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ECONÔMIA E GESTÃO FARMACÊUTICA 2012 1º SEMESTRE

Órgão sanitário competente ............ 122 Custo fixo.......................................... 125


HISTÓRIA DA FARMÁCIA ...................... 116
Laboratório oficial ............................ 122 Custo variável ................................... 125
MESOPOTÂMIA E EGITO ...................... 116 Análise fiscal ..................................... 122 Custo direto ...................................... 125
GRÉCIA ................................................ 116 Estabelecimento ............................... 122 Custo indireto ................................... 125
Alcméon ............................................ 116 Farmácia .......................................... 122
ORGANOGRAMA, FLUXOGRAMA E
Asclépio ............................................ 116 Drogaria ........................................... 122
LAYOUT .......................................... 126
ROMA .................................................. 117 Dispensário de medicamentos ......... 122
ARABIA ................................................ 117 Dispensação ..................................... 122 Organograma ................................... 126
Cosme e Damião ............................... 117 Fluxograma ...................................... 126
CLASSIFICAÇÃO DA ANVISA ..................122
FARMÁCIA NA IDADE MÉDIA ............... 117 Layout .............................................. 127
Doença e pecado .............................. 117 Medicamente de referência ............. 122
CURVA ABC .......................................... 128
Farmácia monástica ......................... 117 Medicamento similar ....................... 122
Portugal ............................................ 118 Medicamento genérico .................... 123 Técnica de montagem ...................... 128
BRASIL ................................................. 118 Medicamento inovador .................... 123 Construção do gráfico ...................... 128

INDÚSTRIA FARMACÊUTICA ................. 119 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUE ............... 129
PADRONIZAÇÃO (ISO) .....................124 ESTOQUE ............................................. 129
BRASIL ................................................. 120
ISO 9000 ........................................... 124 Gestão de estoque ........................... 129
ECONOMIA ........................................... 120
ISO 14000 ......................................... 124 Funções de estoque .......................... 129
ECONOMIA FARMACEUTICA ............... 120 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO Tipos. ................................................ 130
Economia Brasileira .......................... 120 DE SAÚDE OCUPACIONAL Estoque mínimo ................................... 130
FUSÕES ................................................ 121 (PCMSO) ....................................... 124 Estoque de segurança .......................... 130
Sanofi-Synthelab + Aventis Pharma . 121 Estoque máximo .................................. 130
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE Estoque de antecipação ....................... 130
Fusões no Brasil ................................ 121
RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) ............124 Estoque de ciclo ................................... 130
Profarma e CSB ..................................... 121
Merck e Schering-plough .................. 121 RDC 44/2009 ....................................... 124
CONCEITOS FARMACÊUTICOS .............. 122 RDC 96/08 ........................................... 124

Droga ................................................ 122 CUSTO ..................................................125


HISTÓRIA DA FARMÁCIA GRÉCIA
O emprego de plantas e substâncias de origem Alcméon
animal data do Paleolítico. Com o fim do período O filósofo Alcméon foi o primeiro a caracterizar a
glacial, a humanidade começou a compensar a saúde, como sendo um equilíbrio entre os
escassez de caça, com o cultivo de alimentos e elementos como, o frio e quente, o úmido e o seco,
domesticação de animais. Essa nova utilização dos o doce e o amargo. Para os gregos as doenças
recursos originou uma explosão demográfica eram derivadas de um desequilíbrio entre os
trazendo as sociedades urbanas, com novas elementos. Na Grécia deram várias denominações
divisões de trabalhos e uma estrutura social mais para os profissionais que lidavam com
complexa. A domesticação dos animais também medicamentos, o mais comum era o
trouxe novas doenças. Pharmakopoloi que significa os vendedores de
medicamentos.
MESOPOTÂMIA E EGITO
Essas duas civilizações forneceram as mais Asclépio
antigas escritas médicos-farmacêuticos da história. Filho do Deus Apolo e da ninfa Coronis. Asclépio
Na Mesopotâmia, os registros eram feitos em foi retirado do ventre de sua mãe quando ela estava
tabuinhas de argila, escritas com estilete, em uma em uma pira funerária, obtendo sua primeira vitória
escrita chamada de Cuneiforme. O documento sobre a morte.
farmacêutico mais antigo conhecido foi escrito em Ele aprendeu medicina com um centauro chamado
tabuinhas sumérias, por volta de 4000 a.C. Quirón, uma serpente ensinou que certa planta
As civilizações antigas acreditavam que todos os poderia ressuscitar os mortos. Ele provocou a ira de
fenômenos naturais eram subordinados à vontade Zeus, porque estava reduzindo o número de
dos deuses. Todas as doenças e curas se mortos. Por isso, Zeus o matou com um raio. Suas
explicavam através de relações com deuses e filhas Panaceia e Higeia, também foram
demônios. consideradas deusas.
Os sumérios acreditavam que as doenças eram
causadas por espíritos malignos, os Demônios,
que se aproveitavam da falta de proteção divina dos
deuses e causavam as doenças. Esse conceito de
deuses e demônios como causadores de doenças e
curas, deu origem ao duplo significado da palavra
grega Pharmakon, do qual derivou as palavras
fármaco e farmácia, que simultaneamente significa
medicamento e veneno.
No Egito as fontes de escritas eram principalmente Figura 1: (a) Alcméon (5 .a.C) Filósofo pré-socrático e medico
o papiro. Para a história da farmácia o mais grego, foi discípulo de Pitágoras. Dedicou-se a medicina e a
ciências naturais, foi o primeiro a dissecar um cadáver para fins
importante é o papiro de Ebér datado de 1550 a.C. científicos; (b) Asclépio ou Esculápio Deus da medicina e cura, da
mitologia grego-romana. Seu culto se disseminou por toda a
Europa, pelo norte da áfrica e pelo oriente próximo; (c) Apolo Filho
de Zeus e Leto, e irmão gêmeo de Ártemis, presidiam sobre as leis
da Religião e as constituições das cidades.

Figura 2: (a) Zeus Filho de Titans, irmão dos Deuses e pai dos
Homens. Exercia total autoridade sobre todos os deuses do
olimpo. Na adolescência cortou o pênis do próprio pai; (b) Higeia
(Higiene) Filha de Asclépio e deusa da saúde, limpeza e sanidade.
Seu pai era associado a cura, ela era associada a prevenção da
doença e a continuação da boa saúde; (c) Panaceia Filha de
Asclépio, deus da cura, o seu nome também é usado com
significado de remédio para todos os males.

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ROMA FARMÁCIA NA IDADE MÉDIA
Esculápio foi o nome que os romanos deram para Doença e pecado
Asclépio. Em Roma ser médico não dava muitos Na idade média a associação entre doença e
privilégios. Muitos médicos influentes em Roma pecado era a base da medicina da época,
eram de origem grega, nos primeiros tempos eram acreditava-se que algumas doenças eram causadas
levados como escravos e depois eram homens por possessões demoníacas.
livres. Dando uma nova dimensão ao pecado como sendo
Os preparadores e vendedores de medicamentos, causa da doença. A crença que as doenças eram
drogas e cosméticos eram conhecidos como causadas por intervenção divina reaparece, mas
Pharmacopol. Forma latinizada dos Pharmakopoloi agora nos moldes do Cristianismo. O sofrimento e a
dos gregos. dor não eram vistos como um mal absoluto, mas
sim como um meio para o bem e a maturidade do
ARABIA espírito, para corrigir certos pecados ou fraqueza.
O mundo árabe foi o primeiro a fazer uma divisão Então o Cristianismo surgiu como religião curativa.
entre médicos e farmacêuticos. Na cidade de
Bagdá estabeleceram-se comércios de vendas de Farmácia monástica
drogas e medicamentos. Deste o séc. 8 também Seu início foi marcado com a fundação em 529, do
passou a existir outro profissional de mais elevada Mosteiro Monte cassino por São Bento, e pela
formação, o Sayadilah. relação, por ele estabelecida que dissesse que era
de alta importância cuidar dos enfermos. Até existia
Cosme e Damião um local próprio onde os monges cuidavam de seus
Originários da Arábia, de uma família nobre de pais enfermos. Esse mosteiro se destacou como centro
cristãos, no séc. 3. Seus nomes verdadeiros eram de cultura e prática médico-farmacêutico, onde
Acta e Passio Diziam "Nós curamos as doenças também se desenvolveram escolas médicas.
em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder”.
Exerciam a medicina e farmácia na Síria, em Egéia
e na Ásia Menor, sem receber qualquer pagamento.
Por isso, eram chamados de anárgiros, ou seja,
inimigos do dinheiro.
Cosme, como médico, diagnosticava e prescrevia
o tratamento. Enquanto Damião, desempenhando o
papel de farmacêutico, preparava os Figura 3: São Bento (480-547) Monge italiano, fundador da Ordem
medicamentos que deveriam ser administrados. dos Beneditinos. Era irmão gêmeo da Santa Escolástica.
Padroeiros dos Farmacêuticos com a história de
cura e milagres que teriam intermediado, os Santos
Cosme e Damião são considerados padroeiros dos
médicos e farmacêuticos. Por conta dos seus
conhecimentos científicos aliados à fé, os santos
são muito queridos, principalmente, nas promessas
dedicadas à obtenção da saúde. Caixa de
unguentos, frascos de medicamentos e folhas de
palmeiras são seus tradicionais emblemas. Como
acontece com vários santos, a vida de São Cosme
e São Damião é cercada de lendas.
Inúmeras também são as versões sobre a morte
dos “Santos Gêmeos”, conhecidos ainda como
“Santos dos Pobres”. Perseguidos pelo Imperador
Diocleciano, implacável perseguidor do povo
cristão, Cosme e Damião foram acusados de
feitiçaria e de usarem meios diabólicos em suas
curas. Condenados à morte, resistiram
milagrosamente a inúmeras torturas e por fim,
foram decapitados, em cerca de 300 d.C. em Ciro,
na Síria.

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Portugal BRASIL
Os primeiros boticários de Portugal surgiram-no A história da farmácia no Brasil é anterior à
séc. 13. Mas, antes já havia profissionais chamados chegada dos portugueses. Os índios brasileiros
de especieiros. As especiarias na idade média usavam plantas medicinais para curar algumas
tiveram uma utilização generalizada, para fins enfermidades. Os primeiros portugueses aqui
terapêuticos. Sua importância pode ser vista na deixados, sem opção, tiveram que usar dos
literatura medieval nomeada de Thesaurus conhecimentos dos pajés, usando erva para
Paiperun, atribuída a Pedro Hispanio, falecido combater suas chagas. Apenas com a chegada de
como Papa João 21. O primeiro documento Tomé de Souza que trouxe ao Brasil com o
conhecido sobre farmácia em Portugal é um primeiro boticário, Diogo de Castro, único boticário
diploma promulgado por D. Afonso 4º, em 1338 da armada. Os jesuítas assumiram o papel de
que estatuía a obrigatoriedade de serem enfermeiros e boticários.
examinados pelos médicos do rei todos os que A botica no Brasil foi autorizada como comércio
exerciam os ofícios de médico, cirurgião e boticário em 1640, a partir daí elas se multiplicaram por toda
na cidade de Lisboa. a colônia. Muitos boticários eram analfabetos que
tinham conhecimentos apenas em medicamentos
de diagnósticos simples e habitual.
Os jesuítas fundaram a mais importante botica do
Brasil na Bahia, tornando-se um centro de
distribuição de medicamento para várias regiões do
Brasil. Os padres mantinham umas boticas bem
sortidas e aparelhadas para o preparo de
medicamentos, utilizando-se de matérias primas
indígenas. O padre José de Anchieta foi
considerado o primeiro boticário de São Paulo.
Figura 4: (a) Pedro Hispanio (480-547) Monge italiano fundador Mais tarde surgiram boticas comerciais de drogas e
da ordem dos Beneditinos, era irmão gêmeo da santa
Escolástica; (b) D. Afonso 4º (o Bravo) Apesar de herdeiro medicamento. Somente em 1931, a profissão de
legitimo, seu pai D. Dinis I gostava mais de seu filho bastardo, farmacêutico foi regulamentada passando a ser
criando uma rivalidade, que as vezes terminava em confronto
armado, após torná-se rei sua primeira ordem foi exilar o
exercido apenas por profissional diplomado em
irmão. instituições de ensino.

Figura 5: (a) Tomé de Souza (1503-1579) Militar e político


português, primeiro governador geral do Brasil chegou em 1549,
após o fracasso das capitanias hereditárias; (b) José de Anchieta
(1534-1597) Padre jesuíta espanhol. Chegou ao Brasil em 1553
com menos de 20 anos. Foi um dos fundadores de São Paulo, ele
cuidava, educava, catequizava e protegia os índios dos abusos
dos colonizadores.

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INDÚSTRIA FARMACÊUTICA A contrapartida verifica-se nos resultados
A cadeia farmacêutica transforma intermediários econômicos financeiro dessas empresas colocando-
químicos e extratos vegetais em princípios ativos, se entre as mais rentáveis em escala global.
chamados farmoquimicos, os quais, em seguida. A indústria farmacêutica mundial é composta por
São convertidos em medicamentos finais para o mais de 10 mil empresas. Os EUA são o maior
tratamento e prevenção de doenças do ser humano. produtor e consumidor desse mercado. As maiores
Para a produção de medicamentos é necessário o multinacionais exportadoras estão sediadas na
licenciamento e patente para a pesquisa, Suíça, Alemanha, Grã-Bretanha e Suécia. A
desenvolvimento, comercialização e distribuição de Bélgica, Dinamarca e Irlanda também apresentam
substâncias farmacêuticas. superávits em suas balanças comerciais de
O setor farmacêutico foi um dos primeiros a difundir medicamentos, por outro lado, países do leste
a produção e comercialização por todo o mundo, europeu, Coreia, Austrália, Itália, Finlândia,
processo iniciado nos anos 1920, possibilitando Noruega e Japão são importadores. As oito maiores
que, nos dias de hoje, este tenha se tornado uma empresas contribuem com cerca de 40% do
das indústrias mais globalizadas. A produção de faturamento mundial num processo de
medicamentos é usualmente dividida em quatro concentração crescente.
estágios principais. As grandes empresas
multinacionais da indústria farmacêutica operam em
todos os quatro estágios:
1º estágio: pesquisa e desenvolvimento de novos
princípios ativos (fármacos)
2º estágio: produção em escala industrial dos
fármacos;
3º estágio: produção de especialidades
farmacêuticas (medicamentos acabados);
4º estágio: marketing, distribuição e
comercialização das especialidades.
A maioria das empresas farmacêuticas surgiu no
final do séc. 19 e no início do séc.20. As grandes
descobertas favoráveis a medicamentos mais
eficazes seriam alcançadas a partir dos anos 1920
e 1930. No Brasil e em outros países emergentes, a
quebra de algumas patentes exclusivas sobre
determinadas substâncias permitiu o surgimento da
comercialização de medicamentos genéricos no
final do séc. 20. Porém, no processo de
desenvolvimento de produtos, a fabricação e
comercialização e de insumos para a produção e
venda dos medicamentos ocorrem depois de um
longo processo de pesquisa, testes e liberação por
parte dos órgãos do governo. As pesquisas para a
descoberta de novas substâncias envolvem milhões
de dólares aplicados nos principais laboratórios e
transnacionais do setor. Esse fator justifica o alto
preço de vários medicamentos.
Quando um laboratório descobre um novo
medicamento, o mesmo necessita de receber uma
patente de sua fórmula concedida, na maioria dos
casos, a grupos e empresas privadas.
As demais empresas que queiram fabricar o
mesmo medicamento necessitam pagar royalties,
exceto em casos de medicamentos genéricos.
A cadeia farmacêutica tem se destacado como
uma das mais inovadoras entre os setores
produtores, com empresas multinacionais de
grande porte capazes de estimular e incorporar aos
seus produtos, os principais avanços de ponta,
ocorridas nas ciências biomédicas, biológicas e
químicas.

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BRASIL ECONOMIA FARMACEUTICA
O estado de São Paulo concentra grande parte Aspectos econômicos, nos campos da farmácia e
das empresas desse setor, principalmente nas farmacologia, aplicados ao desenvolvimento e
Regiões Metropolitanas de São Paulo e de estudo da economia médica da quimioterapia e ao
Campinas. A partir do início da década de 90 a impacto dos medicamentos no custo dos cuidados
indústria farmacêutica brasileira vem passando por médicos. Economia farmacêutica também inclui
grandes transformações, que originaram considerações econômicas do sistema de
modificações na produção da indústria. Antes da lei distribuição da assistência farmacêutica e da
do medicamento genérico ser aprovada no Brasil o prescrição dos remédios, especialmente quanto ao
capital estrangeiro era dominante nas indústrias. O custo-benefício.
Brasil não detinha conhecimento dos primeiros
estágios da produção, que eram todos realizados Economia Brasileira
nos países de origem das empresas, deixando cada O Brasil é o nono maior mercado de fármacos e
vez mais frágil as indústrias nacionais. A lei de medicamentos do mundo e conta com importantes
medicamentos genéricos, que teve origem através indústrias do setor em seu território. A indústria
das políticas publicas de integração dos setores da nacional lidera as vendas no mercado interno e
saúde e da indústria farmacêutica, desempenhou reforça os investimentos em pesquisa, respaldada
um papel importante, proporcionando a ampliação pela força dos genéricos.
da oferta de medicamentos, a redução do preço dos O mercado farmacêutico no país movimenta
medicamentos através da concorrência no anualmente R$ 28 bilhões, Segundo dados do
mercado. Mas, principalmente, a mudança no Ministério da Saúde, e a tendência é de expansão.
capital da indústria farmacêutica nacional. Com a Entre as seis maiores empresas farmacêuticas do
implantação dos genéricos, a indústria passou a ter mundo, quatro são brasileiras e apresentam
mais participação do capital nacional. Ao mesmo crescimento acelerado na produção de genéricos.
tempo em que ocorreu a ampliação do número de Atualmente, existem cerca de 540 indústrias
indústrias no país. Gerando uma base mais forte farmacêuticas cadastradas no Brasil, sendo 90
para o crescimento do setor, e possibilitando a produtoras do medicamento similar.
criação de políticas para tentar reduzir a As indústrias nacionais têm maior produção de
dependência de importações. A indústria medicamentos similares, que possuem as mesmas
farmacêutica é considerada um setor oligopolista, características e qualidades do produto de
pois embora abriguem mais de 10 mil empresas, referência, mas não são intercambiáveis. Os
apenas cerca de 100 controlam 90% do mercado de genéricos correspondem a 20,6% das vendas em
produtos farmacêuticos para consumo humano. unidades no conjunto do mercado farmacêutico
Trata-se também de um dos setores mais lucrativos brasileiro.
da nova economia e também o que mais tem Apesar dos avanços na comercialização do produto
valorizado a pesquisa e desenvolvimento (P&D), desde o lançamento do programa no país, de 1999
cujos investimentos têm se mantido a níveis a 2009, a fabricação de medicamentos de
crescentes, especialmente nos grandes centros referência produzidos por indústrias estrangeiras ou
produtores. multinacionais instaladas no Brasil ainda sobrepõe
No Brasil, a indústria farmacêutica possui estrutura a produção de genéricos e similares. Isso se deve
concentrada, no Brasil é representado por ao grande investimento em pesquisas nos centros
multinacionais e é dominada pelo investimento de de alta tecnologia localizados nas sedes destas
capital estrangeiro. Porém, há a presença de empresas.
empresas de pequeno porte de capital nacional e
laboratórios públicos.

ECONOMIA
Essa palavra é de origem grega Oikos, que
significa casa, riqueza, fortuna, patrimônio, e
Nomos, que significa estudo da administração.
Economia é o processo que combina fatores de
produção para criar bens e serviços. Como ciência
e economia tratam das relações econômicas entre
Figura 6: Pelo menos um setor da economia brasileira pode
os indivíduos na sociedade. comemorar, esse ano (2014) , a manutenção do ritmo de
crescimento acima da média de mercado: a produção de produtos
farmacêuticos. Segundo o IBGE , o segmento mostrou uma
evolução de 5,2% no primeiro semestre de 2014.

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FUSÕES Por meio desta aquisição, a Profarma passa a
A pressão por redução de custos, a necessidade operar em um segmento com grandes perspectivas
de expansão dos mercados e a otimização das de crescimento e oportunidades de consolidação,
estruturas de vendas para enfrentar o aumento da além de apresentar margens substancialmente
competitividade no mercado globalizado, foram maiores. “Também são esperadas sinergias com a
alguns dos motivos que levaram a um intenso integração das operações de atacado e varejo,
processo de fusões e aquisições entre empresas do especialmente nas áreas de logística e na sede
setor ao longo da década de 1990. No entanto, a corporativa”, afirmou a companhia, em nota.
principal causa dessa concentração ainda maior da
produção em um pequeno grupo de grandes
empresas transnacionais, certamente está na
necessidade de altíssimos investimentos em P&D,
que correspondem em média a 14% do faturamento
das grandes empresas.
Cabe a ressalva que a mensuração adequada da
inovação tecnológica na indústria farmacêutica é Merck e Schering-plough
complexa, porque uma grande parte de P&D é Os conselhos de administração dos grupos
destinada a duplicar o trabalho de concorrentes, farmacêuticos americanos Merck e Schering-
como por exemplo, pequenas mudanças estruturais Plough, concluirão um acordo para uma fusão, em
em compostos já conhecidos e uma estratégia de uma transação que envolve troca de ações e
patenteamento defensivo. pagamento em dinheiro, por um total de US$ 41,1
Com a finalidade de aumentar a rentabilidade e o bilhões.
poder de investimento em P&D, as grandes Segundo as companhias, cerca de 44% do
corporações farmacêuticas passaram, desde pagamento será feito em dinheiro e 56% em ações.
meados dos anos 80, por sucessivas fusões ou Da porção em dinheiro, US$ 9,8 bilhões virão de
aquisições no setor, apesar de ter sido mais intenso recursos próprios, enquanto US$ 8,5 bilhões serão
na década de 90 contínua ocorrendo. financiados pelo banco J.P. Morgan.
A nova empresa terá o nome de Merck ao fim da
Sanofi-Synthelab + Aventis Pharma transação, que foi aprovada por unanimidade pelos
essa fusão resultou no surgimento do terceiro maior conselhos de administração dos dois gigantes,
laboratório farmacêutico do mundo e primeiro na segundo um comunicado conjunto. O acordo
Europa o Sanofi-Aventis. determina que os acionistas da Schering-Plough
recebam 0,5767 ações e US$ 10,50 em pagamento
Fusões no Brasil por cada ação da Schering-Plough.
em 2005 a maior empresa nacional do setor, a
Aché, adquiriu outro laboratório nacional, a
Biossintética, tornando-se líder de mercado. no
mesmo ano, o laboratório farmacêutico nacional
Biolab anunciou a compra de 80% da Sintefina,
farmoquimica e o laboratório nacional libbs adquiriu
as operações da multinacional australiana Mayne
Pharma do Brasil, importante fabricante de
medicamentos ontológicos.

Profarma e CSB
A Profarma, distribuidora de produtos
farmacêuticos comprou 100% das ações da CSB,
companhia que detém as bandeiras Drogasmil e
Farma Life, do Rio de Janeiro.
A aquisição foi fechada por 87 milhões de reais e
vai permitir que a Profarma começasse a atuar em
um novo mercado: o varejo. Segundo a companhia,
as duas redes operam no varejo farmacêutico do
Rio de Janeiro com aproximadamente 85 lojas
utilizando as marcas. A rede concentra sua atuação
na região do Rio de janeiro e Rio grande do sul,
com presença de destaque nos principais
Shoppings da cidade, totalizando um faturamento
de mais de 330 milhões de reais em 2011.

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CONCEITOS FARMACÊUTICOS Dispensário de medicamentos
Droga Setor de fornecimento de medicamentos
Substância ou matéria-prima que tenha a industrializados, privativo de pequena unidade
finalidade medicamentosa ou sanitária. hospitalar ou equivalente.

Órgão sanitário competente


Órgão de fiscalização do Ministério da Saúde, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios.

Laboratório oficial
O laboratório do Ministério da Saúde ou
congênere da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios, com competência
delegada através de convênio ou credenciamento, Figura 8: Dispensário de medicamentos.
destinado à análise de drogas, medicamentos,
insumos farmacêuticos e correlatos. Dispensação
Ato de fornecimento ao consumidor de drogas,
Análise fiscal medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos,
A efetuada em drogas, medicamentos, insumos a título remunerado ou não.
farmacêuticos e correlatos, destinada a comprovar
a sua conformidade com a fórmula que deu origem CLASSIFICAÇÃO DA ANVISA
ao registro. O ministério da saúde através da Agência Nacional
de Vigilância sanitária (ANVISA) regulamenta e
Estabelecimento fiscaliza a produção da indústria farmacêutica
Unidade da empresa destinada ao comércio de brasileira. Segundo a ANVISA:
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e
correlatos. Medicamente de referência
É o produto novo registrado no órgão federal
Farmácia responsável pela vigilância sanitária e
Estabelecimento de manipulação de fórmulas comercializado no Brasil, sua eficácia e qualidade
magistrais e oficinais, de comércio de drogas, foram comprovadas cientificamente junto, aos
medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, órgãos federais competentes, por ocasião do
compreendendo o de dispensação e o de registro. São medicamentos encontrados no
atendimento privativo de unidade hospitalar ou de mercado e tem uma marca comercial conhecida,
qualquer outra equivalente de assistência médica. somente empresas estrangeiras os produz.

Medicamento similar
São os que têm os mesmos princípios ativos, com
a mesma concentração, forma farmacêutica, via de
administração, indicação terapêutica, preventiva ou
diagnóstico do medicamento de referência
registrado no órgão federal responsável pela
vigilância sanitária, diferindo somente em
características relativas ao tamanho, forma, prazo
de validade, embalagem, rotulagem, recipiente e
veículos, devendo ser sempre identificado por nome
Figura 7: Farmácia.
comercial ou marca.
Drogaria
Estabelecimento de dispensação e comércio de
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e
correlatos em suas embalagens originais.

122
Medicamento genérico
A classe de medicamentos genéricos no Brasil foi
criada pela lei 9.787 de 1999, e, em 2000, surgiram
os primeiros produtos no mercado.
É similar a um produto de referencia ou inovador,
pretende com esse ser intercambiáveis geralmente
produzidos após a expiração ou renúncia da
proteção patentária ou de outros direitos de
exclusividade, comprovada a sua eficácia,
segurança e qualidade.
As vantagens na compra do medicamento
genérico vão desde o preço, no mínimo 35% mais
baratos que os medicamentos de referência, ao
fortalecimento e desenvolvimento da indústria
nacional, com o crescimento do mercado. Como
resultados da política de incentivo ao medicamento
genérico estão o aumento das vendas e no
crescimento de registros de novos produtos. Em
2009, os remédios similares representavam 19,2%
do mercado de medicamentos brasileiro. Entre 2002
e 2009, o total de vendas saltou de R$ 588 milhões
para R$ 4,8 bilhões. Neste mesmo período, o
número de registros desses medicamentos passou
de 213 para 2.972.
O mercado brasileiro oferece hoje medicamentos
genéricos para o tratamento dos mais variados
problemas de saúde, como doenças do sistema
cardiocirculatório, anti-infecciosos, aparelho
digestivo, metabolismo e sistema nervoso central.
A indústria nacional produz ainda anti-inflamatórios
hormonais e não hormonais, dermatológicos,
doenças respiratórias, sistema urinário, sexual,
oftalmológicos, antitrombose, anemia, anti-
helmínticos, parasitários, oncológicos e
contraceptivos. As empresas interessadas em
fabricar e importar medicamentos genéricos no
Brasil devem atender os requisitos básicos. A
documentação necessária para solicitar o registro
junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) está prevista na Resolução n° 135, de 29
de maio de 2003.

Medicamento inovador
Apresenta em sua composição química ao menos
um fármaco ativo que tenha sido objeto de patente,
em geral é considerado medicamento de referência.

123
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS
PADRONIZAÇÃO (ISO) AMBIENTAIS (PPRA)
A sigla ISO significa Organização Internacional de Esta NR estabelece a obrigatoriedade da
Padronização, é uma organização não elaboração e a implementação, por parte de todos
governamental que está presente em cerca de 120 os empregadores e instituições que admitam
países. Foi fundada em 1947 em Genebra e a sua trabalhadores como empregados, visando à
função é promover a normalização de produtos e preservação da saúde e da integridade dos
serviços, utilizando determinadas normas, para que trabalhadores, através da antecipação,
a qualidade dos produtos seja sempre melhorada. reconhecimento, avaliação e consequente controle
da ocorrência de riscos ambientais existentes ou
ISO 9000 que venham a existir no ambiente de trabalho,
É um conjunto de normas que formam um modelo tendo em consideração a proteção do meio
de gestão da qualidade para organizações que ambiente e dos recursos naturais. As ações do
desejam certificar, seus sistemas de gestão através PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada
de organismos de certificação. Foi elaborada estabelecimento da empresa, sob a
através de um consenso internacional sobre as responsabilidade do empregador, com a
práticas que uma empresa pode tomar a fim de participação dos trabalhadores, sendo sua
atender plenamente os requisitos de qualidade do abrangência e profundidade dependentes das
cliente. A ISO 9000 não fixa metas a serem características dos riscos e das necessidades de
atingidas pelas empresas a serem certificadas, mas controle.
sim a própria empresa quem estabelece as metas a
serem atingidas. RDC 44/2009
Ela estabelece os critérios e condições mínimas
ISO 14000 para o cumprimento das Boas Práticas
Os impactos ambientais gerados pelo Farmacêuticas para o controle sanitário do
desenvolvimento industrial e econômico do mundo funcionamento, da dispensação e da
atual constitui um grande problema para comercialização de produtos e da prestação de
autoridades e organizações ambientais, assim no serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias.
início da década de 90, a ISO viu a necessidade de Entende-se por Boas Práticas Farmacêuticas o
desenvolver normas que falasse da questão conjunto de técnicas e medidas que visam
ambiental e tivesse como intuito a padronização dos assegurar a manutenção da qualidade e segurança
processos de empresas que utilizassem recursos dos produtos disponibilizados e dos serviços
tirados da natureza e causassem algum dano prestados em farmácias e drogarias, com o fim de
ambiental decorrente de suas atividades. Em contribuir para o uso racional desses produtos e a
Setembro de 1996, foi aprovada a norma ISO melhoria da qualidade de vida dos usuários. A
14000/ 14001. Esta norma estabelece as diretrizes Resolução se aplica às farmácias e drogarias em
básicas para o desenvolvimento de um sistema que todo território nacional e, no que couber, às
gere a questão ambiental dentro da empresa, ou farmácias públicas, aos postos de medicamentos e
seja, um sistema de gestão ambiental. A norma às unidades volantes.
14000 não define de forma detalhada um conjunto
de prescrições para a administração de um sistema, RDC 96/08
mas sim os requisitos estruturais para a sua A norma restringe a participação de “celebridades”
implementação. leiga em medicina ou farmácia nas propagandas de
medicamentos isentos de prescrição. Atores,
PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE jogadores e outros famosos não poderão mais
SAÚDE OCUPACIONAL (PCMSO) exibir seu nome, imagem ou voz recomendando o
É um procedimento legal estabelecido pela medicamento ou sugerindo que fazem uso dele. A
Consolidação das Leis do Trabalho, no Brasil, prática de distribuir brindes também sofreu
mediante a Norma Regulamentadora 7, visando restrições: de agora em diante serão permitidos
proteger a Saúde Ocupacional dos trabalhadores. apenas os institucionais. A referência aos produtos,
Algumas de suas exigências básicas são a nos brindes, está proibida.
realização e registros dos seguintes exames em Mudanças: A resolução também atualiza as regras
todos os empregados de uma empresa: para a propaganda de medicamentos sob
 Exame admissional; prescrição e traz condições para a veiculação em
 Exame periódico; eventos científicos e campanhas sociais, além de
 Exame de retorno ao trabalho (após estabelecer critérios para a distribuição de amostras
afastamento por doença ou acidente); grátis. O objetivo é garantir que as informações
 Exame de mudança de função; veiculadas sejam corretas, equilibradas e
acessíveis.
124
CUSTO Custo direto
Custo fixo Custos diretos a um objeto de custeio são os
O custo com a supervisão de uma fábrica pode custos diretamente relacionados a esse objeto, isto
manter-se constante até que se atinja, por exemplo, é, que podem ser fácil e economicamente
50% da sua capacidade; a partir daí, provavelmente identificados ao objeto de custeio, sem qualquer
precisará de um acréscimo para conseguir rateio, entende-se por rateio a distribuição arbitrária
desempenhar bem sua função. dos custos que não são diretamente identificados e
Alguns tipos de custos podem mesmo só se apropriados aos objetos de custeio.
alterar se houver uma modificação na capacidade São exemplos de custos diretos aqueles com
produtiva como um todo, sendo os mesmos de 0 a matéria-prima consumida e mão de obra dos
100% da capacidade, mas são exceções. operários, em algumas situações, a mão de obra
Podemos começar por verificar que uma planta pode ser um custo indireto. O salário do supervisor
parada, sem atividade alguma, já é responsável da produção corresponde a um custo indireto, por
pela existência de alguns tipos de custo e despesas exemplo.
fixas (vigia, lubrificação das máquinas, depreciação, Em outras palavras, pode-se dizer que, em alguns
etc...). Ex.: Mão de obra indireta, contas do telefone casos, as parcelas de recursos são consumidas
da fábrica, depreciação das máquinas da produção, apenas por um tipo de produto, e esse fato é fácil e
aluguel do prédio utilizado para produção da objetivamente identificado, seja devido à
fábrica, etc. observação simples ou a sistemas automatizados,
como controle eletrônico de vazão, quadros de
Custo variável distribuição de energia etc. Nesses casos, pode-se
Em inúmeras empresas, os únicos custos assumir que aquele produto é o responsável por
realmente variáveis no verdadeiro sentido da aquela parcela de recurso consumido.
palavra são as matérias-primas. Mesmo assim pode A mensuração desse consumo se dá então de
acontecer de o grau de consumo delas, em algum forma direta, daí à informação desse consumo de
tipo de empresa, não ser exatamente proporcional recurso se dá o nome de “custo direto”. Dessa
ao grau de produção. forma, para gerar essa informação não é necessário
Por exemplo, certas indústrias têm perdas no nenhum tipo de aproximação ou julgamento sobre
processamento da matéria-prima que, quando o qual produto consome qual parcela de recursos, ou
volume produzindo é baixo, são altas, tendendo a seja, não são necessárias distribuições arbitrárias,
diminuir percentualmente quando a produção ou, como se chamam, “rateios”. Esse tipo de custo,
cresce. Pode a mão de obra direta, noutro exemplo, por isso, é mais crivei por representar de forma
crescer à medida que se produz mais, mas não de mais objetiva e fidedigna a realidade sobre o
forma exatamente proporcional, devido à consumo de recursos.
produtividade que tenderia a aumentar até certo
ponto, para depois começar a cair. Custo indireto
Se o pessoal tem oito horas para produzir 60 Custos indiretos a um objeto de custeio são
unidades, quando normalmente levaria seis para tal aqueles que não podem ser identificados com o
volume, provavelmente gastará as oito horas todas objeto de custeio de maneira economicamente
trabalhando de forma um pouco mais calma. Se o viável, pois são comuns a dois ou mais objetos de
volume passar para 80 unidades, trabalharão as custeio (áreas ou produtos). Os custos indiretos são
mesmas oito horas; se for de 90 unidades, talvez alocados ao objeto de custo por meio de um
levem pouco mais de nove horas, em função do método de alocação de custo denominado rateio.
cansaço, que faz decrescer a produtividade. Ex.: Logo, são aqueles que não oferecem condição de
Matéria prima, mão de obra direta, embalagens, medida objetiva e dos quais qualquer tentativa de
energia elétrica (consumida na fabricação direta do alocação tem de ser feita de maneira estimada e,
produto)etc. algumas vezes, arbitrária. São exemplos de custos
indiretos a depreciação, a manutenção, o seguro e
o aluguel do parque fabril.

125
ORGANOGRAMA, FLUXOGRAMA E LAYOUT Fluxograma
Fluxograma é um tipo de diagrama, e pode ser
Organograma entendido como uma representação esquemática
Organograma é um gráfico que representa a de um processo, muitas vezes feito através de
estrutura formal de uma organização. Credita-se a gráficos que ilustram de forma descomplicada a
criação dos primeiros organogramas ao norte- transição de informações entre os elementos que o
americano Daniel C. McCallum, administrador de compõem, ou seja, fluxograma é um gráfico que
ferrovias, no ano de 1856. demonstra a sequência operacional do
desenvolvimento de um processo, o qual
caracteriza: o trabalho que está sendo realizado, o
tempo necessário para sua realização, a distância
percorrida pelos documentos, quem está realizando
o trabalho e como ele flui entre os participantes
deste processo.
O termo Fluxograma designa uma representação
Figura 9:Daniel C. McCallum (1815-1878) Nasceu na Escócia, e
emigrou para Nova York quando menino. Foi um dos primeiros
gráfica de um determinado processo ou fluxo de
defensores do organograma como forma de gerenciar as trabalho, efetuado geralmente com recurso a figuras
operações de negócio. geométricas normalizadas e as setas unindo essas
figuras geométricas. Através desta representação
Os organogramas mostram como estão dispostas gráfica é possível compreender de forma rápida e
unidades funcionais, a hierarquia e as relações de fácil a transição de informações ou documentos
comunicação existentes entre estes. entre os elementos que participam no processo em
Os órgãos são unidades administrativas com causa.
funções bem definidas. Exemplos de órgãos: A existência de fluxogramas para cada um dos
Tesouraria, Departamento de Compras, Portaria, processos é fundamental para a simplificação e
Biblioteca, Setor de Produção, Gerência, racionalização do trabalho, permitindo a
Administrativa, Diretoria Técnica, Secretaria, etc. Os compreensão e posterior optimização dos
órgãos possuem um responsável, cujo cargo pode processos desenvolvidos em cada departamento ou
ser chefe, supervisor, gerente, coordenador, diretor, área da organização.
secretário, governador, presidente, etc.
Normalmente tem colaboradores (funcionários) e
espaço físico definido. Num organograma, os
órgãos são dispostos em níveis que representam a
hierarquia existente entre eles. Em um
organograma vertical, quanto mais alto estiver o
órgão, maior a autoridade e a abrangência da
atividade.

Tabela 1: exemplo de organograma. Tabela 2: fluxograma para domingo.

126
Layout
É a configuração de estabelecer a relação física
entre as várias atividades. O layout pode ser
simplesmente o arranjar ou o rearranjar das várias
máquinas ou equipamentos até se obter a
disposição mais agradável. No entanto, numa
grande indústria este procedimento não é tão
simples, pois um simples erro pode levar a sérios
problemas na utilização dos locais, pode originar a
demolição de estruturas, paredes e até mesmo
edifícios e consequentemente causar custos
altíssimos no rearranjo. Para evitar tudo isto é
necessário realizar um estudo, encontrando assim o
melhor planejamento de layout. Pois, os custos
relativos ao planejamento de um layout são
inferiores aos custos relativos ao rearranjo de um
layout defeituoso.

Tabela 3: representação de um simples Layout.

127
CURVA ABC Construção do gráfico
O método da análise de classificação ABC é uma Obedece às seguintes etapas, com base na tabela
ferramenta que auxilia no gerenciamento de mestra:
estoque, proporcionando informações relevantes 1. Ordenadas e abscissas: formação do
sobre aqueles produtos que tem maior ou menor quadrado. Para o eixo das ordenadas, fica
giro, relacionados com o custo de obtenção. É reservado o percentual de valores e, para o eixo
utilizada, também, para definição de política de das abscissas, o percentual de quantidade;
vendas, planejamento da distribuição, programação 2. Marcação de pontos: os pontos percentuais
da produção e resolução de uma série de obtidos na tabela mestra devem ser transpostos
problemas usuais de empresas industriais, para o gráfico no eixo das ordenadas;
comerciais ou de prestação de serviços. 3. Traçado da curva: os pontos marcados devem
ser unidos por meio do auxílio de uma curva
Técnica de montagem francesa, delineando-se, assim, o perfil da curva
A construção da curva ABC compreende três fases ABC.
distintas: A representação gráfica demonstrada na figura a
1. Elaboração da tabela mestra; seguir, trás o conceito usado pelo cálculo da curva
2. Construção do gráfico; ABC.
3. Interpretação do gráfico, com identificação
plena de percentuais e quantidades de itens
envolvidos em cada classe, bem como de
suas respectivas faixa de valores.

Figura 10: curva ABC.

Tabela 4: tabelas de uma curva ABC destacando a quantidade


de materiais.

Na tabela anterior observa-se que os materiais


estão ordenados por código, o que não interessa,
pois pretendemos interpretar o valor deles, motivo
pelo qual será necessária a sua transformação:
 Ordenar o total do consumo por ordem
decrescente de valor;
 Obter o total do consumo acumulado;
 Determinar as percentagens com relação ao
valor total do consumo acumulado.

Tabela 5 tabela com valor acumulado total.

128
CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUE Gestão de estoque
Em várias empresas, uma análise ABC é Define que a gestão de estoque constitui uma série
preparada frequentemente para determinar o de ações que permitem ao administrador verificar
método mais econômico para controlar itens de se os estoques estão sendo bem utilizados, bem
estoque, pois, através dela torna-se possível localizados em relação aos setores que deles
reconhecer que nem todos os itens estocados utilizam, bem manuseados e bem controlados.
merecem a mesma atenção por parte da A gestão de estoque é, basicamente o ato de gerir
administração ou precisam manter a mesma recursos ociosos possuidores de valor econômico e
disponibilidade para satisfazer os clientes. Assim, destinado ao suprimento das necessidades futuras
conduzir uma análise ABC é com frequência um de material, numa organização.
passo muito útil no projeto de um programa de ação A gestão de estoque visa, portanto, numa primeira
para melhorar a performance dos estoques, abordagem, manter os recursos ociosos expressos
reduzindo tanto o capital investido em estoques pelo inventário em constante equilíbrio em relação
como os custos operacionais. ao nível econômico ótimo dos investimentos. Pode
Dentro do critério ABC, podem-se estabelecer ser entendido ainda, como certa quantidade de
níveis de serviços diferenciados para as diversas itens mantidos em disponibilidade constante e
classes, por exemplo: 99% para itens A, 95% para renovados, permanentemente, para produzir lucros
itens B e 85% para itens C, de forma a reduzir o e serviços.
capital empregado em estoques, ou podem-se usar
métodos diferentes para controlar o estoque e, Funções de estoque
assim, minimizar o esforço total de gestão. Os estoques constituem um vínculo entre as
Do exposto acima, decorre que os materiais etapas do processo de compra e venda, no
considerados como classe A merecem um processo de comercialização em empresas
tratamento administrativo preferencial no que diz comércios, e entre as etapas de compra,
respeito à aplicação de políticas de controle de transformação e venda, no processo de produção
estoques, já que o custo adicional para um estudo em empresas industriais.
mais minucioso destes itens é compensado. Em Em qualquer ponto do processo formado por essas
contrapartida, os itens tidos como classe C não etapas, os estoques desempenham um papel
justificam a introdução de controles muito precisos, importante na flexibilidade operacional da empresa.
devendo receber tratamento administrativo mais Funcionam como amortecedores das entradas e
simples. Já os itens que foram classificados como B saídas entre as duas etapas os processos de
poderão ser submetidos a um sistema de controle comercialização e de produção, pois minimizam os
administrativo intermediário entre aqueles efeitos de erros de planejamento e as oscilações
classificados como A e C. inesperadas de oferta e procura ao mesmo tempo
em que isolam ou diminuem as interdependências
ESTOQUE das diversas partes da organização empresarial. As
Representa a quantidade de bens físicos que são principais funções do estoque são:
mantidos à espera da venda, por um determinado  Garantir o abastecimento de materiais à
tempo. São considerados como bens em estoques, empresa, neutralizando os efeitos;
as matérias-primas, os produtos semiacabados, os  Demora ou atraso no fornecimento de
produtos acabados e as mercadorias compradas de materiais;
terceiros.  Sazonalidade no suprimento;
Os estoques são os materiais que não são  Riscos de dificuldade no fornecimento;
utilizados em determinado momento, mas que  Proporcionar economias de escala, Através
existe em função de futuras necessidades. Logo, da compra ou produção em e. lotes
estocar é reservar as mercadorias para utilização econômicos;
futura. Estoque é como a acumulação armazenada  Pela flexibilidade do processo produtivo;
de recursos materiais em um sistema de  Pela rapidez e eficiência;
transformação. Algumas vezes o estoque também é
 No atendimento às necessidades.
usado para descrever qualquer recurso
armazenado. Todavia apesar de esses recursos de
transformação ser tecnicamente considerado como
estoque, não são obtido sempre que um
consumidor faz uma solicitação, eles não são o que
normalmente se quer dizer com o termo estoque.

129
Tipos Estoque de ciclo
A determinação dos níveis de estoque, na fase do Ocorre quando um ou mais estágios na operação
planejamento, consiste basicamente na fixação do não podem oferecer simultaneamente todos os
estoque mínimo, estoque de segurança, do lote de itens que produzem.
suprimento e do estoque máximo.

Estoque mínimo
O estoque mínimo também é conhecido como
Ponto de pedido, é a quantidade de itens estocados
a partir das quais são efetuados os pedidos de
reposição. São fundamentais: o estoque de
segurança e os tempos de entrega e consumo
diário.
Os Pontos de Pedidos, isto é, os pedidos de
compra de materiais devem ser emitidos quando as
quantidades estocadas atingirem níveis suficientes
apenas para cobrir os estoques de segurança
(reserva) fixados e os consumos (ou vendas)
previstos para os períodos correspondentes aos
prazos de entrega dos fornecedores.

Estoque de segurança
O consumo médio mensal dos itens de estoque e o
tempo de reposição variam muito; variam muito de
item para item, de uma época para outra, que leva
as empresas a manter os estoques de segurança.
O estoque de segurança é um amortecedor
destinado a minorar os efeitos de variações, do
consumo médio mensal do tempo de reposição ou
de ambos conjuntamente. A determinação de seu
nível deve receber planejamento criterioso, pois é
responsável pela imobilização de capital em
estoque. Essa ação concentra-se em determinar
uma reserva de estoque que equilibre tanto os
custos de oportunidade das possíveis faltas de
estoque como os custos de estocagens de maiores
quantidades de materiais no almoxarifado. Tem
como objetivo compensar as incertezas inerentes
ao fornecimento e demanda e permite manter um
fluxo regular de produção.

Estoque máximo
O estoque máximo é igual à soma do estoque de
segurança mais o lote de suprimento, seja ele o lote
econômico ou não. Sofrem limitações de ordem
física, manuseio, custos, inventários e riscos. Como
os componentes desse tipo de estoque são o
suprimento e o estoque de reserva variará todas as
vezes que um ou outro ou ambos variarem.

Estoque de antecipação
O estoque de antecipação pode ser usado para
compensar diferenças de ritmo de fornecimento e
demanda. É mais comumente usado quando as
flutuações de demanda são significativas, mas
relativamente previsíveis. Ele também pode ser
usado quando as variações de fornecimento são
significativas.

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