Você está na página 1de 6

CFO TEORIA

Direito Penal Militar – Crimes Contra a Administração Militar


Prof. Professor Rogério Sílvio (Cap PM)
PARTE ESPECIAL DO CPM
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR (arts. 298 a 334) – BREVES COMENTÁRIOS

ART.298: DESACATO A SUPERIOR (propriamente militar)


Consiste na ofensa lançada contra a dignidade, o decoro ou a autoridade do superior hierárquico. Trata-se
de delito subsidiário, no qual o agente só responderá por ele quando sua conduta não se subsumir em tipo penal de
maior gravidade (homicídio).
Agravação da pena.
Parágrafo único. A pena é agravada, se o superior é oficial general ou comandante da unidade a que
pertence o agente.”
O dolo consiste na vontade livre e consciente de proferir palavra ou praticar ato injurioso e, o especial fim
de agir está na finalidade de desprestigiar a autoridade do superior hierárquico.

ART.299: DESACATO A MILITAR (impropriamente militar)


Neste o desacato ocorre contra militar no exercício de sua função ou em razão dela. Trata-se de delito
subsidiário, respondendo o agente pelo tipo em exame, a não ser que a conduta constitua crime mais grave.
Se o militar desacatar um superior que se encontra de serviço, comete desacato a superior.
O agente ativo do delito pode ser qualquer pessoa, inclusive militar de grau hierárquico superior ao do
ofendido.

ART.300: DESACATO A FUNCIONÁRIO (impropriamente militar)


Desacatar assemelhado ou funcionário civil no exercício de função ou em razão dela, em lugar sujeito à
administração militar.
Somente haverá crime militar se o sujeito ativo for militar, visto que prevalecerá então o critério ratione
loci – em lugar sob administração militar.

ART.301: DESOBEDIÊNCIA (impropriamente militar)


Lembrando-se da diferença com recusa de obediência: aqui na desobediência trata-se de uma ordem
recebida pelo militar na condição de particular, não havendo relação com o exercício de suas funções.
Aqui o militar recebe uma ordem que poderia ser destina ao um civil. Ex.: ordem para submeter-se a uma
busca pessoal, ordem para franquear a entrada em sua residência para cumprimento de mandado de busca e
apreensão etc.
Difere do art. 163, pois, a recusa de obediência está relacionada a matéria de serviço ou relativamente
dever imposto em lei/regulamento/instrução.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa superior/inferior que recebe ordem como particular, fora da
função.

ART.302: INGRESSO CLANDESTINO (impropriamente militar)


Penetrar em fortaleza, quartel, estabelecimento militar, navio, aeronave, hangar ou em outro lugar sujeito
à administração militar, por onde seja defeso ou não haja passagem regular, ou iludindo a vigilância da
sentinela ou de vigia.
Também é crime de natureza subsidiária, pois só será punido se não constitui delito mais grave.
Para a consumação do delito é necessário que o sujeito ativo tenha consciência de que está ingressando em
local sob administração militar e também que está utilizando acesso proibido ou burlando vigilância de sentinela ou
vigia.
Como não há previsão da forma culposa, o agente que ingressar clandestinamente por falta de diligência,
não comete o crime. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, militar ou civil, sendo que em relação a este
necessário se faz que de seu ato decorra ofensa às instituições militares.

ART.303: PECULATO (impropriamente militar)


No peculato próprio, isto é, na modalidade prevista no caput do artigo 303, as condutas típicas
constituem-se em apropriação ou desvio.

www.prolabore.com.br 1
CFO TEORIA
Direito Penal Militar – Crimes Contra a Administração Militar
Prof. Professor Rogério Sílvio (Cap PM)
Na primeira hipótese, peculato apropriação, o agente inverte o título de posse, passando a dispor do
dinheiro, valor ou bem, retendo, alienando, consumindo etc, agindo como se dono fosse do objeto material,
acomodando-o aos seus desideratos, portando-se tal e qual o legítimo proprietário.
Merece destaque que a posse referida pela lei deve resultar do cargo ou da comissão e compreende a
possibilidade de dispor da coisa, fora da esfera de vigilância de outrem, em consequência da função jurídica
desempenhada pelo agente no âmbito da Administração Militar.
A segunda modalidade, peculato desvio, de conduta consiste no desvio da coisa. Desviar é desencaminhar,
alterar o destino ou a aplicação. “Ao invés do destino certo e determinado do bem de que tem a posse, o agente lhe
dá outro, no interesse próprio ou de terceiro”, como na hipótese do desvio de mercadorias do aprovisionamento da
Unidade, praticado por militar auxiliar-de-rancho, em proveito de civis comerciantes.
O proveito próprio ou alheio de que trata a lei pode ser de ordem material ou moral, servindo até mesmo o
desvio praticado para fins de obtenção de prestígio pessoal ou político.
Peculato agravado: de acordo com o § 1º, a pena de peculato aumenta-se de um terço quando o objeto
material sobre o qual recaiu a ação é de valor superior a vinte vezes o salário mínimo.
Peculato-furto (§ 2º)
O militar ou funcionário não detém a posse do dinheiro, valor ou bem móvel, público ou particular, sendo
que a conduta criminosa, ao invés de consistir em uma apropriação ou desvio, consubstancia-se na subtração da
coisa.
Não obstante, é mister que o agente valha-se de sua condição de militar ou funcionário para a configuração
do delito. Se tal não ocorrer, como, por exemplo, na situação em que o militar, mediante escalada e arrombamento,
invade a tesouraria da unidade em que serve e subtrai grande quantidade de vales-transporte, estará praticando o
crime de furto qualificado e não o de peculato-furto.
São duas as modalidades de conduta previstas na norma. Na primeira, o funcionário pratica diretamente a
subtração; na segunda espécie, o militar ou funcionário, com consciência e vontade, concorre para que outrem
subtraia o dinheiro, valor ou bem (p. ex.: o militar sentinela que permite a entrada de comparsa no quartel para que
este subtraia um fuzil).
Peculato culposo (§ 3º)
Considera-se peculato culposo a conduta do agente público, violadora do dever de cuidado (imprudência,
negligência ou inépcia), que torna possível a outrem, funcionário ou não, subtrair, apropriar-se ou desviar dinheiro,
valor ou bem sob a custódia da Administração Militar (ex: o intendente que esquece a porta da reserva da Unidade
aberta e outra pessoa furta munições).
De acordo com o § 4º, nos casos de peculato culposo, a reparação do dano anterior ao trânsito em
julgado da sentença condenatória extingue a punibilidade, sendo posterior, reduz da metade a pena imposta.
Peculato mediante erro de outrem (art. 304)
Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo ou comissão, recebeu por erro de
outrem.
Exemplo: Um civil teria que entregar o celular apreendido ao Sargento que redigia a ocorrência e
equivocadamente (devido ao grande número de militares e civis transitando na delegacia) entregou a outro militar
que confeccionava outra ocorrência, e o último militar se apropriou do aparelho.
O funcionário público que se apropria de dinheiro ou qualquer utilidade que lhe foi entregue por engano,
descuido, desleixo ou qualquer outro erro que levou terceiro a entregar quantia ou utilidade ao funcionário público.
Na verdade, o funcionário deveria comunicar o equívoco a quem lhe entregou o bem ou à administração militar.
Para que o crime ocorra é indispensável que a vítima atue erroneamente de maneira espontânea, pois se ela
for induzida a erro, o crime praticado será de estelionato. Embora alguns doutrinadores denominem o delito como
peculato estelionato, a vítima não é levada ao erro, mas sim, chega a ele por conta própria.
ART.305: CONCUSSÃO (impropriamente militar)
A elementar do crime de concussão é a “exigência” (ameaça) que pode ser ostensiva ou velada. E, o fato
do agente exigir, difere este crime da corrupção.
Nexo com a função: a ameaça impingida ao sujeito passivo tem que ter nexo com a função do sujeito
ativo. Caso contrário, será roubo ou extorsão (Ex.: se um militar ameaçar matar uma pessoa caso ela não permita
que lhe seja subtraída sua carteira, será o crime de roubo e não concussão).

www.prolabore.com.br 2
CFO TEORIA
Direito Penal Militar – Crimes Contra a Administração Militar
Prof. Professor Rogério Sílvio (Cap PM)
Sujeito passivo: a pessoa que entrega a vantagem indevida não comete crime algum, pois estava sob
coação moral irresistível.
Mesmo que o agente não tenha assumido a função, ainda, pode cometer o crime (ex: foi aprovado no
concurso ao CTSP, e começa a exigir dinheiro dos fazendeiros, sob pena de multá-los, quando assumir a função
militar).

ART.306: EXCESSO DE EXAÇÃO (impropriamente militar)


Exigir imposto, taxa ou emolumento que sabe indevido, ou, quando devido, empregar na cobrança meio
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza.
Não precisa do agente ficar com a quantia exigida a mais, se isto ocorrer, cometerá o crime de desvio.

ART.307: DESVIO (impropriamente militar)


Desviar, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente, em razão do cargo ou função,
para recolher aos cofres públicos.
Este crime é como se fosse uma forma qualificada do anterior.
Difere do peculato por que o desvio é mais específico, aqui o agente recebe a taxa, emolumento ou
imposto indevidamente e para recolher aos cofres públicos.

ART.308: CORRUPÇÃO PASSIVA (impropriamente militar)


Receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de assumi-la,
mas em razão dela vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.
A vantagem indevida ou promessa devem ter nexo com a função.
Observe que não existe o verbo solicitar vantagem indevida. Segundo entendimento do TJMMG, a
solicitação por parte de um militar é uma exigência velada, amoldando sua conduta ao art. 305 do CPM.
O tipo prevê aumento de pena (§ 1º) se o agente pratica, deixa de praticar ou retarda o ato de ofício com
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem
Corrupção passiva privilegiada (§ 2º): quando o militar atende a um mero pedido, sem receber qualquer
vantagem. Difere da prevaricação (art. 319), pois, aqui não há interesse ou sentimento pessoal.
A pessoa que dá, oferece, ou promete o dinheiro ou a vantagem comete o crime de corrupção ativa (art.
309). Mas, desde que não coagida a tal prática. E, há ainda aumento de pena se em razão da vantagem, dádiva ou
promessa, é retardado ou omitido o ato, ou praticado com infração de dever funcional.

ART.311: FALSIDADE DE DOCUMENTO (impropriamente militar)


A falsificação não pode ser grosseira, tem que estar apta a iludir terceiro. Se é grosseira, perceptível à
primeira vista, inexiste o delito. Pode haver estelionato (art. 251).
Neste crime falsifica-se a materialidade gráfica, visível do documento (ex.: assinatura, foto, modifica a
estrutura do documento).
É necessário que o fato atente contra a administração ou serviço militar (cause prejuízo).
Ex: falsificar a assinatura do médico em um atestado.
Há diferença de pena se o documento é público (pena maior) ou particular (pena menor).
Agravação da pena: se o agente é oficial ou exerce função em repartição militar (§ 1º).
Documento por equiparação para efeitos penais: o disco fonográfico ou a fita ou fio de aparelho
eletromagnético a que se incorpore declaração destinada à prova de fato juridicamente relevante (§ 2º).

ART.312: FALSIDADE IDEOLÓGICA (impropriamente militar)


Omitir, em documento público (pena maior) ou particular (pena menor), declaração que dele devia constar
(deixar de constar no BO que o motorista aparentava estar embriagado), ou nele inserir (o militar que lança a
informação) ou fazer inserir (o terceiro que declara) declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim
de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, desde que o fato
atente contra a administração ou o serviço militar.

www.prolabore.com.br 3
CFO TEORIA
Direito Penal Militar – Crimes Contra a Administração Militar
Prof. Professor Rogério Sílvio (Cap PM)
Na falsidade ideológica, o documento é autêntico em seus requisitos extrínsecos (em sua forma), e emana
realmente da pessoa que nele figura como seu autor ou signatário, mas seu conteúdo é falso. Ou seja, o documento
é verdadeiro quanto à forma, mas falso quanto à ideia nele existente. É por isso que se diz “falsidade ideológica”.
Já na falsidade de documento público, o agente procura imitar a “verdade” do documento, por meio de
contrafação (falsificação) ou alteração. Ou seja, o papel (matéria) é falso.
É necessário que o fato atente contra a administração ou serviço militar (cause prejuízo).

ART.313: CHEQUE SEM FUNDOS (impropriamente militar)


Emitir cheque sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, se a emissão é feita de militar em
favor de militar, ou se o fato atenta contra a administração militar.
Excetuando-se no caso de chantagem (art. 245) é irrelevante se o cheque foi emitido para servir como título
ou garantia de dívida.
Atenuação da pena
Se o agente é primário repara o dano causado, antes de instaurada a ação penal ou, sendo primário e o
cheque seja de pequeno valor, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois
terços, ou considerar a infração como disciplinar. Entende-se pequeno o valor que não exceda a um décimo da
quantia mensal do mais alto salário mínimo do país. (§ 2º).

Dos crimes contra o dever funcional


ART.319: PREVARICAÇÃO (impropriamente militar)
Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei,
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Prevaricação é a infidelidade ao dever de ofício em que o agente não cumpre as obrigações inerentes a sua
função ou as pratica contrariando a lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

Observações:
Na corrupção passiva, o funcionário público negocia seus atos, visando uma vantagem indevida.
Na prevaricação isso não ocorre. Aqui, o funcionário público viola sua profissão para atender objetivos
pessoais.

O agente deve atuar para satisfazer:


1) Interesse pessoal: interesses do agente, tais como autopromoção, conseguir uma oportunidade etc (desde que não
haja recebimento de vantagem indevida ou aceitação de promessa, hipóteses em que haveria corrupção passiva).
Exemplo: deixar de apreender o veículo irregular do dono de um restaurante, esperando que eventualmente, consiga
almoçar sem pagar no estabelecimento;
2) Sentimento pessoal que diz respeito à afinidade do agente em relação a pessoas ou fatos (medo, preguiça, raiva,
insatisfação). Ex: Permitir que amigos pesquem em local público proibido ou demorar a expedir documento
solicitado por um inimigo (o sentimento de raiva ou de ódio do agente configura o delito).
A prevaricação não se confunde com a corrupção passiva privilegiada (art. 317, § 2º CP). Nesta, o agente
deixa de proceder ou procede com violação do dever funcional, atendendo ao pedido feito por outrem. Na
prevaricação não há tal pedido ou influência. O agente visa satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

ART.322: CONDESCENDENCIA CRIMINOSA (impropriamente militar)


Deixar de responsabilizar subordinado que comete infração no exercício do cargo, ou, quando lhe falte
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente.
Se o fato foi praticado por (dolo) indulgência (misericórdia, clemência, tolerância), detenção até seis
meses; se por (culpa) negligência (desleixo, descuido), detenção até três meses.
O superior não precisa estar no exercício da função. Se a infração não for cometida pelo subordinado no
exercício do cargo, o superior que nada faz não comete o crime de condescendência criminosa, poderá cometer o
crime do art. 319.
O subordinado deve cometer infração administrativa ou penal estando no exercício da função.

www.prolabore.com.br 4
CFO TEORIA
Direito Penal Militar – Crimes Contra a Administração Militar
Prof. Professor Rogério Sílvio (Cap PM)
Quando o tipo fala: “quando lhe falte competência”, está indicando nas situações em que o superior não
detém poder disciplinar sobre o subordinado, como nos casos em que o subordinado infrator pertence à Unidade
diversa do superior. Ocasião em que o superior deverá comunicar o fato ao Comandante do infrator.

Observações:
a) haverá prevaricação se o superior deixa de responsabilizar o subordinado por sentimento ou interesse
pessoal
b) haverá concussão ou corrupção passiva se o superior deixa de responsabilizar o subordinado para obter
vantagem indevida.

ART.324: INOBSERVÂNCIA DE LEI REGULAMENTO OU INSTRUÇÃO (impropriamente militar)


Deixar, no exercício de função, de observar lei, regulamento ou instrução, dando causa direta à prática de
ato prejudicial à administração militar.
Exige uma norma complementadora (Lei, Regulamento ou Instrução).
É necessário que o fato atente contra a administração ou serviço militar (cause prejuízo).
Ex: o ordenador de despesas do quartel compra materiais para a construção da sauna da Unidade, sem
realizar a licitação.

ART.326: VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL (impropriamente militar)


Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo ou função e que deva permanecer em segredo, ou
facilitar-lhe a revelação, em prejuízo da administração militar.
Difere da violação de segredo profissional (art. 230), pois lá pode causar dano a outrem (particular) e aqui
a revelação ocorre em prejuízo à administração militar.
Ex: Sgt do CRS revela a candidato do concurso o gabarito da prova.
Crime subsidiário: é absorvido por outro que for mais grave, por exemplo, os crimes de traição.

ART.329: EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGAL (impropriamente militar)


Entrar no exercício de posto ou função militar, ou de cargo ou função em repartição militar, antes de
satisfeitas as exigências legais, ou continuar o exercício, sem autorização, depois de saber que foi exonerado, ou
afastado, legal e definitivamente, qualquer que seja o ato determinante do afastamento:
Crime subsidiário: é absorvido por outro que for mais grave.
Ex: O Cmt de Unidade que não concorda de ter sido movimentado e permanece na função anterior.

ART.330: ABANDONO DE CARGO


Abandonar (afastar ou não comparecer) cargo público, em repartição ou estabelecimento militar:
É o afastamento proposital ou ausência intencional, de modo arbitrário.
O sujeito ativo será somente o civil. Se for militar, configurará abandono de posto ou deserção se o
abandono ocorrer por mais de 08 dias.
Formas qualificadas: a) se do fato resulta prejuízo à administração militar; b) se o fato ocorre em lugar
compreendido na faixa de fronteira.

ART.331: APLICAÇÃO ILEGAL DE VERBA OU DINHEIRO (impropriamente militar)


Dar (aplicar, investir etc) às verbas ou ao dinheiro público aplicação diversa da estabelecida em lei.
Neste crime a verba é aplicada em prol da administração e no peculato desvio, o dinheiro é desviado em
proveito próprio ou de outrem.
Ex: o recurso financeiro é para adquirir material de escritório e foi utilizado na solenidade/festa de
aniversário do Cmt da Unidade.

ART.333: VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA (impropriamente militar)


É a violência praticada pelo agente em repartição ou estabelecimento militar, no exercício de função ou a
pretexto de exercê-la.

www.prolabore.com.br 5
CFO TEORIA
Direito Penal Militar – Crimes Contra a Administração Militar
Prof. Professor Rogério Sílvio (Cap PM)
A violência tem que ser violência física, não havendo necessidade que resulte lesão corporal. Se resultar, o
agente responde, também pelas penas correspondentes à violência.
O crime pode ocorrer de duas formas:
a) quando praticado em repartição ou estabelecimento militar ou;
b) quando praticado no exercício de função ou a pretexto de exercê-la. Nesta segunda modalidade não há
necessidade que ocorra no interior de estabelecimento militar, podendo ser em qualquer lugar, bastando que o
militar esteja no exercício de função.

ART.334: PATROCÍNIO INDÉBITO (impropriamente militar)


É agente que patrocina, direta ou indiretamente, interesse alheio e privado, legítimo (pena menor) ou
ilegítimo (pena maior), perante a administração militar, valendo-se da qualidade de funcionário ou de militar.
O interesse pode ser legítimo ou ilegítimo. Na verdade, o que se tutela é a moralidade, a ordem
administrativa a transparência dos atos, etc.
Imagine que numa Blitz em que há vários veículos que serão notificados (multados) e apreendidos,
encontra-se o veículo do amigo de um Cap PM. O Oficial valendo-se de sua condição de militar (e superior)
desloca-se até o local da Operação Policial e tenta evitar a multa e apreensão do carro de seu amigo (interesse
ilegítimo).
Agora imagine o mesmo Cap PM na SOU da Unidade pedindo uma cópia da ocorrência para seu amigo
(interesse legítimo), antes do prazo estipulado pela administração militar e fica instando o militar responsável pela
entrega de cópia de BO a atender-lhe logo.
Para sua consumação, não há necessidade do interesse patrocinado ser atendido, basta a prática de qualquer
ato como patrocinador (patrono).

www.prolabore.com.br 6

Você também pode gostar