Você está na página 1de 135

CARVI – Campus Universitário da Região dos Vinhedos

PÓS-GRADUAÇÃO EM HIGIENE OCUPACIONAL

Introdução à Higiene
Ocupacional
Profº Nelson Beuter Júnior
Higienista Ocupacional Certificado ABHO – HOC 096
Apresentação...
Apresentação...
NELSON BEUTER JÚNIOR
• Técnico Químico - Fundação Liberato
• Bacharel em Química - UFRGS
• Especialista em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável - UNINTER
• Especialista em Higiene Ocupacional - FCMMG
• MBA em Ergonomia: Processo, Projeto e Produto – CEBRACORP
• Higienista Ocupacional Certificado ABHO – HOC 096
• Supervisor de Proteção Radiológica credenciado CNEN – Medidores Nucleares
• Professor de cursos de pós-graduação em Higiene Ocupacional e Engenharia de Segurança do Trabalho
• Profissional com experiência de atuação nos ramos petroquímico e de biotecnologia
• Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/2350473493996345
Conteúdo programático
1. Era uma vez...
• Mitologia: Esculápio e Hígia
• Primórdios da prevenção à agentes ambientais
• Evolução do campo de estudo
• Personagens importantes
2. Conceitos Fundamentais
3. O profissional: Higienista Ocupacional
4. Entidades de Higiene Ocupacional
Conteúdo programático
5. Campos de estudo afins da HO
• Medicina do Trabalho
• Ergonomia
• Segurança do Trabalho
• Meio Ambiente
• Direito
1
Era uma vez...
Um pouco de mitologia...
Asclépio ou Esculápio, na mitologia grega e na mitologia
romana, é o deus da medicina e da cura.

Filho de Apolo, Asclépio era venerado em templos que


passaram a servir de hospitais na antiguidade, tais como os de
Cós (Grécia) e Pérgamo (Turquia).

O bastão de Asclépio é tido como


símbolo da medicina moderna.
A sua representação é feita
também na bandeira da OMS
(Organização Mundial da Saúde).

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Escul%C3%A1pio
Um pouco de mitologia...
Hígia, era a filha de Asclépio.
Considerada a deusa da saúde,
limpeza e sanidade, exercia uma
importante parte no culto do
pai.
Enquanto seu pai era associado
diretamente com a cura, ela era
associada com a prevenção da
doença e a continuação da boa
saúde. Esculápio e Hígia

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%ADgia
Um pouco de mitologia...
Panaceia, era a outra filha de Asclépio, irmã de Hígia.
Ela era considerada a deusa da cura. O termo Panacéia
também é muito utilizado com o significado de remédio
para todos os males.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Panaceia
Um pouco de mitologia...
A relevância das divindades mitológicas Apolo, Asclépio, Hígia e Panaceia são
reconhecidas através do juramento de Hipócrates, considerado o Pai da
Medicina, que viveu entre 460 a.c. e 370 a.c., na região de Cós (Grécia).

“Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por
testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo o meu poder
e a minha razão, a promessa que se segue (...)”

Nas obras hipocráticas há uma série de descrições clínicas pelas quais se pode
diagnosticar doenças como malária, pneumonia e tuberculose. Para o
estudioso grego, muitas epidemias relacionavam-se com fatores climáticos,
raciais, dietéticos e do meio onde as pessoas viviam. Seus escritos sobre
anatomia contêm descrições claras tanto sobre instrumentos de dissecação
quanto sobre procedimentos práticos.
Foi o líder incontestável da chamada "Escola de Cós". O que resta das suas
obras testemunha a rejeição da superstição e das práticas mágicas da "saúde"
Hipócrates primitiva, direcionando os conhecimentos em saúde no caminho científico.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipócrates
Um pouco de história....
• Egípcios (4.000 a.C.): proibia que egípcios exercessem atividades
desgastantes;
• P.S.: para estas eles colocavam escravos...
• Gregos (400 a.C.): Hipócrates reconhece os malefícios causados pelo
chumbo em mineradores;
• P.S.: reconheceu, somente. Não há relatos de algo tenha sido feito para proteger dos
problemas provocados pelo chumbo...
• Romanos (100 d.C.): Plínio, descreve os malefícios provocados pelo
chumbo, zinco, enxofre, mercúrio e poeiras na atividade de mineração.
• P.S.: Plínio narra que alguns escravos “voluntariamente” valiam-se de panos e
membranas (em geral, bexigas de carneiro), como filtros para atenuar a inalação de
particulados...

SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.


Um pouco de história....
• Ano 100 à Idade Média: hiato histórico evolutivo em HSO...
P.S.: época repleta de misticismo e crenças religiosas sobre a origem das doenças...
• Georgius Agrícola (1556): Autor da obra
“De Re Metallica”, que descreve os
acidentes e doenças comuns entre os
mineiros.
• Paracelso (1600): Estudo aprofundado
de doenças, descrevendo causas e
tratamentos de enfermidades. A partir
do estudo de plantas medicamentosas
iniciou os princípios da toxicologia
• “A diferença entre remédio e veneno é a
dose”

SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.


Um pouco de história....
• Bernardino Ramazzini (1700): autor do livro
“De Morbis Artificium Diatriba”, As Doenças
dos Trabalhadores..
• Descreve detalhadamente os sintomas de 54
doenças profissionais;
• Apresenta estratégias para redução dos efeitos de
cada doença;
• 1º tratado médico da Medicina do Trabalho;
• Anamnese ocupacional: questionava e estudava o
histórico de exposição do trabalhador “Que arte
exerces?”

RAMAZZINI, B. As doenças dos trabalhadores. 4 ed. São Paulo: Fundacentro, 2016. 321p.
Um pouco de história....
• George Baker (1750): “Cólica de
Devonshire” provocado pela inalação de
chumbo na indústria da produção de cidra
(vinho de maçã). Colaborou na alteração
da produção, removendo o chumbo do
processo (eliminação do risco!!!!);

• Percival Pott (1788): “Doença dos


Limpadores de Chaminé”, reconheceu
que a fuligem potencializava o
aparecimento de câncer escrotal nestes
profissionais.
• Pott junto com Charles Thackrah, escreve
um tratado de reconhecimento de
doenças ocupacionais, no início do século
XIX.
SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.
Um pouco de história....
• Benjamin Mc Cready (séc. XIX), escreve o
primeiro compêndio norte-americano de
saúde ocupacional, “On the Influence of
Trades, Professions, and Occupations in the
United States, in the Production of Disease”.

• William Farr (1851): alta mortalidade de


trabalhadores ingleses em fábricas de
cerâmica. Abrangência nas diversas regiões
do país. Exposição a sílica.
SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.
Um pouco de história....
• No início dos anos 1900, cresce o curso de Medicina
Ocupacional, que estuda as doenças de origem
profissional...

• Até a primeira guerra, foco nas siderurgias, devido a


necessidade elevada pela mineração (carvão mineral
– combustível essencial para indústria).. Inúmeros
casos de silicose e tuberculose são relatados...

• Durante a 1ª Guerra Mundial, volta-se o foco para


indústria bélica... Inúmeros casos de intoxicação por
chumbo e fósforo branco..

SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.


Um pouco de história....
LEGISLAÇÃO SAÚDE DO TRABALHO
• Inglaterra (1802): “Lei da Saúde e Moral dos Aprendizes” – determinava multas no
caso de identificada má qualidade de trabalho
• P.S.: Lei ineficaz... A punição era baixa e não coibia..
• MÍDIA começa a publicar denúncias das más condições de trabalho..

• Inglaterra (1833): “Lei das Fábricas” – reduz a


jornada de trabalho infantil de 16h para máximo
de 12h. Proibido trabalho noturno para menores
de 18 anos. Jornada máxima semanal de 48h
para jovens e prover educação a estes. Previa
ainda multas mais severas no descumprimento
do controle das condições ambientais.

SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.


Um pouco de história....
LEGISLAÇÃO SAÚDE DO TRABALHO
• Inglaterra (1864): Aperfeiçoamento da “Lei das Fábricas de 1833” –
primeiras exigências relacionadas a Higiene Ocupacional:
• Fábricas deveriam ser ventiladas para remoção de poeiras, gases nocivos ou
quaisquer impurezas que pudessem causar dano à saúde;
• Em 1878 passa a ser indicado o uso de ventilação local exaustora para remoção
de poeiras e fumos metálicos prejudiciais.

• Alemanha (1869), Suíça (1877): Punição aos empregadores,


responsabilizando por ocorrência de lesões ocupacionais.
SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.
Um pouco de história....
LEGISLAÇÃO SAÚDE DO TRABALHO
• 1919, surge a OIT (Organização Mundial do Trabalho) – diversos
acordos internacionais, para a regulação do trabalho industrial
• Redução do uso de fósforo branco;
• Proibição de trabalho noturno para mulheres;

• Estudos científicos no campo da Higiene Industrial

SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.


O reconhecimento de uma relação causal entre os
fatores de risco e a doença definiram um novo
campo de estudo...
O reconhecimento de uma relação causal entre os
fatores de risco e a doença definiram um novo
campo de estudo...

HIGIENE OCUPACIONAL
Um pouco de história....
• Estudos científicos no campo da Higiene
Industrial prosperam nas décadas de 30 e 40, nos
EUA;

• Escola de Engenharia e Saúde Pública de


Harvard: referencia nos estudos de ponta da
época; foco na solução dos riscos do ambiente de
trabalho (medidas de proteção coletiva).

• Principal pesquisadora: Alice Hamilton

SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.


Alice Hamilton (1869-1970)
Médica americana nascida em Nova Iorque, pioneira da
toxicologia industrial e fundadora da medicina
ocupacional e primeira mulher professora na Harvard
Medical School e a receber o Lasker Award em saúde
pública.
Entre muitas honrarias recebidas citam-se Men of
Science(1944) e a Lasker Award of the U.S. Public Health
Association (1947).
Além de Exploring the Dangerous Trades (1943), outros
livros importantes de sua autoria foram Industrial
Poisons in the United States (1925) e Industrial
Toxicology (1934).
Um pouco de história....
• 1938, surge a ACGIH (American Conference of Governmental
Industrial Hygiennists):
• Conferências anuais
• networking de profissionais
• promoção da padronização de métodos de medição e controle de
exposição ocupacional

• 1939: fundada a AIHA (American Industrial Hygiene


Association) profissionais prevencionistas se reúnem para
buscar solução para problemas comuns a todos.

• 1943: monta-se o primeiro TLV (Treshold Limits Values) pela


ACGIH – tabela de limites de tolerância de agentes
contaminantes atmosféricos.
SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.
Um pouco de história....
• 2ª Guerra Mundial: cenário crítico com muitos
problemas de qualidade laboral. Cresce
exacerbadamente o número de “doentes do
trabalho”. Número de afastamentos cresce, bem
como o número de pensões por invalidez...

• No pós-guerra, com a criação da ONU, surgem as


subseções como a OMS (Organização Mundial da
Saúde), para promoção de políticas mundiais de
cuidado com a saúde humana.

• 1953, trabalhos conjuntos da OMS/OIT dão origem


aos programas de PROTEÇÃO E SAÚDE DOS
TRABALHADORES.
SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.
Um pouco de história....
• Os critérios de exposição a agentes de risco se aperfeiçoam nas
décadas seguintes.
• A partir de 1980 surgem estudos genotóxicos para diversas
substâncias, que promovem drástica revisão nos valores dos limites de
tolerância definidos até então:
• Carcinogênicos;
• Mutagênicos;
• Teratogênicos;
• Início do foco em toxicologia.

SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.


Um pouco de história....
• Aperfeiçoamentos tecnológicos e advento da informática permitem o
avanço em:
• Controles coletivos de exposição;
• Novas tecnologias de produção;
• Métodos e equipamentos de monitorização ambiental;
E o Brasil???
Um pouco de história....
• 1500 a 1850...
• Mão de obra escrava...
• Pouquíssimas informações sobre doenças ocupacionais neste
período...

• 1850 a 1900...
• Mineração: tuberculose e silicose
• Fábricas de charutos e rapé, fábricas de vela: intoxicação por
chumbo (Universidade da Bahia, 1880)

• 1900 – Oswaldo Cruz estuda a pedido do Governo


Brasileiro as doenças tropicais que incapacitam milhares de
trabalhadores (malária e febre-amarela)
• Ferrovia Madeira-Mamoré

SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.


Um pouco de história....
• 1900 a 1944
• Condições de trabalho muito ruins (semelhantes às do início da Revolução
Industrial na Inglaterra...em idos de 1800)...
• Diversos casos de maus tratos, relatados em Jornais da época...
• Início do movimento sindical (1917)

• 1919 (Decreto nº 3.724 de 15/01/1919) – Lei dos Acidentes de Trabalho –


todo acidente de trabalho era atendido como ocorrência policial!!!

SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.


Um pouco de história....
• CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
(Decreto-lei nº 5.452, de 01/05/1943)

• 1944 (Lei dos Acidentes de Trabalho de


Getúlio Vargas)
“o acidente é risco profissional que ameaça todos
os que trabalham, e sobretudo os que exercem um
ofício manual, de cujos efeitos ninguém pode estar
livre. Não interessa pesquisar a causa nem o
responsável. O acidente deve ser considerado
como um risco ao exercício da profissão”.
SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.
Um pouco de história....
• Nas décadas de 50 e 60, o Brasil passa a
olhar para os estudos em execução no
exterior em Higiene e Saúde
Ocupacional...

• Surgem as primeiras Conferências


Nacionais de Segurança do Trabalho, em
1960.

• 1966, surge a FUNDACENTRO

SANTOS, A. M. A. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. 84p.


Um pouco de história....
• 1978 - Publicação das primeiras 28 Normas
Regulamentadoras do trabalho (Portaria GM n.º 3.214, de
08 de junho de 1978).
• 1980 – Criação das NHOs (Normas de Higiene
Ocupacional) pela Fundacentro.
• 1994 – Atualização da NR-7: PCMSO (Portaria SSST n.º 24,
de 29 de dezembro de 1994) e Atualização da NR-9: PPRA
(Portaria SSST n.º 25, de 29 de dezembro de 1994).
• 1995 – Regulação do uso do asbesto branco e banimento
dos outros tipos de amianto (Lei nº 9.055, de 1 de junho
de 1995).
• 1995 – Acordo e Legislação do Benzeno (28 de setembro
de 1995).
2
Conceitos Fundamentais
Higiene Ocupacional
Higiene Ocupacional é a ciência e a arte dedicada ao estudo e ao
gerenciamento das exposições ocupacionais aos agentes físicos,
químicos e biológicos, por meio de ações de antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle das condições e locais de
trabalho, visando à preservação da saúde e bem-estar dos
trabalhadores, considerando ainda o meio ambiente e a comunidade.

FONTE: http://www.abho.org.br/abho/
Medicina do Trabalho
A Medicina do Trabalho é a especialidade médica que lida com as
relações entre homens e mulheres trabalhadores e seu trabalho,
visando não somente a prevenção dos acidentes e das doenças do
trabalho, mas a promoção da saúde e da qualidade de vida. Tem por
objetivo assegurar ou facilitar aos indivíduos e ao coletivo de
trabalhadores a melhoria contínua das condições de saúde, nas
dimensões física e mental, e a interação saudável entre as pessoas e,
estas, com seu ambiente social e o trabalho.

FONTE: http://www.anamt.org.br/site/pagina_geral.aspx?psmid=59&sumid=6
Doenças Ocupacionais
• Doença Profissional
• Inerente ao desempenho de atividade laboral específica;
• Doença dos mineiros;
• Doença do sapateiro;
• Doença dos digitadores;
• Doença do Trabalho
• Relacionado ao desempenho de atividades laborais (seja ela qual for), em
locais com presença de contaminantes;
• Silicose;
• Leucemia mielóide aguda;
Limite de Tolerância (LT) ou
Limite de Exposição (LE)
• Conforme NR-15 (Ministério do Trabalho e Emprego)
“É a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a
natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde
do trabalhador, durante a sua vida laboral.”

• Conforme a ACGIH (American Conference of Governmental Industrial


Hygienists)
“Os Limites de Exposição referem-se a concentrações de substâncias
químicas dispersas no ar, bem como a intensidade de agentes físicos de
natureza acústica, eletromagnética, ergonômica, mecânica e térmica, e
representam condições as quais acredita-se que a maioria dos trabalhadores
possa estar exposta, repetidamente, dia após dia, sem sofrer efeitos adversos
à saúde.”
Nível de ação (NA)
• Conforme NR-09 (Ministério do Trabalho e Emprego)
“Valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a
minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais
ultrapassem os Limites de Exposição.”
Agentes Químicos: Metade dos Limites de
Exposição Ocupacional. NA = LT
2

Ruído: Dose de 0,5 (dose superior a 50%)


Nível de ação (NA)
EXEMPLO:
Qual é o Nível de Ação (NA) para exposição ocupacional ao Xileno,
sabendo que conforme NR-15, Anexo nº 11, Quadro 01, seu Limite de
Tolerância (LT) é de 78 ppm?

NA = LT NA = 78
2 2
Limite de Tolerância – Valor Teto (LT - VT)
• Conforme NR-15, anexo 11 (Ministério do Trabalho e Emprego)
“Agentes Químicos cujos limites de tolerância não podem ser
ultrapassados em momento algum da jornada de trabalho.”
“Para os agentes químicos que tenham “VALOR TETO” assinalado no
Quadro Nº 1, considerar-se-á excedido o Limite de Tolerância, quando
qualquer uma das concentrações obtidas nas amostragens ultrapassar
os valores fixados no mesmo Quadro.”
Atmosfera IPVS ou IDLH
• Conforme NR-33, anexo 3 (Ministério do Trabalho e Emprego)

“Atmosfera Imediatamente Perigosa a Vida e a Saúde (Immediately


Dangerous to Life or Health ): Qualquer atmosfera que apresente risco
imediato à vida ou produza imediato efeito debilitante à saúde.”

O NIOSH estabelece valores de concentrações IPVS para algumas substâncias


(como por exemplo):
Atmosfera IPVS do Benzeno: 500 ppm
Definições importantes da ACGIH
• TLV (Threshold Limit Values): Limite de Exposição.
• TLV – TWA (Threshold Limit Values – Time Weighed Average):É a
concentração média ponderada pelo tempo de exposição para a
jornada de 8h/dia, 40h/semana, à qual praticamente todos os
trabalhadores podem se expor, repetidamente, sem apresentar
efeitos nocivos.
• TLV – STEL (Treshold Limit Value – Short Term Exposure Limit):
Refere-se a uma média ponderada de exposição de 15 minutos que
não deve ser excedida em nenhum momento durante um dia normal
de trabalho, mesmo que o tempo médio se encontre dentro do TLV
(valor limite). Suplementa o TLV-TWA de 8 horas para determinadas
substâncias que produzem efeitos agudos em exposições de pouco
tempo a altas concentrações.
• TLV – C (Threshold Limit Value – Celling):Refere-se ao teto ao qual a
concentração não deve exceder, nem mesmo por um instante.
Definições importantes da ACGIH

VALORES ADOTADOS
Substância [Nº CAS] TWA STEL Notações Peso Mol. Base do TLV
Benzeno [71-43-2] 0,5 ppm 2,5 ppm Pele; A1; BEI 78,11 Leucemia

1,3-Butadieno [106-99-0] 2 ppm - A2 54,09 Câncer

Etanol [64-17-5] 1000 ppm - A4 46,07 Irr olhos r


TRS; compr
SNC
Tolueno [108-88-3] 20 ppm - A4; BEI
O Limite de Tolerância deve ser
utilizado como ORIENTAÇÃO para o
controle dos contaminantes e nunca
como uma linha divisória entre
concentrações seguras e perigosas.
Higiene Ocupacional
Higiene Ocupacional é a ciência e a arte dedicada ao estudo e ao
gerenciamento das exposições ocupacionais aos agentes físicos,
químicos e biológicos, por meio de ações de antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle das condições e locais de
trabalho, visando à preservação da saúde e bem-estar dos
trabalhadores, considerando ainda o meio ambiente e a comunidade.

FONTE: http://www.abho.org.br/abho/
NR-9: a Norma de Higiene Ocupacional
NR-9: a Norma de Higiene Ocupacional
ANTECIPAÇÃO
“Fazer antes do tempo estabelecido. Adiantar-se, acontecer antes do
tempo.” Dicionário Aurélio
RECONHECIMENTO
“Observar, explorar. Admitir como verdadeiro, real”. Dicionário Aurélio
RECONHECIMENTO
RECONHECIMENTO
RECONHECIMENTO
Significa fonte de risco: agente,
situação ou condição com o potencial
de causar danos

Perigo
Está relacionado com a capacidade de
uma substância de causar danos e o
grau dessa capacidade depende de
suas propriedades intrínsecas.
RECONHECIMENTO

POSSIBILIDADE de uma perda ou


dano.

Risco
INCERTEZA de que tal perda ou dano
ocorra.
RECONHECIMENTO
PERIGO
... pode ser definido como a fonte geradora do risco (ex.: Leão).

RISCO
... é a probabilidade de que um evento ocorra (ex: câncer, efeito
neurológico, queimadura, etc).
Você se sente seguro perto de um
leão?
Salvaguarda 2
Trabalhador
Salvaguarda 1
Perigo

Risco
Você se sente seguro perto de um
leão?
P (NUMERADOR)
R=
Salvaguarda (DENOMINADOR)
onde:
P = Perigo: característica de um determinado agente ou situação de
causar algum tipo de dano às pessoas, instalações ou ao meio
ambiente;
S = Salvaguarda: sistemas e ativos para minimizar o perigo ou a perda

Portanto,
• Existindo PERIGO, o risco nunca será zero
• Quanto maior as salvaguardas, menor será o RISCO BLOQUEIO
DO RISCO
Você se sente seguro perto de um
leão?
Praticas seguras
Medidas Administrativas

AST
Procedimentos
EPC
EPI
Instinto

Perigo
Risco Alvo
Perigo (risco) Salvaguarda Efeito Recomendação
*PCA.
* Perda auditiva Induzida por ruído
Ruído (Exposição ruído sem proteção). *Treinamentos. * Usar protetor auricular;
(PAIR)
*Procedimento de EPI.
* Gripe; * Usar botina de segurança com biqueira de aço
*Treinamentos.
Umidade (Exposição a área alagada); * Resfriado; impermeável;
*Procedimento de EPI.
* Pneumonia; * Usar avental PVC;
* Hipotermia;
Temperatura (Exposição a *Treinamentos. * Fazer os intervalos de descanso;
* Exaustão por calor;
temperatura > 35ºC) *Procedimento de EPI. * Fazer rodizio de atividades;
* estresse calórico;
* Gripe; * Usar conjunto de proteção térmica;
Temperatura (exposição a *Treinamentos.
* Resfriado; * Realizar trabalhos sempre acompanhado de
temperatura < 0ºC) *Procedimento de EPI.
* Pneumonia; outra pessoa
* Fechar o obturador;
* Bloquear a energia com cadeado azul e
* Câncer; vermelho;
Radiação ionizante (Exposição a raios *Treinamentos.
* Doença nos olhos; * Sinalizar com etiqueta;
Alfa, Beta, Gama e Nêutrons); *Procedimento de EPI.
* Doenças genéticas: * Fazer o registro no verso da PT;
* Fazer o teste radiação (medidor Giger Müller);
* Fazer uso de equipamento dosimétrico.
* Desgaste na coluna vertebral
*Melhora do equipamento, reduzindo a
*Hérnias
intensidade das vibrações;
Vibrações, Equipamento com *Lombalgias
*Treinamentos. *Instituir períodos de repouso e rotatividade,
vibração (Exposições a vibrações) *Náuseas
evitando exposições contínuas;
*Vômitos
*Rodízio no Posto de Trabalho
*Inibição de reflexos
*Esforço visual *Cansaço *Remover lâmpadas onde há mais luz do que o
Visual *Tensão Nervosa necessário
*Dores de Cabeça *Visão *Realizar limpeza de paredes,tetos e pisos
Iluminação (Exposição a luz deficiente Toldada *Contrações dos *Utilizar cores claras no ambiente de trabalho
*Treinamentos.
ou mal concebida) Músculos *Postura incoreta do corpo *Fazer adequação de lugares onde haja pouca
*Ansiedade e Nervosismo *Falta de luminescência.
Concentração *Diminuição da *Inspecionar local de trabalho com luxímetro
Eficácia para avaliação da luminescência.
Perigo (risco) Salvaguarda Efeito Recomendação
*PPR.
* Intoxicação; * Usar proteção respiratória contra particulados
Poeira Excessiva (Inalação de poeira) *Treinamentos.
* Doença nos pulmões; suspensos; ( );
*Procedimento de EPI.

Soldas com eletrodo revestido, soldas *PPR.


* Usar proteção respiratória contra fumos
elétricas (Exposição e inalação de fumos *Treinamentos. * Doença pulmonar;
metálicos; ( );
metálicos) *Procedimento de EPI.

Agente químico nocivo, tóxico, corrosivo, *Treinamentos. * Queimadura química,


alergênico (Contato cutâneo com agentes *Procedimento de EPI. dermatites, irritação * Usar luva de proteção química ( );
químicos) *FISPQ. cutânea

*PPR.
Agente Químico (Exposição a gás, vapor e/ou * Intoxicação;
*Treinamentos. * Usar proteção respiratória contra produtos
névoa de produtos químicos agressivos a * Doença nos pulmões;
*Procedimento de EPI. químicos ( );
saúde) * Câncer;
*FISPQ.

* Seguir o plano de preparação e resgate para


entrada em espaço confinado;
*PPR. * Doença pulmonar;
* Executante qualificado para entrada em
*Treinamentos. * Náusea;
Espaço confinado (Exposição a gases, vapores, espaço confinado;
*Procedimento de EPI. * Dor de cabeça;
neblina de produto químico) * Realizar medição da atmosfera antes da
*FISPQ. * Vômito;
entrada;
*IT de Espaço confinado. * Irritação dos Olhos;
* Instalar sistema de exaustão artificial
(Conforme necessidade);
Perigo X Risco
PERIGO

RISCO

PERIGO

RISCO
EXERCÍCIO RÁPIDO
Qual a relação de PERIGO e RISCO das fotos a seguir?
RECONHECIMENTO
Segundo a NR-09,

Riscos Ambientais

Riscos Riscos Riscos


Físicos Químicos Biológicos
RECONHECIMENTO
RECONHECIMENTO
RECONHECIMENTO
RECONHECIMENTO
RECONHECIMENTO
A NR-15 divide em seus anexos, os LIMITES DE TOLERÂNCIA dos
agentes ambientais da seguinte maneira:

• Riscos Físicos: NR 15, anexos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10;

• Riscos Químicos: NR 15, anexos 11, 12 e 13;

• Riscos Biológicos: NR 15, anexo 14


EXERCÍCIO RÁPIDO
Suponha que este
trabalhador esteja realizando
um descarregamento de
gasolina em um posto de
combustível.
Avalie a imagem e verifique
os possíveis riscos aos quais
este trabalhador poderá está
exposto.
EXERCÍCIO RÁPIDO
Suponha que estes
trabalhadores estejam
realizando o corte de peças
de mármore.
Avalie a imagem e verifique
os possíveis riscos de
exposição.
AVALIAÇÃO
A avaliação quantitativa e/ou qualitativa
investiga os agentes físicos, químicos e
biológicos existentes nos postos de
trabalho.

Exige-se conhecimentos de legislações,


metodologias de avaliação,
equipamentos, metodologia de coleta e
análise química e estatística.
AVALIAÇÃO
Monitoramento:
• Observar e fazer o registro regular das atividades de um projeto
ou programa.
• Consiste de um processo rotineiro de acúmulo de informações do
projeto em todos os seus aspectos.
• Checar o progresso das atividades do projeto, ou seja, uma
observação sistemática e com propósitos.

Amostragem:
• O processo pelo qual se obtém informação sobre um todo,
examinando-se apenas uma parte do mesmo - amostra.
• A amostra tem que ser representativa para isso cada item da
população deve ter a mesma chance de ser selecionado, ou seja,
de ser incluído na amostra.

OBS.: Manual de Amostragem da NIOSH está disponível para download no site abaixo:
http://www.abho.org.br/vale-e-abho-disponibilizam-manual-de-estrategia-de-amostragem-do-niosh/
AVALIAÇÃO
Medição:
• O conjunto de operações que tem por objetivo determinar o valor de uma
grandeza – em HO Concentração ou Intensidade de... .

Concentração de MP no Ar Intensidade de Ruído Intensidade de Calor Intensidade Luminosa COVs, CO, H2S
(mg/Nm3) (dB-A) (IBUTG) (LUX) (ppm)
AVALIAÇÃO
Ajuste:
• Operação destinada a fazer com que um instrumento
de medição tenha desempenho compatível com o seu
uso.

Calibração (Aferição):
• Conjunto de operações que estabelece, sob condições
especificadas, a relação entre os valores indicados por
um instrumento de medição ou valores representados
por uma medida materializada ou um material de
referência, e os valores correspondentes das grandezas
estabelecidos por padrões.
AVALIAÇÃO
Registro:
• Documento de qualquer natureza, relevantes para a demonstração dos
procedimentos realizados, tais como: formulários, relatórios das
avaliações, relatórios das calibrações, certificados, registros de
treinamento, etc.

Ciclo de Trabalho:
• Conjunto de atividades desenvolvidas pelo trabalhador em uma
sequencia definida, que se repete de forma contínua no decorrer da
jornada de trabalho.

Posto de Trabalho:
• Lugar onde o trabalhador permanece durante o ciclo de trabalho.
AIHA. A strategy for assessing and managing occupational exposures. 4ed.
AVALIAÇÃO
QUALITATIVA vs QUANTITATIVA

Avaliação Qualitativa Avaliação Quantitativa


• É mais barata; • Custo elevado;
• Fornece uma visão ampliada da • Fornece uma visão estreita da
exposição; exposição;
• É simples, porém, requer mais • É complexa, pois exige instrumentação
experiência (diagnóstico). sofisticada e capacitação para
execução das avaliações;
• Resultados obtidos são estimativas • Fornece resultados mais precisos e
razoáveis. exatos.
AIHA. A strategy for assessing and managing occupational exposures. 4ed.
AVALIAÇÃO
Quais métodos devemos utilizar para avaliação Quantitativa?

NIOSH
Analytical
Methods
OBS.: Disponível para consulta no site abaixo
http://www.cdc.gov/niosh/nmam/default.html
AVALIAÇÃO
Avaliação AMBIENTAL vs

AMBIENTAL: monitoramentos instantâneos (inferiores a 5min), pontuais,


realizados com finalidade de diagnosticar uma condição de risco. São empregados,
principalmente, para definir nível de proteção recomendado (respiratória e
auditiva):
• Liberações de acesso de espaço confinado;
• Cenários de contaminação ambiental: ruído excessivo, vazamento de agente químico.

: monitoramentos de curta (15min) e longa duração (75% a


100% da jornada laboral; ou ciclo completo de trabalho), destinados a
determinar a condição de exposição média ponderada no tempo do
trabalhador:
• Monitoramentos para definição de grau de risco quantitativo de GSEs;
• Resultados alimentam PPRA, LTCAT, PPPs, laudos de insalubridade.
AVALIAÇÃO
Grupo Similar de Exposição (GSE):
Grupo de trabalhadores com probabilidades
semelhantes de exposição a determinado
agente ambiental, ainda que nem todos os
membros do grupo tenham exposições
idênticas num mesmo dia.

AIHA. A strategy for assessing and managing occupational exposures. 4ed. 2015
AVALIAÇÃO
BASES TÉCNICAS E METODOLÓGICAS:ABORDAGEM ESTATÍSITICA, POR QUÊ?
• Toda avaliação de um parâmetro
possui inevitáveis erros aleatórios;
• A exposição média avaliada é apenas
uma estimativa da exposição média
real;
• Mesmo sem conhecer a exposição
média real, pode-se definir intervalos
onde se pode afirmar que ela se situa
(certeza definida);
• Definindo a estratégia e utilizando
técnicas de avaliação adequadas, pode-
se fazer afirmações estatísticas sobre
uma situação de trabalhos.
AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO
• Os resultados dos monitoramentos devem ser representativos da exposição dos
trabalhadores, ou seja, os erros envolvidos nos procedimentos devem ser
mínimos para não comprometer os resultados.
• É de essencial planejar as metodologias necessárias para cada amostragem,
respeitando todas as recomendações
CONTROLE
CONTROLE DE RISCOS AMBIENTAIS:
De acordo com os dados obtidos nas fases anteriores, esta etapa
consiste em propor e adotar medidas que visam à eliminação ou
minimização do risco presente no ambiente.
CONTROLE
MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA
São medidas aplicadas na fonte ou trajetória, tais como substituição do
produto tóxico, isolamento de partes poluentes, ventilação local exaustora,
ventilação local diluidora, enclausuramento entre outras. Esta é a medida de
controle prioritária, sempre que houver viabilidade técnica e econômica.

Sistema de Exaustão Local


Enclausuramento
de fontes
CONTROLE
MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
Correspondem, entre outras, a limitação do tempo de exposição
(procedimentos), sinalização, isolamento, educação e treinamento,
exames médicos (pré-admissionais, periódico e demissional).
CONTROLE
EXAMES MÉDICOS
Esta medida de controle administrativo, é especialmente importante pois ela
é (se bem planejada e executada), é a análise de eficácia do programa de
Higiene Ocupacional da empresa. O acompanhamento de indicadores de
Higiene e Saúde Ocupacional são estratégicos para qualquer organização.
CONTROLE
MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Não sendo possível o controle coletivo ou administrativo, ou, enquanto
essas medidas estiverem sendo implantadas, ou, como complemento
de proteção adotada, deve-se utilizar o Equipamento de Proteção
Individual adequado aos riscos.
3
Higienista Ocupacional:
o PROFISSIONAL
Higienista Ocupacional:
o PROFISSIONAL
CÓDIGO DE ÉTICA

O código de conduta ética para os higienistas


ocupacionais, determina as diretrizes para
preservar sua missão básica, de proteger a saúde e
o bem-estar dos trabalhadores ou membros da
comunidade contra os riscos presentes ou
procedentes dos locais de trabalho.
Seis princípios regem este código de conduta.

Fonte: Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais


http://www.abho.org.br/abho/
Higienista Ocupacional:
o PROFISSIONAL
CÓDIGO DE ÉTICA

1.º PRINCÍPIO
Exercer sua profissão, seguindo as normas técnicas e científicas disponíveis, a fim
de proteger a vida, a saúde e o bem-estar dos trabalhadores e preservar o meio
ambiente.
• O higienista ocupacional deve basear suas opiniões profissionais, julgamentos,
interpretações de resultados e recomendações sobre princípios científicos
reconhecidos e sobre práticas que preservem e protejam a saúde e o bem-estar das
pessoas.
• O higienista ocupacional não deve distorcer, alterar ou ocultar fatos na interpretação
profissional de opiniões ou recomendações.
• O higienista ocupacional não deve, deliberadamente, fazer declarações que possam
distorcer ou omitir fatos.

Fonte: Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais


http://www.abho.org.br/abho/
Higienista Ocupacional:
o PROFISSIONAL
CÓDIGO DE ÉTICA

2.º PRINCÍPIO
Aconselhar as partes efetivamente envolvidas sobre os riscos potenciais e as
medidas de prevenção necessárias para evitar adversos à saúde.
• O higienista ocupacional deve obter informações relativas aos riscos potenciais à
saúde de fontes seguras.
• O higienista ocupacional deve rever as informações pertinentes disponíveis, e
prontamente repassar fielmente às partes envolvidas.
• O higienista ocupacional deve dispor de medidas apropriadas para assegurar-se de
que os riscos estão sendo efetivamente comunicados e compreendidos pelas partes
envolvidas.
• As partes podem incluir empregadores, gerências, empregados, clientes, terceiros, ou
outros, dependendo das circunstâncias presentes.
Fonte: Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais
http://www.abho.org.br/abho/
Higienista Ocupacional:
o PROFISSIONAL
CÓDIGO DE ÉTICA

3.º PRINCÍPIO
Manter uma postura pessoal confidencial sobre informações obtidas durante
o exercício profissional, exceto quando requerido por lei ou por interesses
superiores de saúde e segurança.
• O higienista ocupacional deve relatar e transmitir as informações que sejam
necessárias para proteger a saúde e segurança dos trabalhadores e da comunidade.
• Se seu julgamento profissional for desconsiderado em circunstâncias nas quais a
saúde e a vida das pessoas possam ser colocadas em risco, o higienista ocupacional
deve notificar seu empregador, cliente ou outra autoridade, conforme o mais
adequado.
• O higienista ocupacional deve liberar informações confidenciais pessoais ou
empresariais, somente com autorização expressa dos envolvidos, exceto quando haja
uma obrigação, estabelecida em lei ou regulamento, para revelar a informação.
Fonte: Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais
http://www.abho.org.br/abho/
Higienista Ocupacional:
o PROFISSIONAL
CÓDIGO DE ÉTICA

4.º PRINCÍPIO
Evitar situações que venham comprometer o julgamento profissional ou que apresentem
conflitos de interesse.
• O higienista ocupacional deve prontamente dar conhecimento dos conflitos de interesse reais ou
potenciais às partes que podem ser afetadas.
• O higienista ocupacional não deve solicitar ou aceitar recursos financeiros ou outras considerações
e formas de valor, vindos de qualquer parte ou grupo, que tenha, direta ou indiretamente,
interesses em influenciar no julgamento profissional.
• O higienista ocupacional deve alertar seus clientes ou empregadores sobre aparentes melhorias
das condições de higiene ocupacional que estão sujeitas a não terem sucesso.
• O higienista ocupacional não deve aceitar trabalho que interfira no cumprimento de compromissos
já existentes ou já assumidos.
• Na eventualidade deste Código de Ética parecer conflitar com outros códigos profissionais aos
quais os higienistas ocupacionais estejam vinculados, o conflito deverá ser resolvido de forma que
se proteja a saúde das partes envolvidas.
Fonte: Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais
http://www.abho.org.br/abho/
Higienista Ocupacional:
o PROFISSIONAL
CÓDIGO DE ÉTICA

5.º PRINCÍPIO
Desempenhar trabalhos somente nas áreas de sua competência.
• O higienista ocupacional deve encarregar-se de serviços somente quando qualificado
pela formação, treinamento ou experiência nos campos técnicos específicos
envolvidos, a menos que lhe seja fornecida suficiente assistência por parte de
associações qualificadas, consultores ou empregados.
• O higienista ocupacional deve obter certificação, registros ou licenças apropriadas, de
acordo com o requerido pelas legislações federais, estaduais ou municipais, antes de
fornecer serviços de higiene industrial, onde tais exigências são solicitadas.
• O higienista ocupacional somente deve afixar ou autorizar o uso de seu nome, firma,
carimbo ou assinatura apenas nos documentos preparados por ele próprio ou por
alguma pessoa sob sua direção e controle.

Fonte: Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais


http://www.abho.org.br/abho/
Higienista Ocupacional:
o PROFISSIONAL
CÓDIGO DE ÉTICA

6.º PRINCÍPIO
Agir com responsabilidade para defender a integridade da profissão.
• O higienista ocupacional deve evitar condutas ou práticas que possam desacreditar a profissão ou
enganar o público.
• O higienista ocupacional não deve permitir o uso de seu nome ou nome de sua empresa por
qualquer pessoa ou empresa que ele acredite estar engajada em práticas fraudulentas ou
desonestas no exercício da higiene ocupacional.
• O higienista ocupacional não deve dar declarações ou fazer publicidade de suas perícias ou
serviços utilizando material não representativo ou omitindo um fato material necessário, com o
intuito de estabelecer declarações enganosas.
• O higienista ocupacional não deve permitir, deliberadamente, que seus empregados,
empregadores, ou outros, depreciem a experiência profissional, a perícia ou outros serviços
individuais através de falsas interpretações dos fatos.
• O higienista ocupacional não deve nunca deturpar sua formação profissional, experiência ou
títulos.
Fonte: Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais
http://www.abho.org.br/abho/
Higienista Ocupacional:
o PROFISSIONAL
CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL

A ABHO realiza um processo de certificação voluntária de seus


membros por meio da aplicação de provas de títulos e de
conhecimento para duas categorias:
• Higienista Ocupacional Certificado – HOC
• Técnico Higienista Certificado – THOC

A certificação é mantida por meio de um programa de educação


continuada e da atuação profissional
4
Entidades de Higiene
Ocupacional
GHTO RS – Grupo Técnico de Higiene Ocupacional do Rio Grande do Sul
https://www.youtube.com/channel/UCfgiENe_c0W9J9tNkZPeNIw
GHTO RS – Grupo Técnico de Higiene Ocupacional do Rio Grande do Sul
https://www.facebook.com/groups/998603606884845/
ABHO – Associação Brasileira de Higiene Ocupacional
http://www.abho.org.br/
FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho
http://www.Fundacentro.gov.br/
CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear
http://www.cnen.gov.br/
IOHA – International Occupational Hygiene Association
http://ioha.net/
AIHA – American Industrial Hygiene Association (ESTADOS UNIDOS)
https://www.aiha.org/Pages/default.aspx
ACGIH – American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ESTADOS UNIDOS)
https://www.acgih.org
NIOSH – National Institute for Occupational Safety and Health (ESTADOS UNIDOS)
http://www.cdc.gov/niosh/?
USA-OSHA – Occupational Safety and Health Administration (ESTADOS UNIDOS)
http://www.osha.gov
EU-OSHA – Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (UNIÃO EUROPÉIA)
http://osha.europa.eu/pt
ECHA – European Chemicals Agency (UNIÃO EUROPÉIA)
http://echa.europa.eu/home
HSE – Health and Safety Executive (REINO UNIDO)
http://www.hse.gov.uk/index.htm
BOHS – British Occupational Hygiene Society (REINO UNIDO)
http://www.bohs.org/
CCOHS – Canadian Centre for Occupational Health and Safety (CANADÁ)
http://www.ccohs.ca/
SWA – Safe Work Australia (AUSTRÁLIA)
http://www.safeworkaustralia.gov.au/sites/SWA
INSHT – Instituto Nacional de Seguridad e Higiene el Trabajo (ESPANHA)
http://www.insht.es/portal/site/Insht/
OH LEARNING
http://www.ohlearning.com/about.aspx
5
Áreas Afins da
Higiene Ocupacional
Medicina do Trabalho
A Higiene Ocupacional e a Medicina do Trabalho são indissociáveis.
A Higiene Ocupacional identifica e gerencia os riscos ocupacionais.
A Medicina do Trabalho define os controles médicos dos trabalhadores
expostos a estes riscos. Os resultados destes controles determinam a
eficácia do gerenciamento de Higiene Ocupacional.
Não obstante, o pleno cumprimento da NR-9 (PPRA) só ocorre se o a
NR-7 (PCMSO) for adequadamente atendida. E vice-versa.

SALIBA. T.M. Manual Prático de Higiene Ocupacional e PPRA. 4ed. São Paulo: LTr, 2013.
ANAMT – Associação Nacional de Medicina do Trabalho
http://www.anamt.org.br/site
MS – Ministério da Saúde
http://portalsaude.saude.gov.br/
OMS – Organização Mundial da Saúde
http://www.who.int/about/en
OIT – Organização Internacional do Trabalho
http://www.ilo.org/global/lang--en/index.htm
Ergonomia
A Higiene Ocupacional e a Ergonomia estão intimamente associadas.
Ambas identificam e gerenciam riscos ocupacionais.
A Higiene trata dos riscos do ambiente de trabalho, e a Ergonomia, dos
riscos do trabalho propriamente dito.
São ciências distintas e complementares.
Um programa robusto de gestão dos riscos ocupacionais deve
contemplar um programa de Higiene Ocupacional e de Ergonomia bem
fundamentados, para que o PCMSO seja corretamente estabelecido.
ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia
http://www.abergo.org.br
IEA – International Ergonomics Association
http://www.iea.cc/index.php
Liberty Mutual Group (ESTADOS UNIDOS)
https://www.libertymutualgroup.com/about-lm/research-institute/scientific-papers
Meio Ambiente
Se o Meio Ambiente trata do impacto de agentes físicos, químicos e
biológicos para as comunidades externas à empresa, a Higiene
Ocupacional observa estes agentes no contexto dos trabalhadores
internos à empresa.
Apesar da grande similaridade, os resultados de um, não
necessariamente servem para o outro.
Os métodos analíticos e os parâmetros legais são específicos para cada
uma das áreas de estudo.

SALIBA. T.M. Manual Prático de Higiene Ocupacional e PPRA. 4ed. São Paulo: LTr, 2013.
FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler
http://www.fepam.rs.gov.br
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
http://www.ibama.gov.br/
MMA – Ministério do Meio Ambiente
http://www.mma.gov.br/
DIREITO
A Higiene Ocupacional constitui prova técnica pericial em diversos ramos do Direito,
especialmente nas áreas:
• Trabalhista:
• Insalubridade por exposição a agentes ambientais
• Previdenciária:
• Aposentadoria Especial
• Nexo ocupacional de doenças

Além disto, outros aspectos relevantes fazem convergência:


• CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho)
• FAP (Fator Acidentário Previdenciário)
• GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social)
• eSocial

SALIBA. T.M. Manual Prático de Higiene Ocupacional e PPRA. 4ed. São Paulo: LTr, 2013.
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras
Previdência Social
http://www.previdência.gov.br
eSocial
http://www.esocial.gov.br
CARVI – Campus Universitário da Região dos Vinhedos
PÓS-GRADUAÇÃO EM HIGIENE OCUPACIONAL

Obrigado!
Profº Nelson Beuter Júnior
nelsonbeuterj@yahoo.com.br
gthigiene.rs@gmail.com

Você também pode gostar