuidados com algumas áreas de
conhecimento descritas pelo PMBOK 2004.

No caso da Gestão da Integração, de Escopo e de Riscos, a


exploração minuciosa de todos os pontos cobertos pelo projeto deve ser
ainda mais detalhada, pois as empresas podem ter alguns pontos de
discordância que se não forem bem explícitos no início do projeto, podem
causar enormes transtornos em sua execução. Por outro lado, a
diversidade de ideias, conhecimentos e capacidade que extrapolam as
fronteiras empresariais, permitem enriquecer o conteúdo e os caminhos
escolhidos para o projeto.

Já em relação a Gestão de Tempo, de Custos, de Recursos Humanos


e de Aquisições, é possível para os lideres do projeto identificar quais as
melhores estruturas que possibilitem ganhos na execução de projetos. Por
exemplo, uma empresa pode ter uma expertise onde sempre consegue
contratos mais vantajosos e isso pode ser explorado de forma positiva para
o projeto em questão.

Aos aspectos da Gestão da Qualidade, a formação de uma equipe


multiempresarial pode garantir uma “vigilância mais correta”, pois uma
empresa sempre terá olhos mais atentos as ações executadas por outra, e
vice-versa.

Para a Gestão de Comunicação, faz-se necessário um cuidado excessivo


na ampla distribuição, monitoramento e gestão das ações de comunicação
do projeto, para garantir transparência e fluidez a durante toda a execução
do projeto. Por muitas vezes, as culturas são bem diferentes e exigem
cuidados na forma de comunicação em cada grupo, para evitar melindres e
desentendimentos necessários.

Como exemplo de um projeto recente que presenciei, posso descrever o


lançamento da nova adquirente (concorrente da Cielo e da RedeCard) no
mercado brasileiro, onde o Banco Santander se uniu a GETNET com o
intuito de entrar no mercado de processamento de cartões de crédito e seu
relacionamento com lojistas. Equipes formadas por profissionais das
diferentes organizações se estruturou para implementar este projeto que
tem objetivos de extrapolar as fronteiras nacionais.

Aspectos críticos e caminhos para lidar, de maneira mais efetiva, com as


distâncias e as diferenças existentes entre as regiões

Diferenças relacionadas as leis e normas a que a organização está sujeita;


a diferença em custos, metas, recursos e capacidade de cada organização,
presentes em cada região poderiam impor grande barreira para a

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consecução de projetos de âmbito internacional.

Mesmo assim, conforme aponta Porter (2004) “...os fatores estruturais e as


forças de mercado que operam em indústrias globais são os mesmos que
em indústrias mais internas”.

Cabe ao gerenciamento do escopo do projeto utilizar das ferramentas de


estratégia de forma a unificar as metas, equalizar capacidade e custos,
adequando o escopo às normas e leis vigentes.

Para reforçar a análise sobre a gestão de projetos executadas entre


diferentes regiões, seguem alguns comentários com base nas áreas de
conhecimento descritas pelo PMBOK 2004.

Assim como no caso de diferentes organizações, a Gestão da


Integração, de Escopo e de Riscos deve se preocupar com o
detalhamento do planejamento do projeto e necessitam considerar as
diferentes particularidades de cada região envolvida no projeto para
garantir o sucesso da jornada. As diferentes regiões também podem
contribuir no enriquecimento das ideias, conhecimentos e técnicas que
podem ser aplicadas em qualquer fase do ciclo de vida do projeto.

Com relação às Gestões de Tempo, de Comunicação e de Qualidade,


vale ressaltar a importância no cuidado com essas três áreas de
conhecimento, uma vez que, devido à distância os gestores do projeto
devem prever isso todo o detalhamento de cronograma, formas de
comunicação e controle de qualidade no escopo e no planejamento de seu
trabalho, considerando a dificuldade em relação a um projeto que ocorre
dentro de uma única empresa e/ou região.

Nas áreas de Gestão de Custos, de Recursos Humanos e de


Aquisições, os líderes do projeto devem estar atentos as oportunidades
que surgem quando um projeto envolve mais de uma região. Deve ser feito
um estudo aprofundado sobre custos de materiais, mão de obra e serviços
em cada região envolvida no projeto, de forma a garantir a melhor relação
custo x benefício para o orçamento planejado. O cuidado com a qualidade
deve ser redobrado quando os insumos forem contratados à distância dos
líderes do projeto.

Aspectos críticos e caminhos para lidar, de maneira mais efetiva, com as


distâncias e as diferenças existentes entre as culturas mundiais

Quando um projeto envolve equipes de países/culturas distintas, o


envolvimento dos gestores de projeto passa a ganhar contornos mais
abrangentes e os cuidados no planejamento devem ser redobrados para
considerar todos os aspectos distintos entre as culturas para garantir o
sucesso do projeto. Se a dificuldade com a linguagem, a forma de

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comunicação e a visão do mercado já sofrem impactos em atividades
rotineiras, no planejamento e execução de um projeto, onde algo novo será
criado, esta barreira fica ainda maior.

É fator crítico para o sucesso do gerenciamento do escopo do projeto que


as diferenças culturais presentes entre os membros da equipe e das
organizações que compõe o projeto sejam respeitadas, propiciando
diminuição ou ausência de falhas na comunicação.

Para reforçar a análise sobre a gestão de projetos executadas entre


diferentes culturas mundiais, abaixo apresento uma breve análise dos
impactos dessa distinção em relação às áreas de conhecimento descritas
pelo PMBOK 2004.

A principal área de conhecimento afetada em um projeto com diferentes


culturas é a Gestão de Comunicação, pois é necessário decidir um
idioma único ou arcar com custos de tradução urgentes para garantir que
todos os envolvidos se comuniquem sem ruídos. Além disso, em culturas
diferentes, o jeito de se comunicar também é diferente, e os líderes do
projeto devem saber a melhor maneira de comunicação para cada público,
a fim de garantir a motivação adequada e evitar ruídos desnecessários na
execução do projeto.

Nas áreas de Gestão de Integração e do Escopo, faz-se necessária a


utilização do maior número possível de profissionais envolvidos no projeto
para garantir que a distância e distinção cultural possam ser sobrepostas
com uma diversidade de ideias e conhecimentos que alinhem todas as
expectativas e mantenha o grupo direcionado a um objetivo comum.

A Gestão do Tempo e de Custos passa a ganhar uma atenção maior


devido a necessidade de envolvimento de equipes localizadas distantes e
que, na medida do possível, devem ser mantidas em contato freqüente
para evitar atrasos e custos desnecessários. Desta forma, os gestores do
projeto podem utilizar das diferentes ferramentas disponibilizadas pela
internet para aproximar virtualmente as distâncias físicas. Esta é uma
maneira eficaz também no sentido de custos referentes a deslocamentos,
ligações internacionais e custo evitado dos profissionais que não “perdem”
tempo na viagem.

Com relação às Gestões de Recursos Humanos e Aquisições, os


projetos devem considerar as diferentes aspirações pessoais para garantir
insumos motivacionais adequados a cada cultura, assim como analisar
adequadamente as melhores relações custo x qualidade de aquisições de
materiais-primas, insumos e serviços de cada cultura para garantir que a
execução do projeto reflita o planejado.

A Gestão da Qualidade, como nos casos de diferentes organizações e

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regiões, exigem dos profissionais um cuidado exemplar para controle da
qualidade de cada etapa do projeto, afim de atingir a satisfação do cliente
ou a evolução de um processo ou serviço.

Nas questões que envolvem a Gestão de Riscos, é importante citar a


necessidade de um amplo conhecimento sobre leis, procedimentos,
mercados, concorrência e cultura de cada local envolvido para conseguir,
na medida do possível, prever com certa antecedência qualquer
eventualidade que possa afetar o projeto em relação ao custo, prazo ou
escopo. Assim, a preocupação de listar todos os riscos previstos no início
do projeto é tão importante quanto manter a equipe toda atenta a
qualquer novo indicador ou suspeita durante qualquer fase do projeto.

Conclusão

Qualquer projeto de sucesso exige um perfeito gerenciamento de seu


escopo, considerando todos os processos e pessoas necessárias para
garantir a aderência e alinhamento total em relação ao planejado.

Quando um projeto tem suas fronteiras alargadas para além de uma


organização, região e cultura mundial, é necessário que a gestão de
projetos mapeie, defina, execute e monitore toda a diversidade de ideias,
conceitos, aprendizados, riscos e oportunidades que projetos desta
dimensão exigem.

O trabalho certamente é maior, mas existem ganhos de aprendizado e


oportunidades de melhorias em cada área de conhecimento de forma que
os projetos podem apresentar resultados altamente satisfatórios, e por
isso, podem ser considerados totalmente viáveis e benéficos para o mundo
corporativo atual, pois existe troca de conhecimento e aproximação de
realidades distantes que permitem a evolução da sociedade como um todo.

Referências bibliográficas
Apostilas:

- Gestão de Projetos. MBA Executivo em Gestão. FGV Online

Sites:

- ABRANTES, António Alexandre da Costa. A internacionalização numa economia


mundializada. Lisboa: IPV, [200-]. Disponível em:
http://www.ipv.pt/millenium/15_arq2.htm, acessado em 11 de julho de 2010.
- MAXIMIANO, Antônio César Amaru et al. Projeto de internacionalização de
empresas industriais com o uso da metodologia. Disponível em:
HTTP://www.praxian.com.br, acessado em 11 de julho de 2010.

Livros:

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- ALVARENGA, João Vicente. Elaboração de Projetos. Belo Horizonte: UNA, 2008.
- CORREA JR., Carlos Alberto. MOTA, Edmarson Bacelar. Gestão de Projetos. [Rio
de Janeiro]: [s.n.], 200X. 131p.
- MAXIMINIANO, Antônio César Amaru. Administração de Projetos:
transformando idéias em resultados. São Paulo: Atlas, 2002.
- MENEZES, Luís César de Moura. Gestão de Projetos. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
- PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva – Técnicas para análise de
indústrias e concorrência. Elsevier: Rio de Janeiro, 2004. 409p.

*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de
raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.

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