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1 Roteiro
a) Introdução – apresentação do curso e do conteúdo da aula.
b) Conceito de Contabilidade – ciência, campo, objeto e método.
c) Histórico – surgimento, evolução e situação atual.
d) Conceito de patrimônio – bens, direitos e obrigações.
e) Funções da Contabilidade – a Contabilidade como um sistema de
informação, seus usuários e seus objetivos.
f) Princípios e convenções contábeis.
2 Introdução
“Decifra-me ou devoro-te”.
Essa antiga frase, da tragédia Grega “Édipo Rei” escrita por Sófocles,
dita pela esfinge a Édipo, parece apoderar-se do estudante quando do
seu primeiro contato com a Contabilidade. De fato, parece um desafio
decifrar essa estranha linguagem, que mistura palavras e matemática,
em linguagem escrita, parece usar palavras soltas de forma telegráfica
e, ainda por cima, parece tratar de forma inversa o credor e o devedor.
Estamos aqui para provar o contrário, para demonstrar que a
Contabilidade está apoiada em poucas e claras premissas que, uma vez
conhecidas, nos permitem entender (de forma lógica, rápida e fácil)
seus detalhes.
Nossa proposta é trabalhar os conceitos contábeis de forma concreta,
(1) com referência à realidade conhecida de todos nós, induzindo o
aluno ao entendimento dos conceitos e não apenas os apresentando
(reduzindo assim – ao máximo – a necessidade de decorar), (2) de
forma lúdica – o aprendizado tem que ser prazeroso – porque a emoção
tem o poder de fixar o conhecimento na memória do estudante (em
outras palavras, o caminho da mente passa pelo coração1) e (3) de
forma completa (que permita resolver problemas).
Seguindo o ensinamento de Aristóteles, estamos convictos que não há
nada no intelecto que não tenha passado pelos sentidos. Dessa forma,
como método, vamos nos valer de várias metáforas, que permitam ao
aluno “sentir o peso do patrimônio nas mãos” e “ver o valor sendo
transferido de um elemento do patrimônio para outro”. É somente
1
Veja a etmologia da palavra decorar – saber com o coração (de cor) – no mesmo
sentido o inglês usa to know by heart (saber com o coração).
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dessa forma (concreta), a partir da realidade já conhecida, que o aluno
apreende conceitos novos com facilidade.
Assim, uma vez conhecida, a Contabilidade – Decifrada – não nos
devora. Ao contrário, somos nós que nos deliciamos com ela: “mamão
com açúcar”.
A preparação inclui aulas sobre temas específicos e em grau de
dificuldade crescente, que não somente apresentam os conceitos
atinentes à matéria, de forma clara e direta, mas também apontam os
assuntos de maior relevância, bem como os detalhes geralmente
pedidos nas provas. Ao final de cada aula, com o objetivo de
proporcionar uma preparação completa, são recomendadas leituras, de
normas e obras referenciadas e, finalmente – mas não menos
importante –, são propostas questões de provas anteriores (a maioria
da ESAF, de concursos para AFRF, TRF, TCU, AFC e etc., mas também
de outras bancas), resolvidas e comentadas.
É no processo de resolução de questões de prova que os conceitos
aprendidos serão contextualizados, na interpretação do enunciado, os
detalhes e armadilhas serão detectados e, ainda, os critérios utilizados
pelo examinador serão revelados, tornando-se familiares ao estudante.
Além do medo do desconhecido, já comentado acima, outra dificuldade,
que prejudica o aprendizado da Contabilidade, é a tentativa de utilização
de conceitos, por ela tratados, de forma não-rigorosa. Nesse diapasão,
é normal escutar frases EQUIVOCADAS, de pessoas que pensam
dominar a Contabilidade, como: (1) Se vendas são receitas, compras
são despesas; (2) Uma empresa estava com lucro, mas comprou um
veículo e o lucro foi todo consumido, em compensação houve um
aumento do capital, no valor do veículo; (3) Não houve receita de
venda, pois as mercadorias ainda não foram pagas; (4) Provisões são
antecipações de despesa que somente irá ocorrer no futuro; (5)
despesas são itens negativos do patrimônio, portanto são passivos e
receitas, ao contrário, devem ser ativos; (6) Créditos são conceitos
positivos do patrimônio, portanto os ativos devem ser representados por
créditos, ao contrário, os passivos devem ser representados por débitos;
etc. Todas essas idéias, acima, são corriqueiras, MAS ESTÃO
INCORRETAS, e prejudicam o raciocínio contábil. Assim, nossa proposta
de aprendizado pressupõe que o aluno deixe para traz idéias
preconcebidas e abra sua mente para os conceitos que serão colocados.
Como um ganho paralelo, além da aprovação no concurso – é claro, o
correto entendimento dos fundamentos da Contabilidade permitirá ao
estudante uma melhor visão do mundo que nos cerca. Assim, será mais
fácil ler o jornal, entender as matérias de economia, negócios, mercado
acionário e, ainda, os balanços publicados pelas empresas. Porém, no
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meu entender, o maior ganho paralelo auferido pelo estudante, no
aprendizado da Contabilidade, é a possibilidade de entender com clareza
os detalhes da legislação (tão importante na atividade diária do Auditor-
Fiscal). Afinal de contas, os tributos incidem sobre a renda (lucro, no
caso de pessoas jurídicas), a receita ou o faturamento – que são
conceitos tratados de forma rigorosa pela Contabilidade – e a legislação,
ao referenciá-los, faz alusão a esses conceitos contábeis.
Apresentada nossa proposta didática, passaremos (com alegria e
confiança) ao estudo da matéria.
3 Conceito de Contabilidade
Em vários livros, encontramos a definição da Contabilidade como a
ciência que estuda o patrimônio e que apresenta: (a) a azienda como
seu campo, (b) o patrimônio como seu objeto e (c) as partidas dobradas
como o método por ela eleito.
Nesse sentido, a Resolução n° 774, de 1994, do Conselho Federal de
Contabilidade dispõe, conforme a seguir:
1 – A CONTABILIDADE COMO CONHECIMENTO
1.2– A Contabilidade como ciência social
A Contabilidade possui objeto próprio – o Patrimônio das
Entidades – e consiste em conhecimentos obtidos por
metodologia racional, com as condições de generalidade,
certeza e busca das causas, em nível qualitativo
semelhante às demais ciências sociais. A Resolução
alicerça-se na premissa de que a Contabilidade é uma
Ciência Social com plena fundamentação epistemológica.
Por conseqüência, todas as demais classificações –
método, conjunto de procedimentos, técnica, sistema,
arte, para citarmos as mais correntes – referem-se a
simples facetas ou aspectos da Contabilidade, usualmente
concernentes à sua aplicação prática, na solução de
questões concretas.
No mesmo sentido, o Primeiro Congresso de Contabilistas – ocorrido no
Rio de Janeiro, em 1924 – definiu que “a Contabilidade é a ciência que
estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro
relativos à administração econômica”.
Nem sempre o leitor fica satisfeito com essa colocação, fica faltando
uma explicitação desses conceitos, para que se possa transmitir uma
idéia útil àqueles que iniciam o estudo na área. A sensação é a de que,
já de início, há palavras para decorar sem que se entenda seu
significado.
Esclareço que, na preparação para concursos públicos, não há nada de
errado na necessidade de que sejam decorados (memorizados) termos e
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conceitos. Gosto de utilizar a seguinte frase, bem humorada, para
ilustrar a questão: não é necessário decorar nada, somente se quiser
passar no concurso. O que está errado é ter que decorar algo que não
se entendeu; essa é uma tarefa incompatível com nossa natureza
humana, curiosa e inconformada com a ignorância. Em nossas vidas,
decoramos idiomas inteiros, números compridos (identidade, CPF,
endereços, telefones, etc.), portanto, memorizar não é exatamente um
problema para nós. O segredo da memorização é, antes de decorar,
entender o significado do que vai – em seguida – ser decorado.
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Interessante notar que um mesmo campo pode ser estudado por mais
de uma ciência, diferindo, apenas, o aspecto do campo estudado por
cada uma. Exemplificativamente, as ciências sociais têm seu estudo
direcionado para um mesmo campo: o campo das relações entre seres
humanos. Assim, a Economia estuda as relações entre seres humanos
do ponto de vista das necessidades humanas ilimitadas frente a
recursos escassos, a Política, por outro lado, estuda as relações entre
seres humanos do ponto de vista do poder.
A Contabilidade, portanto, tem como campo a azienda. Por azienda,
entende-se toda entidade organizada passível de ter um patrimônio
(bens, direitos e obrigações). O termo azienda tem o mesmo radical
que “fazenda”, no sentido de tesouro e não no sentido de propriedade
rural – veja que o Ministério da Fazenda é responsável pela
administração do Tesouro Nacional (mas não possui bois nem vacas).
Repare que a utilização do conceito de azienda permite que a
Contabilidade se preocupe com organizações que não apenas as
empresas formalmente constituídas (pessoas jurídicas com fins
lucrativos), alcançando também as empresas informais, as entidades
sem fins lucrativos, empresas públicas, pessoas físicas e etc2. Dessa
forma, enquadram-se, exemplificativamente, no conceito de azienda as
indústrias, as empresas comerciais, as empresas prestadoras de
serviços, os clubes, os templos religiosos, os partidos políticos, as
pessoas físicas e etc.
Visto que a Contabilidade é atividade de estudo sobre as aziendas, resta
identificar seu objeto. Por objeto, entende-se o viés, o ponto de vista, a
preocupação principal que a ciência tem ao observar seu campo de
estudo. No caso, a Contabilidade apresenta como seu objeto o
patrimônio, entendido como o conjunto de bens, direitos e obrigações
referentes à azienda.
Repare que outras ciências podem também se ocupar do estudo de
entidades que se enquadrem no conceito de azienda. Um exemplo claro
disso é a Administração, que se ocupa de entidades (aziendas), porém
sob o ponto de vista (objeto) da organização de bens e pessoas. Assim,
conclui-se que é o objeto que diferencia as ciências.
2
Por Pessoa Física, entende-se qualquer ser humano que, tendo personalidade jurídica
(sendo sujeito de direitos e obrigações) pode ser titular de um patrimônio. Por Pessoa
Jurídica, entende-se toda entidade resultante da organização humana de recursos
(humanos e materiais) que, também pode ser titular de um patrimônio. Pessoas
jurídicas podem ser classificadas em Pessoas Jurídicas de fato (que não estão
regularmente constituídas – conforme o Direito) ou de Direito (que estão devidamente
formalizadas pelo registro de seus atos constitutivos – Estatuto, no caso de uma
Sociedade Anônima ou Contrato Social, no caso de uma Limitada – registrados no
órgão próprio).
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Apresentadas as definições acima, não podemos deixar de considerar
que, na prática, a Contabilidade está acompanhada de conceitos
oriundos de outras áreas do conhecimento. Isso porque, ainda que as
ciências sejam didaticamente separadas e classificadas, cabe referenciar
que o conhecimento é único, assim, para aplicação prática de uma
ciência (geração de tecnologia), faz-se necessária uma interação de
seus conhecimentos típicos com outros, o que se entende por
multidisciplinariedade.
Referindo-se, ao mesmo tempo, aos conceitos de campo e objeto
(propriamente dito) da Contabilidade, pelo nome de objeto, temos a já
citada Resolução n° 774, de 1994, do Conselho Federal de
Contabilidade, dispondo conforme a seguir:
1.2 – O Patrimônio objeto da Contabilidade
O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência,
tanto nas ciências formais quanto nas factuais, das quais
fazem parte as ciências sociais. Na Contabilidade, o objeto
é sempre o PATRIMÔNIO de uma Entidade, definido como
um conjunto de bens, direitos e de obrigações para com
terceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto
de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a
uma sociedade ou instituição de qualquer natureza,
independentemente da sua finalidade, que pode, ou não,
incluir o lucro. O essencial é que o patrimônio disponha de
autonomia em relação aos demais patrimônios existentes,
o que significa que a Entidade dele pode dispor livremente,
claro que nos limite estabelecidos pela ordem jurídica e,
sob certo aspecto, da racionalidade econômica e
administrativa.
O Patrimônio também é objeto de outras ciências sociais –
por exemplo, da Economia, da Administração e do Direito
– que, entretanto, o estudam sob ângulos diversos daquele
da Contabilidade, que o estuda nos seus aspectos
quantitativos e qualitativos. A Contabilidade busca,
primordialmente, apreender, no sentido mais amplo
possível, e entender as mutações sofridas pelo Patrimônio,
tendo em mira, muitas vezes, uma visão prospectiva de
possíveis variações. As mutações tanto podem decorrer da
ação do homem, quanto, embora quase sempre
secundariamente, dos efeitos da natureza sobre o
patrimônio.
Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a
natureza dos elementos que o compõem como dinheiro,
valores a receber ou a pagar expressos em moeda,
máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias, etc. A
delimitação qualitativa desce, em verdade, até o grau de
particularização que permita a perfeita compreensão do
componente patrimonial. Assim, quando falamos em
“máquinas”, ainda estamos a empregar um substantivo
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coletivo, cuja expressão poderá ser de muita utilidade, em
determinadas análises. Mas a Contabilidade, quando
aplicada a um patrimônio particular, não se limitará às
“máquinas” como categoria, mas, dependendo das
necessidades de controle poderá descer a cada máquina
em particular e, mais ainda, aos seus pormenores de
forma que sua caracterização evite a confusão com
quaisquer outras máquinas, mesmo de tipo idêntico.
O atributo quantitativo refere-se à expressão dos
componentes patrimoniais em valores, o que demanda que
a Contabilidade assuma posição sobre o que seja “Valor”,
porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente
variados.
É importantíssimo lembrar que o conceito de patrimônio é juridicamente
tratado e, assim, revela-se uma relação imbricada entre a Contabilidade
e o Direito. Ambos, como ciências sociais, tem seu objeto criado pelo
homem (e, conseqüentemente, por ele modificável). Dessa forma, a
Contabilidade deve estudar o Patrimônio nos termos em que o Direito o
define.
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A partir desse método, são desenvolvidas técnicas, de escrituração e
apuração de demonstrações contábeis, de análise de demonstrações e
de verificação da correção das informações contábeis (auditoria), que
resultam na aplicação prática da ciência e que serão estudadas em
nosso curso. Apenas para fins de esclarecimento, faremos – a seguir –
uma rápida apresentação das técnicas acima referenciadas:
1) Escrituração – consiste na técnica de registro de fatos contábeis
(acontecimentos com relevância na alteração da composição do
patrimônio) em livros próprios (conhecidos como livros de
escrituração);
2) Demonstrações contábeis (Elaboração) – também conhecidas como
demonstrações financeiras, consistem quadros e esquemas
(determinados pela legislação) que têm por objetivo evidenciar a
situação patrimonial, o resultado e sua respectiva destinação, bem
como sua capacidade financeira de curto prazo – são elas3:
a) O Balanço Patrimonial – BP;
b) A Demonstração de Resultados do Exercício – DRE;
c) A Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados – DLPA (que
pode ser substituída pela Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido – DMPL, a que somente as companhias de
capital aberto estão obrigadas), e;
d) A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).
3) Demonstrações Contábeis (Análise) – também conhecida como
Análise de Balanços, a Análise das Demonstrações Financeiras tem
por objetivo o estudo e avaliação do patrimônio, através da
decomposição e interpretação dos demonstrativos, com vistas à
comparação (tanto do patrimônio quanto do resultado) com os de
outras entidades, e de outros períodos e, assim, permitindo uma
tomada de decisões mais abalizada.
4) Auditoria – é o método de verificação da fidedignidade das
informações do patrimônio, registradas no sistema contábil, a
auditoria pode ser:
a) Interna – quando realizada por um empregado da própria
entidade;
3
Além dessas demonstrações contábeis – determinadas por lei – faz-se necessária a
elaboração de Notas Explicativas às demonstrações financeiras, que têm por objetivo
esclarecer alguns detalhes não explicitados diretamente na respectiva demonstração.
Ainda, algumas empresas podem – se desejar – apresentar outras demonstrações não
determinadas em lei, apenas a título de nota explicativa, sendo este o caso da
Demonstração dos Fluxos de Caixa – estudada mais adiante neste curso.
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b) Externa – quando realizada por um terceiro, externo à entidade, e
presumidamente isento – denominado Auditor Independente;
c) Fiscal – Realizada por Servidor Público (Auditor-Fiscal) com o
objetivo de verificação do correto registro dos fatos contábeis que
possam ensejar fato gerador de tributos.
4 Histórico da Contabilidade
4.1 Antiguidade
A idéia de Contabilidade está fortemente ligada à idéia de patrimônio,
não há aquela sem este. Assim, fazendo-se uma análise histórica da
Contabilidade, conclui-se que no período em que o homem era nômade
– vivia da caça e da coleta – a Contabilidade não tinha a menor
importância para o ser humano. Isso porque ter patrimônio, antes de
ser algo desejável, era um estorvo a ser carregado na difícil caminhada
de uma vida nômade (quanto menos fosse carregado, maior as chances
de sucesso e sobrevivência).
Isso muda em um momento histórico da maior importância: no advento
da revolução agrícola. A revolução agrícola ocorreu no momento em
que o homem percebeu que, se deixasse o resto de sua comida
(sementes) na terra, ali surgiria – no futuro – mais alimento (novos
frutos) para seu sustento. Da mesma forma, caso animais fossem
guardados em rudimentares cercados, ali eles dariam crias que, no
futuro, serviriam de alimento e vestuário.
Aí nasceu a idéia de propriedade da terra e, conseqüentemente, de tudo
o que nela estivesse. É nesse contexto que surge a Contabilidade.
Portanto, desde que o homem passou a possuir bens, ele se preocupou
com o controle desses bens.
Como ilustração da Contabilidade, ainda que incipiente, pode ser feita
uma alusão à situação de pastores que, na antiguidade, levavam, pela
manhã, seu rebanho para o pastoreio:
1) no início do dia, quando o rebanho saía do cercado, a cada cabeça
que passasse pela porteira, era colocada uma pequena pedra em um
recipiente (um vaso de cerâmica ou uma sacola de couro, por
exemplo) – repare que no recipiente havia uma REPRESENTAÇÃO do
patrimônio, com uma correspondência biunívoca entre o conjunto de
animais e de pedras guardadas.
2) Ao final do dia, os animais eram recolhidos ao cercado e era feita
uma nova verificação do rebanho, a cada animal que passasse pela
porteira, era retirada uma pedra do recipiente onde elas haviam sido
guardadas pela manhã:
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a) Caso, ao final da entrada do rebanho no cercado, ainda houvesse
pedrinhas no recipiente, concluir-se-ia que houve extravio ou
morte de algum animal (com conseqüente redução do
patrimônio);
b) Caso as pedrinhas do recipiente acabassem sem que todos os
animais tivessem passado pela porteira do cercado, concluir-se-ia
que houve nascimento ou que algum animal se agregou ao
rebanho durante o dia (com conseqüente aumento do patrimônio).
Essa era uma forma ainda muito rudimentar de controle do patrimônio,
porque não conseguia identificar a origem (de onde vieram) os
aumentos patrimoniais ou os destinos (para onde foram) as reduções
patrimoniais. Da mesma forma, não conseguia apresentar de forma
clara uma eventual troca de elementos no patrimônio (uma troca de um
animal por uma lança, por exemplo, durante o dia seria vista como o
desaparecimento de um animal – sem identificação de seu destino – e o
surgimento de um apetrecho – sem identificação de sua origem).
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(cobrando juros); essa atividade, hoje típica de bancos, deu origem ao
moderno sistema financeiro. As lettera cambii, por sua vez deram
origem aos atuais títulos de crédito e, posteriormente, ao papel moeda.
Nasceu, também naquele momento histórico, a idéia que deu origem às
modernas seguradoras.
No período das grandes navegações, uma viagem às Índias significava
um enorme investimento e, conseqüentemente, um enorme risco. O
termo empresa (hoje ligado à idéia de pessoa jurídica) tinha o
significado inicial de aventura (daí a idéia de uma pessoa
empreendedora ser aquela que tem capacidade de enfrentar situações
de aventura). No caso de um naufrágio, poder-se-ia perder toda uma
fortuna, amealhada em gerações. Ocorre que nem toda viagem era
objeto de naufrágio, ao contrário, as que retornavam davam aos
empreendedores um lucro imenso. Assim, empreendedores se reuniam
em associações de mercadores, ou hansas, que monopolizavam
determinados trechos de comércio, e guardavam – cada um – um
pequeno valor (relativamente ao investimento necessário para
empreender a navegação) para indenizar aquele que, porventura,
tivesse seu navio naufragado. Essa atividade é, hoje, típica de
seguradoras.
Consolidou-se, ainda, naquele momento, a utilização da pessoa jurídica,
como sujeito central da atividade de geração e circulação econômica de
riquezas.
Conforme visto acima, a empresa é a atividade (a aventura) e,
historicamente até aquele momento, ela foi desempenhada pela pessoa
(física) do mercador – suas economias e seu trabalho eram investidos
na atividade e o resultado era diretamente dele. Ocorre que, com a
sofisticação das relações econômicas, o esforço patrimonial para
empreender uma aventura passou a ser muito grande para uma pessoa
sozinha. Dessa maneira, tornou-se necessário o concurso de várias
pessoas (com vários patrimônios diferentes) que estivessem dispostas a
abrir mão de uma parte de seu próprio patrimônio para colocá-lo na
empresa (atividade-aventura), que, a partir daquele momento passava
a ter existência própria. Essa separação entre o patrimônio dos
empreendedores e do empreendimento é o fulcro da moderna limitação
de responsabilidades das pessoas jurídicas, o que permitiu que as
empresas crescessem e, com elas, a economia.
A necessidade de uma Contabilidade mais refinada ocorreu, portanto,
durante esse período, do Renascimento e das Grandes Navegações, em
que um empreendedor necessitava levantar um financiamento para
organizar uma expedição, efetuar negócios em terras distantes, trazer
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mercadorias de volta para a Europa, vender estas mercadorias, quitar o
seu financiamento e apurar o lucro do empreendimento.
Nesse contexto, fazia-se necessário um controle do patrimônio que
permitisse acompanhar (passo a passo) as transformações ocorridas no
patrimônio: (a) a obrigação, contraída, de pagar um financiamento se
transformava – patrimonialmente – em navios, mercadorias e dinheiro;
(b) parte do dinheiro se transformava – patrimonialmente – na
capacidade de ter homens disponíveis para trabalhar durante a viagem;
(c) outra parte do dinheiro, quando do comércio nas Índias, se
transformava – patrimonialmente – em especiarias; (d) as especiarias,
na volta, eram vendidas na Europa e se transformavam –
patrimonialmente – em dinheiro; (e) o dinheiro, no momento da
quitação do financiamento, se transformava – patrimonialmente – na
extinção da obrigação de pagar o referido financiamento; e (f) o que
restava era considerado lucro do empreendimento (aventura).
Por volta de 1494, um frei italiano chamado Lucca Pacciolli escreveu um
livro chamado Summa Aritmética, um tratado de lógica e matemática
onde também descrevia todos os métodos de contabilização que então
existiam espalhados, seja através de relatos verbais que chegaram ao
seu conhecimento, seja através de livretos que ensinavam como fazer
os registros dos bens e das mercadorias que eram negociadas pelos
mercadores ou outros negociantes da época. Lucca Pacciolli teve o
grande mérito de condensar todo esse conhecimento contábil em um
único livro, por isso, é considerado o Pai da Contabilidade Moderna. Ele
apresentou como método de registro do Patrimônio e de suas mutações,
o denominado “Método das Partidas Dobradas” (débitos e créditos).
4.3 Atualidade
Hoje, no Brasil, a Contabilidade está regulada pela Lei da S/A, 6.404/76
que, mantendo o método das partidas dobradas, adequa o registro do
Patrimônio e de suas Mutações à nossa realidade econômica e social. O
artigo 177 da citada Lei das S/A ilustra essa situação, conforme abaixo
reproduzido:
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em
registros permanentes, com obediência aos preceitos da
legislação comercial e desta Lei e aos princípios de
contabilidade geralmente aceitos, devendo observar
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e
registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de
competência.
Conforme determinado pelo próprio artigo 177 da Lei das S/A, a
Contabilidade também deve obedecer os princípios de Contabilidade
geralmente aceitos. Esses princípios de Contabilidade estão
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expressamente definidos na Resolução do Conselho Federal de
Contabilidade - CFC n° 750, de 1993, cujo art. 1o encontra-se a seguir
reproduzido.
Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE
CONTABILIDADE (P.F.C.) os enunciados por esta
Resolução.
§ 1º A observância dos Princípios Fundamentais de
Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e
constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras
de Contabilidade (NBC).
§ 2º Na aplicação dos Princípios Fundamentais de
Contabilidade há situações concretas, a essência das
transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.
Ao lado dos princípios de Contabilidade, o CFC determinou a adoção de
várias normas brasileiras de Contabilidade – técnicas e profissionais,
que vinculam o controle do patrimônio das entidades.
Ainda, para empresas que se organizem sob a forma de Sociedade
Anônimas de Capital Aberto, a Lei das S/A determina que a respectiva
Contabilidade deva obedecer, também (e principalmente) as instruções
emanadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme consta
do § 3o de seu art. 177, abaixo:
§ 3º As demonstrações financeiras das companhias
abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela
Comissão de Valores Mobiliários, e serão obrigatoriamente
auditadas por auditores independentes registrados na
mesma comissão.
Para entender essa determinação, é necessário explicar o conceito de
Sociedade Anônima de Capital Aberto (ou, simplesmente, Companhia
Aberta).
Companhias Abertas são aquelas que – para financiar sua atividade –
oferecem títulos ao mercado, notadamente ações (títulos que dão direito
a uma fração do patrimônio e dos lucros da empresa) ou debêntures
(títulos que dão direito a receber um determinado valor pré-
determinado em uma data futura definida e que, por vezes são
conversíveis em ações e/ou dão direito à participação nos lucros). A
população, conforme julgar interessante ou não, pode adquirir esses
títulos e, com essa situação, as Companhias Abertas formam seu
patrimônio a partir da poupança popular.
Sendo a arrecadação da poupança popular uma atividade muito séria,
do ponto de vista social – inclusive com potencial impacto na economia
– faz-se necessário um acompanhamento de perto e muito acurado da
situação dessas Companhias Abertas. Assim, elas devem obedecer,
além do disposto na Lei das S/A, o disposto em instruções da CVM.
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Nem todas as empresas no Brasil estão organizadas juridicamente sob a
forma de Sociedade Anônima. Ao contrário, muitas estão organizadas
como Sociedades Limitadas4, sendo que esses dois tipos societários
representam a virtual totalidade das pessoas jurídicas do país. A
verificação de que existem pessoas jurídicas, conseqüentemente
empresas e, conseqüentemente, aziendas que não estão organizadas
como Sociedades Anônimas, nos faz questionar se elas deveriam, ou
não, obedecer à lei das S/A. O art. 1.179 do Código Civil (Lei n°
10.406, de 2002), determina que sim e, portanto, são subsidiariamente
aplicáveis as regras da Lei das S/A, conforme a seguir:
Lei n° 10.406, de 2002 – Código Civil
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido,
diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao
pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí
decorrentes.
...
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são
obrigados a seguir um sistema de contabilidade,
mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de
seus livros, em correspondência com a documentação
respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial
e o de resultado econômico.
§ 1o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie
de livros ficam a critério dos interessados.
§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno
empresário a que se refere o art. 970.
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é
indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas
no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de
livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial
e do de resultado econômico.
Mesmo antes da vigência do atual Código Civil, o Regulamento do
Imposto de Renda (Decreto 3.000, de 1999 – RIR/99) já determinava a
adoção da Lei das S/A por pessoas jurídicas que optassem pela
tributação com base no Lucro Real (sistemática que determina, como
base de cálculo do imposto, o lucro contábil ajustado, por adições,
4
A diferença básica entre Sociedades Anônimas e Sociedades Limitadas é que (1)
Sociedades Anônimas – também chamadas simplesmente de Companhias – têm seu
capital (valor colocado pelos sócios na empresa – para formação de seu patrimônio)
dividido em ações – títulos, sendo que não é relevante o titular das ações, que – via de
regra – podem circular e (2) Sociedades Limitadas têm seu capital dividido em cotas
(definidas em contrato – onde são identificados os sócios).
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exclusões e compensações determinadas ou permitidas pela legislação),
conforme art. 251:
Art. 251. A pessoa jurídica sujeita à tributação com base
no lucro real deve manter escrituração com observância
das leis comerciais e fiscais (Decreto-Lei nº 1.598, de
1977, artigo 7º).
Parágrafo único. A escrituração deverá abranger todas as
operações do contribuinte, os resultados apurados em suas
atividades no território nacional, bem como os lucros,
rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior (Lei
nº 2.354, de 29 de novembro de 1954, artigo 2º, e Lei nº
9.249, de 1995, artigo 25).
Ainda, especificamente para algumas atividades econômicas (como, por
exemplo, bancos, seguradoras, concessionárias de serviços públicos,
etc.), órgãos ou entidades da administração pública determinam regras
de contabilização especiais.
De tudo isso, depreende-se que o estudo do patrimônio – hoje –
encontra-se realizado e cristalizado em regras de aplicação mandatória,
conforme será visto a seguir.
5 O Patrimônio
5.1 Definição Tradicional
O Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma
“azienda”. Conforme já visto, a “azienda” pode ser considerada como
um ente qualquer (com personalidade ou não) possuidor de um
patrimônio. A Contabilidade, portanto, tanto pode ser utilizada para o
controle do patrimônio de uma empresa, quanto para o controle do
patrimônio de uma pessoa física ou ainda de uma família ou de um
negócio informal. O patrimônio, definido como o conjunto de bens,
direitos e obrigações, encontra-se apresentado na Resolução CFC n°
774, de 1994, a seguir:
1.2 - …
Do Patrimônio deriva o conceito de Patrimônio Líquido,
mediante a equação considerada como básica na
Contabilidade:
(Bens + Direitos) – (Obrigações) = Patrimônio Líquido
Quando o resultado da equação é negativo, convenciona-
se denominá-lo de “Passivo a Descoberto”.
O Patrimônio Líquido não é uma dívida da Entidade para
com seus sócios ou acionistas, pois estes não emprestam
recursos para que ela possa ter vida própria, mas, sim, os
entregam, para que com eles forme o Patrimônio da
Entidade.
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A diferenciação entre o conceito de bens e de direitos não é objeto de
maiores discussões em livros que tratam da Contabilidade. A razão
disso é que, do ponto de vista quantitativo do patrimônio, um bem e um
direito de mesmo valor são representados da mesma forma.
Apenas para dar uma idéia clara ao aluno que inicia seus estudos na
área, é importante dizer que:
a) não é a idéia de tangibilidade (bem Æ tangível e direito Æ
intangível), comumente aceita no vocabulário desprovido de
precisão técnica, que diferencia bens e direitos, pois a bibliografia
se refere constantemente a bens intangíveis (exemplo, patentes
de invenção);
b) a melhor conceituação/diferenciação para os termos está na idéia
de que os bens são oponíveis a toda sociedade (posso exigir de
todos que não o utilizem), enquanto um direito é oponível apenas
a algum(ns) componente(s) dessa sociedade (tenho o direito de
exigir dele(s) e apenas dele(s) que cumpram o que prometeram).
Obrigações, por sua vez, consistem em prestações que outros podem
exigir de nós.
Dá-se o nome de ATIVO para o conjunto de bens e direitos e o nome de
PASSIVO para o conjunto de obrigações. À diferença entre bens/direitos
e obrigações (que consiste no valor líquido do patrimônio) dá-se o nome
de PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
Abaixo, apresentamos esquematicamente, o patrimônio, conforme
descrito acima.
Ativo Passivo
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o conjunto de bens, direitos e obrigações, está apoiada na metáfora da
caixa de areia.
Seja uma caixa de areia, dessas em que nossas crianças brincam – nas
praças públicas – durante o dia, em finais de semana (e que os gatos
utilizam, durante a noite, como banheiro). Considere que a caixa tenha
um formato quadrado e divida essa caixa ao meio, por uma linha
vertical, separando dois lados:
a) o lado esquerdo – representando os bens e direitos componentes
do patrimônio; e
b) o lado direito – representando as obrigações componentes do
patrimônio, bem como a diferença entre bens/direitos e
obrigações.
Ora, considerando que o patrimônio é representado como se fosse uma
caixa de areia e que bens e direitos são itens que aumentam o
patrimônio, quanto mais bens e direitos no patrimônio, maior a
quantidade de areia na caixa. Assim, metaforicamente, um bem (ou um
direito) pode ser encarado, no patrimônio, como um montinho de areia
do lado esquerdo da caixa de areia e, quanto maior for o valor do bem,
maior será o tamanho do referido montinho de areia.
Ainda considerando que o patrimônio seja representado como uma caixa
de areia, pelo contrário, obrigações seriam itens que reduzem o total do
patrimônio. Assim, obrigações reduziriam a quantidade de areia
existente na caixa. Dessa forma, metaforicamente, as obrigações
podem ser vistas, no patrimônio, como buracos feitos na caixinha de
areia (de onde foi retirada areia).
Por fim, o Patrimônio Líquido (que, conforme já visto, não é definido
como uma obrigação), consiste na diferença entre bens/direitos e
obrigações. Porém, observa-se que essa diferença corresponde
exatamente ao valor que ao final da existência da empresa (na extinção
da pessoa jurídica) deverá ser entregue aos sócios. Assim,
metaforicamente, entende-se também o Patrimônio Líquido como uma
“obrigação de longuíssimo prazo e exigibilidade muito pequena”, porém
– como se trata de valor a ser em algum momento entregue a terceiros
(sócios) pode ser visto também como um buraco no patrimônio.
Seguindo nosso modelo de apresentação do patrimônio, temos o
Patrimônio Líquido (PL) também representado por um buraco na areia.
Repare que a quantidade de areia do montinho que representa o ativo
(bens e direitos) é exatamente aquela necessária e suficiente para
preencher os buracos representantes do passivo (obrigações) e do
patrimônio líquido (valor a ser um dia entregue aos sócios). Isso está
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de acordo com a equação fundamental do patrimônio já apresentada
acima: ATIVO (-) PASSIVO (=) PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
Abaixo, apresentamos a representação gráfica do (1) Ativo (conjunto de
bens e direitos) como montinhos de areia do lado esquerdo da caixa, do
(2) passivo (obrigações) como buracos na areia do lado direito superior
da caixa e do (3) patrimônio líquido (diferença entre bens/direitos e
obrigações – a ser um dia entregue aos sócios) também como buracos
do lado direito inferior da caixa de areia.
Ativo Passivo
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
Ativo Passivo
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Finalmente, uma Situação Líquida deficitária – denominada também
passivo a descoberto – ocorre quando o PL < 0, ou seja, A < P, de
acordo com o quadro abaixo.5
Ativo Passivo
Patrimônio líquido
Bens e direitos < Obrigações A=P-PL Passivo a descoberto-Situação negativa (deficitária) - A < P
Bens e direitos = 0 < Obrigações A=0 Passivo a descoberto-A empresa não tem bens nem direitos
5
A demonstração da situação líquida do patrimônio do lado esquerdo
consiste numa definição dada pelo CFC na NBC-T (Norma Brasileira de
Contabilidade – Técnica) de n° 03 – conceito, estrutura e nomenclatura
das demonstrações contábeis. Tal norma, em seu item 3.2.2.13
determina que, no caso de Patrimônio Líquido negativo, seu valor deve
ser demonstrado após o ativo, conforme a seguir transcrito.
3.2.2.13 – No caso do patrimônio líquido ser negativo, será
demonstrado após o Ativo, e seu valor final denominado de
Passivo a Descoberto.
O item 3.2.2.13 foi alterados pela Resolução CFC n° 847,
de 16 de junho de 1999.
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melhor interpretação do respectivo enunciado. Dessa forma, vamos aos
termos:
a) O Ativo.
- O Ativo é definido como o conjunto de bens e direitos.
- Adicionalmente, o Ativo é conhecido pelo nome de
Patrimônio Bruto, isso porque se o Patrimônio Líquido é o
Ativo descontado do Passivo, o Ativo sem o desconto do
Passivo é o Patrimônio Bruto.
- O Ativo também é conhecido como o Total das Aplicações
(ou o Total de Recursos Aplicados no Patrimônio ou,
ainda, simplesmente, Aplicações); isso porque os valores
que a empresa recebe (seja dos sócios na forma de
capital, seja de terceiros na forma de empréstimos e
financiamentos ou, ainda, em função de sua própria
atividade na forma de receitas) são “aplicados” na
aquisição de bens e direitos. Portanto, o Ativo é o total
de bens e direitos aplicado na formação do patrimônio da
empresa.
- O ativo, finalmente, é conhecido também como o Total
dos Investimentos (ou o Total de Recursos Investidos no
Patrimônio ou, ainda, simplesmente, Investimentos6);
isso porque os valores que a empresa recebe (seja dos
sócios na forma de capital, seja de terceiros na forma de
empréstimos e financiamentos ou, ainda, em função de
sua própria atividade na forma de receitas) são
“investidos” na aquisição de bens e direitos. Portanto, o
Ativo é o total de bens e direitos investido no patrimônio
da empresa.
b) O passivo.
- O Passivo é definido como o conjunto de obrigações, que
devem ser adimplidas pela empresa.
- O termo Passivo é também utilizado pela Lei das S/A (art.
178) de forma genérica, identificando o conjunto formado
6
Notar os termos em inglês, que tanto influenciam nosso estudo. Os americanos
utilizam o termo “investment” para designar o ativo (nesse sentido ver, no tópico de
Análise de Balanços, o índice “Return on Investment” – que significa a comparação
entre o lucro da empresa e seu Ativo). Uma última observação é a de que o termo
investimento, entendido como o ativo, não se confunde com a expressão Ativo
Permanente Investimento, constante da Lei 6.404, de 1976 (Lei das S/A), e que
representa um subgrupo do Ativo e que será estudado em tópico específico deste
curso.
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pelo Passivo propriamente dito (Passivo Exigível), pelos
Resultados de Exercícios Futuros (itens do patrimônio que
apresentam características de Passivo Exigível e também
de Patrimônio Líquido e que será estudado em detalhes
em tópico próprio, quando do estudo de lançamentos e
do Balanço Patrimonial – adiante nesse cursos) e pelo
Patrimônio Líquido.7
- O Passivo (Conjunto de Obrigações) também é conhecido
pelo termo Passivo Exigível ou, ainda, simplesmente
Exigibilidades.
- Finalmente, o Passivo pode ser referenciado, ainda, como
Capital de Terceiros, numa referência ao fato de que
representa valor dado à empresa por terceiros (e que,
por via de conseqüência, deverá ser devolvido em algum
momento futuro).
c) O Patrimônio líquido
- o Patrimônio Líquido (definido como a diferença entre o
Ativo e o Passivo) também pode ser referenciado como
Capital Próprio, numa referência ao fato de que
representa valor dado à empresa pelos próprios sócios ou
acionistas ou, ainda, pela própria empresa em
decorrência de suas atividades.
- O Patrimônio Líquido, ainda, pode ser referenciado pelo
termo Situação Líquida do Patrimônio.
- Finalmente, o Patrimônio Líquido, quando tiver seu valor
negativo pode ser referenciado pelo termo Passivo a
Descoberto.
Abaixo, apresentamos quadro esquemático com as possíveis
denominações para os três grandes grupos componentes do patrimônio
(Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido), em consonância com nossa
proposta didática de apresentação dos patrimônio.
7
O fato de um mesmo termo ser utilizado com mais de um sentido não é um problema
desconhecido de nós. Afinal de contas, desde que aprendemos a nos comunicar, nos
deparamos com ele: existe banco de sentar e banco de depositar dinheiro; existe
manga de camisa e manga de comer (fruta). Ora, a distinção dos possíveis sentidos
da palavra depende do contexto em que ela se encontra e da interpretação dada a ele
pelos sujeitos da comunicação (escritor e leitor). Assim, em uma questão de prova, a
interpretação faz parte de sua resolução e, caso seja possível mais de uma
interpretação a um termo do texto do enunciado, é necessário resolver a questão duas
vezes, utilizando ambas as possíveis interpretações, para verificar qual delas resulta
em uma e apenas uma das respostas constantes das cinco alternativas da questão. A
outra possível interpretação, conseqüentemente, deve ser descartada.
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Ativo Passivo
Bens e Direitos Obrigações
Patrimônio Bruto Passivo Exigível Passivo em
Total dos Investimentos Exigibilidades Sentido
Total das Aplicações Capital de Terceiros Amplo
Investimentos --------------------------- Patrimônio Líquido (Conforme a
Aplicações Bens e Direitos (-) Obrigações Lei das S/A -
Capital Próprio art. 178)
Situação líquida do Patrimônio
Passivo a Descoberto (se negativo) *
Obs: * O Passivo a Descoberto (PL negativo) é representado do lado esquerdo do patrimônio (após o ativo)
6 Funções da Contabilidade
6.1 A Contabilidade Como um Sistema de Informações
A Contabilidade é considerada – do ponto de vista de sua finalidade –
como um sistema de informação. Para entender essa assertiva, é
necessário elucidar os conceitos de (1) sistema e de (2) informação.
Nesse sentido, citamos a Pronunciamento do Ibracon (Instituto
Brasileiro de Contadores), aprovado pela CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) através da Deliberação n° 29, de 1986, a seguir
reproduzida, em parte:
Anexo à Deliberação nº 29 de 05 de Fevereiro de 1986.
ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE -
OBJETIVOS DA CONTABILIDADE
A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de
informação e avaliação destinado a prover seus usuários
com demonstrações e análises de natureza econômica,
financeira, física e de produtividade, com relação à
entidade objeto de contabilização.
Compreende-se por sistema de informação um conjunto
articulado de dados, técnicas de acumulação, ajustes e
editagens de relatórios que permite:
a) tratar as informações de natureza repetitiva com o
máximo possível de relevância e o mínimo de custo;
b) dar condições para, através da utilização de
informações primárias constantes do arquivo básico,
juntamente com técnicas derivadas da própria
Contabilidade e/ou outras disciplinas, fornecer relatórios de
exceção para finalidades específicas, em oportunidades
definidas ou não.
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6.1.1 Conceito de Sistema
Por sistema entende-se um “conjunto de partes relacionadas”. Um
exemplo clássico de sistema é o relógio (conjunto de peças, todas
relacionadas entre si – através de engrenagens, alavancas e roldanas).
Nesse sentido, a Contabilidade também pode ser vista como um
sistema, já que ela é composta por um conjunto de (1) dados (relativos
ao patrimônio), de (2) técnicas de registros de fatos ocorridos no
patrimônio (denominados tecnicamente de lançamentos), de
acumulação e de preparação de demonstrativos e (3) de demonstrações
– todos relacionados entre si.
Os sistemas podem ser de dois tipos: abertos ou fechados. Sistemas
fechados são aqueles que não apresentam trocas com o meio em que se
inserem. O exemplo mais contundente de sistema fechado é o exemplo
do relógio (do antigo relógio de corda), que não necessita de dados
externos para calibrar e direcionar seu funcionamento – uma vez dada
corda, ele funciona de forma independente do meio em que se encontra.
Ao contrário, sistemas abertos são aqueles que têm seu funcionamento
influenciado pelo meio externo e que, também, influenciam o meio onde
se encontram. O exemplo mais claro de sistema aberto é o exemplo do
organismo unicelular (que tanto altera a situação de seu meio de
cultura, quanto é influenciado por modificações nele). Segundo esse
critério, a Contabilidade seria classificada como um sistema aberto,
sofrendo influência de várias outras disciplinas (direito, economia,
administração, matemática financeira, estatística, etc.) e nelas
influenciando.
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b) dar condições para, através da utilização de informações primárias
constantes do arquivo básico, juntamente com técnicas derivadas
da própria Contabilidade e/ou outras disciplinas, fornecer
relatórios de exceção para finalidades específicas, em
oportunidades definidas ou não.
Nesse diapasão, a Contabilidade – como um sistema de informação – se
destina a prover seus usuários com demonstrações e análises de
natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à
entidade objeto de contabilização.
Finalmente, cabe questionar o tipo de decisão a que a informação
contábil se destina. São, basicamente, dois tipos de decisão: acerca da
composição do patrimônio e acerca de sua modificação (crescimento ou
decréscimo). Isso é importante e já foi questão de prova em concurso!
Assim, as informações geradas pelo sistema contábil devem
desempenhar duas funções: (1) a função administrativa, de controlar o
patrimônio; e (2) a função econômica, de apurar o resultado (rédito).
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conseqüentemente, sobre o lucro de uma empresa – ou, ainda,
se, ao contrário, deve desfazer-se dessas ações/cotas;
b) o credor Æ que precisa verificar a capacidade de pagamento da
empresa para, calculando o risco de inadimplência, poder estipular
a taxa de juros;8
c) os fornecedores Æ que – da mesma forma que os credores em
geral – precisam verificar a capacidade da empresa de pagar pelos
bens adquiridos;
d) os clientes Æ que precisam verificar – a partir do patrimônio de
uma empresa – sua capacidade de honrar a entrega dos bens
adquiridos;
e) o Estado Æ que, a partir dos dados contábeis das empresas,
consegue:
a. avaliar a necessidade de fomento de uma ou outra
atividade;
b. consegue identificar os aumentos patrimoniais, que ensejam
fatos geradores de tributos.
Ora, ainda que a Contabilidade (como sistema de informações) seja uma
valiosa ferramenta para o usuário interno, ela é muito mais valiosa para
o usuário externo, que necessita conhecer o patrimônio de uma
entidade (azienda) sem acesso direto a ela, restando o sistema contábil
de informação como sua “janela para conhecimento do patrimônio da
entidade”. Por esse motivo, fica eleito o usuário externo como usuário
preferencial da Contabilidade. Por via de conseqüência, são
considerados usuários secundários os administradores (de todos os
níveis) da entidade.
8
Ao contrário do que pode se pensar, hoje ninguém vai para a cadeia por não pagar
uma dívida. Assim, o que garante o pagamento da dívida é a existência de patrimônio
(por parte do devedor) para saldar a obrigação. Ora, na inexistência de patrimônio, o
credor fica prejudicado.
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Assim, fluxos de receitas e despesas (demonstração do resultado, por
exemplo), bem como o capital e o patrimônio, em geral, são dimensões
econômicas da Contabilidade.
Por outro lado, a dimensão financeira da Contabilidade representa uma
pequena parte do patrimônio (representada por moeda). Assim, os
fluxos de caixa, de capital de giro, por exemplo, caracterizam a
dimensão financeira.
Ainda, a informação de natureza física constitui um importante
desdobramento dentro da evolução da teoria dos sistemas contábeis,
pois as mais recentes pesquisas sobre evolução de empreendimentos
têm revelado que um bom sistema de informação e avaliação não pode
repousar apenas em valores monetários, mas deverá incluir, na medida
do possível, mensurações de natureza física tais como: quantidades
geradas de produtos ou de serviços, número de depositantes em
estabelecimentos bancários, e outras que possam permitir melhor
inferência da evolução do empreendimento por parte do usuário.
Finalmente, a informação de natureza de produtividade compreende a
utilização mista de conceitos valorativos (financeiros no sentido restrito)
e quantitativos (físicos no sentido restrito) como, por exemplo: receita
bruta per capita, depósitos por clientes, lucro por produto produzido,
gasto por empregado, etc.
Em que pese a importância crescente das informações físicas (e,
conseqüentemente, de produtividade), as informações de natureza
econômica e financeira é que constituem o núcleo central da
Contabilidade. O sistema de informação, todavia, deveria ser capaz de,
com mínimo custo, suprir as dimensões físicas e de produtividade. Na
evidenciação principal (demonstrações contábeis publicadas), todavia,
as dimensões físicas e de produtividade consideram-se acessórias.
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Isto não quer dizer que as demonstrações contábeis não se adaptam às
finalidades provisionais, mas apenas que avaliar tendências pode
implicar divisar ou admitir configurações econômicas, sociais e
institucionais novas, para o futuro, em que não se permite estimar com
razoável acurácia os resultados das operações, pois a previsão das
próprias operações é insegura. A Contabilidade pode, sim, ajudar a
avaliação de tendências se:
a) as conjunturas do passado se repetirem, mesmo que numa
perspectiva monetária diferente (inflação ou deflação, sem
alteração profunda do mercado); ou
b) o agente (usuário) conseguir transformar o modelo informativo
contábil num modelo preditivo, o que somente será possível
dentro do esquema mental de conhecimento e da sensibilidade do
previsor. O modelo informativo-contábil e o modelo preditivo são
duas peças componentes, não mutuamente exclusivas do processo
decisório.
Os objetivos da Contabilidade, pois, devem ser aderentes, de alguma
forma explícita ou implícita, àquilo que o usuário considera como
elementos importantes para seu processo decisório. Não tem sentido ou
razão de ser a Contabilidade como uma disciplina "neutra", que se
contenta em perseguir esterilmente uma "sua" verdade ou beleza. A
verdade da Contabilidade reside em ser instrumento útil para a tomada
de decisões pelo usuário, tendo em vista a entidade.
Há algumas décadas, notadamente a partir da virada dos anos 60 para
os anos 70 do século passado, o estudo da Contabilidade foi fortemente
influenciado por conceitos de outras disciplinas, a saber:
a) Estatística, permitindo o tratamento de séries de informações
contábeis – no tempo – relacionando-as e gerando informações de
inferência do comportamento do patrimônio no futuro;
b) Micro-Economia, notadamente a Teoria da Firma, trazendo novas
abordagens para os problemas de fixação de preço, determinação
da quantidade a ser produzida, etc.;
c) Administração, no que tange a decisões sobre viabilidade de
investimentos, etc.;
d) Matemática Financeira, trabalhando o valor do dinheiro no tempo.
Isso não retirou a identidade da Contabilidade, mas permitiu que ela
alcançasse seus objetivos de forma mais adequada.
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6.1.6 Evidenciação e Prevalência da Essência Sobre a Forma
Para a consecução desse objetivo da Contabilidade, e dentro
principalmente do contexto companhia aberta/usuário externo, dois
pontos importantíssimos se destacam:
1º) As empresas precisam dar ênfase à evidenciação de todas as
informações que permitem a avaliação da sua situação patrimonial e das
mutações desse seu patrimônio e, além disso, que possibilitem a
realização de inferências perante o futuro.
- As informações não passíveis de apresentação explícita
nas demonstrações propriamente ditas devem, ao lado
das que representam detalhamentos de valores
sintetizados nessas mesmas demonstrações, estar
contidas em notas explicativas ou em quadros
complementares.
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fato e registrar a provisão para atentar a tais possíveis
desembolsos.
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específicas da Contabilidade, evitando a necessidade de memorização
(“decoreba”). Assim, devemos ter o maior cuidado no estudo desse
tema, pois o assunto aqui tratado será referenciado ao longo de todo
nosso curso.
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O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no
exercício de suas atribuições legais e regimentais,
CONSIDERANDO que a evolução da última década na
área da Ciência Contábil reclama a atualização substantiva
e adjetiva dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a
que se refere a Resolução CFC 530/81.
RESOLVE:
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA
Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE
CONTABILIDADE (P.F.C.) os enunciados por esta
Resolução.
§ 1º A observância dos Princípios Fundamentais de
Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão
e constitui condição de legitimidade das Normas
Brasileiras de Contabilidade (NBC). (grifos na
transcrição).
Assim, vê-se que os Princípios Fundamentais de Contabilidade são de
observância obrigatória. A característica principal dos princípios
fundamentais de Contabilidade é a obrigatoriedade de sua observância.
Adicionalmente, frisa-se que, na aplicação dos princípios, a essência
deve prevalecer sobre a forma. Cuidado, isso foi questão de prova
também!
Os princípios fundamentais de Contabilidade, portanto, apresentados
como o entendimento predominante acerca da essência da teoria da
Contabilidade, são enumerados conforme art. 3o da Resolução CFC n°
750, de 1993, abaixo:
CAPÍTULO II
DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA
ENUMERAÇÃO
Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade
representam a essência das doutrinas e teorias relativas à
Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento
predominante nos universos científico e profissional de
nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu
sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o
Patrimônio das Entidades.
Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilidade:
1) o da ENTIDADE;
2) o da CONTINUIDADE;
3) o da OPORTUNIDADE;
4) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
5) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;
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6) o da COMPETÊNCIA e
7) o da PRUDÊNCIA.
Importante, na absoluta maioria dos concursos da ESAF dos últimos dez
anos, na prova de Contabilidade, pelo menos uma questão versava
sobre princípios contábeis. Assim, além de entender seu significado,
para resolver a questão é necessário memorizar quais são os princípios9
(evitando sempre memorizar o que não se entende, porém
memorizando os conceitos – já entendidos – e cuja memorização se faz
necessária). Uma idéia, por nós proposta para este curso, é a de se
utilizar mnemônicos (pequenas siglas – simples e, na maioria das vezes,
bem humorada) que nos ajudem a memorizar conceitos complexos.
No caso dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, para sua
memorização, imaginem a situação de um casal de namorados que
briga porque ela descobriu que ele havia feito algo de errado. Após um
período de separação, ela propõe uma reconciliação. Mas o rapaz, que
sabe que a namorada é ciumenta e vingativa, tem medo da
reconciliação; deseja voltar, mas tem medo. Então, ele diz: Eco!
Reato com prudência!
E C O Re Atu Com Prudência é um mnemônico que referencia o nome
dos Princípios Fundamentais de Contabilidade:
Entidade
Continuidade
Oportunidade
Registro pelo valor original
Atualização monetária
Competência
Prudência
Passemos, então, a seguir, ao estudo de cada um dos princípios acima
relacionados.
9
Conforme já foi dito, não é necessário decorar, somente se quiser passar na prova,
senão, a solução é tentar o próximo concurso (imaginem sempre que a prova deverá
ser feita COM CONSULTA - consulta à memória).
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(nos termos de nossa legislação, personalidade é a capacidade de
contrair obrigações e exercer direitos – inerente às pessoas físicas e
jurídicas – ao tempo que Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e
obrigações de uma pessoa). Assim, as pessoas jurídicas adquirem
personalidade quando podem ter patrimônio (e vice-versa). Ora, uma
pessoa jurídica nada mais é do que o veículo jurídico de uma atividade
(aventura – empresa). Assim, em nosso curso, utilizaremos o nome
“empresa” para referenciar qualquer azienda que tenha sua
contabilidade regrada pela Lei das S/A e, portanto, obedeça aos
princípios fundamentais de contabilidade quando do registro de seu
patrimônio.
O princípio da entidade determina que se reconheça o patrimônio como
objeto da Contabilidade e afirma a necessidade de diferenciação de um
patrimônio particular no universo de patrimônios existentes. Logo, o
patrimônio de uma entidade não se confunde com o de seus sócios ou
proprietários. O Princípio da Entidade é determinado pelo art. 4o da
Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:
“Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio
como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia
patrimonial, a necessidade da diferenciação de um
Patrimônio particular no universo dos patrimônios
existentes, independentemente de pertencer a uma
pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou
instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem
fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o
Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios
ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE,
mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação
contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova
ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-
contábil.”
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esforços patrimoniais de várias pessoas, seus bens, direitos e obrigações
não podem pertencer diretamente a nenhum de seus proprietários
(sócios ou acionistas), mas a todos. Assim, pela idéia de autonomia
patrimonial, os bens, direitos e obrigações colocados na empresa a ela
pertencem. Por via de conseqüência, os proprietários (sócios ou
acionistas), que não são diretamente titulares dos bens, direitos e
obrigações (patrimônio) da empresa, têm direito a uma fração ideal
desse patrimônio, representada por ações ou quotas.
O patrimônio deve revestir-se do atributo de autonomia em relação a
todos os outros Patrimônios existentes, pertencendo a uma Entidade, no
sentido de sujeito suscetível à aquisição de direitos e obrigações. Por
conseqüência, a Entidade poderá ser desde uma pessoa física, ou
qualquer tipo de sociedade, instituição ou mesmo conjuntos de pessoas,
tais como famílias; empresas; governos, nas diferentes esferas do
poder; sociedades beneficentes, religiosa, culturais, esportivas, de lazer,
técnicas; sociedades cooperativas; fundos de investimento e outras
modalidades afins.
Na prática, nem sempre é fácil separar o patrimônio da empresa
(afetado à atividade) daquele de seus sócios. Para ilustrar uma situação
em que essa dificuldade é evidente, citamos o exemplo de um mini-
mercado, que vende verduras e hortaliças, e em cujo segundo andar (no
sobrado), há a residência do casal de proprietários. Imagine que, na
cozinha do sobrado haja verduras e hortaliças sendo preparadas para o
almoço e que, no térreo, haja verduras e hortaliças idênticas à venda.
O sistema contábil de informações tem que ter critérios seguros para
separar (do ponto de vista patrimonial) o valor desses duas
verduras/hortaliças (aquela que está no térreo, à venda, e que pertence
à empresa, daquela que está no sobrado e pertence aos sócios).
Isso não quer dizer que não seja possível que um sócio/acionista tome o
dinheiro que estiver no caixa da empresa para, por exemplo, pagar o
almoço no restaurante da esquina. O que o princípio da entidade
determina é que caso isso aconteça, o sistema contábil de informações,
deve manter em seus registros relativos ao patrimônio da empresa: (1)
a saída de dinheiro do caixa e (2) o surgimento do direito de exigir que
o sócio/acionista devolva este dinheiro à empresa.
No caso de sociedades, a Contabilidade não se importa que sejam
sociedades de fato ou que estejam revestidas de forma jurídica, embora
esta última circunstância seja a mais usual.
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A garantia jurídica da propriedade é indissociável desse princípio, pois é
a única forma de caracterização do direito ao exercício de poder sobre o
mesmo Patrimônio, válida perante terceiros. Sem autonomia
patrimonial fundada na propriedade, os demais Princípios Fundamentais
perdem o seu sentido, pois passariam a referir-se a um universo de
limites imprecisos.
O patrimônio é único (visto como um conjunto de itens de uma
entidade), embora possa ser decomposto para fins de apresentação.
Patrimônio e personalidade da entidade são conceitos que estão
vinculados – inexiste patrimônio pertencente a um órgão ou a um
departamento. A divisão somente é aceita a título de controle
(especialmente nas áreas de custos e de orçamento, onde trabalha-se,
muitas vezes, com controles divisionais, que podem ser
extraordinariamente úteis, porém não significam a criação de novas
Entidades, precisamente pela ausência de autonomia patrimonial).
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Em palavras simples, e exemplificando, a empresa deve ser entendida
como uma bicicleta, que somente fica em pé se estiver funcionando (em
movimento). Assim, o patrimônio da empresa deve ser registrado
segundo a seguinte idéia: tudo aquilo que se adquire (e passa a fazer
parte do patrimônio) vale o quanto foi pago; isso porque esse valor
deve ser comparado com aquele auferido quando da venda para
terceiros e, com isso apurado o eventual lucro ou prejuízo. Agora, se
temos a informação clara de que a empresa está para terminar suas
atividades: (1) o critério antes apresentado não tem valor e os
elementos que entraram no patrimônio não devem mais ser registrados
pelo valor por eles pago, mas sim por aquele que pode ser auferido
numa venda (pois tudo deverá ser vendido, para pagamento das
dívidas) e (2) as obrigações que tiverem data futura de exigibilidade
deverão ser registradas como devidas até – no máximo – a data que
espera ser aquela em que a empresa terminará suas atividades.
O Princípio da Continuidade é determinado pelo art. 5o da Resolução CFC
n° 750, de 1993, abaixo:
“Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem
como sua vida definida ou provável, devem ser
consideradas quando da classificação e avaliação das
mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.
§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos
ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos
passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE
tem prazo determinado, previsto ou previsível.
§ 2º A observância do Princípio da CONTINUIDADE é
indispensável à correta aplicação do Princípio da
COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à
quantificação dos componentes patrimoniais e à formação
do resultado, e de constituir dado importante para aferir a
capacidade futura de geração de resultado.”
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deixarão de ostentar tal condição, passando à condição de despesas10,
em face da impossibilidade de sua recuperação mediante as atividades
operacionais usualmente dirigidas à geração de receitas. Mas até
mesmo ativos materiais, como estoques, ferramentas ou máquinas,
podem ter seu valor modificado substancialmente. As causas da
limitação da vida da Entidade não influenciam o conceito da
continuidade; entretanto, como constituem informação de interesse
para muitos usuários, quase sempre são de divulgação obrigatória,
segundo norma específica. No caso de provável cessação da vida da
Entidade, também o passivo é afetado, pois, além do registro das
exigibilidades, com fundamentação jurídica, também devem ser
contemplados os prováveis desembolsos futuros, advindos da extinção
em si.
Na condição de Princípio, em que avulta o atributo da universalidade, a
continuidade aplica-se não somente à situação de cessação integral das
atividades da Entidade, classificada como situação-limite no parágrafo
anterior, mas também àqueles casos em que há modificação no volume
de operações, de forma a afetar o valor de alguns componentes
patrimoniais, obrigando ao ajuste destes, de maneira a ficarem
registrados por valores líquidos de realização.
O Princípio da Continuidade, à semelhança do da Prudência, está
intimamente ligado com o da Competência, formando-se uma espécie
de trilogia. A razão é simples: a continuidade, como já vimos, diz
respeito diretamente ao valor econômico dos bens, ou seja, ao fato de
um ativo manter-se nesta condição ou transformar-se, total ou
parcialmente quando há previsão de encerramento das atividades da
Entidade, com o vencimento antecipado ou o surgimento de
exigibilidades. Nesta última circunstância, sua ligação será com o
Princípio da Oportunidade.
10
Essa idéia será detalhadamente estudada no tópico relativo a Ativo Permanente.
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O motivo é extremamente singelo, pois uma Entidade com suas
atividades reduzidas ou suspensas temporariamente continuará a ser
objeto da Contabilidade enquanto dispuser de patrimônio. Isso
permanece verdade no caso de a Entidade suspender definitivamente
suas atividades. O que haverá, tão-somente, é a reapreciação dos
componentes patrimoniais, quantitativa e qualitativamente,
precisamente em razão dos ditames do Princípio da Continuidade. A
normalidade ou não das operações, bem como a vida limitada ou
indeterminada, não alcançam o objeto da Contabilidade, o patrimônio,
mas, tão-somente, sua composição e valor, isto é, a delimitação
quantitativa e qualitativa dos bens, direitos e obrigações.
O próprio uso da receita11 como parâmetro na formação de juízo sobre a
situação de normalidade da Entidade, embora válido na maioria das
Entidades, não pode ser universal, pois, em muitas delas, a razão de ser
não é a receita, tampouco o resultado, como é o caso das entidades
sem fins lucrativos.
11
O conceito de Receita será está mais bem trabalhado na apresentação do princípio
da competência: Æ Receita (=) aumento do patrimônio.
12
Tempestividade diz respeito ao tempo e não ao temperamento de uma pessoa.
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momento do pagamento, então, pela aplicação do mesmo princípio,
devem ser registrados (1) a saída do dinheiro, do patrimônio, e (2) a
extinção da obrigação de pagar pelo veículo.
Outro exemplo, caso ocorra “compra de um veículo com pagamento de
50% do valo à vista e o restante a prazo”, pelo princípio da
oportunidade (especificamente no tocante à integridade) não se pode
registra somente a aquisição de 50% do veículo no momento da
compra. Ao contrário, já no momento da compra devem ser registrados
(1) a entrada do veículo no patrimônio e (2) saída de dinheiro, do
patrimônio, no valor de metade da compra do veículo efetuada e (3) o
surgimento da obrigação de pagar pela outra metade do valor do veículo
adquirido. No momento do pagamento, então, pela aplicação do mesmo
princípio, devem ser registrados (1) a saída do dinheiro, do patrimônio,
e (2) a extinção da obrigação de pagar pelo veículo.
O princípio da oportunidade é determinado pelo art. 6o da Resolução
CFC n° 750, de 1993, abaixo:
Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se,
simultaneamente, à tempestividade e à integridade do
registro do patrimônio e das suas mutações, determinando
que este seja feito de imediato e com a extensão correta,
independentemente das causas que as originaram.
Parágrafo único – Como resultado da observância do
Princípio da OPORTUNIDADE:
I – desde que tecnicamente estimável, o registro das
variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese
de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;
II – o registro compreende os elementos quantitativos e
qualitativos, contemplando os aspectos físicos e
monetários;
III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal
das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em
um período de tempo determinado, base necessária para
gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.
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daquilo que muitos sistemas de normas denominam de “representação
fiel” pela informação, ou seja, que esta espelhe com precisão e
objetividade as transações e eventos a que concerne. Tal atributo é,
outrossim, exigível em qualquer circunstância, a começar sempre nos
registros contábeis, embora as normas tendem a enfatizá-lo nas
demonstrações contábeis.
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7.1.3.4 Integridade
A integridade diz respeito à necessidade de as variações serem
reconhecidas na sua totalidade, isto é, sem qualquer falta ou excesso.
Concerne, pois, à completeza da apreensão, que não admite a exclusão
de quaisquer variações monetariamente quantificáveis. Como as
variações incluem elementos quantitativos e qualitativos, bem como os
aspectos físicos pertinentes, e ainda que a avaliação é regida por
princípios próprios, a integridade diz respeito fundamentalmente às
variações em si. Tal fato não elimina a necessidade do reconhecimento
destas, mesmo nos casos em que não há certeza definitiva da sua
ocorrência, mas somente alto grau de possibilidade. Bons exemplos
neste sentido fornecem as depreciações, pois a vida útil de um bem será
sempre uma hipótese, mais ou menos fundada tecnicamente, porquanto
dependente de diversos fatores de ocorrência aleatória. Naturalmente,
pressupõe-se que, na hipótese do uso de estimativas, estas tenham
fundamentação estatística e econômica suficientes.
7.1.3.5 Tempestividade
A tempestividade obriga a que as variações sejam registradas no
momento em que ocorrerem, mesmo na hipótese de alguma incerteza,
na forma relatada no item anterior. Sem o registro no momento da
ocorrência, ficarão incompletos os registros sobre o patrimônio até
aquele momento, e, em decorrência, insuficientes quaisquer
demonstrações ou relatos, e falseadas as conclusões, diagnósticos e
prognósticos.
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das transações havidas com o mundo exterior à entidade, expressos a
valor presente, na moeda do país, conforme expressamente disposto no
art. 7o da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:
Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser
registrados pelos valores originais das transações com o
mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do
País, que serão mantidos na avaliação das variações
patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem
agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.
Parágrafo único – Do Princípio do REGISTRO PELO
VALOR ORIGINAL resulta:
I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser
feita com base nos valores de entrada, considerando-se
como tais os resultantes do consenso com os agentes
externos ou da imposição destes;
II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou
obrigação não poderão ter alterados seus valores
intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição
em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a
outros elementos patrimoniais;
III – o valor original será mantido enquanto o componente
permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando
da saída deste;
IV – Os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do
REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si
e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e
mantém atualizado o valor de entrada;
V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos
componentes patrimoniais constitui imperativo de
homogeneização quantitativa dos mesmos.
Não se trata de mera convenção, mas isso tem uma razão de ser, qual
seja, com a aplicação do princípio do Registro pelo Valor Original, a
informação gerada pela Contabilidade permite determinar a relação do
custo dos elementos adquiridos pela empresa e o lucro gerado na sua
utilização. Conforme já visto, tudo aquilo que se adquire (e passa a
fazer parte do patrimônio) vale o quanto foi pago; isso porque esse
valor (que corresponde ao sacrifício patrimonial para o empreendimento
da “aventura”) deve ser comparado com aquele auferido quando da
venda de bens para terceiros (possibilitada, justamente, pela aquisição
anterior de bens) e, com isso, possa ser apurado o eventual lucro ou
prejuízo.
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7.1.4.1 O princípio como viga mestra da avaliação
patrimonial
O Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL ordena que os
componentes do patrimônio tenham seu registro inicial efetuado pelos
valores ocorridos na data das transações havidas com o mundo exterior
à Entidade, estabelecendo, pois, a viga-mestra da avaliação patrimonial:
a determinação do critério de atribuição de um valor monetário a
um componente do patrimônio.
Pressupõe-se que o valor de troca, aquele decorrente da transação,
configure o valor econômico dos ativos no momento da sua ocorrência.
Naturalmente, se, com o passar do tempo, houver a modificação do
valor em causa, seja por qualquer razão, ajustes deverão ser realizados,
mas ao abrigo do Princípio da Competência (que será visto adiante).
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Uma pessoa comprou uma mercadoria por R$ 10,00 e
vendeu-a por R$ 11,00. Em seguida, recomprou-a por R$
12,00 e vendeu-a por R$ 13,00.
Nesse negócio, essa pessoa empatou seu dinheiro, teve
lucro ou teve prejuízo? E de quanto?
Em caso de dúvida, consulte a resposta nesta página.
(Colaboração do professor Carlos A. V. Heredia, de Porto Alegre).
Repare que uma situação desse tipo pode ensejar dúvidas em uma
pessoa leiga. A dúvida é decorrente de uma idéia (disseminada em
nosso senso comum) de que quando se recompra por R$ 12,00 algo que
havia sido vendido por R$ 11,00 ocorre um prejuízo – MAS ISSO NÃO É
VERDADE! Com efeito, a compra, por R$ 12,00, da mercadoria em
questão, significa apenas que a mercadoria ingressa no patrimônio
do comprador por R$ 12,00 – e mais nada (não há o que se falar em
lucro ou prejuízo na compra).
Analisando o fato sob o prisma do Registro pelo Valor Original, a
situação se torna clara:
a) inicialmente há uma compra de uma mercadoria por R$ 10,00 –
assim, ela ingressa no patrimônio por esse valor (de R$ 10,00);
b) após a compra, essa mercadoria é vendida por R$ 11,00 – é nesse
momento que se apura o lucro ou prejuízo (comparando o esforço
patrimonial – de R$ 10,00 –, para aquisição da mercadoria, com o
resultado que essa mercadoria traz para o patrimônio – de R$
11,00), assim, o lucro é de R$ 11,00 (-) R$ 10,00 (=) R$ 1,00;
c) imediatamente depois, a mesma mercadoria é recomprada por R$
12,00 – assim, ela ingressa novamente no patrimônio, não mais
por R$ 10,00, mas por esse novo valor de R$ 12,00, repare que
não há o que se falar em lucro ou prejuízo nessa operação, mas
apenas em aquisição de um bem pelo valor de R$ 12,00;13
d) finalmente, essa mercadoria é novamente vendida, por R$ 13,00
– nesse momento, novamente, se apura mais um lucro ou
prejuízo (comparando o esforço patrimonial – de R$ 12,00 – para
aquisição da mercadoria com o resultado que essa mercadoria traz
para o patrimônio – de R$ 13,00), assim, o lucro é de R$ 13,00
(-) R$ 12,00 (=) R$ 1,00.
Ora, somando-se os ganhos auferidos nas duas vendas, temos um lucro
composto por R$ 1,00 (+) R$ 1,00 (=) R$ 2,00. Assim, conclui-se que
essa pessoa teve um lucro de R$ 2,00.
13
Note que o fato de ser a mesma mercadoria, ou outra qualquer, é irrelevante. O
importante é que um bem ingressa no patrimônio pelo valor de R$ 12,00.
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7.1.4.3 O registro pelo valor original e as transações em
moeda estrangeira
A expressão do valor dos componentes patrimoniais em moeda nacional
decorre da necessidade de homogeneização quantitativa do registro do
patrimônio e das suas mutações, a fim de se obter a necessária
comparabilidade e se possibilitarem agrupamentos de valores. Ademais,
este aspecto particular, no âmbito do Princípio do REGISTRO PELO
VALOR ORIGINAL, visa a afirmar a prevalência da moeda do País e,
conseqüentemente, o registro somente nela. O corolário é o de que
quaisquer transações em moeda estrangeira devem ser transformadas
em moeda nacional, para seu registro no sistema contábil de
informações.
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interno das Entidades, em que não existe propriamente a criação de
valores, mas a simples redistribuição de valores originais.
Finalmente, cabe ressaltar que os valores originais devem ser ajustados,
segundo a sua perda de valor econômico. Porém, mesmo tal ajuste não
implica, em essência, modificação do valor original.
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Adicionalmente, ainda sobre o assunto, o CFC editou a Resolução n°
900, de 2001, determinando a aplicação da Atualização Monetária
quando a inflação acumulada no triênio ultrapassar 100% - porém, em
obediência à lei (Lei 9.259, de 1995) explicita que a aplicação de tal
atualização monetária deverá ser realizada com o único propósito
informativo (em notas explicativas), sem valor societário ou fiscal. A
seguir, para fins de clareza, encontra-se reproduzida – em parte – a
citada Resolução n° 900, de 2001:
Art. 1º A aplicação do “Princípio da Atualização Monetária”
é compulsória quando a inflação acumulada no triênio for
de 100% ou mais;
Parágrafo único – A inflação acumulada será calculada
com base no Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM),
apurado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas, por
sua aceitação geral e reconhecimento por organismos
nacionais e internacionais;
Art. 2º A aplicação compulsória do “Princípio da
Atualização Monetária” deverá ser amplamente divulgada
nas notas explicativas às demonstrações contábeis;
Art. 3º Quando a taxa inflacionária acumulada no triênio
for inferior a 100%, a aplicação do Princípio da Atualização
Monetária somente poderá ocorrer em demonstrações
contábeis de natureza complementar às demonstrações de
natureza corrente, derivadas da escrituração contábil
regular.
§ 1º No caso da existência das ditas demonstrações
complementares, a atualização deverá ser evidenciada nas
respectivas notas explicativas, incluindo a indicação da
taxa inflacionária empregada.
§ 2º A Atualização Monetária, neste caso, não originará
nenhum registro contábil.
A aplicação desse princípio era regrada de forma a obrigar que as
empresas atualizassem o valor original de parte do patrimônio (daquela
parte que não fosse rapidamente utilizada) de modo que seu valor
original não perdesse sua função informativa, com o advento da
inflação. Por exemplo, um automóvel que fosse adquirido por
determinada quantidade de cruzeiros no início de um ano não teria mais
esse mesmo valor representando seu valor original (não porque o
automóvel tivesse mudado, mas porque os cruzeiros mudaram sua
representatividade de riqueza – seu valor – no tempo).
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mormente em economias inflacionárias. Por conseqüência, sua
expressão formal deve ser ajustada, a fim de que permaneçam
substantivamente corretos – isto é, segundo as transações originais – os
valores dos componentes patrimoniais e, via de decorrência, o
Patrimônio Líquido. Como se observa, o Princípio em causa constitui
seguimento lógico daquele do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL, pois
preceitua o ajuste formal dos valores fixados segundo este, buscando a
manutenção da substância original, sem que isso implique qualquer
modalidade de reavaliação.
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No regime de caixa, as receitas e despesas são reconhecidas no
momento de seu recebimento ou pagamento. Este regime é intuitivo
freqüentemente utilizado por nós no controle pessoal dos gastos.
No regime de competência, as receitas e despesas devem ser
reconhecidas na apuração do resultado do período a que pertencerem e,
de forma simultânea, quando se correlacionam. As despesas devem ser
reconhecidas independentemente de seu pagamento e as receitas
somente quando de sua realização. Em outras palavras, no regime de
competência:
• uma despesa com o salário de um empregado é considerada a
partir do momento que este empregado efetua o serviço (ou, em
outras palavras, quando ele coloca à disposição do patrão sua
força de trabalho por um mês inteiro – que é a prestação que ele
prometeu cumprir), independentemente do pagamento desta
despesa somente ocorrer no mês seguinte;
• uma receita de venda de mercadorias é considerada a partir do
momento em que ocorre a venda independentemente do
pagamento acontecer em várias prestações.
OBS: existe, ainda, o regime misto de escrituração. Este regime
somente é utilizado na Contabilidade Pública e nele as RECEITAS são
registradas pelo regime de Caixa enquanto as DESPESAS são
registradas pelo regime de Competência.
O Princípio da Competência está determinado pelo art. 9o da Resolução
CFC n° 750, de 1993, abaixo:
Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na
apuração do resultado do período em que ocorrerem,
sempre simultaneamente quando se correlacionarem,
independentemente de recebimento ou pagamento.
§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as
alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou
diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes
para classificação das mutações patrimoniais, resultantes
da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.
§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e
despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do
respeito ao período em que ocorrer sua geração.
§ 3º As receitas consideram-se realizadas:
I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem
o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-
lo, quer pela investidura na propriedade de bens
anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição
de serviços por esta prestados;
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II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo,
qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento
concomitante de um ativo de valor igual ou maior;
III – pela geração natural de novos ativos
independentemente da intervenção de terceiros;
IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.
§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:
I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo,
por transferência de sua propriedade para terceiro;
II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um
ativo;
III – pelo surgimento de um passivo, sem o
correspondente ativo.
Essa é a apresentação normal do princípio, encontrada em qualquer
bom livro de Contabilidade. Entretanto, entendemos que essa
apresentação é insuficiente para provocar um entendimento claro no
estudante e, sendo tal conceito de importância crucial para o
entendimento da Contabilidade, deve ser claramente colocado (sob pena
de prejudicar o aprendizado dos demais pontos da matéria. Portanto,
aqui propomos um aprofundamento dos conceitos atinentes ao Princípio
da Competência, inclusive com a apresentação de exemplos (sempre na
busca de uma melhor didática).
Visto que o Princípio da Competência trata do critério para definição do
momento em que se consideram ocorridas receitas e despesas, antes de
mais nada, conceituaremos receitas e despesas – para, depois, aplicar o
princípio a tais conceitos.
7.1.6.1.1 Receitas
Por receitas entende-se o aumento bruto do patrimônio. Ora, se o
patrimônio é composto de bens, direitos e obrigações, ocorre uma
receita no momento da ocorrência de um fato que enseje (conjunta ou
alternativamente) aumento de bens e direitos e/ou redução de
obrigações.
Veja que esse conceito de receitas – apesar de perfeitamente lógico e de
acordo com tudo o que foi visto até aqui – não é o que nós normalmente
pensamos. Tendemos a pensar – de forma errada – que a receita
somente ocorre quando nós recebemos o dinheiro e que enquanto não o
recebemos nada aconteceu ainda. Para resolver essa questão, vamos
aprofundar a análise da situação, apresentando critérios que permitam
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ver modificações no patrimônio independentemente de pagamento ou
recebimento em dinheiro.
Para afastar esse pensamento errado (de que somente há receita no
recebimento) compare dois patrimônios idênticos – de duas pessoas (ou
empresas) que tenham mil reais – sendo que a primeira, além dos mil
reais tem o direito de receber, no final do mês, a quantia de duzentos
reais. Agora eu pergunto: qual dos dois patrimônios é maior? Sem
dúvida o primeiro (que além dos mil reais em dinheiro, possui um direito
avaliado em duzentos reais). Assim, conclui-se que a visão do
patrimônio é muito mais acurada quando se considera a receita
independente do recebimento.
Pelo regime de caixa, considera-se ocorrida (ou, tecnicamente, auferida)
a receita somente no momento de seu recebimento. Ao contrário, no
regime de competência, a receita é considerada auferida no momento
em que ocorre um fato que enseja o aumento do patrimônio,
independentemente de recebimento de dinheiro.
O que falta é ter uma visão clara de quais são os fatos que podem vir a
ensejar aumento do patrimônio e, com isso, ter condições de identificar
o momento em que a Contabilidade (pelo regime de Competência) deve
registrar a receita.
Alguns casos são auto-explicativos como, por exemplo, uma doação: no
momento em que eu recebo uma doação meu patrimônio aumenta,
justamente pela inclusão – nele – de um novo elemento (recebido em
doação). No momento em que há o perdão de uma dívida meu
patrimônio também aumenta, pelo desaparecimento de uma obrigação.
Em situações especiais, alguém pode prometer algo a outro e, com isso,
criar um direito para esse outro, que terá seu patrimônio majorado pela
aparição do direito. Essas são situações que, pela leitura do caso, pode
se identificar o momento em que ocorre o aumento patrimonial
(receita). Mas o que queremos aqui é definir uma diretriz, que possa
guiar o pensamento do estudante na hora de decidir se houve ou não
receita.
Nossa proposta de identificação do momento em que a receita ocorre
(para o caso geral de negócios entre partes que estejam interessadas
em vendas ou prestações de serviço) é a seguinte: haverá receita no
momento em que houver o cumprimento do que havia sido
combinado (a entrega de um bem – exceto dinheiro – ou a
efetivação de um comportamento como, por exemplo, a
prestação de um serviço), pois:
a) se a outra parte ainda não tiver pago pelo que foi cumprido, nasce
– no patrimônio de quem cumpriu o que havia sido prometido – o
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direito de exigir o pagamento (tal direito resulta em aumento do
patrimônio);
b) se a outra parte paga imediatamente pelo que foi cumprido, nasce
– no patrimônio de quem cumpriu o que havia prometido – um
bem, ou seja, o dinheiro, (o que também aumenta o patrimônio);
c) se a outra parte já havia entregue (em antecipação) o pagamento
pelo que foi cumprido, desaparece – do patrimônio de quem
cumpriu o que havia prometido – uma obrigação, ou seja, a
obrigação de devolver o que havia recebido em antecipação, (o
que também aumenta o patrimônio).
Este é o fulcro do pensamento Contábil, no que diz respeito ao regime
de competência, e que está de acordo com nosso sistema jurídico, que
estabelece a exceção do contrato não cumprido, conforme disposto no
Código Civil (Lei n° 10.406, de 2002), art. 476:
Seção III
Da Exceção de Contrato não Cumprido
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos
contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode
exigir o implemento da do outro.
Com a colocação dessas idéias iniciais acerca do princípio da
Competência, passamos a analisar casos e identificar, neles, a o
momento em que se aufere receita. Para isso, sugiro considerar a
situação abaixo descrita.
Imaginem que a leitura desse texto tenha sido tão instigante e
elucidativa que um grupo de dez leitores resolveu procurar o autor,
numa segunda-feira, e combinar com ele uma aula de Contabilidade,
para o final de semana, por R$ 1,00 (um real). Nesse caso, podem
ocorrer diferentes situações acerca do pagamento, conforme a seguir:
a) o grupo pode resolver entregar o dinheiro, R$ 10,00 (dez reais),
imediatamente (já na segunda-feira) para o professor, por conta
da aula a ser dada somente no final de semana;
b) ainda, o grupo pode resolver entregar o dinheiro, R$ 10,00 (dez
reais), para o professor, imediatamente no momento em que for
ministrada a aula, no final de semana;
c) finalmente, o grupo pode resolver entregar o dinheiro, R$10,00
(dez reais), para o professor, somente no final do mês, ou seja,
após o momento em que foi ministrada a aula do final de semana.
No primeiro caso, em que o grupo entrega o dinheiro, R$ 10,00 (dez
reais), imediatamente (já na segunda-feira) para o professor, por conta
da aula a ser dada somente no final de semana; no patrimônio do
professor aparece (já na segunda-feira) um elemento novo – o dinheiro
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recebido. Entretanto, tal situação não enseja um efetivo aumento de
patrimônio, porque – ao mesmo tempo – nasce, no patrimônio do
professor, uma obrigação (de dar a aula ou devolver o dinheiro) que
tem o mesmo valor que o dinheiro recebido e, assim, vê-se que, no
momento do recebimento do dinheiro, não houve aumento do
patrimônio. O efetivo aumento do patrimônio somente se dará no final
de semana, ao final da aula, pois, como o professor cumpriu o que havia
combinado fazer, desaparece, de seu patrimônio, uma obrigação (de dar
a aula ou devolver o dinheiro), o que enseja – sem dúvida – um
aumento do patrimônio. Assim, pelo regime de competência, temos a
receita auferida no final de semana, no momento em que a aula foi
ministrada, independentemente do recebimento de dinheiro antecipado.
No segundo caso, em que o grupo entrega o dinheiro, R$ 10,00 (dez
reais), para o professor, imediatamente no momento em que é
ministrada a aula, no final de semana; no patrimônio do professor
ocorre um aumento, no final de semana, ao final da aula, pois, como o
professor cumpriu o que havia combinado fazer, surge, em seu
patrimônio, um elemento novo – o dinheiro, sem que surja qualquer
obrigação (de dar a aula ou devolver o dinheiro), isso porque já está
cumprido o que foi combinado – dar a aula. Assim, pelo regime de
competência, temos a receita auferida no final de semana, no momento
em que a aula foi ministrada, pelo fato da aula ter sido dada, e não pelo
fato do pagamento ter ocorrido (também) naquele momento.
No terceiro caso, em que o grupo entrega o dinheiro, R$10,00 (dez
reais), para o professor, somente no final do mês, ou seja, após o
momento em que foi ministrada a aula do final de semana, já no
momento em que a aula é ministrada há um aumento do patrimônio do
professor, pois, como o professor cumpriu o que havia combinado fazer,
mesmo sem o recebimento do dinheiro, já aparece em seu patrimônio
um direito (de receber os R$ 10,00 a que faz jus). Assim, pelo regime
de competência, temos a receita auferida no final de semana, no
momento em que a aula foi ministrada, independentemente do fato de
não ter ocorrido o pagamento até aquele momento (o que somente
ocorrerá ao final do mês).
A receita é considerada realizada no momento em que há a venda de
bens e direitos da Entidade – entendida a palavra “bem” em sentido
amplo, incluindo toda sorte de mercadorias, produtos, serviços, inclusive
equipamentos e imóveis –, com a transferência da sua propriedade para
terceiros, efetuando estes o pagamento em dinheiro ou assumindo
compromisso firme de fazê-lo num prazo qualquer. Normalmente, a
transação é formalizada mediante a emissão de nota fiscal ou
documento equivalente, em que consta a quantificação e a formalização
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do valor de venda, pressupostamente o valor de mercado da coisa ou do
serviço.
Embora esta seja a forma mais usual de geração de receita, também há
uma segunda possibilidade, conforme visto acima, materializada na
extinção parcial ou total de uma exigibilidade, como no caso do perdão
de multa fiscal, da anistia total ou parcial de uma dívida, da eliminação
de passivo pelo desaparecimento do credor, pelo ganho de causa em
ação em que se discutia uma dívida ou o seu montante, já devidamente
provisionado, ou outras circunstâncias semelhantes.
Finalmente, há ainda uma terceira possibilidade, também já
apresentada: a de geração de novos ativos sem a interveniência de
terceiros, como ocorre correntemente no setor pecuário, quando do
nascimento de novos animais. A última possibilidade está representada
na geração de receitas por doações recebidas, já comentada
anteriormente.
Como observação importante, temos que, entretanto, as diversas fontes
de receitas citadas acima representam a negativa do reconhecimento da
formação destas por valorização dos ativos, porque, na sua essência, o
conceito de receita está indissoluvelmente ligado à existência de
transação com terceiros, exceção feita à situação referida no final do
parágrafo anterior, na qual ela existe, mas de forma indireta. Ademais,
aceitar-se, por exemplo, a valorização de estoques significaria o
reconhecimento de aumento do Patrimônio Líquido, quando sequer há
certeza de que a venda a realizar-se e, mais ainda, por valor
consentâneo àquele da reavaliação, configurando-se manifesta afronta
ao Princípio da Prudência. Aliás, as valorizações internas trariam no seu
bojo sempre um convite à especulação e, conseqüentemente, ao
desrespeito a esse princípio.
A receita de serviços deve ser reconhecida de forma proporcional aos
serviços efetivamente prestados. Em alguns casos, os princípios
contratados prevêem cláusulas normativas sobre o reconhecimento
oficial dos serviços prestados e da receita correspondente. Exemplo
neste sentido oferecem as empresas de consultoria, nas quais a
cobrança dos serviços é feita segundo as horas-homens de serviços
prestados, durante, por exemplo, um mês, embora os trabalhos possam
prolongar-se por muitos meses ou até ser por prazo indeterminado. O
importante, nestes casos, é a existência de unidade homogênea de
medição formalizada contratualmente, além, evidentemente, da
medição propriamente dita. As unidades físicas mais comuns estão
relacionadas com tempo – principalmente tempo-homem e tempo-
máquina –, embora possa ser qualquer outra, como metros cúbicos por
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tipo de material escavado, metros lineares de avanço na perfuração de
poços artesianos, e outros.
Nas Entidades em que a produção demanda largo espaço de tempo,
deve ocorrer o reconhecimento gradativo da receita, proporcionalmente
ao avanço da obra, quando ocorre a satisfação concomitante dos
seguintes requisitos:
• preço do produto é estabelecido mediante contrato, inclusive
quanto à correção dos preços, quando houver;
• não há riscos maiores de descumprimento do contrato, tanto de
parte do vendedor, quanto do comprador;
• existe estimativa, tecnicamente sustentada, dos custos a serem
incorridos.
Assim, no caso de obras de engenharia, em que usualmente estão
presentes os três requisitos nos contratos de fornecimento, o
reconhecimento da receita não deve ser postergado até o momento da
entrega da obra, pois o procedimento redundaria num quadro irreal da
formação do resultado, em termos cronológicos. O caminho correto está
na proporcionalização da receita aos esforços despendidos, usualmente
expressos por custos – reais ou estimados – ou etapas vencidas.
7.1.6.1.2 Despesas
As despesas, ao contrário das receitas, podem ser conceituadas com
reduções brutas do patrimônio. Ora, se o patrimônio é composto de
bens, direitos e obrigações, ocorre uma despesa no momento da
ocorrência de um fato que enseje (conjunta ou alternativamente)
redução de bens e direitos e/ou aumento de obrigações.
Veja que esse conceito de despesa – apesar de perfeitamente lógico e
de acordo com tudo o que foi visto até aqui – não é o que nós
normalmente pensamos. Tendemos a pensar – de forma errada – que a
despesa somente ocorre (tecnicamente, utiliza-se o termo incorre)
quando há pagamento de dinheiro e que, enquanto não se efetua o
pagamento, nada ainda aconteceu.
Para afastar esse pensamento errado (de que somente há despesa no
momento do pagamento) compare dois patrimônios idênticos – de duas
pessoas (ou empresas) que tenham mil reais – sendo que a primeira,
além dos mil reais tem a obrigação de pagar, ao final do mês, a quantia
de duzentos reais. Agora eu pergunto: qual dos dois patrimônios é
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menor? Sem dúvida o primeiro (que reduzindo os mil reais em dinheiro,
apresenta uma obrigação avaliada em duzentos reais). Assim, conclui-
se que a visão do patrimônio é muito mais acurada quando se considera
a despesa independente do pagamento.
Pelo regime de caixa, considera-se ocorrida (ou, tecnicamente,
incorrida) a despesa somente no momento de seu pagamento. Ao
contrário, no regime de competência, a despesa é considerada incorrida
no momento em que ocorre um fato que enseja a redução do
patrimônio, independentemente de pagamento de dinheiro.
O que falta é ter uma visão clara de quais são os fatos que podem vir a
ensejar tal redução de patrimônio e, com isso, ter condições de
identificar o momento em que a Contabilidade (pelo regime de
Competência) deve registrar a despesa.
Alguns casos são auto-explicativos como, por exemplo, uma doação: no
momento em que eu realizo uma doação meu patrimônio é reduzido,
justamente pela saída – dele – de um elemento (o bem doado). No
momento em que perdoa-se uma dívida o patrimônio também diminui,
pelo desaparecimento do direito de exigir que a dívida seja paga. Essas
são situações que, pela leitura do caso, pode se identificar o momento
em que ocorre a redução patrimonial (despesa). Mas o que queremos
aqui é definir uma diretriz, que possa guiar o pensamento do estudante
na hora de decidir se houve ou não despesa.
Nossa proposta de identificação do momento em que a despesa ocorre
(para o caso geral de negócios entre partes que estejam interessadas
em vendas ou prestações de serviço) é a seguinte: haverá despesa no
momento em que houver o cumprimento, pela outra parte, do
que havia sido combinado.
Este é o fulcro do pensamento Contábil, no que diz respeito ao regime
de competência e, em especial, às despesas.
Com a colocação dessas idéias iniciais acerca do princípio da
Competência, passamos a analisar casos e identificar, neles, a o
momento em que se a despesa é considerada incorrida. Para isso,
sugiro considerar a situação abaixo descrita.
Imaginem que a leitura deste texto tenha sido tão instigante e
elucidativa que um grupo de dez leitores resolveu procurar o autor,
numa segunda-feira, e combinar com ele uma aula de Contabilidade,
para o final de semana, por R$ 1,00 (um real). Nesse caso, podem
ocorrer diferentes situações acerca do pagamento, conforme a seguir:
a) o grupo pode resolver entregar o dinheiro, R$ 10,00 (dez reais),
imediatamente (já na segunda-feira) para o professor, por conta
da aula a ser dada somente no final de semana;
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b) ainda, o grupo pode resolver entregar o dinheiro, R$ 10,00 (dez
reais), para o professor, imediatamente no momento em que for
ministrada a aula, no final de semana;
c) finalmente, o grupo pode resolver entregar o dinheiro, R$10,00
(dez reais), para o professor, somente no final do mês, ou seja,
após o momento em que foi ministrada a aula do final de semana.
No primeiro caso, em que o grupo entrega o dinheiro, R$ 10,00 (dez
reais), imediatamente (já na segunda-feira) para o professor, por conta
da aula a ser dada somente no final de semana; no patrimônio dos
alunos, em que pese ter havido a saída de dinheiro, não há uma efetiva
redução do patrimônio, porque – ao mesmo tempo – nasce, no
patrimônio dos alunos, um direito (de receber a aula ou ter seu dinheiro
devolvido) que tem o mesmo valor que o dinheiro pago e, assim, vê-se
que, no momento do pagamento do dinheiro (segunda-feira), não houve
redução no patrimônio dos alunos. A efetiva redução do patrimônio
somente se dará no final de semana, ao final da aula, pois, como o
professor cumpriu o que havia combinado fazer, desaparece, do
patrimônio dos alunos, o direito (de receber a aula ou ter seu dinheiro
devolvido), o que enseja – sem dúvida – uma redução dos patrimônios
dos alunos. Assim, pelo regime de competência, temos a despesa
incorrida no final de semana, no momento em que a aula foi ministrada,
independentemente do pagamento do dinheiro ter sido realizado
antecipadamente, na segunda-feira.
No segundo caso, em que o grupo entrega o dinheiro, R$ 10,00 (dez
reais), para o professor, imediatamente no momento em que é
ministrada a aula, no final de semana; nos patrimônios dos alunos
ocorre uma redução, no final de semana, ao final da aula, pois, como o
professor cumpriu o que havia combinado fazer, desaparece, do
patrimônio dos alunos, um elemento – o dinheiro, sem que surja
qualquer direito (de receber a aula ou ter seu dinheiro devolvido), isso
porque já está cumprido – pelo professor – o que foi combinado – dar a
aula. Assim, pelo regime de competência, temos a despesa incorrida no
final de semana, no momento em que a aula foi ministrada, pelo fato da
aula ter sido dada, e não pelo fato do pagamento ter ocorrido (também)
naquele momento.
No terceiro caso, em que o grupo entrega o dinheiro, R$10,00 (dez
reais), para o professor, somente no final do mês, ou seja, após o
momento em que foi ministrada a aula do final de semana, já no
momento em que a aula é ministrada há uma redução nos patrimônios
dos alunos, pois, como o professor cumpriu o que havia combinado
fazer, mesmo sem o pagamento do dinheiro, já aparece – nos
patrimônios dos alunos uma obrigação (de pagar os R$ 10,00 a que o
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professor faz jus). Assim, pelo regime de competência, temos a
despesa incorrida no final de semana, no momento em que a aula foi
ministrada, independentemente do fato de não ter ocorrido o
pagamento até aquele momento (o que somente ocorrerá ao final do
mês).
Assim, conforme visto, as despesas, na maioria das vezes, representam
consumpção de ativos, que tanto podem ter sido pagos em períodos
passados, no próprio período, ou ainda virem a ser pagos no futuro. De
outra parte, não é necessário que o desaparecimento do ativo seja
integral, pois muitas vezes a consumpção é somente parcial, como no
caso das depreciações14 ou nas perdas de parte do valor de um
componente patrimonial do ativo, por aplicação do Princípio da
PRUDÊNCIA à prática, de que nenhum pode permanecer avaliado por
valor superior ao de sua recuperação por alienação ou utilização nas
operações em caráter corrente. Mas a despesa também pode decorrer
do surgimento de uma exigibilidade sem a concomitante geração de um
bem ou de um direito, como acontece, por exemplo, nos juros
moratórios e nas multas de qualquer natureza.
Entre as despesas do tipo em referência localizam-se também as que se
contrapõem a determinada receita, como é o caso dos custos diretos
com vendas, nos quais se incluem comissões, impostos e taxas e até
“royalties”. A aplicação correta da competência exige mesmo que se
provisionem, com base em fundamentação estatística, certas despesas
por ocorrer, mas indiscutivelmente ligadas à venda em análise, como as
despesas futuras com garantias assumidas em relação a produtos.
Nos casos de Entidades em períodos pré-operacionais, no seu todo ou
em algum setor, os custos incorridos são ativados, para se
transformarem posteriormente em despesas, quando da geração das
receitas, mediante depreciação ou amortização. Tal circunstância está
igualmente presente em projetos de pesquisa e desenvolvimento de
produtos – muito freqüentes nas indústrias químicas e farmacêuticas,
bem como naquelas que empregam alta tecnologia – em que a
amortização dos custos ativados é usualmente feita segundo a vida
mercadológica estimada dos produtos ligados às citadas pesquisas e
projetos.15
14
Depreciações são consideradas perdas do valor de um bem por (1) uso, (2) desgaste
ou (3) obsolescência. Esse conceito será apresentado, e minuciosamente analisado,
adiante neste curso.
15
Esse conceito será minuciosamente analisado no tópico que trata do Ativo
Permanente Diferido.
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7.1.6.2 Receitas e despesas x recebimentos e pagamentos
A competência, portanto, é o princípio que estabelece quando um
determinado componente deixa de integrar o patrimônio, para
transformar-se em elemento modificador do Patrimônio Líquido. Da
confrontação entre o valor final dos aumentos do Patrimônio Líquido –
usualmente denominados “receitas” – e das suas diminuições –
normalmente chamadas de “despesas”–, emerge o conceito de
“resultado do período”: positivo, se as receitas forem maiores do que as
despesas; ou negativo, quando ocorrer o contrário.
Observa-se que o Princípio da Competência não está relacionado com
recebimentos ou pagamentos, mas com o reconhecimento das receitas
geradas e das despesas incorridas no período. Mesmo com
desvinculação temporal das receitas e despesas, respectivamente do
recebimento e do desembolso, a longo prazo ocorre a equalização entre
os valores do resultado contábil e o fluxo de caixa derivado das receitas
e despesas, em razão dos princípios referentes à avaliação dos
componentes patrimoniais.
Quando existem receitas e despesas pertencentes a um exercício
anterior, que nele deixarem de ser consideradas por qualquer razão, os
componentes ajustes devem ser realizados no exercício em que se
evidenciou a omissão.
O Princípio da Competência é aplicado a situações concretas altamente
variadas, pois são muito diferenciadas as transações que ocorrem nas
Entidades, em função dos objetivos destas. Por esta razão é a
competência o princípio que tende a suscitar o maior número de dúvidas
na atividade profissional dos contabilistas. Cabe, entretanto, sublinhar
que tal fato não resulta em posição de supremacia hierárquica em
relação aos demais princípios, pois o status de todos é o mesmo,
precisamente pela sua condição científica.
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princípio da prudência, na dúvida, a Contabilidade deve descrever o
patrimônio da forma mais feia possível.
O Princípio da Prudência está definido no art. 10 da Resolução CFC n°
750, de 1993, abaixo:
Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do
menor valor para os componentes do ATIVO e do maior
para os do PASSIVO, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das
mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da
hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando
se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos
demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.
§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da
PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores,
constituindo-se ordenamento indispensável à correta
aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.
§ 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase
quando, para definição dos valores relativos às variações
patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem
incertezas de grau variável.
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valor decorrente de transações com o mundo exterior, das duplicatas ou
de contas a receber. A escolha não está no reconhecimento ou não da
provisão, indispensável sempre que houver risco de não-recebimento de
alguma parcela, mas, sim, no cálculo do seu montante.
Cabe observar que o atributo da incerteza, à vista no exemplo referido
no parágrafo anterior, está presente, com grande freqüência, nas
situações concretas que demandam a observância do Princípio da
PRUDÊNCIA. Em procedimentos institucionalizados, por exemplo, em
relação aos “métodos” de avaliação de estoques, o Princípio da
PRUDÊNCIA, raramente, encontra aplicação.
No reconhecimento de exigibilidades, o Princípio da PRUDÊNCIA envolve
sempre o elemento incerteza em algum grau, pois, havendo certeza,
cabe, simplesmente, o reconhecimento delas, segundo o Princípio da
OPORTUNIDADE.
Para melhor entendimento da aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA
cumpre lembrar que:
• os custos ativados devem ser considerados como despesa no
período em que ficar caracterizada a impossibilidade de eles
contribuírem para a realização dos objetivos operacionais da
Entidade;
• todos os custos relacionados à venda, inclusive aqueles de
publicidade, mesmo que institucional, devem ser classificados
como despesas;
• os encargos financeiros decorrentes do financiamento de ativos de
longa maturação devem ser ativados no período pré-operacional a
partir do momento em que o ativo entrar em operação.
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7.1.8 Conseqüências da inobservância dos princípios
A inobservância dos princípios pode vir a ser punida com sanções
administrativas.
Art. 11. A inobservância dos Princípios Fundamentais de
Contabilidade constitui infração nas alíneas “c”, “d” e “e”
do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de
1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional
do Contabilista.
7.2 Convenções
Os princípios devem ser rigorosamente seguidos pelos contadores e são
complementados por convenções, que definem mais precisamente os
métodos e critérios contábeis. Tais convenções são, entretanto, apenas
indicativas e terão menor peso que os princípios. Assim, do ponto de
vista prático, uma convenção pode deixar de ser aplicada, desde que o
fato esteja devidamente identificado em notas explicativas.
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tanto ter sido um adquirido por R$ 10,00 quanto por R$ 12,00 ou,
ainda, pode se tratar de um pé de cada (que, na média, resultaria em
tamanco adquirido por R$ 11,00).
Pois bem, em vista do problema descrito no parágrafo acima, a
legislação permite a utilização de dois critérios diferentes:
a) considerar que o primeiro tamanco adquirido foi o tamanco
vendido – que resultaria em um custo de R$ 10,00;
b) considerar que o tamanco vendido é uma média de todos os
tamancos adquiridos até o momento da venda – que resultaria em
um custo de R$ 11,00.
Veja que, uma vez escolhido o critério, ele deve ser mantido ao longo do
tempo. Facilitando a comparação dos custos de tamanco ao longo do
tempo.
Finalmente, como as convenções não são de obediência mandatória, no
caso de alteração do contexto da entidade, não é proibida a mudança de
critério, desde que – conforme já dito – a mudança esteja explicitada
nas Notas Explicativas às demonstrações.
7.2.3 Objetividade
Entre um critério subjetivo de valor, mesmo que confiável, e outro
objetivo, a Contabilidade deverá adotar sempre o mais objetivo,
entendido como aquele que possa ser comprovado por documentos.
Somente depois devem ser considerados critérios pessoais e opiniões de
peritos.
Como, por exemplo, no caso de para uma mesma operação haver a
opinião de um perito e um documento, vale, para registro, o valor
constante do documento.
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8 Resumo
a) Conceito de Contabilidade (Ciência / Campo, objeto,
método/técnicas)
Contabilidade é a ciência (atividade rigorosa de estudo) que tem por
campo a azienda (qualquer ente que possa vir a ter patrimônio), por
objeto o patrimônio e por método o das partidas dobradas – o que
resulta na elaboração de técnicas de registro, elaboração de
demonstrações, análise de demonstrações e auditoria.
b) Histórico (Antiguidade, Renascimento, Atualidade)
A Contabilidade existe desde que o homem descobriu a idéia de
propriedade, mas sua sistematização e a transformação da feição que
ela hoje apresenta teve origem na época do renascimento e das grandes
navegações, sendo o Frei Lucca Pacciolli responsável pela condensação
das técnicas então utilizadas em seu livro Summa Aritmética;
introduzindo o método das partidas dobradas, passou a ser conhecido
como o pai da Contabilidade. Na atualidade, a Contabilidade – no Brasil
– está regida pelas disposições da Lei das S/A (Lei 6.404, de 1976).
c) Patrimônio (itens, significado, denominações)
O patrimônio é composto por bens, direitos e obrigações. Os bens e
direitos compõem o grupo do patrimônio denominado Ativo, as
obrigações compõem o grupo denominado passivo. A diferença entre
Ativo e Passivo é denominada Patrimônio Líquido. Estes três grupos são
conhecidos por outros nomes também, conforme abaixo:
• Ativo – patrimônio bruto, total das aplicações, total dos
investimentos;
• Passivo – passivo exigível, exigibilidades, capital de
terceiros;
• Patrimônio Líquido – capital próprio, situação líquida do
patrimônio e passivo a descoberto (somente no caso dele
ser negativo).
d) Funções da Contabilidade (Sistema de Informação / usuários /
funções: administrativa e econômica / evidenciação e forma x
essência)
A Contabilidade é um sistema de informações, para usuários internos e
externos (principalmente para estes). A informação gerada pelo
sistema contábil tem duas funções: (1) administrativa – o controle do
patrimônio e (2) econômica – apuração do resultado (ou redito). Na
apresentação da informação contábil, dois objetivos são perseguidos:
(1) a evidenciação – mostrar tudo o que realmente está acontecendo no
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patrimônio e (2) a apresentação da essência (às vezes, em detrimento
da forma) dos fatos ocorridos.
e) Princípios (Entidade / Continuidade / Oportunidade:
tempestividade, integridade / Registro pelo Valor Original /
Atualização Monetária / Competência / Prudência)
• Entidade – o patrimônio dos sócios não se confunde com o
patrimônio da empresa.
• Continuidade – a empresa deve ter seu patrimônio registrado a
partir da premissa de que sua atividade é eterna; ao contrário,
quando houver clara informação de quebra de continuidade da
empresa, o registro do patrimônio pode e deve ser alterado
(ativos podem ser registrados pelo seu valor de realização –
alienação – prazos do passivo devem ser alterados para estarem
de acordo com a data de interrupção das atividades da empresa).
• Oportunidade – o princípio da oportunidade se desdobra em duas
idéias principais, a saber: (1) a tempestividade – o que ocorre no
patrimônio deve ser registrado no momento de sua ocorrência
(nem antes, nem depois) e (2) integridade – o que ocorre no
patrimônio deve ser registrado por completo (não se aceita o
registro apenas parcial de um acontecimento).
• Registro pelo valor original – os elementos constantes do
patrimônio devem ser, nele, registrados pelo valor de
transacionado com terceiros (para a entrada do referido elemento
no patrimônio).
• Atualização monetária – proibida pela Lei 9.249, de 1995.
• Competência – as receitas devem ser registradas quando
auferidas, independentemente de seu recebimento, e as despesas
devem ser registradas quando incorridas, independentemente de
seu pagamento.
• Prudência – frente a duas opções igualmente corretas, a
Contabilidade deve preferir (para registro de fatos e informações
no patrimônio) aquele que: (1) para ativos representem o menor
valor e (2) para passivos representem o maior valor.
f) Convenções (Uniformidade / Materialidade / Objetividade)
Pela convenção da Uniformidade, uma vez escolhido um critério de
registro do patrimônio, esse critério deve PREFERENCIALMENTE, ser
mantido ao longo do tempo (facilitando a comparação de séries
temporais). Pela convenção da Materialidade, o registro do patrimônio
deve se referir a itens materialmente importantes (sendo os demais
passíveis de registro em conjunto). Pela convenção da objetividade,
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entre um suporte documental e a opinião subjetiva de alguém, o
registro contábil deve ser realizado com base no suporte documental
(objetivo).
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Janeiro, de 17 a 27 de agosto de 1924. Assim, abaixo, transcrevemos o
conceito já apresentado na parte teórica acima:
“A Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as
funções de orientação, de controle e de registro relativos à
administração econômica”.
Assim, percebe-se que a alternativa correta é a de letra B, que traz
EXATAMENTE essas palavras.
Gabarito
B
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de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a
uma sociedade ou instituição de qualquer natureza,
independentemente da sua finalidade, que pode, ou não,
incluir o lucro.
“... estudar e controlar o patrimônio, para fornecer informações sobre
sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico
decorrente da gestão da riqueza patrimonial.”. Repare que a expressão
chave da proposição é a expressão PARA FORNECER INFORMAÇÕES
SOBRE. Ora, fornecer informações é a finalidade da Contabilidade,
conforme visto na parte teórica deste tópico explicitamente referenciado
no Pronunciamento do Ibracon (Instituto Brasileiro de Contadores),
aprovado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) através da
Deliberação n° 29, de 1986, a seguir reproduzida, em parte:
Anexo à Deliberação nº 29 de 05 de Fevereiro de 1986.
ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE -
OBJETIVOS DA CONTABILIDADE
A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de
informação e avaliação destinado a prover seus usuários
com demonstrações e análises de natureza econômica,
financeira, física e de produtividade, com relação à
entidade objeto de contabilização.
Com essa análise, conclui-se que a resposta certa é a assertiva de letra
A. Apenas para fins de esclarecimento, a seguir, analisaremos cada
uma das assertivas da questão:
a) o objeto e a finalidade da Contabilidade;
Certo, o objeto da Contabilidade é o Patrimônio e sua finalidade é prover
o usuário de informações.
b) a finalidade e o conceito da Contabilidade;
A finalidade da Contabilidade é prover o usuário de informações e o
conceito da Contabilidade é a Ciência que estuda o Patrimônio.
c) o campo de aplicação e o objeto da Contabilidade;
O campo de aplicação da Contabilidade é a Azienda e o objeto da
Contabilidade é o Patrimônio.
d) o campo de aplicação e o conceito de Contabilidade;
O campo de aplicação da Contabilidade é a Azienda e o conceito da
Contabilidade é a Ciência que estuda o Patrimônio.
e) a finalidade e as técnicas contábeis de Contabilidade.
A finalidade da Contabilidade é prover o usuário de informações e as
técnicas contábeis são o registro, a elaboração de demonstrações, a
análise e a auditoria.
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Gabarito
A
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Gabarito
C
16
Por Pessoa Física, entende-se qualquer ser humano que, tendo personalidade
jurídica (sendo sujeito de direitos e obrigações) pode ser titular de um patrimônio. Por
Pessoa Jurídica, entende-se toda entidade resultante da organização humana de
recursos (humanos e materiais) que, também pode ser titular de um patrimônio.
Pessoas jurídicas podem ser classificadas em Pessoas Jurídicas de fato (que não estão
regularmente constituídas – conforme o Direito) ou de Direito (que estão devidamente
formalizadas pelo registro de seus atos constitutivos – Estatuto, no caso de uma
Sociedade Anônima ou Contrato Social, no caso de uma Limitada – registrados no
órgão próprio).
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a) conjunto de bens e direitos;
O conjunto de bens e direitos consiste no Ativo.
b) mercadorias
Mercadorias são bens e, portanto, um dos elementos componentes do
Ativo.
c) finanças públicas;
Finanças públicas são o objeto de interesse de outras disciplinas (Direito
Financeiro e Contabilidade Pública) – cujo estudo está fora do escopo
deste curso.
d) grande propriedade rural;
Uma grande propriedade rural seria uma fazenda, porém não com o
sentido dado à azienda pela Contabilidade.
e) patrimônio, considerado juntamente com a pessoa que tem sobre ele
poderes de administração e disponibilidade.
Certo, este é o sentido de azienda dado pela Contabilidade.
Gabarito
E
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A partir deste conceito, verifica-se que a resposta certa corresponde à
assertiva de letra A, pois apurar o resultado corresponde a apurar lucro
ou prejuízo (conforme o caso).
Gabarito
A
9.2 Patrimônio
17
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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Essa é uma questão que demanda muito pouco conhecimento de
conceitos contábeis, porém uma boa capacidade de interpretação e
alguma capacidade de realização de cálculos.
Os conceitos contábeis necessários à resolução da questão são quatro, a
saber:
• o patrimônio líquido é a diferença entre o ativo e o passivo;
• o total de dívidas corresponde ao passivo
• o total de recursos aplicados no patrimônio corresponde ao ativo;
• o valor do capital inicialmente integralizado pelos sócios, somado
aos lucros auferidos pela empresa, nos vários períodos de sua
existência, e reduzido dos respectivos dividendos pagos, também
corresponde ao valor do Patrimônio líquido.
Vistos os conceitos, vamos aplicá-los à resolução da questão:
1) valor do PL da empresa = capital inicial (+) lucros (-) dividendos
750.000+600.000-150.000=1.200.000
2) valor do passivo (=) 20% dos recursos aplicados no patrimônio
P = 0,2 * A
3) PL (=) ativo (-) passivo
PL = A – 0,2 * A
4) ocorre que o PL já foi calculado 1.200.000,00, logo, o ativo pode ser
calculado por substituição desse valor na equação expressa no item
anterior
1.200.000 = A – 0,2 * A
0,8 * A = 1.200.000
A = 1.200.000/0,8 Î A = 1.500.000,00
Gabarito
E
18
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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04- No mês de julho, a firma Papoulas Ltda. foi registrada e captou
recursos totais de R$ 7.540,00, sendo R$ 7.000,00 dos sócios, como
capital registrado e R$ 540,00 de terceiros, sendo 2/3 como
empréstimos obtidos e 1/3 como receitas ganhas. Os referidos recursos
foram todos aplicados no mesmo mês, sendo R$ 540,00 em
mercadorias; R$ 216,00 em poupança bancária; R$ 288,00 na
concessão de empréstimos; e o restante em despesas normais.
Após realizados esses atos de gestão, pode-se afirmar que a empresa
ainda tem um patrimônio bruto e um patrimônio líquido,
respectivamente, de
a) R$ 1.044,00 e R$ 864,00
b) R$ 1.044,00 e R$ 684,00
c) R$ 1.044,00 e R$ 504,00
d) R$ 1.584,00 e R$ 1.044,00
e) R$ 7.540,00 e R$ 7.000,00
Resolução e Comentários
1) Para resolver essa questão, temos que conhecer três conceitos
básicos da Contabilidade:
• patrimônio bruto = ativo (bens e direitos)
• patrimônio líquido = ativo – passivo
• capital de terceiros = passivo (obrigações – no caso, empréstimos
obtidos).
2) De acordo com os dados da questão:
Ativo ( bens e direitos ) = mercadorias + poupança bancária +
empréstimos concedidos.
Ativo = 540,00 + 216,00 + 288,00 = 1.044,00
Passivo = empréstimos obtidos
Passivo = 540,00 (*) 2/3 = 360,00
Patrimônio Líquido = Ativo (-) Passivo
Patrimônio Líquido = 1.044,00 – 360,00 = 684,00
Gabarito
B
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9.2.3 AFRF 2002 – 1a prova (março)19
Enunciado
03- Da leitura atenta dos balanços gerais da Cia. Emile, levantados em
31.12.01 para publicação, e dos relatórios que os acompanham,
podemos observar informações corretas que indicam a existência de:
Capital de Giro no valor de R$ 2.000,00
Capital Social no valor de R$ 5.000,00
Capital Fixo no valor de R$ 6.000,00
Capital Alheio no valor de R$ 5.000,00
Capital Autorizado no valor de R$ 5.500,00
Capital a Realizar no valor de R$ 1.500,00
Capital Investido no valor de R$ 8.000,00
Capital Integralizado no valor de R$ 3.500,00
Lucros Acumulados no valor de R$ 500,00
Prejuízo Líquido do Exercício no valor de R$ 1.000,00
A partir das observações acima, podemos dizer que o valor do Capital
Próprio da Cia. Emile é de
a) R$ 5.500,00
b) R$ 5.000,00
c) R$ 4.000,00
d) R$ 3.500,00
e) R$ 3.000,00
Resolução e Comentários
O que se pede para calcular, nessa questão, é o valor do capital próprio.
Por capital próprio entende-se o patrimônio líquido (diferença entre
ativo e passivo Æ PL = A – P). O enunciado, por sua vez, apresenta
valores de saldos de vários grupos patrimoniais, identificados por nomes
diferentes daqueles usualmente utilizados. Assim, para a resolução da
questão, faz-se necessário o auxílio de um pequeno glossário.
19
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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Expressão significado
Capital de Giro ativo circulante
Capital Social capital social
Capital Fixo ativo permanente
Capital Alheio passivo exigível
valor máximo do capital social por decisão da diretoria (sem a necessidade de assembléia
Capital Autorizado geral que autorize o aumento).
Capital a Realizar capital a realizar
Capital Investido ativo
Capital Integralizado capital integralizado
Lucros Acumulados lucro acumulados
Prejuízo Líquido do Exercício lucro líquido (quando negativo)
20
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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sociedade ou instituição, cujo patrimônio pode confundir-se com o dos
sócios ou proprietários.
c) Da observância do Princípio da Oportunidade resulta que o registro
deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no
patrimônio da Entidade, em um período de tempo determinado.
d) A apropriação antecipada das prováveis perdas futuras, antes
conhecida como Convenção do Conservadorismo, hoje é determinada
pelo Princípio da Competência.
e) A observância do Princípio da Continuidade não influencia a aplicação
do Princípio da Competência, pois o valor econômico dos ativos e dos
passivos já contabilizados não se altera em função do tempo.
Resolução e Comentários
Analisando cada uma das alternativas apresentadas no enunciado,
temos:
a) A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é
obrigatória no exercício da profissão, mas não constitui condição de
legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade.
A observância dos princípios é condição de legitimidade das Normas
Brasileiras de Contabilidade, visto que eles são de aplicação obrigatória,
de acordo com o que dispõe a Resolução CFC n° 750, de 1993, que
estabelece os princípios de Contabilidade:
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patrimonial, a necessidade da diferenciação de um
Patrimônio particular no universo dos patrimônios
existentes, independentemente de pertencer a uma
pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou
instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem
fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o
Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios
ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE,
mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação
contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova
ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-
contábil.”
c) Da observância do Princípio da Oportunidade resulta que o registro
deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no
patrimônio da Entidade, em um período de tempo determinado.
CORRETO, nos termos da Resolução CFC n° 750, de 1993:
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e) A observância do Princípio da Continuidade não influencia a aplicação
do Princípio da Competência, pois o valor econômico dos ativos e dos
passivos já contabilizados não se altera em função do tempo.
A observação do princípio da continuidade pode alterar valores de ativos
e passivos em função do tempo, conforme Resolução CFC n° 750, de
1993:
21
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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d) A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para
definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser
feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.
e) O Princípio da PRUDÊNCIA refere-se, simultaneamente, à
tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas
mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a
extensão correta, independentemente das causas que originaram o
registro.
Resolução e Comentários
Os princípios de Contabilidade são: entidade, continuidade,
oportunidade, registro pelo valor original, competência e prudência.
Para a resolução da questão, somente é necessário conhecer os
princípios da prudência e da oportunidade.
Pelo princípio da oportunidade, os acontecimentos relevantes para o
patrimônio devem ser registrados por completo e no momento em que
ocorrem.
O princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à integridade e
à tempestividade dos registros das mutações patrimoniais:
• a integridade diz respeito à necessidade das variações serem
reconhecidas em sua totalidade, sem qualquer falta ou excesso;
• a tempestividade obriga a que as variações sejam registradas no
momento de sua ocorrência, mesmo na hipótese de alguma
incerteza.
Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se,
simultaneamente, à tempestividade e à integridade do
registro do patrimônio e das suas mutações, determinando
que este seja feito de imediato e com a extensão correta,
independentemente das causas que as originaram.
Parágrafo único – Como resultado da observância do
Princípio da OPORTUNIDADE:
I – desde que tecnicamente estimável, o registro das
variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese
de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;
II – o registro compreende os elementos quantitativos e
qualitativos, contemplando os aspectos físicos e
monetários;
III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal
das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em
um período de tempo determinado, base necessária para
gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.
O princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os
componentes do Ativo e do maior para os componentes do Passivo,
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sempre que se apresentem duas alternativas igualmente válidas para a
quantificação das mutações do patrimônio.
Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do
menor valor para os componentes do ATIVO e do maior
para os do PASSIVO, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das
mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
A partir dos conceitos acima, analisaremos cada uma das assertivas
constantes do enunciado:
a) O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para
os componentes do ATIVO e do maior, para os do PASSIVO, sempre que
se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das
mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.
Correto.
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Errada. Inequívoca a confusão, constante na letra E, acerca dos
princípios da prudência e da oportunidade, conforme Resolução CFC
750/93.
10.3 Livros
Iudícibus, Sérgio de; Martins, Eliseu e Gelbke, Ernesto Rubens Gelbcke.
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – FIPECAFI. Ed.
Atlas. São Paulo – 4a edição – 1995.
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Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Básica. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Avançada. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Gonçalves, Eugênio Celso e Baptista, Antônio Eustáquio. Contabilidade
Geral. Ed. Atlas. São Paulo – 2a edição – 1994.
Silva, Benedito Gonçalves da. Contabilidade Geral. Ed. Meta – 2a edição
– 1994.
Ferrari, Ed Luiz, Contabilidade Geral: teoria e 950 questões – Rio de
Janeiro: Elsevier 2006.
Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade – Rio de
Janeiro: Impetus, 2003.
Santos, Luiz Eduardo. Contabilidade: Resoluções e comentários de
Questões da ESAF. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
10.4 Internet
www.planalto.gov.br
www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.gov.br
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1 Roteiro
a) Atos e Fatos Contábeis.
a. Atos
b. Fatos Contábeis
i. Fatos Contábeis Permutativos
ii. Fatos Contábeis Modificativos aumentativos
iii. Fatos Contábeis Modificativos diminutivos
iv. Fatos Contábeis Mistos aumentativos
v. Fatos Contábeis Mistos diminutivos
2 Introdução
Nesta segunda aula do nosso curso, daremos mais um passo em direção
ao conhecimento da Contabilidade, ao domínio de sua lógica e à
utilização de sua linguagem. O objetivo é analisar de modo didático e
claro, porém preciso e rigoroso, os acontecimentos que têm influência
no Patrimônio, introduzindo as bases do pensamento necessário para o
domínio da técnica do lançamento contábil.
Nosso objetivo é que o aluno, ao final da aula, mais do que classificar os
fatos contábeis, tenha adquirido a capacidade de visualizá-los no
contexto do patrimônio.
1
A fiança é um contrato – que tem por objeto a estipulação de uma garantia pessoal
para o adimplemento de um outro contrato. O exemplo mais conhecido de fiança é a
fiança locatícia, que consiste na oferta, pelo locatário, de uma garantia pessoal (da
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meu cunhado (sempre o cunhado!), para que ele fosse meu fiador e ele
aceitou (para minha felicidade e preocupação dele).
Agora, vamos analisar, a seguir, a situação descrita no parágrafo acima,
do ponto de vista patrimonial.
(1) Quando meu cunhado assinou o contrato de locação, como fiador,
aconteceu algo em seu patrimônio (surgiu ou desapareceu algum bem,
direito ou obrigação ou, ainda, foram trocados valores entre bens,
direitos e obrigações)? Não, naquele momento não aconteceu nada
disso.
(2) Então, o que aconteceu? Aconteceu que, simplesmente, se
ocorresse o evento (futuro e incerto) – de que eu não pagasse o aluguel
– meu cunhado passaria a ter a obrigação de pagá-lo. Veja que, no
momento da assinatura do contrato de locação, não nasceu qualquer
obrigação para meu cunhado, mas uma eventual obrigação somente
nasceria sob uma condição (condição é definida como evento futuro e
incerto), a condição de que eu não pagasse o aluguel.
(3) E, então, quando aconteceu o evento que – efetivamente – teve
efeitos no patrimônio de meu cunhado? Felizmente nunca, pois eu
sempre paguei o aluguel religiosamente em dia, até o momento em que
eu entreguei o imóvel de volta a seu proprietário, no final do prazo da
locação.2
(4) E, se não houve nenhum efeito no patrimônio do meu cunhado, o
que aconteceu? Aconteceu um Ato Contábil (também denominado Ato
Administrativo), que consiste em um evento (ninguém duvida que
aconteceu a fiança) que ocorre sem efeito no patrimônio (essa fiança
não modificou em nada o patrimônio do meu cunhado).
3.2 Fatos
Fatos contábeis são ocorrências que têm por efeito a alteração do
Patrimônio, seja ela qualitativa (troca de valores entre elementos do
patrimônio – bens, direitos ou obrigações) ou quantitativa (alteração do
valor global do patrimônio – aumento ou redução do valor dos [bens
(+) direitos (-) obrigações] ).
Os Fatos Contábeis, acontecimentos que ALTERAM o patrimônio da
empresa, se classificam em:
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a) permutativos (qualitativos) ⇒ são Fatos que somente alteram
bens, direitos e obrigações como, por exemplo, a compra de
mercadorias;
b) modificativos (quantitativos) ⇒ são Fatos que alteram o
Patrimônio Líquido:
b.1) aumentativos (positivos) ⇒ são Fatos modificativos que
aumentam o Patrimônio Líquido como, por exemplo, uma receita
de aluguel;
b.2) diminutivos (negativos) ⇒ são Fatos Modificativos que
diminuem o Patrimônio Líquido como, por exemplo, as despesas;
c) mistos ⇒ Fatos que, ao mesmo tempo, são
permutativos e modificativos, ou seja, há troca de elemento patrimonial
com lucro ou prejuízo:
c.1) aumentativos (positivos) ⇒ venda com lucro, por exemplo;
c.2) diminutivos (negativos) ⇒ venda com prejuízo, por exemplo.
Fatos Permutativos são aqueles que, conforme o próprio nome diz,
representam eventos do tipo em que acontece uma “troca” de valores
entre elementos patrimoniais sem modificação do tamanho do
patrimônio (sem alteração do valor da diferença entre bens/direitos e
obrigações). Para ilustrar o conceito, faço uma alusão à situação de
uma tia minha, que fez operação plástica: ela retirou gordura da barriga
e a enxertou nas bochechas, nos lábios, nas nádegas e nas pernas.
Repare que o “patrimônio” dela ficou do mesmo tamanho, mudando
apenas sua configuração. Esse também é o caso dos fatos permutativos
– há troca de valores entre os bens, os direitos e as obrigações, sem
alteração do valor do Patrimônio Líquido.
Fatos Modificativos são aqueles em que, não havendo troca de valores
entre elementos do patrimônio, há surgimento ou desaparecimento de
um elemento que enseja o aumento ou a diminuição do patrimônio
(alteração do valor do Patrimônio Líquido). Para didaticamente ilustrar
o conceito, comparo o Fato Modificativo Aumentativo com a operação
plástica em que uma atriz (modelo e manequim) coloca silicone nos
seios – repare que, nesse caso, não há troca de valores entre elementos
do “patrimônio”, mas há entrada de um elemento novo no “patrimônio”
da atriz, aumentando-o. Ainda, com fins meramente didáticos, para
ilustrar a idéia de Fato Modificativo Diminutivo, lanço mão da idéia da
lipoaspiração. Com a lipoaspiração, há diminuição do “patrimônio”, pela
saída da gordura que é jogada fora, no lixo.
Finalmente, Fatos Mistos são aqueles que se enquadram (ao mesmo
tempo) no conceito de fato permutativo e modificativo. Nos Fatos
Mistos há – concomitantemente – uma troca de valores entre elementos
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do patrimônio e sua redução ou majoração por entrada ou saída de um
elemento novo.
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Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Obrigações -
Repare que essa situação inicial foi proposta apenas para que tenhamos
um exemplo de patrimônio onde representar o evento descrito3, poderia
ter sido outra configuração patrimonial qualquer; escolhemos esta por
entendermos que, sendo uma situação patrimonial inicial simples, o
entendimento fica facilitado. Na situação inicial proposta, portanto, a
quantidade de “areia” (entre bens, direitos e obrigações) é de
“cinqüenta mil grãos de areia”, representados por:
(1) um montinho de R$ 50.000,00 – em dinheiro Ativo,
(2) um buraco tapado de R$ 0,00 – nenhuma obrigação Passivo.
Para manter o conceito de patrimônio visto na aula anterior, o
Patrimônio Líquido (diferença entre Ativo e Passivo) deve ser
representado por um buraco de R$ 50.000,00 – onde deve caber a
quantidade de areia representada por bens e direitos, deduzidos das
obrigações, a ser entregue aos sócios quando da liquidação da empresa.
Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio,
do evento compra de móveis a prazo (no valor de dez mil reais):
a) Irá aparecer, nesse patrimônio, um elemento que antes não existia –
um bem representando os móveis adquiridos.
b) Irá aparecer, nesse patrimônio, também, uma obrigação que antes
não existia a obrigação de pagar o fornecedor pelos móveis
adquiridos.
Assim, o patrimônio, imediatamente após a ocorrência do fato descrito,
irá ter a seguinte configuração:
3
Ao longo desse curso, sempre que tivermos que representar algo, partiremos de um
patrimônio inicial existente. Proposto aleatoriamente como “uma licença poética”, pelo
autor, e que deverá ser aceito pelo aluno, para que se possa prosseguir no
pensamento a ser exposto.
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Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Obrigações com fornecedores 10.000,00
Móveis 10.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Diferença (A-P) 50.000,00
50.000+10.000-10.000
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Nessa situação inicial, a quantidade de “areia” (entre bens, direitos e
obrigações) é de “cinqüenta mil grãos de areia”, representados por:
(1) um montinho de R$ 50.000,00 – em dinheiro Ativo,
(2) um buraco tapado de R$ 0,00 – nenhuma obrigação Passivo.
Para manter o conceito de patrimônio visto na aula anterior, o
Patrimônio Líquido (diferença entre Ativo e Passivo) deve ser
representado por um buraco de R$ 50.000,00 – onde deve caber a
quantidade de areia representada por bens, direitos e obrigações, a ser
entregue aos sócios quando da liquidação da empresa.
Pois bem, considere o seguinte acontecimento: dez mil reais, do
dinheiro existente, foram colocados no banco. Assim, (1) dos cinqüenta
mil reais inicialmente existentes, passa a haver apenas quarenta mil
reais e (2), por outro lado, surge no patrimônio um direito que antes
inexistia (o direito de sacar dez mil reais no banco).
Assim, o patrimônio, imediatamente após a ocorrência do fato descrito,
irá ter a seguinte configuração:
Ativo Passivo
Dinheiro 40.000,00 Obrigações -
Depósito Bancário 10.000,00
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(no montinho de areia que representa o direito depósito bancário, no
valor equivalente a “dez mil grãos de areia”. É como se a areia tivesse
sido tirada de um montinho do Ativo e colocada em outro montinho
desse mesmo Ativo, o que é irrelevante para o Patrimônio Líquido (pois
a quantidade de areia existente continua a ser a mesma – tendo apenas
mudado de lugar).
Ora, se a quantidade de areia ficou constante, o Patrimônio Líquido não
foi alterado, mas a areia mudou de lugar, conclui-se que houve troca de
valor entre elementos do patrimônio sem alteração do valor do
Patrimônio Líquido. Essa situação enseja a ocorrência de um FATO
PERMUTATIVO.
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quantidade de areia representada por bens, direitos e obrigações, a ser
entregue aos sócios quando da liquidação da empresa.
Pois bem, considere o seguinte acontecimento: seis mil reais, dos dez
mil reais existentes em depósitos bancários, são retirados do banco,
mediante o saque de um cheque, e guardados no caixa. Assim, (1) dos
dez mil reais inicialmente existentes em depósitos bancários, passam a
existir apenas quatro mil reais e (2), por outro lado, no patrimônio,
ocorre um aumento da quantidade de dinheiro em caixa (de quarenta
mil reais iniciais, para quarenta e seis mil reais).
Assim, o patrimônio, imediatamente após a ocorrência do fato descrito,
irá ter a seguinte configuração:
Ativo Passivo
Dinheiro 46.000,00 Obrigações -
Depósito Bancário 4.000,00
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valor entre elementos do patrimônio sem alteração do valor do
Patrimônio Líquido. Essa situação enseja a ocorrência de um FATO
PERMUTATIVO.
4
Por contrato, entende-se uma manifestação bilateral de vontades, ou seja, um
acordo. Observe-se que é desnecessária a presença de um instrumento escrito (basta
o acordo das partes, que pode até ser verbal), mas – geralmente – há contratação por
escrito – veja convenção da objetividade na aula anterior.
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Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio,
do evento despesa de aluguel (no valor de mil reais):
a) Irá aparecer, nesse patrimônio, uma obrigação que antes não existia
a obrigação de pagar o aluguel (denominada aluguéis a pagar, no
valor de R$ 1.000,00).
b) O aparecimento dessa obrigação reduz o valor do patrimônio de
cinqüenta mil reais, para quarenta e nove mil reais.
Assim, o patrimônio, imediatamente após a ocorrência do fato descrito,
irá ter a seguinte configuração:
Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Aluguéis a pagar 1.000,00
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diminutivo) a redução do patrimônio é registrada diretamente no
Patrimônio Líquido (conforme acima representado) ou é registrada em
uma conta especial (conta de resultado), ficando o Patrimônio Líquido
constante até o final do exercício?
Passo a analisar a dúvida acima referenciada porque, apesar de ser
irrelevante para a classificação do evento ora em questão, trata-se de
uma dúvida recorrente – em sala de aula – neste ponto da matéria.
Faz-se mister esclarecer que, no momento, estamos analisando (do
ponto de vista dos respectivos efeitos patrimoniais) os fatos contábeis,
sem qualquer preocupação com o modelo de registro do fato no sistema
de informações contábil – a técnica do registro dos fatos contábeis
(lançamento) será vista adiante nesta aula, após a introdução do
conceito de conta contábil, de livros contábeis e da apresentação das
teorias das contas. Assim, por enquanto, apenas a título de
esclarecimento, basta saber que: (1) no momento, já há redução do
patrimônio, (2) essa redução não é diretamente registrada no
patrimônio líquido de imediato, (3) essa redução fica registrada em uma
conta denominada “de resultado” durante um período denominado
exercício e, ao seu final, a informação é transferida para o Patrimônio
Líquido.
Porém, mantendo nosso objetivo, de apresentação didática da
Contabilidade, não levaremos em conta as formalidades de lançamento
e de contas, para concentrarmos a atenção no entendimento do efeito
dos eventos no patrimônio (que permite a correta classificação dos fatos
contábeis e que facilitará sobremaneira o ulterior aprendizado de seus
registros – lançamentos).
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Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Obrigações -
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constante, o Patrimônio Líquido (que é a diferença entre Ativo e Passivo)
foi majorado em 3.000,00 (de 50.000,00 para 53.000,00).
Utilizando a metáfora da caixa de areia, repare que a quantidade de
areia existente entre bens, direitos e obrigações foi majorada: foi
colocado no patrimônio o equivalente a “três mil grãos de areia”, no
Ativo, para gerar um montinho de “três mil grãos de areia”,
representando o direito comissões a receber e essa areia “caiu de pára-
quedas no patrimônio” aumentando o seu tamanho. Entre bens, direitos
e obrigações, o patrimônio que tinha o equivalente a “cinqüenta mil
grãos de areia”, passa a ter o equivalente a “cinqüenta e três mil grãos
de areia”.
Ora, se a quantidade de areia existente entre os montinhos (bens e
direitos) e os buracos (obrigações) foi majorada (de R$ 50.000,00 para
R$ 53.000,00), o Patrimônio Líquido foi alterado. Mas, por outro lado,
não houve troca de valor entre elementos do patrimônio. Essa situação
enseja a ocorrência de um FATO MODIFICATIVO DIMINUTIVO.
Obs.: Conforme comentado no exemplo anterior, neste ponto da
matéria também pode surgir a mesma dúvida, típica de alunos que já
tiveram contato com a Contabilidade: No momento da ocorrência do
fato em questão (fato modificativo aumentativo) o aumento do
patrimônio é registrado diretamente no Patrimônio Líquido (conforme
acima representado) ou é registrado em uma conta especial (conta de
resultado), ficando o Patrimônio Líquido constante até o final do
exercício?
Analiso, aqui, esta a dúvida porque, apesar de irrelevante para a correta
classificação do evento em tela como fato modificativo diminutivo, trata-
se de uma dúvida recorrente em sala de aula – neste ponto da matéria.
Faz-se mister esclarecer que, no momento, estamos analisando (do
ponto de vista dos respectivos efeitos patrimoniais) os fatos contábeis,
sem qualquer preocupação com o modelo de registro do fato no sistema
de informações contábil – a técnica do registro dos fatos contábeis
(lançamento) será vista adiante nesta aula, após a introdução do
conceito de conta contábil, de livros contábeis e da apresentação das
teorias das contas. Assim, por enquanto, basta saber que: (1) no
momento já há aumento do patrimônio, (2) mas esse aumento não é
diretamente registrado no patrimônio líquido de imediato, (3) então
esse aumento fica registrado em uma conta denominada “de resultado”
durante um período denominado exercício e, ao seu final, a informação
é transferida para o Patrimônio Líquido.
Porém, mantendo nosso objetivo, de apresentação didática da
Contabilidade, não levaremos em conta as formalidades de lançamento
e de contas, para concentrarmos a atenção no entendimento do efeito
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dos eventos no patrimônio (que permite a correta classificação dos
eventos apresentados e que facilitará sobremaneira o ulterior
aprendizado dos registros – lançamentos).
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obrigações; valor esse a ser entregue aos sócios quando da liquidação
da empresa.
Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio,
do evento denominado pagamento do aluguel devido (no valor de mil
reais):
a) Será reduzido o valor em dinheiro existente nesse patrimônio, pela
saída do dinheiro no valor de R$ 1.000,00.
b) Ocorrerá, por outro lado, o desaparecimento da obrigação de pagar o
aluguel, no valor de mil reais também.
Assim, o patrimônio, imediatamente após a ocorrência do fato descrito,
irá ter a seguinte configuração:
Ativo Passivo
Dinheiro 49.000,00 Aluguéis a pagar -
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obrigação). Essa situação enseja a ocorrência de um FATO
PERMUTATIVO.
Obs.: Repare que, apesar de ter havido pagamento, não há despesa no
momento em que o dinheiro sai do patrimônio. Isso está de acordo com
os conceitos, vistos na aula anterior, relativos ao princípio da
competência.
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quantidade de areia representada por bens e direitos deduzidos das
obrigações; valor esse a ser entregue aos sócios quando da liquidação
da empresa.
Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio,
do evento venda pelo custo (no valor de quinze mil reais):
a) Será aumentado o valor em dinheiro existente nesse patrimônio, pela
entrada de R$ 15.000,00, entregues pelo cliente.
b) Ocorrerá, por outro lado, o desaparecimento de estoque de
mercadorias, no valor dos mesmos quinze mil reais.
Assim, o patrimônio, imediatamente após a ocorrência do fato descrito,
irá ter a seguinte configuração:
Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Obrigações -
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obrigação). Essa situação enseja a ocorrência de um FATO
PERMUTATIVO.
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quantidade de areia representada por bens e direitos deduzidos das
obrigações; valor esse a ser entregue aos sócios quando da liquidação
da empresa.
Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio,
do evento venda com lucro (no valor de R$ 20.000,00, referente a bens
adquiridos por R$ 15.000,00):
a) Será aumentado o valor em dinheiro existente nesse patrimônio, pela
entrada de R$ 20.000,00, entregues pelo cliente.
b) Ocorrerá, por outro lado, o desaparecimento de estoque de
mercadorias, no valor de quinze mil reais.
Assim, o patrimônio, imediatamente após a ocorrência do fato descrito,
irá ter a seguinte configuração.
Ativo Passivo
Dinheiro 55.000,00 Obrigações -
Estoque de Mercad. -
--------------------------- Patrimônio Líquido
Diferença (A-P) 55.000,00
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para maior. Adicionalmente, houve – também – uma troca de valor
entre elementos do patrimônio (dinheiro e estoque de mercadorias).
Essa situação enseja a ocorrência de um FATO MISTO AUMENTATIVO.
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Para manter o conceito de patrimônio visto na aula anterior, o
Patrimônio Líquido (diferença entre Ativo e Passivo) deve ser
representado por um buraco de R$ 50.000,00 – onde deve caber a
quantidade de areia representada por bens e direitos deduzidos das
obrigações; valor esse a ser entregue aos sócios quando da liquidação
da empresa.
Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio,
do evento venda com prejuízo (no valor de R$ 10.000,00, e referente a
bens adquiridos por R$ 15.000,00):
a) Será aumentado o valor em dinheiro existente nesse patrimônio, pela
entrada de R$ 10.000,00, entregues pelo cliente.
b) Ocorrerá, por outro lado, o desaparecimento de estoque de
mercadorias, no valor de quinze mil reais.
Assim, o patrimônio, imediatamente após a ocorrência do fato descrito,
irá ter a seguinte configuração.
Ativo Passivo
Dinheiro 45.000,00 Obrigações -
Estoque de mercad. -
--------------------------- Patrimônio Líquido
Diferença (A-P) 45.000,00
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Ora, se a quantidade de areia existente entre os montinhos (bens e
direitos) e os buracos (obrigações) foi reduzida (em R$ 5.000,00 – de
R$ 50.000,00 para R$ 45.000,00), o Patrimônio Líquido foi alterado –
reduzido. Adicionalmente, houve – também – uma troca de valor entre
elementos do patrimônio (dinheiro e estoque de mercadorias). Essa
situação enseja a ocorrência de um FATO MISTO DIMINUTIVO.
5
Exatamente o público a que este curso se destina.
6
Ver o conceito de Sistema Aberto, no qual a Contabilidade se classifica, e a relação
da contabilidade com outras disciplinas – matéria vista na aula anterior.
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a) Um papel, onde está escrito que alguém deve entregar
uma soma de dinheiro a outro alguém, em um
determinado momento futuro. Esse é o conceito de
cartularidade: a obrigação (antes intangível) passa a
existir em um papel (que é palpável).
b) Esse papel tem a capacidade de mudar de mãos e, quando
isso ocorre, quem adquire o papel passa a ser aquele que
tem o direito de exigir o pagamento nele referenciado –
com a especificidade de que esse pagamento pode ser
exigido do devedor inicial ou daquele que, posteriormente,
passou o título adiante. Esse é o conceito de mobilização
do crédito (que passa de mãos em mãos) através da
passagem do título – denominada endosso.
Veja que, assim, o crédito passa a ser utilizável, pelo credor, mesmo
antes da data de sua quitação pelo devedor. Para isso, basta negociar
com terceiros o endosso do título – por um determinado valor acordado
entre as partes.
Nos títulos de crédito em geral, há a presença de três figuras (três
personagens):
- o sacador – aquele que dá a ordem para que alguém
pague um valor para alguém;
- o sacado – aquele que recebe a ordem para pagar um
valor a alguém; e
- o tomador – também chamado de beneficiário, aquele
que deve receber o valor a ser pago.
Toda a teoria dos títulos de crédito está baseada na idéia da Letra de
Câmbio (que tem, em sua estrutura, a possibilidade de definição de três
pessoas diferentes para designar o sacador, o sacado e o tomador.
Porém, a Letra de Câmbio não é largamente utilizada no Brasil e, assim,
concentraremos nosso estudo nos títulos de crédito efetivamente
utilizados.
Como exemplos de títulos de créditos, mais utilizados no Brasil, temos a
duplicata e a nota promissória. Há também um título que, apesar de
não se classificar como um típico título de crédito, tem o formato de um
título de crédito – trata-se do cheque. O cheque é denominado
cambialiforme (tem a forma de um título de crédito, sem que o seja),
porque sendo uma ordem de pagamento à vista, não representa um
valor a ser pago em um momento futuro, mas no presente. Outra
peculiaridade do cheque é que ele não pode circular indefinidamente – a
lei proíbe vários endossos.
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Falando da Duplicata, temos que se trata de um título de crédito causal
(ou seja, que deve ter uma causa de sua existência determinada em
lei). A causa da Duplicata somente pode ser uma venda de
mercadorias/produtos ou a prestação de serviços – ambos a prazo. Na
Duplicata, quem emite o documento (sacador) é o vendedor (dos bens
ou serviços) e quem fica obrigado a pagar o valor (sacado) é o
comprador. Para que o comprador fique efetivamente obrigado a pagar
o valor constante da Duplicata, é necessário que ele aceite o título
(expressamente, assinando na face do título, ou tacitamente, atestando
o recebimento do bem ou serviço vendido). Finalmente, o nome
Duplicata deriva do fato de que ela seja uma cópia da Nota Fiscal (da
venda do bem ou do serviço). Em suma, quando uma empresa efetua
vendas a prazo de bens ou serviços, ela passa a ser a titular de um
direito denominado DUPLICATAS A RECEBER e – ao contrário – quando
uma empresa efetua compras a prazo de bens ou serviços, contrai uma
obrigação denominada DUPLICATAS A PAGAR.
A Nota Promissória, por outro lado, não tem causa definida em lei. Ou
seja, o motivo pelo qual uma Nota Promissória veio a existir é
irrelevante – em outras palavras, a Nota Promissória é autônoma em
relação à causa que a ensejou. Na Nota Promissória, o devedor da
obrigação é quem emite o título e o credor é o beneficiário do
pagamento.
Finalmente, quanto ao cheque, o emitente do cheque (correntista –
titular da conta-corrente no banco) é o sacador. O banco, que recebe a
ordem para pagar o valor consignado no cheque, é o sacado. E o
tomador é o beneficiário do cheque (o portador, ou aquele determinado
no próprio documento se o cheque for nominal).
Resumidamente, na tabela abaixo, apresentamos os três principais tipos
de títulos utilizados em nosso país, com a indicação dos sujeitos a cada
um deles relacionados.
Título Duplicata Promisória Cheque
Sacador o Vendedor o Devedor o Correntista
Sacado o Comprador o Devedor o Banco
Tomador o Vendedor o Credor o Beneficiário
(*) (**)
Obs:
(*) na duplicata, as figuras do Sacador e do Tomador se confundem na pessoa do Vendedor
(**) na Promissória, as figuras do Sacador e do Sacado se confundem na pessoa do Devedor
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Visto que a existência de uma duplicata a pagar decorre da compra de
bens ou serviços a prazo, o pagamento de duplicata, com abatimento,
significa a quitação da obrigação de pagar, pelo bem ou serviço
adquirido, com um abatimento (ou seja, pagando menos do que o valor
inicialmente acordado entre as partes).
Para a análise dos efeitos, no patrimônio, desse evento, pagamento de
duplicata com abatimento, (de R$ 14.000,00, para quitação de uma
obrigação inicialmente contraída no valor de R$ 15.000,00), partiremos
de um patrimônio inicial, proposto, contendo dinheiro (R$ 50.000,00 em
dinheiro – em caixa), um estoque de mercadorias para venda (bens
denominados estoque de mercadorias, no valor de R$ 15.000,00) e uma
obrigação, de pagar por compras a prazo (denominada duplicatas a
pagar, no valor de R$ 15.000,00), resultando em um patrimônio de R$
50.000,00. A seguir, encontra-se esquematicamente representado o
citado patrimônio inicial proposto:
Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Duplicatas a pagar 15.000,00
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50.000,00); valor esse a ser entregue aos sócios quando da liquidação
da empresa.
Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio,
do evento denominado pagamento de duplicata com abatimento (no
valor de R$ 14.000,00, para quitação de uma obrigação inicialmente
contratada por R$ 15.000,00):
a) Será reduzido o valor em dinheiro existente nesse
patrimônio, pela saída de R$ 14.000,00, entregues ao
vendedor.
b) Ocorrerá, por outro lado, o desaparecimento de uma
obrigação (denominada duplicatas a pagar) de quinze mil
reais.
Assim, o patrimônio, imediatamente após a ocorrência do fato descrito,
irá ter a seguinte configuração:
Ativo Passivo
Dinheiro 36.000,00 Duplicatas a pagar -
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R$ 50.000,00 para R$ 51.000,00), o Patrimônio Líquido foi alterado –
majorado. Adicionalmente, houve – também – uma troca de valor entre
elementos do patrimônio (dinheiro e duplicatas a pagar). Essa situação
enseja a ocorrência de um FATO MISTO AUMENTATIVO.
7
O conceito de Juros é o do valor do dinheiro no tempo. Assim, juros a receber são –
geralmente – o resultado de uma operação qualquer em que nossa empresa deixou
dinheiro com alguém, por algum tempo e, então, ficou na posição de exigir, dessa
pessoa, uma remuneração do dinheiro. No exemplo, os juros são decorrentes do fato
de que não houve pagamento na data inicialmente acordada, mas a quitação ocorreu
com atraso.
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(1.a) um montinho de R$ 35.000,00 – em dinheiro em caixa
Ativo,
(1.b) um montinho de R$ 15.000,00 – Duplicatas a receber
Ativo.
(2) Um Passivo composto por um buraco tapado, no valor de R$ 0,00,
representando a inexistência de obrigações a pagar Passivo.
Para manter o conceito de patrimônio visto na aula anterior, o
Patrimônio Líquido (diferença entre Ativo e Passivo) deve ser
representado por um buraco de 50.000,00 – onde deve caber a
quantidade de areia representada por bens e direitos deduzidos das
obrigações (R$ 35.000,00 + R$ 15.000,00 = R$ 50.000,00); valor esse
a ser entregue aos sócios quando da liquidação da empresa.
Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio,
do evento denominado recebimento de duplicata com juros (no valor de
R$ 16.000,00, relativo a um direito de R$ 15.000,00 e com a incidência
de encargos no valor de R$ 1.000,00):
c) Será aumentado o valor em dinheiro existente nesse
patrimônio, pela entrada de R$ 16.000,00, entregues pelo
comprador.
d) Ocorrerá, por outro lado, o desaparecimento de um direito
(denominado duplicatas a receber), de quinze mil reais.
Assim, o patrimônio, imediatamente após a ocorrência do fato descrito,
irá ter a seguinte configuração.
Ativo Passivo
Dinheiro 51.000,00 obrigações -
Duplicatas a receber -
--------------------------- Patrimônio Líquido
Diferença (A-P) 51.000,00
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Utilizando a metáfora da caixa de areia, repare que a quantidade de
areia existente entre bens, direitos e obrigações foi alterada. É como se:
(1) tivesse saído do patrimônio o equivalente a “quinze mil grãos de
areia”, do montinho que representa o direito duplicatas a receber, no
Ativo (2) esses “quinze mil grãos de areia” tivessem sido colocados no
montinho que representa dinheiro em caixa, no ativo, e (3) tivesse
caído, de pára-quedas, no patrimônio o equivalente a “mil grãos de
areia” adicionais, também colocados no montinho que representa
dinheiro, em caixa, no Ativo.
Ora, se a quantidade de areia existente entre os montinhos (bens e
direitos) e os buracos (obrigações) foi aumentada (em R$ 1.000,00
de R$ 50.000,00 para R$ 51.000,00), o Patrimônio Líquido foi alterado –
majorado. Adicionalmente, houve – também – uma troca de valor entre
elementos do patrimônio (dinheiro e duplicatas a receber). Essa
situação enseja a ocorrência de um FATO MISTO AUMENTATIVO.
8
Há, basicamente, dois motivos para ensejar o recebimento em valor menor do que o
inicialmente contratado: (1) o fato de que o cliente estaria pagando em data anterior
àquela do vencimento da duplicata e – pelo valor do dinheiro no tempo – pagaria um
valor menor do que aquele inicialmente contratado e (2) uma negociação ulterior à
venda, na qual o vendedor temendo a inadimplência do comprador, aceita a quitação
da operação por um valor menor.
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Ativo Passivo
Dinheiro 35.000,00 Obrigações -
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Ativo Passivo
Dinheiro 49.000,00 obrigações -
Duplicatas a receber -
--------------------------- Patrimônio Líquido
Diferença (A-P) 49.000,00
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compromisso, e se isso acontecer, nascerá uma obrigação para o
avalista (a obrigação de honrar o compromisso do devedor original, em
seu lugar). No momento em que o avalista concorda em garantir o
pagamento do título, não ocorre fato contábil – pois isso não enseja
qualquer efeito no patrimônio.
Nota-se que as garantias em geral ensejam meros atos contábeis. Isso
porque quando se garante o adimplemento de uma obrigação, somente
na condição (evento futuro e incerto) de não pagamento tempestivo
pelo devedor, o garantidor verá nascer em seu patrimônio uma
obrigação exigível.
9
Frutos são definidos como aquilo que pode ser separado de um bem, sem destruí-lo.
Em outras palavras, fruto são os bens acessórios gerados pelo bem principal – sem
que este seja destruído. Exemplos de frutos são: (a) para a terra - o aluguel, (b) para
o capital – os juros, (c) para árvores – as frutas e etc.
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obrigação atinente ao empréstimo. Um exemplo seria a quitação do
valor do empréstimo com a utilização dos aluguéis da locação de um
bem dado em anticrese.
Ainda, falando em garantia, não podemos deixar de fazer referência à
fiança – que é uma garantia pessoa dada por alguém, para assegurar
que um contrato seja cumprido.
Todas essas garantias são ATOS, pelos motivos acima colocados.
3.3.3 Resultado
Fato Descrição Classificação
1 Compra de móveis a prazo FP
2 Depósito em banco FP
3 Saque de cheque FP
4 Despesa de aluguel Fmo-
5 Receita de comissão Fmo+
6 Pagamento do aluguel devido FP
7 Venda pelo custo – à vista FP
8 Venda com lucro – à vista Fmi+
9 Venda com prejuízo – à vista Fmi-
10 Pagamento de duplicata com abatimento Fmi+
11 Recebimento de duplicata com juros Fmi+
12 Recebimento de duplicata com abatimento Fmi-
13 Aval dado a 3o ATO
14 Hipoteca dada ou recebida ATO
4 Resumo
Atos contábeis são eventos que, ocorrendo na empresa, não alteram
(qualitativamente ou quantitativamente) o patrimônio. Como exemplo
de atos contábeis temos as garantias, as custódias e as consignações.
Fatos contábeis são eventos que, ocorrendo, alteram (qualitativamente
ou quantitativamente) o patrimônio. Fatos contábeis se dividem em
fatos permutativos, modificativos ou mistos.
Fatos contábeis permutativos são aqueles em que não há modificação
no valor do Patrimônio Líquido, ocorrendo apenas troca de valores entre
elementos patrimoniais. Como exemplos, podemos citar a compra de
veículos a prazo, o saque de um cheque, o depósito bancário, etc.
Fatos contábeis modificativos são aqueles em modificação do valor do
Patrimônio Líquido, subdividindo-se entre fatos contábeis modificativos
aumentativos e fatos contábeis modificativos diminutivos.
Os fatos contábeis modificativos aumentativos são aqueles em que há
surgimento de um bem ou direito ou, ainda, extinção de uma obrigação,
com o conseqüente aumento do valor do patrimônio Líquido. Como
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exemplos, podemos citar a Receita de aluguel, a Receita de comissões,
etc.
Os fatos contábeis modificativos diminutivos são aqueles em que há
surgimento de uma obrigação ou, ainda, desaparecimento de um bem
ou de um direito, com a conseqüente redução do valor do patrimônio
Líquido. São exemplos de fatos contábeis modificativos diminutivos as
depesas de comissão, despesas com tributos, etc.
Fatos contábeis mistos são aqueles que, ao mesmo tempo, são
permutativos e modificativos. Em outras palavras, são aqueles em que
há troca de valores entre elementos patrimoniais e, também, alteração
no valor do patrimônio líquido.
Os fatos contábeis mistos aumentativos são aqueles em que há troca de
valores entre elementos do patrimônio e, adicionalmente, aumento do
valor do patrimônio Líquido. Como exemplo, citamos as vendas com
lucro.
Os fatos contábeis mistos diminutivos são aqueles em que há troca de
valores entre elementos do patrimônio e, adicionalmente, redução do
valor do patrimônio Líquido. Como exemplo, citamos as vendas com
prejuízo.
10
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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d) A nota promissória e a duplicata são títulos de crédito, sendo que na
primeira o emitente é também chamado sacado; e na segunda, o
emitente é também chamado sacador.
e) A triplicata é um título de crédito de emissão obrigatória, mas apenas
quando houver o extravio da segunda duplicata.
Resolução e comentários
Trata-se de questão teórica sobre títulos de créditos, nos títulos de
créditos temos três figuras:
- o sacador – aquele que dá a ordem para que alguém pague
algo a outrem;
- o sacado – aquele que recebe a ordem para efetuar o
pagamento;
- o tomador – aquele que recebe o pagamento, efetuado pelo
sacado, a mando do sacador.
Na promissória, as figuras do sacador e sacado se confundem na pessoa
do devedor e o tomador é o credor.
Na duplicata (título somente aplicável a operações de venda ou
prestação de serviços) as figuras do sacador e tomador se confundem
na pessoa do vendedor e o sacado é o comprador.
Com esses conceitos teóricos, vamos analisar cada uma das
alternativas:
a) A nota promissória é um título de crédito autônomo, próprio para
operações mercantis de compra e venda entre pessoas físicas.
O título próprio para operações mercantis é a duplicata.
b) O sacado na Nota promissória é o credor enquanto na duplicata o
sacado é o devedor.
Em ambos os casos, o sacado é o devedor.
c) A duplicata é um título de crédito próprio para transações financeiras,
que só é emitido por pessoas jurídicas.
A duplicata é um título próprio para transações comerciais e de
prestação de serviço – não para operações financeiras.
d) A nota promissória e a duplicata são títulos de crédito, sendo que na
primeira o emitente é também chamado sacado; e na segunda, o
emitente é também chamado sacador.
Certo.
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A triplicata é a reemissão da duplicata extraviada (não é obrigatória e
não necessita segundo extravio).
Gabarito
d
11
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
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henrique
0,00 Início do dia
Presente
105,00
Jornal
(1,20)
Ônibus
(1,80)
Refeição
(10,00)
venda de chicletes
40,00
custo da venda
(25,00)
107,00
Gabarito
A
12
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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• permutativos (qualitativos) ⇒ são Fatos que somente alteram
bens, direitos e obrigações como, por exemplo, a compra de
mercadorias;
• modificativos (quantitativos) ⇒ são Fatos que alteram o
Patrimônio Líquido:
• aumentativos (positivos) ⇒ são Fatos modificativos que aumentam o
Patrimônio Líquido como, por exemplo, uma receita de aluguel;
• diminutivos (negativos) ⇒ são Fatos Modificativos que
diminuem o Patrimônio Líquido como, por exemplo, as despesas;
• mistos ⇒ Fatos que, ao mesmo tempo, são
permutativos e modificativos, ou seja, há troca de elemento
patrimonial com lucro ou prejuízo:
•aumentativos (positivos) ⇒ venda com lucro, por exemplo;
•diminutivos (negativos)⇒ venda com prejuízo, por exemplo.
Entendendo o fato, se temos uma letra de câmbio – um título – vencida
a pagar, temos (em nosso patrimônio) uma obrigação. Essa obrigação
deve ser paga com dinheiro. Se estamos pagando a obrigação e, mais,
os encargos (juros e multa), temos que sai dinheiro do patrimônio em
valor superior àquele da obrigação de pagar o título, que desaparece.
Vamos analisar o caso a partir de um patrimônio inicial (proposto
apenas para fins didáticos) que apresente R$ 50.000,00 em dinheiro e
uma obrigação, de pagamento do título, de R$ 10.000,00. Nesse
patrimônio, consideraremos o pagamento de R$ 10.000,00 acrescido de
R$ 2.000,00 a título de encargos (juros e multa), para quitação da
obrigação.
Situação Inicial
A tivo Pas s ivo
Dinheiro 50.000,00 Título a pagar 10.000,00
Situação Final
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A tivo Pas s ivo
Dinheiro 38.000,00 Título a pagar -
Análise
Repare que há uma redução no valor do patrimônio líquido e, também,
uma troca de valores entre elementos do patrimônio (dinheiro e
obrigação de pagar o título). Essa situação enseja a ocorrência de um
FATO MISTO DIMINUTIVO.
Na questão, o termo contábil foi substituído por ADMINISTRATIVO e o
termo misto foi substituído por COMPOSTO. Visto que se tratam de
sinônimos em nossa língua, resolveremos a questão a partir da
termonologia nela proposta, resultando em um fato administrativo
composto diminutivo.
Gabarito
D
13
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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Os fatos contábeis consistem em acontecimentos que alteram o
patrimônio em tamanho ou disposição dos respectivos elementos.
Assim, os fatos contábeis podem ser considerados permutativos,
modificativos ou mistos. Os fato permutativos são aqueles que não
alteram o tamanho do patrimônio, porém alteram sua disposição. Os
fatos modificativos são aqueles que, sem alterar a disposição de itens do
patrimônio, alteram seu tamanho. E, finalmente, os fatos mistos são ao
mesmo tempo modificativos e permutativos.
A compra é um fato permutativo:
D= estoque
C=a caixa.
Apenas para fins didáticos, propomos o seguinte quadro de classificação
de fatos contábeis:
• permutativos (qualitativos) ⇒ são Fatos que somente alteram
bens, direitos e obrigações como, por exemplo, a compra de
mercadorias;
• modificativos (quantitativos) ⇒ são Fatos que alteram o
Patrimônio Líquido:
• aumentativos (positivos) ⇒ são Fatos modificativos que aumentam o
Patrimônio Líquido como, por exemplo, uma receita de aluguel;
• diminutivos (negativos) ⇒ são Fatos Modificativos que
diminuem o Patrimônio Líquido como, por exemplo, as despesas;
• mistos ⇒ Fatos que, ao mesmo tempo, são
permutativos e modificativos, ou seja, há troca de elemento
patrimonial com lucro ou prejuízo:
•aumentativos (positivos) ⇒ venda com lucro, por exemplo;
•diminutivos (negativos)⇒ venda com prejuízo, por exemplo.
A compra de mercadorias (com ou sem pagamento à vista) é, portanto,
um fato contábil permutativo.
Gabarito
E
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Lei n° 10.406, de 2002 – Código Civil.
6.3 Livros
Iudícibus, Sérgio de; Martins, Eliseu e Gelbke, Ernesto Rubens Gelbcke.
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – FIPECAFI. Ed.
Atlas. São Paulo – 4a edição – 1995.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Básica. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Avançada. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Gonçalves, Eugênio Celso e Baptista, Antônio Eustáquio. Contabilidade
Geral. Ed. Atlas. São Paulo – 2a edição – 1994.
Silva, Benedito Gonçalves da. Contabilidade Geral. Ed. Meta – 2a edição
– 1994.
Ferrari, Ed Luiz, Contabilidade Geral: teoria e 950 questões – Rio de
Janeiro: Elsevier 2006.
Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade – Rio de
Janeiro: Impetus, 2003.
Santos, Luiz Eduardo. Contabilidade: Resoluções e comentários de
Questões da ESAF. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
6.4 Internet
www.planalto.gov.br
www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.gov.br
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1 Roteiro
a) Contas e Teoria das Contas.
a. Conceito de Conta Contábil
b. Teorias das Contas
i. Patrimonialística
ii. Personalística
iii. Materialística
b) Lançamentos.
a. Conceito
b. Livros Contábeis e Fiscais
c. Elementos
d. Débito e Crédito
2 Introdução
Esta terceira aula do nosso curso, que eu reputo como o mais
importante para os que iniciam o estudo em Contabilidade, é aquela em
que “os adultos se distinguem das crianças”. Em outras palavras, após
a leitura – e o entendimento – dos conceitos aqui apresentados (sempre
de acordo com os Princípios Fundamentais da Contabilidade e à luz do
conceito de patrimônio, e de fato contábil, já vistos), o aluno estará apto
a entender a linguagem da Contabilidade. Muito daquilo que – até
agora – era visto como um emaranhado de conceitos, que não faziam
muito sentido, mas deviam ser decorados, será visto como algo lógico,
óbvio.
Nosso objetivo é que o aluno, ao final da aula, tenha a seguinte
sensação: mas porque não me disseram isso antes? Sendo esse o
nosso objetivo, tentaremos – sempre – explicar TUDO nos mínimos
detalhes, lançando mão de comparações, ilustrações e exemplos.
Antes de entrar no assunto próprio da aula, faz-se necessário lembrar
nossa proposta didática de representação do patrimônio, entendido
como o conjunto de bens, direitos e obrigações, apoiada na metáfora da
caixa de areia, pois o raciocínio será sempre realizado a partir dessa
premissa.
Seja uma caixa de areia, dessas em que nossas crianças brincam – nas
praças públicas – durante o dia, em finais de semana (e que os gatos
utilizam, durante a noite, como banheiro). Considere que a caixa tenha
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um formato quadrado e divida essa caixa ao meio, por uma linha
vertical, separando dois lados:
a) o lado esquerdo – representando os bens e direitos
componentes do patrimônio; e
b) o lado direito – representando as obrigações componentes do
patrimônio, bem como a diferença entre bens/direitos e
obrigações.
Ora, considerando que o patrimônio é representado como se fosse uma
caixa de areia e que bens e direitos são itens que aumentam o
patrimônio, quanto mais bens e direitos no patrimônio, maior a
quantidade de areia na caixa. Assim, metaforicamente, um bem (ou um
direito) pode ser encarado, no patrimônio, como um montinho de areia
do lado esquerdo da caixa de areia e, quanto maior for o valor do bem,
maior será o tamanho do referido montinho de areia.
Ainda considerando que o patrimônio seja representado como uma caixa
de areia, pelo contrário, obrigações seriam itens que reduzem o total do
patrimônio. Assim, obrigações reduziriam a quantidade de areia
existente na caixa. Dessa forma, metaforicamente, as obrigações
podem ser vistas, no patrimônio, como buracos feitos na caixinha de
areia (de onde foi retirada areia).
Por fim, o Patrimônio Líquido (que, conforme já visto, não é definido
como uma obrigação), consiste na diferença entre bens/direitos e
obrigações. Porém, observa-se que essa diferença corresponde
exatamente ao valor que ao final da existência da empresa (na extinção
da pessoa jurídica) deverá ser entregue aos sócios. Assim,
metaforicamente, entende-se também o Patrimônio Líquido como uma
“obrigação de longuíssimo prazo e exigibilidade muito pequena”, porém
– como se trata de valor a ser em algum momento entregue a terceiros
(sócios) pode ser visto também como um buraco no patrimônio.
Seguindo nosso modelo de apresentação do patrimônio, temos o
Patrimônio Líquido (PL) também representado por um buraco na areia.
Repare que a quantidade de areia do montinho que representa o ativo
(bens e direitos) é exatamente aquela necessária e suficiente para
preencher os buracos representantes do passivo (obrigações) e do
patrimônio líquido (valor a ser um dia entregue aos sócios). Isso está
de acordo com a equação fundamental do patrimônio já apresentada
acima: ATIVO (-) PASSIVO (=) PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
Abaixo, apresentamos a representação gráfica do (1) Ativo (conjunto de
bens e direitos) como montinhos de areia do lado esquerdo da caixa, do
(2) passivo (obrigações) como buracos na areia do lado direito superior
da caixa e do (3) patrimônio líquido (diferença entre bens/direitos e
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obrigações – a ser um dia entregue aos sócios) também como buracos
do lado direito inferior da caixa de areia.
Ativo Passivo
3.1 Contas
Para que se tenha idéia clara do conceito de conta contábil, não basta
sua apresentação. Faz-se necessária, também, sua contextualização no
sistema de informações contábil – o que será feito em seguida.
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reduções de valores, ocorridos no elemento patrimonial (pela ocorrência
de fatos contábeis).
Assim, por conta entende-se um nome que agrega elementos
patrimoniais de características semelhantes e que, por isso,
demandam controle e acompanhamento conjunto, e em separado dos
demais elementos patrimoniais. Como exemplo, temos:
- o nome Veículos, para designar a conta que comporta os
elementos patrimoniais que possuem características que
permitam sua classificação como veículos (automóveis de
passeio, utilitários, caminhões, motocicletas, etc.);
- o nome Estoques, para designar a conta que comporta os
elementos patrimoniais que tenham a característica de
serem destinados à venda ou ao consumo no curto prazo
(mercadorias, produtos, matéria-prima, itens de
almoxarifado, etc.);
- o nome Máquinas e equipamentos, para designar a
conta que comporta elementos patrimoniais que tenham
por características o uso nas atividades industriais ou
administrativas como, por exemplo, computadores,
prensas, serras, caldeiras, etc.;
- o nome fornecedores, para designar a conta que indica a
obrigação de pagar um valor aos fornecedores pela
aquisição (a prazo) de bens (mercadorias, matérias-primas
e produtos).
Até aqui, os exemplos de contas vistos são referentes a nomes que
representam bens, direitos e obrigações (componentes do patrimônio).
Entretanto, conforme será visto com detalhes mais adiante neste curso,
para entendimento da dinâmica patrimonial (o que houve com o
patrimônio, para que ele tenha ficado da maneira que – nesse instante –
se apresenta), faz-se necessária a utilização de um tipo de informação
diferente daquele que foi acima apresentado: trata-se de um elemento
de informação referente ao patrimônio, mas que não representa
exatamente um item existente no patrimônio em um determinado
momento (bem, direito ou obrigação). Ao contrário, trata-se de um
elemento denotativo de uma razão pela qual o patrimônio tenha
aumentado (ou diminuído) em um determinado período de
tempo. Esse também é um elemento importante, com função
informativa sobre o patrimônio, e merece um nome que o identifique.
Como exemplos desse tipo de conta temos:
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- o nome Receita bruta de vendas, designando um motivo
pelo qual o patrimônio aumentou durante um determinado
período de tempo;
- o nome Receita de aluguéis, designando um motivo pelo
qual o patrimônio aumentou durante um determinado
período de tempo;
- o nome Custo da mercadoria vendida, designando um
motivo pelo qual o patrimônio diminuiu durante um
determinado período de tempo.
Dessa forma, repita-se, conta contábil é um nome, que designa um
elemento do sistema contábil de informações, composto por vários itens
de características semelhantes.
Cabe aqui uma breve observação: os nomes escolhidos para referenciar
as contas existentes em um patrimônio podem ser determinados
conforme a situação, o interesse e a necessidade de informação de cada
patrimônio. Assim, cada empresa poderá ter um elenco diferente de
contas para representar seu patrimônio, pois não há norma
determinando, de forma cogente, nomes para contas.1
Em nosso curso, não nos preocuparemos em discutir se as contas
representam uma idéia que transmita a essência dos itens patrimoniais
a que se referem (ontologia) ou se são nomes aleatoriamente
determinados pelos administradores da azienda. Essa é uma
preocupação da filosofia e que escapa ao nosso interesse. O importante
é que para cada conjunto de elementos que, pela sua essência ou pela
vontade dos administradores, tem controle em conjunto (e separado dos
demais elementos), haverá um nome que o identifique e será conhecido
como uma conta.
Pela diversidade de componentes do patrimônio, são utilizadas, pela
Contabilidade, inúmeras contas. Por isso, cada entidade deverá planejar
as contas que lhe serão necessárias, considerando seu ramo de
atividade, suas necessidades internas e transações específicas.
1
Esta é uma das grandes dificuldades do candidato que, em concursos públicos,
enfrenta questões de classificação de contas. Esse tipo de questão demanda, na
maioria das vezes, além de um conhecimento de contabilidade, uma capacidade de
interpretação de texto e, acima de tudo, uma experiência (somente adquirida com
leitura de textos sobre o assunto) que permita identificar o sentido usual das palavras
utilizadas para indicar contas contábeis.
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demandam controle e acompanhamento em separado das demais.
Assim, para cada fato contábil ocorrido, serão alterados os valores
patrimoniais das respectivas contas analíticas envolvidas.
Exemplificando, quando há compra de móveis a prazo (exemplo visto
com detalhes na aula 02 – quando do estudo de fatos contábeis):
- a conta analítica que representa móveis (conta Móveis)
tem seu valor patrimonial aumentado, pela entrada de
novos móveis no patrimônio; e
- a conta analítica que representa a obrigação de pagar
pelos móveis (conta Fornecedores) tem – também – seu
valor patrimonial aumentado, pelo surgimento da
obrigação de pagar pelos móveis adquiridos a prazo.
Ora, se uma conta (propriamente dita) é uma conta analítica, o que
seria uma conta sintética? Uma conta sintética é um nome que
referencia um conjunto de contas analíticas ao mesmo tempo.
Assim, o valor patrimonial de uma conta sintética é igual à soma
(algébrica) dos valores patrimoniais das contas analíticas que a
compõem.
Como exemplo de uma situação que comporta a existência de contas
sintéticas e de contas analíticas, podemos citar o caso de uma empresa
que tenha estabelecimentos comerciais em Porto Alegre e em Novo
Hamburgo (cidades do estado do Rio Grande do Sul) e que guarde
dinheiro (em caixa) em ambos os estabelecimentos que possui.
Na situação acima, haverá um elemento patrimonial representando o
dinheiro em cada um desses estabelecimentos e cada um será
representado por uma conta analítica: (1) Caixa - Porto Alegre e (2)
Caixa - Novo Hamburgo. Adicionalmente, para referenciar o valor
patrimonial do dinheiro guardado na totalidade dos estabelecimentos da
empresa, haverá uma conta sintética denominada simplesmente
Caixa, cujo valor patrimonial será exatamente a soma dos valores
patrimoniais das contas analíticas (1) Caixa - Porto Alegre e (2) Caixa -
Novo Hamburgo.
São exemplos notórios de contas sintéticas as contas denominadas (1)
Ativo, (2) Passivo e (3) Patrimônio Líquido, já referenciadas em nosso
curso. A conta sintética Ativo tem um valor patrimonial equivalente à
soma dos valores patrimoniais de todas as contas analíticas que
representam bens ou direitos. A conta sintética Passivo tem um valor
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patrimonial equivalente à soma dos valores patrimoniais de todas as
contas analíticas que representam obrigações2.
Resumindo, contas sintéticas são conjuntos formados por contas
analíticas e, ao contrário, contas analíticas são elementos de conjuntos
representados por contas sintéticas.
Uma última observação sobre contas sintéticas ou analíticas: há
referência a esses termos (em livros e questões) de forma relativa, ou
seja, uma mesma conta pode ser considerada sintética ou analítica
dependendo da conta em relação a qual ela está sendo analisada.
Seguindo o exemplo, já apresentado acima, da conta Caixa, temos que:
a) a conta Caixa é considerada uma conta sintética, em
relação às contas (1) Caixa - Porto Alegre e (2) Caixa -
Novo Hamburgo – pois seu valor patrimonial é composto
pela soma dos valores patrimoniais das contas Caixa -
Porto Alegre e Caixa - Novo Hamburgo; e
b) a mesma conta Caixa pode ser considerada uma conta
analítica se encarada em relação à conta Ativo – pois seu
valor patrimonial compõe o valor patrimonial da conta
Ativo.
2
O Patrimônio Líquido, por suas especificidades (e regramento normativo) será
estudado mais adiante em nosso curso.
3
Sobre aumentos ou reduções do valor do saldo da conta por débitos ou créditos, ver
Teoria Personalística – adiante nesta aula.
4
Sobre aumentos ou reduções do valor do saldo da conta por débitos ou créditos, ver
Teoria Personalística – adiante nesta aula.
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Os aumentos e reduções no valor patrimonial da conta ocorrerão
quando da ocorrência de fatos contábeis que ensejem tais
aumentos/reduções. O registro desses aumentos e dessas reduções
(lançamento) será efetuado de acordo com a natureza de cada conta.
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Antes de adentrar ao assunto, porém, cabe fazer uma ressalva. Toda e
qualquer teorias, que consiste em mero modelo de apreensão da
realidade, apresenta vantagens e desvantagens. A desvantagem de
uma teoria/modelo reside no fato de que, tratando-se de uma
simplificação de algo que é – notadamente – complexo, acaba por
perder detalhes do objeto estudado. A vantagem, porém, reside no fato
de que a teoria, simplificando algo complexo, possibilita conhecer e
entender (ainda que em parte) sua essência. Portando, nenhuma das
teorias das contas é completa, mas, sem dúvida, em seu conjunto,
muito contribuem para a compreensão de como se opera o processo
contábil.
5
O ano civil que vai de 01/01 até 31/12.
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Assim, de acordo com a sistemática de apresentação de informações
acerca do patrimônio, utilizada pela contabilidade, (a) no início do
exercício, (b) durante o exercício e (c) ao final do exercício, ocorre o
seguinte:
a) No início do exercício, o patrimônio deverá apresentar uma
determinada configuração (com bens e direitos – Ativo, obrigações –
Passivo e a respectiva diferença – Patrimônio Líquido). Repare que,
conforme definições já vistas neste curso, nesse momento, o patrimônio
apresentado deve refletir uma igualdade Ativo (-) Passivo (=)
Patrimônio Líquido. Abaixo, apresentamos esquematicamente o
patrimônio no início do período:
Patrimônio Inicial
Ativo-i Passivo-i
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- Entre as contas patrimoniais temos (1) bens e direitos –
Ativo (representado por montinhos de areia), (2) obrigações –
Passivo (representado por buracos na areia) e (3) o valor da
diferença entre Ativo e Passivo – valor inicial do Patrimônio
Líquido (também representado por um buraco na areia);
- Entre contas de resultado, temos (1) os motivos que
ensejam redução no patrimônio, e respectivos valores –
Despesas (representadas por uma lata de lixo, onde se joga fora
patrimônio, reduzindo-o) e (2) os motivos que ensejam aumento
do patrimônio, e respectivos valores – Receitas (representadas
por um pára-quedas, trazendo patrimônio novo – que cai do céu
na azienda, aumentando seu patrimônio).
A seguir, apresentamos uma figura, ilustrando os conceitos acima
descritos, relativos a contas patrimoniais (Ativo, Passivo e Patrimônio
Líquido) e a contas de resultado (Despesas e Receitas):
Ativo Passivo
Despesas Receitas
6
Conforme já apresentado, o saldo de uma conta é o valor nela registrado.
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encaradas como informações sobre o comportamento do tamanho do
Patrimônio Líquido, durante o exercício.
Dessa maneira, durante o exercício, a igualdade (Ativo – Passivo =
Patrimônio Líquido), característica da equação fundamental do
patrimônio, fica temporariamente quebrada, pois o valor registrado no
Patrimônio Líquido permanece “imexível”7 durante todo o exercício,
sendo que o valor dos aumentos e reduções do Patrimônio Líquido
(Receitas e Despesas, respectivamente), cujo saldo líquido restaura a
igualdade (entre Ativo (-) Passivo e Patrimônio Líquido), fica registrado
em contas a parte – contas de resultado.
c) ao final do exercício, com o valor líquido da Receitas e Despesas,
antes registrado em contas de resultado, transferido para o Patrimônio
Líquido, a igualdade (Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido) é restaurada
e é possível demonstrar a situação patrimonial final, conforme abaixo.
Patrimônio Final
Ativo-f Passivo-f
7
Como dizia o ex-Ministro do Trabalho.
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Ativo Passivo Ativo Passivo
------- PL ------- PL
Exercício
Início Final
Despesas Receitas
-----
Saldo líquido (Receitas-Despesas)
8
A revista Pense Leve, é uma revista que trata de assuntos relacionados à saúde e
alimentação, patrocinada pela organização “Vigilantes do Peso”.
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mostradas duas situações “patrimoniais” (antes e depois da reeducação
alimentar) e, no texto, são relatados os motivos que ensejaram a
alteração do “tamanho do patrimônio” – corpo da pessoa.
Ora, é exatamente isso que acontece, entre o momento inicial e final do
exercício. São relatados (na forma de registro de receitas e despesas)
os motivos pelos quais o tamanho do patrimônio foi alterado entre o
início e o final do exercício.
Apenas lembrando, contas patrimoniais têm vida indefinida, mantendo
suas informações no sistema contábil enquanto houver valor naquele
elemento do patrimônio. Ao contrário, contas de resultado têm seu
período de vida limitado a um exercício (período de 12 meses). Para
não esquecer, pensem nas contas de resultados como Replicantes,9
semelhantes em tudo a seres humanos (até mesmo mais fortes e
inteligentes), porém, com data marcada para morrer. Seres humanos
(tal qual contas patrimôniais) têm sua existência caracterizada por um
tempo indefinido, replicantes, no entanto, têm sua existência pré-
definida – morrendo ao final do período.
Assim as contas de resultado podem ser encaradas como replicantes,
que servem para armazenar informações sobre aumentos e reduções do
patrimônio e que têm data para morrer (o final do exercício) quando sua
alma (o valor líquido neles registrado) vai para o céu (para o Patrimônio
Líquido – lugar a que pertencem), restaurando o equilíbrio (Ativo –
Passivo = Patrimônio Líquido).
9
Replicantes são andróides – personagens do inesquecível filme da década de 80
Blade Runner (O Caçador de Andróides), estrelado pela Daryl Hanna, pelo Harisson
Ford e pelo Rutger Hauer.
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os valores de Despesas que, ao contrário, trazem uma
idéia negativa para o patrimônio, são registrados como
DÉBITOS (o que também está de acordo com o senso
comum). Por que a Contabilidade de vez em quando é
lógica e de vez em quando é louca?
Em resposta a essa indagação, já vi várias tentativas de explicação
(erradas!), com as quais não podemos concordar. A seguir,
apresentamos duas delas (as mais recorrentes).
a) Isso é mera convenção! Não ligue para isso, decore e vá em
frente no estudo da matéria...
b) Meu amigo, vou lhe dar uma dica... pense certo e depois
inverta, vai funcionar na maioria das vezes (depois você acaba
se acostumando a fazer o registro desse jeito) ...
Entendo que a primeira tentativa de explicação esteja equivocada
porque não explica nada. Ora, toda nomenclatura utilizada para
referenciar fatos humanos (como é o caso do patrimônio) é, de alguma
maneira, convencionada por pessoas. O que importa saber, portanto,
não é que há uma convenção (isso é óbvio!), o ponto é saber a razão
dessa convenção. Sabendo essa razão, o entendimento e a
memorização ficam sobremaneira facilitados.
A segunda tentativa está claramente equivocada, se pensando correto
chegássemos a uma conclusão diversa daquela situação que estamos
querendo demonstrar, a situação é que estaria errada (e não nossa
conclusão). Além do mais, essa tentativa de explicação não resolve
todos os casos, porque o registro de débitos e créditos nem sempre é
contrário ao senso comum.
É a Teoria Personalística que responde – com impressionante clareza –
esses questionamentos. Portanto, vamos a ela.
A Teoria Personalística vincula a conta à pessoa responsável pelos
procedimentos administrativos a ela relacionados. Assim, quando se
pensa em uma conta contábil, de acordo com essa teoria não se deve
levar em consideração o objeto que a conta representa (bem, direito,
obrigação, diferença entre bens/direitos/obrigações, razões para
aumento ou redução do patrimônio), mas sim o sujeito que se relaciona
com a empresa/azienda através daquele objeto.
Em outras palavras, segundo essa teoria, para entender a natureza da
conta, não se deve olhar para o objeto que a conta representa, mas sim
para a pessoa que está ligada à empresa/azienda através daquele
objeto.
As contas, segundo a teoria Personalística, são classificadas em:
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a) contas de agentes consignatários – representando BENS
(ativo);
b) contas de agentes correspondentes:
• a débito – representando DIREITOS (ativo);
• a crédito – representando OBRIGAÇÕES (passivo)
c) contas dos proprietários – representando (1) a DIFERENÇA
ENTRE BENS/DIREITOS e OBRIGAÇÕES (patrimônio líquido),
(2) os AUMENTOS dessa diferença (Receitas) e (3) as
REDUÇÕES dessa diferença (Despesas).
10
Para ilustrar essa conclusão, basta lembrar de uma situação muito comum na classe
média brasileira: a de se deixar o carro, em consignação, com um comerciante de
carros usados, para que ele tente vendê-lo. Nesse caso, o comerciante fica nos
devendo explicações sobre o que fez com o carro e, caso o perca, deverá nos pagar o
valor do carro. Assim, o comerciante, enquanto estiver com nosso carro, fica sendo
nosso devedor, no valor desse carro.
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b) Com relação ao estoque de mercadorias, o agente
consignatário seria o Almoxarife (empregado responsável pela
administração de materiais na empresa). O estoque de
mercadorias – existente no patrimônio da uma empresa – está
consignado ao Almoxarife dessa empresa. O Almoxarife,
portanto, deve à empresa o valor dessa mercadoria. Quanto
mais mercadoria no estoque da empresa, mais o Almoxarife
deve à empresa. Dessa forma, a mercadoria, quando entra no
estoque da empresa, é registrada como um débito. Ao
contrário, a mercadoria, quando sai do estoque da empresa,
deverá ser registrada como um crédito (o contrário do débito,
pois diminui o valor que o Almoxarife deve à empresa).
c) Mais um último exemplo, relativo a máquinas e equipamentos.
O agente consignatário das máquinas e equipamentos seria o
Diretor Industrial (responsável pelo parque fabril da empresa).
As máquinas e equipamentos – existentes no patrimônio da
empresa – estão consignadas ao Diretor Industrial dessa
empresa. O Diretor Industrial, portanto, deve à empresa o
valor dessas máquinas e equipamentos. Quanto mais
máquinas e equipamentos na empresa, mais o Diretor
Industrial deve à empresa. Dessa forma, as máquinas e
equipamentos, quando entram no patrimônio da empresa, são
registradas como débitos. Ao contrário, as máquinas e
equipamentos, quando saem do patrimônio da empresa,
deverão ser registradas como créditos (o contrário do débito,
pois diminui o valor que o Diretor Industrial deve à empresa).
Concluindo: os bens componentes do patrimônio das empresas (ou,
genericamente, das aziendas) têm natureza devedora – aumentam de
valor a débito e reduzem seu valor a crédito.
Voltando aos elementos das contas (vistos acima nesta aula) e
aplicando-os aos BENS (contas dos agentes consignatários) temos:
a) o nome da conta – nome do bem a que a conta se refere;
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Retornando à metáfora da caixa de areia, já referenciada nas duas
primeiras aulas de nosso curso, ou seja, considerando o Patrimônio
como uma caixa de areia que contém (1) ativos – representados como
montinhos de areia, (2) passivos – representados como buracos na
areia e (3) o Patrimônio Líquido – representados também como buracos
na areia, temos que os BENS (contas dos agentes consignatários), na
qualidade de ativos, são representados por montinhos de areia. Seja,
para fins de ilustração, o patrimônio composto somente por R$
50.000,00 em dinheiro (e nenhuma obrigação), abaixo.
Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Obrigações -
Conseqüência
Dinheiro ==> de 50.000,00 para 60.000,00
- o montinho aumenta de tamanho
- a conta representativa do bem aumenta de saldo
Conclusão
Débitos em contas representativas de bens podem ser encarados,
metaforicamente, como areia aplicada em um montinho de areia.
Ao contrário, analisando o crédito, partindo do mesmo exemplo, a saída
de R$ 10.000,00 em dinheiro do caixa deve ser registrada como um
crédito de R$ 10.000,00 na conta caixa e pode ser interpretada –
metaforicamente – como a retirada de “dez mil grãos de areia” no
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elemento patrimonial dinheiro em caixa, reduzindo o tamanho do
montinho que representa este BEM, conforme esquematicamente
apresentado a seguir.
ação
retirada de areia do montinho
Conseqüência
Dinheiro ==> de 50.000,00 para 40.000,00
- o montinho diminui de tamanho
- a conta representativa do bem reduz o saldo
Conclusão
Créditos em contas representativas de bens podem ser encarados,
metaforicamente, como areia retirada de um montinho de areia.
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cliente fica devendo esse valor à empresa). Ao contrário,
quando deixa de existir (ou ocorre uma diminuição) nesse
direito, deverá ser registrado um crédito (o contrário do débito,
pois diminui o valor que o cliente deve à empresa).
b) Agora, vamos analisar o caso de um dos direitos mais
conhecidos de uma empresa (e que é responsável por uma
grande confusão de conceitos – conforme veremos em seguida)
– o direito que a empresa tem de sacar seu dinheiro do banco –
registrado na conta banco conta movimento. O banco deve à
empresa o valor por ela nele depositado (e, portanto, deve
permitir que ela exerça o direito de retirar seu dinheiro quando
assim o desejar), assim, quanto maior for o direito da empresa,
de sacar seu dinheiro do banco, mais o banco deve à empresa.
Dessa forma, o depósito de valores em conta bancária, que
corresponde ao surgimento (ou ao aumento) do direito (de
sacar esse valor da conta) no patrimônio da empresa, é
registrado como um débito (porque o banco fica devendo esse
valor à empresa). Ao contrário, o saque de valores da conta
bancária, que corresponde ao desaparecimento (ou à
diminuição) desse direito, deverá ser registrado como um
crédito (o contrário do débito, pois diminui o valor que o banco
deve à empresa).
Conforme havíamos dito, essa explicação (sobre a conta banco conta
movimento), perfeitamente lógica e de acordo com a teoria
personalística, geralmente, faz uma confusão nos conceitos já
conhecidos do estudante que está vendo pela primeira vez a teoria.
A confusão decorre do fato de que – geralmente – o estudante nunca
viu um sistema contábil de informações com registro de depósitos
bancários a débito, mas, geralmente, tendo uma conta corrente própria,
em algum banco, já viu o seu extrato bancário. E, no extrato bancário,
sempre que ele realiza um depósito de valores em sua conta corrente, é
apontado o registro de um CRÉDITO; ao contrário, quando ele realiza
um saque de sua conta corrente, é apontado o registro de um DÉBITO.
Assim, o estudante pode pensar: – Muito bem, o que foi acima
colocado, apesar de lógico, não resiste à dura realidade, pois em meu
extrato bancário, o depósito, que enseja o surgimento do direito de
sacar, está demonstrado como um crédito e o saque, que enseja o
desaparecimento desse direito, está demonstrado como um débito. E
concluir: – Ou eu não entendi nada ou a teoria está errada.
Aproveito o ensejo para esclarecer que o problema não está no
estudante, nem na teoria. O PROBLEMA ESTÁ NOS BANCOS! Os
bancos não têm o menor respeito por nós (meros correntistas), pois,
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quando nós pedimos para ver o nosso extrato bancário, o banco
(além de nos cobrar uma tarifa por isso), não nos mostra o nosso
extrato bancário (em outras palavras, não nos mostra a evolução do
nosso direito). Ao invés disso, o banco nos mostra um pedaço de sua
própria contabilidade – onde figura (é claro) sua obrigação de nos
permitir sacar nosso dinheiro nele depositado. O extrato bancário que o
banco nos mostra não se refere ao nosso direito (ativo), mas a sua
obrigação (passivo). Aí sim, conforme veremos a seguir, o passivo tem
aumentos registrados a crédito e reduções registradas a débito.
Concluindo: os direitos componentes do patrimônio das empresas (ou,
genericamente, das aziendas) têm natureza devedora – aumentam de
valor a débito e reduzem seu valor a crédito.
Voltando aos elementos das contas (vistos acima nesta aula) e
aplicando-os aos DIREITOS (contas dos agentes correspondentes a
débito) temos:
a) o nome da conta – nome do direito a que a conta se refere;
b) o valor patrimonial inicial da conta (denominado Saldo Inicial) –
de natureza devedora;
c) os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta –
registrados como débitos;
d) as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta –
registrados como créditos;
e) o valor patrimonial final da conta (denominado Saldo Final) –
de natureza devedora.
Retornando à metáfora da caixa de areia, o que faremos quase sempre
daqui em diante, ou seja, considerando o Patrimônio como uma caixa de
areia que contém (1) ativos – representados como montinhos de areia,
(2) passivos – representados como buracos na areia e (3) o Patrimônio
Líquido – representados também como buracos na areia, temos que os
DIREITOS (contas dos agentes correspondentes a débito), na qualidade
de ativos, são representados por montinhos de areia. Seja, para fins de
ilustração, o patrimônio composto somente por R$ 50.000,00 em
depósito bancário (e nenhuma obrigação), abaixo.
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Ativo Passivo
Banco 50.000,00 Obrigações -
Conseqüência
Depósito Bancário ==> de 50.000,00 para 60.000,00
- o montinho aumenta de tamanho
- a conta representativa do direito aumenta de saldo
Conclusão
Débitos em contas representativas de dirietos podem ser encarados,
metaforicamente, como areia aplicada em um montinho de areia.
Ao contrário, analisando o crédito, partindo do mesmo exemplo, a saída
de R$ 10.000,00 da conta-corrente bancária deve ser registrada como
um crédito de R$ 10.000,00 na conta contábil Banco e pode ser
interpretada – metaforicamente – como a retirada de dez mil grãos de
areia do elemento patrimonial Banco, reduzindo o tamanho do montinho
que representa este DIREITO, conforme esquematicamente apresentado
a seguir.
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ação
retirada de areia do montinho
Conseqüência
Depósito bancário ==> de 50.000,00 para 40.000,00
- o montinho diminui de tamanho
- a conta representativa do direito reduz o saldo
Conclusão
Créditos em contas representativas de direitos podem ser encarados,
metaforicamente, como areia retirada de um montinho de areia.
Como o Ativo é composto por bens e direitos e, conforme já vimos,
tanto os bens como os direitos têm natureza devedora, conclui-se que o
Ativo (como um todo) tem natureza devedora – aumenta de valor a
débito e reduz seu valor a crédito.
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deverá ser registrado um débito (o contrário do crédito, pois o
valor do crédito do fornecedor, contra a empresa, diminui).
b) Agora, vamos analisar o caso da obrigação referente a um
empréstimo tomado junto a um banco – registrada na conta
Empréstimos bancários. O banco é credor da empresa no
valor do empréstimo ela dele tomado (e, portanto, pode exigir
que seu dinheiro seja devolvido – pela empresa – nos termos
do contrato de empréstimo celebrado), assim, quanto maior for
a obrigação da empresa, de pagar o empréstimo ao banco,
mais o banco é credor da empresa. Dessa forma, a
contratação de empréstimos bancários, que corresponde ao
surgimento (ou ao aumento) da obrigação (de devolver o valor
tomado) no patrimônio da empresa, é registrada como um
crédito (porque o banco fica credor da empresa nesse valor).
Ao contrário, a quitação do empréstimo, que corresponde ao
desaparecimento (ou à diminuição) dessa obrigação, deverá ser
registrada como um débito (o contrário do crédito, pois diminui
o valor do qual o banco é credor da empresa).
Repare que, voltando ao caso do depósito bancário, do ponto de vista do
patrimônio do banco trata-se de uma obrigação (do banco para com o
cliente). Trata-se da obrigação de permitir que o correntista efetue o
saque do valor antes depositado. Ora, como toda obrigação, essa
(constante do patrimônio do banco) deve ser registrada (no patrimônio
do banco) como um crédito. É por isso que o banco (ao nos apresentar
nosso extrato) apresenta um crédito quando nós efetuamos um depósito
bancário – ele está, tão somente, apresentando o registro de sua
obrigação (a crédito) de permitir o saque do valor antes depositado.
Isso elucida o fato de que, no extrato de conta-corrente bancária, um
depósito realizado por uma empresa em sua conta aparece como um
crédito, enquanto em sua contabilidade, esse mesmo depósito deve
estar registrado com um débito.
Concluindo: as obrigações componentes do patrimônio das empresas
(ou, genericamente, das aziendas) têm natureza credora – aumentam
de valor a crédito e reduzem seu valor a débito. Como o Passivo é
composto por obrigações, que têm natureza devedora, conclui-se que o
Passivo (como um todo) tem natureza credora – aumenta de valor a
crédito e reduz seu valor a débito.
Voltando aos elementos das contas (vistos acima nesta aula) e
aplicando-os às OBRIGAÇÕES (contas dos agentes correspondentes a
crédito) temos:
a) o nome da conta – nome da obrigação a que a conta se refere;
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b) o valor patrimonial inicial da conta (denominado Saldo Inicial) –
de natureza credora;
c) os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta –
registrados como créditos;
d) as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta –
registrados como débitos;
e) o valor patrimonial final da conta (denominado Saldo Final) –
de natureza credora.
Retornando, mais uma vez, à metáfora da caixa de areia, ou seja,
considerando o Patrimônio como uma caixa de areia que contém: (1)
ativos – representados como montinhos de areia, (2) passivos –
representados como buracos na areia e (3) o Patrimônio Líquido –
representados também como buracos na areia, temos que as
OBRIGAÇÕES (contas dos agentes correspondentes a crédito), na
qualidade de passivos, são representados por buraquinhos cavados de
areia. Seja, para fins de ilustração, o patrimônio composto somente por
R$ 50.000,00 em dinheiro e uma obrigação de R$ 20.000,00, de pagar
fornecedores, abaixo.
Ativo Passivo
Banco 50.000,00 Fornecedores 20.000,00
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ação
retirada de areia do buraco
Conseqüência
Fornecedores ==> de 20.000,00 para 30.000,00
- o buraco aumenta de tamanho
- a conta representativa da obrigação aumenta de saldo
Conclusão
Créditos em contas representativas de obrigação podem ser encarados,
metaforicamente, como areia retirada de um buraco cavado na areia.
Ao contrário, analisando o débito, partindo do mesmo exemplo, a
extinção de uma obrigação de pagar fornecedores, no valor de R$
10.000,00 (pelo seu pagamento ou pelo perdão da dívida, por exemplo)
deve ser registrada como um débito de R$ 10.000,00 na conta contábil
Fornecedores e pode ser interpretada – metaforicamente – como a
aplicação de dez mil grãos de areia no elemento patrimonial
Fornecedores, reduzindo o tamanho do buraco (cavado na areia) que
representa esta OBRIGAÇÃO, conforme esquematicamente apresentado
a seguir.
ação
Aplicação de areia no buraco
Conseqüência
Fornecedores ==> de 20.000,00 para 10.000,00
- o buraco reduz o tamanho
- a conta representativa da obrigação tem seu saldo reduzido
Conclusão
Débitos em contas representativas de obrigações podem ser encarados,
metaforicamente, como areia aplicada em um buraco (tapando-o), ainda que
parcialmente.
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existência da empresa/azienda. Assim, os proprietários podem ser
vistos como “credores” da empresa no valor dessa diferença (entre
bens/direitos e obrigações). Digo que os proprietários podem ser vistos
como “credores” com o objetivo apenas, pois não se trata de uma
obrigação exigível, propriamente dita. Porém, essa metáfora (ver os
proprietários como “credores” da empresa, no valor da diferença entre
bens/direitos e obrigações, sem exigibilidade até o final da existência
dessa empresa) é clara o suficiente para ilustrar a natureza das contas
que representam o Patrimônio Líquido da empresa/azienda – natureza
de créditos.
Ora, se a empresa tem a “obrigação” (metaforicamente falando) de
entregar a seus proprietários o valor correspondente ao Patrimônio
Líquido, é porque os proprietários são (metaforicamente) “credores”
dela, nesse valor.
Exemplificando: Vamos analisar a “obrigação” que a empresa tem, de
devolver o valor do capital inicial, colocado pelos proprietários na
empresa para formação de seu patrimônio, registrado na conta de
Patrimônio Líquido denominada Capital social. Os proprietários são
“credores” da empresa no valor desse capital, por eles colocado na
empresa – esse capital enseja o nascimento da diferença entre bens,
direitos e obrigações11 (conforme já visto, ao final da existência da
empresa, esse valor deve ser devolvido aos proprietários). Assim,
quanto maior for o capital colocado pelos sócios, maior será a diferença
entre bens/direitos e obrigações e, conseqüentemente, maior será o
“crédito” que os proprietários terão contra a empresa (ainda que não
exigível até o final da existência da empresa).
Dessa forma, o surgimento (ou o aumento) de Patrimônio Líquido enseja
a “obrigação” para a empresa (de entregar esse valor aos proprietários,
ao final de sua existência) e deve ser registrado como um crédito
(porque os proprietários se tornam “credores” da empresa nesse valor).
Ao contrário, quando deixa de existir (ou ocorre uma diminuição) no
patrimônio líquido, deverá ser registrado um débito (o contrário do
crédito, pois o valor do crédito do proprietário, contra a empresa,
diminui).
Referenciando, de novo, a metáfora da caixa de areia (confirmando que
ela funciona em todos os casos), ou seja, considerando o Patrimônio
11
Exemplificando, um capital inicial de R$ 50.000,00 (colocado pelos sócios, na
formação do patrimônio da empresa) faz surgir uma diferença entre bens/direitos e
obrigações no valor de R$ 50.000,00 – pois, Bens e Direitos (dinheiro em caixa)
passam a ter o valor de R$ 50.000,00 e obrigações ficam com o valor R$ 0,00. Assim,
o patrimônio líquido (inicialmente igual a zero) passa a ter o valor de R$ 50.000,00
Ativo (-) Passivo (=) Patrimônio Líquido; R$ 50.000,00 (-) R$ 0,00 (=) R$ 50.000,00;
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como uma caixa de areia que contém: (1) ativos – representados como
montinhos de areia, (2) passivos – representados como buracos na
areia e (3) o Patrimônio Líquido – representados também como buracos
na areia, temos que as contas que representam a DIFERENÇA entre
Ativos e Passivos (contas dos PROPRIETÁRIOS), na qualidade de
Patrimônio Líquido, são representadas por buraquinhos cavados de
areia. Seja, para fins de ilustração, o patrimônio composto somente por
R$ 50.000,00 em dinheiro (e nenhuma obrigação), resultando em
patrimônio Líquido de R$ 50.000,00.
Ativo Passivo
Banco 50.000,00 Fornecedores -
Conseqüência
Capital Social ==> de 50.000,00 para 60.000,00
- o buraco aumenta de tamanho
- a conta representativa da diferença entre Ativo e Passivo aumenta de saldo
Conclusão
Créditos em contas representativas da diferença entre Ativo e Passivo (Patrimônio Líquido)
podem ser encarados, metaforicamente, como areia, retirada de um buraco cavado na areia.
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Ao contrário, analisando o débito, partindo do mesmo exemplo, a saída
de um sócio – do quadro societário – com a devolução do valor do
capital que ele havia colocado na formação do patrimônio da empresa,
reduzindo a diferença entre Ativo e Passivo no valor de R$ 10.000,00
deve ser registrada como um débito de R$ 10.000,00 na conta contábil
Capital Social e pode ser interpretada – metaforicamente – como a
aplicação de dez mil grãos de areia no elemento patrimonial Capital
Social, reduzindo o tamanho do buraco (existente na areia) que
representa justamente a diferença entre Bens/Direitos-Ativo e
Obrigações-Passivo, definida como Patrimônio Líquido, conforme
esquematicamente apresentado a seguir.
ação
Aplicação de areia no buraco
Conseqüência
Capital Social ==> de 50.000,00 para 40.000,00
- o buraco diminui de tamanho
- a conta representativa da diferença entre Ativo e Passivo tem seu saldo reduzido
Conclusão
Débitos em contas representativas da diferença entre Ativo e Passivo (Patrimônio Líquido)
podem ser encarados, metaforicamente, como aplicação de areia, de um buraco antes nela cavado,
reduzindo-o, ainda que parcialmente.
3.2.2.3.2 Receitas
RECEITAS, conforme já foi visto na aula 01 deste curso, são definidas
como aumentos no valor líquido do patrimônio12. Portanto, receitas
somente podem ser registradas como créditos. Ora, se há aumento no
valor líquido do patrimônio (há aumento do valor da diferença entre
bens/direitos e obrigações) há aumento no valor do Patrimônio Líquido
e, portanto, há aumento no valor a ser entregue aos proprietários,
quando do final da existência da empresa. Em outras palavras, quando
há receitas, há aumento do Patrimônio Líquido e, portanto, há aumento
do “crédito” dos proprietários contra a empresa. Assim, as RECEITAS
devem ser registradas – sempre – a crédito13.
12
Ver definição de RECEITAS na aula 01 desse curso – quando do estudo do Princípio
da Competência.
13
Exceto no caso de retificação de erro e, ao final do exercício, no momento em que o
valor das receitas é reduzido a zero, para sua transferência para o próprio Patrimônio
Líquido (conforme será visto nos lançamentos de fechamento de exercício, adiante
neste curso).
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Mais uma vez, voltando a nossa metáfora da caixa de areia, as receitas
podem ser encaradas como um “lugar de onde se origina areia”, que
será aplicada no patrimônio, aumentando-o (aplicada nos bens/direitos,
ou nas obrigações – respectivamente, aumentando o valor dos
bens/direitos ou reduzindo o valor das obrigações).
Abaixo, encontra-se quadro ilustrativo do conceito de Receita e da
natureza credora de seu saldo, conforme acima descrito.
Ativo Passivo
Despesas Receitas
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retirada do buraco que representa o Patrimônio Líquido ao final do
exercício.14
3.2.2.3.3 Despesas
DESPESAS são definidas como reduções no valor líquido do
patrimônio15. Portanto, despesas somente podem ser registradas como
débitos. Ora, se há redução no valor líquido do patrimônio (há redução
do valor da diferença entre bens/direitos e obrigações), há redução no
valor do Patrimônio Líquido e, portanto, há redução no valor a ser
entregue aos proprietários, quando do final da existência da empresa.
Em outras palavras, quando há despesas, há redução do Patrimônio
Líquido e, portanto, há redução do “crédito” dos proprietários contra a
empresa. Assim, as DESPESAS devem ser registradas – sempre – a
débito16 (o contrário do crédito, pois o valor do crédito dos proprietários,
contra a empresa, diminui).
Voltando a nossa metáfora da caixa de areia, as despesas podem ser
encaradas como um “lugar onde se aplica a areia que está sendo jogada
fora do patrimônio”, reduzindo-o (retirada dos bens/direitos, ou nas
obrigações – respectivamente, reduzindo o valor dos bens/direitos ou
aumentando o valor das obrigações).
Abaixo, encontra-se quadro ilustrativo do conceito de Despesa e da
natureza devedora de seu saldo, conforme acima descrito.
14
Essa idéia será detalhadamente trabalhada adiante neste curso – na aula que trata
dos lançamentos de fechamento do exercício.
15
Ver definição de DESPESAS na aula 01 desse curso – quando do estudo do Princípio
da Competência.
16
Exceto no caso de retificação de erro e, ao final do exercício, no momento em que o
valor das despesas são reduzidos a zero, para sua transferência para o próprio
Patrimônio Líquido (conforme será visto nos lançamentos de fechamento de exercício,
adiante neste curso).
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Ativo Passivo
Despesas Receitas
17
Essa idéia será detalhadamente trabalhada adiante neste curso – na aula que trata
dos lançamentos de fechamento do exercício.
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existência de Patrimônio Líquido das empresas (ou, genericamente, das
aziendas) têm natureza credora – aumentam de valor a crédito e
reduzem seu valor a débito. Como RECEITAS são definidas,
justamente, como aumentos do valor do Patrimônio Líquido, conclui-se
que elas têm natureza credora – aumentam de valor a crédito.
DESPESAS, por outro lado, são definidas, justamente, como reduções do
valor do Patrimônio Líquido e, assim, conclui-se que elas têm natureza
devedora – reduzem seu valor a débito.
Voltando aos elementos das contas (vistos acima nesta aula) e
aplicando-os ao PATRIMÔNIO LÍQUIDO (contas dos proprietários)
temos:
a) o nome da conta – nome o motivo do nascimento da diferença
entre bens/direitos e obrigações;
b) o valor patrimonial inicial da conta (denominado Saldo Inicial) –
de natureza credora;
c) os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta –
registrados como créditos;
d) as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta –
registrados como débitos;
e) o valor patrimonial final da conta (denominado Saldo Final) –
de natureza credora.
Ainda, com relação aos elementos das contas (vistos acima nesta aula)
e aplicando-os às RECEITAS (contas dos proprietários) temos:
a) o nome da conta – nome o motivo pelo qual ocorreu um
aumento da diferença entre bens/direitos e obrigações;
b) o valor patrimonial inicial da conta (denominado Saldo Inicial) –
de natureza credora;
c) os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta –
registrados como créditos;
d) as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta –
registrados como débitos (somente aplicável ao caso de
retificação de erro ou, no final do exercício, de redução a zero
do valor da receita, para sua transferência ao Patrimônio
Líquido);
e) o valor patrimonial final da conta (denominado Saldo Final) –
de natureza credora.
Ainda, com relação aos elementos das contas (vistos acima nesta aula)
e aplicando-os às DESPESAS (contas dos proprietários) temos:
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a) o nome da conta – nome o motivo pelo qual ocorreu uma
redução no valor da diferença entre bens/direitos e obrigações;
b) o valor patrimonial inicial da conta (denominado Saldo Inicial) –
de natureza devedora;
c) os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta –
registrados como débitos;
d) as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta –
registrados como créditos (somente aplicável ao caso de
retificação de erro ou, no final do exercício, de redução a zero
do valor da despesa, para sua transferência ao Patrimônio
Líquido);
e) o valor patrimonial final da conta (denominado Saldo Final) –
de natureza devedora.
A partir das conclusões acima apresentadas é possível resumir a
natureza das contas, conforme demonstrado na tabela abaixo:
Grupo de contas Natureza Aumento de saldo por Redução de saldo por Obs.
Ativo Devedora débitos créditos
Passivo Credora créditos débitos
Patrimônio Líquido Credora créditos débitos
Receitas Credora créditos débitos (*)
Despesas Devedora débitos créditos (**)
(*) As receitas recebem somente créditos durante todo o exercício (exceto em retificações de erro ou no fechamento do exercício)
(**) As despesas recebem somente débitos durante todo o exercício (exceto em retificações de erro ou no fechamento do exercício)
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Ativo Passivo
Despesas Receitas
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As contas diferenciais, também chamadas derivadas, são as que
evidenciam a diferença entre Bens/Direitos e Obrigações, ou seja,
evidenciam a situação líquida do patrimônio (o Patrimônio Líquido), bem
como suas variações (receitas e despesas).
O grande mérito dessa teoria é o de enfatizar a relação entre o
Patrimônio Líquido e as contas de resultado.
Conforme já visto acima, o valor da diferença entre Ativo e Passivo
corresponde ao valor do Patrimônio Líquido. Os motivos que ensejam
redução no patrimônio, e respectivos valores, consistem em Despesas e
os motivos que ensejam aumento do patrimônio, e respectivos valores,
consistem em Receitas.
Metaforicamente, é como se as despesas e receitas de destacassem
temporariamente do Patrimônio Líquido para, ao final do exercício,
deixando de existir voltassem para ele.
A seguir, apresentamos duas figuras, ilustrando os conceitos acima
descritos, e enfatizando a relação entre o Patrimônio Líquido e a contas
de resultado (Despesas e Receitas):
- a primeira figura, demonstrando receitas e despesas
destacando-se do Patrimônio Líquido; e
- a segunda figura demonstrando o valor das receitas e
despesas do exercício sendo transferidas de volta para o
Patrimônio Líquido.
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Ativo Passivo
Despesas Receitas
------- PL ------- PL
Exercício
Início Final
Despesas Receitas
-----
Saldo líquido (Receitas-Despesas)
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3.3.1 Contas Patrimoniais x Contas de Resultado
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Contas bilaterais são as que sofrem variações nos dois sentidos (a conta
aceita tanto débito quanto crédito). Exemplo: a conta caixa aceita
débito pela entrada de dinheiro e crédito pela saída de dinheiro.
3.4.1.1 Ativo
Ações: ações são títulos que representam o capital de uma empresa e,
portanto, dão direito, ao respectivo titular, a uma fração ideal do
patrimônio dessa empresa. Portanto, quando em nosso patrimônio há
ações de outras empresas, temos um direito a parte do patrimônio
dessas empresas – o que caracteriza um Ativo.
18
Bancos e demais entidades financeiras seguem o COSIF (plano de contas para
entidades financeiras), determinado pelo Banco Central do Brasil e regras rígidas de
contabilização de fatos contábeis.
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Bancos – movimento: a conta Bancos-movimento representa o direito
que nossa empresa tem de sacar do banco todo o valor anteriormente
por ela depositado, em sua conta-corrente (nele mantida) – o que
caracteriza um Ativo.
Caixa: a conta caixa representa o dinheiro guardado em espécie na
empresa – sendo um bem, caracteriza um Ativo.
Despesas de Instalação: despesas de instalação (apesar da palavra
despesas em seu nome) representam gastos realizados antes da
empresa começar a funcionar19. São gastos necessários para que a
empresa tenha o direito de, funcionando, auferir lucros nos próximos
exercícios. Sendo um direito ao lucro dos exercícios vindouros,
caracteriza um Ativo.
Devedores por Duplicatas: a conta Devedores por Duplicatas
(também denominada Duplicatas a receber) representa o direito de
exigir dos compradores (devedores) que paguem o valor das compras
realizadas a prazo. Sendo um direito, caracteriza um Ativo.
Estoques: a conta estoques representa o conjunto de mercadorias
(entre outros elementos semelhantes20). Mercadorias, sendo bens,
caracterizam Ativo.
ICMS a Recuperar: a conta ICMS a Recuperar decorre da aplicação do
princípio da não-cumulatividade do ICMS21 (segundo o qual, do tributo
devido pelo contribuinte em razão das saídas de mercadorias do seu
estabelecimento, o contribuinte tem o direito de descontar o valor do
imposto já recolhido nas etapas anteriores de circulação da mercadorias,
que está incluso no preço e foi por ele pago na aquisição das
mercadorias). Sendo um direito, o ICMS a recuperar consiste em um
Ativo.
Imóveis: a conta imóveis representa o conjunto de terrenos e
edificações. Terrenos e edificações, na qualidade de bens, consistem
em Ativo.
19
Este conceito será detalhadamente analisado adiante neste curso, quando da
apresentação do Ativo Permanente Diferido.
20
Que serão estudados em aula à parte – posteriormente – neste curso.
21
ICMS – Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços Interestaduais e
Intermunicipais de Transporte e de Telecomunicações – é um imposto da competência
dos Estados membros e do Distrito Federal, previsto na Constituição da República
Federativa do Brasil, de 1988 – art. 155 – e informado pelo princípio da não-
cumulatividade.
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Marcas e Patentes: Marcas e Patentes representam o direito de
exploração de nomes ou de patentes de invenções. Na qualidade de
direitos, as marcas e patentes são classificadas como Ativo.
Matérias-primas: matérias-primas representam um dos itens do
estoque – existente em empresas industriais, as matérias-primas se
transformam em produtos para a venda (durante o processo de
industrialização). Como itens do estoque, as matérias-primas têm a
qualidade de bens e, assim, devem ser classificadas como Ativo.
Mercado aberto: pelo nome “mercado aberto” são referenciadas
aplicações financeiras realizadas por empresas (notadamente em CDBs
– Certificados de Depósitos Bancários – e RDBs – Registros de Depósitos
Bancários – entre outras). A característica deste elemento patrimonial é
o direito que a empresa investidora possui, de receber o valor de seu
investimento (nos termos contratados). Na qualidade de direitos, os
investimentos em mercado aberto ficam classificados como Ativo.
Produtos: produtos são o resultado da manipulação, por empresas
industriais, de matérias-primas (com a utilização de mão de obra direta
e custos indiretos de fabricação) com o objetivo de conseguir itens para
venda. Sendo bens, os produtos restam caracterizados como ativos.
Selos: selos são bens, necessários à comercialização de alguns
produtos industrializados (por exemplo, bebidas e cigarros que – por
determinação legal – somente podem sair do estabelecimento depois de
selados). Na qualidade de bens, selos são classificados como ativos.
Suprimentos (empréstimos) a coligadas: o nome “suprimentos a
coligadas” é utilizado para designar empréstimos feitos pela empresa a
outras empresas, que com ela possuam uma relação societária22. Tendo
havido um empréstimo, a empresa fica com o direito de exigir que o
valor emprestado seja devolvido. Assim, na qualidade de direitos, os
empréstimos a coligadas devem ser classificados como ativos.
Veículos: o nome veículos serve para designar todos os carros, motos,
caminhões, caminhonetes, etc. utilizados pela empresa para transporte.
Na qualidade de bens, os veículos são Ativos.
3.4.1.2 Passivo
Acionistas, conta Dividendos: Dividendos são definidos como a parte
do lucro que cabe ao acionista. Assim, quando se fala em “Acionistas,
conta Dividendos”, refere-se à obrigação que a empresa tem de
entregar uma parte de seus lucros aos acionistas. Na qualidade de
22
Veremos o conceito de coligação na aula que trata de Equivalência Patrimonial,
adiante neste curso.
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obrigação, o elemento patrimonial denominado “Acionistas, conta
Dividendos” (também denominado “Dividendos a Pagar”) deve ser
classificado como uma conta de passivo.
Bancos-conta empréstimos: empréstimos tomados em bancos pela
empresa resultam na obrigação da empresa pagar por esse valor
tomado. Na qualidade de obrigação, a conta “Banco-conta
empréstimos” é caracterizada como uma conta de passivo.
Credores por duplicatas: os “Credores por duplicatas” são aqueles
que, tendo realizado vendas a prazo (de mercadorias compradas pela
empresa) têm o direito de exigir que a empresa pague pelas
mercadorias compradas. Ora, se a empresa comprou mercadorias a
prazo, ela tem a obrigação de pagar por elas. Na qualidade de
obrigação, a conta “Credores por duplicatas” é classificada como uma
conta de passivo.
Duplicatas a Pagar: outro nome para designar o mesmo elemento
patrimonial acima (Credores por duplicatas), as “Duplicatas a Pagar”
representam a obrigação que a empresa contraiu de pagar pelas
mercadorias por ela compradas a prazo. Na qualidade de obrigação, a
conta “Duplicatas a Pagar” é classificada como uma conta de passivo.
Empréstimos em bancos: outro nome para designar o elemento
patrimonial “Banco-conta empréstimos”, referencia empréstimos
tomados em bancos pela empresa, que resultam na obrigação da
empresa pagar por esse valor tomado. Na qualidade de obrigação, a
conta “Empréstimos em Bancos” é uma típica conta de passivo.
ICMS a Recolher: ICMS a recolher é a conta que representa a
obrigação da empresa de recolher aos cofres públicos o imposto ICMS –
Imposto sobre a Circulação de Mercadoria e Serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de telecomunicações. Sendo uma
obrigação, trata-se de conta de passivo.
Rendas antecipadas: este tipo de denominação para elementos
patrimoniais é da maior relevância – no tocante à quantidade de vezes
em que é utilizado em questões de prova – para entender o significado
dessa conta, vamos voltar a alguns conceitos explanados quando da
apresentação do princípio da competência23. Caso alguém receba
antecipadamente um valor, por conta de um serviço ainda não prestado
ou da venda de um bem ainda não entregue, nasce em seu patrimônio a
obrigação de prestação do serviço ou da entrega do bem. Esse é o caso
de “Rendas antecipadas”, conta também conhecida pelos nomes de
“Receitas antecipadas”, “Rendas a vencer”, “Receitas a vencer”,
23
Na aula 01 deste curso.
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“Receitas recebidas antecipadamente” e etc. Sendo uma obrigação, as
Rendas antecipadas são classificadas como passivo.24
Suprimentos de coligadas: Suprimentos de coligadas são
caracterizados por valores recebidos de empresas com as quais haja
uma relação de participação societária (uma é detentora de ações da
outra – conforme será visto no item que trata de Equivalência
Patrimonial, adiante neste curso). A empresa, tendo recebido valores
de outra, incorre na obrigação de devolvê-los. Assim, Suprimentos de
coligadas, sendo uma obrigação, ficam classificados como passivo.
24
Dependendo da exigibilidade de prestações positivas e da possibilidade de devolução
do valor recebido antecipadamente, uma conta com essa denominação poderia
também ser classificada como “Resultado de Exercícios Futuros” – mas esse assunto
será pormenorizadamente discutido quando da apresentação dos grupos patrimoniais
constantes do Balanço Patrimonial, adiante neste curso.
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(a dividendos, formação de reservas ou aumento de capital)25. Como
esse valor também será, teoricamente, devolvido para os sócios (ao
final da existência da empresa), ele faz parte do Patrimônio Líquido.
Reservas de lucro: Reservas de lucro são os resultados auferidos pela
empresa, no desempenho de suas atividades e que foram destinados a
permanecer no patrimônio da empresa até que um dia seja necessária
sua utilização. Como esse valor será, teoricamente, devolvido para os
sócios (ao final da existência da empresa), ele também faz parte do
Patrimônio Líquido.
3.4.2.1 Receitas
Juros Ativos: a expressão “Juros ativos” é largamente utilizada para
designar a receita auferida com juros. Para entender o significado dessa
expressão, sugerimos a utilização de duas “palavras mágicas”, que
elucidam o sentido da expressão em tela, são elas: que aumentam.
Assim, “Juros ativos” podem ser entendidos como “Juros que aumentam
ativos”. Ora, Juros que aumentam ativos são juros que aumentam o
patrimônio e, assim, são classificados como Receitas (assim como
qualquer aumento do patrimônio).
Receita Bruta de Vendas: a expressão “Receita Bruta de Vendas”
designa o valor da mercadoria (constante da nota fiscal) de venda26.
Ora, a venda é um motivo pelo qual o patrimônio aumenta, assim, a
Receita Bruta de Vendas consiste em uma receita.
25
A destinação do resultado é um capítulo à parte – fortemente regrada pela Lei das
S/A, a destinação do resultado será estudada adiante neste curso.
26
Na aula que trata de operações com mercadorias, veremos que o valor da
mercadoria (constante da Nota Fiscal) nem sempre é idêntico ao valor pago pelo
comprador, nem ao valor contabilizado a título de estoque de mercadoria. O
importante – nesse ponto da matéria – é saber que a Receita Bruta de Vendas
corresponde ao valor da mercadoria (constante da Nota Fiscal), os demais detalhes
serão estudados em aula própria, adiante neste curso.
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Receitas financeiras: a expressão “Receitas financeiras” é utilizada
para designar aumentos do patrimônio devidos a (1) juros – entendidos
como o valor do dinheiro no tempo – oriundos de transações com
terceiros e (2) aplicações realizadas em instituições financeiras. De
qualquer modo, são aumentos do patrimônio e, por isso, receitas.
3.4.2.2 Despesas
Impostos sobre vendas: a expressão “Impostos sobre vendas” é
utilizada para designar um dos motivos pelos quais o patrimônio
diminui: o surgimento da obrigação de recolher impostos, pela
ocorrência do fato gerador do tributo (saída da mercadoria do
estabelecimento contribuinte ou faturamento – ambos decorrentes,
geralmente, de vendas). Ora, sendo uma hipótese de redução do
patrimônio, trata-se de uma despesa.
Variações Monetárias passivas: a expressão “Variações Monetárias
passivas” é largamente utilizada para designar a despesa (redução no
patrimônio) decorrente da variação de índices econômicos27. Para
entender o significado dessa expressão, sugerimos a utilização de duas
“palavras mágicas”, quais sejam, que aumentam. Assim, “Variações
Monetárias passivas” podem ser entendidos como “Variações Monetárias
que aumentam passivos”. Ora, Variações Monetárias que aumentam
passivos, reduzem o patrimônio. Referenciando reduções do
patrimônio, as Variações Monetárias Passivas são classificadas como
Despesas.
27
A variação monetária mais famosa é aquela decorrente da variação na taxa de
câmbio – denominada Variação Cambial. Exemplificando, quando a empresa tem uma
dívida em dólares, se a taxa de câmbio é alterada (com a valorização da moeda
estrangeira), há um aumento da dívida da empresa (em reais), o que enseja uma
redução no patrimônio e, conseqüentemente, despesa (de Variação Cambial Passiva).
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Receita Antecipada
Passivo
Ora, se juros ativos consistem em receita e juros ativos a incorrer
consistem em receita antecipada, conclui-se que juros ativos a incorrer
é uma conta que deve ser classificada no passivo (visto que a receita
recebida antecipadamente caracteriza a obrigação de entrega do bem ou
do serviço relativo a tal receita). Interessante, uma conta em cujo
nome a palavra ativos aparece é classificada como passivo28.
b) Juros passivos a incorrer.
Trata-se de uma expressão cujo entendimento demanda a utilização das
duas “palavras mágicas” (que aumentam) e o conhecimento de que a
expressão “a incorrer” significa que os juros são antecipados. Vistos
esses conceitos, temos:
Despesa Antecipada
Ativo
28
Conforme já referenciado, essa conta (dependendo da necessidade ou não de
prestações positivas e da possibilidade de devolução dos juros) pode ser também
classificada como Resultado de Exercícios Futuros, mas esse assunto será estudado em
aula própria adiante neste curso.
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Dessa forma, esquematicamente, temos os seguintes passivos:
Juros
Aluguéis A Vencer
Variações Monetárias Que aumentam Ativos A Transcorrer
Superveniências Antecipados
Insubsistências
Juros
Aluguéis A Vencer
Variações Monetárias Que aumentam Passivos A Transcorrer
Superveniências Antecipados
Insubsistências
29
A Contabilidade Pública é o ramo da Contabilidade que se preocupa com o controle e
a evolução do Patrimônio Público, sempre com vistas ao acompanhamento do
Orçamento. O Estudo da Contabilidade Pública é específico e se encontra fora do
escopo deste curso, que trata da Contabilidade em geral e, em especial, comercial.
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um aumento do patrimônio. Consistindo em aumentos do Patrimônio, as
insubsistências ativas são contas representativas de receitas. Como
exemplos de insubsistências ativas, podemos citar quaisquer
desaparecimentos de obrigações (o perdão ou cancelamento de dívidas,
a prescrição para o Estado cobrar uma dívida, etc).
Insubsistências Passivas: Ocorrem por fatos, inesperados, que têm
por conseqüência o desaparecimento de um elemento patrimonial que
reflita uma diminuição do Patrimônio Líquido. Consistindo em reduções
do patrimônio, essas contas são representativas de despesas. Como
exemplos, podemos citar quaisquer desaparecimentos de bens ou
direitos (a morte de um animal, o Perdão de direitos, a prescrição na
cobrança de uma duplicata a receber e outras perdas de ativo – por
incêndio, inundação, furtos, etc).
Alguns autores tratam os termos insubsistências do ativo como sinônimo
de insubsistências ativas (e insubsistências do passivo como sinônimo
de insubsistências passivas), isso não é recomendável30 porque tira toda
a lógica de denominação de contas acima apresentada.
Porém, como não há normatização legislativa no tocante ao nome de
contas contábeis, somente com a interpretação do texto, dentro do
contexto em que se encontra a expressão utilizada para denominar a
referida conta contábil, é que poderemos classificá-la.
30
E, inclusive, criticado – também – por outros autores – conforme Ferrari, Ed Luiz.
Contabilidade Geral: teoria e 950 questões. 6a ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
Página 109.
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especificamente dos fatos contábeis (ou seja, a escrituração de eventos
relacionados com as modificações qualitativas e/ou quantitativas do
patrimônio).
Para situar a questão, faz-se necessária uma breve apresentação do
conjunto de livros onde constam as mais diversas informações acerca de
eventos ocorridos na vida da empresa, para – em seguida – apresentar
de forma mais detalhada os livros contábeis, que serão referenciados ao
longo de todo nosso curso. Assim, veremos, a seguir, livros fiscais,
livros societários, livros trabalhistas e, finalmente, livros contábeis.
31
Importante. O termo crédito é utilizado (no âmbito da legislação do IPI) em sua
acepção corriqueira (direito). Não confundir com a idéia de natureza credora de conta
contábil apresentada quando do estudo da teoria Personalística das contas.
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da Pessoa Jurídica pela sistemática do Lucro Real32. O Lucro Real
consiste no próprio lucro contábil da empresa, ajustado (por adições e
exclusões de valores e, ainda, compensações do resultado do período
com prejuízos fiscais – bases de cálculo negativas – de períodos
anteriores). É no LALUR que são registrados os ajustes ao Lucro Líquido
contábil, para apuração do Lucro Real (base de cálculo do Imposto de
Renda).
O Livro Registro de Inventário. No Livro de Inventário, no qual
deverão constar registrados os estoques existentes no término de cada
período de apuração do Imposto de Renda, deverão ser arrolados, com
especificações que facilitem sua identificação, as mercadorias, os
produtos manufaturados, as matérias-primas, os produtos em
fabricação e os bens em almoxarifado existentes na data do balanço
patrimonial levantado ao fim da cada período de apuração do tributo.
O Livro Registro de Compras. No livro Registro de compras constam
as informações de aquisições da empresa. Esse livro pode ser
substituído pelo Livro de Entradas (exigido pela legislação estadual e
visto logo a seguir).
O Livro Registro Permanente de Estoque, para as pessoas jurídicas
que exercerem atividades de compra, venda, incorporação e construção
de imóveis, loteamento ou desmembramento de terrenos para venda;
O Livro de Movimentação de Combustíveis, a ser escriturado
diariamente pelo posto revendedor.
O Livro Caixa. Pequenas empresas – optantes pela sistemática
simplificada de apuração e pagamento conjunto de tributos e
contribuições federais, denominada SIMPLES, bem como aquelas que
apuram a base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica pela
sistemática do Lucro Presumido, para apuração da base de cálculo dos
tributos devidos, estão dispensadas da escrituração contábil completa,
bastando manter o Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a
sua movimentação financeira, inclusive bancária.
32
Observação, a base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica pode ser (1)
o Lucro Real, (2) O Lucro Presumido e (3) o Lucro Arbitrado. Neste curso, serão
apresentados cada um desses conceitos na aula em que são analisadas as destinações
do resultado.
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telecomunicações). Assim, a maioria dos livros se destina ao controle
deste tributo. A seguir, relacionamos os livros mais utilizados com uma
breve referência a cada um deles.
a) Registro de Inventários. Já apresentado no item anterior.
b) Registro de Entradas de Mercadorias. Consiste em um livro
em que são registradas informações sobre bens adquiridos pelo
contribuinte. Este livro é importante para servir de base à
apuração de créditos (no sentido comum da palavra – direito de
compensar o imposto devido) de ICMS, bem como de IPI,
relativo às aquisições de mercadorias e produtos, atinente ao
tributo já recolhido nas etapas anteriores do ciclo produtivo
(pela aplicação do princípio da não-cumulatividade que informa
ambos os tributos).
c) Registro de Saídas de Mercadorias. Consiste em livro onde
estão registradas informações sobre a venda de mercadorias,
bem como sobre saídas a outros títulos (demonstração,
transferência, etc.). A informação constante desse livro é
importante para apuração do ICMS e, também, do IPI.
d) Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos
de Ocorrência. Este livro deve ser utilizado por todos os
estabelecimentos obrigados à emissão de documentos fiscais,
identificando os documentos emitidos, para utilização pelo
estabelecimento. Neste livro, o fisco – também – consigna
informações sobre o início da ação fiscal, autos de infração,
retenção de material e demais atos.
e) Registro de Impressão de Documentos Fiscais. Este livro deve
ser utilizado pelos estabelecimentos que confeccionam
documentos fiscais (gráficas) e se destina à conferência, pelo
fisco, dos documentos impressos frente àqueles utilizados.
33
Ferrari, Ed Luiz. Contabilidade Geral: teoria e 950 questões. 6a ed. – Rio de Janeiro:
Elsevier, 2006. Página 194
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a) Registro de Prestação de Serviços;
b) Registro de Contratos de Prestação de Serviços;
c) Recebimento de Impressos Fiscais e Termos de Ocorrência.
34
Sociedades que têm seu capital divididos em títulos – denominados ações (conforme
visto na aula 01).
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II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas", para
lançamento dos termos de transferência, que deverão ser
assinados pelo cedente e pelo cessionário ou seus
legítimos representantes;
III - o livro de "Registro de Partes Beneficiárias
Nominativas" e o de "Transferência de Partes Beneficiárias
Nominativas", se tiverem sido emitidas, observando-se,
em ambos, no que couber, o disposto nos números I e II
deste artigo;
IV - o livro de Atas das Assembléias Gerais;
V - o livro de Presença dos Acionistas;
VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de
Administração, se houver, e de Atas das Reuniões de
Diretoria;
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.
Cuidado! Este assunto também já foi questão de prova.
35
A compensação é uma forma de extinção de obrigação em que duas pessoas (que
possuam dívidas recíprocas) têm suas dívidas extintas até o limite da menor delas
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A escrituração, portanto, no sentido (restrito) de registro dos fatos
contábeis, em seu conjunto, é feita nos livros principais: o Livro Diário e
o Livro Razão.
O Livro Diário é um livro que contém o registro de cada lançamento em
ordem cronológica (nos permite compreender a seqüência de
acontecimentos ocorridos na empresa).
O Livro Razão é um livro que contém o registro destes mesmos
lançamentos, porém ordenados por conta (nos permite analisar o
comportamento de um dado elemento patrimonial no tempo).
ficando aquela que tiver a maior das dívidas obrigada a pagar apenas a diferença à
outra.
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Formalidades extrínsecas são aquelas relacionadas com a forma do
Diário. São formalidades extrínsecas do Diário as seguintes:
a) ser encadernado;
b) ter suas folhas numeradas tipograficamente;
c) ser registrado no Registro do Comércio ou Cartório de Registro
Civil das Pessoas Jurídicas;
d) conter termos de abertura e de encerramento devidamente
preenchidos e autenticados.
A finalidade dessas formalidades extrínsecas é garantir a fidedignidade
das informações constantes da escrituração do livro Diário, dificultando
– ao máximo – sua adultaração. Exemplificativamente, o fato de ser
encadernado e com numeração tipográfica dificulta que folhas suas
sejam arrancadas ou, entre elas inseridas outras.
A inobservância das formalidades extrínsecas invalida todo o Diário que
passa a fazer prova apenas contra a empresa.
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após sua impressão, encadernação e registro, não é mais possível sua
alteração – o que garante suas formalidades.
A inobservância das formalidades intrínsecas invalida apenas o registro
ou registros onde elas ocorrerem.
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§ 2º A não manutenção do livro de que trata este artigo,
nas condições determinadas, implicará o arbitramento do
lucro da pessoa jurídica (Lei nº 8.218, de 1991, artigo 14,
parágrafo único, e Lei nº 8.383, de 1991, artigo 62).
§ 3º Estão dispensados de registro ou autenticação o Livro
Razão ou fichas de que trata este artigo.
Uma último detalhe – de grande importância – referente ao Livro
Razão, é que ele não está sujeito às formalidades (extrínsecas ou
intrínsecas) do Livro Diário. Essa situação é uma decorrência lógica do
fato de que as informações nele contidas devem ser idênticas àquelas
do Livro Diário. Assim, uma vez verificada a identidade de informações
entre os dois livros, ainda que não haja formalidade nenhuma
determinada para o Livro Razão, as formalidades exigidas para o Livro
Diário (que têm por objetivo garantir a fidedignidade das informações do
Livro Diário) já garantem a fidedignidade das informações do Livro
Razão – por serem elas idênticas (apenas apresentadas em ordem
diferente).
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c) conta credora (crédito);
d) valor;
e) histórico – no histórico, deve ser explicado o fato contábil
ocorrido (em linguagem clara e concisa) e referenciados os
documentos que suportam o lançamento.
Vistos os elementos do lançamento, resta uma dúvida: Quando é que
uma conta receberá um débito e quando é que uma conta receberá um
crédito?
Uma abordagem mais tradicional da contabilidade, correta, porém (no
meu entender) não tão didática:
1 - Utilizaria os conceitos da Teoria Personalística, que explicam a razão
pela qual:
a) contas de Ativo aumentam de saldo quando recebem débitos e
reduzem de saldo quando recebem créditos;
b) contas de Passivo aumentam de saldo quando recebem créditos
e reduzem de saldo quando recebem débitos;
c) contas de despesa somente aumentam de saldo (durante o
exercício) e sempre recebem débitos;
d) contas de receita somente aumentam de saldo (durante o
exercício) e sempre recebem créditos; e
e) contas de Patrimônio Líquido aumentam de saldo quando
recebem créditos e reduzem de saldo quando recebem débitos.
2 – Aplicaria esses conceitos aos fatos contábeis (conforme exemplos já
vistos) e
3 – Identificaria, conforme o fato contábil, as contas que tiveram seus
valores (saldos) aumentados ou reduzidos, para – em seguida –
determinar qual delas receberia débitos e créditos.
Apenas a título ilustrativo, apresentaremos um exemplo – onde essa a
abordagem é aplicada – aproveitando um fato contábil já visto na aula
02 deste curso (Compra de Móveis a prazo):
Partindo de um patrimônio inicial que tenha apenas dinheiro (R$
50.000,00 em dinheiro colocado pelos sócios), conforme a seguir:
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Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Obrigações -
Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Obrigações com fornecedores 10.000,00
Móveis 10.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Diferença (A-P) 50.000,00
50.000+10.000-10.000
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c) conta credora (crédito) – a conta de Passivo Fornecedores;
d) valor – o valor da compra R$ 10.000,00;
e) histórico – o histórico, explicado o evento ocorrido e
referenciados os documentos que suportam o lançamento
Compra de móveis nesta data, conforme nota fiscal n° XXX.
Em nosso curso, para fins de simplificação e com objetivos didáticos,
para referenciar um lançamento contábil, iremos deixar de apresentar a
data e o histórico. Adicionalmente iremos identificar a conta que recebe
débitos com a letra “D” imediatamente antes de seu nome e a conta que
recebe créditos com: (1) a letra “C” e (2) a palavra reservada “a”36,
imediatamente antes de seu nome. Assim, o lançamento em questão
ficaria da seguinte forma:
D= Móveis
C = a Fornecedores 10.000,00
Repare que é perfeitamente possível analisar o fato contábil e verificar
as modificações ocorridas no Ativo, Passivo e no Patrimônio Líquido,
para, somente então, identificar a conta que deverá ser debitada e a
conta que deverá ser creditada. Porém, conforme visto no exemplo
acima, é muito trabalhoso e não permite alcançar um dos objetivos
propostos no início do curso, qual seja: ver o fluxo de valores entre
elementos patrimoniais acontecendo, a cada fato contábil.
Em outras palavras, o que nós desejamos que o estudante possa fazer é
verificar valores que saem de um lugar (no patrimônio) para serem
aplicados em outro lugar (do patrimônio), a cada fato contábil.
Ocorre que há uma regra, denominada regra das partidas dobradas
que determina: Para todo débito haverá um crédito de igual valor. Essa
regra é muito conhecida (consta da totalidade dos bons livros de
Contabilidade) e, como tudo que é muito famoso, pouco discutida. Aqui,
nós vamos (a partir da análise dessa regra) propor uma abordagem
especial que, em nosso entender, facilitará o aprendizado.
Repare que o procedimento acima descrito (exemplificativamente – para
registro contábil do fato compra de móveis a prazo, no valor de R$
10.000,00) resultou em um débito no valor de R$ 10.000,00 e em um
crédito no mesmo valor de R$ 10.000,00. Fica faltando entender a
razão que determina que esses valores sejam idênticos, o que somente
poderá ser realizado com uma visão mais detalhada dos conceitos de
débito e crédito no âmbito de cada fato contábil.
36
A palavra reservada “a” é tradicionalmente utilizada para indicar a(s) conta(s) que
recebe(m) créditos, no lançamento. Provavelmente, com o sentido de “à origem de...
(seguido do nome da conta)”.
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Isso será visto imediatamente a seguir.
4.4.1 O Débito
O débito representa uma aplicação, de um valor, em um elemento do
patrimônio. Quando, por exemplo, se adquire um móvel para
pagamento a prazo, para o registro desse fato, deve ser APLICADO um
valor na conta Móveis.
Utilizando a metáfora da caixa de areia (QUE, AGORA, VAI CLAREAR
TODO O PENSAMENTO!), imagine que a conta Móveis seja representada
por um montinho de areia (quanto maior o valor dos móveis, maior será
o tamanho do montinho de areia). Se for APLICADO um valor nesse
elemento patrimonial – móveis –, metaforicamente, o acontecimento
pode ser encarado como se tivesse sido APLICADA (colocada) areia no
montinho que representa a conta móveis. Por óbvio, o tamanho do
montinho vai aumentar. Veja que nossa metáfora está rigorosamente
de acordo com as regras de escrituração:
- aplicação de areia em um montinho aumenta seu tamanho;
- débito em um ativo aumenta seu valor.
37
Milton Friedman, economista da escola de Chicago – ganhador do prêmio Nobel –
que ficou famoso pela frase “There's no such thing as a free lunch” (traduzida – de
forma livre – por: não existe almoço gratuito), ou seja, para tudo há um preço – e um
motivo.
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Assim, encarando o DÉBITO como a aplicação de valor em um elemento
do patrimônio, deduz-se – sem dificuldades – que o débito aumenta o
valor de ativos (conforme a regra demonstrada quando da apresentação
da Teoria Personalística, acima).
4.4.2 O Crédito
O crédito representa a origem do valor que foi aplicado em um elemento
do patrimônio. Analisando o mesmo exemplo, quando se adquire um
móvel a prazo, vimos que há uma aplicação de valor no elemento
patrimonial móveis (débito na conta móveis), mas de onde teria vindo o
valor aplicado no elemento patrimonial móveis? Como resposta, temos
que, a origem da aplicação feita na conta móveis foi a obrigação de se
pagar este valor ao fornecedor (contraindo a obrigação de pagar ao
fornecedor, adquirimos a possibilidade de aplicar um valor no elemento
patrimonial móveis).
Utilizando, de novo, a metáfora da caixa de areia, consideramos que
Passivos são representados por buracos na areia. Assim, o
surgimento de uma obrigação (de pagar fornecedores), representada
pela conta fornecedores, pode ser vista como um buraco cavado na
areia. Portanto, imagine um buraco (denominado fornecedores) sendo
cavado na areia. Desse buraco sai a areia, necessária e suficiente, para
ser aplicada no montinho denominado móveis.
Essa é a essência da idéia de crédito: a origem do valor utilizado para a
realização de uma aplicação em um elemento do patrimônio.
Se a origem do valor aplicado no elemento patrimonial móveis,
metaforicamente representado por um montinho de areia, é a areia
cavada do buraco denominado fornecedores. Por óbvio, o tamanho do
buraco fornecedores vai aumentar. Veja que nossa metáfora está
rigorosamente de acordo com as regras de escrituração:
- Se for retirada areia, cavada de um buraco do patrimônio, para
ser aplicada em outro local do patrimônio (origem dessa
aplicação), o tamanho do buraco aumenta;
- crédito em um passivo aumenta seu valor.
Assim, encarando o CRÉDITO como a origem do valor aplicado em um
elemento do patrimônio, deduz-se – sem dificuldades – que o crédito
aumenta o valor de passivos (conforme a regra demonstrada quando da
apresentação da Teoria Personalística, acima).
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4.4.3 Conclusão – a relação entre o débito e o crédito em um fato
contábil
A areia colocada em um elemento do patrimônio (para aumentar o
tamanho de um montinho, ou para tapar um buraco) tem que –
mandatoriamente – ter tido sua origem em outro elemento deste
patrimônio, ou seja, tem que ter saído de um montinho (que, então, fica
menor), ou tem que ter saído de um buraco (que, então, fica maior).
Ora, a quantidade de areia que sai de um elemento do patrimônio deve
ser igual à quantidade de areia aplicada no outro elemento (a areia não
é gerada – aleatoriamente – nem desaparece, como num passe de
mágica).
Portanto, se débitos são aplicações e créditos origens, então o valor do
débito deve sempre ser igual ao valor do crédito.
4.4.3.1 Exemplo
Como uma figura diz mais do que mil palavras, passamos a ilustrar – a
seguir – a idéia acima apresentada, sempre considerando que:
(1) o Patrimônio é considerado como uma caixa de areia;
(2) o valor do patrimônio é proporcional à quantidade de areia existente
entre Ativos e Passivos;
(3) Ativos são montinhos de areia;
(4) Passivos são buracos cavados na areia;
(5) Patrimônio Líquido também é representado por buracos cavados na
areia;
(6) Despesas, como reduções no patrimônio, são representadas por uma
lata de lixo (onde é jogado fora a areia, que sai do patrimônio –
reduzindo-o).
(7) Receitas, como aumentos do patrimônio, são representadas por um
pára-quedas (de onde vem a areia, que cai no patrimônio –
aumentando-o).
(8) débito é aplicação de areia em um elemento do patrimônio; e
(9) crédito é a origem da areia aplicada.
Situação inicial:
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Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Obrigações -
Análise do Fato
Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Fornecedores 10.000,00
Móveis 10.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Diferença (A-P) 50.000,00
38
Conforme já visto, em nosso curso, para fins de simplificação e com objetivos
didáticos, para referenciar um lançamento contábil, iremos deixar de apresentar a data
e o histórico. Adicionalmente iremos identificar a conta que recebe débitos com a letra
“D” imediatamente antes de seu nome e a conta que recebe créditos com: (1) a letra
“C” e (2) a palavra reservada “a”, imediatamente antes de seu nome.
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D= Móveis
C = a Fornecedores 10.000
Situação Final
Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Fornecedores 10.000,00
Móveis 10.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Diferença (A-P) 50.000,00
4.4.3.2 Comentários
Se há uma frase que pode sintetizar esse conjunto de conceitos ela é a
seguinte: bolinha é crédito, setinha é débito. Sempre que nós
visualizarmos um patrimônio e, nele, contextualizarmos a ocorrência de
um fato contábil, veremos areia saindo de um lugar (origem – bolinha –
crédito) e sendo colocada em outro lugar (aplicação – setinha – débito).
Então, de novo bolinha é crédito, setinha é débito.
Este será o nosso ponto de partida, para todas as conclusões
importantes acerca dos lançamentos:
a) Setinha (aplicação) de areia em um montinho de areia
aumenta o tamanho do montinho. Isso quer dizer que
débito em conta de ativo aumenta o saldo da conta.
b) Setinha (aplicação) de areia em um buraco cavado na
areia reduz o tamanho do buraco. Isso quer dizer que
crédito em conta de passivo reduz o saldo da conta; quer
dizer – também – que débito em conta de patrimônio
líquido reduz o saldo da conta.
c) A setinha (aplicação de areia), na lata de lixo, (jogada
para fora do conjunto que representa bens, direitos e
obrigações – patrimônio), reduz a quantidade total de
areia existente (entre montinhos representativos de
bens/direitos e buracos representativos de obrigações), no
patrimônio, implicando redução do valor do patrimônio.
Isso quer dizer que despesas são contas onde somente
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são registrados débitos (aplicações de valores) e,
portanto, seu saldo somente aumenta, durante o
exercício.39
d) A areia que “cai do céu – de pára-quedas” (ou seja, que
tem origem fora do conjunto que representa bens, direitos
e obrigações – patrimônio) aumenta a quantidade de areia
existente no patrimônio, pois “cai no colo” do conjunto de
montinhos representativos de bens/direitos e buracos
representativos de obrigações, do patrimônio, implicando
aumento do valor do patrimônio. Isso quer dizer que
receitas são contas onde somente são registrados créditos
(origens de valores) e, portanto, seu saldo somente
aumenta, durante o exercício.40
e) Toda areia que vem (1.a) do céu, de pára-quedas, ou
(2.a) de um buraco, cavada, ou (3.a) de um montinho,
desbastado; deve ser aplicada (1.b) na lata de lixo, jogada
fora, ou (2.b) em um buraco, tapando-o, ou (3) em um
montinho, aumentando-o. Isso quer dizer que para toda
origem há uma aplicação de igual valor, ou seja, para todo
crédito há um débito de igual valor.
39
Repare que durante o exercício, não se tira areia da lata de lixo, somente se joga
areia nela. Somente ao final do período é que se tira areia da lata de lixo (para
começar tudo de novo no próximo exercício).
40
Repare que durante o exercício, não se joga areia de volta para o céu, somente cai
areia de lá. Apenas ao final do período é que se devolve a areia que caiu (para
começar tudo de novo no próximo exercício).
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a) Primeiro, a data do lançamento (que será omitida nos
nossos exemplos, para fins de simplificação didática);
b) Em seguida, a identificação da conta que recebe débito
(aplicação de valor) – identifica-se a conta que recebe
débito com a letra “D”, imediatamente antes de seu nome;
c) Depois, a identificação da conta que recebe crédito
(origem do valor) – identifica-se a conta que recebe
crédito com a letra “C” e com a palavra reservada “a”,
imediatamente antes de seu nome;41
d) Ao lado da identificação da conta que recebe crédito, é
apresentado o valor;
e) Finalmente, um histórico do fato (que, também, será
omitido nos nossos exemplos, para fins de simplificação
didática).
Com essa explicação, o lançamento constante do exemplo (compra de
móveis a prazo, por R$ 10.000,00) será o seguinte:
D= Móveis
1 C = a Fornecedores 10.000,00
Ou, simplesmente:
Móveis
1 a Fornecedores 10.000,00
41
Tanto a letra “D”, quanto a letra “C” (utilizadas, conforme nossa proposta, para
identificar respectivamente a conta que recebe débitos e a conta que recebe créditos)
são dispensáveis (e somente são apresentadas por razões didáticas). Isso porque a
palavra reservada “a” (imediatamente anterior à conta que recebe créditos) já a
identifica (em oposição à conta que recebe débitos.
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a) O registro de um débito na folha, do livro, que registra
informações sobre a conta móveis;
b) O registro de um crédito na folha, do livro, que registra
informações sobre a conta Fornecedores.
Para isso, cada conta, que deve ser registrada em uma folha separada
do livro, será representada por um “T” – como se cada folha do livro
fosse sepadada por uma linha vertical, ficando dividida entre o lado
esquerdo e o lado direito – (esta é a razão denominação “Razonete em
T”):
- Acima do “T” ficará registrado o nome da conta;
- no lado esquerdo do “T”, serão representados os débitos;
- no lado direito do “T” serão representados os créditos;
- ao lado de cada valor (registrado no lado dos débitos ou dos
créditos) será colocada uma referência:
- SI – para designar o saldo inicial da conta;
- Um número seqüencial, para designar o fato contábil a
que o registro de valor se refere; e
- SF – para designar o saldo final da conta.
Abaixo, encontram-se apresentados os razonetes em “T” necessários
para a representação do fato contábil em tela (compra de móveis a
prazo, por R$ 10.000,00):
Observe que o número “1” significa que (a) tanto o débito na conta
móveis, (b) quanto o crédito na conta fornecedores, (ambos no valor de
R$ 10.000,00) se referem ao fato “1”, lançado no Diário, no tópico
anterior da matéria.
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um valor (Móveis) e um elemento patrimonial que servia de origem para
esse valor (Fornecedores).
Ocorre que a realidade pode ser mais complexa, com a ocorrência de
fatos contábeis onde haja vários débitos ou vários créditos. Assim, faz-
se necessário diferenciar os vários tipos de fatos contábeis (no tocante à
quantidade de contas envolvidas) e, conseqüentemente, identificar as
várias fórmulas de lançamento contábil, conforme a seguir apresentado:
1a. fórmula ⇒ uma conta devedora e uma conta credora (1d x 1c);
2a. fórmula ⇒ uma conta devedora e várias contas credoras (1d x Nc);
3a. fórmula ⇒ várias contas devedoras e uma conta credora (Md x 1c);
4a. fórmula ⇒ várias contas devedoras e várias contas credoras (Md x
Nc).
Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Obrigações -
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Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Fornecedores 10.000,00
Móveis 10.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Diferença (A-P) 50.000,00
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Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Fornecedores 10.000,00
Móveis 10.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Diferença (A-P) 50.000,00
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Obrigações -
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Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 5.000,00
(5.000,00)
45.000,00
Móveis 10.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
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O lançamento, referente ao exemplo acima, no livro Diário, portanto,
será:
D= Móveis 10.000,00
C= a diversos
2 C = a Fornecedores 5.000,00
C = a Caixa 5.000,00
Ou, simplesmente:
Móveis 10.000,00
a diversos
2 a Fornecedores 5.000,00
a Caixa 5.000,00
E, no Livro Razão, o lançamento deve ser registrado da seguinte forma:
Ativo Passivo
Dinheiro 45.000,00 Fornecedores 5.000,00
Móveis 10.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
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elementos patrimoniais, a partir de uma única origem patrimonial. Em
outras palavras, há vários débitos e um único crédito.
Como exemplo de lançamento de terceira fórmula, vamos referenciar o
seguinte fato contábil: compra, na mesma loja, de móveis, por R$
10.000,00, e de computadores (equipamentos) por R$ 8.000,00, sendo
o pagamento a prazo.
Neste caso, teremos apenas uma bolinha, porém duas setinhas,
representando o fluxo de valores entre elementos patrimoniais,
conforme será visto em seguida, partindo-se de um patrimônio em que
há apenas dinheiro (R$ 50.000,00):
Patrimônio inicial (balancete):
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Obrigações -
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 18.000,00
Móveis 10.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Equipamentos 8000 Capital 50.000,00
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No livro diário, um lançamento de terceira fórmula é, também,
registrado de uma maneira especial.
No lugar em que se espera a conta que recebe débitos, é colocada uma
palavra reservada (a palavra reservada diversos). Importante, a
palavra reservada diversos não representa um nome de conta, mas
apenas indica que “no lugar onde deveria constar uma conta recebendo
débitos, constam várias contas”. Esse é o significado da palavra
diversos.
Somente após o final do lançamento, serão especificadas as diversas
contas que receberam débitos, com os respectivos valores debitados.
Repare que, como o somatório dos valores debitados é igual ao valor
creditado, faz-se necessária uma apresentação discriminada de todos
eles (para que o lançamento fique claro – do ponto de vista
informacional).
O lançamento, referente ao exemplo acima, no livro Diário, portanto,
será:
D= diversos
C= a Fornecedores 18.000,00
3 D= Móveis 10.000,00
D= Equipamentos 8.000,00
Ou, simplesmente:
diversos
a Fornecedores 18.000,00
3 Móveis 10.000,00
Equipamentos 8.000,00
E, no Livro Razão, o lançamento é registrado da seguinte forma:
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capital caixa móveis fornecedores
débitos créditos débitos créditos débitos créditos débitos créditos
50.000,00 si si 50.000,00 3 10.000,00 18.000,00 3
equipamentos
débitos créditos
3 8.000,00
Ativo Passivo
Dinheiro 50.000,00 Fornecedores 18.000,00
Móveis 10.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Equipamentos 8.000,00 Capital 50.000,00
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Patrimônio inicial (balancete):
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Obrigações -
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 9.000,00
(9.000,00)
41.000,00
Móveis 10.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Equipamentos 8.000,00 Capital 50.000,00
Repare que há duas bolinhas e que há, também, duas setinhas; ou seja,
dois elementos patrimoniais são origem do valor de R$ 18.000,00 (a
conta Fornecedores – em R$ 9.000,00 e a conta Caixa – também em R$
9.000,00) e a aplicação desse valor é realizada em dois diferentes
elementos do patrimônio (na conta Móveis – em R$ 10.000,00 e na
conta Equipamentos – em R$ 8.000,00). Considerando a metáfora da
“caixa de areia”, é como se tivessem sido retirados “nove mil grãos de
areia”, cavadas do buraco Fornecedores, e, também, “nove mil grãos de
areia”, desbastados do montinho Caixa, para aplicação de “dez mil grãos
de areia” no montinho Móveis e de “oito mil grãos de areia” no montinho
Equipamentos.
No livro diário, um lançamento de quarta fórmula é, também, registrado
de uma maneira especial.
Tanto no lugar em que se espera que esteja a conta que recebe débitos,
como no lugar em que se espera que esteja a conta que recebe créditos,
deve ser colocada uma palavra reservada (a palavra reservada
diversos). Importante, a palavra reservada diversos não representa um
nome de conta, mas apenas indica que “no lugar onde deveria constar
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uma conta recebendo débitos (ou uma conta recebendo créditos),
constam várias contas”. Esse é o significado da palavra diversos.
Somente após o final do lançamento, serão especificadas as diversas
contas que receberam débitos, com os respectivos valores debitados, e
– também – as diversas contas que receberam créditos, com os
respectivos valores creditados. Repare que, como o somatório dos
valores debitados é igual ao somatório dos valores creditados, faz-se
necessária uma apresentação discriminada de todos eles (para que o
lançamento fique claro – do ponto de vista informacional).
Repare que, em lançamentos de quarta fórmula, a palavra reservada
diversos aparece duas vezes: (1) uma vez sozinha, referenciando que
há diversas contas a débito, e (2) uma outra vez, acompanhada da
palavra reservada “a”, referenciando que há diversas contas a crédito.
O lançamento, referente ao exemplo acima, no livro Diário, será:
D= diversos
C= a diversos
4 D= Móveis 10.000,00
D= Equipamentos 8.000,00
C = a Caixa 9.000,00
C = a Fornecedores 9.000,00
Ou, simplesmente:
diversos
a diversos
4 Móveis 10.000,00
Equipamentos 8.000,00
a Caixa 9.000,00
a Fornecedores 9.000,00
E, no Livro Razão, o lançamento é registrado da seguinte forma:
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capital caixa móveis fornecedores
débitos créditos débitos créditos débitos créditos débitos créditos
50.000,00 si si 50.000,00 4 10.000,00 9.000,00 4
9.000,00 4
sf 41.000,00
equipamentos
débitos créditos
4 8.000,00
Ativo Passivo
Dinheiro 41.000,00 Fornecedores 9.000,00
Móveis 10.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Equipamentos 8.000,00 Capital 50.000,00
5 Resumo
Conceito de conta contábil. Uma conta contábil é um nome que
referencia um conjunto de elementos do patrimônio de características
semelhantes e que demandam controle conjunto (separadamente dos
demais elementos) de seu valor e respectivos aumentos, ou reduções.
Em outras palavras, uma conta contábil é um nome que referencia um
item que componha o patrimônio.
Contas analíticas e contas sintéticas. As contas analíticas são as
contas propriamente ditas – que merecem registro (direto nelas) dos
fatos contábeis que nelas interferem. As contas sintéticas são nomes
que referenciam um conjunto de contas analíticas, sendo seu valor o
somatório dos valores das contas analíticas que a compõem.
Elementos da conta. Os elementos da conta são: (1) o valor inicial
saldo inicial, (2) os aumentos de valor (registrados a débito ou a
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crédito, conforme a natureza da conta), (3) as reduções de valor
(registradas a débito ou a crédito, conforme a natureza da conta) e (4)
o valor final da conta saldo final.
Plano de Contas. É uma relação ordenada das contas componentes do
patrimônio, bem como referentes ao resultado, com a informação de
seu significado e comportamento. Em tempo, denomina-se Balancete
de Verificação a relação de todas as contas – componentes do plano
de contas –, cada uma com seu respectivo saldo.
Teoria Patrimonialística. Pela teoria patrimonialística, classificam-se
as contas em (1) Patrimoniais – Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido e
(2) de Resultado – Receitas e Despesas. Importante, o conhecimento
da teoria patrimonialística revela o objetivo informacional das contas:
a) as contas patrimoniais têm por objetivo informar o valor
de um elemento do patrimônio em um dado momento
(valor de um bem, de um direito, de uma obrigação ou da
diferença entre bens/direitos e obrigações);
b) as contas de resultado têm por objetivo informar a razão
pela qual – durante o exercício – o valor líquido do
patrimônio (o valor da diferença entre bens/direitos e
obrigações) aumentou ou diminuiu e o respectivo valor
desse aumento ou diminuição.
Teoria Personalística. Pela teoria personalística, classificam-se as
contas em (1) dos agentes consignatários (BENS – Ativo), (2) dos
agentes correspondentes a débito (DIREITOS – Ativo), (3) dos agentes
correspondentes a crédito (OBRIGAÇÕES – Passivo) e (4) dos
proprietários (a DIFERENÇA entre Ativos e Passivos – Patrimônio
Líquido, os aumentos da DIFERENÇA – Receitas e as reduções da
DIFERENÇA – Despesas). Importantíssimo, o conhecimento dessa
teoria revela a razão pela qual:
a) as contas de ativo são de natureza devedora – aumentam
de saldo a débito e reduzem o saldo a crédito;
b) as contas de passivo e de patrimônio líquido são de
natureza credora – aumentam de saldo a crédito e
reduzem o saldo a débito;
c) as contas de despesa são unilaterais e de natureza
devedora – somente aumentam de saldo a débito
(durante todo o exercício); e
d) as contas de receita são unilaterais e de natureza credora
– somente aumentam de saldo a crédito (durante todo o
exercício).
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Teoria Materialística. Pela teoria materialística, as contas são
classificadas em (1) contas integrais, que representam itens
componentes do patrimônio (Bens ou Direitos – Ativos e Obrigações –
Passivos) e (2) contas diferenciais, que representam a diferença entre
bens/direitos e obrigações (Patrimônio Líquido e seus respectivos
aumentos – Receitas e reduções – Despesas). Importante, o
conhecimento da teoria materialística permite o entendimento de que
despesas e receitas são valores que pertencem ao Patrimônio Líquido e
que, portanto, ao final de cada exercício devem ser eliminados e
transferidos para o Patrimônio Líquido.
Lançamentos – conceito e elementos. Lançamentos são registros
de fatos contábeis, nos livros Diário e Razão. Esse registro deve
compreender: (1) a data do fato contábil; (2) a(s) conta(s) a débito,
onde são aplicados valores; (3) a(s) conta(s) a crédito, de onde são
originados os valores; (4) o valor; e (5) um histórico, descrevendo o
fato contábil registrado e referenciando os documentos de suporte ao
lançamento.
Livros Fiscais, Livros Societários e Livros Trabalhistas. A
escrituração, em sentido amplo, é o registro de tudo o que acontece de
relevante na empresa. Portanto, a escrituração pode ter por objetivo o
patrimônio ou outras áreas de interesse da empresa (ou de terceiros
relacionados com a empresa). Assim, há livros fiscais onde são
registradas informações acerca da apuração, do controle e da
fiscalização dos tributos pela empresa devidos. Há também livros
societários onde são registrados atos de gerência da sociedade.
Finalmente, há livros trabalhistas, onde são registrados fatos
relacionados à relação entre a empresa e seus empregados.
Livros Contábeis – Livro Diário e Livro Razão. Os livros contábeis
são aqueles em que são registrados os fatos contábeis (eventos que têm
efeito no patrimônio). Assim, a escrituração nos livros contábeis é
considerada escrituração em sentido restrito. A escrituração é realizada
em livros principais (onde esteja registrada a totalidade de fatos
contábeis ocorridos), são eles:
a) O Livro Diário – um livro principal, cronológico (onde se
encontram registrados os fatos ordenados por ordem
cronológica) e com formalidades intrínsecas e extrínsecas.
b) O Livro Razão – um livro principal, sistemático (onde se
encontram registrados os fatos ordenadamente por conta
nele envolvida) e sem formalidades (pois, o Razão e o
Diário têm a mesma informação – apenas classificada por
critério diferenciado) e basta haver um batimento entre
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essas informações para que as formalidades do Diário
garantam a fidedignidade dos dados constantes do Razão.
O Débito e o Crédito – conceitos fundamentais no lançamento. O
débito é uma aplicação de valor em um elemento do patrimônio. O
crédito é a origem do valor aplicado. Como o valor aplicado em um
elemento patrimonial necessariamente deve ter uma origem. O valor do
crédito – a cada fato contábil ocorrido (e lançamento registrado) – deve
ser igual ao valor do débito. Metaforicamente:
a) o crédito é a bolinha, que representa a origem, que
representa areia que sai de um elemento patrimonial (com
destino a outro elemento);
b) o débito é a setinha, que representa a aplicação, que
representa a areia que é aplicada em um elemento
patrimonial (que teve como origem o respectivo crédito).
Fórmulas de Lançamento. São quatro as fórmulas de lançamento:
1a. fórmula ⇒ uma conta devedora e uma conta credora (1d x 1c);
2a. fórmula ⇒ uma conta devedora e várias contas credoras (1d x Nc);
3a. fórmula ⇒ várias contas devedoras e uma conta credora (Md x 1c);
4a. fórmula ⇒ várias contas devedoras e várias contas credoras (Md x
Nc).
42
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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Caixa R$ 500,00
Despesas com Pesquisa R$ 2.500,00
Duplicatas a Pagar R$ 300,00
Duplicatas a Receber R$ 3.000,00
Empréstimos e Financiamentos obtidos R$ 10.000,00
Fornecedores R$ 5.000,00
Imóveis R$ 6.000,00
Mercadorias R$ 3.000,00
Máquinas e Equipamentos R$ 1.700,00
Poupança R$ 1.000,00
Receitas Antecipadas R$ 6.500,00
Seguros a Vencer R$ 800,00
Títulos a Pagar R$ 2.000,00
Veículos R$ 1.000,00
Se agruparmos as contas acima por natureza contábil, certamente
encontraremos uma diferença entre a soma dos saldos credores e
devedores.
Assinale a opção que indica o valor correto.
a) R$ 1.200,00 é a diferença devedora.
b) R$ 1.200,00 é a diferença credora.
c) R$ 1.800,00 é a diferença credora.
d) R$ 17.300,00 é a soma dos saldos credores.
e) R$ 22.000,00 é a soma dos saldos devedores.
Resolução e comentários
A resolução dessa questão demanda o conhecimento da natureza das
contas (devedor ou credor). Uma vez classificadas as contas segundo
sua natureza, basta totalizar os saldos devedores e credores para apurar
a diferença de valor existente entre eles, conforme abaixo:
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Conta Saldo Devedor Saldo Credor
Ações e Participações 3.000,00
Adiantamento a Diretores 500,00
Bancos Conta Movimento 2.000,00
Caixa 500,00
Despesas com Pesquisa 2.500,00
Duplicatas a Pagar 300,00
Duplicatas a Receber 3.000,00
Empréstimos e Financiamentos obtidos 10.000,00
Fornecedores 5.000,00
Imóveis 6.000,00
Mercadorias 3.000,00
Máquinas e Equipamentos 1.700,00
Poupança 1.000,00
Receitas Antecipadas 6.500,00
Seguros a Vencer 800,00
Títulos a Pagar 2.000,00
Veículos 1.000,00
25.000,00 23.800,00
Gabarito
A
43
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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Resolução e comentários
Esta é uma questão teórica sobre os livros obrigatórios de uma
Sociedade Anônima. A lei das S/A trata este assunto explicitamente, no
CAPÍTULO IX - Livros Sociais, a seguir transcrito.
Art. 100. A companhia deve ter, além dos livros
obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes,
revestidos das mesmas formalidades legais:
I - o livro de Registro de Ações Nominativas, para
inscrição, anotação ou averbação:
a) do nome do acionista e do número das suas ações;
b) das entradas ou prestações de capital realizado;
c) das conversões de ações, de uma em outra espécie ou
classe;
d) do resgate, reembolso e amortização das ações, ou de
sua aquisição pela companhia;
e) das mutações operadas pela alienação ou transferência
de ações;
f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da alienação fiduciária
em garantia ou de qualquer ônus que grave as ações ou
obste sua negociação.
II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas", para
lançamento dos termos de transferência, que deverão ser
assinados pelo cedente e pelo cessionário ou seus
legítimos representantes;
III - o livro de "Registro de Partes Beneficiárias
Nominativas" e o de "Transferência de Partes Beneficiárias
Nominativas", se tiverem sido emitidas, observando-se,
em ambos, no que couber, o disposto nos números I e II
deste artigo;
IV - o livro de Atas das Assembléias Gerais;
V - o livro de Presença dos Acionistas;
VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de
Administração, se houver, e de Atas das Reuniões de
Diretoria;
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.
Conhecida a teoria, passamos a analisar cada uma das alternativas
apresentadas na questão:
“A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para qualquer
comerciante, os seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais:
a) Livro de Registro de Ações Ordinárias”.
Não, conforme a lei, a companhia deve manter o livro de ações
nominativas (que engloba as ações ordinárias e preferenciais):
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Art. 100. A companhia deve ter, além dos livros
obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes,
revestidos das mesmas formalidades legais:
I - o livro de Registro de Ações Nominativas, para
inscrição, anotação ou averbação:
b) Livro de Atas das Assembléias-Gerais”.
Certo, conforme a lei das S/A:
Gabarito
A
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6.3 Lançamentos
44
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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Em outras palavras, o valor de R$ 8.000,00 é o preço que a empresa A
pagou para ter o direito de permanecer com o dinheiro tomado pelo
período do empréstimo. Como qualquer direito, o valor de R$ 8.000,00
deve ser registrado como um ativo e somente se transformará em
despesa no momento em que a outra parte (o banco) cumprir aquilo
que ela havia prometido, ou seja, deixar que a empresa A fique com o
dinheiro do empréstimo, pelo período de tempo contratado.
A seguir, vamos representar este fato a partir de um patrimônio
simples, que tenha apenas R$ 50.000 em dinheiro.
Patrimônio inicial (balancete):
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Obrigações -
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Promissórias a pagar 100.000,00
Bancos 92.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Encargos a transcorrer 8.000,00 Capital 50.000,00
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areia” no montinho Bancos e de “oito mil grãos de areia” no montinho
Encargos a transcorrer.
No livro diário, esse lançamento, de terceira fórmula, é registrado da
seguinte maneira:
D= diversos
C= a Promissórias a pagar 100.000,00
1 D= Bancos 92.000,00
D= Encargos a transcorrer 8.000,00
Ou, simplesmente:
diversos
a Promissórias a pagar 100.000,00
1 Bancos 92.000,00
Encargos a transcorrer 8.000,00
E, no Livro Razão, o lançamento é registrado da seguinte forma:
Encargos a transcorrer
débitos créditos
1 8.000,00
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Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Promissórias a pagar 100.000,00
Bancos 92.000,00
Encargos a transcorrer 8.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
45
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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de ficar com o dinheiro do empréstimo por 4 meses (R$ 2.000,00 por
mês).
Entre a data da tomada do empréstimo -01/10/x1- e o término do
exercício -01/12/x1- passaram-se 3 meses. Dessa forma, pelo princípio
da competência, somente ¾ dos encargos a transcorrer deverão ser
considerados despesas de juros do período (conforme visto, dos quatro
meses de prazo do empréstimo, dentro do período, somente
transcorreram 3 meses). Portanto dos $ 8.000,00 de encargos a
transcorrer, transcorreram no período ¾ de 8 = $ 6000,00.
Assim, considerando a metáfora da caixa de areia, temos que, pelo
banco ter cumprido ¾ do que havia combinado (até o final do exercício),
¾ dos R$ 8.000,00 (que representam o direito, da empresa A, de
permanecer com o valor do empréstimo contraído) não existirão mais.
Assim, R$ 6.000,00 terão sido, metaforicamente, jogados na lixeira –
para fora do patrimônio, reduzindo-o. A seguir, apresentamos
esquematicamente o fato ocorrido.
Patrimônio inicial
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Promissórias a pagar 100.000,00
Bancos 92.000,00
Encargos a transcorrer 8.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
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Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Promissórias a pagar 100.000,00
Bancos 92.000,00
Encargos a transcorrer 8.000,00
-------------------------------------------
(6.000,00) Patrimônio Líquido
2.000,00 Capital 50.000,00
Despesas Receitas
Registro no Diário
D= despesas com juros
2 C= a Encargos a transcorrer 6.000,00
Registro no Livro Razão
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Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Promissórias a pagar 100.000,00
Bancos 92.000,00
Encargos a transcorrer 2.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Despesas Receitas
Gabarito
E
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7.3 Livros
Iudícibus, Sérgio de; Martins, Eliseu e Gelbke, Ernesto Rubens Gelbcke.
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – FIPECAFI. Ed.
Atlas. São Paulo – 4a edição – 1995.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Básica. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Avançada. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Gonçalves, Eugênio Celso e Baptista, Antônio Eustáquio. Contabilidade
Geral. Ed. Atlas. São Paulo – 2a edição – 1994.
Silva, Benedito Gonçalves da. Contabilidade Geral. Ed. Meta – 2a edição
– 1994.
Ferrari, Ed Luiz, Contabilidade Geral: teoria e 950 questões – Rio de
Janeiro: Elsevier 2006.
Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade – Rio de
Janeiro: Impetus, 2003.
Santos, Luiz Eduardo. Contabilidade: Resoluções e Comentários de
Questões da ESAF. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
7.4 Internet
www.planalto.gov.br
www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.gov.br
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1 Roteiro
Análise dos mais recorrentes fatos contábeis e respectivos registros –
nos livro Diário e Razão.
2 Introdução
Nesta quarta aula do nosso curso, eminentemente prática, o aluno vai
perceber que o esforço de leitura das primeiras três aulas (que nem foi
tanto, afinal de contas, a leitura foi até agradável), será mais do que
recompensado, pela facilidade de entendimento dos exemplos aqui
propostos e trabalhados.
Na maioria dos cursos (bem como na leitura dos melhores livros), este é
o ponto em que o estudante pode se sentir perdido e desestimulado a
continuar o estudo. Isto porque, na maioria das vezes, nunca sequer
havia ouvido falar da existência dos eventos referenciados (lembrando
que o conhecimento dos fatos ocorridos em uma organização
empresarial não é pré-requisito para este curso) e, assim, não se sente
confortável em fazer a correlação direta entre o evento (desconhecido)
com os débitos e créditos (recém aprendidos). É justamente este
desconhecimento (da rotina empresarial/administrativa das empresas),
que pode gerar a dificuldade de colocar, em débitos e créditos, nos
livros contábeis, os fatos (que tenham relevância para o patrimônio),
ocorridos na vida de uma empresa/azienda.
Isso não vai acontecer em nosso curso, por dois motivos:
a) Nas aulas anteriores, os fundamentos teóricos –
necessários – já foram minuciosamente apresentados,
contextualizados e colocados (conforme a proposta
didática do curso) numa linguagem metafórica, que
permitiu trazer os conceitos teóricos trabalhados para a
realidade concreta do aluno.
b) Nesta aula, antes da apresentação de cada lançamentos,
vamos trabalhar os fatos, enfatizando o entendimento da
rotina administrativa das empresas, elucidando o sentido
de cada palavra utilizada e mapeando os efeitos dos
acontecimentos no patrimônio.
Para cada fato contábil, cuja análise e registro são propostos, nesta
aula: (1) serão comentados os detalhes administrativos e,
eventualmente, as limitações legais e a quantificação matemática do
valor envolvido no fato sob análise; (2) será apresentado um patrimônio
inicial – balancete – qualquer (no qual o fato proposto deve ocorrer),
com o objetivo de contextualização do fato; (3) serão analisados os
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efeitos patrimoniais do fato (com referência às contas envolvidas) e
apresentadas as respectivas origem e aplicação de valores nos
elementos patrimoniais; (4) serão demonstrados os registros do fato,
nos livros Diário e Razão; (5) será apresentado o patrimônio final –
balancete –, imediatamente após a ocorrência do fato contábil estudado
e, ao final, (6) Serão feitos comentários acerca dos elementos
patrimoniais envolvidos (com o intuito de confirmar os conceitos
teóricos até aqui estudados).
Ao final da aula, nosso objetivo é que o aluno tenha adquirido a
capacidade de, ao ler os lançamentos nos livros Diário e Razão,
visualizar o que ocorreu no patrimônio (o fluxo de valores entre
elementos patrimoniais).
Importante! Nas próximas aulas, aprofundaremos o estudo da
Contabilidade, conforme regrada pela Lei das S/A e, assim, nelas, os
lançamentos serão apresentados diretamente na notação tradicional.
Portanto, as setinhas, as bolinhas, os montinhos de areia, os
buraquinhos na areia, a lata de lixo e o pára-quedas, não estarão mais
expostos no papel, mas deverão ficar – de forma automática – no
raciocínio do estudante.
Delimitado nosso objetivo, vamos ao que interessa.
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Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Obrigações -
1
A conta Estoques também pode ser denominada Mercadorias, Estoques de
Mercadorias, Mercadorias para Revenda, ou qualquer outra denominação que tenha
significado semelhante, conforme deverá estar definido no Plano de Contas da
empresa.
2
A conta Fornecedores também pode ser denominada Duplicatas a pagar, Títulos a
pagar, Contas a pagar, Compras a pagar, ou qualquer outra denominação que tenha
significado semelhante, conforme deverá estar definido no Plano de Contas da
empresa.
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1
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 8.000,00
Estoques 8.000,00
3.1.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Estoques
1 a Fornecedores 8.000,00
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3.1.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 8.000,00
Estoques 8.000,00
3
Conforme visto quando da apresentação da Teoria Personalística das contas, na aula
03.
4
Conforme visto quando da apresentação da Teoria Personalística das contas, na aula
03.
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no balancete) – esses dois valores devem ser iguais.5 Em nosso
exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 50.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
50.000,00.
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Obrigações -
5
Esses valores devem ser equivalentes porque (pelo método das partidas dobradas)
todo débito deve corresponder a um crédito. Conforme já visto, a palavra balancete já
dá uma idéia de que os dois lados devem ter “pesos equivalentes”.
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3.2.3 Análise dos Efeitos Patrimoniais do Fato
Na compra de mercadorias à vista, ocorre o surgimento de um bem –
ativo – que antes não existia no patrimônio da empresa (mercadorias,
para revenda). Este bem será registrado na conta Estoques. Por outro
lado, um outro bem – ativo – do patrimônio terá seu valor reduzido (o
dinheiro). Este valor será retirado da conta Caixa.
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são
desbastados “oito mil grãos de areia” do montinho patrimonial Caixa e
que esses “oito mil grãos de areia” são aplicados no montinho
patrimonial Estoques. A figura a seguir representa, esquematicamente,
o fluxo de valores, entre elementos patrimoniais, decorrente do fato
contábil em tela.
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Obrigações -
(8.000,00)
42.000,00
Estoques 8.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
3.2.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Estoques
2 a Caixa 8.000,00
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3.2.4.2 Registro no Livro Razão
Ativo Passivo
Caixa 42.000,00 Obrigações -
Estoques 8.000,00
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verificar a correção do registro do fato contábil é a comparação dos
somatórios de valores em ambos os lados do patrimônio (representado
no balancete) – esses dois valores devem ser iguais. Em nosso
exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 50.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
50.000,00.
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 8.000,00
Estoques 8.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
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duplicata é emitida pelo vendedor e, após aceita pelo comprador, dá
àquele o direito de exigir deste o pagamento do valor constante do
título. Assim, o fato contábil, “Pagamento de Duplicata em Dinheiro”
somente pode ocorrer caso nossa empresa tenha (anteriormente)
adquirido bens ou serviços a prazo.
O pagamento de uma duplicata – em dinheiro – enseja o
desaparecimento de (pelo menos uma parte) do valor em dinheiro
existente na empresa, registrado na conta caixa, que terá seu saldo
reduzido, e, também, o desaparecimento (pelo menos em parte) de
uma obrigação constante do patrimônio da empresa, registrada na conta
Fornecedores6, que terá seu saldo reduzido.
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são
desbastados “oito mil grãos de areia” do montinho patrimonial Caixa e
que esses “oito mil grãos de areia” são aplicados no buraco patrimonial
Fornecedores. A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo
de valores, entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil
em tela.
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 8.000,00
(8.000,00) (8.000,00)
42.000,00 -
estoques -------------------------------------------
8.000,00 Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
6
A conta Fornecedores também é freqüentemente denominada Duplicatas a Pagar.
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3.3.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Fornecedores
3 a Caixa 8.000,00
Ativo Passivo
Caixa 42.000,00 Obrigações -
Estoques 8.000,00
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Na conta Fornecedores – representativa de uma obrigação e, portanto,
classificada no passivo – foi registrado um débito. Repare que essa
conta teve seu saldo reduzido (de R$ 8.000,00 para R$ 0,00). Isso está
de acordo com a natureza credora das contas de passivo: contas de
passivo têm seu saldo aumentado por créditos (e reduzido por débitos).
Na conta Caixa – representativa de um bem e, portanto, classificada no
ativo – foi registrado um crédito. Repare que essa conta teve seu saldo
reduzido (de R$ 50.000,00 para R$ 42.000,00). Isso também está de
acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de ativo
têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 8.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 8.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. Em tempo, uma forma simples e rápida de
verificar a correção do registro do fato contábil é a comparação dos
somatórios de valores em ambos os lados do patrimônio (representado
no balancete) – esses dois valores devem ser iguais. Em nosso
exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 50.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
50.000,00.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 25.000,00
Estoques 8.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 25.000,00 (8.000,00)
(8.000,00) -
17.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
estoques 8.000,00 Capital 50.000,00
3.4.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Fornecedores
4 a Bancos 8.000,00
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3.4.4.2 Registro no Livro Razão
Bancos
débitos créditos
si 25.000,00
8.000,00 4
sf 17.000,00
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Obrigações -
Bancos 17.000,00
Estoques 8.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
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saldo reduzido (de R$ 50.000,00 para R$ 42.000,00). Isso também
está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de
ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 8.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 8.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. Em tempo, uma forma simples e rápida de
verificar a correção do registro do fato contábil é a comparação dos
somatórios de valores em ambos os lados do patrimônio (representado
no balancete) – esses dois valores devem ser iguais. Em nosso
exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 50.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
50.000,00.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 25.000,00
Estoques 8.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
7
Lembramos que, em vários momentos desse curso, será necessário referenciar os
Princípios Fundamentais de Contabilidade, pois eles são o alicerce do pensamento aqui
desenvolvido.
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obrigação, ou seja, a obrigação de devolver o que havia
recebido em antecipação, (o que também aumenta o
patrimônio).
Reparem que é exatamente no momento da venda (de modo prático, no
momento da emissão da nota fiscal referente à saída da mercadoria do
estabelecimento da empresa) que a empresa cumpre o que havia
prometido – referente à operação de venda – entregar sua mercadoria
para o cliente. Dessa forma, é nesse momento que ocorre a Receita,
denominada “Receita Bruta de Vendas”.
Por outro lado, para que nossa empresa possa cumprir o que havia
prometido, ela tem que se desfazer de um bem, antes pertencente a
seu patrimônio, a mercadoria. Assim, a empresa incorre em uma
necessária redução de seu patrimônio, para poder auferir a receita da
venda referenciada no parágrafo anterior. Dessa forma, é – também –
nesse momento que ocorre a despesa (redução do patrimônio),
denominada “Custo da Mercadoria Vendida”.
Apenas confirmando nossa proposta didática, citamos que a conclusão
acima exposta está integralmente de acordo com o disposto na
Resolução CFC n° 750, de 93, que em seu art. 9o (abaixo), determina:
Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na
apuração do resultado do período em que ocorrerem,
sempre simultaneamente quando se correlacionarem,
independentemente de recebimento ou pagamento.
8
A conta Duplicatas a Receber também pode ser referenciada pelo nome Clientes.
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Vendas)9 e que esses “seis mil grãos de areia” são
aplicados no montinho patrimonial Duplicatas a Receber;
5.a
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
9
Conforme explicado quando da apresentação da teoria Patrimonialística das contas,
na aula 03 deste curso, as contas de Resultado (como é o caso da conta Receita Bruta
de Vendas) não informam o valor de um elemento do patrimônio em um dado
momento, mas informam um motivo pelo qual o patrimônio aumentou (ou diminuiu)
no período de tempo denominado exercício.
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- Bolinha é crédito – Receita Bruta de Vendas.
b) com relação à Despesa
- Setinha é débito – Custo da Mercadoria Vendida;
- Bolinha é crédito – Estoques.
3.5.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Duplicatas a Receber
5.a a Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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3.5.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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por créditos, durante todo o exercício, (o saldo é reduzido, por débitos,
apenas nos casos de retificação de erro ou de fechamento do exercício).
Na conta Custo da Mercadoria Vendida – representativa de um motivo
pelo qual o patrimônio foi reduzido durante o exercício e, portanto,
classificada como conta de resultado – despesa – foi registrado um
débito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00
para R$ 4.000,00). Isso está de acordo com a natureza devedora e
unilateral das contas de despesa: contas de despesa somente têm seu
saldo aumentado, por débitos, durante todo o exercício, (o saldo é
reduzido, por créditos, apenas nos casos de retificação de erro ou de
fechamento do exercício).
Na conta Estoques – representativa de um bem e, portanto, classificada
no ativo – foi registrado um crédito. Repare que essa conta teve seu
saldo reduzido (de R$ 8.000,00 para R$ 4.000,00). Isso também está
de acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de ativo
têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 6.000,00 + R$ 4.000,00
= R$ 10.000,00, é idêntico ao valor dos créditos, R$ 4.000,00 + R$
6.000,00 = R$ 10.000,00, e que isso está de acordo com o método das
partidas dobradas: para todo débito registrado, há um crédito de igual
valor. Em tempo, uma forma simples e rápida de verificar a correção do
registro do fato contábil é a comparação dos somatórios de valores em
ambos os lados do patrimônio (representado no balancete) – esses dois
valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 64.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
64.000,00.
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Este assunto será exaustivamente estudado a seguir no nosso curso, na
aula que trata das operações com mercadorias e controle de estoque.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 25.000,00
Estoques 8.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
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Por outro lado, para que nossa empresa possa cumprir o que havia
prometido, ela tem que se desfazer de um bem, antes pertencente a
seu patrimônio, a mercadoria. Assim, a empresa incorre em uma
necessária redução de seu patrimônio, para poder auferir a receita da
venda referenciada no parágrafo anterior. Dessa forma, é – também –
nesse momento que ocorre a despesa (redução do patrimônio),
denominada “Custo da Mercadoria Vendida”.
A venda de mercadorias à vista enseja o desaparecimento de (pelo
menos uma parte) do valor de bens existentes no patrimônio da
empresa (mercadorias), registrado na conta Estoques, que terá seu
saldo reduzido, e, também, o surgimento (aumento) de dinheiro no
patrimônio da empresa, registrado na conta Caixa, que terá seu saldo
majorado.
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6.a
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
6.000,00
31.000,00
Bancos -------------------------------------------
25.000,00 Patrimônio Líquido
6.b Capital 50.000,00
Estoques 8.000,00
(4.000,00)
4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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3.6.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Caixa
6.a a Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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3.6.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 31.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 25.000,00
Estoques -------------------------------------------
4.000,00 Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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por créditos, durante todo o exercício, (o saldo é reduzido, por débitos,
apenas nos casos de retificação de erro ou de fechamento do exercício).
Na conta Custo da Mercadoria Vendida – representativa de um motivo
pelo qual o patrimônio foi reduzido durante o exercício e, portanto,
classificada como conta de resultado – despesa – foi registrado um
débito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00
para R$ 4.000,00). Isso está de acordo com a natureza devedora e
unilateral das contas de despesa: contas de despesa somente têm seu
saldo aumentado, por débitos, durante todo o exercício, (o saldo é
reduzido, por créditos, apenas nos casos de retificação de erro ou de
fechamento do exercício).
Na conta Estoques – representativa de um bem e, portanto, classificada
no ativo – foi registrado um crédito. Repare que essa conta teve seu
saldo reduzido (de R$ 8.000,00 para R$ 4.000,00). Isso também está
de acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de ativo
têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 6.000,00 + R$ 4.000,00
= R$ 10.000,00, é idêntico ao valor dos créditos, R$ 4.000,00 + R$
6.000,00 = R$ 10.000,00, e que isso está de acordo com o método das
partidas dobradas: para todo débito registrado, há um crédito de igual
valor. Em tempo, uma forma simples e rápida de verificar a correção do
registro do fato contábil é a comparação dos somatórios de valores em
ambos os lados do patrimônio (representado no balancete) – esses dois
valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 64.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
64.000,00.
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3.7.2 Patrimônio Inicial
Seja o patrimônio inicial, didaticamente proposto de forma simples, que
tenha apenas (1) R$ 50.000,00, em dinheiro; (2) R$ 6.000,00, em
direitos de receber o valor de duplicatas emitidas; (3) R$ 4.000,00, em
estoque de mercadorias; (4) R$ 8.000,00 em obrigação de pagar pela
compra do estoque de mercadorias (anteriormente realizada a prazo); e
(5) R$ 50.000,00, em capital (colocado pelos sócios, para a formação do
patrimônio da empresa). Neste patrimônio inicial, encontram-se
também registradas as alterações do valor do patrimônio, ocorridas no
exercício, até aquele momento: (1) Receitas de Venda, no valor de R$
6.000,00 e (2) Custo da Mercadoria Vendida, no valor de R$ 4.000,00. A
seguir, encontra-se representado o balancete representativo do
patrimônio acima sugerido.
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 8.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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O recebimento do valor relativo e uma duplicata – em dinheiro – enseja
o desaparecimento de (pelo menos uma parte) do direito ao
recebimento de valores, por conta de vendas realizadas a prazo,
registrado na conta Duplicatas a Receber, que terá seu saldo reduzido,
e, o surgimento (ou aumento) de dinheiro no patrimônio da empresa,
registrado na conta Caixa, que terá seu saldo majorado.
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são
desbastados “seis mil grãos de areia” do montinho patrimonial
Duplicatas a Receber e que esses “seis mil grãos de areia” são aplicados
no montinho patrimonial Caixa. A figura a seguir representa,
esquematicamente, o fluxo de valores, entre elementos patrimoniais,
decorrente do fato contábil em tela.
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 8.000,00
7 6.000,00
56.000,00
Estoques 4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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3.7.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Caixa 6.000,00
7 a Duplicatas a Receber
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3.7.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 56.000,00 Fornecedores 8.000,00
Estoques 4.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 64.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
64.000,00.
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Ativo Passivo
Bancos 50.000,00 Fornecedores 8.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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Ativo Passivo
Bancos 50.000,00 Fornecedores 8.000,00
8 6.000,00
56.000,00
Estoques 4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
3.8.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Bancos
8 a Duplicatas a Receber 6.000,00
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3.8.4.2 Registro no Livro Razão
Ativo Passivo
Bancos 56.000,00 Fornecedores 8.000,00
Estoques 4.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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Na conta Bancos – representativa de um direito (de sacar o valor
depositado em conta corrente) e, portanto, classificada no ativo – foi
registrado um débito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado
(de R$ 50.000,00 para R$ 56.000,00). Isso está de acordo com a
natureza devedora das contas de ativo: contas de ativo têm seu saldo
aumentado por débitos (e reduzido por créditos).
Na conta Duplicatas a Receber – representativa de um direito e,
portanto, classificada no ativo – foi registrado um crédito. Repare que
essa conta teve seu saldo reduzido (de R$ 6.000,00 para R$ 0,00). Isso
também está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo:
contas de ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por
créditos).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 6.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 6.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 64.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
64.000,00.
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3.9.2 Patrimônio Inicial
Seja o patrimônio inicial, didaticamente proposto de forma simples, que
tenha apenas (1) R$ 50.000,00, em dinheiro; (2) R$ 6.000,00, em
direitos de receber o valor de duplicatas emitidas; (3) R$ 4.000,00, em
estoque de mercadorias; (4) R$ 8.000,00 em obrigação de pagar pela
compra do estoque de mercadorias (anteriormente realizada a prazo); e
(5) R$ 50.000,00, em capital (colocado pelos sócios, para a formação do
patrimônio da empresa). Neste patrimônio inicial, encontram-se
também registradas as alterações do valor do patrimônio, ocorridas no
exercício, até aquele momento: (1) Receitas de Venda, no valor de R$
6.000,00 e (2) Custo da Mercadoria Vendida, no valor de R$ 4.000,00. A
seguir, encontra-se representado o balancete representativo do
patrimônio acima sugerido.
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 8.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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O recebimento do valor relativo e uma duplicata – em dinheiro – enseja
o desaparecimento de (pelo menos uma parte) do direito ao
recebimento de valores, por conta de vendas realizadas a prazo,
registrado na conta Duplicatas a Receber, que terá seu saldo reduzido,
e, o surgimento (ou aumento) de dinheiro no patrimônio da empresa,
registrado na conta Caixa, que terá seu saldo majorado.
A característica especial deste fato contábil é que o recebimento de
dinheiro ocorre no valor de apenas R$ 5.000,00; mas a empresa dá
quitação – ao cliente – de uma duplicata no valor de R$ 6.000,00.
Antes de mapear este acontecimento no patrimônio (na forma de
débitos e créditos), é aconselhável contextualizar este fato na vida
empresarial e, assim, entender as possíveis razões para um
acontecimento deste tipo. Em outras palavras, por que a empresa,
tendo o direito de receber R$ 6.000,00, vai se contentar (e dar quitação
ao cliente) recebendo apenas R$ 5.000,00? Pode haver duas diferentes
explicações para o fato:
a) o cliente está em dificuldades financeiras e a empresa,
temendo pela total inadimplência do cliente, com a
conseqüente perda total de seu direito, faz um acordo
para receber – pelo menos – uma parte dele;
b) o cliente decidiu pagar o valor da duplicata antes de seu
vencimento e, com isso, teve condições de negociar um
desconto devido ao “valor do dinheiro no tempo”.
O primeiro caso é decorrente do fato de que – conforme o Direito
atualmente vigente – o “calote está institucionalizado”, ou seja, não há
prisão por dívida10. Assim, o que garante o pagamento de dívidas é
apenas o patrimônio do devedor (ora, se o patrimônio do devedor
começa a ficar reduzido a ponto de não ser possível o pagamento da
dívida, o credor arcará com um prejuízo. É interessante lembrar que é
um idéia bastante difundida entre os leigos a de que “caloteiro deve ir
preso”, mas já não é assim há muito tempo, senão vejamos.
a) Na antiguidade romana, a garantia do pagamento da
dívida era a vida do devedor. Caso o devedor não
honrasse seu compromisso, das duas uma: (1) ou ele se
10
Conforme se depreende da leitura do art. 5o da Constituição da República
Federativa do Brasil, de 1988, que em inciso LXVII, determina que “não haverá prisão
civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel”.
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tornava escravo11; ou (2) ele era executado12. De
qualquer das maneiras, ele perdia sua vida ou literalmente
morrendo ou deixando de ter o status de pessoa (um
escravo não era considerado uma pessoa, mas apenas
uma coisa – que pode pertencer a alguém).
b) Na idade média, e ainda durante a idade moderna, a
garantia do pagamento da dívida era a liberdade. Caso o
devedor não honrasse seu compromisso, ele era preso.
Nessa situação, surgiu a figura de Santa Edwiges (nascida
na Bavária – atual Alemanha – e casada com o príncipe da
Polônia, onde viveu). Caridosa, ela visitava os presos e,
nessas visitas, descobriu que a maioria deles estava na
prisão por conta de dívidas. Assim, ela pagava, com seu
dinheiro, as dívidas dos presos, para que eles, depois, em
liberdade, conseguissem emprego, para obter uma nova
chance na vida.
c) Com a Revolução Francesa, tem início a idade
contemporânea, na qual a burguesia toma o poder. Ora, é
da natureza de um burguês tomar dinheiro alheio, para
empreender suas atividades e, dessa maneira,
perfeitamente possível (no caso de um contratempo –
inclusive passageiro), ficar sem condições, mesmo que
temporárias, de honrar seus compromissos. Estando os
burgueses no poder e sendo eles passíveis de tornarem-se
inadimplentes, as leis mudaram e a dívida deixou de ser
motivo de morte ou prisão. Assim, quem passou a
garantir as dívidas foi o patrimônio do devedor.
O segundo caso é decorrente do conceito de juros: o valor do dinheiro
no tempo, a remuneração da utilização do capital, como fator de
produção, por um determinado período de tempo (os demais fatores de
produção são o trabalho, remunerado com salário, a terra, remunerada
com aluguéis, e a tecnologia, remunerada com royalties)13. Neste caso,
o cliente, pagando à empresa um valor antes do prazo de vencimento,
tem condições de exigir um abatimento no valor a ser pago, em valor
11
Do outro lado do Rio Tibre, porque não havia vergonha maior para um cidadão ser
escravo onde um dia foi um homem livre.
12
No caso de mais de um credor (concurso de credores) essa era a única opção do
devedor – ser executado, esquartejado e ter seu corpo dividido entre os credores.
13
Veras, Lília Ladeira. Matemática financeira. 2a ed. São Paulo: Atlas, 1991. pp. 57 a
65.
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semelhante àquele que a empresa receberia de um banco caso viesse a
realizar uma aplicação financeira com o valor recebido.
Visto que a ocorrência de um abatimento sobre o valor da duplicata14 é
perfeitamente possível, do ponto de vista do comércio jurídico, podemos
analisá-lo do ponto de vista patrimonial.
Como o valor aplicado na conta Caixa é de apenas R$ 5.000,00 e a
origem de valores (conta Duplicatas a Receber) é de R$ 6.000,00 temos
que o patrimônio fica reduzido no valor de R$ 1.000,00.
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são
desbastados “seis mil grãos de areia” do montinho patrimonial
Duplicatas a Receber e que, desses “seis mil grãos de areia”, “cinco mil
grãos de areia” são aplicados no montinho patrimonial Caixa; os outros
“mil grãos de areia” são jogadas para fora do patrimônio (na lata de
lixo) o que enseja uma redução do patrimônio – despesa – registrada na
conta Abatimentos Concedidos. A figura a seguir representa,
esquematicamente, o fluxo de valores, entre elementos patrimoniais,
decorrente do fato contábil em tela.
14
A palavra abatimento está sendo utilizada neste exemplo com o sentido de redução
do valor a ser recebido (sem referência à causa que ensejou esta redução). É
utilizada, com sentido semelhante, a palavra desconto (como redução do valor a ser
recebido), entretanto – para fins didáticos – evitaremos a palavra desconto para que o
aluno possa diferenciar esta situação com a situação (a ser estudada a seguir) da
operação de desconto de duplicatas.
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Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 8.000,00
5.000,00
55.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
3.9.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Diversos
9 a Duplicatas a Receber 6.000,00
Caixa 5.000,00
Abatimentos Concedidos 1.000,00
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3.9.4.2 Registro no Livro Razão
Receita Bruta de Vendas Custo da Mercadoria Vendida Duplicatas a Receber Abatimentos Concedidos
débitos créditos débitos créditos débitos créditos débitos créditos
6.000,00 si si 4.000,00 si 6.000,00 9 1.000,00
6.000,00 9
sf -
Ativo Passivo
Caixa 55.000,00 Fornecedores 8.000,00
Estoques -------------------------------------------
4.000,00 Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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na conta Abatimentos Concedidos; (2) adicionalmente, houve mudança
de valor em mais de um elemento do patrimônio (Duplicatas a Receber
e Caixa). Portanto, trata-se de um fato contábil misto diminutivo.
Na conta Caixa – representativa de um bem (dinheiro) e, portanto,
classificada no ativo – foi registrado um débito. Repare que essa conta
teve seu saldo majorado (de R$ 50.000,00 para R$ 55.000,00). Isso
está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de
ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos).
Na conta Duplicatas a Receber – representativa de um direito e,
portanto, classificada no ativo – foi registrado um crédito. Repare que
essa conta teve seu saldo reduzido (de R$ 6.000,00 para R$ 0,00). Isso
também está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo:
contas de ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por
créditos).
Na conta Abatimentos Concedidos – representativa de um motivo pelo
qual o patrimônio foi reduzido durante o exercício e, portanto,
classificada como conta de resultado – despesa – foi registrado um
débito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00
para R$ 1.000,00). Isso está de acordo com a natureza devedora e
unilateral das contas de despesa: contas de despesa somente têm seu
saldo aumentado, por débitos, durante todo o exercício, (o saldo é
reduzido, por créditos, apenas nos casos de retificação de erro ou de
fechamento do exercício).
Ainda, pelo fato de terem sido registradas duas contas a débito e
apenas uma conta a crédito, o lançamento foi de terceira fórmula
(repare no uso da palavra reservada “diversos”, quando do registro no
Livro Diário).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 5.000,00 + R$ 1.000,00
= R$ 6.000,00, é idêntico ao valor dos créditos, R$ 6.000,00, e que isso
está de acordo com o método das partidas dobradas: para todo débito
registrado, há um crédito de igual valor. De uma forma simples e
rápida, verificamos a correção do registro do fato contábil pela
comparação dos somatórios de valores em ambos os lados do
patrimônio (representados no balancete) – esses dois valores devem ser
iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 64.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
64.000,00.
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3.10 Recebimento do Valor de uma Duplicata – em dinheiro e com
encargos
15
Esses encargos podem ser devidos ao valor do dinheiro no tempo – juros – ou ao
inadimplemento tempestivo da obrigação de pagar o valor da duplicata – multa
contratual.
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Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 8.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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6.000,00, acrescido de R$ 1.000,00 a título de encargos, para que seja
dada quitação da duplicata? A razão está no valor do dinheiro no
tempo, e no inadimplemento tempestivo da obrigação por parte do
cliente, que pode ensejar dois tipos de acréscimos passíveis de
exigência a título de encargos::
- Juros, decorrentes do valor do dinheiro no tempo, decorrentes
de uma taxa contratada entre as partes.
- Multa contratual, pelo inadimplemento tempestivo da
obrigação.
Visto que a exigência de encargos sobre o valor da duplicata16 é
perfeitamente possível, do ponto de vista do comércio jurídico, podemos
analisá-lo do ponto de vista patrimonial.
Como o valor aplicado na conta Caixa é de R$ 7.000,00 e a origem de
valores (conta Duplicatas a Receber) é de apenas R$ 6.000,00, temos
que o patrimônio fica majorado no valor de R$ 1.000,00.
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são
desbastados “seis mil grãos de areia” do montinho patrimonial
Duplicatas a Receber, que, esses “seis mil grãos de areia” são aplicadas
no montinho patrimonial Caixa e que outros “mil grãos de areia” caem
de “pára-quedas”, de fora do patrimônio, no colo do patrimônio da
empresa, o que enseja um aumento desse patrimônio – Receita –
registrada na conta Encargos17. A figura a seguir representa,
esquematicamente, o fluxo de valores, entre elementos patrimoniais,
decorrente do fato contábil em tela.
16
A palavra abatimento está sendo utilizada neste exemplo com o sentido de redução
do valor a ser recebido (sem referência à causa que ensejou esta redução). É
utilizada, com sentido semelhante, a palavra desconto (como redução do valor a ser
recebido), entretanto – para fins didáticos – evitaremos a palavra desconto para que o
aluno possa diferenciar esta situação com a situação (a ser estudada a seguir) da
operação de desconto de duplicatas.
17
Que também pode ser denominada Encargos Ativos, Receita com Encargos,
Encargos Exigidos, etc.
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Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 8.000,00
7.000,00
10 57.000,00
Estoques 4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Encargos 1.000,00
3.10.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Caixa 7.000,00
10 a Diversos
a Duplicatas a Receber 6.000,00
a Encargos 1.000,00
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3.10.4.2 Registro no Livro Razão
Ativo Passivo
Caixa 57.000,00 Fornecedores 8.000,00
Estoques -------------------------------------------
4.000,00 Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Encargos 1.000,00
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R$ 52.000,00, foi aumentado (pela receita de R$ 1.000,00) – registrada
na conta Encargos; (2) adicionalmente, houve mudança de valor em
mais de um elemento do patrimônio (Duplicatas a Receber e Caixa).
Portanto, trata-se de um fato contábil misto aumentativo.
Na conta Caixa – representativa de um bem (dinheiro) e, portanto,
classificada no ativo – foi registrado um débito. Repare que essa conta
teve seu saldo majorado (de R$ 50.000,00 para R$ 57.000,00). Isso
está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de
ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos).
Na conta Duplicatas a Receber – representativa de um direito e,
portanto, classificada no ativo – foi registrado um crédito. Repare que
essa conta teve seu saldo reduzido (de R$ 6.000,00 para R$ 0,00). Isso
também está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo:
contas de ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por
créditos).
Na conta Encargos – representativa de um motivo pelo qual o
patrimônio foi majorado durante o exercício e, portanto, classificada
como conta de resultado – receita – foi registrado um crédito. Repare
que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$ 1.000,00).
Isso está de acordo com a natureza devedora e unilateral das contas de
despesa: contas de receita somente têm seu saldo aumentado, por
créditos, durante todo o exercício, (o saldo é reduzido, por débitos,
apenas nos casos de retificação de erro ou de fechamento do exercício).
Ainda, pelo fato de terem sido registradas duas contas a crédito e
apenas uma conta a débito, o lançamento foi de segunda fórmula
(repare no uso da palavra reservada “diversos”, quando do registro no
Livro Diário).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 5.000,00 + R$ 1.000,00
= R$ 6.000,00, é idêntico ao valor dos créditos, R$ 6.000,00, e que isso
está de acordo com o método das partidas dobradas: para todo débito
registrado, há um crédito de igual valor. De uma forma simples e
rápida, verificamos a correção do registro do fato contábil pela
comparação dos somatórios de valores em ambos os lados do
patrimônio (representados no balancete) – esses dois valores devem ser
iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 65.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
65.000,00.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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Princípios Fundamentais de Contabilidade, vistos Na aula 01 deste
curso). Dessa forma, a despesa com juros somente deverá ser
registrada no patrimônio da empresa à medida que o banco “cumprir o
que havia prometido, quando da contratação do empréstimo”. Bem, o
banco prometeu deixar o dinheiro, do empréstimo, com a empresa, pelo
prazo de 12 meses (um ano). Assim, os juros somente deverão ser
registrados ao final do prazo de 12 meses (ou, no máximo,
proporcionalmente, a cada mês) e não no momento de contratação do
empréstimo.
Portanto, no momento da contratação do empréstimo, teremos um valor
de R$ 10.000,00, aplicado na conta Bancos, e a origem desse valor será
a conta Empréstimos Bancários. Repare que o patrimônio não fica
majorado nem reduzido neste momento.
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são
cavados “dez mil grãos de areia” do buraco patrimonial Empréstimos
Bancários e que esses “dez mil grãos de areia” são aplicados no
montinho patrimonial Banco. A figura a seguir representa,
esquematicamente, o fluxo de valores, entre elementos patrimoniais,
decorrente do fato contábil em tela.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 25.000,00
10.000,00 Empréstimos Bancários 10.000,00 11
35.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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- Bolinha é crédito – Empréstimos Bancários.
1.1.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Bancos
11 a Empréstimos bancários 10000
Empréstimos Bancários
débitos créditos
10.000,00 11
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1.1.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 35.000,00
Empréstimos Bancários 10.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 10.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 10.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 74.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
74.000,00.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 35.000,00
Empréstimos Bancários 10.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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b) taxa de juros – um percentual que incide sobre o valor do
empréstimo, a cada período, aumentando a dívida; este
percentual varia em função de dois parâmetros:
a. o tempo – sendo juros o valor do dinheiro no tempo, o
percentual será maior quanto maior for o período
considerado;
b. o risco – quanto maior for o risco do devedor não honrar
seu compromisso (ficar sem patrimônio para pagar o
empréstimo), maior será o percentual.
c) Tipos de juros – há vários critérios de classificação de juros:
(1) quanto ao regime de capitalização dos juros (juros simples
x compostos); (2) quanto ao critério de cobrança (cobrança
antecipada x postecipada); (3) quanto ao critério de
deteminação (juros pré-fixados x pós-fixados) e (4) quanto ao
critério de aplicação da taxa (taxa pré-fixada x pós-fixada):
a. Quanto ao regime de capitalização:
i. juros simples – são aqueles incidem somente
sobre o valor inicial do empréstimo (denominado
principal), a cada período.
ii. juros compostos – são aqueles que incidem sobre
o somatório do valor inicial do empréstimo com os
juros já incorridos em períodos anteriores
(denominado montante), a cada período.
b. Quanto ao critério de cobrança:
i. Cobrança antecipada – são aqueles que, já
conhecidos no momento da contratação do
empréstimo, são cobrados no início (ou seja,
descontados do valor a ser entregue à empresa,
pela instituição financeira).
ii. Cobrança postecipada – são aqueles que somente
são exigidos ao final do prazo do empréstimo.
c. Quanto ao critério de determinação:
i. juros pré-fixados – são aqueles pré-determinados,
já conhecidos das partes no momento da
contratação do empréstimo.
ii. juros pós-fixados – são aqueles que cuja taxa não
é conhecida desde o momento da contratação e
que, geralmente, é deixada à determinação de um
terceiro (exemplo: juros SELIC – taxa determinada
pelo Governo, para cada mês).
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d. Quanto ao critério de aplicação da taxa de juros:
i. aplicação antecipada – em que a taxa incide a
cada início de período.
ii. aplicação postecipada – em que a taxa incide
somente a cada final de período.
Já foi visto, também, que não podemos ignorar o fato de que as
despesas devem ser registradas conforme o regime de competência (de
acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade, vistos na aula
01 deste curso). Dessa forma, independentemente da maneira pela
qual os juros vão ser calculados ou cobrados, a despesa com juros
somente deverá ser registrada no patrimônio da empresa à medida que
o banco “cumprir o que havia prometido, quando da contratação do
empréstimo”. No caso, o banco prometeu deixar o dinheiro, do
empréstimo, com a empresa, pelo prazo de 12 meses (um ano). Assim,
os juros somente deverão ser registrados ao final do prazo de 12 meses
(ou proporcionalmente, a cada mês, o que não faremos aqui porque o
período é idêntico ao prazo do empréstimo) e não no momento de
contratação do empréstimo.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 35.000,00
Empréstimos Bancários 10.000,00 12
2.000,00
12.000,00
Duplicatas a Receber 6.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Estoques 4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
1.2.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Despesa com Juros
12 a Empréstimos Bancários 2.000,00
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1.2.4.2 Registro no Livro Razão
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1.2.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 35.000,00
Empréstimos Bancários 12.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
1
Também denominada de Juros Passivos.
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que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$ 2.000,00).
Isso está de acordo com a natureza devedora e unilateral das contas de
despesa: contas de despesa somente têm seu saldo aumentado, por
débitos, durante todo o exercício, (o saldo é reduzido, por créditos,
apenas nos casos de retificação de erro ou de fechamento do exercício).
Ainda, pelo fato de terem sido registradas apenas uma conta a débito e
uma conta a crédito, o lançamento foi de primeira fórmula (repare que
não houve uso da palavra reservada “diversos”, quando do registro no
Livro Diário).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 2.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 2.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 76.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
76.000,00.
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obrigação de pagar pelo empréstimo anteriormente tomado (já
acrescido dos juros incorridos) e (7) R$ 50.000,00, em capital (colocado
pelos sócios, para a formação do patrimônio da empresa). Neste
patrimônio inicial, encontram-se também registradas as alterações do
valor do patrimônio, ocorridas no exercício, até aquele momento, nas
seguintes contas de resultado: (1) Receitas de Venda, no valor de R$
6.000,00; (2) Custo da Mercadoria Vendida, no valor de R$ 4.000,00 e
(3) Despesa com Juros, no valor de R$ 2.000,00. A seguir, encontra-se
representado o balancete representativo do patrimônio acima sugerido.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 35.000,00
Empréstimos Bancários 12.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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representa, esquematicamente, o fluxo de valores, entre elementos
patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 35.000,00
(12.000,00) Empréstimos Bancários 12.000,00 13
23.000,00 (12.000,00)
-
Duplicatas a Receber 6.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Estoques 4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
1.3.4 Lançamento
D= Empréstimos Bancários
13 C= a Bancos 12.000,00
Ou, simplesmente:
Empréstimos Bancários
13 a Bancos 12.000,00
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1.3.4.2 Registro no Livro Razão
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1.3.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 23.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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verificar a correção do registro do fato contábil é a comparação dos
somatórios de valores em ambos os lados do patrimônio (representado
no balancete) – esses dois valores devem ser iguais. Em nosso
exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 64.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
64.000,00.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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aumentarão a obrigação de pagamento, por parte da empresa,
resultando em um motivo de redução do patrimônio da empresa, e
serão registrados como despesas.
Como a finalidade das empresas em geral é o lucro, quanto menores
forem os juros dela cobrados, melhor. Assim, a empresa busca –
sempre – alternativas de captação de recursos baratos. Uma dessas
alternativas é o Desconto de Duplicatas. Para que se possa entender
claramente essa operação, é proposta, didaticamente, a seguir, uma
breve recordação dos conceitos atinentes à conta Duplicatas a Receber.
Conforme já visto neste curso, a conta DUPLICATAS A RECEBER registra
os valores a receber oriundos das atividades básicas da empresa com
relação a seus clientes. Em outras palavras, as duplicatas a receber
surgem das operações normais de venda a prazo de mercadorias ou
serviços, realizadas pela empresa, e representam um direito a cobrar de
seus clientes, pelas vendas a prazo realizadas.
Foi visto, também, que – pelo regime de competência (de acordo com
os Princípios Fundamentais de Contabilidade, vistos na aula 01 deste
curso) – o direito de exigir valores de clientes somente surge com a
ocorrência da venda – “o momento mágico” – em que é auferida, pela
empresa, a Receita Bruta de Vendas. Dessa maneira, as Duplicatas a
Receber somente devem ser contabilmente reconhecidas no momento
em que houver mercadorias vendidas ou serviços executados. Por outro
lado, as Duplicatas a Receber somente devem ser creditadas (baixadas)
pelas cobranças feitas, com os respectivos abatimentos, ou – ainda –
pelas mercadorias devolvidas, bem como pelo registro de perdas por
impossibilidade do recebimento do respectivo valor.
Recordado o conceito de Duplicatas a Receber, e seu comportamento na
vida patrimonial das empresas, vamos analisar a operação de Desconto
de Duplicatas.
A operação de Desconto de Duplicatas, apesar de seu nome não evocar
a idéia de empréstimo, tem o efeito econômico de uma operação de
“empréstimo” tomado pela empresa, com a peculiaridade de que o
pagamento do valor da duplicata (pelo cliente) funciona como uma
garantia da quitação do “empréstimo” tomado (pela empresa junto ao
banco). Assim, com mais garantias, o risco é menor e –
conseqüentemente – a taxa de juros é menor, portanto, as despesas
financeiras são menores do que aquelas típicas de um empréstimo
qualquer.
Cabe, apenas, lembrar que a taxa de juros é dependente de duas
variáveis:
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- o tempo – sendo juros o valor do dinheiro no tempo, o
percentual será maior quanto maior for o período considerado;
- o risco – quanto maior for o risco do devedor não honrar seu
compromisso (ficar sem patrimônio para pagar o empréstimo),
maior será o percentual.
Assim, quanto menor for o risco de impossibilidade de pagamento, por
parte da empresa, menor será a taxa de juros exigida pela instituição
financeira.
Ora, no caso do desconto de duplicatas há um risco menor porque: (1) o
direito de recebimento de duplicatas estará garantindo o pagamento do
“empréstimo” característico da operação de Desconto de Duplicatas; (2)
a própria empresa garante – com seu patrimônio – a quitação da
operação de Desconto de Duplicatas, caso o título não seja pago.
Portanto, com maior garantia do pagamento da obrigação, os encargos
cobrados pelo banco, na operação, são menores. Essa é a razão da
empresa, sempre que possível, optar pela operação de Desconto de
Duplicatas em detrimento de um empréstimo normal.
A operacionalização dessa operação é a seguinte:
(1) o banco entrega à empresa um valor (exemplificativamente, R$
5.000,00);
(2) a empresa entrega ao banco Duplicatas de sua titularidade
(exemplificativamente, no valor de R$ 6.000,00), para que o banco faça
a respectiva cobrança (sempre em nome da empresa)2, a empresa
mantem – no entanto – a titularidade das duplicatas;
(3) a empresa dá a Duplicata em Garantia do “empréstimo”, e, assim:
(3.a) caso o cliente pague o valor da duplicata, o banco, com o
valor recebido pela duplicata, pode quitar a obrigação da empresa,
de R$ 6.000,00 (por ela assumida, ao contratar a operação de
Desconto de Duplicatas e receber o valor de R$ 5.000,00);
(3.b) caso o cliente não pague o valor da duplicata, o banco pode
(conforme autorização expressa da empresa – geralmente
constante do instrumento que formalizou a operação de Desconto
de Duplicatas), cobrar – retirar – diretamente da conta corrente
2
Importante! Apesar de fisicamente a empresa entregar a(s) Duplicata(s) ao banco,
ela não perde sua titularidade, essa entrega de título (endosso) é com a expressa
determinação de que o banco faça a cobrança da duplicata em nome da empresa
(endosso mandato). Por isso, a Duplicata, apesar de estar fisicamente com o banco,
continua fazendo parte do patrimônio da empresa. Assim, não faz a menor diferença
se a duplicata foi objeto de operação de desconto ou não, ela continua no ativo da
empresa até seu pagamento pelo cliente.
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da empresa o valor de R$ 6.000,00 e devolver a duplicata para
que a empresa (que sempre foi a titular) tente receber o valor do
cliente.
Repare que aí há uma diferença entre o valor de R$ 5.000,00, que o
banco entrega a seu cliente (à empresa), e o valor de R$ 6.000,00, que
a empresa fica obrigada a pagar ao banco. A diferença é devida aos
encargos bancários decorrentes da transação (o serviço de cobrança da
duplicata, a formalização da operação e os juros embutidos no valor do
“empréstimo”). Essa diferença de R$ 1.000,00 reduz o patrimônio e,
portanto, deve ser registrada como despesa.
Saliente-se que, conforme visto acima, havendo despesa com juros, seu
valor deveria ser contabilizado conforme o princípio da competência, à
medida que o banco permitisse à empresa ficar com o dinheiro da
operação de desconto de duplicatas. Entretanto, em todos os bons
livros de Contabilidade, a operação é apresentada com a contabilização
das despesas bancárias logo no início. Essa contabilização, direto em
despesas, é decorrente da aplicação da convenção da materialidade3,
pois a operação de desconto de duplicatas é – geralmente – realizada
em um período curto de tempo (30, 60 ou 90 dias) e, no valor cobrado
pelo banco (R$ 6.000,00 – R$ 5.000,00 = R$ 1.000,00), além de juros
estão embutidos outros elementos (serviços bancários). Assim, as
despesas bancárias não são apropriadas no tempo, mas – por
simplificação – consideradas logo de início.
Agora, com o conhecimento teórico, necessário, da operação de
Desconto de Duplicatas, podemos – com facilidade – analisar a operação
do ponto de vista do patrimônio.
3
Matéria vista na aula 01 de nosso curso.
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Isto que vai ser apresentado neste item está errado! Porém, decidimos
apresentar dessa maneira para induzir o aluno à conclusão correta – que
será apresentada no item seguinte.
A aplicação direta dos conceitos vistos nos itens anteriores, leva à
conclusão de que, na operação de Desconto de Duplicatas em tela: (1)
são aplicados R$ 5.000,00 em um direito – ativo – registrado na conta
Bancos e (2) esse valor tem como origem a obrigação – passivo – de
pagar ao banco R$ 6.000,00, registrada na conta Duplicatas
Descontadas.
Como o valor aplicado na conta Bancos é de apenas R$ 5.000,00 e a
origem de valores (conta Duplicatas Descontadas) é de R$ 6.000,00
temos que o patrimônio fica reduzido no valor de R$ 1.000,00. Essa
redução do patrimônio enseja a ocorrência de uma despesa, registrada
na conta de resultado Despesa Bancárias.
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são
cavados “seis mil grãos de areia” do buraco patrimonial Duplicatas
Descontadas e que, desses “seis mil grãos de areia”, “cinco mil grãos de
areia” são aplicados no montinho patrimonial Bancos; os outros “mil
grãos de areia” são jogados para fora do patrimônio (na lata de lixo) o
que enseja uma redução do patrimônio – despesa – registrada na conta
Despesas Bancárias. A figura a seguir representa, esquematicamente, o
fluxo de valores, entre elementos patrimoniais, decorrente do fato
contábil em tela.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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Ora, então como é representada essa obrigação no patrimônio? A
resposta para essa pergunta está no conceito de conta retificadora do
ativo.
Analisando a operação Desconto de Duplicatas, percebemos que a
obrigação – da empresa – de entregar R$ 6.000,00 ao banco está
intimamente ligada com a existência de um ativo, qual seja: o direito
registrado na conta Duplicatas a Receber. Isso porque é esperado que a
quitação da obrigação da empresa (registrada na conta Duplicatas
Descontadas) ocorra justamente com o recebimento do valor de um
direito do qual ela é titular (registrado na conta Duplicatas a Receber).
Pela ligação “umbilical” existente entre esse direito e essa obrigação,
para fins de clareza na apresentação do patrimônio, a legislação
determina que a “obrigação”, a ser registrada na conta Duplicatas
Descontadas, seja apresentada juntamente com o direito registrado na
conta Duplicatas a Receber. Nesse sentido, citamos a Norma Brasileira
de Contabilidade n° 3, que trata da estrutura das demonstrações
contábeis.
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
NBC T 3 – CONCEITO, CONTEÚDO, ESTRUTURA E
NOMENCLATURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
3.2.2.6 – Os saldos devedores ou credores de todas as
contas retificadoras deverão ser apresentados como
valores redutores das contas ou grupo de contas que lhes
deram origem.
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valor tem como origem a obrigação – conta retificadora do ativo – de
pagar ao banco R$ 6.000,00, registrada na conta Duplicatas
Descontadas.
Como o valor aplicado na conta Bancos é de apenas R$ 5.000,00 e a
origem de valores (conta Duplicatas Descontadas) é de R$ 6.000,00
temos que o patrimônio fica reduzido no valor de R$ 1.000,00. Essa
redução do patrimônio enseja a ocorrência de uma despesa, registrada
na conta de resultado Despesa Bancárias.
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são
cavados “seis mil grãos de areia” do buraco patrimonial Duplicatas
Descontadas e que, desses “seis mil grãos de areia”, “cinco mil grãos de
areia” são aplicados no montinho patrimonial Bancos; os outros “mil
grãos de areia” são jogados para fora do patrimônio (na lata de lixo) o
que enseja uma redução do patrimônio – despesa – registrada na conta
Despesas Bancárias. A figura a seguir representa, esquematicamente, o
CORRETO fluxo de valores, entre elementos patrimoniais, decorrente do
fato contábil em tela.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 25.000,00
5.000,00
30.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Despesas Bancárias 1.000,00
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R$ 6.000,00 (ao banco), mas também informa que este direito se
destina à quitação da respectiva obrigação.
Agora ficou muito fácil:
- Setinha é débito – Bancos e Despesas Bancárias;
- Bolinha é crédito – Duplicatas Descontadas.
1.4.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Diversos
14 a Duplicatas Descontadas 6.000,00
Bancos 5.000,00
Despesas Bancárias 1.000,00
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1.4.4.2 Registro no Livro Razão
Receita Bruta de Vendas Custo da Mercadoria Vendida Duplicatas a Receber Despesas Bancárias
débitos créditos débitos créditos débitos créditos débitos créditos
6.000,00 si si 4.000,00 si 6.000,00 14 1.000,00
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1.4.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 30.000,00
Estoques 4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Despesas Bancárias 1.000,00
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Na conta Despesas Bancárias – representativa de um motivo pelo qual o
patrimônio foi reduzido durante o exercício e, portanto, classificada
como conta de resultado – despesa – foi registrado um débito. Repare
que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$ 1.000,00).
Isso está de acordo com a natureza devedora e unilateral das contas de
despesa: contas de despesa somente têm seu saldo aumentado, por
débitos, durante todo o exercício, (o saldo é reduzido, por créditos,
apenas nos casos de retificação de erro ou de fechamento do exercício).
Ainda, pelo fato de terem sido registradas duas contas a débito e
apenas uma conta a crédito, o lançamento foi de terceira fórmula
(repare no uso da palavra reservada “diversos”, quando do registro no
Livro Diário).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 5.000,00 + R$ 1.000,00
= R$ 6.000,00, é idêntico ao valor dos créditos, R$ 6.000,00, e que isso
está de acordo com o método das partidas dobradas: para todo débito
registrado, há um crédito de igual valor. De uma forma simples e
rápida, verificamos a correção do registro do fato contábil pela
comparação dos somatórios de valores em ambos os lados do
patrimônio (representados no balancete) – esses dois valores devem ser
iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 64.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
64.000,00.
Observação importante. O maior erro do estudante, quando do contato
inicial com a operação de Desconto de Duplicatas, é imaginar que no
momento da operação de desconto de duplicatas, o direito Duplicatas a
Receber sai do patrimônio da empresa. Isso não acontece! As
duplicatas apenas vão fisicamente para o Banco (para que ele realize a
cobrança do título), mas a titularidade das Duplicatas continua sendo da
empresa e, assim, o respectivo valor continua registrado em seu ativo.
O direito de receber do cliente (registrado na conta Duplicatas a
Receber) somente sai do ativo da empresa quanto (1) o cliente paga
pela duplicata; ou (2) o recebimento do valor se torna impossível – pela
inadimplência do cliente.
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banco o valor de R$ 6.000,00, com o objetivo de quitar sua obrigação
(para com a empresa – pela venda a prazo de mercadorias). O banco,
por sua vez, recebe o valor, em nome da empresa, e, conforme,
definido no contrato de “Desconto de Duplicatas”, utiliza esse valor para
o “encontro de contas” – quitação da obrigação (da empresa para com o
banco) mediante a utilização do valor entregue ao banco pelo cliente.
A ocorrência desse fato contábil pressupõe a anterior ocorrência de: (a)
uma venda a prazo, por parte da empresa, que enseja a existência de
Duplicatas a Receber em seu ativo; (b) uma operação de Desconto de
Duplicatas, que enseja a existência de Duplicatas Descontadas em seu
ativo (como conta retificadora).
Do ponto de vista operacional, a empresa recebe uma comunicação do
banco com o seguinte conteúdo: (1) o cliente pagou pela duplicata de
emissão da empresa; (2) o banco utilizou o valor deste pagamento para
quitar a operação de “Desconto de Duplicatas”, pela empresa efetuada.4
4
Tradicionalmente, conforme – inclusive – consta de vários livros de Contabilidade, o
banco enviava uma correspondência à empresa com a informação acima. Entretanto,
modernamente, esta mesma informação fica disponibilizada – imediatamente – à
empresa, através de sistemas informatizados de controle de cobrança de duplicatas,
mantidos pelo banco, com permissão de acesso por parte da empresa, através da
INTERNET.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 30.000,00
Estoques 4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Despesas Bancárias 1.000,00
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 30.000,00
15
Estoques 4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Despesas Bancárias 1.000,00
1.5.4 Lançamento
D= Duplicatas Descontadas
15 C= a Duplicatas a Receber 6.000,00
Ou, simplesmente:
Duplicatas Descontadas
15 a Duplicatas a Receber 6.000,00
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1.5.4.2 Registro no Livro Razão
Receita Bruta de Vendas Custo da Mercadoria Vendida Duplicatas a Receber Despesas Bancárias
débitos créditos débitos créditos débitos créditos débitos créditos
6.000,00 si si 4.000,00 si 6.000,00 si 1.000,00
6.000,00 15
sf -
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1.5.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 30.000,00
Estoques 4.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Despesas Bancárias 1.000,00
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crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 64.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
64.000,00.
5
Pode até ser que, fisicamente, o título continue com o banco, para que o cliente
possa efetuar o pagamento diretamente na rede bancária (numa operação chamada
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A ocorrência desse fato contábil pressupõe a anterior ocorrência de: (a)
uma venda a prazo, por parte da empresa, que enseja a existência de
Duplicatas a Receber em seu ativo; (b) uma operação de Desconto de
Duplicatas, que enseja a existência de Duplicatas Descontadas em seu
ativo (como conta retificadora).
Do ponto de vista operacional, a empresa recebe uma comunicação do
banco com o seguinte conteúdo: (1) o cliente não pagou pela duplicata
de emissão da empresa; (2) o banco retirou o valor esperado para este
pagamento da conta corrente da empresa, para quitar a operação de
“Desconto de Duplicatas”, pela empresa efetuada; e (3) o banco
devolveu a Duplicata para que a empresa tente receber seus haveres de
seu cliente.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 30.000,00
Estoques 4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Despesas Bancárias 1.000,00
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 30.000,00
16 (6.000,00)
24.000,00
Estoques 4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Despesas Bancárias 1.000,00
1.6.4 Lançamento
D= Duplicatas Descontadas
16 C= a Bancos 6.000,00
Ou, simplesmente:
Duplicatas Descontadas
16 a Bancos 6.000,00
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1.6.4.2 Registro no Livro Razão
Receita Bruta de Vendas Custo da Mercadoria Vendida Duplicatas a Receber Despesas Bancárias
débitos créditos débitos créditos débitos créditos débitos créditos
6.000,00 si si 4.000,00 si 6.000,00 si 1.000,00
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 24.000,00
Despesas Receitas
Custo da M ercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Desp esas Bancárias 1.000,00
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1.6.6 Considerações Finais
Repare que, após a ocorrência do fato contábil, o valor do patrimônio
líquido (bens/direitos (-) obrigações) não foi alterado – Permanecendo
no valor de R$ 51.000,00. Portanto, trata-se de um fato permutativo.
Na conta Duplicatas Descontadas – representativa de uma obrigação
(apesar de registrada no ativo – como conta retificadora) – foi
registrado um débito. Repare que essa conta teve seu saldo reduzido
(de R$ 6.000,00 para R$ 0,00). Isso está de acordo com a natureza
devedora das contas retificadoras do ativo: contas retificadoras do ativo
têm seu saldo aumentado por créditos (e reduzido por débitos).
Na conta Bancos – representativa de um direito e, portanto, classificada
no ativo – foi registrado um crédito. Repare que essa conta teve seu
saldo reduzido (de R$ 30.000,00 para R$ 24.000,00). Isso também
está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de
ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 6.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 6.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 64.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
64.000,00.
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cliente. Muitas vezes, o contrato, da empresa com o banco (referente à
operação de Desconto de Duplicatas), prevê que o banco continue com
a cobrança, tentando receber do cliente por um período adicional.
Ocorre que o banco não faz isso graciosamente, durante o período
adicional, o banco cobra juros (que deverão ser pagos, alternativamente
– pelo cliente, ou pela empresa). Assim, se o cliente, após o prazo de
vencimento da duplicata, vai até o banco e paga, ele terá que pagar não
somente o valor da duplicata, mas um valor adicional (encargos
bancários adicionais) pelo período extra que o banco ficou sem receber.
Cumpre referir (e isso é importante!) que o valor pago pelo cliente ao
banco é referente ao período em que o cliente ficou com os recursos que
já deveriam ter sido entregues ao banco quando do vencimento da
duplicata. Ora, se o banco ficou sem receber o dinheiro a que tinha
direito, pela operação de Desconto de Duplicatas (anteriormente
efetuada), os acréscimos, agora entregues pelo cliente, devem ser do
banco.
A ocorrência desse fato contábil pressupõe a anterior ocorrência de: (a)
uma venda a prazo, por parte da empresa, que enseja a existência de
Duplicatas a Receber em seu ativo; (b) uma operação de Desconto de
Duplicatas, que enseja a existência de Duplicatas Descontadas em seu
ativo (como conta retificadora).
Do ponto de vista operacional, a empresa recebe uma comunicação do
banco com o seguinte conteúdo: (1) o cliente não pagou pela duplicata
de emissão da empresa; (2) o banco, conforme consta do contrato,
continuou a cobrança, mediante a remuneração dos “encargos bancários
adicionais” e (3) o cliente – após um período – pagou, pela Duplicata,
seu valor acrescido de “encargos bancários”.
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4.000,00 e (3) Despesas Bancárias, no valor de R$ 1.000,00. A seguir,
encontra-se representado o balancete representativo do patrimônio
acima sugerido.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 30.000,00
Estoques 4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Despesas Bancárias 1.000,00
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no buraco patrimonial Duplicatas descontadas, tapando-o. A figura a
seguir representa, esquematicamente, o fluxo de valores, entre
elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 30.000,00
17
Estoques 4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Despesas Bancárias 1.000,00
1.7.4 Lançamento
D= Duplicatas Descontadas
17
C= a Duplicatas a Receber 6.000,00
Ou, simplesmente:
Duplicatas Descontadas
17 a Duplicatas a Receber 6.000,00
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1.7.4.2 Registro no Livro Razão
Receita Bruta de Vendas Custo da Mercadoria Vendida Duplicatas a Receber Despesas Bancárias
débitos créditos débitos créditos débitos créditos débitos créditos
6.000,00 si si 4.000,00 si 6.000,00 si 1.000,00
6.000,00 17
sf -
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1.7.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 30.000,00
Estoques 4.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Despesas Bancárias 1.000,00
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Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 6.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 6.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 64.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
64.000,00.
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quando do vencimento da duplicata. Ora, se o banco ficou sem receber
o dinheiro a que tinha direito, pela operação de Desconto de Duplicatas
(anteriormente efetuada), os acréscimos, agora da conta corrente da
empresa, devem ser do banco.
Repare que esses encargos adicionais correspondem aos encargos de
um novo empréstimo (pelo prazo compreendido entre o final do prazo
da duplicata objeto de desconto e o momento do pagamento da
duplicata).
A ocorrência desse fato contábil pressupõe a anterior ocorrência de: (a)
uma venda a prazo, por parte da empresa, que enseja a existência de
Duplicatas a Receber em seu ativo; (b) uma operação de Desconto de
Duplicatas, que enseja a existência de Duplicatas Descontadas em seu
ativo (como conta retificadora).
Do ponto de vista operacional, a empresa recebe uma comunicação do
banco com o seguinte conteúdo: (1) o cliente não pagou pela duplicata
de emissão da empresa; (2) o banco, conforme consta do contrato,
continuou a cobrança, mediante a remuneração dos “encargos bancários
adicionais”; (3) o cliente – mesmo após o período adicional – não
pagou, pela Duplicata, seu valor acrescido de “encargos bancários”; (4)
o banco retirou esse valor esperado (da Duplicata, acrescido de
encargos bancários) da conta corrente da empresa, para quitar a
operação de “Desconto de Duplicatas”, pela empresa antes efetuada e
não quitada pelo cliente; e (5) o banco devolveu a Duplicata para que a
empresa tente receber seus haveres de seu cliente.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 30.000,00
Estoques 4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Despesas Bancárias 1.000,00
6
Esses encargos bancários, que comportam juros (valor do dinheiro no tempo),
deveriam ser registrados de acordo com o prazo adicional de cobrança pro-rata
tempore. Entretanto, conforme já visto, pela convenção da materialidade, pelo fato de
que o prazo geralmente é curto, pode ser considerada a despesa no momento da
quitação.
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Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são
desbastados “sete mil grãos de areia” do montinho patrimonial Bancos e
que, desses “sete mil grãos de areia”, “seis mil grãos de areia” são
aplicados no buraco patrimonial Duplicatas descontadas, tapando-o. Os
outros “mil grãos de areia” são “jogados no lixo”, para fora do
patrimônio, reduzindo seu valor. A figura a seguir representa,
esquematicamente, o fluxo de valores, entre elementos patrimoniais,
decorrente do fato contábil em tela.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 30.000,00
18 (7.000,00)
23.000,00
Estoques 4.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Despesas Bancárias 1.000,00
Encargos Bancários 1.000,00
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1.8.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Diversos
18 a Bancos 7.000,00
Duplicatas Descontadas 6.000,00
Encargos Bancários 1.000,00
Receita Bruta de Vendas Custo da Mercadoria Vendida Duplicatas a Receber Despesas Bancárias
débitos créditos débitos créditos débitos créditos débitos créditos
6.000,00 si si 4.000,00 si 6.000,00 si 1.000,00
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1.8.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 23.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
Despesas Bancárias 1.000,00
Encargos Bancários 1.000,00
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que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$ 1.000,00).
Isso está de acordo com a natureza devedora e unilateral das contas de
despesa: contas de despesa somente têm seu saldo aumentado, por
débitos, durante todo o exercício, (o saldo é reduzido, por créditos,
apenas nos casos de retificação de erro ou de fechamento do exercício).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 6.000,00 + R$ 1.000,00
= R$ 7.000,00, é idêntico ao valor dos créditos, R$ 7.000,00, e que isso
está de acordo com o método das partidas dobradas: para todo débito
registrado, há um crédito de igual valor. De uma forma simples e
rápida, verificamos a correção do registro do fato contábil pela
comparação dos somatórios de valores em ambos os lados do
patrimônio (representados no balancete) – esses dois valores devem ser
iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 64.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
64.000,00.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Obrigações -
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
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1.1.3 Análise dos Efeitos Patrimoniais do Fato
Para entender o lançamento referente à despesa de aluguel, é
necessário um conhecimento – ainda que básico – do contrato de
locação.
No contrato de locação: (1) um sujeito – locador – cede o uso e o gozo
de um bem, (2) outro sujeito – locatário – por usar e gozar do bem,
deverá efetuar uma contraprestação (denominada aluguel). Portanto,
os elementos do contrato de locação são: (a) o consenso – acordo de
vontades entre locador e locatário, (b) a coisa – o bem locado e (3) o
aluguel.
Para melhor entender a relação entre locador e locatário, decorrente do
contrato de locação, enumeramos a seguir suas principais
características. O contrato de locação é considerado: (1) bilateral,
porque existem obrigações recíprocas do locador (ceder o imóvel para
uso de outro) e do locatário (pagar o aluguel), (2) oneroso, porque
existem vantagens e desvantagens para ambas as partes contratantes,
(3) consensual porque não se exige a entrega do bem para que o
contrato passe a gerar seus efeitos, (4) informal, a lei não exige forma
para o contrato, podendo inclusive ser verbal, (5) Continuado – as
prestações, recíprocas, se renovam de tempos em tempos
(geralmente, em períodos mensais), (6) comutativo, há certeza e
equivalência entre as duas obrigações (uso do bem e o aluguel).
Importante! Um leigo pode pensar que, para o patrimônio do locatário,
ocorra uma despesa na data do pagamento. Isso é um erro que o
estudante, a esta altura, não mais comete. A despesa ocorrerá de
acordo com o regime de competência, que determina que as despesas
devem ser registradas independentemente de seu pagamento.
As despesas são conceituadas com reduções brutas do patrimônio.
Ora, se o patrimônio é composto de bens, direitos e obrigações, ocorre
uma despesa no momento da ocorrência de um fato que enseje
(conjunta ou alternativamente) redução de bens e direitos e/ou
aumento de obrigações e não no momento do pagamento. Em nossa
proposta de identificação do momento em que a despesa ocorre (para o
caso geral de negócios entre partes que estejam interessadas em
vendas ou prestações de serviço), haverá despesa no momento em
que houver o cumprimento, pela outra parte, do que havia sido
combinado.
Ora, se a prestação que o locador promete – no âmbito do contrato de
aluguel – é permitir que o locatário use o imóvel por um determinado
período de tempo (geralmente por um mês), sempre que o locador
cumprir esta prestação, o que ocorrerá ao final de cada mês, haverá um
motivo para o surgimento (no patrimônio do locatário) de uma
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obrigação (de pagar o aluguel). INDEPENDENTEMENTE DO PAGAMENTO
SOMENTE OCORRER NO DIA 10 DO MÊS SEGUINTE.
Assim, a cada final de mês, surgirá uma obrigação no patrimônio do
locatário (que, no caso, é a empresa), reduzindo o patrimônio (o que
enseja a ocorrência de despesa).
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são
cavados “mil grãos de areia” do buraco patrimonial Aluguéis a Pagar e
que esses “mil grãos de areia” são jogados para fora do patrimônio
(reduzindo-o), ou seja, aplicados na lata de lixo, representada pela
conta de resultado Aluguéis Passivos1. A figura a seguir representa,
esquematicamente, o fluxo de valores, entre elementos patrimoniais,
decorrente do fato contábil em tela.
19
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Aluguéis a Pagar 1.000,00
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
Aluguéis Passivos 1.000,00
1
Conta também denominada Despesa de Aluguel. Conforme já proposto neste curso,
basta inserir as “palavras mágicas” que aumentam, para entender o significado do
nome da conta: Aluguéis que aumentam Passivos, reduzem o patrimônio e,
conseqüentemente, são classificados como despesas.
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1.1.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Aluguéis Passivos
19 a Aluguéis a Pagar 1.000,00
Aluguéis Passivos
débitos créditos
19 1.000,00
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1.1.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Aluguéis a Pagar 1.000,00
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
Aluguéis Passivos 1.000,00
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débitos, durante todo o exercício, (o saldo é reduzido, por créditos,
apenas nos casos de retificação de erro ou de fechamento do exercício).
Ainda, pelo fato de terem sido registradas apenas uma conta a débito e
uma conta a crédito, o lançamento foi de primeira fórmula (repare que
não houve uso da palavra reservada “diversos”, quando do registro no
Livro Diário).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 1.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 1.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 51.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
51.000,00.
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A seguir, encontra-se representado o balancete representativo do
patrimônio acima sugerido.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Aluguéis a Pagar 1.000,00
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
Aluguéis Passivos 1.000,00
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20
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Aluguéis a Pagar 1.000,00
(1.000,00) (1.000,00)
24.000,00 -
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
Aluguéis Passivos 1.000,00
1.2.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Aluguéis a Pagar
20 a Caixa 1.000,00
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1.2.4.2 Registro no Livro Razão
Aluguéis Passivos
débitos créditos
si 1.000,00
Ativo Passivo
Caixa 24.000,00 Obrigações -
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
Aluguéis Passivos 1.000,00
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valor de R$ 49.000,00. Assim, conclui-se que se trata de um fato
contábil permutativo.
Na conta Aluguéis a Pagar – representativa de uma obrigação e,
portanto, classificada no passivo – foi registrado um débito. Repare que
essa conta teve seu saldo reduzido (de R$ 1.000,00 para R$ 0,00). Isso
está de acordo com a natureza credora das contas de passivo: contas de
passivo têm seu saldo aumentado por créditos (e reduzido por débitos).
Na conta Caixa – representativa de um bem e, portanto, classificada no
ativo – foi registrado um crédito. Repare que essa conta teve seu saldo
reduzido (de R$ 25.000,00 para R$ 24.000,00). Isso também está de
acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de ativo
têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos).
Ainda, pelo fato de terem sido registradas apenas uma conta a débito e
uma conta a crédito, o lançamento foi de primeira fórmula (repare que
não houve uso da palavra reservada “diversos”, quando do registro no
Livro Diário).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 1.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 1.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 50.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
50.000,00.
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depósitos bancários; e (3) R$ 50.000,00, em capital (colocado pelos
sócios, para a formação do patrimônio da empresa).
A seguir, encontra-se representado o balancete representativo do
patrimônio acima sugerido.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Obrigações -
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
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e que esses “quatro mil grãos de areia” são aplicados no montinho
patrimonial Aluguéis a Vencer2.
A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo de valores,
entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela.
21
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Obrigações -
(4.000,00)
21.000,00
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
2
Conforme visto na aula 03 deste curso, a conta Aluguéis a Vencer também pode ser
denominada Aluguéis Antecipados ou, ainda, Aluguéis Pagos Antecipadamente.
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1.3.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Aluguéis a Vencer
21 a Caixa 4.000,00
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1.3.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 21.000,00 Obrigações -
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
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Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 4.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 4.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 50.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
50.000,00.
Uma última observação, da maior relevância, é que – a maioria dos
leigos costumam pensar que houve despesa de R$ 4.000,00, mas, de
acordo com o regime de competência, não ocorreu despesa. Isso
porque não houve redução do conjunto de bens/direitos/obrigações.
Ora, o valor de um bem foi reduzido, porém o valor de um direito
aumentou, com variação nula no total do patrimônio.
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Ativo Passivo
Caixa 21.000,00 Obrigações -
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
3
Visto na aula 01 deste curso.
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futuro. No caso, a empresa já pagou quatro meses adiantados de
aluguel (e com isso, adquiriu o direito de utilizar o imóvel por quatro
meses) e, ao final do primeiro mês, desaparece, do patrimônio da
empresa, um direito (o direito de utilizar o imóvel pelo mês – que
terminou), o que enseja – sem dúvida – uma redução de seu
patrimônio.
O termo realização de ativo pode ser entendido (de maneira pouco
formal, porém altamente didática) como: transformação do ativo em
outra coisa. Assim, a alienação – por exemplo – de um ativo pode ser
classificada como uma espécie do gênero realização (visto que o ativo
saiu do patrimônio e, em seu lugar, entrou outro elemento – geralmente
dinheiro). Outro exemplo de realização é o desaparecimento de um
ativo – no caso, um direito – pela seu exercício (visto que o direito
desaparece quando exercido – patrimonialmente é “jogado fora – no
lixo”).
Finalmente, o termo apropriação de despesa significa o registro da
despesa incorrida, quando ela já havia sido paga antecipadamente
(como um artifício didático, interpreto a palavra apropriar com o sentido
de tornar propriamente uma despesa um valor que já havia sido pago,
mas ainda não consistia em despesa).
Colocados os conceitos básicos, passaremos – a seguir – para a análise
do caso do ponto de vista patrimonial.
Assim, a cada final de mês, ficará reduzido o direito (da empresa) de
usar o imóvel, reduzindo seu patrimônio (o que enseja a ocorrência de
despesa).
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são
desbastados “mil grãos de areia” do montinho patrimonial Aluguéis a
Vencer e que esses “mil grãos de areia” são jogados para fora do
patrimônio (reduzindo-o), ou seja, aplicados na lata de lixo,
representada pela conta de resultado Aluguéis Passivos.
A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo de valores,
entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela.
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Ativo Passivo
Caixa 21.000,00 Obrigações -
Bancos 25.000,00
22
Aluguéis a Vencer 4.000,00
(1.000,00)
3.000,00
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Despesas Receitas
Aluguéis Passivos 1.000,00
1.4.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Aluguéis Passivos
22 a Aluguéis a Vencer 1.000,00
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1.4.4.2 Registro no Livro Razão
Aluguéis Passivos
débitos créditos
22 1.000,00
Ativo Passivo
Caixa 21.000,00 Obrigações -
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
Aluguéis Passivos 1.000,00
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se que não houve alteração de valor em mais de um elemento
patrimonial (apenas a redução de um direito). Assim, conclui-se que se
trata de um fato contábil modificativo diminutivo.
Na conta Aluguéis a Vencer – representativa de um direito e, portanto,
classificada no ativo – foi registrado um crédito. Repare que essa conta
teve seu saldo reduzido (de R$ 4.000,00 para R$ 3.000,00). Isso está
de acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de ativo
têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos).
Na conta Aluguéis Passivos – representativa de um motivo pelo qual o
patrimônio foi reduzido durante o exercício e, portanto, classificada
como conta de resultado – despesa – foi registrado um débito. Repare
que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$ 1.000,00).
Isso está de acordo com a natureza devedora e unilateral das contas de
despesa: contas de despesa somente têm seu saldo aumentado, por
débitos, durante todo o exercício, (o saldo é reduzido, por créditos,
apenas nos casos de retificação de erro ou de fechamento do exercício).
Ainda, pelo fato de terem sido registradas apenas uma conta a débito e
uma conta a crédito, o lançamento foi de primeira fórmula (repare que
não houve uso da palavra reservada “diversos”, quando do registro no
Livro Diário).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 1.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 1.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 50.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
50.000,00.
Cumpre referir que o direito Aluguéis a Vencer, registrado no ativo –
agora por R$ 3.000,00 – irá sendo mês a mês, paulatinamente,
realizado, até desaparecer completamente. Esse é o mesmo
funcionamento das contas de seguros a vencer e juros a vencer – cujos
lançamentos serão estudados adiante neste curso.
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1.5 Fechamento do Exercício – considerando um lucro de R$
2.000,00
4
Em específico, quando da apresentação da teoria Patrimonialística das Contas, na
aula 03 deste curso, cuja leitura é recomendada.
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Ativo Passivo
Despesas Receitas
Exercício
Início Final
Despesas Receitas
-----
Saldo líquido (Receitas-Despesas)
anulado das contas de resultado
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Líquido), (2) ao final do exercício, volta para o lugar onde sempre
pertenceu.
Ou, ainda, mais poeticamente: (1) as contas de resultado nascem (com
saldo zero) no início do exercício e crescem (acumulam saldo) durante o
exercício; (2) ao final do exercício, as contas de resultado morrem (são
zeradas) e sua alma (saldo) é transferida para o Patrimônio Líquido (o
paraíso).
De uma maneira didática, sem apreciação de maiores detalhes da
legislação5, pode-se dizer que o “fechamento do exercício” consiste em
um procedimento, com quatro passos, conforme a seguir apresentado.
a) Criação de uma conta intermediária ARE (Apuração do
Resultado do Exercício) – cuja existência inicia
imediatamente antes do procedimento de fechamento do
exercício e finda logo após o procedimento;
b) Anulação dos saldos das despesas e suas transferências
para a conta intermediária ARE;
c) Anulação dos saldos das receitas e suas transferências
para a conta intermediária ARE;
d) Anulação do saldo da conta ARE e sua transferência para
uma conta de Patrimônio Líquido (Conta LPA – Lucros e
Prejuízos Acumulados6).
Nesse exemplo, realizaremos o fechamento do exercício de uma
empresa que apresentou lucro de R$ 2.000,00, com os seguintes
resultados:
- R$ 6.000,00 em receitas;
- R$ 4.000,00 em despesas.
5
O que será exaustivamente estudado na aula que trata da destinação do resultado,
adiante, neste curso.
6
A Conta LPA - Lucros e Prejuízos Acumulados é uma conta de importância
fundamental no patrimônio líquido. Seu funcionamento será detalhadamente estudado
nas aulas que tratam da Demonstração contábil DLPA (Demonstração dos Lucros ou
Prejuízos Acumulados) e da destinação do resultado (ambos a serem apresentados
adiante, neste curso). Para o momento, é importante saber que a conta LPA é a porta
de entrada do resultado no Patrimônio Líquido, ou seja, o resultado é transferido para
essa conta para, somente depois, ser transferido (1) para os sócios (dividendos), (2)
para reservas e (3) para aumento de capital.
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depósitos bancários; (3) R$ 6.000,00, em direitos de receber o valor de
duplicatas emitidas; (4) R$ 4.000,00, em estoque de mercadorias; (5)
R$ 8.000,00 em obrigação de pagar pela compra do estoque de
mercadorias (anteriormente realizada a prazo); e (6) R$ 50.000,00, em
capital (colocado pelos sócios, para a formação do patrimônio da
empresa). Neste patrimônio inicial, encontram-se também registradas
as alterações do valor do patrimônio, ocorridas no exercício, até aquele
momento, nas seguintes contas de resultado: (1) Receitas de Venda, no
valor de R$ 6.000,00 e (2) Custo da Mercadoria Vendida, no valor de R$
4.000,00. A seguir, encontra-se representado o balancete
representativo do patrimônio acima sugerido.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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imediatamente antes do procedimento de fechamento do exercício e
finda logo após o procedimento. Essa conta funciona, metaforicamente,
como uma caixinha de areia especial: (1) onde vai ser derramada toda a
areia que estava na lata de lixo – que ora se esvazia e (2) de onde sai a
areia que deverá ser devolvida para o céu (de onde “caiu areia, de pára-
quedas”, durante o ano). A figura a seguir ilustra o funcionamento da
conta ARE.
A conta ARE - Apuração do Resultado do Exercício, funciona como um "caixa de areia" especial, na qual ocorrem dois fenômenos:
(1) A areia acumulada na lata de lixo durante o exercício (despesas) (2) Areia, em quantidade equivalente àquela "caída do céu" durante o exercício
é esvaziada, e derramada (aplicada) na conta ARE, formando um (receitas), é retirada da conta ARE, para ser "devolvida ao céu", (aplicada de
montinho de areia em seu lado esquerdo. volta no lugar de onde veio), restando um buraco em seu lado direito.
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a 4.000,00
2.000,00 SF
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“dois mil grãos de areia”, que deve ser transferido para a conta LPA.
Assim, são cavados, do buraco patrimonial representativo do Patrimônio
Líquido (especificamente, da conta LPA – Lucro e Prejuízos Acumulados)
“dois mil grãos de areia”, que são aplicados no buraco patrimonial
existente na conta intermediária ARE – Apuração do Resultado do
exercício, tapando-o.
A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo de valores,
entre elementos patrimoniais, decorrente dos passos (b), (c) e (d) do
procedimento de fechamento de exercício, em análise.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
(4.000,00) (6.000,00)
- -
23.c
23.b
ARE
4.000,00
6.000,00
2.000,00
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- Setinha é débito – ARE – Apuração do Resultado do Exercício;
- Bolinha é crédito – Custo da Mercadoria Vendida.
Passo (c):
- Setinha é débito – Receita Bruta de Vendas;
- Bolinha é crédito – ARE – Apuração do Resultado do Exercício.
Passo (d):
- Setinha é débito – ARE – Apuração do Resultado do Exercício;
- Bolinha é crédito – LPA – Lucros e Prejuízos Acumulados.
1.5.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
ARE - Apuração do Resultado do Exercício
23.b a Custo da Mercadoria Vendida 4.000,00
...
D= Receita Bruta de Vendas
23.c C= a ARE - Apuração do Resultado do Exercício 6.000,00
Ou, simplesmente:
Receita Bruta de Vendas
23.c a ARE - Apuração do Resultado do Exercício 6.000,00
...
D= ARE - Apuração do Resultado do Exercício
23.d
C= a LPA - Lucros e Prejuízos Acumulados 2.000,00
Ou, simplesmente:
ARE - Apuração do Resultado do Exercício
23.d
a LPA - Lucros e Prejuízos Acumulados 2.000,00
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1.5.4.2 Registro no Livro Razão
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 8.000,00
Bancos 25.000,00
LPA 2.000,00
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1.5.6 Considerações Finais
Repare que, após o registro do lançamento de fechamento de exercício,
o valor do patrimônio líquido (bens/direitos (-) obrigações) não foi
Alterado: permanecendo no valor de R$ 52.000,00. Entretanto, o valor
registrado em contas de Patrimônio Líquido aumentou (de R$ 50.000,00
para R$ 52.000,00). Isso ocorre porque os valores antes registrados
em conta de resultado (R$ 6.000,00 em Receitas e R$ 4.000,00 em
Despesas) não estão mais nelas registrados e foram transferidos para o
Patrimônio Líquido. Assim, conclui-se que não é no momento do
fechamento do exercício que o Patrimônio Líquido aumenta ou
reduz seu valor, mas nos momentos em que ocorrerem fatos
modificativos ou mistos. No fechamento do exercício, a informação
do patrimônio apenas é “arrumada”, para ficar totalmente referenciada
apenas por contas patrimoniais.
Na conta Receita Bruta de Vendas – representativa de um motivo pelo
qual o patrimônio aumentou durante o exercício e, portanto, classificada
como conta de resultado – receita – foi registrado um débito. Repare
que essa conta teve seu saldo reduzido (de R$ 6.000,00 para R$ 0,00).
Isso também está de acordo com a natureza credora e unilateral das
contas de receita: contas de receita somente têm seu saldo aumentado,
por créditos, durante todo o exercício, porém, o saldo é reduzido, por
débitos no caso de fechamento do exercício, que é o que ocorreu.
Na conta Custo da Mercadoria Vendida – representativa de um motivo
pelo qual o patrimônio foi reduzido durante o exercício e, portanto,
classificada como conta de resultado – despesa – foi registrado um
crédito. Repare que essa conta teve seu saldo reduzido (de R$ 4.000,00
para R$ 0,00). Isso está de acordo com a natureza devedora e
unilateral das contas de despesa: contas de despesa somente têm seu
saldo aumentado, por débitos, durante todo o exercício, porém, o saldo
é reduzido, por créditos no caso de fechamento do exercício, que é o
que ocorreu.
Na conta Lucros e Prejuízos Acumulados – representativa de parte da
diferença entre bens, direitos e obrigações e, portanto, classificada no
patrimônio líquido – foi registrado um crédito. Repare que essa conta
teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$ 2.000,00). Isso está de
acordo com a natureza credora das contas de patrimônio líquido: contas
de patrimônio líquido têm seu saldo aumentado por créditos (e reduzido
por débitos).
A conta intermediária ARE – Apuração do Resultado do exercício teve
seu saldo mantido em zero. Isso está de acordo com a natureza de uma
conta intermediária, que recebe débitos e créditos para, em seguida,
transferi-los e termina o processo como iniciou, com o saldo “zerado”.
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O valor dos débitos, R$ 12.000,00, é idêntico ao valor dos créditos, R$
12.000,00, e que isso está de acordo com o método das partidas
dobradas: para todo débito registrado, há um crédito de igual valor. De
uma forma simples e rápida, verificamos a correção do registro do fato
contábil pela comparação dos somatórios de valores em ambos os lados
do patrimônio (representados no balancete) – esses dois valores devem
ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 60.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
60.000,00.
Cumpre referir que, após o procedimento de fechamento de exercício, a
igualdade (ATIVO-PASSIVO=PATRIMÔNIO LÍQUIDO) é restaurada
(60.000,00 – 8.000,00 = 52.000,00).
Em resumo, o procedimento de fechamento de exercício, quando há
lucro no resultado do exercício, é o seguinte:
a) criar uma conta intermediária ARE;
b) zerar as contas de despesa (crédito) e transferir seu saldo para
a conta ARE (débito);
c) zerar as contas de receita (débito) e transferir seu saldo para a
conta ARE (crédito);
d) zerar a conta ARE (débito) e transferir seu saldo para a conta
LPA (crédito).
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- Anulação dos saldos das despesas e suas transferências para a
conta intermediária ARE;
- Anulação dos saldos das receitas e suas transferências para a
conta intermediária ARE;
- Anulação do saldo da conta ARE e sua transferência para uma
conta de Patrimônio Líquido (Conta LPA – Lucros e Prejuízos
Acumulados).
Nesse exemplo, realizaremos o fechamento do exercício de uma
empresa que apresentou prejuízo de R$ 3. 000,00, com os seguintes
resultados:
- R$ 6.000,00 em receitas;
- R$ 9.000,00 em despesas.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 18.000,00
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 9.000,00 Receita Bruta de Vendas 6.000,00
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especial” – ARE. Em outras palavras, são aplicados na conta ARE os
valores antes jogados fora nas várias contas de despesa.
O terceiro passo é a anulação de saldo das receitas, com a conseqüente
transferência para a conta intermediária ARE.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 18.000,00
Bancos 25.000,00
24.c
24.b
ARE
9.000,00
6.000,00
3.000,00
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Passo (a): não há fluxo de valor entre elementos patrimoniais.
Passo (b):
- Setinha é débito – ARE – Apuração do Resultado do Exercício;
- Bolinha é crédito – Custo da Mercadoria Vendida.
Passo (c):
- Setinha é débito – Receita Bruta de Vendas;
- Bolinha é crédito – ARE – Apuração do Resultado do Exercício.
Passo (d):
- Setinha é débito – LPA – Lucros e Prejuízos Acumulados;
- Bolinha é crédito – ARE – Apuração do Resultado do Exercício.
1.6.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
ARE - Apuração do Resultado do Exercício
24.b a Custo da Mercadoria Vendida 9.000,00
...
D= Receita Bruta de Vendas
24.c C= a ARE - Apuração do Resultado do Exercício 6.000,00
Ou, simplesmente:
Receita Bruta de Vendas
24.c
a ARE - Apuração do Resultado do Exercício 6.000,00
...
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D= LPA - Lucros e Prejuízos Acumulados
24.d C= a ARE - Apuração do Resultado do Exercício 3.000,00
Ou, simplesmente:
LPA - Lucros e Prejuízos Acumulados
24.d a ARE - Apuração do Resultado do Exercício 3.000,00
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1.6.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Fornecedores 18.000,00
Bancos 25.000,00
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para R$ 0,00). Isso está de acordo com a natureza devedora e
unilateral das contas de despesa: contas de despesa somente têm seu
saldo aumentado, por débitos, durante todo o exercício, porém, o saldo
é reduzido, por créditos no caso de fechamento do exercício, que é o
que ocorreu.
A conta intermediária ARE – Apuração do Resultado do exercício teve
seu saldo mantido em zero. Isso está de acordo com a natureza de uma
conta intermediária, que recebe débitos e créditos para, em seguida,
transferi-los e termina o processo como iniciou, com o saldo “zerado”.
Na conta Lucros e Prejuízos Acumulados – foi registrado um débito e seu
saldo foi reduzido (de R$ 0,00 para R$ -3.000,00). Isso, em princípio,
está de acordo com a natureza credora das contas de patrimônio
líquido: contas de patrimônio líquido têm seu saldo aumentado por
créditos (e reduzido por débitos). Cabe, porém, uma explicação melhor
para o fato de que esta conta está apresentada com SINAL INVERTIDO.
A conta LPA pode ter saldo de natureza credora (e, nesse caso registra
uma parte do valor a ser entregue aos sócios, representativa da
diferença entre o ativo e o passivo – como foi apresentado no item
anterior). Entretanto, a conta LPA pode, também, apresentar saldo de
natureza devedora (e, nesse caso registra uma redução do valor a ser
entregue aos sócios, no final da existência da empresa).
Em outras palavras, a conta LPA, caso apresente saldo devedor, registra
um direito da empresa, de entregar menos valor aos sócios no final da
existência da empresa. Ora, todo direito deveria ser registrado no ativo.
Porém, este está registrado no passivo (com o sinal invertido).
Isso, porque a conta LPA, quando apresenta saldo devedor, é
classificada como uma conta redutora do Patrimônio Líquido. De
maneira bem humorada (e didaticamente eficaz) vamos entender uma
conta assim como uma conta do tipo “sapatão” (com natureza de ativo e
funcionamento de ativo, mas, por determinação normativa, registrada
no lado do passivo/patrimônio líquido e com o sinal invertido).
O valor dos débitos, R$ 18.000,00, é idêntico ao valor dos créditos, R$
18.000,00, e que isso está de acordo com o método das partidas
dobradas: para todo débito registrado, há um crédito de igual valor. De
uma forma simples e rápida, verificamos a correção do registro do fato
contábil pela comparação dos somatórios de valores em ambos os lados
do patrimônio (representados no balancete) – esses dois valores devem
ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 65.000,00;
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- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
65.000,00.
Cumpre referir que, após o procedimento de fechamento de exercício, a
igualdade (ATIVO-PASSIVO=PATRIMÔNIO LÍQUIDO) é restaurada
(65.000,00 – 18.000,00 = 47.000,00).
Em resumo, o procedimento de fechamento de exercício, quando há
prejuízo no resultado do exercício, é o seguinte:
a) criar uma conta intermediária ARE;
b) zerar as contas de despesa (crédito) e transferir seu saldo para
a conta ARE (débito);
c) zerar as contas de receita (débito) e transferir seu saldo para a
conta ARE (crédito);
d) zerar a conta ARE (crédito) e transferir seu saldo para a conta
LPA (débito).
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Ativo Passivo
Caixa 100.000,00 Obrigações -
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 100.000,00 Obrigações -
(60.000,00)
40.000,00
Equipamentos -------------------------------------------
60.000,00 Patrimônio Líquido
Capital 100.000,00
1.1.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Equipamentos
25 a Caixa 60.000,00
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1.1.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 40.000,00 Obrigações -
Equipamentos 60.000,00
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- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
100.000,00.
Ativo Passivo
Caixa 40.000,00 Obrigações -
Equipamentos 60.000,00
1
Que será detalhadamente estudado na aula que trata do Ativo Permanente, neste
curso.
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Didaticamente, entretanto, podemos imaginar a depreciação como o
processo de perda de valor por envelhecimento. Ninguém duvida que o
valor de um bem usado é inferior ao de um bem idêntico, porém novo.
Visto que a passagem do tempo influencia o valor dos itens
patrimoniais, temos que a Contabilidade, como um sistema de
informações sobre o patrimônio, deve registrar o efeito da passagem do
tempo no valor dos elementos patrimoniais. É esse o caso em estudo: o
uso do equipamento por um ano implica seu envelhecimento e, esse
envelhecimento, implica redução do valor da máquina.
De uma forma simples, (1) partimos da vida útil da máquina (período de
tempo – em número de anos – que, se espera, a máquina funcione) e
consideramos que o valor patrimonial será reduzido, de forma linear, no
percentual calculado quociente (1/vida útil) – esse percentual é
denominado taxa de depreciação. No caso, como foi dado que a vida
útil do equipamento seria de 10 anos, o percentual (taxa de
depreciação) é calculado em 1/10 = 10% ao ano.
Ora, aplicando-se o percentual de 10% sobre o valor do equipamento
(R$ 60.000,00), apuramos o quanto foi perdido, em termos de valor
patrimonial, por uso, desgaste ou obsolescência durante o ano: R$
60.000,00 * 10% = R$ 6.000,00.
Com a leitura dos conceitos acima, a primeira idéia que nos vêm à
cabeça é a de que o elemento patrimonial equipamentos tenha seu valor
patrimonial reduzido. Adianto que essa conclusão é apressada e está
incorreta! Para analisar melhor o caso (assim como fizemos no item
que tratou de desconto de duplicata) estudaremos os efeitos
patrimoniais do fato contábil em tela de duas maneiras diferentes, a
saber: (1) a primeira maneira, lógica, porém equivocada – tratando a
depreciação como um evento que reduz o valor do equipamento; (2) a
segunda maneira, correta – utilizando o conceito, já conhecido, de conta
retificadora do ativo.
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equipamento – ativo – que teria seu valor patrimonial reduzido de R$
60.000,00 para R$ 54.000,00, registrado na conta Equipamentos.
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos imaginar que são
desbastados “seis mil grãos de areia” do montinho patrimonial
Equipamentos e que, esses “seis mil grãos de areia” são jogados para
fora do patrimônio (na lata de lixo) o que enseja uma redução do
patrimônio – despesa – registrada na conta Despesa de Depreciação. A
figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo EQUIVOCADO de
valores, entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em
tela.
Ativo Passivo
Caixa 40.000,00 Obrigações -
Equipamentos 60.000,00
(6.000,00)
-------------------------------------------
54.000,00 Patrimônio Líquido
Capital 100.000,00
26
Despesas Receitas
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A seguir, vamos retomar o estudo do caso com a utilização de um
conceito já conhecido: o conceito de conta retificadora do ativo.
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Ora, com o sentido de uma obrigação, o ônus deveria ser registrado no
passivo (como qualquer obrigação), em uma conta que tenha natureza
de passivo e funcionamento de passivo. Mas, pela ligação “umbilical”
existente entre o equipamento e o ônus que ele carrega, para fins de
clareza na apresentação do patrimônio, a legislação2 determina que esse
ônus, a ser registrada na conta Depreciação Acumulada, seja
apresentada juntamente com o bem, registrado na conta Equipamentos.
Para lembrar o significado de uma conta retificadora do ativo, basta
considerar que ela tem natureza de passivo e funcionamento de
passivo, mas, por determinação normativa, ela fica registrada no
ativo e, conseqüentemente, fica com o sinal invertido. De forma
bem humorada (e didaticamente eficiente), foi proposto o entendimento
de uma conta retificadora do ativo como uma conta do tipo “travesti”,
que tem natureza de passivo e funcionamento de passivo, mas é
registrada como ativo e, conseqüentemente, fica com o sinal invertido.
Agora sim, tudo o que foi visto no item anterior pode ser revisto e
aplicado, com uma única diferença: a conta Depreciação Acumulada,
deve ser representada como retificadora do ativo (ou seja, no ativo,
mas com o sinal invertido).
Portanto, levando mais essa premissa em consideração, vamos retomar
o raciocínio.
Na operação em tela: (1) são “jogados fora”, aplicados na lata de lixo,
R$ 6.000,00, registrados em conta de resultado (despesa) Despesa de
Depreciação e (2) esse valor tem como origem um ônus que pesa sobre
o equipamento – conta retificadora do ativo – que teria seu valor
patrimonial aumentado de R$ 0,00 para R$ 6.000,00, registrado na
conta Depreciação Acumulada.
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos imaginar que são
cavados “seis mil grãos de areia” do buraco patrimonial Depreciação
Acumulada3 e que, esses “seis mil grãos de areia” são jogados para fora
do patrimônio (na lata de lixo) o que enseja uma redução do patrimônio
– despesa – registrada na conta Despesa de Depreciação. A figura a
2
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE – NBC T 3 – CONCEITO, CONTEÚDO,
ESTRUTURA E NOMENCLATURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS. 3.2.2.6 – Os
saldos devedores ou credores de todas as contas retificadoras deverão ser
apresentados como valores redutores das contas ou grupo de contas que lhes deram
origem.
3
Este “Buraco Patrimonial”, como está ligado a um montinho patrimonial
(Equipamento) pode ser considerado que é cavado nele. Assim, a imagem de um
equipamento depreciado seria a de um montinho de areia com um buraco cavado em
seu topo (reduzindo o total de areia no elemento patrimonial). Em outras palavras, a
imagem de um equipamento depreciado seria a de um pequeno vulcão.
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seguir representa, esquematicamente, o fluxo CORRETO de valores,
entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela.
Ativo Passivo
Caixa 40.000,00 Obrigações -
Equipamentos 60.000,00
26
Despesas Receitas
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1.2.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Despesa de Depreciação
26 a Depreciação Acumulada 6.000,00
Despesa de Depreciação
débitos créditos
26 6.000,00
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1.2.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 40.000,00 Obrigações -
Equipamentos 60.000,00
Despesas Receitas
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para R$ 6.000,00). Isso está de acordo com a natureza devedora e
unilateral das contas de despesa: contas de despesa somente têm seu
saldo aumentado, por débitos, durante todo o exercício, (o saldo é
reduzido, por créditos, apenas nos casos de retificação de erro ou de
fechamento do exercício).
Ainda, pelo fato de terem sido registradas apenas uma conta a débito e
uma conta a crédito, o lançamento foi de primeira fórmula (repare que
não houve uso da palavra reservada “diversos”, quando do registro no
Livro Diário).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 6.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 6.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. Em tempo, uma forma simples e rápida de
verificar a correção do registro do fato contábil é a comparação dos
somatórios de valores em ambos os lados do patrimônio (representado
no balancete) – esses dois valores devem ser iguais. Em nosso
exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 100.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
100.000,00.
4
Não apresentaremos, aqui, os lançamentos de fechamento do exercício de 200X, por
tratar-se de assunto detalhadamente visto (nos lançamentos de n° 23 e 24, cuja
leitura recomendamos) e que pode ser realizado pelo aluno a título de treinamento e
fixação de conceitos.
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equipamentos; (3) R$ 6.000,00 em Depreciação Acumulada do
equipamento; (4) R$ 100.000,00, em capital (colocado pelos sócios,
para a formação do patrimônio da empresa); e (5) R$ 6.000,00 em
prejuízos acumulados.
A seguir, encontra-se apresentado o balancete representativo do
patrimônio acima sugerido.
Ativo Passivo
Caixa 40.000,00 Obrigações -
Equipamentos 60.000,00
Despesas Receitas
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Para que a empresa possa cumprir o que havia prometido, ela tem que
se desfazer de um bem, antes pertencente a seu patrimônio, o
equipamento. Assim, a empresa incorre em uma necessária redução de
seu patrimônio, para poder auferir a receita da venda referenciada no
parágrafo anterior. Dessa forma, é – também – nesse momento que
ocorre a despesa (redução do patrimônio), denominada “Despesa não
Operacional”. Importante definir o valor patrimonial do equipamento
que está sendo entregue ao cliente. Esse valor corresponde a R$
54.000,00, que é o resultado do valor original do equipamento (R$
60.000,000), deduzido do valor da respectiva depreciação acumulada
(R$ 6.000,00). Assim, esse acontecimento é registrado em dois passos:
- primeiramente, apura-se o valor do bem, tapando o buraco
patrimonial representado pela Depreciação Acumulada, com
origem no Equipamento;
- em seguida aplica-se no lixo o valor do equipamento (já
deduzido do valor da Depreciação Acumulada).
Repare que, no momento da venda, a empresa cumpriu o que havia
prometido – referente à operação de venda – entregar o equipamento
para o cliente. Dessa forma, é nesse momento que ocorre a Receita.
No presente caso, denominaremos essa receita de “Receita Não
Operacional”5.
A venda à vista enseja o desaparecimento do valor de bens existentes
no patrimônio da empresa (Equipamento), registrado nas contas
Equipamentos e Depreciação Acumulada, que terão seus saldos zerados,
e, também, o surgimento (aumento) de dinheiro no patrimônio da
empresa, registrado na conta Caixa, que terá seu saldo majorado.
5
Pelo termo operacional, entende-se aquilo que é usual no dia-a-dia da empresa, ou
seja, aquilo que é esperado que aconteça. Pelo contrário, não operacional é aquilo que
ocorre apenas eventualmente e, conseqüentemente, não se espera que aconteça a
toda hora.
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Operacional) e que esses “cinqüenta e cinco mil grãos de
areia” são aplicados no montinho patrimonial Caixa;
27.b
Ativo Passivo
Caixa 40.000,00 Obrigações -
55.000,00
95.000,00
27.a
Equipamentos -------------------------------------------
60.000,00 Patrimônio Líquido
(6.000,00) Capital 100.000,00
54.000,00
(54.000,00)
-
Despesas Receitas
27.c Despesa não Operacional 54.000,00 Receita Não Operacional 55.000,00
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- Bolinha é crédito – Receita Não Operacional.
27.c) com relação à Despesa:
- Setinha é débito – Despesa não Operacional;
- Bolinha é crédito – Equipamentos.
1.3.4 Lançamento
D= Caixa
27.b
C= a Receita não Operacional 55.000,00
Ou, simplesmente:
Depreciação Acumulada
27.a
a Equipamentos 6.000,00
Caixa
27.b
a Receita não Operacional 55.000,00
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1.3.4.2 Registro no Livro Razão
Ativo Passivo
Caixa 95.000,00 Obrigações -
Despesas Receitas
Despesa não Operacional 54.000,00 Receita Não Operacional 55.000,00
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mais de um elemento do patrimônio (equipamentos, depreciação
acumulada e Caixa). Portanto, trata-se de um fato contábil misto
aumentativo. Em que pese o fato de que o equipamento tenha sido
comprado por R$ 60.000,00 e vendido por apenas R$ 55.000,00 (que,
para um leigo pode parecer prejuízo), houve lucro de R$ 1.000,00. Isso
porque, o equipamento foi comprado por R$ 60.000,00, mas foi usado
(e com isso perdeu o equivalente a R$ 6.000,00) e passou a ter valor
patrimonial de apenas R$ 54.000,00; pois bem, com a venda por R$
55.000,00, apura-se um lucro de R$ 1.000,00.
Na conta Caixa – representativa de um bem e, portanto, classificada no
ativo – foi registrado um débito. Repare que essa conta teve seu saldo
majorado (de R$ 40.000,00 para R$ 95.000,00). Isso está de acordo
com a natureza devedora das contas de ativo: contas de ativo têm seu
saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos).
Na conta Receita não Operacional – representativa de um motivo pelo
qual o patrimônio aumentou durante o exercício e, portanto, classificada
como conta de resultado – receita – foi registrado um crédito. Repare
que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$
55.000,00). Isso também está de acordo com a natureza credora e
unilateral das contas de receita: contas de receita somente têm seu
saldo aumentado, por créditos, durante todo o exercício, (o saldo é
reduzido, por débitos, apenas nos casos de retificação de erro ou de
fechamento do exercício).
Na conta Despesa não operacional – representativa de um motivo pelo
qual o patrimônio foi reduzido durante o exercício e, portanto,
classificada como conta de resultado – despesa – foi registrado um
débito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00
para R$ 54.000,00). Isso está de acordo com a natureza devedora e
unilateral das contas de despesa: contas de despesa somente têm seu
saldo aumentado, por débitos, durante todo o exercício, (o saldo é
reduzido, por créditos, apenas nos casos de retificação de erro ou de
fechamento do exercício).
Na conta Equipamentos – representativa de um bem e, portanto,
classificada no ativo – foram registrados créditos. Repare que essa
conta teve seu saldo reduzido (de R$ 60.000,00 para R$ 0,00). Isso
também está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo:
contas de ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por
créditos).
Na conta Depreciação Acumulada – representativa de um ônus e,
portanto, com natureza passivo (apesar de classificada como conta
Redutora do Ativo) – foi registrado um débito. Repare que essa conta
teve seu saldo reduzido (de R$ 6.000,00 para R$ 0,00). Isso também
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está de acordo com a natureza credora das contas de passivo (e,
também das contas redutoras do ativo): contas de passivo (bem como
contas redutoras do ativo) têm seu saldo aumentado por créditos (e
reduzido por débitos).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 115.000,00, é idêntico
ao valor dos créditos, R$ 115.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. Em tempo, uma forma simples e rápida de
verificar a correção do registro do fato contábil é a comparação dos
somatórios de valores em ambos os lados do patrimônio (representado
no balancete) – esses dois valores devem ser iguais. Em nosso
exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 149.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
149.000,00.
6
Não apresentaremos, aqui, os lançamentos de fechamento do exercício de 200X, por
tratar-se de assunto detalhadamente visto (nos lançamentos de n° 23 e 24, cuja
leitura recomendamos) e que pode ser realizado pelo aluno a título de treinamento e
fixação de conceitos.
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A seguir, encontra-se apresentado o balancete representativo do
patrimônio acima sugerido.
Ativo Passivo
Caixa 40.000,00 Obrigações -
Equipamentos 60.000,00
Despesas Receitas
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Operacional”. Importante definir o valor patrimonial do equipamento
que está sendo entregue ao cliente. Esse valor corresponde a R$
54.000,00, que é o resultado do valor original do equipamento (R$
60.000,000), deduzido do valor da respectiva depreciação acumulada
(R$ 6.000,00). Assim, esse acontecimento é registrado em dois passos:
- primeiramente, apura-se o valor do bem, tapando o buraco
patrimonial representado pela Depreciação Acumulada, com
origem no Equipamento;
- em seguida aplica-se no lixo o valor do equipamento (já
deduzido do valor da Depreciação Acumulada).
Repare que, no momento da venda, a empresa cumpriu o que havia
prometido – referente à operação de venda – entregar o equipamento
para o cliente. Dessa forma, é nesse momento que ocorre a Receita.
No presente caso, denominaremos essa receita de “Receita Não
Operacional”7.
A venda à vista enseja o desaparecimento do valor de bens existentes
no patrimônio da empresa (Equipamento), registrado nas contas
Equipamentos e Depreciação Acumulada, que terão seus saldos zerados,
e, também, o surgimento (aumento) de dinheiro no patrimônio da
empresa, registrado na conta Caixa, que terá seu saldo majorado.
7
Pelo termo operacional, entende-se aquilo que é usual no dia-a-dia da empresa, ou
seja, aquilo que é esperado que aconteça. Pelo contrário, não operacional é aquilo que
ocorre apenas eventualmente e, conseqüentemente, não se espera que aconteça a
toda hora.
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(em direção ao patrimônio do cliente), reduzindo-o (essa
redução de patrimônio deve ser registrada na conta de
resultado Despesa não Operacional).
28.b
Ativo Passivo
Caixa 40.000,00 Obrigações -
53.000,00
93.000,00
28.a
Equipamentos -------------------------------------------
60.000,00 Patrimônio Líquido
(6.000,00) Capital 100.000,00
54.000,00
(54.000,00)
-
Despesas Receitas
28.c Despesa não Operacional 54.000,00 Receita Não Operacional 53.000,00
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1.4.4 Lançamento
D= Caixa
28.b C= a Receita não Operacional 53.000,00
Ou, simplesmente:
Depreciação Acumulada
28.a a Equipamentos 6.000,00
Caixa
28.b a Receita não Operacional 53.000,00
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1.4.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 93.000,00 Obrigações -
Despesas Receitas
Despesa não Operacional 54.000,00 Receita Não Operacional 53.000,00
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Na conta Receita não Operacional – representativa de um motivo pelo
qual o patrimônio aumentou durante o exercício e, portanto, classificada
como conta de resultado – receita – foi registrado um crédito. Repare
que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$
53.000,00). Isso também está de acordo com a natureza credora e
unilateral das contas de receita: contas de receita somente têm seu
saldo aumentado, por créditos, durante todo o exercício, (o saldo é
reduzido, por débitos, apenas nos casos de retificação de erro ou de
fechamento do exercício).
Na conta Despesa não operacional – representativa de um motivo pelo
qual o patrimônio foi reduzido durante o exercício e, portanto,
classificada como conta de resultado – despesa – foi registrado um
débito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00
para R$ 54.000,00). Isso está de acordo com a natureza devedora e
unilateral das contas de despesa: contas de despesa somente têm seu
saldo aumentado, por débitos, durante todo o exercício, (o saldo é
reduzido, por créditos, apenas nos casos de retificação de erro ou de
fechamento do exercício).
Na conta Equipamentos – representativa de um bem e, portanto,
classificada no ativo – foram registrados créditos. Repare que essa
conta teve seu saldo reduzido (de R$ 60.000,00 para R$ 0,00). Isso
também está de acordo com a natureza devedora das contas de ativo:
contas de ativo têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por
créditos).
Na conta Depreciação Acumulada – representativa de um ônus e,
portanto, com natureza passivo (apesar de classificada como conta
Redutora do Ativo) – foi registrado um débito. Repare que essa conta
teve seu saldo reduzido (de R$ 6.000,00 para R$ 0,00). Isso também
está de acordo com a natureza credora das contas de passivo (e,
também das contas redutoras do ativo): contas de passivo (bem como
contas redutoras do ativo) têm seu saldo aumentado por créditos (e
reduzido por débitos).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 113.000,00, é idêntico
ao valor dos créditos, R$ 113.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. Em tempo, uma forma simples e rápida de
verificar a correção do registro do fato contábil é a comparação dos
somatórios de valores em ambos os lados do patrimônio (representado
no balancete) – esses dois valores devem ser iguais. Em nosso
exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 147.000,00;
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- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
147.000,00.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Obrigações -
Despesas Receitas
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1.1.3 Análise dos Efeitos Patrimoniais do Fato
No momento do pagamento da apólice, nascerá um direito, que antes
inexistia, o direito de ter o bem protegido contra roubos e acidentes
durante 12 meses. Por outro lado, será, também, reduzido o valor
existente em dinheiro no patrimônio.
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são
desbastados “três mil e seiscentos grãos de areia” do montinho
patrimonial Caixa e que esses “três mil e seiscentos grãos de areia” são
aplicados no montinho patrimonial Seguros a Vencer.
A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo de valores,
entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela.
29
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Obrigações -
(3.600,00)
21.400,00
Despesas Receitas
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1.1.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Seguros a Vencer
29 a Caixa 3.600,00
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1.1.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 21.400,00 Obrigações -
Veículos -------------------------------------------
25.000,00 Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Despesas Receitas
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Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 3.600,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 3.600,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 50.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
50.000,00.
Uma última observação, da maior relevância, é que – a maioria dos
leigos costumam pensar que houve despesa de R$ 3.600,00, mas, de
acordo com o regime de competência, não ocorreu despesa. Isso
porque não houve redução do conjunto de bens/direitos/obrigações.
Ora, o valor de um bem foi reduzido, porém o valor de um direito
aumentou, com variação nula no total do patrimônio.
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Ativo Passivo
Caixa 21.400,00 Obrigações -
Veículos -------------------------------------------
3.600,00 Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Despesas Receitas
1
Visto na aula 01 deste curso.
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deixa de existir2). Note-se que, para a determinação do momento em
que a despesa é incorrida, é irrelevante o fato da empresa já ter pago
pelo seguro antecipadamente. No caso, a empresa já pagou
adiantadamente por 12 meses de seguro (e com isso, adquiriu o direito
de seu automóvel protegido por 12 meses) e, ao final do primeiro mês,
desaparece, do patrimônio da empresa, uma parte desse direito (o
direito de ter o automóvel protegido por mês desapareceu – porque o
mês terminou), o que enseja – sem dúvida – uma redução de seu
patrimônio.
O termo realização de ativo pode ser entendido (de maneira pouco
formal, porém altamente didática) como: transformação do ativo em
outra coisa. Assim, a alienação – por exemplo – de um ativo pode ser
classificada como uma espécie do gênero realização (visto que o ativo
saiu do patrimônio e, em seu lugar, entrou outro elemento – geralmente
dinheiro). Outro exemplo de realização é o desaparecimento de um
ativo – no caso, um direito – pelo seu exercício (visto que o direito
desaparece quando exercido – patrimonialmente é “jogado fora – no
lixo”).
Finalmente, o termo apropriação de despesa significa o registro da
despesa incorrida, quando ela já havia sido paga antecipadamente
(como um artifício didático, interpreto a palavra apropriar com o sentido
de tornar propriamente uma despesa um valor que já havia sido pago,
mas ainda não consistia em despesa).
Colocados os conceitos básicos, passaremos – a seguir – para a análise
do caso do ponto de vista patrimonial.
Assim, a cada final de mês, ficará reduzido o direito (da empresa) de ter
seu automóvel protegido, reduzindo seu patrimônio (o que enseja a
ocorrência de despesa).
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são
desbastados “trezentos grãos de areia” do montinho patrimonial
Seguros a Vencer e que esses “trezentos grãos de areia” são jogados
para fora do patrimônio (reduzindo-o), ou seja, aplicados na lata de lixo,
representada pela conta de resultado Despesa com Seguros.
A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo de valores,
entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela.
2
Se no momento da contratação do seguro, a empresa segurada adquiriu o direito de
ter seu automóvel protegido por 12 meses, ao final do primeiro mês, esse direito
diminui (ela passa a ter o direito de ter seu automóvel protegido por apenas 11
meses).
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Ativo Passivo
Caixa 21.400,00 Obrigações -
30
Seguros a Vencer 3.600,00
(300,00)
-------------------------------------------
3.300,00 Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Equipamentos 25.000,00
Despesas Receitas
Despesa com Seguros 300,00
1.2.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Despesa com Seguros
30 a Seguros a Vencer 300,00
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1.2.4.2 Registro no Livro Razão
Ativo Passivo
Caixa 21.400,00 Obrigações -
Despesas Receitas
Despesa com Seguros 300,00
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se que não houve alteração de valor em mais de um elemento
patrimonial (apenas a redução de um direito). Assim, conclui-se que se
trata de um fato contábil modificativo diminutivo.
Na conta Seguros a Vencer – representativa de um direito e, portanto,
classificada no ativo – foi registrado um crédito. Repare que essa conta
teve seu saldo reduzido (de R$ 3.600,00 para R$ 3.300,00). Isso está
de acordo com a natureza devedora das contas de ativo: contas de ativo
têm seu saldo aumentado por débitos (e reduzido por créditos).
Na conta Despesa com Seguros – representativa de um motivo pelo qual
o patrimônio foi reduzido durante o exercício e, portanto, classificada
como conta de resultado – despesa – foi registrado um débito. Repare
que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00 para R$ 300,00).
Isso está de acordo com a natureza devedora e unilateral das contas de
despesa: contas de despesa somente têm seu saldo aumentado, por
débitos, durante todo o exercício, (o saldo é reduzido, por créditos,
apenas nos casos de retificação de erro ou de fechamento do exercício).
Ainda, pelo fato de terem sido registradas apenas uma conta a débito e
uma conta a crédito, o lançamento foi de primeira fórmula (repare que
não houve uso da palavra reservada “diversos”, quando do registro no
Livro Diário).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 300,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 300,00, e que isso está de acordo com o método
das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um crédito de
igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a correção do
registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de valores em
ambos os lados do patrimônio (representados no balancete) – esses dois
valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 50.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
50.000,00.
Cumpre referir que o direito Seguros a Vencer, registrado no ativo –
agora por R$ 3.300,00 – irá sendo mês a mês, paulatinamente,
realizado, até desaparecer completamente. Esse é o mesmo
funcionamento das contas de aluguéis antecipados (já vista).
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D= Capital a Realizar
31 C= a Capital Social 50.000,00
Ou, simplesmente:
Capital a Realizar
31 a Capital Social 50.000,00
Ou, simplesmente:
Caixa
32 a Capital a Realizar 50.000,00
3
Desconfio, inclusive, que esta é uma estratégia daqueles que, alcançando uma
posição privilegiada no grupo social, não desejam que os demais aprendam o que ele
sabe e, conseqüentemente, ameacem sua posição.
4
Ver o conceito de empresa – na aula 01.
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Visto o conceito de Capital subscrito, o conceito de capital a realizar
torna-se de fácil entendimento: trata-se do valor prometido pelos
sócios e que ainda não foi entregue. Assim, Capital a Realizar é o
mesmo que capital a entregar.
5
Por personalidade entende-se a capacidade de contrair obrigações e exercer direitos.
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montinho patrimonial representado pela conta Capital a Realizar. A
figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo EQUIVOCADO de
valores, entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em
tela.
Ativo Passivo 31
Obrigações -
Despesas Receitas
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Em outras palavras, a conta Capital a Realizar, registra um direito e
todo direito deveria ser registrado no ativo. Porém, este está registrado
no Patrimônio Líquido (com o sinal invertido). Isso pela “ligação
umbilical” existente entre o elemento patrimonial Capital Subscrito e o
elemento patrimonial Capital a Realizar. Assim, a conta Capital a
Realizar é classificada como uma conta redutora do Patrimônio Líquido.
De maneira bem humorada (e didaticamente eficaz) vamos entender
uma conta assim como uma conta do tipo “sapatão” (com natureza de
ativo e funcionamento de ativo, mas, por determinação normativa,
registrada no lado do passivo/patrimônio líquido e com o sinal
invertido).
Vista a correta classificação da conta Capital a Realizar (como
retificadora do Patrimônio Líquido), vamos retomar o estudo do fato
contábil – Subscrição de Capital.
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Ativo Passivo
Obrigações -
31
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital Subscrito 50.000,00
(-) Capital a Realizar (50.000,00)
Despesas Receitas
1.3.2 Lançamento
Ou, simplesmente:
Capital a Realizar
31 a Capital Social 50.000,00
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1.3.2.2 Registro no Livro Razão
Ativo Passivo
Obrigações -
Despesas Receitas
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mil grãos de areia” são aplicados no montinho patrimonial representado
pela conta Caixa (no ativo). A figura a seguir representa,
esquematicamente, o fluxo de valores, entre elementos patrimoniais,
decorrente do fato contábil em tela.
32
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Obrigações -
Despesas Receitas
1.3.5 Lançamento
Ou, simplesmente:
Caixa
32 a Capital a Realizar 50.000,00
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1.3.5.2 Registro no Livro Razão
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Obrigações -
Despesas Receitas
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Já foram vistos os conceitos de conta analítica e de conta sintética6.
Pois bem, as contas Capital Subscrito e Capital a Realizar são contas
analíticas, ao passo que a conta Capital Realizado consiste na conta
sintética, que agrupa a soma (algébrica) dos saldos das contas Capital
Subscrito e Capital a Realizar. Dessa forma, o saldo dessas contas se
comportam conforme a seguir descrito.
a) Após a subscrição e antes da realização do capital. A conta
Capital Subscrito apresenta saldo credor de R$ 50.000,00 e a
conta Capital a Realizar apresenta saldo devedor de R$
50.000,00. Portanto, a conta Capital Realizado apresenta saldo
nulo.
b) Após a realização do capital. A conta Capital Subscrito
apresenta saldo credor de R$ 50.000,00 e a conta Capital a
Realizar apresenta saldo nulo. Portanto, a conta Capital
Realizado apresenta saldo credor de R$ 50.000,00.
6
Na aula 03 deste curso, cuja leitura é recomendada.
7
De acordo com o princípio do Registro pelo Valor Original, os bens e direitos
constantes do ativo deverão ser registrados pelos respectivos valores transacionados
com terceiros.
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Importante notar que, apesar de não haver certeza sobre o momento
em que essa perda vai se confirmar, nem de seu exato valor, pelo fato
de que, nesse momento, tenho registrado um direito no valor de R$
100.000,00, mas somente posso contar com R$ 95.000,00,
efetivamente já ocorreu (nesse momento!) uma perda de R$ 5.000,00,
que – pela aplicação do princípio da PRUDÊNCIA – deve ser registrada.
ESSE É O CONCEITO DE PROVISÃO! Didaticamente propomos o
entendimento desse conceito como uma perda na penumbra
(conforme veremos a seguir).
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aplicação dos princípios contábeis da competência e da prudência, esse
valor deve ser atualizado imediatamente, para menos.
Com relação, especificamente, à Provisão para Créditos de Liquidação
Duvidosa - PCLD, utilizada exemplificativamente para apresentação do
conceito de provisão, a Resolução CFC n° 774, de 1994, dispôs o
seguinte:
A PRUDÊNCIA deve ser observada quando, existindo um
ativo ou um passivo já escriturados por determinados
valores, segundo os Princípios do REGISTRO PELO VALOR
ORIGINAL e da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA surge dúvida
sobre a ainda correção deles. Havendo formas alternativas
de se calcularem os novos valores, deve-se optar sempre
pelo que for menor do que o inicial, no caso de ativos, e
maior, no caso de componentes patrimoniais integrantes
do passivo. Naturalmente, é necessário que as alternativas
mencionadas configurem, pelo menos à primeira vista,
hipóteses igualmente razoáveis. A provisão para
créditos de liquidação duvidosa constitui exemplo da
aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA, pois sua
constituição determina o ajuste, para menos, de
valor decorrente de transações com o mundo
exterior, das duplicatas ou de contas a receber. A
escolha não está no reconhecimento ou não da
provisão, indispensável sempre que houver risco de
não-recebimento de alguma parcela, mas, sim, no
cálculo do seu montante.
Cabe observar que o atributo da incerteza, à vista no
exemplo referido no parágrafo anterior, está presente, com
grande freqüência, nas situações concretas que demandam
a observância do Princípio da Prudência. (grifos na
transcrição)
Ora, portanto, podemos concluir que uma provisão é uma despesa
(perda) incorrida, sobre a qual paira uma dúvida sobre: (1) o momento
em que ela vai se confirmar e (2) seu efetivo valor.
Saliente-se, porém, que a provisão não é o registro antecipado de
despesa que somente irá ocorrer no futuro!8 Se a empresa tem
registrado o valor de R$ 100.000,00 no elemento patrimonial Duplicatas
a Receber, mas somente pode contar com o provável recebimento de R$
95.000,00, deve reconhecer IMEDIATAMENTE a perda de R$ 5.000,00 –
ainda que somente após algum tempo ela venha a se confirmar (e
mesmo com valor levemente diverso).
8
Cuidado, alguns afoitos tentam encaixar essa ERRADA definição no conceito de
provisão.
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1.4.1.2 Considerações sobre o conceito de provisão, sob o
ponto de vista didático
Para que se possa entender – de forma rigorosa, porém lúdica – o
conceito de provisão, proponho sua definição como: uma perda
ocorrida na penumbra. Isso porque uma perda ocorrida na penumbra
é uma perda que ocorreu (ninguém pode imaginar que, apenas pelo fato
de que, na penumbra, não se pode identificar com certeza o tamanho da
perda, ela não tenha ocorrido), mas que somente quando for acesa a
luz, será possível saber exatamente o tamanho da perda.
Tome-se, por exemplo, o seguinte caso:
Num domingo, resolvi levar a família ao cinema, num “shopping-center”
próximo a minha casa. Chegando ao local, tirei uma nota de cem reais
da carteira e comprei os ingressos, guardando o troco no bolso de
minha camisa.
Em seguida, dirigi-me (com as crianças) a um bar que fica próximo à
entrada da sala de projeção, para comprar refrigerante e pipoca.
Comprei os refrigerantes e as pipocas, com o dinheiro que estava no
meu bolso, e recebi, de troco, o valor de R$ 45,00 (três notas de dez
reais, duas notas de cinco reais e cinco notas de um real), que coloquei
no bolso de minha camisa. Carregado de refrigerantes e pipocas, segui
com as crianças para a sala de projeção.
Entrei na sala de projeção e, após acomodar as crianças nas poltronas
do meio da fileira, sentei-me em uma poltrona da ponta (próxima ao
corredor), com refrigerante em uma das mãos e pipoca na outra. Em
seguida, apagaram-se as luzes e começou o filme.
Eu estava, na penumbra, assistindo ao filme quando, de repente,
alguém passou por mim e esbarrou – derramando o refrigerante nas
minhas calças e derrubando a pipoca no chão. Sem que eu tivesse
tempo de esboçar qualquer reação, nem sequer identificar o sujeito, ele
saiu, apressadamente, de perto.
Então, instintivamente, levei a mão ao bolso de minha camisa e notei
que o dinheiro não estava mais lá. O que teria ocorrido?
a) É possível que o sujeito fosse um ladrão que, ao esbarrar
em mim, tivesse aproveitado para levar todo o dinheiro
que eu tinha guardado no bolso de minha camisa (nesse
caso, eu teria incorrido numa perda – na penumbra – de
R$ 45,00).
b) Por outro lado, também é possível que o sujeito fosse
apenas um trapalhão que, ao esbarrar em mim, tivesse
derrubado meu dinheiro, do bolso de minha camisa para o
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chão do cinema, juntamente com a pipoca (nesse caso, a
perda – na penumbra – teria sido de R$ 0,00).
c) Uma terceira opção possível é a de que o sujeito fosse um
ladrão atrapalhado que, ao esbarrar em mim, tivesse
aproveitado para levar parte do meu dinheiro (R$ 20,00,
por exemplo) e derrubado o restante, do bolso de minha
camisa, para o chão do cinema (nesse caso, a perda – na
penumbra – teria sido de apenas R$ 20,00).
Repare que, em qualquer das três opções possíveis, a perda teria
ocorrido no momento em que o sujeito esbarrou em mim. Porém, como
o cinema estava escuro (estávamos na penumbra) eu somente tinha
como imaginar o valor aproximado da perda ocorrida e, somente ao final
do filme, teria como verificar o efetivo valor dessa perda.
Note-se que em nenhuma das hipóteses a perda ocorreria no momento
em que a luz fosse acesa. A única coisa que aconteceria naquele
momento, é que eu poderia ter certeza do que anteriormente havia
ocorrido.
Ora, aplicando-se os princípios fundamentais de contabilidade ao caso,
temos o seguinte.
a) Pelo Princípio do Registro pelo Valor Original, o valor
inicialmente existente no bolso de minha camisa era de R$
45,00.
b) Pelo princípio da Competência, ocorreu uma perda no
momento em que o sujeito esbarrou em mim (e não no
momento em que a luz do cinema se acendeu).
c) Pelo princípio da Prudência, devo CONSIDERAR a perda no
maior dos possíveis valores, ou seja, no valor de R$
45,00.
Assim, devo imediatamente registrar uma provisão de R$ 45,00, para
reduzir o valor que inicialmente eu tinha em meu bolso a zero. Quando
a luz acender, eu devo procurar no chão as notas que, eventualmente,
caíram, e acertar o valor que eu havia considerado perdido no momento
em que o sujeito esbarrou em mim.
Esse é o conceito de provisão, uma perda na penumbra.
Vamos transportar o conceito para o caso da Provisão para Créditos de
Liquidação Duvidosa.
No final do exercício, a empresa percebe que tem registrado o direito de
receber, durante o próximo exercício, R$ 100.000,00, de clientes, por
vendas realizadas a prazo, na conta Duplicatas a Receber. Naquele
mesmo instante, a empresa percebe que, dos R$ 100.000,00, somente
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pode contar com o recebimento de R$ 95.000,00, mas não sabe com
clareza, quais duplicatas não serão pagas e nem o momento em que ele
receberá o “calote” de algum cliente. Assim, a perda de R$ 5.000,00
está incorrida, mas ainda na penumbra. Somente quando o ano passar
é que “a perda irá se mostrar à luz do dia” e a empresa terá certeza do
efetivo valor da perda antes ocorrida.
No mesmo sentido, a Interpretação Técnica n° 1 de 2006 do IBRACON –
Instituto Brasileiro de Contadores, tratando de caso similar (referente à
paradas futuras para manutenção), proíbe a constituição de provisão
para registro de despesas futuras, nos termos a seguir transcritos, em
parte:
As demonstrações contábeis apresentam a posição
patrimonial e financeira de uma entidade no fim do período
(data do balanço) e não de sua possível posição no futuro.
Portanto, nenhuma provisão é reconhecida para custos que
precisam ser incorridos para operar no futuro. Os únicos
passivos reconhecidos no balanço de uma entidade são
aqueles que existem na data do balanço.
Somente são reconhecidas como provisões aquelas
obrigações que surgem de eventos passados e existem
independentemente de atos futuros de uma entidade
(como a conduta futura do seu negócio). Exemplos dessas
obrigações são multas ou custos com limpeza e reparos
em virtude de danos ambientais, que resultariam em saída
de recursos para sua liquidação, independentemente de
atos futuros da entidade. Da mesma forma, uma entidade
reconhece uma provisão para os custos de descontinuidade
de uma instalação industrial na medida em que ela é
obrigada a retificar eventual dano já causado.
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dessa perda, conforme depreende-se da leitura da Resolução CFC n°
774, de 1994 (já referida), a seguir reproduzida em parte:
A provisão para créditos de liquidação duvidosa constitui
exemplo da aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA, pois sua
constituição determina o ajuste, para menos, de valor
decorrente de transações com o mundo exterior, das
duplicatas ou de contas a receber. A escolha não está no
reconhecimento ou não da provisão, indispensável sempre
que houver risco de não-recebimento de alguma parcela,
mas, sim, no cálculo do seu montante.
Um critério muito utilizado – porém não obrigatório – para a apuração
do valor a ser registrado a título de PCLD é o do percentual médio dos
créditos não recebidos nos últimos três anos9. Saliente-se que não é
adequado – porém, conforme o caso, não é proibido – que se constitua
PCLD sobre créditos com garantia de recebimento (garantias pessoais,
ou reais – penhor ou hipoteca). Assim, os órgãos de administração de
cada companhia devem analisar o caso específico da empresa e decidir
o critério mais adequado para avaliação das perdas com clientes e,
conseqüentemente, de seu patrimônio.
Uma última dúvida, que deve ser espancada de pronto, é que a
legislação tributária não deve interferir na apuração do valor dessa
perda. De fato, a Lei 9.430, de 1996, em seu art. 9o, definiu os critérios
para que se pudesse considerar dedutível a perda com clientes (para
fins de apuração da base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica – IRPJ – pela sistemática do Lucro Real), e respectiva
contabilização – conforme a seguir:
Perdas no Recebimento de Créditos
Dedução
Art. 9º As perdas no recebimento de créditos
decorrentes das atividades da pessoa jurídica poderão ser
deduzidas como despesas, para determinação do lucro
real, observado o disposto neste artigo.
§ 1º Poderão ser registrados como perda os créditos:
I - em relação aos quais tenha havido a declaração
de insolvência do devedor, em sentença emanada do Poder
Judiciário;
II - sem garantia, de valor:
a) até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação,
vencidos há mais de seis meses, independentemente de
9
O percentual, portanto, pode ser calculado dividindo-se o somatório dos saldos de
Duplicatas a Receber, no final dos últimos três exercícios, pelo somatório das perdas
incorridas nesses três exercícios.
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iniciados os procedimentos judiciais para o seu
recebimento;
b) acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) até R$
30.000,00 (trinta mil reais), por operação, vencidos há
mais de um ano, independentemente de iniciados os
procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém,
mantida a cobrança administrativa;
c) superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais),
vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e
mantidos os procedimentos judiciais para o seu
recebimento;
III - com garantia, vencidos há mais de dois anos,
desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais
para o seu recebimento ou o arresto das garantias;
IV - contra devedor declarado falido ou pessoa
jurídica declarada concordatária, relativamente à parcela
que exceder o valor que esta tenha se comprometido a
pagar, observado o disposto no § 5º.
§ 2º No caso de contrato de crédito em que o não
pagamento de uma ou mais parcelas implique o
vencimento automático de todas as demais parcelas
vincendas, os limites a que se referem as alíneas a e b do
inciso II do parágrafo anterior serão considerados em
relação ao total dos créditos, por operação, com o mesmo
devedor.
§ 3º Para os fins desta Lei, considera-se crédito
garantido o proveniente de vendas com reserva de
domínio, de alienação fiduciária em garantia ou de
operações com outras garantias reais.
§ 4º No caso de crédito com empresa em processo
falimentar ou de concordata, a dedução da perda será
admitida a partir da data da decretação da falência ou da
concessão da concordata, desde que a credora tenha
adotado os procedimentos judiciais necessários para o
recebimento do crédito.
§ 5º A parcela do crédito cujo compromisso de pagar
não houver sido honrado pela empresa concordatária
poderá, também, ser deduzida como perda, observadas as
condições previstas neste artigo.
§ 6º Não será admitida a dedução de perda no
recebimento de créditos com pessoa jurídica que seja
controladora, controlada, coligada ou interligada, bem
como com pessoa física que seja acionista controlador,
sócio, titular ou administrador da pessoa jurídica credora,
ou parente até o terceiro grau dessas pessoas físicas.
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Cumpre esclarecer que esses são critérios para consideração de perdas
na apuração da base de cálculo do tributo, mas não são critérios para
cálculo da provisão – nem de sua realização. Portanto, para os fins a
que se destina esse curso – compreensão do fenômeno contábil – o
estudo detalhado dessa legislação, acima referenciada, não será
realizado. Caberia sua análise em um curso de legislação tributária, que
– entretanto – escapa ao escopo de nosso estudo.
Portanto, a constituição da PCLD consiste em:
a) apurar o valor das perdas prováveis no recebimento de
clientes, durante o próximo exercício;
b) registrar uma despesa, a débito, no valor da perda
provável, referenciada no item (a);
c) constituir uma provisão, a crédito de uma conta
retificadora do ativo, PCLD (de natureza credora) –
redutora do saldo da conta Duplicatas a Receber.
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b) a crédito da conta Duplicatas a Receber.
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(1) pelo método da reversão, o Saldo existente na
conta PCLD é revertido, ficando “zerado” e, em
seguida, é constituída a nova PCLD no valor para
ela especificamente calculado;
(2) pelo método da complementação, não é realizada
qualquer reversão, mas somente a constituição de
nova PCLD no valor da diferença entre (a) o saldo
existente e (b) o valor calculado para a nova PCLD.
A seguir, em nosso curso, veremos exemplos de constituição de nova
PCLD pelos dois métodos acima referidos.
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Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 70.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 70.000,00 Receita Bruta de Vendas 100.000,00
10
Sobre o assunto – conta retificadora do ativo – recomendamos a leitura das
considerações acerca das contas Duplicatas Descontadas e Depreciação Acumulada,
antes apresentadas neste curso.
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Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que são
cavados “cinco mil grãos de areia” do buraco patrimonial PCLD e que
esses “cinco mil grãos de areia” são jogados para fora do patrimônio
(reduzindo-o), ou seja, aplicados na lata de lixo, representada pela
conta de resultado Despesa com Provisão.
A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo de valores,
entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela.
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 70.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 70.000,00 Receita Bruta de Vendas 100.000,00
Despesas com Provisão 5.000,00
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1.4.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Despesa com Provisão
33
a PCLD 5.000,00
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1.4.5 Patrimônio Final
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 70.000,00
Despesas Receitas
Custo da Mercadoria Vendida 70.000,00 Receita Bruta de Vendas 100.000,00
Despesas com Provisão 5.000,00
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para R$ 5.000,00). Isso está de acordo com a natureza devedora e
unilateral das contas de despesa: contas de despesa somente têm seu
saldo aumentado, por débitos, durante todo o exercício, (o saldo é
reduzido, por créditos, apenas nos casos de retificação de erro ou de
fechamento do exercício).
Ainda, pelo fato de terem sido registradas apenas uma conta a débito e
uma conta a crédito, o lançamento foi de primeira fórmula (repare que
não houve uso da palavra reservada “diversos”, quando do registro no
Livro Diário).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 5.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 5.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 220.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
220.000,00.
Cumpre referir que esse lançamento ocorre no final do exercício de
2004. Imediatamente após esse lançamento, deverão ser realizados os
lançamentos de fechamento do exercício. Recomendamos que o aluno
realize esses lançamentos, a título de treino, com base no modelo antes
apresentado.
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da provisão, e o desaparecimento do direito de receber por vendas a
prazo, pelo fato da Duplicata a Receber no valor de R$ 2.000,00 ter se
tornado incobrável.
Foi visto que o termo realizar pode ser – didaticamente – entendido
como “transformar algo em outra coisa”. Assim, a realização da PCLD
significa transformar a “perda antes considerada na penumbra” em
uma “efetiva perda – à luz do dia”. Ora, isso somente exatamente
nesse momento em que a empresa não tem mais dúvida quanto à
inadimplência do cliente.
Em outras palavras, a realização da provisão pode ser vista como a
confirmação da perda.
Dessa forma, a realização da provisão é registrada:
a) a débito da conta PCLD; e
b) a crédito da conta Duplicatas a Receber – no valor da duplicata
que se tornou incobrável, por inadimplência do cliente.
No caso, o valor dos créditos efetivamente considerados incobráveis, no
período (R$ 2.000,00), é menor do que o valor inicialmente calculado
para a PCLD (R$ 5.000,00) e, assim, consiste – na sua totalidade – em
confirmação do valor inicialmente previsto para a provisão.
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Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 70.000,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 70.000,00
Despesas Receitas
1.5.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
PCLD
34 a Duplicatas a Receber 2.000,00
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1.5.4.2 Registro no Livro Razão
Fornecedores
débitos créditos
70.000,00 si
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 70.000,00
Despesas Receitas
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valor de R$ 75.000,00. Assim, conclui-se que se trata de um fato
contábil permutativo.
Na conta PCLD – representativa de um ônus sobre o direito “Duplicatas
a Receber”, de natureza credora, porém classificada no ativo, como
conta retificadora – foi registrado um débito. Repare que essa conta
teve seu saldo reduzido (de R$ 5.000,00 para R$ 3.000,00). Isso está
de acordo com a natureza credora das contas retificadoras de ativo:
contas retificadoras de ativo têm seu saldo aumentado por créditos (e
reduzido por débitos).
Na conta Duplicatas a Receber – representativa de um direito e,
portanto, classificada no ativo – foi registrado um crédito. Repare que
essa conta teve seu saldo reduzido (de R$ 100.000,00 para R$
98.000,00). Isso também está de acordo com a natureza devedora das
contas de ativo: contas de ativo têm seu saldo aumentado por débitos
(e reduzido por créditos).
Ainda, pelo fato de terem sido registradas apenas uma conta a débito e
uma conta a crédito, o lançamento foi de primeira fórmula (repare que
não houve uso da palavra reservada “diversos”, quando do registro no
Livro Diário).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 2.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 2.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 145.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
145.000,00.
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no valor de R$ 2.000,00 tornou-se definitivamente incobrável em
01/06/2005. Considere, ainda, que esse foi o único valor que se tornou
efetivamente incobrável em 2005 e que, em 31/12/2005, resta um
saldo de R$ 3.000,00 na conta PCLD.
Nessa situação, faz-se necessário um registro, no patrimônio, que
demonstre que a perda, anteriormente considerada “ocorrida na
penumbra” (no valor de R$ 5.000,00) não se confirmou – no valor de R$
3.000,00 – à luz do dia, e que, portanto, ela deve ser “desconsiderada”.
Do ponto de vista técnico, essa situação é denominada de reversão da
provisão.
A reversão da provisão, portanto, consiste em “desconsiderar a perda
antes considerada, na penumbra”. Isso ocorre quando, por prudência,
na dúvida foi considerada uma perda no maior de seus possíveis valores
e, quando, a perda se confirmou – sem qualquer sombra de dúvida – se
revelou menor do que o que havia antes sido considerado.
Em outras palavras, a reversão da PCLD consiste no seu desfazimento,
pelo fato de que “à luz do dia, a perda não era tão feia quanto parecia,
quando na penumbra”.
Visto que a perda foi registrada como uma despesa, seu desfazimento
(sua reversão) deve ser registrada como uma receita.
Assim, a reversão da PCLD deve ser registrada:
- a débito da conta PCLD; e
- a crédito de uma conta de receita de reversão de provisão, no
valor da PCLD inicialmente considerada e que não se
confirmou.
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Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 70.000,00
Despesas Receitas
11
Importante lembrar que, após a reversão da provisão anteriormente feita, deve ser
constituída uma nova provisão para o ano seguinte.
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A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo de valores,
entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela.
35
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 70.000,00
Despesas Receitas
Receita de Reversão de Provisão 3.000,00
1.6.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
PCLD
35 a Receita de Reversão de Provisão 3.000,00
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1.6.4.2 Registro no Livro Razão
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 70.000,00
Despesas Receitas
Receita de Reversão de Provisão 3.000,00
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75.000,00 para o valor de R$ 78.000,00. Adicionalmente, percebe-se
que não houve alteração em mais de um elemento patrimonial (entre
bens, direitos e obrigações), havendo, tão somente, a redução do valor
da PCLD. Assim, conclui-se que se trata de um fato contábil
modificativo aumentativo.
Na conta PCLD – representativa de um ônus sobre o direito “Duplicatas
a Receber”, de natureza credora, porém classificada no ativo, como
conta retificadora – foi registrado um débito. Repare que essa conta
teve seu saldo reduzido (de R$ 3.000,00 para R$ 0,00). Isso está de
acordo com a natureza credora das contas retificadoras de ativo: contas
retificadoras de ativo têm seu saldo aumentado por créditos (e reduzido
por débitos).
Na conta Receita de Reversão de Provisão – representativa de um
motivo pelo qual o patrimônio aumentou durante o exercício e, portanto,
classificada como conta de resultado – receita – foi registrado um
crédito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00
para R$ 3.000,00). Isso também está de acordo com a natureza
credora e unilateral das contas de receita: contas de receita somente
têm seu saldo aumentado, por créditos, durante todo o exercício, (o
saldo é reduzido, por débitos, apenas nos casos de retificação de erro ou
de fechamento do exercício).
Ainda, pelo fato de terem sido registradas apenas uma conta a débito e
uma conta a crédito, o lançamento foi de primeira fórmula (repare que
não houve uso da palavra reservada “diversos”, quando do registro no
Livro Diário).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 3.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 3.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 148.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
148.000,00.
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1.7 Complementação da Provisão para Créditos de Liquidação
Duvidosa
12
Conforme demonstrado no item anterior.
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valor final registrado corresponda àquele da nova provisão (sem que
seja necessário reverter o saldo da antiga provisão).
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 70.000,00
Despesas Receitas
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esses “mil grãos de areia” são jogados para fora do patrimônio,
diminuindo-o, ou seja aplicados na lata de lixo representada pela conta
de resultado Despesa com Provisão.
A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo de valores,
entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela.
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 70.000,00
Despesas Receitas
Despesa com Provisão 1.000,00
1.7.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Despesa com Provisão
36
a PCLD 1.000,00
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1.7.4.2 Registro no Livro Razão
Ativo Passivo
Caixa 50.000,00 Fornecedores 70.000,00
Despesas Receitas
Despesa com Provisão 1.000,00
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se que não houve alteração de valor em mais de um elemento
patrimonial (apenas o aumento de uma conta retificadora do ativo).
Assim, conclui-se que se trata de um fato contábil modificativo
diminutivo.
Na conta PCLD – representativa de um ônus sobre o direito “Duplicatas
a Receber”, de natureza credora, porém classificada no ativo, como
conta retificadora – foi registrado um crédito. Repare que essa conta
teve seu saldo majorado (de R$ 3.000,00 para R$ 4.000,00). Isso está
de acordo com a natureza credora das contas retificadoras de ativo:
contas retificadoras de ativo têm seu saldo aumentado por créditos (e
reduzido por débitos).
Na conta Despesa com Provisão – representativa de um motivo pelo
qual o patrimônio foi reduzido durante o exercício e, portanto,
classificada como conta de resultado – despesa – foi registrado um
débito. Repare que essa conta teve seu saldo majorado (de R$ 0,00
para R$ 1.000,00). Isso está de acordo com a natureza devedora e
unilateral das contas de despesa: contas de despesa somente têm seu
saldo aumentado, por débitos, durante todo o exercício, (o saldo é
reduzido, por créditos, apenas nos casos de retificação de erro ou de
fechamento do exercício).
Ainda, pelo fato de terem sido registradas apenas uma conta a débito e
uma conta a crédito, o lançamento foi de primeira fórmula (repare que
não houve uso da palavra reservada “diversos”, quando do registro no
Livro Diário).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 1.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos, R$ 1.000,00, e que isso está de acordo com o
método das partidas dobradas: para todo débito registrado, há um
crédito de igual valor. De uma forma simples e rápida, verificamos a
correção do registro do fato contábil pela comparação dos somatórios de
valores em ambos os lados do patrimônio (representados no balancete)
– esses dois valores devem ser iguais. Em nosso exemplo, isso ocorre
porque:
- o somatório dos saldos das contas do lado esquerdo (Ativo e
Despesas) é igual a R$ 145.000,00;
- o somatório dos saldos das contas do lado direito (Passivo,
Patrimônio Líquido e Receitas) é, também, igual a R$
145.000,00.
Cumpre referir que esse lançamento ocorre no final do exercício de
2005. Imediatamente após esse lançamento, deverão ser realizados os
lançamentos de fechamento do exercício. Recomendamos que o aluno
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realize esses lançamentos, a título de treino, com base no modelo antes
apresentado.
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a. A cota patronal do INSS (20%);
b. O Fundo de Garantia pelo Tempo de Serviço – FGTS
(8%);
d) 13o salário – corresponde a um salário a mais (a que o
trabalhador tem direito, por ano); assim, a cada mês, a
empresa se torna responsável por entregar 1/12 do 13o
salário ao empregado.
e) Férias – corresponde ao direito de cada empregado de, a
cada mês trabalhado, receber o equivalente a 1/12 de
trinta dias de férias (com acréscimo de 1/3 de seu
salário). Assim, a cada mês, as empresas devem
considerar a obrigação de pagar 1/12 do salário bruto do
empregado, e respectivos INSS patronal e FGTS, acrescido
de 1/3 desse valor.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Obrigações -
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
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item valor observações
Salário bruto 10.000,00 incluindo salário, horas extras e gratificações
(-) Descontos
IRRF (1.000,00) somatório do IRRF de cada empregado, calculado conforme tabela progressiva mensal do IRPF
INSS (1.100,00) INSS do empregado, calculado à alíquota de 11% sobre o salário bruto
(+) encargos Sociais
Cota Patronal INSS 2.000,00 contribuição previdenciária suportada pela empresa - cota patronal, calculada à alíquota de 20%
FGTS 800,00 contribuição para o fundo de garantia por tempo de serviço, suportada pela empresa e calculada à alíquota de 8%
(+) 13o salário 833,33 1/12 do salário bruto
(+) férias 1.422,22 1/12 do salário bruto e dos encargos sociais, acrescido de 1/3 desse valor
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a. “dois mil grãos de areia” do buraco patrimonial Cota
Patronal a Recolher;
b. “oitocentos grãos de areia” do buraco patrimonial FGTS a
Recolher.
e que essa areia é jogada para fora do patrimônio (reduzindo-o), ou
seja, aplicada na lata de lixo, representada pela conta de resultado
Encargos sobre a Folha de Pagamento.
c) Podemos, finalmente, considerar que são cavados:
a. “Oitocentos e trinta e três grãos de areia” do buraco
patrimonial Provisão para 13o Salário;
b. “Mil quatrocentos e vinte e dois grãos de areia” do buraco
patrimonial Provisão para Férias;
e que essa areia é jogada para fora do patrimônio (reduzindo-o), ou
seja, aplicada na lata de lixo, representada pela conta de resultado
Despesas com Provisões sobre a Folha.
A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo de valores,
entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Salários a Pagar 10.000,00
Bancos 25.000,00
Cota Patronal a Recolher 2.000,00
FGTS a Recolher 800,00
37.a
Provisão para Férias 833,33
Provisão para 13o salário 1.422,22
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
37.b Capital 50.000,00
37.c
Despesas Receitas
Despesa com Folha de Pagamento 10.000,00
Encargos sobre a Folha de Pagamento 2.800,00
Despesa com Provisões sobre a Folha 2.255,55
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Agora ficou muito fácil:
- 37.A:
o Setinha é débito – Despesa com Folha de Pagamento;
o Bolinha é crédito – Salários a Pagar.
- 37.B:
o Setinha é débito – Encargos sobre a Folha de Pagamento;
o Bolinha é crédito – Cota Patronal a Recolher, FGTS a
Recolher.
- 37.C:
o Setinha é débito – Despesa com Provisões sobre a Folha;
o Bolinha é crédito – Provisão para Férias, Provisão para
13o Salário.
1.8.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Despesa com Folha da Pagamento
37.a a Salários a Pagar 10.000,00
Ou, simplesmente:
Encargos sobre a Folha de Pagamento 2.800,00
a Diversos
37.b a Cota Patronal a Recolher 2.000,00
a FGTS a Recolher 800,00
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D= Despesa com Provisões sobre a Folha 2.255,55
C=a Diversos
37.c C=a Provisão para 13o Salário 833,33
C=a Provisão para Férias 1.422,22
Ou, simplesmente:
Despesa com Provisões sobre a Folha 2.255,55
a Diversos
37.c a Provisão para 13o Salário 833,33
a Provisão para Férias 1.422,22
Despesa com Folha de Pagamento Encargos sobre a Folha de Pagamento Cota Patronal a Recolher FGTS a Recolher
débitos créditos débitos créditos débitos créditos débitos créditos
37.a 10.000,00 37.b 2.800,00 2.000,00 37.b 800,00 37.b
Despesa com Provisão sobre Folha Provisão para o 13o Salário Provisão para Férias
débitos créditos débitos créditos débitos créditos
37.c 2.255,22 833,33 38.c 1.422,22 37.c
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Salários a Pagar 10.000,00
Bancos 25.000,00
Cota Patronal a Recolher 2.000,00
FGTS a Recolher 800,00
Despesas Receitas
Despesa com Folha de Pagamento 10.000,00
Encargos sobre a Folha de Pagamento 2.800,00
Despesa com Provisões sobre a Folha 2.255,55
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seus saldos majorados, o que está de acordo com a natureza devedora
e unilateral das contas de despesa: contas de despesa somente têm seu
saldo aumentado, por débitos, durante todo o exercício, (o saldo é
reduzido, por créditos, apenas nos casos de retificação de erro ou de
fechamento do exercício).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 15.055,55, é idêntico ao
valor dos créditos e que isso está de acordo com o método das partidas
dobradas: para todo débito registrado, há um crédito de igual valor.
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1.9.2 Patrimônio Inicial
Seja o patrimônio inicial, didaticamente proposto de forma simples, que
tenha apenas (1) R$ 25.000,00, em dinheiro; (2) R$ 25.000,00, em
depósitos bancários; e (3) R$ 10.000,00 na obrigação de pagamento da
Folha; (4) R$ 2.000,00 em obrigação de recolhimento da Cota Patronal;
(5) R$ 800,00 em obrigação de recolhimento de FGTS; (6) R$ 833,33
em obrigação prevista de pagamento de 13o Salário, (7) 1.422,22 em
obrigação prevista de pagamento de férias; (8) R$ 50.000,00, em
capital (colocado pelos sócios, para a formação do patrimônio da
empresa). Neste patrimônio inicial, encontram-se também registradas
as alterações do valor do patrimônio, ocorridas no exercício, até aquele
momento: (1) Despesa com Folha de Pagamento, no valor de R$
10.000,00 e (2) Encargos sobre a Folha de Pagamento, no valor de R$
2.800,00 e (3) Despesa com Provisões sobre a Folha de Pagamento, no
valor de R$ 2.255,55.
A seguir, encontra-se representado o balancete representativo do
patrimônio acima sugerido.
Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Salários a Pagar 10.000,00
Bancos 25.000,00
Cota Patronal a Recolher 2.000,00
FGTS a Recolher 800,00
Despesas Receitas
Despesa com Folha de Pagamento 10.000,00
Encargos sobre a Folha de Pagamento 2.800,00
Despesa com Provisões sobre a Folha 2.255,55
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1.9.3 Análise dos Efeitos Patrimoniais do Fato
No momento do pagamento, será reduzido o valor existente em dinheiro
na empresa, será extinta a obrigação de pagamento de salários e,
finalmente, surgirão duas novas obrigação: (a) de recolhimento do
Imposto de Renda Retido na Fonte e (b) de recolhimento do INSS do
empregado.
Utilizando a metáfora da “caixa de areia”, podemos considerar que
ocorre o seguinte.
a) São desbastados “sete mil e novecentos grãos de areia”
do montinho patrimonial Caixa e que essa areia (esse
valor) é aplicada no buraco patrimonial, representado pela
conta Salários a Pagar, reduzindo-o.
b) Adicionalmente, considera-se que são cavados “mil grãos
de areia” do buraco patrimonial Imposto de Renda a
Recolher e que esses “mil grãos de areia” são também
aplicados no buraco patrimonial, representado pela conta
Salários a Pagar, reduzindo-o.
c) Finalmente, , considera-se que são cavados “mil e cem
grãos de areia” do buraco patrimonial INSS a Recolher e
que esses “mil e cem grãos de areia” são também
aplicados no buraco patrimonial, representado pela conta
Salários a Pagar, tapando-o definitivamente.
A figura a seguir representa, esquematicamente, o fluxo de valores,
entre elementos patrimoniais, decorrente do fato contábil em tela.
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Ativo Passivo
Caixa 25.000,00 Salários a Pagar 10.000,00
(7.900,00) (7.900,00) 38.b
17.100,00 (1.100,00)
(1.000,00)
38.a -
38.c
Imposto de Renda a Recolher 1.000,00
INSS a Recolher 1.100,00
Bancos 25.000,00
Cota Patronal a Recolher 2.000,00
FGTS a Recolher 800,00
Despesas Receitas
Despesa com Folha de Pagamento 10.000,00
Encargos sobre a Folha de Pagamento 2.800,00
Despesa com Provisões sobre a Folha 2.255,55
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1.9.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Salários a Pagar
38.a a Caixa 7.900,00
D= Salários a Pagar
38.b C=a INSS a Recolher 1.100,00
Ou, simplesmente:
Salários a Pagar
38.b a INSS a Recolher 1.100,00
D= Salários a Pagar
38.c
C=a IRRF a Recolher 1.000,00
Ou, simplesmente:
Salários a Pagar
38.c
a IRRF a Recolher 1.000,00
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1.9.4.2 Registro no Livro Razão
Despesa com Folha de Pagamento Encargos sobre a Folha de Pagamento Cota Patronal a Recolher FGTS a Recolher
débitos créditos débitos créditos débitos créditos débitos créditos
si 10.000,00 si 2.800,00 2.000,00 si 800,00 si
Despesa com Provisão sobre Folha Provisão para o 13o Salário Provisão para Férias INSS a Recolher
débitos créditos débitos créditos débitos créditos débitos créditos
si 2.255,22 833,33 si 1.422,22 si 1.100,00 38.b
IRRF a Recolher
débitos créditos
1.000,00 38.c
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Ativo Passivo
Caixa 17.100,00 INSS a Recolher 1.100,00
IRRF a Recolher 1.000,00
Bancos 25.000,00
Cota Patronal a Recolher 2.000,00
FGTS a Recolher 800,00
Despesas Receitas
Despesa com Folha de Pagamento 10.000,00
Encargos sobre a Folha de Pagamento 2.800,00
Despesa com Provisões sobre a Folha 2.255,55
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Nas contas de passivo INSS a Recolher e IRRF a Recolher –
representativas de obrigações – foram registrados créditos. Repare que
essas contas tiveram seus saldos majorados, o que está de acordo com
a natureza credora das contas de passivo: contas de passivo têm seu
saldo aumentado por créditos (e reduzido por débitos).
Finalmente, repare que o valor dos débitos, R$ 10.000,00, é idêntico ao
valor dos créditos e que isso está de acordo com o método das partidas
dobradas: para todo débito registrado, há um crédito de igual valor.
13
Repetimos, isso não é o que ocorre na prática. Na prática, o que ocorre é que cada
um dos valores a recolher é devido em uma data determinada pela legislação de
regência (que pode variar no tempo). Consideramos o recolhimento de todos os
valores em uma só data, apenas para apresentação do respectivo lançamento contábil.
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A seguir, encontra-se representado o balancete representativo do
patrimônio acima sugerido.
Ativo Passivo
Caixa 17.100,00 INSS a Recolher 1.100,00
IRRF a Recolher 1.000,00
Bancos 25.000,00
Cota Patronal a Recolher 2.000,00
FGTS a Recolher 800,00
Despesas Receitas
Despesa com Folha de Pagamento 10.000,00
Encargos sobre a Folha de Pagamento 2.800,00
Despesa com Provisões sobre a Folha 2.255,55
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Ativo Passivo
Caixa 17.100,00 INSS a Recolher 1.100,00
(4.900,00) (1.100,00)
12.200,00 -
IRRF a Recolher 1.000,00
(1.000,00)
39 -
Cota Patronal a Recolher 2.000,00
(2.000,00)
-
Bancos 25.000,00 FGTS a Recolher 800,00
(800,00)
-
Provisão para Férias 833,33
Provisão para 13o salário 1.422,22
------------------------------------------- Patrimônio Líquido
Capital 50.000,00
Despesas Receitas
Despesa com Folha de Pagamento 10.000,00
Encargos sobre a Folha de Pagamento 2.800,00
Despesa com Provisões sobre a Folha 2.255,55
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1.10.4 Lançamento
Ou, simplesmente:
Diversos
a Caixa 4.900,00
IRRF a Recolher 1.000,00
39
INSS a Recolher 1.100,00
FGTS a Recolher 800,00
Cota Patronal a Recolher 2.000,00
Despesa com Folha de Pagamento Encargos sobre a Folha de Pagamento Cota Patronal a Recolher FGTS a Recolher
débitos créditos débitos créditos débitos créditos débitos créditos
si 10.000,00 si 2.800,00 2.000,00 si 800,00 si
39 2.000,00 39 800,00
- sf - sf
Despesa com Provisão sobre Folha Provisão para o 13o Salário Provisão para Férias INSS a Recolher
débitos créditos débitos créditos débitos créditos débitos créditos
si 2.255,22 833,33 si 1.422,22 si 1.100,00 si
39 1.100,00
- sf
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Ativo Passivo
Caixa 12.200,00
Bancos 25.000,00
Despesas Receitas
Despesa com Folha de Pagamento 10.000,00
Encargos sobre a Folha de Pagamento 2.800,00
Despesa com Provisões sobre a Folha 2.255,55
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2.4.5 – Lançamento de complementação é aquele que
vem, posteriormente, complementar, aumentando ou
reduzindo o valor anteriormente registrado.
2.4.6 – Os lançamentos realizados fora da época devida
deverão consignar, nos seus históricos, as datas efetivas
das ocorrências e a razão do atraso.
Conforme visto, portanto, existem várias formas de inserção de
informações nos livros contábeis com o objetivo de retificação de erros.
A doutrina contábil, de acordo com a NBCT 2.4, refinou o conceito de
estorno dividindo-o entre estorno total e estorno parcial, o que resultou
nas mais conhecidas formas de retificação de erros nos lançamentos
contábeis: (1) o estorno total (seguido do lançamento correto) – que é
utilizado para retificar qualquer tipo de erro; (2) a transferência; (3) a
complementação; e (4) o estorno parcial.
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1.1.1.1.3 O estorno
O estorno deverá ser realizado através de um lançamento em que a
conta equivocadamente debitada é creditada e vice-versa, conforme a
seguir:
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D= fornecedores
C= a mercadorias 5.000,00
Em seguida, deverá ser escriturado o lançamento correto, conforme
abaixo:
D= mercadorias
C= a caixa 5.000,00
A partir da situação patrimonial imediatamente posterior ao lançamento
equivocado, o estorno total, seguido do lançamento correto, alcançaria o
registro da mesma situação patrimonial resultante do lançamento
correto, conforme livro razão a seguir:
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1.1.2.1.1.1 Lançamento correto
1
Trocou-se, erroneamente, a conta Contas a Pagar pela conta Caixa.
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Repare que, com o registro equivocado, o saldo da conta caixa fica
menor do que deveria, o mesmo ocorre com o saldo da conta Contas a
Pagar, que também fica menor do que deveria. Portanto, o crédito,
erroneamente registrado na conta Caixa, deve ser “transferido”, para a
conta Contas a Pagar. Entretanto, como um crédito não pode ser
simplesmente transferido, realiza-se um novo lançamento, denominado
“transferência.
1.1.2.1.1.3 A transferência
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b) debitada a conta indevidamente creditada a maior, no valor da
diferença.
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1.1.2.3 Registro a menor – Complementação
A complementação é usada quando o registro é feito com valor a menor.
O acerto do erro será simplesmente efetuar o mesmo lançamento
anteriormente efetuado com o valor faltante. Dessa forma:
a) na conta que recebeu um débito em valor menor do que o
esperado, deverá ser registrado um débito, no valor da
diferença; e
b) na conta que recebeu um crédito em valor menor do que o
esperado, deverá ser registrado um crédito no valor da
diferença.
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C= a caixa 400,00
Considerando, ainda, um patrimônio inicial em que somente houvesse
R$ 50.000,00 em dinheiro, R$ 500,00 em estoques e a obrigação de
pagar R$ 500,00 a fornecedores (nenhum outro bem e nenhuma outra
obrigação), o lançamento acima resultaria em um livro razão com o
seguinte conteúdo:
1.1.2.3.1.3 Complementação
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O procedimento de complementação somente é aplicável à retificação de
um lançamento em que tenha sido equivocadamente registrado um
valor menor do que aquele esperado. No caso, o aluno pode perceber
que os patrimônios finais são idênticos – o que confirma, mais uma vez,
o objetivo da retificação de erros.
2 Resumo
Nestas últimas três aulas foram analisados vários fatos contábeis e
registrados os respectivos lançamentos nos livros contábeis. A seguir,
encontra-se a relação dos fatos contábeis estudados, seguida (quando
aplicável) de um breve comentário.
1 Compra de Mercadorias a Prazo
2 Compra de Mercadorias à Vista
Lembrando que a compra de mercadorias é um típico fato permutativo e
um lançamento de primeira fórmula, perfeito para o primeiro contato do
aluno com as idéias de débito e crédito, apresentadas no aula 03.
3 Pagamento de Duplicata em Dinheiro
4 Pagamento de Duplicata com Cheque
2
Esse assunto será detalhadamente explorado quando do estudo da DLPA –
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulado, adiante neste curso.
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Por duplicatas entendemos títulos de crédito que tenham como causa a
venda de produtos ou serviços a prazo e que tenham como
sacador/tomador o vendedor e como sacado o comprador. O aceite da
duplicata pode ser expresso (no próprio título) ou tácito, pelo atestado
de recebimento do serviço ou da mercadoria. O respectivo pagamento é
um fato permutativo e o lançamento é de primeira fórmula, que
pressupõe a anterior compra a prazo de mercadorias ou serviços.
5 Venda de Mercadorias a Prazo
6 Venda de Mercadorias à Vista
A venda é um momento mágico. Nesse momento, os patrimônios, da
empresa e do cliente, se tocam. Nesse momento se reconhece a
Receita Bruta de Vendas e, ao mesmo tempo, o Custo da Mercadoria
Vendida. Trata-se de um fato misto (aumentativo ou diminutivo,
conforme o valor da venda e o respectivo custo).
7 Recebimento do Valor de uma Duplicata – em Dinheiro
8 Recebimento do Valor de uma Duplicata – em Cheque
O recebimento de duplicatas é um fato que pressupõe a anterior venda
de bens ou serviços.
9 Recebimento do Valor de uma Duplicata – em dinheiro e
concedendo um abatimento sobre o valor a receber
O abatimento (em sentido amplo) sobre o valor da duplicata a receber
pode ser devido aos seguintes motivos: (1) pagamento antecipado –
caracterizando o desconto condicional, (2) abatimento propriamente dito
– quando há avarias na mercadoria ou inconsistência entre o bem
pedido e aquele entregue, (3) negociação entre as partes – temendo a
inadimplência do cliente. Trata-se de um fato misto diminutivo.
10 Recebimento do Valor de uma Duplicata – em dinheiro e com
encargos
Os encargos cobrados sobre o valor de uma duplicata podem ser
devidos aos seguintes motivos: (1) juros ativos, pelo pagamento
atrasado, (2) multas contratuais, por qualquer descumprimento das
condições de pagamento. trata-se de fato misto aumentativo.
11 Contratação de Empréstimos Bancários
12 Reconhecimento dos Juros Sobre Empréstimos Bancários
13 Quitação do Empréstimo Bancário tomado
Trata-se de fato em que surge uma obrigação, em contrapartida de
depósito na conta bancos. Saliente-se que os empréstimos bancários
são remunerados com juros (que podem ser Pré-fixados ou Pós-
fixados). No exemplo, o empréstimo tinha juros Pós-fixados.
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Importante notar que, no exemplo, foi explorado o conceito de regime
de competência e tratada a definição e classificação dos juros por vários
critérios.
14 Desconto de Duplicatas
No exemplo, foram introduzidos os conceitos de (1) operação de
desconto de duplicatas e (2) de conta retificadora do ativo. Uma
importante referência, tratada neste item, é que – no momento do
desconto de duplicatas – o direito Duplicatas a Receber não sai do ativo
da empresa.
15 Liquidação Normal de Duplicata Descontada
Importante notar que, nesse exemplo, é tratado o encontro de contas
entre o direito da empresa contra o cliente e a obrigação da empresa
para com o banco.
16 Falta de Pagamento de Duplicata Descontada
Neste caso, o ponto mais importante, é a referência de que, na falta de
pagamento, a empresa é que fica responsável pelo pagamento e
mantém o direito de cobrar o cliente, pela duplicata emitida.
17 Não pagamento de duplicata descontada e tentativa do
banco em cobrá-la após o vencimento
Neste fato, o importante é notar que, apesar de haver encargos sobre a
mora no pagamento da duplicata, esses encargos são pagos pelo cliente
e vão para o patrimônio do banco, portanto, não há o que se registrar
no patrimônio da empresa.
18 Não pagamento de duplicata descontada e tentativa do
banco em cobrá-la após o vencimento que, infrutífera,
permite a cobrança do valor da empresa
Esse fato ilustra o caráter complexo da operação de desconto de
duplicatas que, após o vencimento, se transforma em um empréstimo
simples – sobre o qual é cobrado juros da empresa.
19 Aluguel incorrido – ao final do mês
Esse fato é de importância fundamental na ilustração do princípio da
competência – a despesa ocorre independentemente do pagamento.
20 Pagamento do Aluguel – no dia 10 do mês seguinte
Nesse fato, o princípio da competência é confirmado – há pagamento
sem haver despesa.
21 Pagamento de Quatro Meses de Aluguel - Adiantados
Nesse fato, apresenta-se a aplicação prática de um conceito
apresentado na aula 01 – o pagamento adiantado de despesas consiste
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na aquisição de um direito (de utilização do bem ou do serviço referente
à despesa), portanto, a despesa antecipada deve ser registrada no
ativo.
22 Utilização do Imóvel, por um mês, Após ter Sido Pago o
Aluguel Antecipado de Quatro Meses
Esse fato ilustra o conceito de apropriação de despesas (e conseqüente
realização de ativo) pró-rata-tempore. À medida que o tempo passa, o
direito é consumido (realizado), o que reduz o valor do patrimônio, e,
portanto, uma despesa deve ser apropriada.
23 Fechamento do Exercício – considerando um lucro de R$
2.000,00
O procedimento de fechamento do exercício consiste em:
a) Considerar uma conta transitória ARE – apuração do
resultado do exercício;
b) zerar as contas de receita, transferindo seu saldo para
ARE;
c) zerar as contas de despesa, transferindo seu saldo para
ARE;
d) Transferir o saldo da conta ARE para uma conta do
Patrimônio Líquido – PL (denominada Lucros e Prejuízos
Acumulados – LPA):
24 Fechamento do Exercício – Considerando um Prejuízo de R$
3.000,00
O fechamento do exercício, no caso de prejuízo, é semelhante ao
procedimento de fechamento no caso de lucro, com diferença apenas no
último passo que, no caso, foi apresentado, com a introdução do
conceito de conta retificadora do Patrimônio Líquido.
25 Compra de um Equipamento – Para Uso da Empresa
26 Utilização do equipamento por um ano
Nesse item, foi apresentado o conceito de depreciação (perda do valor
do bem, por uso, desgaste ou obsolescência) e a conta retificadora do
ativo Depreciação Acumulada.
27 Venda do equipamento, em 01/01/200X+1, por R$
55.000,00
Nesse item foram apresentados os conceitos de Receita não
Operacional, Despesa não Operacional e Ganho de Capital.
28 Venda do equipamento, em 01/01/200X+1, por R$
53.000,00
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Esse item, similar ao anterior, introduziu o conceito de perda de capital.
29 Contratação de um seguro de automóvel
A operação de contratação de um seguro é similar à operação de
contratação de locação, com pagamento adiantado de alugueis:
despesa antecipada (registrada no ativo) que deve ser apropriada pro-
rata-tempore.
30 Utilização do automóvel segurado por um mês
A utilização do seguro implica: (1) realização de parte do ativo e (2)
apropriação da correspondente receita, pelo regime de competência.
31 Constituição de uma empresa - Subscrição de Capital
Por capital entende-se o valor que os sócios separam de seus
respectivos patrimônios e colocam na “aventura”, para formação do
patrimônio da empresa.
O capital subscrito é aquele que os sócios “prometeram” entregar para a
empresa (capital subscrito é entendido como “capital prometido”).
32 Constituição de uma empresa - Integralização/Realização de
Capital
A realização de capital consiste na entrega do valor antes prometido,
pelos sócios, para a formação do patrimônio da empresa.
Assim, além da informação do capital subscrito (prometido) é necessária
a informação do capital a realizar (ou capital a integralizar). A diferença
entre esses dois valores é denominada de capital realizado (ou capital
integralizado), ou seja, o valor prometido e já entregue pelos sócios à
empresa.
33 Constituição de Provisão para Créditos de Liquidação
Duvidosa
O conceito de provisão é o de uma “perda na penumbra”.
A PCLD, especificamente, é um valor considerado (ao final de cada
exercício) perdido, pela empresa, sobre o valor do direito Duplicatas a
Receber, por conta de inadimplência dos clientes, a serem confirmadas
durante o exercício seguinte. Repare que se trata de um valor com o
qual a empresa não pode contar, portanto é considerado perdido. Mas,
como ela não tem certeza absoluta de que vai perder (nem a que
momento essa perda se confirmará) consiste em provisão (perda na
penumbra).
34 Realização da Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa
A realização da provisão é a confirmação da perda (já considerada,
quando da constituição da provisão). A realização ocorre quando um
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crédito, já antes considerado perdido por inadimplência, se torna
definitivamente incobrável.
35 Reversão da Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa
A reversão da provisão é o desfazimento da perda, ou seja, a
desconsideração da perda antes considerada ocorrida (na penumbra). A
reversão ocorre quando a empresa – por prudência – considera ocorrida
uma perda maior do que aquela realizada.
A reversão de provisão é registrada como receita, ao final de cada
exercício, no valor do saldo da provisão (não realizada), para, em
seguida, ser realizada a constituição de nova provisão para perdas a
serem realizadas no exercício seguinte.
36 Complementação da Provisão para Créditos de Liquidação
Duvidosa
A complementação da provisão é um procedimento simplificado de
reversão do saldo não realizado da provisão e de constituição de nova
provisão. Nesse caso, é constituída a nova provisão em valor
correspondente à diferença entre: (1) o valor esperado da nova provisão
e (2) o valor do saldo (não realizado) da antiga provisão.
37 Apropriação da folha de pagamentos
Pelo regime de competência, ao final de cada mês, devem ser
registradas despesas com folha de pagamentos (e respectivos encargos
e provisões), com o conseqüente surgimento de obrigação de: (1)
pagamento de salários (pelo seu valor bruto), (2) pagamento de tributos
e encargos sociais – suportados pela empresa e (3) pagamento previsto
de férias e 13o (proporcionalmente a cada mês trabalhado).
38 Pagamento dos salários
No dia de pagamento dos salários, a empresa desembolsa valores para
pagamento aos empregados. Ocorre que nem todo o valor bruto dos
salários é entregue aos empregados. Uma parte desse valor é retido
pela empresa (IRRF e INSS) para recolhimento aos cofres públicos.
39 Recolhimento dos tributos incidentes sobre a folha
Na data prevista, na legislação de regência, para recolhimento dos
tributos e encargos sociais (tanto dos suportados pela empresa, quanto
daqueles por ela retidos dos empregados), há um desembolso realizado
pela empresa, para quitação das obrigações antes registradas.
40 Retificação de Erros - Estorno total e lançamento correto
Os erros no lançamento consistem em situações nas quais o lançamento
esperado não foi registrado corretamente e, portanto, o patrimônio está
apresentado de forma errônea. Pelo fato de que os livros contábeis
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(notadamente o livro Diário – onde os lançamentos estão registrados)
apresentar formalidades extrínsecas e intrínsecas, não é possível
simplesmente modificar seu conteúdo. Assim, a solução é o registro de
mais lançamentos que tenham como efeito (na apresentação do
patrimônio) exatamente a situação que o lançamento correto ensejaria.
Para todos os tipos de erro, o estorno total (registro do lançamento
errado ao contrário, para anulação de seu efeito), seguido do registro do
lançamento inicialmente esperado, tem como efeito o registro – no
patrimônio – de situação equivalente à do lançamento correto
inicialmente esperado.
41 Retificação de Erros - Transferência
A transferência é o procedimento de retificação do erro de identificação
de uma conta e consiste na “transferência” do débito (ou do crédito)
erroneamente registrado na conta equivocadamente identificada, para a
conta correta.
42 Retificação de Erros - Estorno Parcial
O estorno parcial é o procedimento de retificação do erro de registro a
maior e consiste no lançamento inverso àquele erroneamente
registrado, porém apenas no valor da diferença.
43 Retificação de Erros - Complementação
A complementação é o procedimento de retificação do erro de registro a
menor e consiste na repetição do lançamento erroneamente registrado,
porém apenas no valor da diferença.
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Em 31 de dezembro de 2005, se tiver observado o Princípio Contábil da
Entidade, a empresa deverá ter contabilizado no exercício de 2005
despesas de depreciação no valor de
a) R$ 3.000,00.
b) R$ 4.200,00.
c) R$ 6.600,00.
d) R$ 7.800,00.
e) R$ 9.000,00.
Resolução e comentários
A resolução da presente questão demanda o conhecimento de três
conceitos básicos, a saber:
- o Princípio da Entidade;
- a identificação do patrimônio da empresa;
- o cálculo da despesa com depreciação.
Pelo princípio da Entidade, temos que o Patrimônio dos Sócios não se
confunde com o Patrimônio da Empresa, conforme determinado pelo art.
4o da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:
“Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio
como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia
patrimonial, a necessidade da diferenciação de um
Patrimônio particular no universo dos patrimônios
existentes, independentemente de pertencer a uma
pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou
instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem
fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o
Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios
ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE,
mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação
contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova
ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-
contábil.”
Disso, conclui-se que somente o veículo que está em nome da empresa
faz parte de seu patrimônio. Quanto ao outro veículo (em nome de
Pedro Miguel), ele faz parte do patrimônio daquele sócio e,
conseqüentemente, não compõe o patrimônio da empresa.
Visto o princípio da Entidade, podemos concluir que, no patrimônio da
empresa está presente apenas o veículo de R$ 15.000,00, conforme
representado na figura abaixo.
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Ativo Passivo
Bens e Direitos ... Obrigações ...
Veículos 15.000,00
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a) debitadas as entradas de ativo, as saídas de passivo e os pagamentos
de despesas e creditadas as entradas de passivo, as saídas de ativo e os
recebimentos de receitas.
b) debitadas todas as entradas e creditadas todas as saídas de valores
contábeis.
c) debitadas todas as aplicações de recursos e creditadas todas as
origens de recursos.
d) debitados os pagamentos e perdas e creditados os recebimentos e
ganhos.
e) debitadas as entradas de ativo, as saídas de passivo e as ocorrências
de despesas e creditadas as entradas de passivo, as saídas de ativo e as
variações da situação líquida.
Resolução e comentários
Trata-se de uma questão teórica, cuja resolução demanda o
conhecimento dos conceitos de débito e crédito, a seguir:
O débito representa uma aplicação, de um valor, em um elemento
do patrimônio. Quando, por exemplo, se adquire um móvel para
pagamento a prazo, para o registro desse fato, deve ser APLICADO um
valor na conta Móveis.
O crédito representa a origem do valor que foi aplicado em um
elemento do patrimônio. Analisando o mesmo exemplo, quando se
adquire um móvel a prazo, há uma aplicação de valor no elemento
patrimonial móveis (débito na conta móveis), mas a origem da aplicação
feita na conta móveis foi a obrigação de se pagar este valor ao
fornecedor.
Vista a teoria, vamos analisar – a seguir – cada uma das alternativas do
enunciado.
a) debitadas as entradas de ativo, as saídas de passivo e os pagamentos
de despesas e creditadas as entradas de passivo, as saídas de ativo e os
recebimentos de receitas.
Os pagamentos de despesa são registrados como uma
saída de dinheiro do caixa e – portanto – creditados.
Os recebimentos de receitas são registrados como uma
entrada de dinheiro em caixa e – portanto – debitados.
b) debitadas todas as entradas e creditadas todas as saídas de valores
contábeis.
As entradas de obrigações no patrimônio são registradas a
crédito e as saídas de bens e direitos são registradas a
débito.
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c) debitadas todas as aplicações de recursos e creditadas todas as
origens de recursos.
Certo, conforme teoria vista acima.
d) debitados os pagamentos e perdas e creditados os recebimentos e
ganhos.
Os pagamentos são registrados como uma saída de
dinheiro do caixa e – portanto – creditados.
Os recebimentos são registrados como uma entrada de
dinheiro em caixa e – portanto – debitados.
Gabarito - c
3.3 Depreciação
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Trata-se de uma questão que versa sobre os conceitos de depreciação e
alienação do ativo permanente. Para sua resolução, é necessário
conhecer alguns conceitos teóricos, abaixo apresentados:
a) Valor original: é o valor de aquisição do bem
b) Vida útil: período de utilização prevista para o bem
c) Valor residual: valor patrimonial do bem, após a perda (por uso,
desgaste ou obsolescência), durante sua vida útil.
d) Valor depreciável: Valor original (-) Valor Residual
e) Taxa de depreciação (pelo método linear – pedido na questão): 1 /
Vida útil (em número de meses).
f) Despesa de depreciação: Valor depreciável (*) taxa de depreciação
g) Prazo de utilização: número de períodos em que o bem foi utilizado
h) Depreciação acumulada: Despesa de depreciação (*) Prazo de
utilização
i) Valor Contábil: Valor Original (-) Depreciação Acumulada
Vistos os conceitos necessários, passamos à resolução da questão, a
partir dos dados do enunciado.
Apuração do valor contábil do bem:
Item valor comentários
a) Valor original: 2.000,00
b) Vida útil: 60,00 meses - calculado de forma reversa a partir da taxa de depreciação de 20%
c) Valor residual: 200,00
d) Valor depreciável: 1.800,00
e) Taxa de depreciação 0,016667 1/60 meses
f) Despesa de depreciação: 30,00 ao mês
g) prazo de utilização - em meses 9 sessenta meses (-) quatro anos e três meses = 9 meses
h) Depreciação acumulada: 270,00 despesa de depreciação mensal, multiplicada pelo número de meses.
i) Valor Contábil: 1.730,00
Gabarito - b
3.4 Lançamento contábil – quitação de passivo com juros
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a Diversos
a Fornecedores 8.000,00
a Juros Passivos 880,00 8.880,00.
b) Diversos
a Bancos conta Movimento
Fornecedores 8.000,00
Juros Passivos 880,00 8.880,00.
c) Fornecedores
a Diversos
a Bancos conta Movimento 8.000,00
a Juros Passivos 880,00 8.880,00.
e) Diversos
a Bancos conta Movimento
Fornecedores 7.120,00
Juros Passivos 880,00 8.000,00.
Resolução e comentários
Antes de mais nada, cumpre referir que o enunciado dessa questão é
ambíguo. Sua leitura não permite saber se a dívida seria
(originalmente) de R$ 8.000,00 ou se o pagamento (que quitou a dívida
e os juros passivos) seria de R$ 8.000,00. Existe somente uma maneira
de resolver a questão sem dúvidas: resolver das duas maneiras e
verificar nas alternativas aquela cuja resposta corresponda a uma e
apenas uma assertiva.
A primeira interpretação (de que a dívida seria de R$ 8.000,00) implica
um valor de juros passivos de R$ 880,00 (11% da dívida) e o
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lançamento correspondente seria exatamente aquele proposto na
alternativa “B”:
Diversos
a Bancos conta Movimento
Fornecedores 8.000,00
Juros Passivos 880,00 8.880,00.
A segunda interpretação (de que o pagamento seria de R$ 8.000,00)
implica uma dívida de R$ 7.207,21 e um valor de juros passivos de R$
792,79 (11% da dívida) e o lançamento correspondente a seguir
apresentado não se encontra entre as opções do enunciado:
Diversos
a Bancos conta Movimento
Fornecedores 7.207,21
Juros Passivos 792,79 8.000,00.
Gabarito - b
3.5 natureza das contas (credora/devedora)
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Aluguéis Ativos R$ 500,00
Caixa R$ 1.800,00
Capital a Realizar R$ 2.000,00
Capital Social R$ 18.000,00
Clientes R$ 5.400,00
Custo das Mercadorias Vendidas R$ 2.500,00
Depreciação R$ 1.000,00
Depreciação Acumulada R$ 3.000,00
Despesas a Vencer R$ 200,00
Fornecedores R$ 9.000,00
Juros Passivos R$ 800,00
Mercadorias R$ 4.000,00
Móveis e Utensílios R$ 8.000,00
Prejuízos Acumulados R$ 600,00
Prov. p/Créd. de Liquid. Duvidosa R$ 600,00
Provisão para IR e CSLL R$ 1.000,00
Receitas a Receber R$ 300,00
Receitas de Vendas R$ 6.000,00
Salários R$ 1.500,00
Veículos R$ 10.000,00
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Portanto, para essa questão, as contas “Provisão para Créditos de
liquidação duvidosa” e “Provisão para IR e CSLL” serão consideradas
como contas patrimoniais (de natureza credora).
A seguir, encontra-se tabela com a classificação das contas e a apuração
dos respectivos saldos.
Conta Saldo Classificação débito crédito obs
Aluguéis Ativos R$ 500,00 c - 500,00
Caixa R$ 1.800,00 d 1.800,00 -
Capital a Realizar R$ 2.000,00 d 2.000,00 -
Capital Social R$ 18.000,00 c - 18.000,00
Clientes R$ 5.400,00 d 5.400,00 -
Custo das Mercadorias Vendidas R$ 2.500,00 d 2.500,00 -
Depreciação R$ 1.000,00 d 1.000,00 -
Depreciação Acumulada R$ 3.000,00 c - 3.000,00
Despesas a Vencer R$ 200,00 d 200,00 -
Fornecedores R$ 9.000,00 c - 9.000,00
Juros Passivos R$ 800,00 d 800,00 -
Mercadorias R$ 4.000,00 d 4.000,00 -
Móveis e Utensílios R$ 8.000,00 d 8.000,00 -
Prejuízos Acumulados R$ 600,00 d 600,00 -
Prov. p/Créd. de Liquid. Duvidosa R$ 600,00 c - 600,00 considerada conta patrimonial
Provisão para IR e CSLL R$ 1.000,00 c - 1.000,00 considerada conta patrimonial
Receitas a Receber R$ 300,00 d 300,00 -
Receitas de Vendas R$ 6.000,00 c - 6.000,00
Salários R$ 1.500,00 d 1.500,00 -
Veículos R$ 10.000,00 d 10.000,00 -
Total 38.100,00 38.100,00
Gabarito – c
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c) R$ 24.000,00.
d) R$ 29.000,00.
e) R$ 36.000,00.
Resolução e comentários
A resolução dessa questão demanda o entendimento do conteúdo dos
fatos contábeis narrados no enunciado, a capacidade de registro dos
respectivos lançamentos (com a correta identificação das contas que
dele participam) e, finalmente, a identificação dos grupos patrimoniais
(e de resultado) a que elas pertencem, para verificação da redução do
saldo do Ativo.
Partindo-se de um patrimônio inicial qualquer, composto por bens e
direitos, deduzidos de obrigações, conforme abaixo, representaremos –
nele – os efeitos dos fatos contábeis descritos no enunciado.
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
Bens e Direitos (-) Obrigações X-Y
Despesas Receitas
Total X Total X
Ativo X
O lançamento do encargo de depreciação tem o seguinte lançamento:
D= despesa com depreciação
C = a depreciação acumulada12000
Repare que a conta depreciação acumulada é uma conta retificadora do
ativo, que demanda a redução de seu saldo em 12000.
O lançamento relativo à provisão para créditos de liquidação duvidosa é
o seguinte:
D= despesa com provisão
C = a Provisão para créditos de liquidação duvidosa 7000
Repare que a conta de provisão para créditos de liquidação duvidosa
também é uma conta redutora do ativo, que demanda a redução do seu
saldo em 7000.
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Finalmente, a provisão para o Imposto de Renda e Contribuição social
tem o seguinte lançamento:
D= despesa com provisão para IR e CSLL
C = a Provisão para IR e CSLL 17.000
Ocorre que a conta Provisão para IR e CSLL é uma conta típica de
passivo circulante, portanto esse lançamento não afeta o saldo do ativo.
Afetaria somente se houvesse antecipações , no ativo, a serem
deduzidas do imposto devido ao final do período; mas esse não é o caso
por que o enunciado não se refere a antecipações em momento algum.
Abaixo, representaremos o efeito desses fatos registrados no
patrimônio:
Ativo Passivo
Despesas Receitas
despesa com depreciação 12.000,00
despesa com provisão - PCLD 7.000,00
despesa com provisão - IR/CSLL 17.000,00
Ativo X-19000
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vendida no mês de setembro de 2006, sem causar ganhos nem perdas
contábeis?
Referido bem, nas condições acima indicadas e sem considerar
implicações de ordem tributária ou fiscal, poderá ser vendido por
a) R$ 5.900,00.
b) R$ 5.400,00.
c) R$ 3.900,00.
d) R$ 3.625,00.
e) R$ 3.000,00.
Resolução e comentários
Trata-se de uma questão que versa sobre os
conceitos de depreciação e alienação do ativo permanente. Para
sua resolução, é necessário conhecer alguns conceitos teóricos,
abaixo apresentados:
- Valor original: é o valor de aquisição do bem
- Vida útil: período de utilização prevista para o bem
- Valor residual: valor patrimonial do bem, após a perda (por uso,
desgaste ou obsolescência), durante sua vida útil.
- Valor depreciável: Valor original (-) Valor Residual
- Taxa de depreciação (pelo método linear – pedido na questão): 1 /
Vida útil (em número de meses).
- Despesa de depreciação: Valor depreciável (*) taxa de depreciação
- Prazo de utilização: número de períodos em que o bem foi utilizado
- Depreciação acumulada: Despesa de depreciação (*) Prazo de
utilização
- Valor Contábil: Valor Original (-) Depreciação Acumulada
- Ganho (ou perda) de capital: Valor da venda (-) Valor Contábil.
Vistos os conceitos necessários, passamos à resolução da questão, a
partir dos dados do enunciado.
Inicialmente, repare que se não há ganhos nem perdas, o Valor da
venda deve ser igual ao Valor contábil. Portanto, basta calcular o Valor
contábil do bem para encontrar a resposta da questão.
Apuração do valor contábil do bem:
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Item valor comentários
a) Valor original: 15.000,00 informado pelo enunciado
b) Vida útil: 120,00 meses
c) Valor residual: 3.000,00 20% de 15.000,00 (informado pelo enunciado)
d) Valor depreciável: 12.000,00 Valor original – Valor residual
e) Taxa de depreciação 0,008333 1/120 meses
f) Despesa de depreciação (mensal): 100,00 Valor depreciável (*) Taxa de depreciação
g) prazo de utilização - em meses 91dez meses no primeiro ano, nove no último e seis anos inteiros
Taxa de depreciação mensal (*) Prazo de utilização em meses - Obs: na questão
h) Depreciação acumulada: 9.100,00 foi considerada a depreciação do último mês (Set/06)
i) Valor Contábil: 5.900,00 Valor original (-) Depreciação Acumulada
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crédito de Empréstimos Bancários R$ 500,00
crédito de Juros Ativos R$ 40,00
d) débito de Juros Passivos R$ 40,00
crédito de Bancos c/Movimento R$ 40,00
e) débito de Juros Passivos R$ 80,00
crédito de Bancos c/Movimento R$ 40,00
Resolução e comentários
Trata-se de uma questão de retificação de erros de lançamento. Para
sua resolução, faz-se necessário conhecer o lançamento típico de um
empréstimo contraído com juros lançados diretamente como despesa.
Somente conhecendo o que é esperado é que, comparando-o com o que
foi feito, pode ser proposta uma retificação.
Assim, o lançamento esperado seria:
D= Juros Passivos 40
D= Banco Conta Movimento 460
C = a Empréstimos bancários 500
Tal lançamento, representado no livro razão, gera os seguintes saldos –
para as contas envolvidas:
Juros Passivos Banco c/Movimento Empréstimos Bancários
débitos créditos débitos créditos débitos créditos
sf 40,00 sf 460,00 500,00 sf
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Juros Passivos Banco c/Movimento Empréstimos Bancários
débitos créditos débitos créditos débitos créditos
40,00 (1) (1) 500,00 500,00 (1)
Gabarito - E
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3.9 Lançamentos de operações relativas a seguros
Resolução e comentários
Essa é uma questão cuja resolução demanda do conhecimento do
regime de competência e das operações de seguro.
Pelo regime de competência, as despesas devem ser registradas
somente quando incorridas (independentemente de seu pagamento) –
considera-se incorrida uma despesa no momento em que ocorre o fato
que determina a redução do patrimônio, o que nem sempre ocorre no
momento do pagamento.
Esse é o caso da contratação de uma apólice de seguro pelo período de
12 meses com pagamento à vista. No momento do pagamento, não há
(pelo regime de competência) possibilidade de se registrar qualquer
despesa, pois não houve redução do patrimônio: a empresa, ao pagar
pelo seguro, adquiriu o direito (ativo) de ter suas instalações garantidas
contra incêndio por 12 meses e esse direito tem exatamente o mesmo
3
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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valor do pagamento efetuado. A despesa somente vai ocorrer à medida
que o direito de ter as instalações garantidas contra incêndio for sendo
utilizado – pelo transcorrer dos meses.
Vistos os conceitos básicos, analisaremos o caso em tela.
1) É dado da questão que foi efetuado um lançamento errado em 30/04
D= despesas de seguro
C = a caixa 30000
2) esperava-se o registro do lançamento correto em 30/04, abaixo
representado para fins de clareza, que, contudo, não ocorreu.
D= seguros a vencer
C = a caixa 30000
3) Caso tivesse sido efetuado o lançamento correto, pelo princípio da
competência, ao final do ano, teria sido apropriada como despesa do
período apenas 8/12 deste valor. Abaixo, apresentamos, apenas para
fins didáticos, o lançamento esperado para o registro da despesa
incorrida no período.
D= despesas de seguro
C = a seguros a vencer 20000
4) O erro ocorrido acarreta, em relação aos lançamentos corretos
esperados, as seguintes conseqüências em 31/12/97:
- despesa registrada a maior (30000, quando o correto seria
20000);
- falta do registro do ativo “seguros a vencer”, no valor de
10000, que somente seria apropriado como despesa em 1998.
5) Assim, em 31/12/1997, o lançamento de ajuste somente poderia ser
o seguinte:
D= seguros a vencer 10000
C=a despesas de seguro 10000
6) Como o lançamento de ajuste resultou no registro do ativo “seguros a
vencer”, no ano seguinte, tal ativo deverá ser realizado. Assim, deverá
ser apropriada a despesa relativa a apropriação de “seguros a vencer”,
reduzindo o resultado de 1998 em 10.000,00 (quando comparando-o
àquele que seria registrado caso não tivesse sido realizado o lançamento
de ajuste em 31/12/1997).
Gabarito - A
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3.10 OPERAÇÕES COM DUPLICATAS
4
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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executados, de acordo com o princípio da competência. Devem ser
creditadas (baixadas) somente pelas cobranças feitas, mercadorias
devolvidas ou descontos comerciais e abatimentos feitos até aquela
data, bem como pelo registro de perdas por impossibilidade do
recebimento do respectivo valor.
A operação de desconto de duplicatas tem o efeito econômico de uma
operação de “empréstimo” tomado pela empresa em que a cobrança da
duplicata funciona como uma garantia da quitação do “empréstimo”
tomado. Assim, não faz a menor diferença se a duplicata foi objeto de
operação de desconto ou não, ela continua no ativo da empresa até seu
pagamento pelo cliente.
Assim, basta controlar as duas contas – com razonetes em “T”,
lembrando que:
- a venda a prazo gera débitos em duplicatas a receber e o
recebimento créditos na mesma conta;
- por outro lado, a operação de desconto de duplicatas gera
crédito na conta duplicatas descontadas e a quitação da
operação junto ao banco gera débitos na mesma conta.
Duplicatas a receber Duplicatas descontadas
3 60,00 60,00 3 4 60,00 60,00 4
4 60,00 60,00 5 7 70,00 60,00 6
5 60,00 70,00 7 70,00 7
6 60,00 50,00 9
7 70,00 50,00 10
8 60,00 total déb. 130,00 290,00 total créd.
9 50,00 160,00 saldo
10 50,00
11 50,00
total déb. 520,00 190,00 total créd.
saldo 330,00
Gabarito - C
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4.2 Atos Administrativos Normativos
RESOLUÇÃO CFC N.º 750/93 - Dispõe sobre os Princípios Fundamentais
de Contabilidade (P.F.C.)
RESOLUÇÃO CFC N.º 751/93 - Dispõe sobre as Normas Brasileiras de
Contabilidade.
RESOLUÇÃO CFC N.º 774/94 - Aprova o Apêndice à Resolução sobre os
Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Normas Brasileiras de Contabilidade – Técnica 2.4 – retificação de
lançamentos.
DELIBERAÇÃO CVM N 29-1986 - objetivos da Contabilidade.
Decreto 3.000, de 1999 – Regulamento do Imposto de Renda.
4.3 Livros
Iudícibus, Sérgio de; Martins, Eliseu e Gelbke, Ernesto Rubens Gelbcke.
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – FIPECAFI. Ed.
Atlas. São Paulo – 4a edição – 1995.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Básica. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Avançada. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Gonçalves, Eugênio Celso e Baptista, Antônio Eustáquio. Contabilidade
Geral. Ed. Atlas. São Paulo – 2a edição – 1994.
Silva, Benedito Gonçalves da. Contabilidade Geral. Ed. Meta – 2a edição
– 1994.
Ferrari, Ed Luiz, Contabilidade Geral: teoria e 950 questões – Rio de
Janeiro: Elsevier 2006.
Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade – Rio de
Janeiro: Impetus, 2003.
Santos, Luiz Eduardo. Contabilidade: Resoluções e Comentários de
Questões da ESAF. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
4.4 Internet
www.planalto.gov.br
www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.gov.br
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1 Roteiro
Nesta aula, trabalharemos os conceitos atinentes às demonstrações
contábeis e – especificamente – ao Balanço Patrimonial, em seu grupo
Ativo Circulante. A seguir, encontra-se uma lista dos itens que serão
vistos:
1 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - definição, conceitos iniciais e
apresentação didática (do ponto de vista de suas finalidades)
a) Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício
b) Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados e
Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido
c) Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos
2 - Balanço patrimonial
a) Ativo
b) Passivo
c) Patrimônio líquido
3 - Grupos específicos de contas do balanço patrimonial
a) Ativo Circulante
b) Ativo Realizável a Longo Prazo
c) Ativo Permanente
a. Ativo Permanente Investimentos
b. Ativo Permanente Imobilizado
c. Ativo Permanente Diferido
4 - Passivo Exigível – Circulante e Exigível a Longo Prazo
5 - Resultados de Exercícios Futuros
6 - Patrimônio Líquido
7 - Grupos específicos de contas do Ativo Circulante
a) Disponibilidades
b) Aplicações de Curto Prazo – Investimentos Temporários
c) Créditos – Contas a Receber
d) Estoques
e) Despesas antecipadas
8 - Contas componentes do subgrupo Disponibilidades (do ativo
circulante)
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a) Caixa
b) Bancos – depósitos bancários à vista
c) Aplicações de liquidez imediata
d) Numerários em trânsito
e) Saldos em moeda estrangeira
9 - Contas componentes do subgrupo Aplicações de curto prazo (do
ativo circulante)
a) Aplicações de renda fixa
b) Aplicações de renda variável
10 - Contas componentes do subgrupo Créditos (do ativo circulante)
a) Clientes
a. Duplicatas a receber
b. Provisão para créditos de liquidação duvidosa
c. Duplicatas descontadas
d. Outros créditos de clientes
b) Adiantamentos a terceiros
c) Dividendos propostos a receber e dividendos a receber
d) Tributos a compensar / recuperar
e) Depósitos restituíveis e valores vinculados
f) Provisões sobre os demais créditos – não alcançadas pela PCLD
11 - Contas componentes do subgrupo Estoques (do ativo circulante)
a) Mercadorias para revenda
b) Matérias-primas, Materiais auxiliares e Materiais de
acondicionamento e embalagem
c) Produtos em elaboração e Produtos acabados
d) Importações em andamento
e) Adiantamento a fornecedores
f) Almoxarifado e Manutenção e suprimentos gerais
g) Provisões, para ajuste ao valor de mercado e para perdas em
estoques (contas credoras)
12 - Contas componentes do subgrupo Despesas antecipadas (do ativo
circulante)
a) Seguros a vencer
b) Aluguéis pagos antecipadamente
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c) Assinatura de periódicos
d) Juros passivos a apropriar – referentes a duplicatas
descontadas
2 Introdução
Serão estudadas, neste tópico da matéria, as demonstrações mais
importantes do ponto de vista legal e contábil, ou seja:
- balanço patrimonial;
- demonstração do resultado do exercício;
- demonstração de lucros ou prejuízos acumulados;
- demonstração de mutações do patrimônio líquido, e;
- demonstração de origens e aplicações de recursos.
Conforme será visto a seguir, todas essas demonstrações são exigidas –
dentro de condições – pela Lei 6.404, de 1976 (Lei das S/A).
3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
3.1 Demonstrações contábeis (financeiras) – definição e
conceitos iniciais
Relatório contábil é a exposição resumida e ordenada dos principais
fatos registrados pela contabilidade, em determinado período.
Entre os relatórios contábeis, os mais importantes são as
demonstrações financeiras (terminologia utilizada pela lei das S/A), ou
Demonstrações Contábeis (terminologia preferida pelos contadores).
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deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da
companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV - demonstração das origens e aplicações de recursos.
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas
com a indicação dos valores correspondentes das
demonstrações do exercício anterior.
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão
ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser
agregados, desde que indicada a sua natureza e não
ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo
de contas; mas é vedada a utilização de designações
genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes".
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação
dos lucros segundo a proposta dos órgãos da
administração, no pressuposto de sua aprovação pela
assembléia-geral.
...
§ 6º A companhia fechada, com patrimônio líquido, na
data do balanço, não superior a R$ 1.000.000,00 (um
milhão de reais) não será obrigada à elaboração e
publicação da demonstração das origens e aplicações de
recursos. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997)
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a) Os principais critérios de avaliação dos elementos
patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de
depreciação, amortização e exaustão, de constituição de
provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para
atender a perdas prováveis na realização de elementos do
ativo;
b) os investimentos em outras sociedades, quando
relevantes (artigo 247, parágrafo único);
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de
novas avaliações (artigo 182, § 3º);
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as
garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades
eventuais ou contingentes;
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias
das obrigações a longo prazo;
f) o número, espécies e classes das ações do capital social;
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas
no exercício;
h) os ajustes de exercícios anteriores (artigo 186, § 1º);
i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do
exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante
sobre a situação financeira e os resultados futuros da
companhia.
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normalmente referida como “levantamento de balanços”) ao final de
cada um dos exercícios (períodos de 12 meses). Entretanto, a empresa
não está obrigada somente ao cumprimento das determinações da Lei
das S/A, há outros dispositivos legais que criam obrigações para as
empresas, como – por exemplo – a legislação tributária e tais
disposições podem obrigar a empresa a elaborar e apresentar
demonstrações financeiras em períodos e momentos diversos daqueles
determinados na Lei das S/A.
Apenas ilustrando a colocação feita no parágrafo anterior, de acordo
com a legislação tributária, empresas obrigadas (ou optantes) pela
tributação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ – pela
sistemática do Lucro Real Trimestral devem, necessariamente, elaborar
e apresentar demonstrações financeiras referentes a cada trimestre do
ano calendário, ou seja, referentes a 31 de março, 30 de junho, 30 de
setembro e 31 de dezembro, além daquelas exigidas pela legislação
societária.
Uma última referência – importante – é a de que o fato de uma empresa
estar obrigada (pela legislação tributária, ou outra qualquer) à
elaboração e apresentação de demonstrações financeiras em períodos
diversos do exercício (por exemplo, trimestralmente) não ilide o fato de
que o exercício seja um período de 12 meses. Sendo a Contabilidade o
objetivo de nosso curso, focaremos o estudo nas obrigações criadas pela
Lei das S/A, deixando determinações fiscais para um curso específico
sobre o assunto.
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Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as informações
que acompanharão o balanço patrimonial, em caso de
sociedades coligadas.
Art. 1.189. O balanço de resultado econômico, ou
demonstração da conta de lucros e perdas, acompanhará o
balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, na
forma da lei especial.
Pela legislação do Imposto de Renda, as Sociedades Por Quotas de
Responsabilidade Limitada devem seguir parte dos dispositivos da Lei
das Sociedades por ações. Embora não seja necessária a publicação das
demonstrações Financeiras por parte destas empresas, estas devem
estruturar suas demonstrações nos moldes da lei das S/A de forma a
atender às exigências de legislação tributária. Neste caso, somente a
demonstração de origens e aplicações de recursos não é exigida. Isso
se encontra previsto no art. 274 do Decreto 3.000, de 1999
(Regulamento do Imposto de Renda), a seguir:
Art. 274. Ao fim de cada período de incidência do imposto,
o contribuinte deverá apurar o lucro líquido mediante a
elaboração, com observância das disposições da lei
comercial, do balanço patrimonial, da demonstração do
resultado do período de apuração e da demonstração de
lucros ou prejuízos acumulados (Decreto-Lei nº 1.598, de
1977, artigo 7º, § 4º, e Lei nº 7.450, de 1985, artigo 18).
§ 1º O lucro líquido do período deverá ser apurado com
observância das disposições da Lei nº 6.404, de 1976
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 67, inciso XI, Lei nº
7.450, de 1985, artigo 18, e Lei nº 9.249, de 1995, artigo
5º).
Disso, conclui-se que, para fins fiscais, as empresas devem levantar as
mesmas demonstrações exigidas pela Lei das S/A, exceto a
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR.
O conteúdo teórico, até aqui apresentado, acerca das demonstrações
financeiras, pode ser encontrado em qualquer bom livro de
Contabilidade Geral. Ocorre que essa abordagem carece de conteúdo
didático, que leve o estudante a entender a razão pela qual a legislação
veio a exigir justamente a preparação dessas demonstrações
financeiras.
Pior ainda é o caso de se apresentar – em seguida – a estrutura e o
conteúdo das referidas demonstrações, conforme determinados em lei.
Ora, entendemos que a lei tem por objetivo regular o comportamento
das pessoas, naquilo que eles são relevantes para a vida em sociedade.
Portanto, para entender o conteúdo de dispositivos legais, devemos
entender o substrato fático sobre o qual ele incide e, principalmente, o
objetivo por ele buscado. Somente dessa maneira, será possível ver
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lógica em dispositivos normativos, entender os mecanismos que eles
regulam e os efeitos de sua aplicação, no mundo dos fatos.
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fácil para apresentação do assunto (basta repetir a lei), mas consiste
num dos caminhos mais difíceis para que o neófito entenda o assunto.
Portanto, nesse ponto da matéria, vamos identificar qual a finalidade de
cada demonstração financeira (no sistema de informações contábil).
Inicialmente, pela sua importância, bem como pela relação de
complementariedade das respectivas informações, vamos analisar o
Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Em
seguida, analisaremos a finalidade da Demonstração de Lucros e
Prejuízos Acumulados (juntamente com a finalidade da Demonstração
de Mutações do Patrimônio Líquido). E, finalmente, analisaremos a
finalidade informacional da Demonstração de Origens e Aplicações de
Recursos.
1
Na aula 03, quando da apresentação das contas patrimoniais e de resultado.
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a) No início do exercício, o patrimônio deverá apresentar uma
determinada configuração (com bens e direitos – Ativo, obrigações –
Passivo e a respectiva diferença – Patrimônio Líquido). Repare que,
conforme definições já vistas neste curso, nesse momento, o patrimônio
apresentado deve refletir uma igualdade Ativo (-) Passivo (=)
Patrimônio Líquido. Essa igualdade é – justamente – a característica do
balanço patrimonial (repare que a palavra balanço nos dá uma idéia de
equilíbrio/igualdade)
b) Durante o período (exercício), ocorrem Fatos Contábeis e, portanto,
há modificação no patrimônio inicial (com o aumento ou a redução do
valor patrimonial de bens, direitos e obrigações constantes do
patrimônio inicial). Esses Fatos Contábeis podem ser Fatos
Permutativos (sem alteração do valor total do patrimônio, mas com
simples troca de valores entre elementos patrimoniais). Esses Fatos
Contábeis podem ser – também – Fatos Modificativos ou Mistos (que
alteram o valor total do patrimônio, para mais ou para menos). Na
ocorrência de Fatos Mistos ou Modificativos, o Patrimônio Líquido tem
seu valor alterado, mas essas alterações do valor do Patrimônio Líquido
não são imediata e diretamente registradas nele. Na verdade, o valor
registrado no Patrimônio Líquido fica inalterado (por despesas ou
receitas) durante todo o exercício – ou seja, o equilíbrio (característico
do Balanço Patrimonial inicial) fica “quebrado”. É como se, do
Patrimônio Líquido, fossem retiradas temporariamente informações e
guardadas em algumas contas especiais (de Resultado) apresentadas na
Demonstração do Resultado do Exercício: ..
c) No final do exercício, deve ser – de novo – apresentado um
Balanço Patrimonial. Para que isso seja possível, é necessário que as
contas de resultado, componentes da Demonstração do Resultado do
Exercício, tenham seu valor (saldo)2 zerado (reduzido a zero) e o valor
líquido nelas registrado (somatório das receitas, deduzido do somatório
das despesas) transferido, de volta, para o Patrimônio Líquido –
restabelecendo a igualdade (Ativo (-) Passivo (=) Patrimônio Líquido).
Dessa maneira é possível a apresentação de uma situação patrimonial
final, na forma de Balanço Patrimonial.
A partir dos conceitos acima apresentados, é possível visualizar, no
modelo contábil de representação do patrimônio, bem como de suas
alterações no tempo (durante o exercício), as funções informacionais do
Balanço Patrimonial e da DRE, conforme a seguir:
2
Conforme já apresentado, o saldo de uma conta é o valor nela registrado.
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Ativo Passivo Ativo Passivo
BPf
------- PL BPi ------- PL
Exercício
Início Final
Despesas Receitas
DRE
-----
Saldo líquido (Receitas-Despesas)
3
A revista Pense Leve, é uma revista que trata de assuntos relacionados à saúde e
alimentação, patrocinada pela organização “Vigilantes do Peso”.
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depois da reeducação alimentar) e, no texto, abaixo, é apresentada uma
“Demonstração do Resultado do Exercício”, onde são relatados os
motivos que ensejaram a alteração do “Balanço Patrimonial” – corpo da
pessoa.
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Ativo Passivo Ativo Passivo
BPf
------- PL BPi ------- PL
Exercício
Início Final
Despesas Receitas
DRE DLPA
-----
Saldo líquido (Receitas-Despesas)
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Líquido e que pode ser entendido como a “folga financeira de curto
prazo”. Em outras palavras, a DOAR demonstra as operações que
ensejaram aumentos e reduções da “folga financeira de curto prazo”.
Repare que as demais demonstrações se preocupam com a situação do
patrimônio e com o regime de competência. A DOAR, ao contrário, se
preocupa com o efeito financeiro dos acontecimentos do patrimônio.
Uma confirmação de que a DOAR não é parte integrante da tríade de
demonstrações (BP/DRE/DLPA) antes apresentada reside no fato de que
a DOAR não é – sequer – exigida para todas as companhias, conforme
depreende-se da leitura do § 6o do art. 176 da Lei das S/A, abaixo:
§ 6º A companhia fechada, com patrimônio líquido, na
data do balanço, não superior a R$ 1.000.000,00 (um
milhão de reais) não será obrigada à elaboração e
publicação da demonstração das origens e aplicações de
recursos. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997)
Conhecidas as finalidades informacionais de cada uma das
demonstrações exigidas pela Lei das S/A, passaremos a analisar o
conteúdo e a forma das demonstrações.
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§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas
com a indicação dos valores correspondentes das
demonstrações do exercício anterior.
Esse dispositivo, portanto, tem a finalidade de prestigiar a comparação
da situação atual com a anterior.
O balanço patrimonial (conhecido pela sigla BP) é didaticamente
apresentado em duas colunas:
- a coluna do lado esquerdo é denominada ativo;
- a coluna do lado direito é denominada passivo e patrimônio
líquido.
Balanço patrimonial
Ativo Passivo
Lado esquerdo Lado direito
3.2.2.1 Ativo
O ativo representa todos os bens e direitos4 de propriedade da empresa,
que são avaliáveis em dinheiro e que representam benefícios presentes
ou futuros para a empresa.
São exemplos de bens, tipicamente constantes do ativo, em um Balanço
Patrimonial, as máquinas, os terrenos, os estoques, o dinheiro, as
ferramentas, os veículos, as instalações, etc. Por outro lado, são
exemplos de direitos componentes do ativo, em um Balanço Patrimonial,
as contas a receber, as duplicatas a receber, os títulos a receber, as
ações, os títulos de crédito, etc.
Cumpre referir que, se o bem ou direito não for de propriedade da
empresa, normalmente não constará no seu ativo. Por exemplo, um
imóvel alugado pela empresa – para ser utilizado como sua sede
administrativa – fisicamente consta das instalações da empresa, porém
não figura em seu ativo. Outro exemplo, uma mercadoria existente no
pátio de uma empresa, em consignação, para venda em nome de
4
Para maiores considerações sobre o conceito de bens e de direitos, ver aula 01 de
nosso curso.
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terceiro, apesar de estar fisicamente dentro das instalações da empresa,
não faz parte de seu ativo.
O arrendamento mercantil (leasing)5 de uma máquina por uma empresa
que paga contraprestações mensais, via de regra (exceto se o leasing
operacional for desconsiderado para que a operação fique caracterizada
uma venda financiada), não se considera ATIVO pois, apesar de estar
dentro da empresa, não é de sua propriedade.
Para ser ativo, é necessário que qualquer item preencha quatro
requisitos simultâneos:
- constituir bem ou direito para a empresa;
- ser de propriedade da empresa;
- ser mensurável monetariamente;
- trazer benefícios, presentes ou futuros.
O ativo é conhecido como patrimônio bruto ou total das aplicações ou,
ainda, total dos investimentos da empresa, pelas razões a seguir.
A expressão “patrimônio bruto” está em contraposição à expressão
“patrimônio líquido”; ora, se o “patrimônio líquido” é definido como a
diferença entre bens/direitos e obrigações, o conjunto de bens e direitos
deve ser visto como o “patrimônio bruto” (ou seja, ainda não “líquido”
das obrigações).
A expressão “total de aplicações” está relacionada com o fato de que os
bens e os direitos adquiridos pela empresa são as “aplicações”
realizadas com os valores entregues à empresa (pelos sócios – capital)
ou por terceiros (credores – empréstimos ou clientes – lucro). Da
mesma forma a expressão “total de investimentos” significa que valores
entregados, pelos sócios ou terceiros, à empresa são “investidos” na
aquisição de bens ou direitos.
O ativo está disposto em grupos de contas homogêneas ou de mesma
características e tem seus itens agrupados de acordo com a sua liquidez,
isto é, de acordo com a rapidez com que podem ser convertidos em
dinheiro, nos termos do art. 178 da Lei das S/A, a seguir:
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas
segundo os elementos do patrimônio que registrem, e
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise
da situação financeira da companhia.
5
O Leasing é uma operação em que uma empresa adquire o uso de um bem, pagando
por isso um valor mensal (contraprestação – equivalente a um aluguel) e, ao final de
um prazo pré-determinado, pode exercer um direito de compra do bem, por um valor
já contratado (valor residual).
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§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem
decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas
registrados, nos seguintes grupos:
a) ativo circulante;
b) ativo realizável a longo prazo;
c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo
imobilizado e ativo diferido. (grifos na transcrição)
Cabe, para fins de esclarecimento, investigar os conceitos de liquidez e
realização. Por liquidez entende-se a capacidade de realização – assim,
quanto maior a liquidez de um elemento patrimonial, mais facilmente
ele é realizado. Realização, por seu turno, significa a aptidão, de um
elemento patrimonial, para se transformar em outro. Ora, o elemento
mais líquido é o dinheiro em caixa, porque – tendo curso forçado – pode
ser imediatamente trocado por (transformado em) qualquer outro
elemento. Ao contrário, um imóvel tem muito pouca liquidez, porque é
de difícil realização (difícil troca por outro elemento patrimonial).
No Ativo, portanto, as contas serão dispostas em ordem decrescente do
grau de liquidez dos elementos nelas registradas e agrupadas nos
seguintes grupos:
•Ativo Circulante;
•Ativo Realizável a Longo Prazo;
•Ativo Permanente:
•investimentos;
•imobilizado;
•diferido.
3.2.2.2 Passivo
Simplificadamente, o passivo evidencia toda a obrigação (dívida) que a
empresa tem com terceiros como – por exemplo:
- contas a pagar;
- fornecedores de matéria-prima (a prazo);
- impostos a pagar;
- financiamentos;
- empréstimos.
- títulos a pagar;
- salários a Pagar;
- encargos sociais a recolher;
- dividendos a pagar;
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- adiantamento de clientes;
- provisões para pagamento de tributos, férias, décimo terceiro
salário etc.
O passivo é uma obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida
vencer, será exigida (reclamada) sua liquidação. Por isso, é mais
adequado denominá-lo passivo exigível. É mister referenciar que não
constam do passivo as obrigações que ainda se encontram pendentes do
implemento de condições suspensivas6. De outra banda, já devem
figurar no passivo as obrigações existentes – ainda que somente
exigíveis no futuro – desde que já sejam conhecidas.
Outras denominações usuais para este grupo patrimonial são (a) passivo
real, (b) exigibilidades ou (c) capital de terceiros.
O passivo circulante integra, junto com o passivo exigível a longo prazo
(conceitos que serão tratados minuciosamente a seguir, nessa aula), o
chamado passivo real, qual seja, aquela parcela do passivo que
representa as obrigações da empresa para com terceiros.
No que diz respeito à disposição das contas do passivo, a lei das S/A
não é tão clara, quanto quando trata do ativo, mas, em seu art. 178 §
2o, indica que os grupos componentes do passivo deverão ser
apresentados na ordem crescente do prazo de exigibilidade, conforme a
seguir:
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos
seguintes grupos:
a) passivo circulante;
b) passivo exigível a longo prazo;
c) resultados de exercícios futuros;
d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas
de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e
lucros ou prejuízos acumulados.
Assim, a classificação dos elementos (ou, pelo menos, dos grupos) do
passivo deve ser realizada com base no mesmo princípio que norteia a
classificação dos elementos do ativo – o prazo: (1) no ativo, o prazo de
realização, (2) no passivo, o prazo de exigibilidade.
6
Por condição entende-se um “evento futuro e incerto”. Assim, somente no momento
do implemento da condição a obrigação surgirá no patrimônio. Exemplificativamente,
se a empresa é fiadora de um terceiro, ainda não contraiu obrigação nenhuma;
somente no caso de inadimplência do terceiro é que surgirá – no patrimônio da
empresa – um passivo (obrigação de honrar o pagamento não realizado por aquele
terceiro).
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Ainda, no âmbito do passivo, existe um item patrimonial que apresenta
algumas características de passivo exigível e – ao mesmo tempo – de
patrimônio líquido: o item “Resultado de Exercícios Futuros”, definido no
art. 181 da Lei das S/A, abaixo:
Resultados de Exercícios Futuros
Art. 181. Serão classificadas como resultados de exercício
futuro as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos
custos e despesas a elas correspondentes.
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– caso positivos – ou prejuízos – caso negativos – e irão compor as
contas de patrimônio líquido:
- lucros ou prejuízos acumulados;
- reservas de lucros.
Apenas a título de esclarecimento acerca do mecanismo de integração,
do lucro auferido, ao patrimônio, cabe referir que o lucro auferido pode
ser – em seguida – destinado aos sócios (na forma de dividendos a
pagar). Portanto, após integrar o patrimônio líquido, esse valor é dele
retirado, por conta da entrega dos dividendos aos sócios (acionistas). O
lucro auferido, em princípio passível de entrega aos sócios, pode ser
reinvestido pelos sócios na empresa, na forma de aumento de capital.
Metaforicamente, tanto o passivo quanto o patrimônio líquido podem ser
encarados como obrigações da empresa. O passivo exigível constitui
obrigação da empresa para com terceiros enquanto o PL constitui
obrigação da empresa para com seus sócios. O PL, no entanto, é
conhecido como passivo não exigível pois, por disposição de lei, ele não
pode ser exigido pelos seus sócios a não ser quando da dissolução da
empresa ou da saída do sócio. Desta forma, por não ser exigível, o PL é
conhecido por capital próprio.
Algebricamente é bastante fácil encontrar o PL, basta subtrair do ativo
(bens + direitos) as dívidas da empresa, ou seja, o passivo (exigível),
conforme esquematicamente a seguir:
ATIVO (-) PASSIVO (=) PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
A lei das S/A classifica, nos termos de seu art. 182, como integrantes do
patrimônio líquido – simplificadamente – as seguintes contas (ou grupos
de contas):
- capital social;
- reservas de capital;
- reservas de reavaliação;
- reservas de lucros; e
- lucros ou prejuízos acumulados.
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3.2.3 Considerações sobre os grandes grupos de contas do Balanço
Patrimonial
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II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e
produtos do comércio da companhia, assim como
matérias-primas, produtos em fabricação e bens em
almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção,
deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de
mercado, quando este for inferior;
III - os investimentos em participação no capital social de
outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a
250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão
para perdas prováveis na realização do seu valor,
quando essa perda estiver comprovada como permanente,
e que não será modificado em razão do recebimento, sem
custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas;
IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição,
deduzido de provisão para atender às perdas
prováveis na realização do seu valor, ou para redução
do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este
for inferior;
V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de
aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de
depreciação, amortização ou exaustão;
VI - o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado,
deduzido do saldo das contas que registrem a sua
amortização. (grifos na transcrição)
A leitura do dispositivo acima revela que o valor dos elementos
componentes do ativo deve ser determinado com base no seguinte
critério – resumidamente apresentado na seguinte expressão: “custo ou
mercado, dos dois o menor”. Por custo, entende-se o valor pago pela
aquisição do bem ou direito (o valor que esse bem ou direito “custou”
para a empresa). Por mercado, entende-se o valor que o mercado
avalia esse bem ou direito. No caso do valor de mercado ser inferior ao
custo, surge uma “perda na penumbra”, ou seja, a necessidade de
registro de uma provisão sobre o valor inicial do bem7.
7
Sobre o conceito de provisão, ver aula 06 deste curso.
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Assim, se uma empresa:
a) tomar emprestado recursos de uma instituição financeira
(bancos, por exemplo), haverá uma origem de recursos –
passivo.
b) Arrecadar valores dos sócios, para – por exemplo –
aumento de capital, haverá uma origem de recursos –
patrimônio líquido.
Todavia, esses recursos originados serão aplicados em algum lugar.
Tais recursos se tornarão bens ou direitos da empresa, portanto serão
aplicados em seu ativo (estoques, máquinas, etc.).
Dessa forma, fica bastante simples entender porque o ativo será sempre
igual ao passivo – em sentido amplo – (mais propriamente à soma do
passivo com o patrimônio líquido). A empresa somente pode aplicar em
seu patrimônio aquilo que tem uma origem e todo recurso originado
para a empresa deverá ser aplicado elemento de seu patrimônio.
Mais uma vez, recorrendo à nossa metáfora acerca do patrimônio (que o
considera como uma “caixa de areia”), fica fácil visualizar que o total de
areia “aplicado” nos montinhos patrimoniais representativos do ativo é
originado (e, portanto, idêntico em valor) do total de areia “escavado”
dos buracos patrimoniais representativos do passivo e do patrimônio
líquido.
Em outras palavras, o passivo e o PL são – em última análise – a origem
do ativo, conforme figura a seguir:
Ativo Passivo
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3.2.4 Grupos específicos de contas do balanço patrimonial
Neste item da matéria, serão apresentadas as definições, e feitas
considerações específicas sobre os seguintes grupos patrimoiais: (a)
Ativo Circulante; (b) Ativo Realizável a Longo Prazo; (c) Ativo
Permanente e seus subgrupos (c.1) Investimentos, (c.2) Imobilizado e
(c.3) Diferido; (d) Passivo Circulante e Passivo Exigível a Longo Prazo;
(e) Resultado de Exercícios Futuros e (f) Patrimônio Líquido.
8
Pela aplicação do princípio fundamental de contabilidade da “Oportunidade”.
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realização inferior a 12 meses – portanto deve esse direito deve, sim,
ser classificado no ativo circulante. Repare que, apesar de, no momento
de sua aquisição, o direito ter um prazo superior a 12 meses para sua
realização, sua data de realização é anterior ao final do próximo
exercício e, portanto, no momento do balanço patrimonial, o prazo de
realização será inferior a 12 meses.
Dessa forma, propomos uma regra simples, e de fácil aplicação, para
classificação de bens e direitos no ativo circulante: classificam-se – de
imediato – no ativo circulante os bens e direitos cuja realização ocorrerá
até o final do próximo exercício. No exemplo, o direito adquirido em
03/04/2006 deverá ser realizado em 03/12/2007, portanto antes do
final do próximo exercício (que somente ocorreria em 31/12/2007),
cabendo sua classificação – imediata – no ativo circulante.
Recapitulando, por ativo circulante, entende-se o grupo onde serão
classificados os seguintes itens: (1) disponibilidades, (2) bens e direitos
realizáveis até o término do exercício social subseqüente e (3) as
aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.
Cabe, entre uma breve observação, sobre uma situação específica – e
rara: o balanço intermediário.
Algumas empresas podem estar obrigadas a elaborar um Balanço
patrimonial intermediário, ou seja, em data anterior à do encerramento
do exercício (por determinação do estatuto, ou da lei – por conta da
atividade da empresa). No caso, a classificação das contas no
circulante, ou no longo prazo, deve levar em consideração os 12 meses
seguintes à data de elaboração desse balanço intermediário. Assim, no
balanço intermediário, uma conta que tenha prazo de realização
terminando antes do final do exercício seguinte pode – eventualmente –
ter de ser demonstrada no Ativo Realizável a Longo Prazo (basta que
seu prazo de realização seja superior a 12 meses, contados da data do
balanço intermediário).
O ativo circulante é dividido em:
- disponibilidades
- Investimentos temporários
- Créditos a receber
- Estoques
- Despesas antecipadas
Adiante, nessa aula, estudaremos cada um dos grupos componentes do
ativo circulante.
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3.2.4.2 Ativo Realizável a Longo Prazo
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poder sobre a maioria das ações com direito a voto) e a possibilidade de
nomear/destituir a maioria dos administradores9. Sociedades coligadas
são aquelas em que uma possui, pelo menos 10% do capital da outra,
sem controlá-la.
Esclarecidos os termos utilizados, vamos contextualizar o dispositivo
legal (para que seja possível entender sua finalidade). Assim, cabe
dizer que a Lei das S/A, preocupada em garantir que as empresas
apresentassem seu patrimônio de modo claro para os usuários da
contabilidade – privilegiando a essência, em detrimento da forma – não
permitiu que um direito (da empresa) contra uma pessoa com ela
relacionada fosse registrado como algo que a empresa tenha a
possibilidade de exigir no curto prazo (em pouco tempo). Isso está de
acordo com o que acontece na vida real: geralmente, as pessoas não
exigem valores daqueles que estão intimamente com elas relacionados.
Portanto, se a empresa tivesse, por exemplo, o direito de receber um
valor de seu diretor (referente a um contrato de empréstimo, cuja data
formalizada para pagamento fosse ocorrer em dois meses) e o diretor,
eventualmente, não pagasse o valor na data formalizada – em contrato
– para seu pagamento, muito dificilmente a empresa tentaria cobrar
esse valor pelos meios legais (até porque, muitas vezes, o responsável
pela cobrança de valores para a empresa pode ser o próprio diretor).
Então, a lei, para evitar que os usuários da contabilidade, ao analisar as
demonstrações do patrimônio da empresa (notadamente o Balanço
Patrimonial), fossem enganados, contando com a existência de um
direito a ser realizado (cobrado) no curto prazo, que, na realidade, iria
demorar muito para ser exigido, determinou que tais direitos fossem
classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo, independentemente do
prazo formalizado para seu recebimento/realização.
Um exemplo – bem humorado –, que serve para fixar o conceito,
encontra-se a seguir.
Suponha que o diretor de uma empresa denominada Tamancos e
Tamancos S/A (cujo objeto consiste em “comprar tamancos em Novo
Hamburgo/RS10 e revendê-los a portugueses, na Praça dos Açorianos11”)
desejasse contrair um empréstimo, dessa empresa, para comprar um
9
Sobre o conceito de controle societário (direito/indireto) ver aula sobre Participações
Societárias – Método da Equivalência Patrimonial – adiante neste curso.
10
Novo Hamburgo é uma cidade próxima à Porto Alegre (capital do Rio Grande do
Sul), que consiste em um pólo calçadista, no estado.
11
A praça dos Açorianos, em Porto Alegre, é uma praça em homenagem à imigração
portuguesa (vinda da Ilha dos Açores) que consistiu na primeira colonização da atual
capital do Estado do Rio Grande do Sul.
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BMW, para seu uso pessoal. Imaginem a situação: o diretor, dirigindo-
se à empresa, para pedir um empréstimo – para pagamento em seis
meses, seria recebido por ele mesmo e realizaria o pedido do
empréstimo a ele mesmo (na condição de mandatário da empresa).
Ninguém, em sã consciência, acreditaria que, se o diretor não
conseguisse pagar esse empréstimo, ele envidaria esforços (em
benefício da empresa) para cobrar essa dívida dele mesmo
(prejudicando a si próprio).
É por essa razão que esse empréstimo deve ser classificado no Ativo
Realizável a Longo Prazo (porque a empresa não tem – presumidamente
– interesse em cobrá-lo na data formalizada). Repare que, no caso de
empréstimos a terceiros não relacionados à empresa, a situação é bem
diferente: a empresa tem todo o interesse de o valor a ela devido seja
efetivamente entregue – conforme contratado.
Ao contrário, se essa mesma empresa vendesse tamancos a prazo, para
clientes em geral, e um de seus diretores adquirisse também tamancos
a prazo (nas mesmas condições dos demais clientes), o direito – da
empresa – de receber o valor de seu diretor, não seria imediatamente
classificado no Ativo Realizável a Longo Prazo, mas cairia na regra geral
(somente classificada no Ativo Realizável a Longo Prazo se sua
realização, certa ou provável, fosse prevista para após o término do
exercício seguinte). Essa disposição decorre do fato de que: (a) se a
empresa tratou seu diretor da mesma forma que trataria qualquer
terceiro não relacionado quando da operação que ensejou a entrada do
direito em seu patrimônio, (b) então presume-se que a empresa
também o tratará dessa forma no que diz respeito à exigência de
pagamento desse valor.
Repetindo, independentemente do prazo de vencimento, os créditos de
“coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no
lucro”, oriundos de negócios não usuais na exploração do objeto da
companhia, devem ser também classificados no longo prazo, ou seja,
mesmo vencíveis ou com previsão de recebimento a curto prazo. Tais
contas seriam as que a companhia tiver a receber dessas pessoas,
oriundas, por exemplo, de:
- venda de bens do ativo imobilizado outros do ativo permanente;
- adiantamentos ou empréstimos para suprir necessidades de
caixa de empresas coligadas ou controladas;
- empréstimos ou adiantamentos a diretores e acionistas ou
outros participantes no lucro (detentores de partes beneficiárias
ou debêntures).
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Desta maneira, as duplicatas ou contas a receber da empresa contra
estas pessoas, derivadas da venda de produtos ou serviços típicos do
objeto da empresa, realizáveis dentro de um ano da data do balanço,
devem ser classificadas no ativo circulante.
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3.2.4.2.4 Considerações finais sobre o Ativo Realizável a
Longo Prazo
Normalmente o Ativo Realizável a Longo Prazo representa um ativo não
muito significativo, comparado com os demais grupos patrimoniais do
Balanço Patrimonial, podendo inclusive ser apresentado por totais dos
seus subgrupos (com a indicação do valor das provisões
correspondentes). Se, por outro lado, seu valor for muito irrelevante,
pode ser indicado por um único valor no Balanço.
12
Ou conforme as duas exceções vistas no item anterior.
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Saliente-se que, com o final da Correção Monetária de Balanço, a
determinação legislativa referenciada no parágrafo anterior perdeu sua
razão de ser. Assim, repete-se, o critério – atual – único, para
classificação de elementos patrimoniais no Ativo Permanente é o da
intenção (de permanência).
O ativo permanente, portanto, compreende os bens e direitos que a
empresa não deseja ou não pode realizar, isto é, vender e transformar
em dinheiro.
Essas aplicações podem ser feitas com o objetivo de dar
operacionalidade à empresa – neste caso, compõem o grupo
imobilizado. Se não se destinarem à manutenção da atividade da
empresa, comporão o grupo investimentos. Existem ainda aplicações
em despesas que contribuem para a formação do resultado de exercícios
subseqüentes e não devem, portanto, ser apropriadas ao exercício em
que foram gastas. Neste caso, constituem o grupo diferido.
Cada um desses três grupos será estudado em separado, a seguir.
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Adicionalmente, o dispositivo legal faz uma referência a participações
permanentes em outras sociedades. Por participações permanentes em
outras sociedades entende-se, basicamente: (a) ações de companhias;
e (b) cotas do capital de sociedades limitadas. Tais participações (ações
ou cotas) dão, à empresa, direito a uma fração ideal do patrimônio da
pessoa jurídica investida, bem como de seus lucros e sua administração.
Assim, se uma empresa é detentora de ações (ou cotas de capital)
referentes a outra empresa, ela tem direito a parte do respectivo
patrimônio, resultado e administração.
Seja o exemplo de uma holding (empresa que tem por objeto – tão
somente – a participação no capital de outras pessoas jurídicas), que
possui – em seu patrimônio – ações e cotas de outras pessoas jurídicas.
Essas ações e quotas consubstanciam direitos da holding que deverão
ser classificados em seu Ativo Permanente Investimentos.
Existem basicamente dois métodos de avaliação desses direitos,
relativos a investimentos:
- o método de custo;
- o método da equivalência patrimonial.
O método de custo é adotado para os investimentos menores e o
método da equivalência patrimonial para os mais significativos –
importantes, em termos do nível de participação acionária na investida e
de sua relevância na investidora. Esses investimentos (em ações ou
cotas de capital de outras pessoas jurídicas), por sua importância, será
objeto de estudo em separado, em aula específica, adiante neste curso.
Finalmente, o dispositivo legal em tela refere-se também a direitos de
qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se
destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa.
Nesse diapasão, classificam-se também no Ativo Permanente
Investimentos quaisquer bens ou direitos não utilizados na atividade fim
da empresa, como – por exemplo: (a) jóias, (b) obras de arte e (c)
imóveis para renda.
Os valores registrados no ativo permanente investimentos, portanto,
deverão ser os seguintes:
a) Participações permanentes em outras sociedades – que têm por
características de aplicação de capital que não seja de forma
temporária ou especulativa, existindo a intenção de
permanência, ou seja, de usufruir dos rendimentos
proporcionados por esses investimentos. Estes investimentos
podem ser voluntários ou oriundos de incentivos fiscais.
b) Outros investimentos permanentes como imóveis de aluguel ou
obras de arte.
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Repare – e isso é importante – que, quando se trata de participações
permanentes (ações ou quotas), não é necessário que elas não estejam
sendo utilizadas na atividade fim da empresa. Essa condição somente é
necessária à classificação no Ativo Permanente Investimentos para os
demais itens (jóias, imóveis de aluguel e obras de arte).
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13
Estou, cada vez mais, convencido de que poetas teriam grande facilidade para
entendimento das convenções e critérios utilizados na definição da nomenclatura
utilizada pela Contabilidade – tratam-se de metáforas acerca do patrimônio.
14
Nesse sentido, ver aula 01 deste curso – princípio da competência.
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a) serem em regra geral intangíveis, sujeitos a amortização
durante o período de tempo em que contribuírem para a
formação do resultado da empresa;
b) compreenderem despesas incorridas durante o período de
desenvolvimento, construção e implantação de projetos,
anteriores ao início das operações sociais (fase pré-operacional);
c) por compreenderem ainda as despesas incorridas com pesquisas
e desenvolvimento de novos produtos, métodos e fórmulas de
fabricação, modernização e reorganização da empresa;
d) não incluírem bens corpóreos, mesmo aqueles utilizados na fase
pré-operacional ou na que anteceda ao lançamento comercial de
novos produtos, os quais deverão ser classificados no ativo
imobilizado;
Obs.: em alguns casos raros, todavia, o ativo diferido pode conter
gastos com bens corpóreos, desde que, por si mesmos, tais bens não
tenham utilidade de exploração para a empresa tais como protótipos.
e) não se confundirem com as despesas pagas antecipadamente,
classificáveis no ativo circulante ou realizável a longo prazo,
porque essas consistem em direitos exigíveis de terceiros e,
quando de sua utilização, serão apropriados como despesas,
porém, nesse caso, não há um direito propriamente exigível de
um terceiro, mas (tão somente) um “direito a ter lucro no
futuro”.
Exemplificativamente, se uma empresa contrata um seguro contra
incêndio de suas instalações e paga os prêmios antecipadamente,
adquire o direito de ter suas instalações protegidas por um período de
tempo (podendo receber uma indenização caso ocorra um sinistro com o
imóvel naquele período). Assim, as despesas antecipadas consistem em
direitos, que se transformam em despesas à medida que flui o prazo
contratual, enquanto o ativo diferido se compõe de verdadeiros gastos
que aguardam o tempo próprio para serem computadas no resultado.
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Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive
financiamentos para aquisição de direitos do ativo
permanente, serão classificadas no passivo circulante,
quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo
exigível a longo prazo, se tiverem vencimento em prazo
maior, observado o disposto no parágrafo único do artigo
179.
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prazo que – presumidamente – não teria interesse em
cobrar (de parte a ela relacionada), sendo apropriada a
apresentação desse direito no longo prazo; mas, de forma
nenhuma, seria esperado que uma empresa (ao
demonstrar seu patrimônio) não explicitasse no curto
prazo uma obrigação por ela contraída para pagamento no
curto prazo (ainda que para uma parte a ela
relacionada)15.
15
No final das contas, apesar de se tratar de aplicação direta da Lei das S/A,
materialmente esses dispositivos estão de acordo com o Princípio Fundamental de
Contabilidade da Prudência.
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atividade, por tempo determinado, com pagamento antecipado. A
seguir, encontra-se a descrição do exemplo proposto.
Seja uma empresa (utilizaremos a empresa Tamancos e Tamancos S/A)
que tenha em seu Ativo Permanente Investimentos uma fazenda, não
utilizada em suas atividades fim, e deseje arrendar esta fazenda para
terceiros – pelo prazo de 5 (cinco) anos. Seja, também, uma pessoa
que esteja interessada em desenvolver uma atividade (como, por
exemplo, criação de avestruzes) e deseje arrendar a fazenda
(pertencente à empresa Tamancos e Tamancos S/A) para essa
atividade. Nesse caso, o interessado e a empresa Tamancos e
Tamancos S/A podem contratar um arrendamento, sem previsão de
devolução de valores, em que: (a) o interessado entrega – de pronto –
o valor de R$ 50.000,00, para aquisição do direito de utilização da
fazenda pelo prazo de 5 (cinco) anos e (b) a empresa Tamancos e
Tamancos S/A se compromete a entregar a fazenda, “de porteira
fechada”, ao interessado por esse prazo.
Repare que no patrimônio da empresa surge dinheiro (R$ 50.000,00),
mas não surge uma obrigação (de dar algo – porque a fazenda já foi
entregue, de fazer algo – porque a única coisa que deve ser feita é
esperar os cinco anos, nem de devolver o dinheiro). Assim, parece que
o patrimônio aumentou, mas – pelo regime de competência – isso ainda
não ocorreu. Dessa forma, a contrapartida do valor recebido se
enquadra, perfeitamente, na definição de Resultados de Exercícios
futuros.
À medida que o tempo for passando, a empresa Tamancos e Tamancos
S/A terá cumprido o que havia prometido fazer, ou seja, permitir que o
interessado utilize a fazenda na sua atividade. Será, portanto, também,
à medida que o tempo for passando, que o valor antes recebido deverá
ser registrado com receita de arrendamento auferida, em contrapartida
dos Resultados de Exercícios Futuros.
Repare que as situações típicas de Resultados de Exercícios Futuros,
acima apresentadas exemplificativamente, não se confundem com
aquelas relativas aos recebimentos adiantados por conta de serviços
ainda não prestados (ou bens ainda não entregues), pois nesse caso há
uma efetiva obrigação para com terceiros. Na existência de obrigação,
a contabilização será feita no Passivo Exigível, como nos seguintes
exemplos:
- adiantamento recebido de clientes por fornecimento de bens;
- adiantamento recebido de clientes por fornecimento de
serviços;
- adiantamento recebido de clientes por obras por empreitada.
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As empresas que desenvolvem as atividades de compra e venda,
loteamento, incorporação e construção de imóveis são, provavelmente,
as que mais utilizam as contas de Resultados de Exercícios futuros, mas
por imposição fiscal. Essa situação tem sido objeto de crítica, de parte
de vários autores, por estar em desconformidade com os princípios
fundamentais de contabilidade. Nosso curso, de Contabilidade Geral,
não trata especificamente do assunto (há disposições específicas
relativas à contabilização dessas atividades), portanto, não iremos nos
deter na discussão. Cabe, entretanto, uma breve referência a essas
críticas.
As disposições fiscais determinam, nos arts. 410 a 413 do Decreto
3.000, de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99), para
quem quiser postergar o pagamento do Imposto de Renda, o uso de
procedimentos que não compatíveis com a lei das S/A.
Recordando, a aplicação do regime de competência implica, na
determinação do resultado do exercício, que sejam computados: (a) as
receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da
sua realização em moeda; e (b) os custos, despesas, encargos e perdas,
pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.
O dispositivo fiscal, entretanto, determina o registro das receitas de
vendas a prazo de unidades imobiliárias no grupo patrimonial
Resultados de Exercícios Futuros, e sua apropriação (como receita do
exercício) à proporção do recebimento do valor da venda. O uso
diferenciado dado ao grupo patrimonial Resultados de Exercícios Futuros
pela legislação fiscal é diverso daquele inicialmente previsto pela Lei das
S/A. Autores entendem que isso (que eles entendem ser um equívoco)
deve ter tido como origem o fato de existirem alguns tipos de negócios
com imóveis nos quais a fase mais difícil seja a do recebimento.
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Patrimônio Líquido
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante
subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.
§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas
que registrarem:
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o
valor nominal e a parte do preço de emissão das ações
sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada
à formação do capital social, inclusive nos casos de
conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus
de subscrição;
c) o prêmio recebido na emissão de debêntures;
d) as doações e as subvenções para investimento.
§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o
resultado da correção monetária do capital realizado,
enquanto não-capitalizado.
§ 3° Serão classificadas como reservas de reavaliação as
contrapartidas de aumentos de valor atribuídos a
elementos do ativo em virtude de novas avaliações com
base em laudo nos termos do artigo 8º, aprovado pela
assembléia-geral.
§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas
constituídas pela apropriação de lucros da companhia.
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no
balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que
registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.
Uma questão, que atormenta a mente daqueles que – pela primeira vez
– tentam cotejar o conceito de Patrimônio Líquido com a definição
normativa dos grupos de conta que o compõem, é a seguinte:
- Por que o valor de uma simples diferença (diferença entre
bens/direitos e obrigações – conforme definição do PL) deve ser
representado por tantos diferentes elementos
patrimoniais (O PL é representado por várias contas contábeis
– conforme determinado pela Lei das S/A)?
A resposta para essa questão é, relativamente, simples – porém, não é
intuitiva, qual seja:
- A razão para que tantas diferentes contas contábeis
representem (em seu conjunto) o valor de uma única diferença
(entre bens/direito e obrigações) é que, cada uma delas,
representa um dos motivos que ensejaram a existência
dessa diferença (entre bens/direitos e obrigações).
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Assim, se a diferença entre bens/direitos e obrigações é decorrente da
contribuição dos sócios para a formação do patrimônio da
empresa ela deve ser registrada (no PL) na conta Capital.
Outro exemplo seria, se a diferença entre bens/direitos e obrigações é
decorrente da atividade da própria empresa, que gerou lucros e
decidiu não os entregá-los aos sócios, na forma de dividendos,
mas reservá-los, no patrimônio ela deve ser registrada (no PL) na
conta de Reservas de lucro.
A seguir, em item próprio, analisaremos o significado e o
comportamento de cada uma das contas contábeis que compõem o
Patrimônio Líquido.
Ativo Passivo
Ativo Circulante - AC Passivo Circulante - PC
----------------------------- -------------------------------
Passivo Exigível
Ativo Realizável A Longo Prazo - PELP Obrigações
a Longo Prazo - ARLP (Exigibilidades ou
Bens e Direitos ------------------------------- Capital de Terceiros)
(Patrimônio Bruto, ----------------------------- Resultados de Exercícios
Aplicações ou Futuros - REF
Investimentos) ----------------Patrimônio Líquido - PL
Ativo Investimentos Capital
Permanente Imobilizado Reservas de Capital Bens e Direitos
- AP Diferido Reservas de Reavaliação (-) Obrigações
Reservas de Lucro (Capital Próprio)
Lucros e Prejuízos Acumulados (LPA)
(-) Ações em Tesouraria
Legenda:
Ativo Circulante - AC: Bens e direitos realizáveis até o final do próximo exercício
Ativo Realizável a Longo Prazo - ARLP: Bens e direitos realizáveis após o final do próximo exercício
Ativo Permanente Investimentos - Apinv: Bens e direitos adquiridos com intenção de permanência, utilizados em atividade
diversa do objeto da empresa
Passivo Circulante - PC: Obrigações exigíveis até o final do próximo exercício
Passivo Exigível a Longo Prazo - PELP: Obrigações exigívies após o final do próximo exercício
Resultados de Exercícios Futuros - REF: Receitas recebidas antecipadamente, deduzidas dos respectivos custos, para as quais
(a) não haja obrigação de devolução, nem (b) necessidade de prestação positiva
Patrimônio Líquido - PL: Diferença entre Bens/Direitos e Obrigações
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A seguir, apresentamos um plano de contas16 exemplificativo – de uma
típica empresa comercial – para estudo do comportamento de cada uma
de suas contas patrimoniais componentes, apresentadas no Balanço
Patrimonial.
Aproveitamos a oportunidade para referir – mais uma vez – que não há
uma legislação que uniformize os nomes das contas. Assim,
dependendo da situação, sinônimos podem ser utilizados.
16
Ver o conceito de plano de contas na aula 03 desse curso.
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Classificação Descrição Obs.
1 Ativo bens e direitos da empresa
1.1 Ativo Circulante bens e direitos realizáveis até o término do exercício social subseqüente
1.1.1 Disponibilidades bens e direitos realizáveis imediatamente
1.1.1.1 Caixa
1.1.1.2 Depósitos bancários a vista
1.1.1.4 Aplicações de liquidez imediata
1.1.1.5 Numerários em trânsito
1.1.1.6 Saldos em moeda estrangeira
1.1.2 Investimentos temporários aplicações bancárias e outras realizáveis até o término do exercício subseqüente
1.1.2.1.2 Aplicações de renda fixa (deduzidas da respectia provisão para perdas)
1.1.2.1.3 Aplicações de renda variável (deduzidas da respectia provisão para perdas)
1.1.3 Contas a receber valores a receber de terceiros, dentro do exercício social
1.1.3.1 Clientes
1.1.3.1.1 Duplicatas a receber
Provisão para créditos de liquidação
1.1.3.1.2 duvidosa
1.1.3.1.3 Duplicatas descontadas
1.1.3.2 Outros créditos
1.1.3.2.1 Títulos a receber - promissórias
1.1.3.2.2 Cheques em cobrança
1.1.3.2.3 Dividendos propostos a receber
1.1.3.2.4 Bancos - contas vinculadas
1.1.3.2.5 Adiantamentos a terceiros
1.1.3.2.6 Créditos a funcionários
1.1.3.2.7 Impostos a recuperar
1.1.4 Estoques mercadorias para revenda, matéria prima para produção e material de consumo
1.1.5 Despesas antecipadas pagamentos antecipados de despesas que somente ocorrerão posteriormente
1.2 Ativo Realizável a Longo Prazo bens e direitos realizáveis após o término do exercício subseqüente
1.2.1 Créditos e Valores
1.2.1.1 Bancos – contas vinculadas
1.2.1.2 Contas a receber
1.2.1.3 Títulos a receber
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3.2.5.2 Contas de Passivo / Patrimônio Líquido
Na tabela abaixo, encontra-se um resumo das contas contábeis
constantes do Passivo, Resultado de Exercícios Futuros e Patrimônio
Líquido de uma empresa, juntamente com breve descrição de sua
função.
Classificação Descrição Obs.
2 PASSIVO Obrigações da empresa com terceiros
obrigações exigíveis antes / depois do fim do
2.1 Passivo circulante e exigível a longo prazo exercício subseqüente
2.1.1 fornecedores
2.1.2 títulos a pagar
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3.2.6 Ativo Circulante
Conforme já visto, o Ativo Circulante é composto por bens ou direitos
realizáveis até o final do próximo exercício. A seguir, apresentaremos
cada um dos subgrupos componentes do Ativo Circulante: (a)
Disponibilidades; (b) Aplicações de Curto Prazo; (c) Créditos; (d)
Estoques e (d) Despesas Antecipadas; conforme determinado, nos
termos do art. 179 da Lei das S/A:
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos
realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as
aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;
3.2.6.1 Disponibilidades
O conceito de disponibilidades alcança os elementos patrimoniais que
podem ser imediatamente realizados, por valor conhecido. Para análise
do conceito antes colocado e necessário considerar que o termo
“realizar” tem o significado de “transformar, um elemento patrimonial,
em outra coisa”17. Assim, classificam-se em “Disponibilidades” os
elementos patrimoniais passíveis de transformação em outros elementos
IMEDIATAMENTE, por um valor já conhecido.
O exemplo mais contundente, de elemento patrimonial passível de
classificação no grupo Disponibilidades, é o dinheiro em caixa, que por
ter “curso forçado”18 pode ser utilizado imediatamente – trocado por
qualquer outra coisa.
A Lei das S/A estabelece, no seu art. 178, que, no Ativo, as contas
serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez e, dentro
desse conceito, as contas de Disponibilidade são as primeiras a serem
apresentadas no Balanço. Repare que há referência expressa ao item
“Disponibilidades” no art. 179, da lei das S/A, que enumera os itens do
Ativo Circulante. A seguir, encontram-se transcritos, parcialmente, os
dois artigos citados:
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas
segundo os elementos do patrimônio que registrem, e
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise
da situação financeira da companhia.
17
Não confundir os termos realizar, alienar e vender. Realizar é um termo genérico
(transformação de um elemento patrimonial em outra coisa); alienar é uma das
espécies do gênero realizar (transformação de um elemento patrimonial em outra
coisa, pela sua entrega a outrem – “alien”) e, finalmente; vender é uma espécie do
gênero alienar (entrega onerosa – não gratuita – de um bem a terceiros).
18
Ser, obrigatoriamente, aceito para pagamento – por força de lei.
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§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem
decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas
registrados, nos seguintes grupos:
a) ativo circulante;
...
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I - no ativo circulante: as disponibilidades, …
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- depósitos a prazo fixo;
- certificados de depósito bancário;
- ações adquiridas ou cotadas através de bolsas de valores;
- aplicações temporárias em ouro;
- fundos de investimentos de renda fixa ou variável, etc.
A classificação desses investimentos temporários deverá ser feita em
função do tipo de investimento, do prazo de resgate e considerando,
ainda, a própria intenção da empresa quanto à época em que pretende
resgatar os títulos.
É importante lembrar que esses ativos têm seu valor original atualizado
pelos respectivos rendimentos (com contrapartida em receitas
financeiras). Essa atualização gera um comportamento (ascendente) no
valor do ativo, denominado “curva do papel”.
Ocorre que, durante o período de maturação do investimento (entre sua
aplicação e seu resgate), pode ocorrer que o mercado (terceiros, em
geral), pelas mais diversas razões, não se disponha a pagar pelo título o
valor original, atualizado. Nessa situação, ocorre o fenômeno (por nós
já conhecido) de uma “perda na penumbra”. Nessa situação, faz-se
necessária a constituição de uma provisão para perdas em
investimentos.
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deduzidos dos valores relativos a perdas em seu recebimento
(provisões).
3.2.6.4 Estoques
O estoque é grupo patrimonial que congrega elementos que
apresentam, às vezes, características diferentes. Assim, o estoque
alcança (a-1) bens adquiridos e (a-2) bens produzidos pela empresa;
destinados a (b-1) venda ou a (b-2) consumo. Repare que, no mesmo
grupo patrimonial – estoques – estão representados:
- bens adquiridos, para venda (mercadorias);
- bens produzidos, para venda (estoques);
- bens adquiridos, para consumo (almoxarifado);
- bens produzidos, para consumo (almoxarifado produzido) –
situação mais rara.
Além de sua diversificação e abrangência, os estoques representam um
dos ativos mais importantes do ativo circulante, também, por dois
motivos adicionais: (a) estarem ligados à atividade fim da empresa (no
caso de empresa comercial) e (b) serem passíveis de avaliação por
diferentes métodos – o que implica diferentes resultados, para a
empresa, dependendo do método utilizado.
Com relação ao motivo referenciado no item (a) do parágrafo anterior,
os estoques são importantes por estarem intimamente ligados às
principais áreas de operação das companhias e envolvem problemas de
administração, controle, contabilização e avaliação. Com relação ao
motivo referenciado no item (b), temos que o método de avaliação do
estoque pode influenciar o resultado (lucro) registrado da empresa.
Exemplificando o problema da avaliação do estoque, considere a
seguinte situação:
Seja nossa já conhecida empresa, Tamancos e Tamancos S/A, cujo
objeto consiste em “comprar tamancos em Novo Hamburgo/RS e
revendê-los a portugueses, na Praça dos Açorianos”. Considere que
essa empresa tenha adquirido um lote de 100 (cem) pares de tamancos
pelo preço unitário de R$ 10,00, cada par19. Nesse caso, o valor original
das mercadorias adquiridas (registrado na conta estoque) será de R$
10,00 (*) 100 = R$ 1.000,00.
Considere, ainda que a empresa, satisfeita com o produto, tenha
decidido adquirir mais um lote de 100 (cem) pares de tamancos.
19
Desconsidere, para fins de simplificação do exemplo, a incidência de tributos sobre a
circulação de mercadorias e o faturamento.
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Entretanto, o fornecedor informou que o valor do produto havia
aumentado para R$ 12,00 o par. Assim, foram adquiridos mais 100
(cem) pares de tamancos ao preço unitário de R$ 12,00, cada par e o
valor total agora registrado na conta estoque será de R$ 1.000,00 (+)
R$ 12,00 (*) 100 (=) R$ 2.200,00.
Finalmente, considere que a empresa Tamancos e Tamancos S/A tenha
vendido seu primeiro par de tamancos por R$ 15,00.
Agora, resta a pergunta: O par de tamancos vendido foi um daqueles
comprados no primeiro lote (por R$ 10,00); foi um daqueles comprados
no segundo lote (por R$ 12,00) ou teria sido um pé de cada lote (por R$
11,00 – na média)? A resposta a essa pergunta – no caso específico – é
impossível, visto que os tamancos de ambos os lotes são idênticos e
encontram-se (fisicamente) guardados juntos.
Ora, nesse caso, faz-se necessário utilizar um critério de avaliação do
valor do tamanco vendido, considerando que a legislação permite a
utilização de dois diferentes critérios, a saber: (a) PEPS – primeiro que
entre, primeiro que sai, ou (b) Média – média ponderada móvel.
Utilizando, alternativamente os diferentes critérios permitidos pela
legislação, os valores do lucro e do estoque remanescente após a venda
ficam alterados. A tabela a seguir ilustra a situação:
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Estoque inicial
Descrião quantidade valor unitário valor total
Valor inicial em estoque 100 10,00 1.000,00
100 12,00 1.200,00
2.200,00
Método PEPS
Apuração do lucro
Descrição Valor total
Valor da venda 15,00
(-) valor do tamanco vendido (10,00)
(=) lucro 5,00
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antecipadas serem registradas no ativo reside no fato de que quando se
paga antecipadamente por algo, adquire-se o direito àquilo que foi pago.
Ora, todo direito (inclusive o de se exigir que a outra parte cumpra o
que combinou realizar – pelo que já foi pago) deve ser classificado no
ativo.
As despesas antecipadas, portanto, consistem em ativos e representam
pagamentos antecipados, cujos benefícios ou prestação de serviço à
empresa se farão durante o exercício seguinte.
Pelo conceito de liquidez, este é o último item apresentado no Ativo
circulante. Normalmente, todos os itens dessa natureza se referem a
despesas do exercício seguinte à data do balanço. Entretanto, em
alguns casos mais raros, poderemos ter pagamentos antecipados de
despesas cujos benefícios ou prestação dos serviços ocorram em prazos
ainda maiores. Nesse caso, a classificação no balanço deverá ser em
conta do Ativo Realizável a Longo Prazo.
Deve-se prestar atenção para não confundir a natureza das operações
classificáveis nesses subgrupos, seja no Ativo Circulante, seja no
Realizável a longo prazo com a natureza das operações classificáveis no
Ativo Diferido, que é parte do Ativo Permanente. As despesas pagas
antecipadamente, como já mencionado, são as despesas que
efetivamente e deforma objetiva pertencem ao exercício ou exercícios
seguintes. Não são ainda despesas incorridas. Por seu turno, no Ativo
Diferido (conforme já definido, quando analisado o ativo permanente)
incluem-se despesas já incorridas, pagas ou a pagar, mas que são
ativadas para serem apropriadas em exercícios futuros, pois contribuirão
para a formação dos resultados de exercícios futuros, tais como
pesquisas e desenvolvimento de produtos, despesas pré-operacionais
etc.
Como exemplo de despesas pagas antecipadamente, temos os prêmios
de seguro pagos antecipadamente, mas cujo benefício, ou seja, a
cobertura do seguro, se dará durante o exercício ou exercícios
posteriores; não é despesa já incorrida na data do balanço a parcela
paga proporcional aos meses posteriores ao balanço. Outro caso é o de
aluguéis já pagos relativos a períodos de utilização do imóvel posteriores
ao balanço.
Uma importante colocação é que as despesas do exercício seguinte são
aquelas – em geral – pagas antecipadamente (o pagamento, no trato
comum dos negócios jurídicos, dá o direito – a quem pagou – de exigir
algo do outro). Porém, há – também – casos específicos de direito a um
serviço (seguro de automóvel, por exemplo) a ser exercido no exercício
seguinte, mas cujo pagamento também se dará no exercício posterior –
como é o caso de uma apólice de seguros adquirida em dezembro, com
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pagamento em três parcelas mensais, para vigência durante todos os
doze meses do ano seguinte.
Os adiantamentos a empregados para despesas, não devem ser
classificadas neste grupo, uma vez que não representa ainda “aplicação
de recursos em despesas”, trata-se de créditos (pois, via de regra, o
funcionário deverá devolvê-los à empresa – a menos que prove ter
ocorrido a despesa).
São também exemplos de despesas pagas antecipadamente bilhetes de
passagem adquiridos, mas ainda não utilizados e comissões pagas
relativas a beneficios ainda não usufruídos.
Os estoques de materiais diversos, tais como artigos de papelaria,
materiais de escritório e materiais de limpeza também não devem ser
incluídos como despesas do exercício seguinte, e sim constar em conta
de estoques (almoxarifado). Se tudo que fosse ser despesa no exercício
seguinte fosse contabilizado como despesas antecipadas, teríamos
também que aí agregar as mercadorias.
No ativo circulante, o grupo Despesas do Exercício Seguinte, Pagas
Antecipadamente, abarca – via de regra – o seguinte conjunto de contas
contábeis:
a) prêmios de seguro a apropriar
b) encargos financeiros a apropriar (desconto de duplicatas)
c) assinaturas e anuidades a apropriar
d) comissões e prêmios pagos antecipadamente
e) aluguéis pagos antecipadamente
f) outros custos e despesas pagos antecipadamente
3.2.7 Disponibilidades
Já foi visto acima o conceito de disponibilidades. Neste tópico, serão
estudadas – em separado e em detalhes – cada uma das contas
componentes deste subgrupo do Ativo Circulante.
A seguir, portanto, serão estudadas as seguintes contas contábeis: (a)
Caixa, (b) Bancos, (c) Aplicações de liquidez imediata, (d) Numerários
em trânsito, (e) Saldos em moeda estrangeira.
3.2.7.1 Caixa
A conta caixa inclui dinheiro, bem como cheques em mãos, recebidos e
ainda não depositados, pagáveis irrestrita e imediatamente. Assim, se
uma empresa recebe um pagamento em cheque – no seu próprio
estabelecimento – o registro do recebimento deverá ser efetuado (ainda
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que temporariamente) na conta caixa e não diretamente na conta
bancos.
Entretanto, na data do balanço é recomendável que em caixa somente
figure o valor existente em dinheiro no patrimônio da empresa, ou seja,
os outros elementos devem ter sido objeto de depositado ou
reclassificação.
Normalmente, a conta caixa é considerada, no âmbito do plano de
contas, como uma conta analítica20. Assim, nessa conta, são
registrados – diretamente – débitos e créditos, para apuração do
respectivo saldo.
Entretanto, no caso de uma empresa possuir mais de um
estabelecimento, onde mantém numerário, o saldo de caixa pode estar
registrado através de diversas contas, dependendo de suas
necessidades operacionais e locais de funcionamento. Nessa situação, a
conta caixa passa a figurar como uma conta sintética, composta por
tantas contas analíticas quantos forem os estabelecimentos em que
houver numerário. A tabela a seguir ilustra a situação de uma empresa
que possui numerário em caixa nos estabelecimentos matriz e filial –
com uma conta analítica para cada estabelecimento:
Conta
classificação do
código descrição Saldo saldo
1- Caixa 1.500,00 d
1.1 - Caixa - Matriz 1.000,00 d
1.2 - Caixa - Filial 500,00 d
2- ...
20
Sobre os conceitos de conta sintética e de conta analítica, ver aula 03 deste curso.
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Conta Caixa
Débitos Créditos
si de natureza devedora
1 entrada de numerário
saída de numerário 2
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de
fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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Para os fins a que esse curso se destina, não cabem considerações
sobre as vantagens ou desvantagens administrativas do procedimento,
mas – tão somente – seu conhecimento, do ponto de vista contábil.
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b. pagamentos relativos a despesas (mediante o
recebimento de notas fiscais ou recibos), no valor de R$
1.000,00;
c) ao final do dia são realizados os lançamentos contábeis e a
reposição do fundo fixo de caixa:
a. lançamentos contábeis relativos aos fatos ocorridos
durante o dia;
D= adiantamentos a funcionários
1- C=a Caixa 2.000,00
D= despesas
2- C=a Caixa 1.000,00
Repare que, após esses lançamentos, o saldo da conta
caixa passa a ser de R$ 7.000,00, conforme ilustra o razonete abaixo:
Caixa - fundo fixo
si 10.000,00
2.000,00 1
1.000,00 2
s' 7.000,00
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D= despesas
2- C=a Bancos 1.000,00
Dessa forma, fica desnecessário o lançamento de número 3 (relativo à
reposição do fundo fixo de caixa) e a conta caixa somente receberia
lançamentos nos casos de aumento ou redução de seu valor fixo.
Uma ultima observação, nada impede que uma mesma empresa utilize
um caixa de fundo-fixo em um ou alguns de seus estabelecimentos
(para pagamentos de pequena monta) e registre em caixa pagamentos
e recebimentos de maior vulto. Trata-se de uma decisão administrativa
que deverá ser devidamente registrada na contabilidade.
21
Para maiores detalhes, recomendamos a leitura de obras sobre auditoria fiscal.
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Os Depósitos bancários à vista, também denominados de conta Bancos
ou, ainda, Bancos conta movimento, são representados – normalmente
– pelas contas de livre movimentação mantidas pela empresa em
bancos. Tais contas podem representar elementos patrimoniais dos
seguintes tipos: (a) Conta movimento ou depósito; (b) Contas especiais,
para pagamentos específicos ou (c) Contas especiais de cobrança.
A característica comum dos elementos patrimoniais acima relacionados
(tipos de contas) é que a empresa, se desejar, pode IMEDIATAMENTE
dispor dos valores nas contas depositados.
A Conta movimento ou depósito consiste no caso mais comum. Trata-se
de uma relação entre a empresa e um banco (entidade financeira) em
que a empresa deposita valores para, posteriormente, os sacar ou
realizar pagamentos – para terceiros – com sua utilização.
As Contas especiais, para pagamentos específicos, consistem em valores
depositados com um objetivo específico, tais como pagamento da folha
do pessoal, pagamento de dividendos a pagar, pagamentos relativos a
gastos de filiais ou fábricas. Essas contas, normalmente, são mantidas
como medida interna da empresa, para facilidade de operação e
controle desses pagamentos. Por uma decorrência lógica, a tendência é
que ao final dos períodos seus saldos sejam zerados (pois, espera-se
que os pagamentos sejam realizados). Estas contas, porém, podem ser
livremente movimentadas pela empresa através de cheques e, portanto,
representam disponibilidades.
As Contas especiais de cobrança são aquelas utilizadas pela empresa
para cobrança bancária de duplicatas22. Os valores destas contas são,
periodicamente, repassados para a conta de depósito. Entretanto, a
qualquer momento, a empresa pode utilizá-los – diretamente – (antes
de seu repasse para a conta de depósito), portanto também se trata de
disponibilidades.
22
Sobre operações com duplicatas – cobrança bancária e desconto – ver aula 04 desse
curso.
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Quanto a esse assunto, é necessário referenciar a situação em que a
empresa tem uma conta especial (com limite garantido). Nesse caso,
quando a empresa realiza saques ou pagamentos em valor superior
àquele antes depositado na conta, a instituição financeira cobre o saldo
negativo e isso é realizado de acordo com o procedimento abaixo
descrito.
Quando da abertura da conta especial, pela empresa junto a um banco,
a empresa dá à instituição financeira uma procuração para que, o banco
realize operações no interesse e em nome da empresa.
Na ocorrência de saldo negativo, o banco: (1) abre – em nome da
empresa – uma conta de empréstimo, (2) toma – em nome da empresa
– um empréstimo no valor necessário ao pagamento do saldo negativo,
e (3) coloca esse valor na conta de depósito (de modo que sempre haja
valor suficiente para o saque ou o pagamento). Assim, repare que – no
caso de conta negativa – o que há é uma conta de depósito, com valor
zero, e uma conta de empréstimo, com o valor do “saldo negativo”.
No momento em que a empresa deposita o valor suficiente para tornar a
conta, de novo, positiva, ocorrerá o seguinte: (1) o banco irá –
conforme autorizado pela empresa quando da abertura da conta
especial – retirar o valor existente na conta de depósito e (2) quitar a
dívida da conta de empréstimo.
Essa situação ilustra – de forma inequívoca – que o saldo negativo de
conta bancária deve ser representado por uma obrigação, ou seja, no
passivo, pois trata-se efetivamente de um empréstimo bancário.
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diminuído o saldo na conta bancos e deixa de existir a obrigação antes
registrada.
Pelos motivos antes expostos, pode ocorrer que, na data do balanço,
existam valores já contabilizados, como saídos da conta banco, mas que
não estão ainda refletidos no extrato bancário apresentado pela
instituição financeira.
Por outro lado, ainda, pode ocorrer de fatos contábeis – referentes à
empresa – já terem ocorrido, mas ainda não terem sido contabilizados.
Isso ocorre porque alguns fatos contábeis (como, por exemplo, a
cobrança bancária de duplicatas e a compensação de cheques) são
decorrência de operações realizadas pela instituição financeira em nome
da empresa e, portanto, a documentação a elas relativa não se encontra
imediatamente com a empresa, para contabilização. Tal situação pode
vir a ensejar a existência de valores:
a) já saídos da conta bancária (conforme extrato bancário
apresentado pelo banco), mas ainda não tenham sido
contabilizadas;
b) já cobrados pelo banco (duplicatas) ainda não
contabilizados;
Portanto, é necessário que haja uma conciliação do extrato bancário
com o razonete da conta bancos periodicamente e, principalmente, na
data do balanço.
23
Sobre os conceitos de conta sintética e de conta analítica, ver aula 03 deste curso.
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Conta
classificação do
código descrição Saldo saldo
2- Bancos 1.500,00 d
2.1 - Banco do Brasil - Agência Porto Alegre 1.000,00 d
2.2 - Banco do Brasil - Agência Novo Hamburgo 500,00 d
3- ...
Conta Bancos
Débitos Créditos
si de natureza devedora
1 entrada de valores
saída de valores 2
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de
fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
Obs.: a natureza do saldo da conta bancos é devedora. Conforme visto,
no caso de saldo credor não temos – tecnicamente – uma conta bancos,
mas sim uma conta de empréstimos bancários.
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Cuidado, certas contas bancárias não são exatamente de livre
movimentação, como no caso de depósitos vinculados para garantia de
empréstimos ou liquidação de:
- contratos de câmbio ou de importações;
- empréstimos; ou
- contratos em geral.
Assim, o saldo dessas contas não devem ser classificados em
disponibilidades, mas sim no ativo circulante ou realizável a longo prazo,
conforme o caso.
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos
contábeis (e respectivos lançamentos)
Numerários em trânsito
Débitos Créditos
si de natureza devedora
1 na saída do numerário
(do estabelecimento)
na chegada do numerário 2
(ao estabelecimento)
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos
contábeis (e respectivos lançamentos)
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3.2.7.5 Saldos em moeda estrangeira
É perfeitamente possível que uma empresa tenha – em seu patrimônio –
numerário em moeda estrangeira (dólares guardados no cofre, por
exemplo), adquiridos para custear viagens de funcionários, ou por outro
motivo qualquer. Ocorre, conforme vimos quando do estudo do
conceito de escrituração, que – por conta de formalidades intrínsecas –
a escrituração deve ser realizada em moeda nacional. Assim, surge um
problema: Qual o valor utilizado para registrar o numerário em moeda
estrangeira?
Uma primeira tentativa de solução, para o problema descrito no
parágrafo anterior, poderia ser, simplesmente, a utilização do princípio
fundamental de contabilidade do Registro pelo Valor Original, mas isso
não resolve problema, pois o valor original está em constante mudança,
por conta das variações na taxa de câmbio.
A solução definitiva para esse problema se encontra no art. 183, I da Lei
das S/A, abaixo reproduzido:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão
avaliados segundo os seguintes critérios:
I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores
mobiliários não classificados como investimentos, pelo
custo de aquisição ou pelo valor do mercado, se este for
menor; serão excluídos os já prescritos e feitas as
provisões adequadas para ajustá-lo ao valor provável de
realização, e será admitido o aumento do custo de
aquisição, até o limite do valor do mercado, para
registro de correção monetária, variação cambial ou
juros acrescidos; (grifos na transcrição)
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Assim, a taxa de venda da instituição financeira é que se aplica ao caso
(pois, se a empresa adquiriu dólares da instituição financeira, conclui-se
que esta vendeu os dólares para aquela). A seguir, encontram-se a
memória de cálculo e o respectivo lançamento.
Memória de cálculo: US$ 10.000,00 (*) R$ 2,00 (=) R$ 20.000,00.
Lançamento:
D= Saldos em moeda estrangeira
1- C=a Bancos 20.000,00
No momento do levantamento do Balanço Patrimonial, em obediência ao
disposto no Art. 183, I da Lei das S/A, o saldo da conta deve ser
atualizado (por conta da variação da taxa de câmbio) até o valor de
mercado. No caso, o valor que o mercado se dispõe a pagar pelos US$
10.000,00 que a empresa possui é equivalente ao seu correspondente
em reais, pela TAXA DE CÂMBIO DE COMPRA, DA ENTIDADE
FINANCEIRA, vigente na data. Assim, é por essa taxa que o saldo da
conta contábil deve ser atualizado. A seguir, encontram-se a memória
de cálculo e o respectivo lançamento.
Memória de cálculo:
US$ 10.000,00 (*) R$ 2,10 (=) R$ 21.000,00 (saldo final)
(-) R$ 20.000,00 (saldo inicial)
(=) R$ 1.000,00 (variação cambial)
Lançamento:
D= Saldos em moeda estrangeira
2- C=a Variação Cambial Ativa 1.000,00
A partir do exemplo acima, podemos generalizar o funcionamento da
conta Saldos em moeda estrangeira, conforme tabela a seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos
lançamentos)
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Autores entendem que, quando houver evidência de que os recursos
serão utilizados no exterior para pagamentos de despesas, compras de
ativo, etc., os saldos em moeda estrangeira poderão ser convertidos
pela taxa de VENDA da instituição financeira. Isso decorre do fato de
que o valor de mercado para a moeda em questão não estará
determinado pelas instituições financeiras nacionais que poderiam
adquiri-la, mas pelos agentes de mercado no exterior (que também
adquirem dólares pela taxa de venda de instituições financeiras).
Cabe aqui uma última colocação sobre os ajustes aos saldos em moeda
estrangeira. No caso da variação na taxa de câmbio apontar para uma
desvalorização da moeda estrangeira, frente ao Real, ocorrerá variação
cambial passiva (ao contrário da variação cambial ativa, mostrada no
exemplo anterior).
Maiores detalhes sobre a atualização de valores pela taxa de câmbio
encontram-se na Norma Brasileira Técnica de Contabilidade n° 07 - DA
CONVERSÃO DA MOEDA ESTRANGEIRA NAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS, cuja leitura é recomendada.
24
Sobre o conceito de juros e suas classificações – segundo os mais importantes
critérios – ver aula 04 desse curso.
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existência, de qualquer azienda, em nossos dias e compõem – conforme
determinado pela Lei das S/A – um importante item do respectivo
resultado operacional25.
Conforme já visto, acima, quando da apresentação dos subgrupos do
Ativo Circulante, Os investimentos temporários são representados por
títulos e valores mobiliários, resgatáveis dentro de um período de tempo
compatível com as necessidades de pagamento das obrigações da
empresa. Lembramos que a classificação desses investimentos,
temporários, deverá ser feita em função do (1) tipo de investimento, (2)
do prazo de resgate e (3) considerando, ainda, a própria intenção da
empresa quanto à época em que pretende resgatar os títulos.
Repetindo, a intenção de realização no curto prazo é o critério de
classificação de participações societárias no ativo circulante, em
detrimento do ativo permanente.
Devemos lembrar que o registro de todas as operações financeiras
obedece aos princípios fundamentais de contabilidade e, em específico,
aos Princípios do Registro pelo Valor Original, da Competência e da
Prudência. Tal obediência implica: (1) o reconhecimento dos juros em
função do prazo do investimento e (2) a constituição de provisão para
perdas em investimentos. Isto está de acordo com o disposto no, já
conhecido, art. 183, I da Lei das S/A que trata, também, dos
investimentos temporários, conforme abaixo reproduzido:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão
avaliados segundo os seguintes critérios:
I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores
mobiliários não classificados como investimentos, pelo
custo de aquisição ou pelo valor do mercado, se este for
menor; serão excluídos os já prescritos e feitas as
provisões adequadas para ajustá-lo ao valor provável de
realização, e será admitido o aumento do custo de
aquisição, até o limite do valor do mercado, para
registro de correção monetária, variação cambial ou
juros acrescidos; (grifos na transcrição)
25
Conforme será estudado adiante neste curso, na aula que trata da Demonstração do
Resultado do Exercício.
26
O Imposto de Renda na Fonte é um imposto relativo a rendimentos auferidos por
uma pessoa que, entretanto, não o recolhe pessoalmente aos cofres públicos. A
legislação, para fins de celeridade na arrecadação e facilidade de controle, determina
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do resgate da aplicação ou no momento da valorização do investimento
(dependendo do tipo de investimento realizado).
Adicionalmente, esse valor tributado pode ser considerado: (a)
adiantamento do imposto devido ao final do período (sobre o Lucro Real,
Presumido ou Arbitrado), ou (b) definitivo, quando a incidência é
exclusiva na fonte.
Os investimentos de curto prazo, aqui estudados, são classificados em
investimentos de renda fixa ou investimentos de renda variável. Ambos
os casos serão estudados, em separado.
que a fonte pagadora dos rendimentos não entregue os rendimentos (em sua
totalidade) ao beneficiário – que o auferiu – obrigando que essa fonte pagadora
retenha uma parte dos rendimentos, do beneficiário, e a entregue ao Estado. Repare
que a fonte pagadora recolhe tributos (aos cofres públicos), mas quem suporta o ônus
da tributação é o beneficiário da renda auferida.
27
Sobre o assunto, ver o princípio fundamental de contabilidade da Competência, na
aula 01 deste curso.
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b) a correspondente “obrigação” de esperar o tempo passar, para
poder realizar o direito relativo aos rendimentos (como uma
conta, de natureza credora, denominada juros ativos a vencer).
Observação: alguns autores classificam essa conta juros ativos a vencer
como retificadora do ativo, outros a classificam como Resultado de
Exercícios Futuros. Ambas as classificações têm sua lógica, pois:
a) a obrigação de esperar até que a receita seja auferida
(pelo princípio de competência) está de acordo com a
definição de REF e,
b) ao mesmo tempo, o ônus, que reduz o valor de um direito
ao montante da aplicação – por algum tempo –, também
está de acordo com a definição de conta retificadora de
ativo.
Assim, torna-se importante conhecer ambos os conceitos, acima, e
identificá-los no caso prático.
Para fins de clareza acerca da contabilização de investimentos
temporários de renda fixa com rendimentos pré-fixados, propomos o
seguinte exemplo:
Suponhamos que se tenha efetuado uma aplicação em 01/12/2005 ao
custo de aquisição de R$ 700,00 com resgate previsto para 31/01/2006
pelo valor de R$ 840,00.
Nessa situação, o lançamento relativo à aplicação seria o seguinte:
D= investimentos temporários 840,00
1- C=a diversos
C=a bancos c/ movimento 700,00
C=a Juros ativos a vencer 140,00
Pelo princípio da competência, em 31/12/2005, deverá ser apropriado o
rendimento proporcional aos dias já incorridos. Como o rendimento é
de R$ 140,00 em 60 dias e, entre a data do investimento e o final do
exercício, transcorreram 30 dias, a receita já auferida será de R$ 70,00.
O respectivo lançamento será o seguinte:
D= Juros ativos a vencer
2- C=a receitas financeiras 70,00
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D= Despesa com Provisão para ajuste ao valor de mercado
3- C=a Provisão para ajuste ao valor de mercado 20,00
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos
lançamentos)
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Considerando, ainda, as demais contas envolvidas no exemplo, podemos
generalizar – também – o funcionamento da conta Juros ativos a
vencer, referente a aplicações financeiras de curto prazo em renda fixa e
com rendimentos pré-fixados, conforme tabela a seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos
lançamentos)
Continuando, o funcionamento da conta Provisão para ajuste ao valor de
mercado, referente a aplicações financeiras de curto prazo, encontra-se
resumidamente demonstrado na tabela abaixo.
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos
lançamentos)
Finalmente, apenas para completar o rol de contas contábeis envolvidas
nos lançamentos referentes ao exemplo acima, apresentamos o
funcionamento da conta de resultado Receitas financeiras, de juros, na
tabela abaixo.
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Receitas Financeiras
Débitos Créditos
de natureza credora => espera-se = 0 si
na apropriação da receita 1
(pelo regime de competência)
2 no momento da apuração do resultado
(no final do exercício - para fechamento)
de natureza credora => espera-se = 0 sf
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
28
Índice Geral de Preços – calculado pela Fundação Getúlio Vargas.
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Memória de Cálculo
R$ 700,00 (principal)
(*) 1% (percentual de variação do índice)
(=) R$ 7,00 (variação monetária ativa)
(+) R$
(=) R$ 707,00 (principal atualizado)
(*) 2% (taxa de juros)
(=) 14,14 (receita de juros)
(+) 707,00
(=) 721,14 (montante)
O respectivo lançamento seria o seguinte:
D= investimentos temporários 21,14
2- C=a diversos
C=a Variação monetária ativa 7,00
C=a Juros ativos 14,14
Resumidamente, A partir do exemplo acima, podemos generalizar o
funcionamento da conta Investimentos temporários, quando esses se
referem a aplicações financeiras de curto prazo em renda fixa e com
rendimentos pós-fixados, conforme tabela a seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos
lançamentos)
Considerando, ainda, as demais contas envolvidas no exemplo, podemos
generalizar – também – o funcionamento da conta de resultado
Variações monetárias ativas, na tabela abaixo
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
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correção monetária das demonstrações financeiras a partir do ano
calendário de 1996. Assim, a contrapartida da correção monetária das
aplicações temporárias em ouro eram registadas a crédito da conta
Correção monetária do Balanço.
Todavia, de acordo com os princípios da prudência e oportunidade, os
saldos destas contas deverão ser ajustados ao valor de mercado,
quando este for menor, mediante a constituição de provisão.
29
Estudadas adiante detalhadamente, neste curso, em aula específica.
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constituição de Provisão para Ajuste ao Valor de Mercado, cabendo – tão
somente – a constituição de Provisão para perdas permanente em
investimentos.
Para ilustrar a questão, considere o exemplo a seguir apresentado.
Considere que nossa empresa tenha adquirido, no dia 01/12/2005, com
intenção de alienação no curto prazo:
a) 1.000 ações da Companhia A, pagando por cada uma o valor
de R$ 1,00, no total de R$ 1.000,00;
b) 500 ações da Companhia B, pagando por cada uma o valor de
R$ 0,50, no total de R$ 250,00.
Na data da aquisição, o lançamento deverá ser o seguinte:
D= investimentos temporários em ações
1- C=a bancos c/ movimento 1.250,00
Na data do encerramento do exercício, 31/12/2005, a cotação das ações
na bolsa de valores encontra-se demonstrada na tabela a seguir.
Ações Valor de Mercado - cotação em bolsa Obs. Custo de aquisição
qtd cotação total Valor
Companhia A 1.000 0,90 900,00 1.000,00
Companhia B 500 0,60 300,00 250,00
Total da Carteira 1.200,00 1.250,00
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos
lançamentos)
3.2.9 Créditos
A conta créditos é uma conta sintética que abrange vários elementos
patrimoniais, que apresentam em comum serem representativos de
valores que – em algum momento – a empresa poderá exigir de
terceiros. De acordo com as diferentes causas do surgimento desses
direitos, bem como pela diversidade de terceiros (de quem valores
poderão ser exigidos pela nossa empresa), temos diferentes contas
analíticas componentes desse subgrupo do Ativo Circulante.
Adicionalmente, cabe ressaltar, que neste subgrupo também figuram
contas retificadoras do ativo, referentes a provisões ou operações
financeiras (descontos de duplicatas, etc.).
3.2.9.1 Clientes
Entre os créditos a receber, a conta clientes figura como a conta mais
importante. A razão dessa importância reside no fato de que a conta
clientes representa um dos ativos mais importantes em qualquer
empresa comercial, por dois motivos: (1) esse ativo está intimamente
ligado com o objeto (comercial) da empresa e (2) o giro desse ativo
(prazo de recebimento de clientes) é responsável pela saúde financeira
da empresa.
O agrupamento das contas representativas dos clientes, que deve estar
destacado no Balanço Patrimonial e, conseqüentemente, no Plano de
Contas, conforme a seguir:
- Duplicatas a receber
a) (-) duplicatas descontadas (conta credora)
b) (-) provisão para créditos de liquidação duvidosa (conta
credora)
- Outros créditos de clientes
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Nos itens seguintes, cada uma dessas contas será analisada em
detalhes.
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Considerando a conta Duplicatas a receber como uma conta analítica, a
partir dos conceitos acima expostos, podemos generalizar o
funcionamento da conta Duplicatas a receber, resumidamente, conforme
tabela a seguir30:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
30
Sobre exemplos de fatos contábeis, e respectivos lançamentos, envolvendo essa
conta, veja aula 04 desse curso.
31
Sobre o conceito de provisão, e exemplos de constituição, realização e reversão da
provisão para créditos de liquidação duvidosa, ver aula 06 deste curso.
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do período, o saldo porventura não realizado, deverá ser revertido
(zerado – com contrapartida em conta de receitas operacionais Receita
com a reversão de provisão), para constituição de nova PCLD, referente
ao próximo exercício. Alternativamente, ao final do período, pode ser
feita – tão somente – a complementação do saldo ainda não realizado
para o valor da PCLD referente ao próximo exercício.
A partir dos conceitos acima expostos, podemos generalizar o
funcionamento da conta Provisão para créditos de liquidação duvidosa
(PCLD), resumidamente, conforme tabela a seguir32:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
32
Sobre exemplos de fatos contábeis, e respectivos lançamentos, envolvendo essa
conta, veja aula 04 desse curso.
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A partir dos conceitos acima expostos, podemos generalizar o
funcionamento da conta Duplicatas descontadas, resumidamente,
conforme tabela a seguir33:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Duplicatas descontadas
Débitos Créditos
saldo inicial - de natureza credora si
na operação de desconto de duplicatas 1
2 no pagamento da duplicata pelo cliente
3 na quitação do valor - pela própria empresa
(no caso de não pagamento pelo cliente)
Saldo final - de natureza credora sf
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
33
Sobre exemplos de fatos contábeis, e respectivos lançamentos, envolvendo essa
conta, veja aula 04 desse curso.
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analíticas: (a) promissórias a receber, (b) títulos a receber por venda de
ativo permanente e (c) cheques em cobrança; acima referenciadas, bem
como outras de semelhante natureza.
Considerando, porém, a conta Outros créditos de clientes como uma
conta analítica, a partir dos conceitos acima expostos, podemos
generalizar o funcionamento da conta Outros créditos de clientes,
resumidamente, conforme tabela a seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
34
Conforme será visto adiante – quando do estudo da conta estoques.
35
Conforme será visto adiante – no item que trata do ativo permanente.
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A concessão de créditos a funcionários é um exemplo de situação que
enseja registro nessa conta. Assim, essa conta engloba todas as
operações de créditos de funcionários por adiantamentos concedidos por
conta de salários, por conta de despesas, empréstimos e outros. Por
esse motivo, dependendo existência de adiantamentos de natureza
diversa, essa conta pode ser (no âmbito do Plano de Contas)
considerada sintética e ter subcontas, em função da natureza de cada
adiantamento:
CRÉDITOS DE FUNCIONÁRIOS
a) adiantamentos para viagens
b) adiantamentos para despesas
c) antecipações para salários e ordenados
d) empréstimos a funcionários
e) antecipações de 13o salário
f) antecipações de férias
Cada uma dessas contas pode, ainda, ter controles analíticos – por
funcionário. Seus saldos, em conjunto, devem ser periodicamente
totalizados e confrontados com o saldo da respectiva conta sintética.
Os adiantamentos para viagens e despesas destinam-se a registrar os
recursos fornecidos a funcionários para custear suas despesas de
viagens a serviço ou outras despesas. Nessa situação, a conta
adiantamento a funcionários deve ser debitada por ocasião da entrega
de valor, em cheque ou dinheiro, ao funcionário, segundo documento
assinado por ele, e, quando da prestação de contas, os valores serão
alternativamente: (a) devolvidos ao caixa da empresa ou (b)
considerados despesas – definitivamente.
Exemplo:
Considere a concessão de um adiantamento, de R$ 1.000,00, para a
viagem de um funcionário.
D= Adiantamentos a funcionário
1- C=a bancos c/ movimento 1.000,00
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D= diversos
2- C=a Adiantamentos a Funcionário 1.000,00
D= Despesas comerciais 700,00
D= bancos c/ movimento 300,00
Adiantamento a funcionários
Débitos Créditos
si Saldo inicial - de natureza devedora
1 na concessão do adiantamento
na prestação de contas 2
sf Saldo final - de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
36
Ação, conforme já visto, é um título que representa uma fração do capital de uma
companhia e que dá direito (a seu detentor – acionista) a: (a) uma fração ideal do
patrimônio da companhia; (b) uma fração ideal do lucro – dividendo; e (c)
eventualmente, o direito a um voto, na Assembléia Geral de Acionistas.
37
Uma S/A pode ter um único órgão de administração – a Diretoria – ou dois órgãos
de administração: (a) a Diretoria e (b) o Conselho de Administração.
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O surgimento do direito ao recebimento de dividendos propostos a
receber é – via de regra – registrado com contrapartida em receitas
operacionais e, excepcionalmente, com contrapartida na própria conta
que registra o investimento38.
A partir desses conceitos, podemos afirmar que as contas Dividendos
propostos a receber e Dividendos a receber destinam-se a registrar os
dividendos a que a empresa tenha direito em função de participações no
capital de outras empresas (por ter sido proposta sua distribuição, pelos
órgãos de administração, e aprovada a proposta, pela Assembléia Geral
de Acionistas.
O funcionamento das contas Dividendos propostos a receber e
Dividendos a receber é o seguinte:
a) Dividendos propostos a receber
a. Débitos – no momento em que a empresa investida,
através de seus órgãos de administração, propõe a
destinação de parte de seus resultados aos acionistas;
b. Créditos – no momento em que a empresa investida,
através de sua Assembléia de Acionistas, aprova a
destinação de resultados proposta pelos órgãos de
administração.
b) Dividendos a receber
a. Débitos – no momento em que a empresa investida,
através de sua Assembléia de Acionistas, aprova a
destinação de resultados proposta pelos órgãos de
administração.
b. Créditos – no momento em que recebe o valor dos
dividendos distribuídos.
Para ilustrar os conceitos acima expostos, apresentamos o seguinte
exemplo:
Considere uma empresa DORA (investidora) que tenha, em seu Ativo
Permanente Investimentos, 5% das ações de emissão da empresa TIDA
(investida); que esse investimento esteja avaliado ao custo de R$
100.000,00; que a empresa investida tenha proposto a distribuição de
lucros (dividendos), no valor de 30.000,00. A situação do exemplo pode
ser visualizada conforme abaixo:
38
Os motivos dessa dupla possibilidade e a apresentação de exemplos acerca do
assunto, serão detalhadamente apresentados adiante neste curso – na aula que trata
de participações societárias.
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DORA
ativo passivo
Ativo permanente
investimentos 100.000,00 -----pl
5%
TIDA
ativo passivo
Dividendos propostos a
distribuir 30.000,00
-----pl
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DORA
ativo passivo
Dividendos
propostos a
receber 1.500,00
Ativo permanente
investimentos 100.000,00 -----pl
5%
Resultado TIDA
Despesas Receitas ativo passivo
Dividendos
Receita de propostos a
dividendos 1.500,00 distribuir 30.000,00
-----pl
D= Dividendos a Receber
2- C=a Dividendos propostos a receber 1.500,00
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DORA
ativo passivo
Dividendos a
receber 1.500,00
Ativo permanente
investimentos 100.000,00 -----pl
5%
Resultado TIDA
Despesas Receitas ativo passivo
Receita de Dividendos a
dividendos 1.500,00 distribuir 30.000,00
-----pl
D= Caixa
3- C=a Dividendos a receber 1.500,00
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Dividendos a receber
Débitos Créditos
si Saldo inicial - de natureza devedora
1 no momento da aprovação da proposta
(pela Assembléia Geral de Acionistas)
no momento do pagamento dos dividendos 2
sf Saldo final - de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
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destinam-se a abrigar, respectivamente, o saldo devedor (em sentido
contábil – credor na linguagem fiscal) do tributo pela própria sistemática
de não cumulatividade de apuração valor devido. A sistemática de
apuração desses tributos será vista quando do estudo detalhado dos
estoques e das operações com mercadorias39.
O IR a compensar destina-se a registrar (a) o imposto de renda retido
na fonte, (b) as antecipações mensais obrigatórias e (c) os saldos
negativos de períodos anteriores (configurando pagamentos a maior do
que o devido). Essas contas representam valores os quais a empresa
tem o direito de, ao final do período de apuração, descontar, do valor
bruto devido (base de cálculo (*) alíquota), para recolhimento apenas
da diferença.
Para melhor entender a existência da conta Imposto de Renda a
compensar no ativo, faremos – a seguir – uma breve explanação das
sistemáticas de apuração do Imposto de Renda, com referência ao
mecanismo de recolhimento antecipado e posterior compensação.
Inicialmente, cabe referir que a base de cálculo do Imposto de Renda
das Pessoas Jurídicas pode ser apurada por três diferentes sistemáticas:
(a) do Lucro Real, (b) do Lucro Presumido e (c) do Lucro Arbitrado, nos
termos do art. 44 do CTN, abaixo:
Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real,
arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos
tributáveis.
O Lucro Presumido consiste em uma forma de tributação simplificada.
Pela sistemática do Lucro Presumido, a determinação da base de cálculo
do Imposto de Renda é efetuada considerando como lucro um
percentual (determinado pela legislação, de acordo com o tipo de
atividade da Pessoa Jurídica) das vendas de mercadorias, produtos ou
serviços. Nessa sistemática, a periodicidade de apuração é trimestral –
(de janeiro a março, de abril a junho, de julho a setembro e de outubro
a dezembro) e o imposto apurado deverá ser pago:
- em cota única até o último dia útil do mês subseqüente ao
encerramento do período de apuração; ou
- à opção da pessoa jurídica, poderá ser pago em até três quotas
mensais, iguais e sucessivas, vencível no último dia útil dos
três meses subseqüentes ao de encerramento do período de
apuração, devidamente ajustados.
O Lucro Arbitrado também consiste em forma de tributação simplificada.
De acordo com a sistemática do Lucro Arbitrado, para a determinação
39
Em aula específica, adiante neste curso.
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da base de cálculo do Imposto de Renda, é dispensado o controle das
despesas. Esta sistemática é aplicada a casos em que a Pessoa Jurídica
não possua a escrituração a que estiver obrigada. A base de cálculo do
imposto apurada pela sistemática do Lucro Arbitrado, quando a Receita
é conhecida, é idêntica à base de cálculo apurada pelo Lucro Presumido,
com os percentuais acrescidos de 20%. A periodicidade de apuração, o
vencimento e o recolhimento são iguais aos do Lucro Presumido.
O Lucro Real consiste em sistemática de apuração do Imposto de Renda
onde a base de cálculo do imposto é apurada segundo registros
contábeis e fiscais, efetuados sistematicamente de acordo com as leis
comerciais e fiscais. A base de cálculo do Imposto de Renda, apurada
pela sistemática do Lucro Real, portanto, consiste no lucro contábil,
ajustado, de acordo com a lei fiscal, pelas:
a) adições:
a. fatos que afetam negativamente o lucro contábil, porém
são considerados indedutíveis (para apuração da base de
cálculo do tributo), como, por exemplo, uma despesa não
relacionada com a manutenção da fonte produtora dos
rendimentos ou – ainda – dedutível apenas em momento
futuro, como, por exemplo, uma despesa de provisão
(que somente é dedutível quando de sua realização); e
b. fatos que não afetam o lucro contábil, mas que devem
ser considerados como parcelas da base de cálculo do
tributo, como, por exemplo, a realização de uma reserva
de reavaliação (com crédito direto em conta de
Patrimônio Líquido)40
b) exclusões:
a. valores não sujeitos à tributação, mas que foram
registrados – contabilmente – como receita, como, por
exemplo, a receita de dividendos (que não é tributável).
b. Valores que foram registrados contabilmente como
receita, na escrituração mas que a legislação permite que
sejam tributados em momento posterior, como, por
exemplo, a receita de vendas para órgãos públicos (em
contratos de longo prazo), que a legislação permite que
sejam tributados no momento do seu recebimento.
c) Compensações:
40
A reavaliação, sua realização e o respectivo tratamento tributário, serão vistos
adiante neste curso.
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a. Valores relativos a prejuízos fiscais (base de cálculo
negativa) ocorridos em períodos anteriores e que – neste
período – podem ser utilizados para compensação com o
valor do lucro contábil ajustado pelas adições e
exclusões, acima descritas (essa compensação está
limitada a 30% do lucro contábil ajustado).
O Lucro Real pode ser apurado:
- trimestralmente, ou;
- anualmente, com o recolhimento de estimativas mensais.
No caso de opção pelo Lucro Real Anual, o contribuinte fica obrigado a
efetuar antecipações mensais do imposto – estimativas – que poderão
ser calculadas com base na receita bruta ou com base em balancetes de
suspensão e, ao final do período (em 31 de dezembro), deverá ser
apurado o Imposto devido para que dele sejam deduzidas as
antecipações mensais e, conseqüentemente, seja recolhido o saldo.
Repare que, na sistemática do Lucro Real, quando o contribuinte opta
pela periodicidade anual, há recolhimentos de antecipações mensais –
antes de ocorrido o final do ano, apurado o lucro e o respectivo imposto
devido. Portanto, esses recolhimentos de antecipações mensais
correspondem a um direito (da empresa) de pagamento menor, quando
o tributo for definitivamente devido. No caso do valor das antecipações
ser maior do que o valor devido ao final do período, o saldo é transferido
para uma conta de Saldo negativo do imposto apurado.
Ainda, e isto é importante, na apuração do Lucro Real, há adições,
exclusões e compensações, aplicadas sobre o resultado contábil. Essa
sistemática deve ser realizada em um livro específico LALUR41, que é
dividido em duas partes, a saber:
- Parte A, na qual são demonstradas as adições, exclusões e
compensações referentes ao período de apuração; e
- Parte B, na qual são registrados os valores que EM PERÍODOS
FUTUROS deverão ser objeto de adições, exclusões e
compensações.
Ora, a existência de um valor que permita – à empresa – realizar uma
exclusão, ou uma compensação futura, consistem em um DIREITO da
empresa (direito de pagar menos imposto no futuro) e esse direito deve
ser registrado no ativo, conforme claramente definido pela Deliberação
CVM n° 273, de 1998, que aprovou pronunciamento do Ibracon nesse
41
LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real, visto na aula 03 deste curso.
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sentido. A seguir apresentamos um exemplo de contabilização do IR
diferido:
Seja uma provisão para IR de R$ 50.000,00 e, embutida no cálculo
desta provisão, uma despesa não dedutível de R$ 1.000,00, que será
dedutível em período futuro.
Nessa situação, pode-se contabilizar a despesa com o IR:
D = despesa com provisão para o IR
1 - C = a IR a recolher 50.000,00
E, em seguida, da despesa a parte que na verdade foi um
adiantamento.
D = IR diferido
2 - C = a despesa com provisão para o IR 1.000,00
Duas observações sobre os lançamentos acima:
a) o IR diferido será classificado no Ativo Circulante ou no
Ativo Realizável a Longo Prazo, de acordo com o prazo
previsto para sua utilização;
b) alguns autores entendem que, tanto dentro do Ativo
Circulante quando do Ativo Realizável a Longo Prazo,
esses ativos deveriam ser classificados como despesas
antecipadas (e não como créditos de tributos) –
consideramos irrelevante essa discussão, visto que a
Instrução CVM acima citada determina (tão somente) o
registro do item como um ativo, sem maiores
especificações.
Pelos conceitos acima apresentados, o funcionamento da conta Imposto
de Renda a Compensar pode ser, resumidamente, apresentado,
conforme tabela a seguir:
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
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ter o imposto, relativo a esses rendimentos, retido pela fonte pagadora,
surgirá – para essa pessoa jurídica – o direito de compensar esse valor
(adiantadamente dela retido) com aquele devido ao final do período de
apuração. Esse direito deverá ser registrado na conta de ativo Imposto
retido na fonte a compensar. No caso do valor o valor retido na fonte
ser maior do que o valor devido ao final do período, o saldo é transferido
para uma conta de Saldo negativo do imposto apurado.
Pelos conceitos acima apresentados, o funcionamento da conta Imposto
retido na fonte a Compensar pode ser, resumidamente, apresentado,
conforme tabela a seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
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3.2.9.5 Depósitos restituíveis e valores vinculados
Nesta conta devem ser registrados os depósitos e cauções efetuados
pela empresa para garantia de contratos, como os de aluguel, bem
como para direito de uso ou exploração temporária de bens, ou ainda,
os de natureza judicial. Serão ainda registrados nessa conta eventuais
depósitos compulsórios em virtude da legislação.
3.2.10 Estoques
A Lei das S.A. refere-se a estoques como sendo os direitos que tiverem
por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia assim
como matérias-primas, produtos em fabricação e bens do almoxarifado,
conforme art. 183, a seguir reproduzido – em parte:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão
avaliados segundo os seguintes critérios:
...
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e
produtos do comércio da companhia, assim como
matérias-primas, produtos em fabricação e bens em
almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção,
deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado,
quando este for inferior;
...
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se
valor de mercado:
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a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o
preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no
mercado;
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido
de realização mediante venda no mercado, deduzidos os
impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a
margem de lucro;
c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser
alienados a terceiros.
...
§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à
venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado,
quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica
contábil.
Repare que o conceito de estoques é abrangente, alcançando bens
destinados à venda ou ao consumo, sendo que tais bens podem ter sido
adquiridos ou produzidos pela própria empresa. Uma primeira divisão é
a de bens destinados ao almoxarifado (consumidos nas atividades
operacionais da empresa) e aqueles destinados à atividade principal, ou
seja, à venda.
Para empresas comerciais os estoques destinados à venda seriam, tão-
somente, os produtos do comércio adquiridos para revenda –
denominados genericamente Mercadorias. Eventualmente, nessas
empresas comerciais, haverá – também – uma conta de almoxarifado,
para itens de consumo.
Já para empresas industriais, além da eventual conta de Almoxarifado,
há também a necessidade de manutenção de diversas contas contábeis,
que controlem a produção, conforme será brevemente comentado nesse
item. Cumpre referir que o estudo aprofundado do funcionamento das
contas componentes dos estoques em empresas industriais é objeto da
Contabilidade de Custos, que será apresentada em curso específico – a
ser oportunamente oferecido.
Um modelo abrangente de contas de estoque, que atenda tanto a
empresas comerciais quanto a empresas industriais encontra-se, a
seguir, proposto:
ESTOQUES
a) mercadorias para revenda
b) matérias primas
c) materiais auxiliares
d) materiais de acondicionamento e embalagem
e) produtos em elaboração
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f) produtos acabados
g) importações em andamento
h) adiantamento a fornecedores
i) almoxarifado
j) manutenção e suprimentos gerais
k) provisão para redução ao valor de mercado (conta credora)
l) provisão para perdas em estoques (conta credora)
Os estoques, via de regra, são classificados no Ativo Circulante
(visto que, normalmente, a intenção de qualquer empresa que
adquira itens para seu estoque é a de realizar – alienar – esse
item no curto prazo). Mas, caso a empresa tenha adquirido
alguma matéria prima, ou mercadoria, estratégica, para uso ou
venda ao longo de vários períodos, esta deve ser reclassificada
para o Ativo Realizável a Longo Prazo.
Cabe fazer uma última observação, relativa à conta Estoques.
Caso uma empresa possua mais de um estabelecimento, com
estoques em cada um deles, é possível que o Plano de Contas
determine a existência de cada uma das contas acima, por
estabelecimento. Isso demanda a consideração de cada uma
dessas contas como contas sintéticas, com subcontas por
estabelecimento.
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
3.2.10.2 Matérias-primas
Esta conta é utilizada para registrar o valor aplicado na aquisição de
todas as matérias-primas, ou seja, dos materiais mais importantes e
essenciais e que sofrem transformações no processo produtivo. Trata-
se de uma conta típica de empresa de natureza industrial, suas
composição e natureza são extremamente diversificadas, e dependem
de cada tipo de indústria.
A conta é debitada na aquisição da matéria-prima (a crédito de
disponibilidades ou fornecedores) e creditada quando a matéria-prima é
requisitada para o processo de produção (a débito da conta Produtos em
elaboração – apresentada a seguir).
Às matérias-primas, bem como a todas as contas componentes dos
estoques aqui apresentadas, também são aplicáveis as considerações
feitas acerca das transferências de bens entre estabelecimentos (já
comentadas no item anterior – Mercadorias para revenda). Portanto,
com relação às matérias-primas (e às demais contas componentes dos
estoques) não serão repetidas essas considerações.
A partir dos conceitos acima, é possível apresentar, resumidamente, o
funcionamento da conta Matérias-primas, conforme tabela a seguir:
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Matérias-primas
Débitos Créditos
si Saldo inicial - de natureza devedora
1 na aquisição da matéria-prima, de fornecedores.
na requisição da matéria prima, para a produção. 2
sf Saldo final - de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
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Considerando-se a segunda opção, apropriação do valor aplicado em
materiais auxiliares direta ao resultado, esse item terá o tratamento de
uma despesa. Assim, nesse caso, a conta Materiais auxiliares é
debitada na aquisição dos materiais (a crédito de disponibilidades ou
fornecedores) e creditada quando do fechamento do exercício (como
qualquer outra despesa) (a débito da conta ARE – apuração do
Resultado do Exercício42), conforme resumidamente apresentado na
tabela a seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
42
Comentários acerca da conta ARE – Apuração do resultado do exercício – constam
da aula em que foram apresentados os lançamentos de fechamento do exercício, neste
curso.
43
Sobre Princípios Fundamentais de Contabilidade e Convenções – vide aula 01 deste
curso.
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processo de produção (a débito da conta Produtos em elaboração –
apresentada a seguir), conforme resumidamente apresentado na tabela
a seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
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Esta conta é debitada pela atribuição de valores aos produtos em
elaboração (no momento da requisição das matérias-primas para o
processo, ou na alocação de custos direitos e indiretos aos produtos)
com crédito, alternativamente, nas contas Matérias-primas, Materiais
auxiliares, Material de embalagem, Mão de obra direta ou Custos
indiretos de fabricação.
A conta é creditada pelo término dos produtos, seus valores (custos)
são transferidos para a conta Produtos acabados, que recebe os
respectivos débitos.
A partir dos conceitos acima, é possível apresentar, resumidamente, o
funcionamento da conta Produtos em elaboração, conforme tabela a
seguir:
M odelo de funcionamento de contas contábeis
Produtos em elaboração
Débitos Créditos
si Saldo inicial - de natureza devedora
1 na requisição da matéria prima, para a produção.
(Materiais auxiliares e Material de embalagem também)
2 na alocação de custos (diretos e indiretos) aos produtos
(Mão de obra direta e Custos indiretos de fabricação)
no término da produção 3
(transferência para Produtos Acabados)
sf Saldo final - de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
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Modelo de funci onamento de contas contábei s
Produtos Acabados
Débitos Créditos
si Saldo inicial - de natureza devedora
1 no término da produção
(com contrapartida em Produtos em elaboração)
na venda do produto 2
(com contrapartida em CPV)
sf Saldo final - de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
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Importações em andamento é debitada quando é realizada a compra e
quando são imputados demais custos à importação. A conta é creditada
quando a mercadoria chega ao estabelecimento comprador.
A partir dos conceitos acima, é possível apresentar, resumidamente, o
funcionamento da conta Importações em andamento, conforme tabela a
seguir:
M odelo de funcionamento de contas contábeis
Importações em andamento
Débitos Créditos
si Saldo inicial - de natureza devedora
1 na aquisição da mercadoria
(na modalidade FOB)
2 na apropriação de custos à mercadoria importada
(incorridos durante o transporte da mercadoria)
na chegada da mercadoria ao estabelecimento 3
(transferência para estoque de mercadorias)
sf Saldo final - de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
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M odelo de funcionamento de contas contábeis
Adiantamento a fornecedores
Débitos Créditos
si Saldo inicial - de natureza devedora
1 no pagamento, adiantado, a fornecedores
(por conta da aquisição de estoques)
na chegada da mercadoria ao estabelecimento 2
(transferência para estoque de mercadorias)
sf Saldo final - de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
3.2.10.9 Almoxarifado
A conta de almoxarifado varia muito de uma empresa para outra, em
função das suas peculiaridades e necessidades. Todavia, engloba todos
os itens de estoques de consumo geral, podendo incluir produtos de
alimentação do pessoal, materiais de escritório, peças em geral e uma
variedade de itens. Muitas empresas, por questão de controle, adotam
a prática de, para fins contábeis, já lançar tais estoques como despesas
no momento da compra, somente mantendo controle quantitativo, pois
muitas vezes representam uma quantidade muito grande de itens, mas
de pequeno valor total, não afetando os resultados. Esse método pode
ser aplicado a outras contas para itens de pequeno valor.
Esta prática não é considerada a mais correta, pelo princípio da
competência, mas pode ser adotada por conta da convenção da
materialidade, quando usada adequadamente.
A partir do conceito acima, é possível apresentar, resumidamente, o
funcionamento da conta Almoxarifado, conforme tabela a seguir:
44
Assunto a ser, detalhadamente, estudado adiante neste curso.
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M odelo de funcionamento de contas contábeis
Almoxarifado
Débitos Créditos
si Saldo inicial - de natureza devedora
1 na aquisição
(em contrapartida de disponibilidades ou fornecedores)
Na apuração do resultado do exercício 2
(pela transferência para ARE)
sf Saldo final - de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
Almoxarifado
Débitos Créditos
si Saldo inicial - de natureza devedora
1 na aquisição
(em contrapartida de disponibilidades ou fornecedores)
Na sua utilização 2
(em contrapartida de conta de despesa)
sf Saldo final - de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
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3.2.10.11 Provisão para ajuste ao valor de mercado (conta
credora)
Esta conta credora, que deve ser classificada como redução do grupo de
estoques, destina-se a registrar o valor dos itens de estoque, que
estiverem a um custo superior ao valor de mercado.
A lei das S.A. estabeleceu critérios de avaliação do ativo das empresas,
tratando dos estoques no inciso II do art. 183, acima transcrito. A
determinação é de que os estoques sejam avaliados pelo custo e,
apenas excepcionalmente, pelo valor de mercado, quando este for
menor. Em resumo: os estoques serão avaliados pelo valor de custo ou
de mercado, dos dois o menor.
O valor de mercado é definido pela própria lei das S/A.
- para os bens em almoxarifado e para as matérias primas, é o
preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no
mercado;
- para os bens destinados à venda, o preço líquido de venda no
mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias
para a venda e a margem de lucro.
Essa conta recebe créditos quando da constituição da provisão (em
contrapartida de conta de despesas) e débitos quando da reversão da
provisão (em contrapartida de conta de receita de reversão de
provisão).
Com base na definição acima, é possível apresentar, resumidamente, o
funcionamento da conta Provisão para ajuste ao valor de mercado,
conforme tabela a seguir:
M odelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
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3.2.10.12 Provisão para perdas em estoques (conta
credora)
Esta conta destina-se a registrar as perdas conhecidas em estoques e
calculadas por estimativa, relativas a estoques morosos ou obsoletos e,
mesmo, para dar cobertura a diferenças físicas.
Essa conta recebe créditos quando da constituição da provisão (em
contrapartida de conta de despesas) e débitos quando da reversão da
provisão (em contrapartida de conta de receita de reversão de
provisão).
Com base na definição acima, é possível apresentar, resumidamente, o
funcionamento da conta Provisão para perdas em estoques, conforme
tabela a seguir:
M odelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
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normalmente não são recebidos em dinheiro nem representam bens
fisicamente existentes.
As despesas antecipadas são classificadas no Ativo Circulante, por
representarem um direito – da empresa – de usufruir ou de exigir a
prestação do serviço objeto do pagamento antecipado. Tais elementos
patrimoniais geralmente representam uma parcela não muito
significativa, em comparação com os demais ativos, motivo pelo qual,
no Balanço Patrimonial, são normalmente apresentadas pelo seu valor
total.
Pelo conceito de liquidez, este é o último item apresentado no Ativo
circulante. Normalmente, todos os itens dessa natureza se referem a
despesas do exercício seguinte à data do Balanço Patrimonial. Todavia,
em casos mais incomuns, pode haver pagamentos antecipados de
despesas cujos benefícios ou prestação dos serviços ocorram em prazos
ainda maiores. Nesse caso, a classificação no balanço deverá ser em
conta do Ativo Realizável a Longo Prazo.
Como exemplo de despesas pagas antecipadamente, temos os prêmios
de seguro pagos antecipadamente, mas cujo benefício, ou seja, a
cobertura do seguro, se dará durante o exercício ou exercícios
posteriores. Outro caso é o de aluguéis já pagos relativos a períodos de
utilização do imóvel posteriores ao balanço. São também exemplos de
despesas pagas antecipadamente bilhetes de passagem adquiridos, mas
ainda não utilizados e comissões pagas relativas a benefícios ainda não
usufruídos.
Os adiantamentos a empregados, para eventuais despesas, não devem
ser classificados nesse grupo, uma vez que não representa ainda
“aplicação de recursos em despesas”. Os estoques de materiais
diversos, tais como artigos de papelaria, materiais de escritório e
materiais de limpeza também não devem ser incluídos como despesas
do exercício seguinte, e sim constar em conta de estoques
(almoxarifado). Ainda, os gastos que beneficiarão vários exercícios
vindouros (pesquisa, propaganda institucional, reorganização
administrativa, etc.) não devem ser classificados como despesas do
exercício seguinte porque não consistem na aquisição de serviços a
serem utilizados no exercício seguinte – tais situações subsumem-se ao
conceito de Ativo Diferido.
A seguir, sugerimos o seguinte plano de contas para o subgrupo
Despesas antecipadas do Ativo Circulante:
DESPESAS ANTECIPADAS
a) prêmios de seguro a apropriar
b) aluguéis pagos antecipadamente
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c) assinaturas e anuidades a apropriar
d) encargos financeiros a apropriar (inclusive relativos a
desconto de duplicatas)
Os exemplos mais comuns de despesas pagas antecipadamente, como
prêmios de seguros, despesas com descontos de duplicatas, assinaturas
anuais de publicações técnicas, comissões, prêmios e outros custos e
despesas pagos antecipadamente, devem ser apresentados no balanço
pelas importâncias aplicadas menos as apropriações efetuadas até a
data do balanço, de forma a obedecer adequadamente ao regime de
competência. Isto é, a apropriação das despesas deve ser feita aos
resultados do período a que correspondem e não ao período em que
foram pagas.
A forma de apropriação dessas despesas aos resultados deve ser em
quotas proporcionais, durante o prazo do evento.
45
Quando da apresentação do regime de competência e dos lançamentos relativos a
operações com seguros.
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proporcionalmente ao tempo decorrido, com débito em conta
representativa de despesas de seguros.
Pelos conceitos acima expostos, é possível apresentar, resumidamente,
o funcionamento da conta Seguros a vencer, conforme tabela a seguir:
M odelo de funcionamento de contas contábeis
Seguros a vencer
Débitos Créditos
si Saldo inicial - de natureza devedora
1 Na aquisição da apólice de seguro
(com pagamento à vista ou a prazo)
Na apropriação da despesa de seguros 2
(realização pro-rata tempore)
sf Saldo final - de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
46
Quando da apresentação do regime de competência e dos lançamentos relativos a
operações com seguros.
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M odelo de funcionamento de contas contábeis
Seguros a vencer
Débitos Créditos
si Saldo inicial - de natureza devedora
1 No pagamento antecipado dos aluguéis
Na apropriação da despesa de aluguel 2
(realização pro-rata tempore)
sf Saldo final - de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
47
Quando da apresentação do regime de competência e dos lançamentos relativos a
operações com seguros.
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creditada proporcionalmente ao tempo decorrido, com débito em conta
representativa de Despesas com assinatura de periódicos.
Pelos conceitos acima expostos, é possível apresentar, resumidamente,
o funcionamento da conta Assinatura de periódicos, conforme tabela a
seguir:
M odelo de funcionamento de contas contábeis
Assinatura de periódicos
Débitos Créditos
si Saldo inicial - de natureza devedora
1 No momento da assinatura
(com pagamento à vista ou a prazo)
Na apropriação da despesa com assinatura de periódicos 2
(realização pro-rata tempore)
sf Saldo final - de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
48
Matéria vista na aula 01 de nosso curso.
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Nesse ponto da matéria, podemos referir que – no caso de uma
operação de desconto de duplicatas com prazo mais alongado – não
cabe a mera aplicação da convenção da materialidade, mas sim a
consideração das despesas bancárias de acordo com a passagem do
tempo, pela obediência ao princípio da Competência. Assim, no
momento da operação de desconto de duplicatas, o valor cobrado pelo
banco não deverá se apropriado diretamente como despesa, mas
aplicado em um ativo (representativo do direito – da empresa – de
permanecer com o valor entregue pelo banco durante um período).
O lançamento da operação de desconto de duplicatas nessa situação
específica (considerando uma duplicata de R$ 6.000,00, com prazo de
10 meses, e um valor de R$ 1.000,00 cobrado pelo banco) encontra-se
abaixo apresentado:
D= Diversos
1- C=a Duplicatas descontadas 6.000,00
D= Bancos 5.000,00
D= Juros passivos a apropriar 1.000,00
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Model o de funci onamento de contas contábei s
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
4 Resumo
1 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - definição, conceitos iniciais e
apresentação didática (do ponto de vista de suas finalidades)
a) Balanço Patrimonial - BP: demonstração que serve para
apresentar uma “fotografia” do patrimônio (em um instante do
tempo) e é composta pelos saldos das contas patrimoniais.
b) Demonstração do Resultado do Exercício - DRE: demonstração
que serve para apresentar uma lista dos “motivos (e
respectivos valores) dos aumentos ou reduções ocorridas no
patrimônio – em um determinado período de tempo” e é
composta pelos saldos das contas de resultado.
c) Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados - DLPA:
demonstração que serve para “fazer o meio de campo entre o
BP e a DRE”, apresentando a maneira pela qual o resultado se
integrou ao patrimônio e é composta pelos lançamentos
efetuados na conta Lucros e Prejuízos Acumulados – LPA.
d) Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL:
demonstração que tem a mesma finalidade que a DLPA porém,
além do comportamento da conta LPA, apresenta o
comportamento das demais contas do PL no período. No caso
da companhia apresentar a DMPL, ela fica dispensada da
apresentação da DLPA.
e) Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR:
demonstração que tem por finalidade informar as operações
que geraram aumento do capital circulante líquido (CCL = AC-
PC), denominadas origens, e as operações que geraram
redução do CCL, denominadas aplicações. Essa demonstração
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não é obrigatória para todas as companhias, sendo dispensável
para aquelas que tiverem PL < R$ 1.000.000,00.
2 - Balanço patrimonial: conjunto de contas patrimoniais.
a) Ativo – conjunto de bens e direitos
b) Passivo – conjunto de obrigações
c) Patrimônio líquido – diferença entre Ativo e Passivo.
3 - Grupos específicos de contas do balanço patrimonial – em contas
apresentadas na ordem decrescente do respectivo grau de liquidez.
a) Ativo Circulante – AC: bens e direitos realizáveis até o final do
próximo exercício.
c) Ativo Realizável a Longo Prazo – ARLP: bens e direitos
realizáveis após o final do próximo exercício, sendo que: (1) no
caso de companhias com o ciclo operacional maior do que o
exercício, classificam-se no ARLP apenas os bens e direitos
realizáveis após o final do próximo ciclo operacional e (2)
classificam-se no ARLP, independentemente do prazo de
realização, os direitos oriundos de transações não operacionais
entre a companhia e sócios, diretores, coligadas, controladas e
outros participantes do resultado.
d) Ativo Permanente – AP: conjunto de bens e direitos adquiridos
com intenção de permanência na companhia.
a. Ativo Permanente Investimentos – AP INV: relativo a
participações societárias e a bens e direitos utilizados em
atividades estranhas ao objeto da companhia.
b. Ativo Permanente Imobilizado – AP IMOB: relativo a bens
e direitos utilizados na atividade característica do objeto
da companhia.
c. Ativo Permanente Diferido – gastos que influenciarão o
resultado de vários exercícios vindouros.
4 - Passivo Exigível – Circulante (PC) e Exigível a Longo Prazo (PELP):
obrigações exigíveis respectivamente: (1) até o final do próximo
exercício (2) após o final do próximo exercício. É aplicável à
diferenciação entre PC e PELP o mesmo critério aplicável entre AC e
ARLP, relativo a companhias com ciclo operacional maior do que o
exercício.
5 - Resultados de Exercícios Futuros – REF: receitas recebidas
antecipadamente para as quais não haja: (a) necessidade de qualquer
prestação positiva e (b) possibilidade de devolução.
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6 - Patrimônio Líquido – PL: diferença entre ativo e passivo, conhecida
como capital próprio (pois representa o valor que “sobra” para os sócios,
depois de pagamento de todo o passivo). É classificado em: (a) capital,
(b) reservas (de capital, de reavaliação e de lucro), (c) conta LPA e,
eventualmente (d) ações em tesouraria (conta retificadora).
7 - Grupos específicos de contas do Ativo Circulante
a) Disponibilidades – bens e direitos realizáveis imediatamente.
b) Aplicações de Curto Prazo – Investimentos Temporários –
valores de investimentos com prazo de realização anterior ao
final do próximo exercício.
c) Créditos – Contas a Receber – valores passíveis de recebimento
(de terceiros) até o final do próximo exercício.
d) Estoques – bens adquiridos (ou produzidos) para (a) consumo
ou (b) venda.
e) Despesas antecipadas – direitos de utilização de serviços ou
bens que serão considerados despesas no próximo exercício.
8 - Contas componentes do subgrupo Disponibilidades (do ativo
circulante)
a) Caixa – dinheiro ou cheques imediatamente depositáveis.
Algumas empresas registram todas as entradas e saídas de
valores via conta caixa. Há, também, o expediente
(administrativo) de utilização de caixa de fundo fixo.
b) Bancos – depósitos bancários à vista – valores depositados em
contas bancárias de livre movimentação.
c) Aplicações de liquidez imediata – valores depositados em
contas bancárias que geram rendimentos (receitas financeiras),
mas que podem ser realizados imediatamente.
d) Numerários em trânsito – valores em movimentação (a) entre
estabelecimentos ou (b) entre um estabelecimento e a
instituição financeira.
e) Saldos em moeda estrangeira – moeda estrangeira, mantida no
estabelecimento, que deve ter seu valor contábil monitorado
pela cotação da taxa de câmbio (gerando – alternativamente –
variações cambiais ativas ou variações cambiais passivas).
9 - Contas componentes do subgrupo Aplicações de curto prazo (do
ativo circulante)
c) Aplicações de renda fixa – valores aplicados em investimentos
cujo retorno será, no mínimo, o valor aplicado.
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d) Aplicações de renda variável – valores aplicados em
investimentos cujo retorno poderá ser tanto maior quanto
menor do que o valor inicialmente aplicado.
10 - Contas componentes do subgrupo Créditos (do ativo circulante)
a) Clientes – valores a receber oriundos de vendas a prazo
realizadas pela companhia.
a. Duplicatas a receber – valores a receber, consignados no
título de crédito “duplicata”.
b. Provisão para créditos de liquidação duvidosa – valor da
perda (provável), por inadimplência, relativa ao total de
duplicatas existentes.
c. Duplicatas descontadas – valor da obrigação de
pagamento de valores tomados em instituição financeira,
na operação de desconto de duplicatas.
d. Outros créditos de clientes – valores a receber de clientes
que não estão representados pelo título de crédito
“duplicata” como, por exemplo, promissórias, cheques
pré-datados, etc.
b) Adiantamentos a terceiros – valores entregues a terceiros e
deles exigíveis (ex. adiantamentos a funcionários, para
viagens).
c) Dividendos propostos a receber e dividendos a receber – valor
do direito ao recebimento dos lucros distribuídos de empresas
investidas.
d) Tributos a compensar / recuperar – valor do direito a pagar
menos tributos (em momento futuro) por ter havido operação
de adiantamento ou de geração de qualquer outro tipo de
crédito do tributo.
e) Depósitos restituíveis e valores vinculados – valores
depositados em contas de instituições financeiras que, porém,
não são de livre movimentação.
f) Provisões sobre os demais créditos – não alcançadas pela PCLD
- valor da perda (provável), por inadimplência, relativa ao total
de direitos de recebimento não alcançados pelas duplicatas.
11 - Contas componentes do subgrupo Estoques (do ativo circulante)
a) Mercadorias para revenda – valor dos bens adquiridos para que
sejam vendidos pela empresa (sem que haja sua modificação).
b) Matérias-primas, Materiais auxiliares e Materiais de
acondicionamento e embalagem – valor dos bens adquiridos
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pela empresa para transformação, no processo produtivo
industrial e, posterior, venda.
c) Produtos em elaboração e Produtos acabados – valor das
matérias Matérias-primas, Materiais auxiliares e Materiais de
acondicionamento e embalagem, já aplicados no processo
produtivo, juntamente com o valor de salários e outros custos,
no esforço de produção para venda que podem estar: (a) não
acabados (produtos em elaboração) ou (b) prontos (produtos
acabados).
d) Importações em andamento – valores de bens adquiridos no
exterior com cláusula FOB e que não chegaram no
estabelecimento da empresa.
e) Adiantamento a fornecedores – valores pagos aos
fornecedores, para aquisição de mercadorias ou matérias-
primas.
f) Almoxarifado e Manutenção e suprimentos gerais – valor dos
bens que são consumidos nas operações normais da empresa.
g) Provisões, para ajuste ao valor de mercado e para perdas em
estoques (contas credoras) - valor da perda (provável), relativa
ao valor do estoque existente por: (a) avaliação do mercado
inferior ao valor pago pelos bens componentes do estoque ou
(b) pelo estoque estar obsoleto.
12 - Contas componentes do subgrupo Despesas antecipadas (do ativo
circulante)
a) Seguros a vencer – representa o valor do direito a ter um bem
protegido (de roubos, acidentes ou outros sinistros) durante o
exercício seguinte.
b) Aluguéis pagos antecipadamente – representa o valor do direito
ao uso de um imóvel durante o exercício seguinte.
c) Assinatura de periódicos – representa o valor do direito ao
fornecimento do periódico durante o exercício seguinte.
d) Juros passivos a apropriar – referentes a duplicatas
descontadas – representa o valor do direito à utilização do
valor (entregue pela instituição financeira, quando da operação
de desconto de duplicatas), por um período de tempo durante o
próximo exercício.
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5 Exercícios de Fixação (Questões de concurso elaborado pela
ESAF – resolvidas e comentadas)
Gabarito
A
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14- O critério da avaliação contábil a ser aplicado aos títulos de crédito,
e a quaisquer valores mobiliários não classificados como Investimentos
Permanentes é:
a) Custo ou mercado dos dois o menor
b) Custo histórico como base de valor
c) Custo corrente ou o de reposição
d) Custo de Realização acrescido dos rendimentos
e) Custo original como base de valor
Resolução e comentários
Idêntico ao da questão anterior
Gabarito
A
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b) Investimentos
c) Não Circulante
d) Permanente
e) Disponível
Resolução e comentários
Conforme definido nesta aula, o conceito de disponibilidades alcança os
elementos patrimoniais que podem ser imediatamente realizados, por
valor conhecido. O exemplo mais contundente, de elemento patrimonial
passível de classificação no grupo Disponibilidades, é o dinheiro em
caixa, que por ter “curso forçado”49 pode ser utilizado imediatamente –
trocado por qualquer outra coisa.
A Lei das S/A estabelece, no seu art. 178, que, no Ativo, as contas
serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez e, dentro
desse conceito, as contas de Disponibilidade são as primeiras a serem
apresentadas no Balanço. Repare que há referência expressa ao item
“Disponibilidades” no art. 179, da lei das S/A, que enumera os itens do
Ativo Circulante. A seguir, encontram-se transcritos, parcialmente, os
dois artigos citados:
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas
segundo os elementos do patrimônio que registrem, e
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise
da situação financeira da companhia.
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem
decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas
registrados, nos seguintes grupos:
b) ativo circulante;
...
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I - no ativo circulante: as disponibilidades, …
49
Ser, obrigatoriamente, aceito para pagamento – por força de lei.
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também classificáveis como Disponibilidades, devendo, todavia, se
mostradas em conta à parte.
Gabarito
E
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Conforme Manual de contabilidade das Sociedades por Ações, página 86
(ed.1999), o lançamento deverá ser o seguinte:
D = Investimentos temporários
C = a bancos 500.000
Ou, considerando o valor do rendimento a apropriar como redutora do
ativo:
D= Investimentos temporários 590.000
C = a diversos
C = a bancos 500.000
C = a juros a transcorrer 90.000
Repare que, nesse segundo caso, o valor da aplicação também será de
R$ 500.000,00 (ou seja, R$ 590.000,00 – R$ 90.000,00 = R$
500.000,00).
Gabarito
E
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b) Número de dias incorridos - 70 dias
c) Percentual de tempo incorrido - 70/180 = 2/5
Lançamento:
a) relativo aos rendimentos:
D= investimentos temporários
C= a Receitas financeiras 36.000 (2/5 * 90.000)
b) relativo ao IRF
D= IRF a compensar
C = a IRF a recolher 3.600 (2/5 * 9.000)
Ou, considerando os juros a transcorrer como conta redutora do ativo:
a) lançamento relativo aos rendimentos:
D= juros a transcorrer
C= a Receitas financeiras 36.000 (2/5 * 90.000)
b) lançamento relativo ao IRF
D= IRF a compensar
C = a IRF a recolher 3.600 (2/5 * 9.000)
Gabarito
B
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e) registrar o ganho de R$ 4.000 resultantes da comparação entre o
valor pago na data do balanço e o valor contábil da aplicação.
Resolução e comentários
O procedimento adequado para a situação descrita na questão é o de se
registrar uma provisão para perdas em investimentos temporários, no
valor da diferença apurada mediante a comparação do valor formal do
investimento na data e o valor efetivo (valor de mercado, deduzido das
despesas). A seguir, encontra-se apresentada a memória de cálculo do
valor da provisão.
a) Valor formal - R$ 500.000 + (2/5 * 90.000) = 536.000
b) Valor efetivo - R$ 532.000 (-) 2.000 = 530.000
c) Valor a provisionar - R$ 6.000
Lançamento
D= Despesas com provisão
C = a provisão para perdas em investimentos temporários.
Gabarito
D
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Conforme visto nesta aula, investimentos de valores em elementos
patrimoniais, com intenção de permanência, são classificados em título
especial à parte, no Balanço Patrimonial, denominado ativo Permanente
INVESTIMENTOS.
O artigo 179 da Lei das S/A estabelece como as contas serão
classificadas, definindo, no seu item III, que ficam classificadas em
investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante e
que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da
empresa, conforme a seguir reproduzido:
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
...
III - em investimentos: as participações permanentes em
outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não
classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à
manutenção da atividade da companhia ou da empresa;
Verifica-se, por este texto, que, no subgrupo Ativo Permanente
Investimentos deverão constar elementos não classificáveis no ativo
circulante. Isso é uma decorrência do próprio conceito de Ativo
Permanente (que somente abrange itens cuja intenção seja de não
alienação), assim, somente itens que não se enquadrem no conceito de
Ativo Circulante (com prazo de realização previsto) podem ser
registrados no Ativo Permanente Investimentos.
Adicionalmente, o dispositivo legal faz uma referência a participações
permanentes em outras sociedades. Por participações permanentes em
outras sociedades entende-se, basicamente: (a) ações de companhias;
e (b) cotas do capital de sociedades limitadas. Tais participações (ações
ou cotas) dão, à empresa, direito a uma fração ideal do patrimônio da
pessoa jurídica investida, bem como de seus lucros e sua administração.
Assim, se uma empresa é detentora de ações (ou cotas de capital)
referentes a outra empresa, ela tem direito a parte do respectivo
patrimônio, resultado e administração.
Gabarito
C
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5.4.2 AFTN - 199650
Enunciado
Questão 2: Quando adquiridos com caráter de permanente, são
classificados como Ativo Permanente Investimentos:
A participações societárias e os bens de uso intangíveis
B bens de uso intangíveis e os direitos de longo prazo
C bens tangíveis não utilizados nas atividades da empresa
D bens tangíveis utilizados nas atividades da empresa
E bens de uso tangíveis e os direitos de longo prazo
Resolução e comentários
O ativo permanente compreende os bens e direitos que não se deseja
ou não se pode realizar, isto é, vender e transformar em dinheiro. Se
não se destinarem à manutenção da atividade da empresa, comporão o
grupo investimentos.
O artigo 179 da Lei n° 6.404 estabelece como as contas serão
classificadas, definindo, no seu item III, que ficam classificadas “em
investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante e
que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da
empresa.”
Assim, classificam-se como ativo permanente investimentos as
participações permanentes em outras empresas e os bens não utilizados
na atividade fim da empresa – este bens são, por exemplo, imóveis de
aluguel, jóias e obras de arte, etc.
Assim, analisaremos cada uma das alternativas:
A participações societárias e os bens de uso intangíveis
Bens de uso são classificados no ativo permanente imobilizado
B bens de uso intangíveis e os direitos de longo prazo
Bens de uso são classificados no ativo permanente imobilizado
C bens tangíveis não utilizados nas atividades da empresa
Certo
50
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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D bens tangíveis utilizados nas atividades da empresa
Bens utilizados nas atividades da empresa são classificados no ativo
permanente imobilizado
E bens de uso tangíveis e os direitos de longo prazo
Bens de uso são classificados no ativo permanente imobilizado e direitos
de longo prazo no ativo realizável a longo prazo.
Gabarito
C
51
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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Assim, nesse subgrupo do ativo incluem-se todos os bens que a
empresa possui com a intenção de manter e que se destinem ao
funcionamento da sociedade ou de seu empreendimento, bem como os
direitos exercidos com esta finalidade.
A partir do conceito acima, analisaremos cada uma das alternativas da
questão:
A apenas por bens intangíveis e direitos da entidade utilizados em suas
atividades
O ativo imobilizado também é composto por bens tangíveis, desde que
utilizados na atividade da empresa.
B por todos os bens tangíveis e intangíveis além dos direitos de longo
prazo da entidade
Nem todos os bens compõem o ativo imobilizado, apenas aqueles que
sejam utilizados na atividade da empresa. Os direitos de longo prazo
compõem o ativo realizável a longo prazo.
C apenas por bens tangíveis utilizados no desenvolvimento de suas
atividades
O ativo imobilizado também é composto por bens intangíveis, desde que
utilizados na atividade da empresa.
D por bens e direitos da entidade utilizados no desenvolvimento de suas
atividades
Certo.
E somente por bens depreciáveis utilizados no desenvolvimento das
atividades da entidade
O ativo imobilizado é composto por bens e direitos depreciáveis,
amortizáveis, exauríveis e, também, não sujeitos a tais encargos.
Gabarito
D
52
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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9) em 30/11/x2, a composição do fundo fixo de caixa sempre suprido
pela tesouraria em moeda corrente, era a seguinte:
- moeda corrente 10.000,00
- comprovante de despesa 90.000,00
- total 100.000,00
Naquela data foi feita a reconstituição do fundo e, concomitantemente, a
redução do valor em moeda corrente de 100.000,00 para 50.000,00.
Em função dos registros contábeis concernentes, o somatório das contas
do Ativo Circulante:
a) diminuiu em 90000,00
b) aumentou em 40000,00
c) aumentou em 50000,00
d) aumentou em 130000,00
e) diminuiu em 50000,00
Resolução e comentários
A conta caixa inclui dinheiro, bem como cheques em mãos, recebidos e
ainda não depositados, pagáveis irrestrita e imediatamente.
Normalmente o saldo de caixa pode estar registrado na empresa através
de uma ou de diversas contas, dependendo de suas necessidades
operacionais e locais de funcionamento.
Algumas empresas utilizam o conceito de caixa de fundo fixo –
geralmente para pagamento de pequenas despesas. O caixa de fundo
fixo consiste em um local físico (caixa) onde se fazem pagamentos de
vales ou notas de despesa. Nesses casos, o saldo da conta caixa é
sempre fixo no início do dia, utilizando-se o seguinte procedimento:
a) no início do dia, o caixa tem uma quantidade fixa de valor (de
acordo com o saldo da conta caixa);
b) durante o dia, são efetuados pagamentos mediante o
recebimento de:
a. vales (de adiantamento), ou
b. notas (de despesa).
c) Ao final do dia:
a. são realizados os lançamentos contábeis relativos aos
pagamentos efetuados
i. de despesas ou
ii. de adiantamentos
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b. é reposta – mediante saque de valor em banco – a
quantidade fixa de valor do caixa
c. é registrado o lançamento de atualização do saldo da
conta caixa
d. volta-se à situação do início do dia.
No caso das despesas devidamente comprovadas, o valor do ativo
circulante diminui, pois o mesmo deverá ser creditado com respectivo
débito em conta de despesas.
D= despesas
C = a caixa 90.000
Não houve pagamento por adiantamento (vales).
A redução do fundo fixo de caixa é a mera reposição do saldo fixo em
valor menor, não há diferença no valor do ativo circulante porque o
saldo de caixa que diminui ficará em bancos ou outra disponibilidade.
D= caixa
C = a bancos 40.000
Logo, o ativo circulante foi reduzido em 90.000 – exatamente no valor
das despesas comprovadas.
Gabarito
A
53
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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caixa 40,00
bancos c/ movimento 100,00
valores mobiliários 200,00
mercadorias 600,00
meateriais de consumo 120,00
duplicatas a pagar 800,00
duplicatas descontadas 300,00
duplicatas a receber 500,00
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d= despesas antec (AC)
c=a caixa 150
Em vista dos critérios acima , encontra-se a seguir apresentada tabela
com o saldo ajustado das contas de ativo circulante.
conta ajuste
AC antes AC depois
caixa 40,00 80,00 receitas atecipadas - aumentam o caixa
nenhum - o cheque é contabilizado na entrega ao
bancos c/ movimento 100,00 100,00 beneficiário
valores mobiliários 200,00 200,00 nenhum - registro pelo valor original
mercadorias 600,00 600,00 nenhum
meateriais de consumo 120,00 120,00 nenhum
duplicatas a pagar 800,00
duplicatas descontadas 300,00 (300,00) nenhum
duplicatas a receber 500,00 500,00 nenhum
Gabarito
C
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A lei das S/A dispõe que serão classificados como resultados de
exercícios futuros as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos
custos e despesas a elas correspondentes.
Sob o aspecto estritamente contábil, trata-se de um grupo patrimonial
bastante restrito que deve abrigar somente receitas já recebidas, mas
que, segundo o regime de competência, somente deve ser apropriadas a
resultado em exercícios futuros, daí sua denominação, sendo que dessas
receitas já devem estar deduzidos os custos e despesas
correspondentes incorridos e a incorrer.
Assim, classificam-se neste grupo somente os resultados futuros, mas
com duas características importantes:
- em relação aos quais não haja qualquer tipo de obrigação em
devolvê-los por parte da empresa;
- nem haja a obrigação de realização de qualquer prestação
positiva por parte da empresa.
Existindo obrigação com terceiros, a classificação correta seria no
passivo circulante ou exigível a longo prazo, conforme a data de
vencimento.
Gabarito
A
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Decreto 3.000, de 1999 – Regulamento do Imposto de Renda.
6.3 Livros
Iudícibus, Sérgio de; Martins, Eliseu e Gelbke, Ernesto Rubens Gelbcke.
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – FIPECAFI. Ed.
Atlas. São Paulo – 4a edição – 1995.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Básica. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Avançada. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Gonçalves, Eugênio Celso e Baptista, Antônio Eustáquio. Contabilidade
Geral. Ed. Atlas. São Paulo – 2a edição – 1994.
Silva, Benedito Gonçalves da. Contabilidade Geral. Ed. Meta – 2a edição
– 1994.
Ferrari, Ed Luiz, Contabilidade Geral: teoria e 950 questões – Rio de
Janeiro: Elsevier 2006.
Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade – Rio de
Janeiro: Impetus, 2003.
Ferreira, Ricardo J. Contabilidade avançada e intermediária – 2. ed. –
Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2004.
Santos, Luiz Eduardo. Contabilidade: Resoluções e Comentários de
Questões da ESAF. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
6.4 Internet
www.planalto.gov.br
www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.gov.br
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1 Roteiro
Nesta aula, continuaremos a apresentação dos conceitos atinentes às
demonstrações contábeis – especificamente quanto ao Balanço
Patrimonial. Na aula anterior, foi visto o grupo Ativo Circulante e,
portanto, nesta aula, serão estudados os grupos Ativo Realizável a
Longo Prazo e Ativo Permanente. A seguir, encontra-se uma lista dos
itens que serão vistos:
1 - Ativo Realizável a Longo Prazo
a) Créditos e valores a receber no longo prazo
a. Bancos – contas vinculadas
b. Contas a receber
c. Títulos a receber
d. Adiantamentos a terceiros
e. Provisão para devedores duvidosos (conta credora)
f. Tributos a recuperar
g. Crédito de acionista, diretor, coligada ou controlada
(transações não operacionais)
b) Investimentos temporários a Longo Prazo;
c) Estoques estratégicos
d) Despesas antecipadas
2 - Ativo Permanente
a) Ativo Permanente Investimentos
a. Jóias e obras de arte
b. Imóveis para aluguel
c. Depreciação acumulada
d. Participações societárias
b) Ativo Permanente Imobilizado
a. Imóveis
i. Terrenos
ii. Construções
b. Máquinas e equipamentos
c. Móveis e utensílios
d. Marcas e patentes
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e. Veículos
f. Florestas
g. Minas e jazidas
h. Depreciação – amortização – exaustão (acumuladas)
c) Ativo Permanente Diferido
a. Pesquisa - desenvolvimento de patentes
b. Propaganda institucional
c. Reorganização administrativa e desenvolvimento de
sistemas
d. Despesas pré-operacionais
2 Introdução
Serão estudadas, neste tópico da matéria, as constas tipicamente
componentes dos grupos patrimoniais Ativo Realizável a Longo Prazo e
Ativo Permanente (conforme consta do nosso Plano de Contas
Proposto). Assim, após uma breve recordação do conceito atinente a
cada um dos grupos em questão (e seus respectivos subgrupos),
apresentaremos o comportamento de cada uma de suas contas
componentes.
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o Crédito de acionista, diretor, coligada ou controlada
(transações não operacionais);
o Adiantamentos a terceiros;
o Provisão para devedores duvidosos (conta credora);
o Tributos a recuperar;
- Investimentos temporários a Longo Prazo;
- Estoques estratégicos;
- Despesas antecipadas.
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e
respectivos lançamentos)
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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A cada exercício, caso tenha havido mudança na composição dos
direitos a receber e no valor da perda provável no seu recebimento, com
relação a essa provisão, deve ser – alternativamente realizada:
a) reversão do saldo e constituição de nova provisão
- revertido o saldo nela registrado, a crédito de receita de
reversão da provisão e;
- constituída nova provisão, a débito de despesas, pelo novo
valor necessário.
b) complementação – constituição da provisão, a débito de despesas,
pela diferença entre o saldo da provisão já existente e o novo valor
necessário.
A partir dos conceitos acima expostos, podemos apresentar o
funcionamento da conta Provisão para créditos de liquidação duvidosa –
Longo prazo, resumidamente, conforme tabela a seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos
lançamentos)
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a) créditos de ICMS, referentes a aquisições para o ativo
imobilizado, conforme previsto na Lei Complementar n° 87, de
1996:
Art. 19. O imposto é não-cumulativo, compensando-se o
que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação com o
montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro
Estado.
Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo
anterior, é assegurado ao sujeito passivo o direito de
creditar-se do imposto anteriormente cobrado em
operações de que tenha resultado a entrada de
mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento,
inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo
permanente, ou o recebimento de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal ou de comunicação.
...
§ 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo,
relativamente aos créditos decorrentes de entrada de
mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo
permanente, deverá ser observado:
I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e
oito avos por mês, devendo a primeira fração ser
apropriada no mês em que ocorrer a entrada no
estabelecimento;
b) valores a recuperar de IRPJ, referentes ao direito de – no futuro
– recolher um valor menor do tributo por conta de um fato já
ocorrido (como é o caso do prejuízo fiscal, que dá direito da
pessoa jurídica compensar com o lucro real de exercícios
posteriores), conforme Decreto 3.000, de 1999:
Art. 509. O prejuízo compensável é o apurado na
demonstração do lucro real e registrado no LALUR
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 64, § 1º, e Lei nº
9.249, de 1995, artigo 6º, e parágrafo único).
§ 1º A compensação poderá ser total ou parcial, em um ou
mais períodos de apuração, à opção do contribuinte,
observado o limite previsto no artigo 510 (Decreto-Lei nº
1.598, de 1977, artigo 64, § 2º).
...
Art. 510. O prejuízo fiscal apurado a partir do
encerramento do ano-calendário de 1995 poderá ser
compensado, cumulativamente com os prejuízos fiscais
apurados até 31 de dezembro de 1994, com o lucro líquido
ajustado pelas adições e exclusões previstas neste
Decreto, observado o limite máximo, para compensação,
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de trinta por cento do referido lucro líquido ajustado (Lei
nº 9.065, de 1995, artigo 15).
Conforme já visto, na aula anterior, o registro do Imposto de Renda
diferido no ativo está claramente definido pela Deliberação CVM n° 273,
de 1998, que aprovou pronunciamento do Ibracon nesse sentido.
Assim, a existência de valores registrados na Parte B do Lalur, que
dêem direito à empresa de realizar exclusões ou compensações no
futuro devem ser registrados no ativo (Ativo Circulante ou Ativo
Realizável a Longo Prazo, conforme a data prevista para a respectiva
exclusão ou compensação). Lembramos que alguns autores preferem
classificar esse direito como despesa antecipada .
Pelos conceitos acima apresentados, o funcionamento da conta Tributos
a recuperar ou diferidos – Longo prazo pode ser, resumidamente,
apresentado, conforme tabela a seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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negócios usuais na exploração do objeto da companhia deverão ser
classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo.
Os saldos de coligadas e controladas, por serem relativos a transações
entre partes relacionadas, devem ser mencionados em nota explicativa.
De qualquer forma, no caso de valores relevantes de créditos a diretores
ou sócios, deverá constar de nota explicativa a operação que deu
origem ao crédito e a forma de sua liquidação.
Com base nos conceitos acima, a conta Créditos a partes relacionadas –
transações não operacionais tem o seguinte comportamento:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
1
Apresentado na aula anterior e cuja leitura é aqui recomendada.
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Assim, para evitar a repetição de conceitos já conhecidos, passaremos –
diretamente – ao próximo item de nosso programa.
2
Apresentado na aula anterior, cuja leitura é aqui recomendada.
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Assim, para evitar a repetição de conceitos já conhecidos, passaremos –
diretamente – ao próximo item de nosso programa.
4 Ativo Permanente
Já foi visto que o Ativo Permanente compreende os bens e direitos que
não se deseja ou não se pode realizar, isto é, vender e transformar em
dinheiro.
Foi visto também que esses bens e direitos podem ter sido adquiridos
com o objetivo de dar operacionalidade à empresa. Neste caso,
compõem o grupo imobilizado. Por outro lado, caso a aquisição seja
relativa a participações societárias ou a outros bens e direitos que não
se destinarem à manutenção da atividade da empresa, tais elementos
comporão o grupo investimentos.
Existem ainda aplicações em despesas que contribuem para a formação
do resultado de exercícios subseqüentes e não devem, portanto, ser
3
O registro do Imposto de Renda Diferido já foi apresentado no item “Tributos a
compensar / recuperar ou diferidos”, do Ativo Circulante, na aula anterior e acima
referenciados no item “Tributos a recuperar ou tributos diferidos”, do Ativo Realizável a
Longo Prazo.
4
Apresentadas na aula anterior, cuja leitura é aqui recomendada.
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apropriadas ao exercício em que foram gastas. Neste caso, constituem
o grupo diferido.
Para aprofundar o estudo do Ativo Permanente, o que nos permitirá
analisar o funcionamento de suas contas componentes, dois importantes
conceitos devem ser apresentados, ainda que brevemente, para um
estudo detalhado em aula específica adiante neste curso:
a) Depreciação, amortização e exaustão.
b) Reavaliação – possibilidade de nova avaliação de um ativo para
registrá-lo ao valor de mercado, com base em um laudo
elaborado por três peritos, ou uma empresa. A reavaliação
implica o aumento do patrimônio registrado, porém a Lei das
S/A permite que esse aumento não seja registrado a crédito de
receita, porém em conta específica do Patrimônio Líquido
(Reserva de Reavaliação5).
O instituto da reavaliação está previsto na Lei das S/A, em seus arts.
182 e 8o:
Art. 182. ...
§ 3° Serão classificadas como reservas de reavaliação as
contrapartidas de aumentos de valor atribuídos a
elementos do ativo em virtude de novas avaliações com
base em laudo nos termos do artigo 8º, aprovado pela
assembléia-geral.
...
Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3 (três) peritos
ou por empresa especializada, nomeados em assembléia-
geral dos subscritores, convocada pela imprensa e
presidida por um dos fundadores, instalando-se em
primeira convocação com a presença desubscritores que
representem metade, pelo menos, do capital social, e em
segunda convocação com qualquer número.
§ 1º Os peritos ou a empresa avaliadora deverão
apresentar laudo fundamentado, com a indicação dos
critérios de avaliação e dos elementos de comparação
adotados e instruído com os documentos relativos aos
bens avaliados, e estarão presentes à assembléia que
conhecer do laudo, a fim de prestarem as informações que
lhes forem solicitadas.
…
Neste item, analisaremos em separado os subgrupos:
- Ativo Permanente Investimentos;
5
A reserva de reavaliação será objeto de estudo detalhado adiante, quando da
apresentação das contas componentes do Patrimônio Líquido.
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- Ativo Permanente Imobilizado; e
- Ativo Permanente Diferido.
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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4.1.2 Imóveis para aluguel
A conta imóveis para renda também deve ser classificada no ativo
permanente investimentos. Seu funcionamento é semelhante ao da
conta Jóias e obras de arte, com a diferença de que os imóveis alugados
devem sofrer depreciação.
Pelos conceitos acima expostos, pode ser apresentado o funcionamento
da conta Imóveis para aluguél conforme a tabela abaixo:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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imóvel não perde seu valor por uso, desgaste ou obsolescência: a terra
nua, pois a terra (em tese) não envelhece.
Assim, o cálculo do valor a ser depreciado demanda a separação do
valor do imóvel em dois:
a) o terreno; e
b) a edificação.
A depreciação incidirá somente sobre a edificação. Essa separação é –
de preferência – realizada no próprio plano contábil (em duas subcontas
analíticas da conta imóveis para aluguel). A discriminação de valores,
porém, também pode ser feita através de mapas extracontábeis de
controle dos valores de aquisição dos imóveis.
Pelos conceitos acima, podemos apresentar o funcionamento da conta
depreciação acumulada (relativa à edificação dos imóveis para aluguel),
conforme tabela abaixo.
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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4.2 Ativo Permanente Imobilizado
Já foi visto que, segundo a lei das S/A, classificam-se no ativo
imobilizado as contas representativas dos direitos que tenham por
objeto bens destinados à manutenção das atividades da Companhia, ou
exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou
comercial. Assim, nesse subgrupo incluem-se os bens e direitos que a
empresa possui com a intenção de manter e que se destinem ao
funcionamento da sociedade ou de seu empreendimento.
Neste item, serão analisadas as contas tipicamente componentes deste
subgrupo:
- Imóveis;
- Terrenos;
- Construções;
- Máquinas e equipamentos;
- Móveis e utensílios;
- Marcas e patentes;
- Veículos;
- Florestas;
- Minas e jazidas;
- Depreciação – amortização – exaustão (acumuladas).
4.2.1 Imóveis
A conta imóveis, no ativo permanente imobilizado, compreende aqueles
utilizados na consecução de sua atividade fim, por exemplo, utilizados
como sede da empresa, como depósito, como fábrica, etc.
Conforme ocorre na conta de imóveis para aluguel, é indicado que a
conta imóveis seja desdobrada em duas: (a) terrenos e (b) construções.
A razão desse desdobramento reside no fato de que os terrenos não
estão sujeitos à depreciação, enquanto as construções estão sujeitas a
ela. Cumpre frisar que o desdobramento, apesar de recomendado, pode
ser suprido por um controle extracontábil dos valores do terreno e da
construção.
4.2.1.1 Terrenos
Apesar da conta terrenos não estar sujeita à depreciação, é previsto –
para ela – a possibilidade de reavaliação. Assim, considerando um valor
de mercado superior ao valor original e um laudo elaborado por três
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peritos ou uma empresa, o valor do terreno pode ser majorado, com
contrapartida em conta de Patrimônio Líquido.
Seja um terreno adquirido em 1996, pelo valor de R$ 10.000,00.
Considere que conforme laudo elaborado por três peritos, seu valor
atual de mercado seja de R$ R$ 50.000,00. Nesse caso, deve ser
atualizado o valor do ativo, pelo seguinte lançamento.
D = Terrenos
1 - C = a Reserva de Reavaliação 40.000,00
O funcionamento da conta terrenos é o seguinte: (a) débitos pela
aquisição ou pela reavaliação e (b) créditos pela alienação, conforme
tabela a seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Terrenos
Débitos Créditos
si de natureza devedora
1 no momento da aquisição do terreno
2 no momento da reavaliação do terreno
no momento da alienação do terreno 3
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
4.2.1.2 Construções
Os valores referentes às construções devem ser registrados em contas
do ativo permanente imobilizado, especificamente em subconta da conta
imóveis, justamente por consistir na parte que está sujeita: (a) tanto à
depreciação, (b) quanto à reavaliação.
No caso de construção devem ser computados os gastos efetuados até o
momento do “habite-se” do imóvel.
O funcionamento da conta Construções encontra-se apresentado na
tabela a seguir:
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Construções
Débitos Créditos
si de natureza devedora
1 no momento da aquisição ou edificação da construção
2 no momento da reavaliação da construção
no momento da alienação da construção 3
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
6
Os conceitos de depreciação, amortização e exaustão serão detalhadamente
estudados, adiante neste curso.
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
ao final do aluguel 2
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo
anterior, é assegurado ao sujeito passivo o direito de
creditar-se do imposto anteriormente cobrado em
operações de que tenha resultado a entrada de
mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento,
inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo
permanente, ou o recebimento de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal ou de comunicação.
§ 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo,
relativamente aos créditos decorrentes de entrada de
mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo
permanente, deverá ser observado:
I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito
avos por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no
mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento;
II – em cada período de apuração do imposto, não será
admitido o creditamento de que trata o inciso I, em
relação à proporção das operações de saídas ou prestações
isentas ou não tributadas sobre o total das operações de
saídas ou prestações efetuadas no mesmo período;
III – para aplicação do disposto nos incisos I e II, o
montante do crédito a ser apropriado será o obtido
multiplicando-se o valor total do respectivo crédito pelo
fator igual a um quarenta e oito avos da relação entre o
valor das operações de saídas e prestações tributadas e o
total das operações de saídas e prestações do período,
equiparando-se às tributadas, para fins deste inciso, as
saídas e prestações com destino ao exterior;
IV – o quociente de um quarenta e oito avos será
proporcionalmente aumentado ou diminuído, pro rata die,
caso o período de apuração seja superior ou inferior a um
mês;
V – na hipótese de alienação dos bens do ativo
permanente, antes de decorrido o prazo de quatro anos
contado da data de sua aquisição, não será admitido, a
partir da data da alienação, o creditamento de que trata
este parágrafo em relação à fração que corresponderia ao
restante do quadriênio;
VI – serão objeto de outro lançamento, além do
lançamento em conjunto com os demais créditos, para
efeito da compensação prevista neste artigo e no art. 19,
em livro próprio ou de outra forma que a legislação
determinar, para aplicação do disposto nos incisos I a V
deste parágrafo; e
VII – ao final do quadragésimo oitavo mês contado da data
da entrada do bem no estabelecimento, o saldo
remanescente do crédito será cancelado.
...
Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte:
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...
III - somente darão direito de crédito as mercadorias
destinadas ao ativo permanente do estabelecimento, nele
entradas a partir da data da entrada desta Lei
Complementar em vigor.
Cabe colocar que o IPI incidente sobre equipamentos adquiridos para o
ativo imobilizado não dá direito a crédito.
O PIS/Pasep e a Cofins incidentes na operação de aquisição de bens
para o imobilizado são recuperáveis, somente no caso da pessoa jurídica
estar obrigada a sua apuração pela metodologia não-cumulativa (ou
seja, caso a pessoa jurídica esteja apurando o Imposto de Renda pela
sistemática do Lucro Real), conforme determinado pelas Leis 10.637, de
2002, e 10,833, de 2003, a seguir:
Lei n° 10,637, de 2002.
Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa
jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:
...
VI - máquinas, equipamentos e outros bens
incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados
para locação a terceiros ou para utilização na produção de
bens destinados à venda ou na prestação de serviços.
...
o
§ 1 O crédito será determinado mediante a aplicação da
alíquota prevista no caput do art. 2o desta Lei sobre o
valor:
...
III - dos encargos de depreciação e amortização dos bens
mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no
mês;
Lei n° 10.833, de 2003.
Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa
jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:
...
VI - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados
ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação
a terceiros, ou para utilização na produção de bens
destinados à venda ou na prestação de serviços;
...
§ 1o Observado o disposto no § 15 deste artigo e no § 1o
do art. 52 desta Lei, o crédito será determinado mediante
a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2o desta
Lei sobre o valor:
...
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III - dos encargos de depreciação e amortização dos bens
mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no
mês;
Assim, considere a aquisição de equipamentos industriais nas seguintes
condições:
a) valor dos equipamentos – R$ 100.000,00;
b) ICMS incidente na operação – 20%;
c) IPI incidente na operação – 10%;
d) PIS/Pasep incidente – 1,65%;
e) Cofins incidente – 7,6%;
f) Gastos de instalação do equipamento (realizada por profissional
autônomo e incluindo ISS – não recuperável) – R$ 500,00.
Nesse caso, o valor pago e o valor a ser registrado no ativo imobilizado
– a título de equipamentos – está demonstrado a seguir:
Item Valor Alíquota Obs.
1 Valor do equipamento 100.000,00
2 (+) valor do IPI incidente 10.000,00 10,00%
3 (=) total a ser pago pelo equipamento 110.000,00
4
5 (-) ICMS incidente (22.000,00) 20,00% sobre o total a ser pago
6 (-) PIS/Pasep incidente (1.650,00) 1,65% sobre o valor do equipamento
7 (-) Cofins incidente (7.600,00) 7,60% sobre o valor do equipamento
8 (+) Instalação 500,00
9 (=) valor do ativo Permanente Imobilizado 79.250,00
10 desembolso total realizado 110.500,00 item (3) + item (8)
31.250,00
Repare que, no caso, o desembolso será de R$ 110.500,00, mas que
somente o valor de R$ 79.250,00 será registrado como custo do
equipamento (no Ativo Permanente Imobilizado). A diferença, de R$
31.250,00 é composta por direitos de crédito sobre ICMS, PIS/Pasep e
Cofins, respectivamente nos valores de R$ 22.000,00, R$ 1.650,00 e R$
7.600,00, que deverão estar registrados no Ativo Circulante e no Ativo
Realizável a Longo Prazo, conforme o prazo previsto para seu
aproveitamento7.
O lançamento seria o seguinte:
7
Sobre o assunto, recomendamos a leitura do item “Tributos a compensar / recuperar
ou diferidos” tratado na aula anterior.
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D= diversos
1- C=a caixa 110.500,00
D= equipamentos 79.250,00
D= ICMS a recuperar (AC/ARLP) 22.000,00
D= PIS/Pasep a recuperar (AC/ARLP) 1.650,00
D= Cofins a Recuperar (AC/ARLP) 7.600,00
máquinas e equipamentos
Débitos Créditos
si de natureza devedora
1 no momento da aquisição da máquina/equipamento
2 no momento da reavaliação
no momento da apuração do custo - para alienação 3
(no valor da depreciação acumulada)
no momento da alienação 4
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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Um detalhe, as marcas e patentes – como elementos patrimoniais
imateriais – não devem ser objeto de reavaliação, conforme será visto
em item próprio.
Finalmente, como a utilização de patentes é – via de regra – limitada no
tempo, esse elemento patrimonial deverá ser objeto de amortização.
Quanto a marcas, pelo fato de que seu registro pode ser
indefinidamente renovado, elas não estão sujeitas aos encargos de
amortização (nem de depreciação ou exaustão).
A partir dos conceitos acima, podemos apresentar o funcionamento
esquemático da conta marcas e patentes, conforme tabela a seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
marcas e patentes
Débitos Créditos
si de natureza devedora
1 no momento da aquisição da marca/patente
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
4.2.5 Veículos
A conta Veículos apresenta exatamente o mesmo funcionamento da
conta máquinas e equipamentos, apresentada no item acima e cuja
leitura é aqui recomendada.
4.2.6 Florestas
As florestas próprias, plantadas com o objetivo de exploração da
atividade fim da empresa, devem ser registradas no ativo permanente
imobilizado, pelo seu valor de aquisição, ou seja, pelo valor dos gastos
incorridos para tê-la – incluindo o custo do solo, das sementes, dos
adubos, dos defensivos agrícolas, etc.
As florestas são itens que – por apresentarem, via de regra, aumento de
valor de mercado conforme a passagem do tempo – se prestam para a
reavaliação.
As florestas adquiridas de terceiros, para utilização na atividade da
empresa, também deve ser registrada no ativo permanente imobilizado.
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Os direitos de exploração sobre florestas, quando a respectiva
exploração está relacionada com a atividade da empresa, também deve
ser registrada no ativo permanente imobilizado.
É comum haver projeto de reflorestamento / florestamento em
propriedades de terceiros. Tais projetos são, geralmente, realizados na
forma jurídica de Sociedade em Conta de Participação8, sendo a pessoa
jurídica o sócio ostensivo e o proprietário rural (pessoa física –
geralmente) o sócio participante. Nesse caso, deve haver uma
discriminação: (1) do ativo permanente do projeto (de reflorestamento),
no ativo da pessoa jurídica, (2) dos demais elementos do ativo da
pessoa jurídica, mas que não estão ligados ao projeto.
As florestas destinadas ao corte deverão ser objeto de exaustão,
enquanto os direitos de exploração (por tempo determinado) de
florestas deverá ser amortizado. Em tempo, no caso – raro – de
existência de uma floresta não utilizada nas atividades da empresa
(exemplo: florestas mantidas, pela empresa, por razões ecológicas) não
deverá ser registrado qualquer encargo, seja de depreciação, exaustão
ou amortização.
Com base nesses conceitos, podemos apresentar o funcionamento
esquemático da conta Florestas, conforme a seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
florestas
Débitos Créditos
si de natureza devedora
1 no momento da aquisição
2 na reavaliação
no momento da apuração do custo - para baixa 3
(no valor da amortização/exaustão acumulada)
no momento da baixa 4
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
8
Prevista nos artigos 991 a 996 do Código Civil – Lei n° 10.406, de 2002.
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Tais valores serão objeto de amortização ou de exaustão, conforme será
visto em aula específica, a seguir neste curso.
Esses elementos patrimoniais poderão ser objeto de reavaliação, quando
for constatado que seu valor de mercado ultrapassa o valor do custo de
aquisição.
A seguir, encontra-se tabela com a apresentação do funcionamento
esquemático da conta:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
minas e jazidas
Débitos Créditos
si de natureza devedora
1 no momento da aquisição
2 na reavaliação
no momento da apuração do custo - para baixa 3
(no valor da amortização/exaustão acumulada)
no momento da baixa 4
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
programas de computadores
Débitos Créditos
si de natureza devedora
1 no momento da aquisição da marca/patente
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
4.2.9 Ferramentas
As ferramentas de vida útil superior a um ano devem ser registradas em
conta do ativo permanente imobilizado. No caso de ferramentas de vida
útil menor, o registro pode ser diretamente realizado em conta de
despesa, tratamento idêntico pode ser dado a ferramentas de vida útil
superior a um ano, porém de valor unitário pequeno (pela aplicação da
convenção da materialidade).
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A partir dos conceitos acima, é possível apresentar o funcionamento da
conta depreciação/amortização/exaustão acumulada, conforme tabela a
seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
depreciação/amortização/exuastão acumulada
Débitos Créditos
de natureza credora si
(espera-se igual a zero)
na apropriação do encargo 2
3 no momento da apuração do custo - para baixa
(no valor da depreciação/amortização/exaustão acumulada)
4 no momento da baixa
de natureza credora sf
(espera-se igual a zero)
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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envolvida. Já a apropriação ao resultado das despesas
antecipadas está vinculada de forma bastante objetiva
a determinado(s) período(s) futuro(s) (normalmente o
próximo), em função de cláusula contratual,
recebimento do benefício ou serviço ou ocorrência de
determinado evento específico.
Em nosso curso, tentaremos, antes de qualquer afirmação, analisar a
razão pela qual é realizada a classificação de um gasto de um gasto, que
não está relacionado à aquisição de qualquer bem e, portanto,
ordinariamente deveria ser classificado como despesa, como um ativo.
Conforme já foi dito, a contabilidade seria muito bem entendida por
poetas, pois ela é – na verdade – um retrato metafórico do patrimônio.
A partir dessa premissa, para que se torne possível e lógico o
entendimento da classificação desses gastos no ativo diferido, basta
lembrar que se trata de um gasto realizado para “aquisição de um
direito”: o direito de ter lucro no futuro. Ora, todo direito deve ser
registrado no ativo e esta é a razão (metafórica) para esses elementos
integrarem o ativo. À medida em que os exercícios futuros chegam, o
direito ao lucro futuro deixa de existir e esse é o principal critério para
amortização do ativo diferido.
Conforme já visto também, o diferido, como regra, é composto de ativos
intangíveis, não abrangendo normalmente bens corpóreos. Em alguns
raros casos, todavia, pode conter gastos com bens corpóreos, desde
que, por si mesmos, tais bens não tenham utilidade de exploração para
a empresa, a não ser como experimentos, protótipos etc.
O grupo Ativo Diferido, classificado no Ativo Permanente, apresenta em
geral as seguintes contas (a seguir estudadas em separado), sendo
destacados os valores de custo e de amortização acumulada:
- Pesquisa - desenvolvimento de patentes;
- Propaganda institucional;
- Reorganização administrativa e desenvolvimento de
sistemas;
- Despesas pré-operacionais.
Os principais problemas contábeis relacionados com o ativo diferido
dizem respeito à: (1) segregação dos custos e despesas que podem (ou
devem) ser diferidos, daqueles que devem ser diretamente apropriados
ao exercício; (2) o grau de incertezas no tocante à realização dos
benefícios futuros aceitável para o diferimento de custos e receitas; (3)
o método de amortização a ser utilizado, linear ou outro que represente
a efetiva contribuição do custo ou despesa diferidos para o resultado de
cada exercício.
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O texto da Lei das S/A, apesar de sempre ser nosso ponto inicial de
análise, não nos parece ser suficiente para concluir acerca do critério a
ser utilizado para classificação de gastos no ativo diferido. Quando da
definição de onde devem ser classificadas as diversas contas, a Lei nº
6.404/76 assim se expressa no tocante ao Ativo Diferido:
"Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
...
V _ no ativo diferido: as aplicações de recursos em
despesas que contribuirão para a formação do resultado de
mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou
creditados aos acionistas durante o período que anteceder
o início das operações sociais."
Quanto aos critérios para a avaliação dos ativos diferidos, o artigo 183
menciona:
"Art. 183. No balanço os elementos do ativo serão
avaliados segundo os seguintes critérios:
...
VI _ o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado,
deduzido do saldo das contas que registrem a sua
amortização.
...
§ 3º Os recursos aplicados no ativo diferido serão
amortizados periodicamente, em prazo não superior a 10
(dez) anos, a partir do início da operação normal ou do
exercício em que passem a ser usufruídos os benefícios
deles decorrentes, devendo ser registrada a perda do
capital aplicado quando abandonados os empreendimentos
ou atividades a que se destinavam, ou comprovado que
essas atividades não poderão produzir resultados
suficientes para amortizá-los."
No que se refere à divulgação, o artigo 176, em seu parágrafo 5º,
menciona:
"As notas deverão indicar:
a) os principais critérios de avaliação dos elementos
patrimoniais (...) dos cálculos de(...) amortização(...) e
dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização
de elementos do ativo."
Quanto às normas brasileiras de contabilidade, técnicas, A NBC-T-3.2 _
Do Balanço Patrimonial define que o subgrupo do ativo diferido integra o
grupo do Permanente e é constituído pelas aplicações de recursos em
despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um
exercício social. A NBC-T-4 _ Da Avaliação Patrimonial, por seu turno,
dispõe que "os componentes do ativo diferido são avaliados ao custo de
aplicação, atualizado monetariamente, deduzido das respectivas
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amortizações, calculadas com base no período em que serão auferidos
os benefícios deles decorrentes a partir do início da operação normal. A
baixa do valor aplicado deve ser registrada quando cessarem os
empreendimentos que integravam, ou restar comprovado que estes não
produzirão resultados suficientes para amortizá-los."
O IBRACON, em seu pronunciamento nº VIII _ DIFERIDO, afirma que
"classificam-se no ativo diferido as aplicações de recursos em despesas
que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício
social. Estão compreendidas nesta classificação, entre outras, as
despesas de organização, custo de estudos e projetos, despesas pré-
operacionais, despesas com investigação científica e tecnológica para
desenvolvimento de produtos ou processos de produção e encargos
incorridos com a reorganização ou reestruturação da entidade." e define
o conceito de "formação do resultado de diversos períodos" da seguinte
forma:
"O conceito de formação do resultado de diversos períodos
que caracteriza os itens classificados como ativos diferidos,
pode ser definido como uma relação direta, identificada e
documentada, entre certos custos ou despesas incorridos
em um certo momento, geralmente não identificáveis com
ativos físicos, e receitas a serem obtidas em períodos
futuros."
Quanto à aplicação de princípios contábeis ao ativo diferido, o IBRACON
enumera, no referido pronunciamento, os seguintes aspectos:
"1. As aplicações de recursos classificáveis no ativo
diferido (...) serão registradas ao custo monetariamente
corrigido e amortizadas a partir do início das operações
normais da empresa ou do período em que passem a ser
usufruídos os benefícios delas decorrentes e até a cessação
desse usufruto.
2. As despesas classificadas no ativo diferido deverão ser
totalmente amortizadas nos resultados do período em que
forem abandonados os empreendimentos ou atividades a
que se destinam, ou no período em que for comprovado
que essas atividades ou empreendimentos não poderão
produzir resultados suficientes para amortizá-las.
3. O custo e a correspondente amortização acumulada
deverão ser acrescidos de correção monetária, de modo a
atualizá-los por valor correspondente à perda de poder
aquisitivo da moeda.
4. Os itens do ativo diferido deverão ser apresentados
nas demonstrações contábeis no subgrupo Diferido,
pertencente ao grupo de Permanente de modo que se
indique a sua natureza, seu custo histórico, amortizações
acumuladas e correção monetária. Poderá ser
demonstrado no balanço patrimonial o valor líquido desses
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itens e, em nota explicativa, os detalhes acima
mencionados."
No tocante à divulgação, em notas explicativas, que deve ser dada aos
ativos diferidos, o IBRACON requer, no referido pronunciamento, que
sejam evidenciados:
a) a natureza e origem dos itens;
b) comentários que justifiquem a razoabilidade do diferimento;
c) os métodos e prazos de amortização.
Relativamente aos métodos e prazos de amortização, o IBRACON, no
parágrafo 2º, do tópico Discussão do mencionado pronunciamento,
estabelece que:
"a prática indica que, na maioria dos casos, um prazo de
cinco a dez anos, embora possa ser considerado tão
arbitrário como qualquer outro, acaba sendo razoável,
porquanto não é lógico esperar que a aplicação de recursos
em despesas deste tipo chegue a produzir benefícios além
desse espaço de tempo".
"as amortizações deverão ser calculadas pelo método
linear, exceto quando, devido à natureza específica das
despesas, seja razoável a adoção de outra base de
amortização. Deve-se enfatizar a necessidade de um
método uniforme de amortização através dos períodos por
ela abrangidos. Contudo os métodos e porcentagem de
amortização serão revisados periodicamente, para
determinar se existem razões decorrentes de eventos
subseqüentes às estimativas originais que justifiquem
mudanças".
No pronunciamento sobre a Estrutura Conceitual Básica da
Contabilidade, item 5.4, o IBRACON menciona que:
"Todas as despesas e perdas ocorridas em determinado
período deverão ser confrontadas com as receitas
reconhecidas nesse mesmo período ou a ele atribuídas,
havendo alguns casos especiais:
a) os gastos de períodos em que a entidade é total ou
parcialmente pré-operacional. São normalmente ativados
para amortização como despesa a partir do exercício em
que a entidade, ou a parte do ativo, começar a gerar
receitas;
b) a parcela dos gastos dos departamentos de pesquisa e
desenvolvimento que superar o montante necessário para
manter o setor em funcionamento, independentemente do
número de projetos em execução. (...) Todo o gasto
incremental necessário para determinado projeto poderá
ser ativado e, quando o projeto iniciar a geração de
receitas, amortizado contra as receitas. Os gastos diferidos
que não vierem a gerar receitas deverão ter seus valores
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específicos descarregados como perda no período em que
se caracterizar a impossibilidade da geração de receita ou
o fracasso ou desmobilização do projeto."
"Somente um motivo muito forte e preponderante pode
fazer com que um gasto deixe de ser considerado como
despesa do período, ..."
A consideração de que somente um motivo muito forte e preponderante
pode fazer com que um gasto deixe de ser considerado como despesa
do período reflete a linha de raciocínio adotada por alguns países e
organismos internacionais, onde quase não existe ativo diferido,
constituindo esse grupo uma exceção à regra, ficando seu uso
condicionado à existência de justificativas técnicas que eliminem as
dúvidas quanto à necessidade de sua utilização e à garantia de sua
efetiva recuperação. Cabe colocar, entretanto, que nesses países (e.g.:
Estados Unidos da América), os gastos com pesquisa são constantes e,
assim, resta indiferente a apropriação deste gastos no tempo em que as
pesquisas gerarem seus resultados ou diretamente ao período de seu
gasto, pois os gastos se repetirão.
Adicionalmente, a Estrutura Conceitual Básica já referida estabelece que
"os gastos com propaganda e promoção de venda, mesmo institucional,
deverão ser considerados como despesas dos períodos em que
ocorrerem". Em nosso entender, essa disposição consiste em uma
presunção de que esses gastos com propaganda não terão influência no
resultado de exercícios futuros, o que pode ser contraposto por uma
justificativa técnica adequada.
Através da Deliberação CVM nº 29, de 05/02/1986, a Comissão de
Valores Mobiliários aprovou e referendou o pronunciamento do IBRACON
sobre a Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade, encampando,
assim, o entendimento do IBRACON acima apresentado.
Do ponto de vista da legislação tributária, o critério de classificação do
gasto como despesa do período ou, alternativamente, como item do
ativo diferido, a ser amortizado no futuro, é de grande relevância. Isso
porque influencia diretamente no resultado dos exercícios, resultando
em antecipação ou postecipação do Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica devido. Assim, analisaremos, a seguir, brevemente o
tratamento dado pela legislação tributária a esse grupo patrimonial.
O Decreto-lei nº 1.598/77, que estabeleceu normas de direito tributário
para "adaptar a legislação do imposto sobre a renda às inovações da lei
de sociedades por ação" no parágrafo 1º do seu artigo 15, definindo o
tratamento fiscal a ser dado aos ativos diferidos mencionados no item VI
do artigo 179 da Lei nº 6.404, de 1976, determina o seguinte:
"§ 1º poderão ser amortizados os encargos e as despesas,
registrados no ativo diferido, que contribuirão para a
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formação do resultado de mais de um exercício social, tais
como:
a) os juros durante o período de construção e pré-
operação;
b) os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o
período que anteceder o início das operações sociais, ou de
implantação do empreendimento inicial;
c) os custos, despesas e outros encargos com a
reestruturação, reorganização ou modernização da
empresa."
O Decreto nº 85.450/80, que efetuou a consolidação da legislação
tributária do imposto sobre a renda, oferece maiores detalhes para a
aplicação prática, no âmbito da escrituração fiscal, das normas citadas,
estabelecendo, nos itens I e II de seu artigo 209, que poderão ser
amortizados:
"II - Os custos, encargos ou despesas, registrados no ativo
diferido, que contribuirão para a formação do resultado de
mais de um exercício social, tais como:
a) as despesas de organização pré-operacionais ou pré-
industriais;
b) as despesas com pesquisas científicas ou tecnológicas,
inclusive com experimentação para criação ou
aperfeiçoamento de produtos, processos, fórmulas e
técnicas de produção, administração ou venda;
c) as despesas com prospecção e cubagem de jazidas ou
depósitos, realizadas por concessionárias de pesquisa ou
lavra de minérios, sob a orientação técnica de engenheiro
de minas;
d) os custos e as despesas de desenvolvimento de jazidas
e minas ou de expansão de atividades industriais,
classificados como ativo diferido até o término da
construção ou da preparação para exploração;
e) a parte dos custos, encargos e despesas operacionais
registrados como ativo diferido durante o período em que
a empresa, na fase inicial da operação, utilizou apenas
parcialmente o seu equipamento ou as suas instalações;
f) os juros durante o período de construção e pré-
operação;
g) os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o
período que anteceder o início das operações sociais, ou de
implantação do empreendimento inicial;
h) os custos, despesas e outros encargos com a
reestruturação, reorganização ou modernização da
empresa".
Concluindo: Os gastos com propaganda são tratados como despesas no
período em que é veiculada, não sendo, portanto, objeto de registro no
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diferido, salvo no caso de existência de uma justificativa técnica
adequada que permita classificar o gasto como “encargo de
reestruturação ou reorganização da empresa” situação em que tais
gastos “contribuirão para a formação do resultado de mais de um
exercício social”, conforme definido pela Lei das S/A.
Gastos com pesquisa de mercado podem ser alternativamente
considerados como ativo permanente diferido ou despesa do exercício
em que ocorrerem. Exemplificando, esses gastos são aqueles
provenientes basicamente da investigação quanto a aceitação pelos
consumidores de produtos já existentes; perspectivas de incremento das
vendas, através de novos clientes ou mesmo para clientes tradicionais
ou colocação de novos produtos. Na inexistência de prova forte em
contrário, tais gastos devem ser – via de regra – contabilizados no
resultado do exercício em que ocorrerem, pois, por sua natureza, é
extremamente difícil seu relacionamento com as receitas de exercícios
subseqüentes para os quais tenham contribuído.
Os gastos significativos realizados com reorganização ou reestruturação
de determinadas áreas ou da totalidade da empresa, que irão produzir
benefícios futuros, são contabilizados no diferido e amortizados durante
o período em que os resultados dessa reorganização ou reestruturação
serão usufruídos pela empresa.
Os gastos relevantes com pesquisa e desenvolvimento vêm sendo
tratados preferencialmente, como despesa do período. A evidenciação
do valor envolvido na demonstração do resultado representa um item à
parte. Este fato se deve à grande dificuldade de uma objetiva vinculação
desses gastos com cada período futuro, à própria segurança quanto ao
sucesso do projeto em questão e, às vezes, à dificuldade de objetiva
capacidade de identificação e mensuração de tais gastos.
Vistos os conceitos iniciais (necessários à correta classificação de valores
alternativamente no ativo diferido ou diretamente em despesas),
passaremos – a seguir – à análise de cada uma das contas componentes
deste grupo patrimonial.
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A seguir, apresentamos o funcionamento esquemático da conta
desenvolvimento de patentes:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
desenvolvimento de patentes
Débitos Créditos
si de natureza devedora
1 no momento do gasto ocorrido
na apropriação do encargo 2
(no valor da amortização ou do saldo, no caso de inviabilidade do projeto)
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
propaganda institucional
Débitos Créditos
si de natureza devedora
1 no momento do gasto ocorrido
na apropriação do encargo 2
(no valor da amortização ou do saldo, no caso de inviabilidade do projeto)
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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4.3.3 Reorganização administrativa e desenvolvimento de sistemas
Os gastos com reorganização administrativa e desenvolvimento de
sistemas, a partir de uma objetiva vinculação desses gastos com cada
período futuro, devem ser classificados no ativo diferido:
- registrado a débito pelo valor do gasto no momento de sua
ocorrência;
- com a respectiva amortização, registrada a crédito, à medida
que os exercícios a que o gasto se refere passam.
A seguir, apresentamos o funcionamento esquemático da conta
reorganização administrativa e desenvolvimento de sistemas:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
5 Resumo
1 - Ativo Realizável a Longo Prazo: grupo patrimonial composto por
bens e direitos realizáveis após o final do exercício seguinte.
a) Créditos e valores a receber no longo prazo – contas que têm a
mesma natureza daquelas do ativo circulante (já visto), mas
que possuem a peculiaridade do prazo de realização findar após
o final do próximo exercício. São exemplos dessas contas as
seguintes:
a. Bancos – contas vinculadas
b. Contas a receber
c. Títulos a receber
d. Adiantamentos a terceiros
e. Provisão para devedores duvidosos (conta credora)
f. Tributos a recuperar
g. Crédito de acionista, diretor, coligada ou controlada
(transações não operacionais)
b) Investimentos temporários a Longo Prazo – contas que têm a
mesma natureza daquelas do ativo circulante (já visto), mas
que possuem a peculiaridade do prazo de realização findar após
o final do próximo exercício;
c) Estoques estratégicos – são estoques que a empresa adquire
sem a intenção de utilizar até o final do próximo exercício, por
motivos estratégicos (desabastecimento, etc.);
d) Despesas antecipadas – contas que têm a mesma natureza
daquelas do ativo circulante (já visto), mas que possuem a
peculiaridade de ter a realização prevista para momento
posterior ao final do próximo exercício;
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2 - Ativo Permanente – conjunto de bens e direitos que a empresa
adquire com a intenção de manter.
a) Ativo Permanente Investimentos – participações societárias
permanentes e bens adquiridos com intenção de permanência e
utilizados em atividade distinta daquela do objeto da empresa.
São exemplos dessas contas as seguintes:
a. Jóias e obras de arte
b. Imóveis para aluguel
c. Depreciação acumulada
d. Participações societárias
b) Ativo Permanente Imobilizado – bens adquiridos com intenção
de permanência e utilizados na atividade objeto da empresa.
São exemplos dessas contas as seguintes:
a. Imóveis
i. Terrenos
ii. Construções
b. Máquinas e equipamentos
c. Móveis e utensílios
d. Marcas e patentes
e. Veículos
f. Florestas
g. Minas e jazidas
h. Programas de computador
i. Ferramentas
j. Depreciação – amortização – exaustão (acumuladas)
c) Ativo Permanente Diferido – gastos que influenciarão vários
exercícios vindouros. São exemplos desses elementos
patrimoniais os seguintes:
a. Pesquisa - desenvolvimento de patentes
b. Propaganda institucional
c. Reorganização administrativa e desenvolvimento de
sistemas
d. Despesas pré-operacionais
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6 Exercícios de Fixação (Questões de concurso elaborado pela
ESAF – resolvidas e comentadas)
Resolução e comentários
Trata-se de uma questão, muito interessante, cuja resolução demanda o
conhecimento da definição do grupo patrimonial Ativo Realizável a
Longo Prazo e de sua exceção. A Lei n° 6.404, de 1976 (Lei das S/A)
determina, em seu art. 179 o seguinte:
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
...
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis
após o término do exercício seguinte, ...;
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Essa, portanto, é a regra geral: o prazo de realização serve de termo
divisório entre o Ativo Circulante e o Ativo Realizável a Longo Prazo.
Entretanto, há dois casos especiais de classificação de contas no Ativo
Realizável a Longo Prazo, em detrimento do Ativo Circulante, e vice-
versa: (a) transações não operacionais entre a empresa e sócios,
coligadas, controladas, diretores e outros participantes do resultado e
(b) empresas com ciclo operacional superior a 12 meses.
De acordo com a parte final do inciso II do art. 179 da Lei das S/A, os
direitos derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a
sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou
participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios
usuais na exploração do objeto da companhia.
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
...
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos ...
derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a
sociedades coligadas ou controladas (artigo 243),
diretores, acionistas ou participantes no lucro da
companhia, que não constituírem negócios usuais na
exploração do objeto da companhia;
Ora, no enunciado são descritos dois negócios (realizados entre a
empresa e seu diretor), gerando ativos para a empresa (valores a
receber) a saber:
a) o primeiro negócio (não usual na exploração do objeto da
companhia) – um empréstimo ao Diretor, no valor de R$
6.000,00, garantido por uma promissória vencível em 25
do mês seguinte; e
b) um segundo negócio (usual na exploração do objeto da
companhia) – esse Diretor comprou a prazo algumas
ferramentas, na própria loja da fábrica, assinando três
notas promissórias de R$ 600,00, vencíveis a 60, 120 e
180 dias.
Os lançamentos relativos aos dois fatos contábeis acima descritos são os
seguintes:
D = Títulos a receber - Empréstimos ao Diretor (promissória a receber)
a - C = a caixa 6.000,00
D = Títulos a receber - Duplicatas a receber
b - C = a Receita Bruta de Vendas 1.800,00 *
* - 1.800,00 = 600,00 (x) 3; por serem três duplicatas de R$ 600,00 cada.
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ARLP, no valor de R$ 6.000,00 e (2) a conta títulos a receber –
duplicatas a receber deve ser classificada no AC, no valor de 1.800,00.
Gabarito
E
6.2 Ativo Permanente Investimentos
Gabarito
C
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7 Bibliografia e Fontes de Pesquisa Referenciadas
7.1 Leis
Lei 6.404, de 1976 – Lei das S/A.
Lei 9.249, de 1995.
Lei n° 10.406, de 2002 – Código Civil.
7.3 Livros
Iudícibus, Sérgio de; Martins, Eliseu e Gelbke, Ernesto Rubens Gelbcke.
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – FIPECAFI. Ed.
Atlas. São Paulo – 4a edição – 1995.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Básica. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Avançada. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Gonçalves, Eugênio Celso e Baptista, Antônio Eustáquio. Contabilidade
Geral. Ed. Atlas. São Paulo – 2a edição – 1994.
Silva, Benedito Gonçalves da. Contabilidade Geral. Ed. Meta – 2a edição
– 1994.
Ferrari, Ed Luiz, Contabilidade Geral: teoria e 950 questões – Rio de
Janeiro: Elsevier 2006.
Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade – Rio de
Janeiro: Impetus, 2003.
Ferreira, Ricardo J. Contabilidade avançada e intermediária – 2. ed. –
Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2004.
Santos, Luiz Eduardo. Contabilidade: Resoluções e Comentários de
Questões da ESAF. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
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7.4 Internet
www.planalto.gov.br
www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.gov.br
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1 Roteiro
Nesta aula continuaremos a apresentação dos conceitos atinentes às
demonstrações contábeis – especificamente quanto ao Balanço
Patrimonial. Nas duas aulas anteriores foram vistos grupos do Ativo,
portanto, nesta aula, serão estudados os grupos Passivo Exigível
(circulante e longo prazo), Resultados de Exercícios Futuros e
Patrimônio Líquido. A seguir, encontra-se uma lista dos itens que serão
aqui estudados:
a) Passivo circulante e exigível a longo prazo
a. Fornecedores
b. títulos a pagar
c. Dividendos propostos a pagar ou dividendos a pagar
d. Debêntures a pagar
e. Salários a Pagar e encargos sociais a recolher
f. Adiantamento de clientes
g. Adiantamentos recebidos para aumento de capital
h. Empréstimos e financiamentos bancários
i. principal
ii. juros e variações monetárias passivas
i. provisões
i. provisão para férias
ii. Provisão para 13o salário
iii. Provisão para o imposto de renda
iv. Provisão para a contribuição social
j. Participações no resultado.
b) Resultados de exercícios futuros
c) Patrimônio Líquido
a. capital social
i. Capital realizado
ii. Capital autorizado
b. Reservas
i. Definição de reservas
ii. Classificação das reservas
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c. reservas de capital
i. ágio na emissão de ações
ii. Prêmio na emissão de debêntures
iii. Doações e subvenções para investimentos
iv. Alienação de partes beneficiárias e bônus de
subscrição
d. Reservas de reavaliação
e. Reservas de lucros
i. Reserva legal
ii. Reserva para contingências
iii. Reserva de lucros a realizar
iv. Reservas estatutárias
v. Reservas e lucros para planos de investimento
(retenção de lucros)
f. Lucros ou prejuízos acumulados
g. Ações em tesouraria
2 Introdução
Serão estudadas, neste tópico da matéria, as contas tipicamente
componentes dos grupos patrimoniais em evidência (conforme consta
do nosso Plano de Contas Proposto). Assim, após uma breve
recordação do conceito atinente a cada um desses grupos (e a seus
respectivos subgrupos), apresentaremos o funcionamento de cada uma
de suas contas componentes.
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Com o fito de esclarecer o conceito, o IBRACON apresenta três
características que devem estar presentes para se ter um passivo
exigível:
a) a obrigação deve existir no momento, e decorrer de
transações passadas;
b) a obrigação deve ser passível de mensuração monetária por
uma quantia definida ou razoavelmente estimada; e
c) o credor e a data em que a obrigação se torna exigível
devem ser conhecidos ou passíveis de ser estimados com
razoabilidade.
Em decorrência da primeira característica acima, conclui-se que uma
obrigação que possa resultar de uma transação ou evento futuro não é
uma exigibilidade, pois o evento futuro pode não se concretizar (como é
o caso de simples caução, fiança ou outra qualquer garantia de dívida de
terceiros).
O passivo circulante é segregado do exigível a longo prazo, com base no
mesmo princípio que norteia a separação entre ativo circulante e
realizável a longo prazo de realização, lá dos direitos, aqui das
obrigações. Cabe aqui um breve comentário sobre as duas exceções ao
critério do exercício (período de 12 meses), utilizado para segregar o
Ativo Circulante do Ativo Realizável a Longo Prazo e sua aplicabilidade
na segregação do Passivo Circulante do Passivo Exigível a Longo Prazo,
quais sejam:
a) empresas com ciclo operacional superior a 12 meses;
b) obrigações oriundas de transações não usuais realizadas com
pessoas ligadas.
Com relação a empresas cujo ciclo operacional seja superior a 12
meses, a lei das S/A é clara e determina que a exceção também é
aplicável ao passivo. Nesse sentido, o artigo 180 da Lei das S/A dispõe
que as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para
aquisição de direitos do ativo permanente, serão classificados no
passivo circulante, quando vencerem no exercício seguinte, e no passivo
exigível a longo prazo, se tiverem vencimento em prazo maior
observado o disposto no parágrafo único do artigo 179. Para fins de
esclarecimento, encontram-se reproduzidos, abaixo, os dispositivos
citados:
Passivo Exigível
Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive
financiamentos para aquisição de direitos do ativo
permanente, serão classificadas no passivo circulante,
quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo
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exigível a longo prazo, se tiverem vencimento em prazo
maior, observado o disposto no parágrafo único do artigo
179.
...
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
...
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional
da empresa tiver duração maior que o exercício social, a
classificação no circulante ou longo prazo terá por base o
prazo desse ciclo.
Com essa observação final (do art. 180, referenciando o parágrafo único
do art. 179 da Lei das S/A), resta claro que deve ocorrer uma mudança
nos conceitos de curto e longo prazos, quando o ciclo operacional da
empresa for superior a um exercício social. Neste caso, o curto prazo
passa a compreender os direitos realizáveis e as obrigações vencíveis
até o término do ciclo operacional.
Com relação a obrigações oriundas de transações não usuais realizadas
com pessoas ligadas, a Lei das S/A não apresenta qualquer dispositivo,
quando trata do passivo exigível – no art. 180. Ao contrário, ao tratar
do Ativo, no art. 179, a Lei das S/A determina que os créditos
decorrentes de transações não usuais com pessoas ligads sejam
classificadas no Ativo Realizável a Longo Prazo, independentemente do
prazo previsto para sua realização.
A interpretação sistemática desses dois artigos (sempre à luz dos
Princípios Fundamentais de Contabilidade) indica que essa exceção não
é aplicável ao passivo. Nesse diapasão, cabe lembrar que seria
esperado que uma empresa (ao demonstrar seu patrimônio) não
apresentasse a existência de um direito a receber no curto prazo que –
presumidamente – não teria interesse em cobrar (de parte a ela
relacionada), sendo apropriada a apresentação desse direito no longo
prazo; mas, de forma nenhuma, seria esperado que essa mesma
empresa (ao demonstrar seu patrimônio) não explicitasse no curto prazo
uma obrigação por ela contraída para pagamento no curto prazo (ainda
que relativa a uma parte a ela relacionada).
Finalmente, cumpre frisar que este é o entendimento da doutrina
majoritária. Entretanto, alguns autores entendem de forma diferente,
entre eles, Milton Augusto Walter e Ricardo J. Ferreira que afirma “não
faz sentido classificar, de acordo com o prazo de exigibilidade, dívidas
com pessoas que, por serem ligadas ao devedor, provavelmente não
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irão adotar medidas rígidas para a cobrança”1. Com o maior respeito,
discordamos dessa opinião, pelos motivos acima apresentados e
ressalvamos que a Escola de Administração Fazendária, em questões de
concurso, demonstrou que também discorda dessa opinião, conforme
será apresentado a seguir, no item “Exercícios de Fixação (Questões de
concurso elaborado pela ESAF – resolvidas e comentadas)”.
De acordo com o disposto no art. 184 da Lei das S/A, os elementos do
passivo exigível devem ser avaliados com base nos seguintes critérios:
(1) obrigações, encargos e riscos – pelo valor atualizado até a data do
balanço; (2) obrigações em moeda estrangeira – atualizadas pela taxa
de câmbio na data do balanço; (3) obrigações sujeitas a correção
monetária – atualizadas até a data do balanço. A seguir, para fins de
clareza, o citado dispositivo encontra-se reproduzido:
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão
avaliados de acordo com os seguintes critérios:
I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou
calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com
base no resultado do exercício, serão computados pelo
valor atualizado até a data do balanço;
II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de
paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à
taxa de câmbio em vigor na data do balanço;
III - as obrigações sujeitas à correção monetária serão
atualizadas até a data do balanço.
Em obediência ao acima disposto, no caso de obrigações sobre as quais
incidam juros, ao valor delas deve ser adicionado o valor dos juros já
incorridos (pelo regime de competência), para apuração do valor
atualizado do passivo.
Feitas essas considerações e retomando os conceitos inicialmente
expostos quanto a esse grupo patrimonial, verificamos que o passivo
circulante e o passivo exigível a longo prazo formam as exigibilidades;
por isso, o conjunto desses dois grupos também é conhecido,
genericamente, como passivo exigível.
As contas mais representantes do passivo exigível são:
- fornecedores;
- títulos a pagar;
- salários a Pagar;
- encargos sociais a recolher;
1
Ferreira, Ricardo J. Contabilidade avançada e intermediária – 2. ed. – Rio de Janeiro:
Ed. Ferreira, 2004. p.263.
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- dividendos a pagar;
- adiantamento de clientes;
- empréstimos bancários;
- variações monetárias passivas e
- provisões para pagamento de tributos, férias, décimo terceiro
salário etc.
Obs.: o rol de contas acima pode figurar duas vezes no Balanço
Patrimonial: uma no Passivo Circulante e outra no Passivo Exigível a
Longo Prazo, conforme a data prevista de exigibilidade do respectivo
valor.
3.1 Fornecedores
A conta Fornecedores, também denominada “Duplicatas a pagar” (numa
referência ao título mais comumente utilizado para a operação de
compra a prazo), ou ainda (genericamente) “Contas a pagar”, é uma
conta de natureza credora que tem por função registrar os valores das
compras a prazo de mercadorias, matérias-primas e outros materiais ou
serviços que, via de regra, constam das notas fiscais de entrada ou das
faturas.
Essa conta receberá lançamentos a crédito pelas compras a prazo e a
débito pelos pagamentos, descontos, abatimentos ou devolução de
compras, ou eventualmente por renegociação ou perdão de dívidas,
conforme apresentado na tabela a seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Fornecedores
Débitos Créditos
de natureza credora si
no momento de compras a prazo 1
(no valor da respectiva Nota Fiscal ou Fatura)
2 no momento do pagamento
3 no caso de desconto, abatimento ou devolução
4 no caso de renegociação ou perdão
de natureza credora sf
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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3.2 Títulos a pagar
Registram-se nesta conta as obrigações contraídas pela empresa a título
de empréstimo ou financiamento, através de pessoas físicas ou jurídicas
que não sejam instituições financeiras. Essa conta também pode ser
utilizada para registrar o valor de obrigação contraída pela empresa
para com terceiros que não seja por compra a prazo –
exemplificativamente, em decorrência de uma renegociação de dívida
referente a compras a prazo.
Será creditada pelo recebimento do empréstimo ou financiamento ou,
ainda, no momento da renegociação de dívida existente, e debitada
pelos pagamentos ou excepcionalmente pelo perdão da dívida, conforme
tabela a seguir.
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Títulos a pagar
Débitos Créditos
de natureza credora si
no recebimento do empréstimo ou financiamento 1
no momento da renegociação da dívida com o fornecedor 2
(com débito na conta fornecedores)
3 no momento do pagamento
4 no caso de perdão da dívida
de natureza credora sf
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
2
Especificamente na aula em que tratamos dos lançamentos de encerramento do
exercício.
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a) ao final de cada exercício, é apurado o lucro (com a
utilização de uma conta intermediária “Apuração do
Resultado do Exercício”);
b) o valor apurado é transferido, desta conta intermediária,
para o Patrimônio Líquido; e
c) a conta que registra a entrada do lucro apurado, no
patrimônio líquido, é a conta Lucros e Prejuízos
Acumulados (LPA)3.
O valor do lucro apurado, que ingressa no Patrimônio Líquido através de
seu registro na conta LPA tem três possíveis destinos: (1) ficar
“guardado”, no patrimônio, para eventual utilização futura, registrado
como reserva de lucro; (2) ser distribuído aos acionistas, como
dividendos a pagar; ou (3) ser reinvestido pelos acionistas na formação
do patrimônio da empresa, como aumento de capital.
O caso ora estudado é o segundo, acima: a distribuição do lucro aos
acionistas na forma de dividendos. Assim, a contrapartida da obrigação
“Dividendos propostos a pagar” será a conta LPA, conforme exemplo a
seguir (no qual é proposta a distribuição de R$ 1.000,00 a título de
dividendos):
D= LPA
1- C=a Dividendos propostos a pagar 1.000,00
3
A Conta LPA funciona – metaforicamente – como o “Portal de entrada” do resultado
no patrimônio, conforme visto na aula em que tratamos do encerramento do exercício.
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A partir dos conceitos acima, é possível apresentar esquematicamente o
funcionamento das contas “Dividendos propostos a pagar” e “Dividendos
a pagar”, conforme tabelas a seguir:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
Dividendos a pagar
Débitos Créditos
de natureza credora si
no momento da aprovação pela assembléia 1
(com contrapartida na conta Dividendos propostos a pagar) 2
3 no momento do pagamento
(com contrapartida na conta Caixa)
de natureza credora sf
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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O debenturista não é sócio, mas credor da empresa. Portanto as
debêntures representam dívidas da empresa para com terceiros, divida
essa que pode adicionalmente vir a conferir a seu titular direito de
participação nos resultados e juros calculados sobre o valor de face dos
títulos e ainda a possibilidade de conversão em ações.
As debêntures são títulos negociáveis normalmente de longo prazo, em
que a companhia outorga aos credores garantias (propriedades, bens,
aval do emitente, etc.). Em que pese o fato de que as debêntures, ao
contrário das ações, não são títulos de participação, mas sim de crédito,
trata-se de crédito que pode ter muito longo prazo, inclusive prazo
incerto, conforme se depreende da leitura do art. 55 § 3o da Lei das
S/A:
§ 3º A companhia poderá emitir debêntures cujo
vencimento somente ocorra nos casos de inadimplemento
da obrigação de pagar juros e dissolução da companhia, ou
de outras condições previstas no título.
Repare que, no caso acima, a companhia pode emitir debêntures que
não tenha data certa de vencimento. Essa situação enseja o
reconhecimento do passivo exigível, posto que seu pagamento não está
pendente de condição (evento futuro e incerto) mas sim de termo
incerto (evento futuro e certo, porém não determinado no tempo).
A deliberação sobre a emissão de debêntures é de competência privativa
da Assembléia de acionistas, não podendo o valor total das emissões
ultrapassar o capital social da companhia, salvo exceção em lei.
Para colocação das debêntures no mercado é necessária a realização de
alguns gastos (contratação de instituição para coordenar o processo de
divulgação e captação de recursos). Esses gastos devem ser registrados
contabilmente como despesas antecipadas, que deverão ser apropriadas
ao resultado proporcionalmente ao prazo de vencimento das
debêntures.
Como remuneração, as debêntures – geralmente – concedem (1) juros
(fixos ou variáveis), pagos periodicamente, (2) atualização monetária e
– eventualmente – participação nos resultados. Cabe referir que a
atualização monetária é, via de regra, agregada ao valor da obrigação
inicial, para pagamento na data do resgate; ao contrário, os juros e as
participações no resultado são pagos periodicamente. Assim, no plano
de contas, além da conta Debêntures a pagar, deve figurar, também, as
contas “Juros sobre debêntures a pagar” e “Participações sobre
debêntures a pagar”.
De uma forma didática, metafórica e bem humorada, podemos
apresentar as debêntures como sendo “Promissórias metidas a besta”.
Equivalem a promissórias porque representam dívidas contraídas pela
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empresa por recebimento de valores de terceiros; e são metidas a besta
porque apresentam características especiais (que as diferenciam das
promissórias):
- são emitidas apenas por sociedades anônimas (enquanto notas
promissórias podem ser emitidas por qualquer pessoa);
- podem dar direito a juros, variações monetárias e participação
no resultado da Sociedade Anônima (remuneração não prevista
para notas promissórias);
- podem, desde seu lançamento, prever sua conversão em ações
(o que não é característico de notas promissórias).
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Para registro da perda decorrente da emissão do título com deságio,
com vencimento ainda a transcorrer, deve ser registrada uma conta
patrimonial (com natureza de ativo) que apresente o valor total
correspondente a essa perda e que seja amortizada – como despesa –
proporcionalmente ao prazo transcorrido, ou seja, pro rata tempore.
Afirmamos que esta conta tem uma natureza de ativo porque –
metaforicamente – representa o direito (da empresa) de manter o valor
do ingresso em caixa/bancos, recebido quando do lançamento do título,
pelo tempo compreendido entre seu lançamento e o respectivo
vencimento, quando então a dívida deverá ser finalmente paga.
Visto que o deságio na emissão de debêntures corresponde a um
“direito”, temos que seu valor deve ser registrado em uma conta de
Ativo Circulante (ou Ativo Realizável e Longo Prazo). Autores,
entretanto, preferem classificar esta conta como retificadora do
Passivo4, o que não altera em nada seu funcionamento, mas apenas o
local de sua classificação (do outro lado, mas com o sinal contrário –
negativo).
A seguir, apresentamos exemplo de contabilização dos fatos acima
descritos, considerando a uma série de debêntures com valor nominal
de R$ 10.000,00, colocada no mercado pelo valor de R$ 9.000,00 e
considerando o prazo de 10 anos para seu resgate.
a) Na emissão da série de debêntures:
D= Diversos
1- C=a Debêntures a pagar (PC/PELP) 10.000,00
D= Caixa (ou Bancos) 9.000,00
D= Deságio na emissão de debêntures 1.000,00
4
De uma forma bem humorada e em oposição ao conceito de conta retificadora do
ativo (que denominados de contas do tipo “Travesti”), podemos entender essas contas
retificadoras do passivo como sendo contas do tipo “Sapatão”: com natureza de ativo
e funcionamento de ativo, mas que ficam registradas no passivo (com o saldo invertido
– negativo).
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debenturistas são atrativas, como, por exemplo: juros, participação nos
resultados da empresa, opção de conversão das debêntures em ações,
etc. O recebimento de um valor superior ao da dívida contraída
aumenta o valor do patrimônio e, conseqüentemente, se encaixa no
conceito de receita. Ocorre que, nesse caso, a Lei das S/A determina
que esse valor seja registrado diretamente no Patrimônio líquido (em
Reservas de Capital)5.
A seguir, apresentamos exemplo de contabilização dos fatos acima
descritos, considerando a uma série de debêntures com valor nominal
de R$ 10.000,00, colocada no mercado pelo valor de R$ 11.000,00:
D= Caixa (ou Bancos) 11.000,00
1- C=a Diversos
C=a Debêntures a pagar (PC/PELP) 10.000,00
C=a Prêmio na emissão de debêntures (PL) 1.000,00
5
Tópico a ser exaustivamente estudado adiante neste curso.
6
Tópico também a ser exaustivamente estudado adiante neste curso.
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3.4.6 Funcionamento esquemático das contas relacionadas às
debêntures
Nas tabelas a seguir, encontra-se apresentado, a partir dos conceitos
acima apresentados, o funcionamento das contas relativas a
debêntures.
Debêntures a pagar
Débitos Créditos
de natureza credora si
no momento da emissão das debêntures 1
(com contrapartida na conta Bancos - ou Caixa)
no momento da atualização monetária das debêntures 2
(com contrapartida em conta de resultado)
3 no momento do pagamento
(com contrapartida na conta Bancos - ou Caixa)
de natureza credora sf
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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de pagamentos”; (2) “Pagamento dos salários”; e (3) “Recolhimento dos
tributos incidentes sobre a folha” – cuja leitura é fortemente
recomendada neste momento.
Resumidamente, apresentamos as contas de passivo exigível
relacionadas com a folha de pagamento:
- Salários a pagar – valor a ser entregue ao empregado, por ter
trabalhado na empresa durante um período;
- Cota patronal a recolher – valor a ser recolhido aos cofres do
INSS pela empresa, suportado patrimonialmente por ela na
condição de empregadora;
- FGTS a recolher – valor a ser recolhido para a Caixa Econômica
Federal, suportado patrimonialmente pela empresa, na condição
de empregadora, a ser depositado em conta do empregado
(para saque em situações especiais definidas em lei);
- Provisão para férias e Provisão para 13o salário – valores
suportados patrimonialmente pela empresa, relativos a futuros
pagamentos (de adicional de férias e 13o Salário), a serem
realizados no momento em que o empregado gozar desses
direitos garantidos, pela legislação (itens a serem estudados em
separado, adiante);
- Imposto de Renda na Fonte a recolher – valor inicialmente
contido na conta salários a pagar e dela retirado (por ser
patrimonialmente suportado pelo empregado) representando a
obrigação, da empresa, de recolher parte do valor do salário do
empregado, diretamente ao Tesouro Nacional – na forma de
Imposto de Renda Retido na Fonte – na qualidade de fonte
pagadora dos rendimentos do empregado;
- INSS do empregado a recolher – valor inicialmente contido na
conta salários a pagar e dela retirado (por ser patrimonialmente
suportado pelo empregado) representando a obrigação, da
empresa, de recolher parte do valor do salário do empregado,
diretamente ao INSS – na forma de Contribuição Previdendiária
retida pela empregadora;
Com exceção das contas de provisão para férias e provisão para 13o
salário, que serão detalhadamente estudadas a seguir, apresentamos –
nas tabelas abaixo – o funcionamento esquemático das contas acima
relacionadas.
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Salários a pagar
Débitos Créditos
de natureza credora si
ao final do mês - na apuração da Folha de Pagamento 1
(com contrapartida em conta de resultado)
2 na retenção do Imposto de Renda na fonte
(com contrapartida na conta IRF a recolher)
3 na retenção da Contribuição INSS - empregado
(contrapartida na conta INSS - empregado - a recolher)
4 no momento do pagamento
(com contrapartida na conta Caixa/Bancos)
de natureza credora sf
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
FGTS a Recolher
Débitos Créditos
de natureza credora si
ao final do mês - na apuração da Folha de Pagamento 1
(com contrapartida em conta de resultado)
2 no momento do depósito
(com contrapartida na conta Bancos)
de natureza credora sf
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
IRRF a Recolher
Débitos Créditos
de natureza credora si
ao final do mês - na apuração da Folha de Pagamento 1
(com contrapartida na conta Salários a Pagar)
2 no momento do recolhimento
(com contrapartida na conta Caixa/Bancos)
de natureza credora sf
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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a) Pelo recebimento do adiantamento:
D= Caixa (ou Bancos)
1- C=a Adiantamento de clientes 200.000,00
Adiantamento de clientes
Débitos Créditos
de natureza credora si
no momento do recebimento do adiantamento 1
(com contrapartida na conta Caixa - ou Bancos)
2 no momento da entrega do bem vendido
(com contrapartida na conta Receita Bruta de Vendas)
3 na devolução do adiantamento recebido
(com contrapartida na conta Caixa - ou Bancos)
de natureza credora sf
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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Legenda
si - Saldo inicial
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1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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obrigações que decorrem de situações não normais da empresa, como,
empréstimos bancários, desconto de títulos, etc.
3.8.3 Juros
Os juros, conforme já foi visto neste curso, consistem no valor do
dinheiro no tempo. Portanto, quando a empresa contrai uma obrigação
– financiamento ou empréstimo – a cada período, ela passará a ser
devedora de um valor (além do valor do empréstimo/financiamento
inicialmente contraído – principal) a título de juros.
Se os juros tiverem que ser pagos antes da data do vencimento do
empréstimo (ou no caso de juros simples) recomenda-se, para facilidade
de cálculos e apresentação de valores, a utilização de uma conta
separada “Juros a pagar”.
Seja um empréstimo no valor de R$ 10.000,00, contraído pela empresa
em 01/01/2006, com juros simples de 10% ao mês, sendo que o
principal somente deverá ser pago ao final do ano, mas os juros devem
ser quitados a cada seis meses. Nessa situação, os lançamentos seriam
os seguintes:
a) Na contratação do empréstimo:
D= Bancos (ou caixa)
1- C=a Empréstimos a pagar 10.000,00
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dinheiro ou do bem recebido. Trata-se de juros antecipados (ou juros
cobrados antecipadamente).
Nesse caso, haverá um ingresso de valor em bancos (ou em outro ativo
–financiado) inferior ao valor da obrigação contraída, com uma
correspondente perda. Ocorre que esta perda não está imediatamente
incorrida, pois somente se concretizará (patrimonialmente) à medida
que transcorrer o período referente ao empréstimo.
Nessa situação, deve ser registrada uma conta patrimonial (com
natureza de ativo), denominada “Juros antecipados”7, que apresente o
valor total correspondente a essa perda e que seja amortizada – como
despesa com juros – proporcionalmente ao prazo transcorrido, ou seja,
pro rata tempore. Afirmamos que esta conta tem uma natureza de
ativo porque – metaforicamente – representa o direito (da empresa) de
manter o valor do ingresso em caixa/bancos, recebido quando da
contratação do empréstimo, pelo tempo compreendido entre essa
contratação e o respectivo pagamento, quando então a dívida deverá
ser finalmente paga.
Visto que os juros antecipados correspondem a um “direito”, temos que
seu valor deve ser registrado em uma conta de Ativo Circulante (ou
Ativo Realizável e Longo Prazo). Autores, entretanto, preferem
classificar esta conta como retificadora do Passivo8, o que não altera em
nada seu funcionamento, mas apenas o local de sua classificação (do
outro lado, mas com o sinal contrário – negativo).
A seguir, apresentamos exemplo de contabilização dos fatos acima
descritos, considerando a um empréstimo contraído no valor de R$
10.000,00, com recebimento de apenas R$ 9.000,00 e considerando o
prazo de 10 anos para seu pagamento.
a) Na contratação do empréstimo:
D= Diversos
1- C=a Empréstimos a pagar 10.000,00
D= Caixa (ou Bancos) 9.000,00
D= Juros passivos a transcorrer 1.000,00
b) Na apropriação pro rata tempore dos juros (ao final do primeiro ano):
7
Também denominada “Juros passivos a transcorrer”.
8
De uma forma bem humorada e em oposição ao conceito de conta retificadora do
ativo (que denominados de contas do tipo “Travesti”), podemos entender essas contas
retificadoras do passivo como sendo contas do tipo “Sapatão”: com natureza de ativo
e funcionamento de ativo, mas que ficam registradas no passivo (com o saldo invertido
– negativo).
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D = Despesa com juros
2- C = a Juros passivos a transcorrer 100,00
b) Em 31/12/98
9
Taxas de câmbio fictícias, utilizadas aqui apenas para fins didáticos.
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D = Variação Cambial passiva
2- C = a Empréstimos em moeda estrangeira 8.000,00
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
Juros a pagar
Débitos Créditos
de natureza credora si
Na apropriação dos juros 1
(com contrapartida em conta de resultado)
2 no momento do pagamento dos juros
(com contrapartida na conta Bancos - ou Caixa)
de natureza credora sf
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
3.9 Provisões
As provisões propriamente ditas são valores que afetam negativamente
a situação líquida. As provisões são constituídas em obediência aos
princípios contábeis da prudência de da competência.
Sobre o conceito de provisão, didaticamente propomos o entendimento
desse conceito como uma perda na penumbra10. Isso porque uma
perda ocorrida na penumbra é uma perda que ocorreu (ninguém pode
imaginar que, apenas pelo fato de que, na penumbra, não se pode
identificar com certeza o tamanho da perda, ela não tenha ocorrido),
mas que somente quando for acesa a luz, será possível saber
exatamente o tamanho da perda.
Foram apresentados exemplos de provisões registradas em contas
retificadoras do ativo (registrando perdas específicas nos elementos do
ativo – retificados). Ocorre que há perdas que alcançam todo o
patrimônio e não apenas um determinado bem; essas perdas devem ser
registradas em conta de passivo (por consistirem em um ônus que todo
o patrimônio tem a obrigação de suportar). São exemplos dessas
provisões as “Provisões para riscos fiscais” e “Provisões para riscos
trabalhistas”.
10
Conforme visto na aula 06 deste curso, cuja leitura é recomendada.
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3.9.1 Provisão para riscos fiscais, riscos trabalhistas ou relativos ao
direito do consumidor
Essas provisões, denominadas genericamente provisões para
contingências11, são classificadas no passivo circulante (ou no passivo
exigível a longo prazo) e referem-se a perdas relativas a eventos já
ocorridos, cujos efeitos envolvem relativa incerteza.
Por exemplo, seja uma ação judicial movida por trabalhadores – contra
a empresa – reivindicando o pagamento de um determinado adicional
por atividades desenvolvidas no ano anterior. Ora, nesse caso, a perda
é relativa a um evento que já ocorreu, mas não se sabe, com certeza, o
exato valor a ser pago. Assim, cabe (por prudência) registrar essa
perda no valor mais realista possível.
Na tabela a seguir, encontra-se apresentado, a partir dos conceitos
acima tratados, o funcionamento da conta Provisões para contingências.
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
11
Não confundir essas provisões com as “Reservas de contingências”, assunto a ser
estudado adiante (no item que trata do Patrimônio Líquido), quando analisaremos as
diferenças e peculiaridades destes dois conceitos.
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aquisitivo de férias já transcorrido na data do balanço. Quando do
pagamento das férias debitar-se-á a conta de provisão em contrapartida
de uma conta representativa de disponibilidades.
Na tabela a seguir, encontra-se apresentado, a partir dos conceitos
acima tratados, o funcionamento da conta Provisões para férias.
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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3.9.4 Provisão para o Imposto de Renda e a Contribuição Social
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Pois bem, vistos esses conceitos iniciais, aprofundaremos o estudo
desses conceitos, com vistas ao entendimento da contabilização relativa
ao imposto12.
A base de cálculo do IRPJ é o lucro presumido, arbitrado ou real.
12
Cumpre referir que este curso não se destina ao estudo aprofundado da legislação
do Imposto de Renda (ou de qualquer outro tributo), mas somente a seus aspectos
relevantes para a Contabilidade. Para o estudo aprofundado dessa legislação,
recomendamos a leitura de obras específicas como, por exemplo os livros sobre o IRPJ
dos seguintes autores: (1) Gervásio Nicolau Recktenvald, (2) Silvério das Neves e
Paulo E. Viceconti, ou (3) Hiromi Higushi.
13
Venda de bens nas operações de conta própria, preço dos serviços prestados e
resultado auferido nas operações de conta alheia; excluídos os valores relativos a
vendas canceladas, devoluções de vendas, descontos incondicionais concedidos e o IPI
(quando ele tiver sido considerado inserido no valor da venda dos bens).
14
O coeficiente de presunção de lucro é decorrente da atividade da empresa, entre
outrso: (1) 8% sobre a receita proveniente de vendas, (2) 16% sobre a receita
proveniente de serviços – exceto no caso de prestação de serviços de profissão
regulamentada – (no caso de empresas com receita bruta anual até a R$ 120.000,00)
ou (3) 32% sobre a receita proveniente de serviços (no caso de empresas com receita
bruta anual superior a R$ 120.000,00).
15
Importante! A utilização do regime de caixa é SOMENTE para a apuração do tributo
devido (considerar a receita auferida no momento de seu recebimento). A
contabilidade, de acordo com a Lei da S/A deve obedecer ao regime de competência.
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O período de apuração do IRPJ, para os contribuintes optantes pela
sistemática do Lucro Presumido é trimestral – (de janeiro a março, de
abril a junho, de julho a setembro e de outubro a dezembro). O
imposto deverá ser pago: (1) em cota única até o último dia útil do mês
subseqüente ao encerramento do período de apuração; (2) à opção da
pessoa jurídica, poderá ser pago em até três quotas mensais, iguais e
sucessivas, vencível no último dia útil dos três meses subseqüentes ao
de encerramento do período de apuração, devidamente ajustados.
A alíquota do IRPJ é de 15%, com adicional de 10% sobre a parcela da
base de cálculo que, no trimestre, ultrapassar R$ 60.000,00.
Para efeitos fiscais, o contribuinte optante pela sistemática do Lucro
Presumido, pode alternativamente manter: (1) escrituração contábil nos
termos da legislação comercial ou (2) livro caixa, no qual deverá estar
escriturado toda a movimentação financeira, inclusive bancária.
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL – dos contribuintes
optantes pela sistemática do Lucro Presumido (para fins de IRPJ)
apresenta período de apuração e prazo de recolhimento idênticos ao do
IRPJ e base de cálculo similar, diferindo apenas no percentual de
presunção de lucro:
(1) para pessoas jurídicas em geral – 12% da receita
bruta do trimestre e
(2) para pessoas jurídicas que exerçam atividades de (a)
prestação de serviços em geral, exceto a de serviços
hospitalares; (b) intermediação de negócios e (c)
administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e
direitos de qualquer natureza – 32%.
A alíquota da CSLL é de 9%.
A seguir, para fins ilustrativos, apresentamos um exemplo numérico –
referente a um caso hipotético – que trata dos conceitos acima
apresentados.
Seja uma empresa de alimentação (um restaurante) que:
- vendeu no primeiro trimestre de 2006, conforme somatório de
notas fiscais, o valor de R$ 210.000,00;
- possui um depósito, que esteve alugado, durante todo o
trimestre, por R$ 2.000,00 mensais; e
- é optante pela sistemática do Lucro Presumido.
Na tabela a seguir, apresentamos o cálculo dos tributos devidos,
relativos ao período de apuração:
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descrição valores Observações
receita bruta 210.000,00 conforme notas fiscais
coeficiente 8% por se tratar de venda de mercadorias
16.800,00 receita bruta X coeficiente
demais receitas 6.000,00 aluguel de três meses
base de cálculo 22.800,00 receita bruta X coeficiente + demais receitas
alíquota 15%
IRPJ devido 3.420,00 base de cálculo X 15%
adicional - porque a base de cálculo é inferior a 60.000,00
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O período de apuração, o prazo de recolhimento, a alíquota e o adicional
do IRPJ, para contribuintes tributados pela sistemática do Lucro
Arbitrado, são idênticos aos do Lucro Presumido.
A CSLL, quando o contribuinte opta pela Apuração do Imposto de Renda
através da sistemática do Lucro Arbitrado, apresenta base de cálculo,
alíquota, período de apuração e prazo de recolhimento idênticos aos
aplicáveis à CSLL quando da apuração do Imposto de Renda pela
sistemática do Lucro Presumido.
A seguir, para fins ilustrativos, apresentamos um exemplo numérico –
referente a um caso hipotético – que trata dos conceitos acima
apresentados.
Seja uma empresa de alimentação (um restaurante) que:
- vendeu no primeiro trimestre de 2006, conforme somatório de
notas fiscais, o valor de R$ 210.000,00;
- possui um depósito, que esteve alugado, durante todo o
trimestre, por R$ 2.000,00 mensais; e
- tributa o IRPJ pela sistemática do Lucro Arbitrado – com a
receita conhecida.
Na tabela a seguir, apresentamos o cálculo dos tributos devidos,
relativos ao período de apuração:
descrição valores Observações
receita bruta 210.000,00 conforme notas fiscais
coeficiente: 8% X 1,2 9,60% por se tratar de venda de mercadorias
20.160,00 receita bruta X coeficiente
demais receitas 6.000,00 aluguel
base de cálculo 26.160,00 receita bruta X coeficiente + demais receitas
alíquota 15%
IRPJ devido 3.924,00 base de cálculo X 15%
adicional - porque a base de cálculo é inferior a 60.000,00
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3.9.4.4 Lucro Real
O Lucro Real, conforme determinado no Regulamento do Imposto de
Renda (Decreto 3.000, de 1999) em seus arts. 246 a 515, consiste em
sistemática de apuração do Imposto de Renda onde a base de cálculo do
imposto é apurada segundo registros contábeis e fiscais, efetuados
sistematicamente de acordo com as leis comerciais e fiscais. São
obrigados ao Lucro Real os contribuintes que tenham auferido receita
total superior a R$ 48.000.000,00 (no ano anterior) ou que
desenvolvam determinadas atividades (como, por exemplo, aquelas
típicas de instituições financeiras)
A base de cálculo do Imposto de Renda, apurada pela sistemática do
Lucro Real, consiste no lucro contábil, ajustado pelas adições, exclusões
e compensações, de acordo com a lei fiscal. As situações que ensejam
adições e exclusões ao Lucro Líquido (contábil), para apuração do Lucro
Real, são várias e estão determinadas pela Legislação de regência do
tributo.
Somente a título exemplificativo relacionaremos a seguir algumas
situações que ensejam adições: (1) Resultado negativo avaliação
investimento pelo valor patrimônio liquido; (2) Valor reserva
reavaliação, baixado no período de apuração, cuja contrapartida não
tenha sido computada no resultado período; (3) Valor das provisões não
dedutíveis, no Lucro Real; (4) Despesas indedutíveis, definidas no art.
13 da Lei 9.249, de 1995 (não relacionadas com a atividade da
empresa); etc.
Apresentamos também, a seguir, a título exemplificativo, situações que
ensejam exclusões do Lucro Líquido, para apuração do Lucro Real: (1)
Resultado positivo avaliação de investimento pelo valor do patrimônio
liquido; (2) Lucros e dividendos derivados de investimento avaliados
pelo custo aquisição, que tenham sido computados como receita; (3)
Valor das reversões das provisões indedutíveis.
Por fim, a compensações se referem à possibilidade de dedução do valor
apurado a partir do Lucro Líquido, adições e compensações, de valores
relativos a prejuízos fiscais acumulados (referentes a Lucro Real
negativo em períodos de apuração anteriores). A regra geral de
compensação é limitar seu valor a 30% do montante do Lucro Líquido,
ajustado pelas respectivas adições e exclusões.
O estudo das adições, exclusões e compensações – para apuração do
Lucro Real, a partir do Lucro Líquido – escapa ao escopo deste curso,
demandando um curso específico, que tem como pré-requisito,
inclusive, o conhecimento de conceitos de Contabilidade aqui tratados.
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Assim como nas sistemáticas do Lucro Presumido e do Lucro Arbitrado,
a alíquota do IRPJ é de 15% e o adicional, de 10% sobre a parcela do
lucro real que exceder ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00
pelo número dos meses do respectivo período de apuração.
Uma importante peculiaridade da sistemática do Lucro Real, refere-se ao
período de apuração. Na sistemática do Lucro Real, o tributo pode ser
alternativamente apurado: (1) trimestralmente (nos períodos
encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de
dezembro), ou anualmente, com o recolhimento de estimativas mensais.
Assim, o contribuinte pode optar pelo Lucro Real Anual, que será
apurado apenas em 31 de dezembro. Entretanto, no caso de opção pelo
Lucro Real Anual, o contribuinte fica obrigado a efetuar antecipações
mensais do imposto – estimativas – que poderão ser calculadas com
base na receita bruta ou com base em balancetes de suspensão.
Ao final do período (em 31 de dezembro) o contribuinte deverá calcular
o Imposto definitivamente devido e dele deduzir as antecipações
mensais já recolhidas, para então recolher o saldo ou, no caso de
antecipações mensais superiores ao valor definitivamente devido,
manter o crédito – para compensação com valores devidos em períodos
posteriores.
As estimativas, com base na receita bruta, são calculadas mensalmente
através de um procedimento semelhante ao da apuração da base de
cálculo do Imposto de Renda pela sistemática do Lucro Presumido, ou
seja, aplicando-se um coeficiente de presunção de lucro sobre o valor da
receita bruta (e.g.: 8% sobre a receita de venda de mercadorias).
As estimativas, com base em balancete de suspensão ou redução,
correspondem ao cálculo do Lucro Real devido desde o início do ano até
o mês em questão, que compreende: (1) a apuração do lucro contábil
do período, (2) o ajuste fiscal (por adições, exclusões e compensações),
(3) a aplicação da alíquota e do percentual adicional sobre o lucro
contábil ajustado; (4) o desconto dos recolhimentos já efetuados,
anteriormente, no ano e (5) o recolhimento do saldo apurado (se
positivo).
A Contribuição social sobre o Lucro deve acompanhar as opções do
Lucro Real: (1) lucro real trimestral, ou (2) lucro real anual, (2.a) com
antecipações mensais calculadas com base na receita bruta, ou (2.b)
com antecipações mensais calculadas com base em balancetes de
redução. Saliente-se que a alíquota da CSLL é de 9%.
As empresas obrigadas ao Lucro Real, ou optantes por esta sistemática,
deverão manter contabilidade regular.
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A seguir, para fins ilustrativos, apresentamos um exemplo numérico –
referente a um caso hipotético – que trata dos conceitos acima
apresentados.
Seja uma empresa com atividade de venda de mercadorias, optante
pelo Lucro Real Anual, recolhendo estimativas mensais com base na
receita bruta, e que apresente:
- faturamento mensal (vendas de mercadorias) de R$
50.000,00;
- receita de aluguel de um galpão de R$ 5.000,00;
- Lucro contábil (ao final do ano) de R$ 120.000,00;
- Deste lucro, R$ 10.000,00 referem-se a despesas que não
estão relacionadas com a atividade da empresa (de acordo
com a legislação fiscal, estas despesas devem ser
adicionadas ao lucro contábil para apuração do Lucro
Real).
Nas tabelas a seguir, apresentamos o cálculo dos tributos devidos,
relativos ao período de apuração:
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Descrição Valores OBS.
Estimativas mensais 50.000,00 faturamento mensal
12% coeficiente - CSLL
6.000,00
5.000,00 aluguel
11.000,00 base de cálculo (mensal) da CSLL
9% alíquota - CSLL
990,00 estimativa mensal
11.880,00 somatório das estimativas recolhidas no ano
CSLL anual 120.000,00 lucro contábil
10.000,00 adições
130.000,00 base de cálculo (anual) da CSLL
9% alíquota - CSLL
11.700,00 contribuição devida no ano
(180,00) saldo (diferença entre CSLL devida e estimativas)
16
Esta conta, infelizmente, é – muitas vezes – denominada somente de “Provisão para
o Imposto de Renda”. Esta denominação não é proibida, pois não há legislação
determinando a utilização de um ou outro nome para contas, mas é uma denominação
que leva a dúvidas, pois o estudante, ou qualquer interessado na companhia, fica na
dúvida se ela se refere ao encargo (conta de resultado) ou ao passivo (conta
patrimonial). Este procedimento – de utilizar o mesmo nome para referenciar duas
diferentes contas contábeis – é tão danoso que foi o responsável por anulação de
questões de concurso, conforme veremos a seguir.
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essas diferenças deverão ser ajustadas contra resultados (Encargos com
provisão para o Imposto de Renda – ou Reversão de encargos com
provisão para o Imposto de Renda). Ao final do período, o valor
definitivo deve ser registrado a crédito da conta Imposto de Renda a
pagar (a débito da conta Provisão para Imposto de Renda).
Em tempo, muitas empresas optam, para fins de simplificação de
procedimentos, por manter apenas uma conta de passivo, denominada
“Provisão para o IR”, na qual é registrado tanto o valor previsto quanto
o valor definitivamente devido do tributo, caso em que não é utilizada a
conta “IR a pagar”.
17
LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real, visto na aula 03 deste curso.
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depreciação normal, registrado na escrituração comercial,
deverá ser adicionado ao lucro líquido para efeito de
determinar o lucro real.
...
Art. 262. No LALUR, a pessoa jurídica deverá (Decreto-Lei
nº 1.598, de 1977, artigo 8º, inciso I):
...
III - manter os registros de controle de prejuízos fiscais a
compensar em períodos de apuração subseqüentes, do
lucro inflacionário a realizar, da depreciação acelerada
incentivada, da exaustão mineral, com base na receita
bruta, bem como dos demais valores que devam
influenciar a determinação do lucro real de períodos de
apuração futuros e não constem da escrituração comercial;
Ora, a situação que obriga a empresa a realizar uma adição futura
consiste em uma OGRIGAÇÃO da empresa (obrigação de pagar mais
imposto no futuro) e essa obrigação deve ser registrada no passivo,
conforme claramente definido pela Deliberação CVM n° 273, de 1998,
que aprovou pronunciamento do Ibracon nesse sentido. A seguir
apresentamos um exemplo de contabilização da provisão para o IR
diferido:
Seja uma empresa que tenha bens no valor de R$ 1.000,00, cuja
depreciação normal seja de 10% ao ano (R$ 100,00). Considere, ainda,
que esta empresa esteja autorizada, pela legislação tributária, a
considerar (para fins fiscais) uma taxa três vezes maior, representando
um valor de R$ 300,00 (R$ 100,00 reconhecidos contabilmente e R$
200,00 em ajustes fiscais). A tabela a seguir demonstra os valores de
depreciação: (1) contabilmente registrados e (2) considerados para fins
fiscais.
Ano Registros contábeis da depreciação Ajustes fiscais
IR relativo à
encargo de IR relativo ao depreciação depreciação
depreciação encargo (15%) permitida exclusão adição permitida
1 100,00 15,00 300,00 200,00 - 45,00
2 100,00 15,00 300,00 200,00 - 45,00
3 100,00 15,00 300,00 200,00 - 45,00
4 100,00 15,00 100,00 - - 15,00
5 100,00 15,00 - - 100,00 -
6 100,00 15,00 - - 100,00 -
7 100,00 15,00 - - 100,00 -
8 100,00 15,00 - - 100,00 -
9 100,00 15,00 - - 100,00 -
10 100,00 15,00 - - 100,00 -
Somatório 150,00 150,00
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Repare que, na situação acima demonstrada, o total do IRPJ relativo aos
encargos de depreciação é o mesmo. A diferença é sua distribuição no
tempo.
Assim, nos primeiros três anos, haveria um registro de Provisão para o
IR (no ativo circulante) inferior àquela dos demais anos (pela
possibilidade de exclusão – do valor de R$ 200,00). No quarto ano, não
haveria nenhuma adição ou exclusão (referente à depreciação do bem).
Finalmente, nos demais anos, haveria adição do valor de R$ 100,00,
aumentando o IRPJ devido.
Nessa situação, no primeiro ano, considerando um lucro contábil de R$
1.000,00, e um lucro real de R$ 800,00 (devido à exclusão de R$
200,00 – relativa à depreciação acelerada incentivada), temos uma
despesa total com IR de R$ 150,00 (15% do lucro real antes da
exclusão), sendo que esse valor será exigido em partes: (1) parte
conforme lucro real do próprio período (R$ 120,00) e a parte relativa à
exclusão (15% de R$ 200,00 = R$ 30,00) em período futuro. Assim,
deve ser contabilizada a despesa com o IRPJ da seguinte maneira:
D= despesa com provisão para o IR 150,00
C=a diversos
C=a Provisão para o IR (PC) 120,00
1- C=a Provisão para IR diferido (PELP) 30,00
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- Participação de partes beneficiárias;
- Contribuições para fundos de previdência e assistência aos
empregados.
As participações no resultado não se confundem com os dividendos. Os
dividendos são a parcela do lucro que cabe a cada ação; ao passo que
as participações no resultado representam a parcela do resultado da
empresa que é entregue a terceiros (que não os acionistas). Assim, as
participações no resultado devem ser registradas a débito de contas de
resultado.
A apuração dos valores referentes a cada participação, será vista
quando do estudo da Demonstração do Resultado do Exercício, adiante
nesta aula.
Com base nos conceitos acima, é possível apresentar o funcionamento
esquemático das contas de participações no resultado a pagar, conforme
tabela abaixo:
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos
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São exemplos de valores passíveis de registro no grupo patrimonial
Resultado de Exercícios Futuros:
- aluguel recebido antecipadamente;
- comissão recebida por instituição financeira, por concessão de
empréstimo - a ser apropriada pelo prazo do mesmo.
Um exemplo esclarecedor de utilização de contas do grupo patrimonial
Resultados de Exercícios Futuros consiste no arrendamento de uma
fazenda, para desenvolvimento (por parte de terceiros) de uma
atividade, por tempo determinado, com pagamento antecipado. A
seguir, encontra-se a descrição do exemplo proposto.
Seja uma empresa (utilizaremos a empresa Tamancos e Tamancos S/A)
que tenha em seu Ativo Permanente Investimentos uma fazenda, não
utilizada em suas atividades fim, e deseje arrendar esta fazenda para
terceiros – pelo prazo de 5 (cinco) anos. Seja, também, uma pessoa
que esteja interessada em desenvolver uma atividade (como, por
exemplo, criação de avestruzes) e deseje arrendar a fazenda
(pertencente à empresa Tamancos e Tamancos S/A) para essa
atividade. Nesse caso, o interessado e a empresa Tamancos e
Tamancos S/A podem contratar um arrendamento, sem previsão de
devolução de valores, em que: (a) o interessado entrega – de pronto –
o valor de R$ 50.000,00, para aquisição do direito de utilização da
fazenda pelo prazo de 5 (cinco) anos e (b) a empresa Tamancos e
Tamancos S/A se compromete a entregar a fazenda, “de porteira
fechada”, ao interessado por esse prazo.
Repare que no patrimônio da empresa surge dinheiro (R$ 50.000,00),
mas não surge uma obrigação (de dar algo – porque a fazenda já foi
entregue, de fazer algo – porque a única coisa que deve ser feita é
esperar os cinco anos, nem de devolver o dinheiro). Assim, parece que
o patrimônio aumentou, mas – pelo regime de competência – isso ainda
não ocorreu. Dessa forma, a contrapartida do valor recebido se
enquadra, perfeitamente, na definição de Resultados de Exercícios
futuros.
O lançamento referente a esse fato contábil é o seguinte:
D = Caixa (ou Bancos)
1 - C = a Receitas antecipadas de arrendamento (REF) 50.000,00
À medida que o tempo for passando, a empresa Tamancos e Tamancos
S/A terá cumprido o que havia prometido fazer, ou seja, permitir que o
interessado utilize a fazenda na sua atividade. Será, portanto, também,
à medida que o tempo for passando, que o valor antes recebido deverá
ser registrado com receita de arrendamento auferida, em contrapartida
dos Resultados de Exercícios Futuros.
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O lançamento relativo à apropriação do resultado é o seguinte:
D = Receitas antecipadas de arrendamento (REF)
2 - C = a Receitas de arrendamento 10.000,00
Outro ponto importante é que o grupo é denominado Resultados de
exercícios futuros (e não Receitas de exercícios futuros), portanto, nele
cabe uma conta retificadora referente aos respectivos custos. Entre os
custos e despesas referentes ao grupo, encontram-se as comissões ou
os tributos incidentes sobre a operação que ensejou o recebimento
antecipado de receitas.
Assim, caso a transação acima tivesse sido realizada com a intervenção
de um corretor e que sua comissão tivesse sido de R$ 2.000,00, esse
valor não deveria ser considerado despesa do exercício (pois trata-se de
um ônus necessário à percepção das receitas antecipadas, ou seja, um
valor pago para poder receber as receitas antecipadas). Como o
acessório segue o principal, teríamos:
Resultados de exercícios futuros
a) Receitas antecipadas – R$ 50.000,00
b) (-) Custos e despesas – (R$ 2.000,00)
5 Patrimônio Líquido
5.1 Considerações iniciais
Foi visto, já na aula 01 deste curso, que o Grupo Patrimonial
denominado Patrimônio Líquido representa a diferença entre os
bens/direitos e as obrigações. Por outro ponto de vista, conforme
discutido na aula 03, o Patrimônio líquido pode ser encarado como uma
“obrigação” (de longuíssimo prazo e exigibilidade quase nula), da
empresa para com seus sócios.
Ambas as definições acima dão idéia de um valor único para o
Patrimônio Líquido. Entretanto, a Lei das S/A, em seu art. 178,
classifica como integrantes do Patrimônio Líquido as seguintes contas
(ou grupos de contas): (1) capital social, (2) reservas de capital, (3)
reservas de reavaliação, (4) reservas de lucros e (5) lucros ou prejuízos
acumulados. Para fins de esclarecimento, o citado artigo encontra-se
reproduzido a seguir:
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas
segundo os elementos do patrimônio que registrem, e
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise
da situação financeira da companhia.
...
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§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos
seguintes grupos:
...
d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas
de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e
lucros ou prejuízos acumulados.
O art. 182 da Lei das S/A dispõe sobre mais um item componente do
Patrimônio Líquido: as ações em tesouraria, que deve ser registrado
como conta devedora, retificadora da conta que registrar a origem dos
recursos aplicados na sua aquisição. Abaixo encontra-se reproduzido o
citado artigo:
Art. 182. ...
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no
balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que
registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.
A questão que se coloca é a seguinte: Porque o valor de uma simples
diferença (entre bens/direitos e obrigações) deve ser
representado por tantos diferentes itens? Essa questão é, em
primeira vista, procedente; pois, se todos os itens componentes do
Patrimônio Líquido representam – em conjunto – uma simples diferença
(entre bens/direitos e obrigações), resta necessário um critério de
distinção entre eles.
A resposta para essa questão é, relativamente, simples. A razão para a
existência de tantas contas representativas do Patrimônio Líquido reside
no fato de que a diferença entre bens/direitos e obrigações pode
decorrer de vários diferentes motivos. Assim, cada conta do Patrimônio
Líquido representa um motivo (e o respectivo valor) pelo qual existe a
referida diferença entre bens/direitos e obrigações.
É sob essa perspectiva que serão estudados, a seguir, os diferentes
subgrupos do Patrimônio Líquido – PL e suas respectivas contas
contábeis componentes.
5.2.1 Conceito
O capital Social representa a participação dos sócios na formação do
patrimônio da empresa. Em outras palavras, o Capital Social representa
o valor que os sócios concordaram em retirar de seu próprio patrimônio
individual e colocar na “aventura” (empresa), que passa a ter vida
própria (e, portanto, patrimônio próprio) – na forma de uma Pessoa
Jurídica.
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Quando os sócios decidem colocar um valor na formação do patrimônio
da empresa, esta passa a ter (em seu patrimônio) bens ou direitos que
antes não tinha. Essa situação enseja o aparecimento da diferença
(bens/direitos (-) obrigações), que determina o registro do Patrimônio
Líquido. Assim, valor registrado na conta Capital Social indica que há
diferença entre bens/direitos e obrigações e que essa diferença é
decorrente do fato de que os sócios investiram valores na formação do
patrimônio da empresa.
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somente sobre o capital, mas sobre todo o patrimônio que ele
representa18.
5.2.3.1 Ações
As sociedades anônimas têm o capital dividido em ações. A ação
consiste em um título que representa uma fração do capital social,
sendo ela a menor fração em que esse capital social está dividido.
Confirmando essa definição, se a ação tiver valor nominal (valor a ela
atribuído), a soma dos valores nominais de todas as ações emitidas pela
companhia deve totalizar o valor do Capital Social contabilizado.
O acionista – a pessoa que é titular de ações – é proprietário da
sociedade, na proporção da quantidade de ações que possui, em relação
ao total de ações emitidas.
Como proprietário da sociedade, o acionista tem – teoricamente –
direito a:
a) uma fração ideal do patrimônio da companhia;
b) uma fração ideal do lucro auferido pela companhia –
dividendos;
c) participar da administração da companhia.
Ocorre que nem todo acionista tem os mesmos direitos (na mesma
proporção), pois há diferentes espécies e classes de ações, com direitos
diferenciados. As ações são divididas conforme sua natureza em (1)
ações ordinárias, (2) ações preferenciais e (3) ações de fruição,
conforme determinado pelo art. 15 da Lei das S/A, a seguir:
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou
vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias,
preferenciais, ou de fruição.
…
Cumpre referir que, com o advento da Lei n° 8.021, de 1990, todas as
ações passaram a ser do tipo “nominativas”, ou seja, o nome do titular
18
Essa característica especial do Capital Social é de grande relevância para o
entendimento de conceitos como “ágio na emissão de ações”, “ágio na aquisição de
ações” ou “ganhos/perdas na variação do percentual de participação societária”, a
serem discutidos detalhadamente adiante neste curso.
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da ação deve estar escrito em livros societários específicos (Livro
Registro de Ações Nominativas e Livro Registro de Transferência de
Ações Nominativas), conforme art. 100 da Lei das S/A:
Art. 100. A companhia deve ter, além dos livros
obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes,
revestidos das mesmas formalidades legais:
I - o livro de Registro de Ações Nominativas, para
inscrição, anotação ou averbação:
a) do nome do acionista e do número das suas ações;
b) das entradas ou prestações de capital realizado;
c) das conversões de ações, de uma em outra espécie ou
classe;
d) do resgate, reembolso e amortização das ações, ou de
sua aquisição pela companhia;
e) das mutações operadas pela alienação ou transferência
de ações;
f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da alienação fiduciária
em garantia ou de qualquer ônus que grave as ações ou
obste sua negociação.
II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas", para
lançamento dos termos de transferência, que deverão ser
assinados pelo cedente e pelo cessionário ou seus
legítimos representantes;
Em seguida, estudaremos as características de cada uma dessas
espécies de ações.
19
Em que pese estarem previstos órgãos de administração propriamente ditos
(Diretoria e, eventualmente, Conselho de Administração), eles são eleitos pela
Assembléia Geral de Acionistas. Assim, em última instância, é a Assembléia que
determina por quem e de que maneira deverá ser realizada a administração.
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Outra peculiaridade é que nem toda ação tem direito a voto. Portanto,
pode haver acionista que, mesmo sendo titular de ações da companhia,
não tenha como se manifestar na sua Assembléia Geral de Acionistas20.
Essa divisão de ações em espécies com e sem direito a voto é o
resultado de uma evolução histórica. A experiência prática evidenciou
que nem todo acionista tem interesse em participar ativamente da
administração de uma companhia.
Alguns acionistas, historicamente, estavam preocupados com a
administração da companhia, pois pretendiam receber – por muito
tempo – os respectivos dividendos. Outros acionistas estavam mais
preocupados em adquirir ações da companhia para vendê-las
(encarando-as como qualquer outra mercadoria). Havia ainda um
terceiro tipo de interessado nas ações da empresa que nem adquiri-las
desejava, mas tão somente ganhar dinheiro com apostas sobre o valor
que essas ações iriam alcançar no futuro.
Com tantos diferentes interesses acerca das ações de uma companhia, o
fato de todas as ações terem exatamente as mesmas características
levava a distorções, como, por exemplo, companhias controladas por
instituições financeiras que não eram sequer titulares de qualquer ação.
Esse era o caso de ações, que inicialmente, eram pertencentes a um
acionista que participava diretamente das Assembléias, mas que – ao
falecer – deixava as ações para a esposa. A viúva, então, que, não
tinha esse mesmo interesse, deixava suas ações em custódia, com uma
instituição financeira. Essa instituição financeira, então, obtinha uma
procuração21 e podia participar ativamente da Assembléia Geral de
Acionistas, manifestando sua vontade na administração da companhia,
sem ser acionista.
Foi nesse contexto que se percebeu a necessidade de criação de
espécies de ações com direitos diferenciados. Assim, a Lei das S/A
previu ações ordinárias, preferenciais e de fruição, conforme visto
acima.
Ações ordinárias são aquelas que dão direito ao voto e, também, direito
à participação no lucro (na forma de dividendos) e no patrimônio
(quando da liquidação da sociedade). Ações preferenciais são aquelas
que não dão direito ao voto, sendo garantida a participação no lucro
(dividendos) e no patrimônio (quando da liquidação da sociedade).
20
Salvo em situações especiais previstas no Estatuto, ou em situações de não-
distribuição de lucro, previstas na Lei das S/A.
21
A procuração é o instrumento do contrato de mandato, em que o mandatário
(também denominado procurador) realiza atos em nome do mandante.
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À primeira vista, essa definição pode parecer incoerente, pois uma ação
ordinária (ou seja, que não deveria ter qualquer atributo especial) tem
mais direitos (voto, dividendos e patrimônio) do que uma ação dita
preferencial (que somente tem direito a dividendos e ao patrimônio).
Mas essa aparente incoerência é facilmente afastada quando se procura
o sentido etimológico das palavras “ordinária” e “preferencial”.
A palavra ordinária vem do inglês “ordinary”, que significa “comum”.
Assim, uma ação ordinária tem todos os atributos que são comuns a
uma ação: (1) voto, (2) dividendos e (3) participação no patrimônio
(quando da extinção da companhia). Mas as ações ordinárias
(justamente por serem comuns) não conferem preferências ou
privilégios especiais a seus titulares.
A palavra preferencial faz referência a uma ou mais características que
diferenciam algo daquilo que é normal. No caso, às ações preferenciais
são atribuídas vantagens e preferências ou privilégios, como, por
exemplo, a prioridade na distribuição de dividendos e no reembolso do
capital. Para entender a razão do privilégio das ações preferenciais, no
recebimento de dividendos ou do patrimônio, basta lembrar que os
detentores desta espécie de ação não decidiram (através do voto na
assembléia geral de acionistas) a maneira pela qual o resultado seria
auferido e, assim, seria justo que eles fossem os primeiros a receber
esse resultado.
Para ilustrar a conveniência da organização das ações nessas duas
espécies (ordinárias e preferenciais), basta uma breve referência à
comum situação enfrentada por pais que têm dois filhos brigando pela
última fatia de um pudim. Nessa situação, a solução mais adequada é
(1) entregar a faca para um dos filhos (geralmente o mais velho),
determinando que ele divida a fatia de forma justa e (2) permitindo que
o outro filho (geralmente o mais novo) escolha a fatia que melhor lhe
aprouver. Nessa situação, o filho mais velho, que ficou com a
possibilidade de decidir como dividir o pudim, fará a divisão da forma
mais eqüitativa possível; pois, no caso de uma divisão desigual, o filho
mais novo terá a prerrogativa de escolher a maior fatia (em prejuízo do
próprio filho mais velho, que realizou a divisão).
Ora, é essa a razão da divisão das ações nessas espécies (ordinárias e
preferenciais). Os detentores de ações ordinárias têm a prerrogativa
de, através do voto na Assembléia Geral de Acionistas, decidir os rumos
da empresa e a maneira pela qual ela irá auferir seu lucro. Ao contrário,
os detentores de ações preferenciais, que não possuem a prerrogativa
de votar na Assembléia Geral de Acionistas e – portanto – não decidem
sobre a maneira pela qual o lucro deverá ser auferido, têm a
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prerrogativa de receber a primeira fatia desse lucro (na forma de
dividendos).
As ações ordinárias de companhias fechadas e as ações preferenciais de
qualquer companhia podem ser divididas em classes, que terão
características especiais. São exemplos dessas características a
possibilidade de recebimento de dividendo mínimo ou fixo. O dividendo
mínimo é um valor mínimo, garantido pelo estatuto, que deverá ser
pago ao acionista, podendo – inclusive – não depender de lucro no
período, entretanto, pode ser pago, ao acionista, valor superior ao
mínimo se o lucro auferido no período, pela companhia, assim permitir.
O dividendo fixo consiste em um valor pré-determinado, definido pelo
estatuto, a ser entregue ao acionista, independentemente da companhia
auferir lucro no período, sendo que – mesmo que os lucros auferidos
pela companhia permitam um pagamento de dividendos superior ao fixo
– via de regra, não será pago valor superior a ele.
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liquidação é a fase que ocorre logo após a decisão de dissolução da
companhia e que antecede a extinção da sociedade. Nessa fase é
apurado o valor do patrimônio da companhia – acervo, que deve ser
dividido entre os acionistas.
Em outras palavras, a amortização representa uma antecipação, a
antecipação do valor a que o acionista teria direito quando da liquidação
da sociedade.
A palavra “fruição” vem do termo “fruto”, que significa “bem acessório
que se desprende do bem principal sem danificá-lo”. Exemplos de
frutos são (1) os frutos naturais – ex.: frutas, que se desprendem das
árvores sem danificá-las; (2) os frutos industriais – ex.: mercadorias,
que se desprendem das fábricas sem danificá-las e (3) frutos civis – ex.:
juros, que se desprendem do principal sem danificá-lo. No caso, o
detentor das ações de fruição tem apenas o direito de receber os frutos
das ações (dividendos), mas não mais o direito ao patrimônio da
sociedade, pois já o recebera em adiantamento.
Finalmente, conforme o § 5o acima: (1) as ações – ordinárias ou
preferenciais – integralmente amortizadas poderão ser substituídas por
ações de fruição e (2) em caso de liquidação da companhia, e havendo
ações de fruição, o acervo levantado deverá ser distribuído entre as
ações não amortizadas até o valor antes recebido pelas ações de
fruição, para, a partir daquele valor, ser distribuído entre todas as
ações, inclusive as de fruição.
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D = Caixa
2 - C = a Capital a realizar 50.000,00
Foram apresentados, também, os conceitos de capital subscrito e de
capital a realizar:
a) O Capital Subscrito, conhecido como o Capital Prometido,
consiste num valor que os sócios prometem entregar à
empresa – para empreender a “aventura”. Ora, quem
promete assina embaixo (sub escreve). Portanto, capital
subscrito é o mesmo que capital prometido.
b) O Capital a realizar (também denominado Capital a
Integralizar), conhecido como o Capital a Entregar,
consiste no valor prometido pelos sócios e que ainda não
foi entregue à sociedade. Assim, Capital a Realizar é o
mesmo que capital a entregar.
Na ocorrência do fato subscrição de capital, surge um direito no
patrimônio da empresa (de exigir que os sócios cumpram o que foi
prometido - entregar o capital subscrito), registrado na conta Capital a
Realizar (conta retificadora do PL – de natureza devedora), que tem
como origem a conta de Patrimônio Líquido Capital Subscrito.
A realização do capital (também denominada integralização de capital)
consiste na entrega do valor antes subscrito (prometido) pelos sócios.
Assim, na realização do capital subscrito, surge no patrimônio da
empresa um bem (dinheiro ou outro, entregue pelos sócios) e, também,
desaparece do patrimônio da empresa o direito de exigir que os sócios o
entreguem (capital a realizar).
Na apresentação do patrimônio, é – geralmente – apresentada em
destaque uma informação que não consiste no saldo de uma conta
analítica: trata-se da informação sobre o capital realizado. O valor do
capital realizado é igual ao valor do capital subscrito, deduzido do valor
do capital a realizar – conta sintética.
As contas Capital Subscrito e Capital a Realizar são contas analíticas, ao
passo que a conta Capital Realizado consiste na conta sintética, que
agrupa a soma (algébrica) dos saldos das contas Capital Subscrito e
Capital a Realizar.
Tudo o que foi acima referido decorre do fato de que o art. 182 da Lei
das S/A estabelece que a conta do capital social discriminará o
montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada,
conforme abaixo reproduzido:
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante
subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.
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Assim, do ponto de vista contábil, quando uma sociedade ou empresa
individual é constituída, os sócios, os acionistas ou o titular assumem
um compromisso, com a empresa, de entregaram uma soma em
dinheiro (ou bens) para formar o capital inicial da sociedade, no
montante de recursos que esta necessitará para dar início a suas
atividades sociais. O ato de formalização desse compromisso é
denominado subscrição do capital.
No entanto, pode ser que nem todo o dinheiro (ou bens) prometido
esteja disponível, no instante em que é formalizado o compromisso,
para que seja possível a imediata transferência dos valores do
patrimônio dos sócios para o da empresa. Assim, a parcela que é
transferida para o patrimônio da empresa, no ato da subscrição
denomina-se capital integralizado ou realizado enquanto a parcela cuja
transferência de titularidade se dará no futuro denomina-se capital a
integralizar ou a realizar.
No caso de sociedades anônimas, a realização de capital deve ocorrer,
no mínimo, em 10% do capital subscrito, em dinheiro, na data da
subscrição, conforme art. 80 da Lei das S/A, seguir:
Art. 80. A constituição da companhia depende do
cumprimento dos seguintes requisitos preliminares:
I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas
as ações em que se divide o capital social fixado no
estatuto;
II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no
mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em
dinheiro;
III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro
estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de
Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em
dinheiro.
Parágrafo único. O disposto no número II não se aplica às
companhias para as quais a lei exige realização inicial de
parte maior do capital social.
A vida de uma empresa, porém, é muito dinâmica e, obviamente, logo o
capital a integralizar irá transformar-se em capital integralizado, quando
da correspondente efetivação do compromisso dos sócios.
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Importante ressaltar que todas essas alterações do capital social só
podem ocorrer quando houver expressa autorização dos acionistas ou
sócios. Nesse diapasão, o art. 166 da Lei das S/A estabelece que o
capital social somente pode ser aumentado (1) por deliberação da
assembléia geral convocada para decidir sobre reforma do Estatuto (2)
por deliberação da assembléia geral, ou do conselho de administração,
sem reforma do Estatuto, dentro do limite por ele estabelecido
(autorizado) e (3) no caso de conversão de debêntures ou partes
beneficiárias em ações ou no exercício dos direitos conferidos por bônus
de subscrição e opção de compra de ações22, conforme a seguir:
Art. 166. O capital social pode ser aumentado:
I - por deliberação da assembléia-geral ordinária, para
correção da expressão monetária do seu valor (artigo
167);23
II - por deliberação da assembléia-geral ou do conselho de
administração, observado o que a respeito dispuser o
estatuto, nos casos de emissão de ações dentro do limite
autorizado no estatuto (artigo 168);
III - por conversão, em ações, de debêntures ou parte
beneficiárias e pelo exercício de direitos conferidos por
bônus de subscrição, ou de opção de compra de ações;
IV - por deliberação da assembléia-geral extraordinária
convocada para decidir sobre reforma do estatuto social,
no caso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a
mesma esgotada.
Repare que, no caso normal, o aumento de capital implica Assembléia
Geral de Acionistas Extraordinária e reforma do Estatudo Social, o que é
um procedimento formal e trabalhoso. Por isso, para dar maior
flexibilidade e dinamicidade à administração das empresas,
particularmente daquelas que se encontram em fase de expansão de
seus negócios e que, periodicamente, estão a requerer novas injeções
de capital, as lei das S/A criou a figura do capital autorizado, em seu
art. 168, abaixo reproduzido:
Art. 168. O estatuto pode conter autorização para aumento
do capital social independentemente de reforma
estatutária.
22
Situações em que a assembléia já havia deliberado (quando da emissão das partes
beneficiárias, dos bônus de subscrição ou das debêntures) o eventual ulterior aumento
de capital. Os conceitos de partes beneficiárias, bônus de subscrição e de debêntures
serão estudados no item Reservas de Capital – a seguir neste curso.
23
A correção monetária do balanço foi extinta – para fins fiscais e societários – a partir
de 1996, pelo art. 4o da Lei n° 9.249, de 1995. O conceito de correção monetária do
balanço será estudado quando da apresentação da conta “Reserva para Correção
monetária do balanço”, no item Reservas de Capital – a seguir neste curso.
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§ 1º A autorização deverá especificar:
a) o limite de aumento, em valor do capital ou em número
de ações, e as espécies e classes das ações que poderão
ser emitidas;
b) o órgão competente para deliberar sobre as emissões,
que poderá ser a assembléia-geral ou o conselho de
administração;
c) as condições a que estiverem sujeitas as emissões;
d) os casos ou as condições em que os acionistas terão
direito de preferência para subscrição, ou de inexistência
desse direito (artigo 172).
§ 2º O limite de autorização, quando fixado em valor do
capital social, será anualmente corrigido pela assembléia-
geral ordinária, com base nos mesmos índices adotados na
correção do capital social.
§ 3º O estatuto pode prever que a companhia, dentro do
limite de capital autorizado, e de acordo com plano
aprovado pela assembléia-geral, outorgue opção de
compra de ações a seus administradores ou empregados,
ou a pessoas naturais que prestem serviços à companhia
ou a sociedade sob seu controle.
Denomina-se capital autorizado o limite, estabelecido em valor ou
número de ações, até o qual o Estatuto da sociedade anônima autoriza
os órgãos de administração a promoverem aumento de capital da
companhia, independentemente de reforma estatutária ou de
assembléia de acionistas. Trata-se de uma autorização prévia do
Estatuto, para futuros aumentos de capital.
Uma condição comum para autorização de aumento de capital é a
existência de lucros auferidos não distribuídos e, portanto, registrados
em reservas de lucro24. Nesse caso, o aumento de capital dá-se por
“capitalização do lucro ou das reservas de lucro”. O lançamento contábil
do fato “capitalização do lucro ou das reservas de lucro” encontra-se a
seguir apresentado exemplificativamente:
D = Reserva de lucros
1 - C = a Capital Social Subscrito x
A capitalização de lucros, na hipótese de ações com valor nominal, o
aumento de capital implica, alternativamente: (1) alteração do valor
nominal das ações25 (2) a criação de ações novas – em quantidade
correspondente ao valor do capital aumentado – com distribuição destas
24
As reservas de lucro serão detalhadamente estudadas adiante nesta aula.
25
Para que o somatório da quantidade original de ações totalize o valor do novo capital
social subscrito.
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ações (proporcionalmente) aos acionistas26. As ações novas,
distribuídas em virtude de aumento de capital por capitalização de
lucros ou reservas de lucro, recebem o nome de ações bonificadas.
Na hipótese de ações sem valor nominal, a capitalização dos lucros ou
reservas de lucros pode ocorrer sem emissão de ações bonificadas.
Uma importante observação acerca do conceito de capital autorizado é
que, sendo o capital autorizado apenas uma autorização para – no
futuro – alguém aumentar o capital social da companhia (sem o
cumprimento de maiores formalidades), não há que se registrar, no
patrimônio, qualquer valor a título de capital autorizado. Em outras
palavras, a autorização de capital é um mero ATO e não um FATO
CONTÁBIL, portanto não cabe lançamento ou qualquer registro dele em
contas contábeis, até o momento do efetivo aumento de capital –
quando o capital não será mais autorizado, porém subscrito.
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
26
Para que o somatório da nova quantidade de ações – ao valor nominal original –
totalize o valor do novo capital social subscrito.
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Capital a Realizar
Débitos Créditos
si de natureza devedora
1 na constituição da empresa (pela subscrição do capital)
(com contrapartida na conta Capital Subscrito)
2 no cumento de capital (pela subscrição do capital)
(com contrapartida na conta Capital Subscrito)
na realização do capital 3
(com contrapartida em conta representativa de bens/direitos)
sf de natureza devedora
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
5.3 Reservas
Reservas são valores que representam elementos patrimoniais sem
qualquer característica de exigibilidade atual ou futura.
Se um elemento patrimonial, até então classificado em uma conta de
reserva, passa a ter característica de exigibilidade, o respectivo valor
deve ser imediatamente transferido para uma conta própria do passivo
exigível. É o caso, por exemplo, de uma companhia que resolve
distribuir dividendos. Nessa situação, o valor correspondente deve ser
debitado numa conta de reserva de lucros (ou lucros acumulados) e
creditado em conta de dividendos a pagar, integrante do passivo
circulante27.
As reservas dividem-se em:
a) reservas de capital – quando correspondem a valores recebidos
dos sócios ou terceiros que não representam aumento de capital
e que não transitaram pelos resultados do exercício28;
b) reservas de reavaliação - quando representarem a contrapartida
dos acréscimos de valor aos bens do ativo em virtude de nova
avaliação;
27
Esse conceito será detalhadamente trabalhado no item que trata a DLPA, adiante
neste curso.
28
O conceito de Reserva de Capital será trabalhado, como seu esclarecimento, a
seguir.
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c) reservas de lucros ou lucros acumulados – quando se originarem
de lucros não distribuídos aos proprietários, representando
lucros retidos com finalidades específicas.
Segundo a lei das S/A, art. 182, conforme a finalidade para a qual foram
constituídas, as reservas compõem-se das seguintes contas:
a) Reservas de capital
- ágio na emissão de ações / quotas
- prêmio na emissão de debêntures
- doações e subvenções para investimentos
- alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição
b) Reservas de reavaliação
c) Reservas de lucros
- reserva legal
- reserva para contingências
- reserva de lucros a realizar
- reservas estatutárias
- reservas de lucros para planos de investimento
Para fins de esclarecimento, encontra-se – a seguir – reproduzido, em
parte, o citado art. 182 da Lei das S/A:
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante
subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.
§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas
que registrarem:
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o
valor nominal e a parte do preço de emissão das ações
sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada
à formação do capital social, inclusive nos casos de
conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus
de subscrição;
c) o prêmio recebido na emissão de debêntures;
d) as doações e as subvenções para investimento.
§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o
resultado da correção monetária do capital realizado,
enquanto não-capitalizado.
§ 3° Serão classificadas como reservas de reavaliação as
contrapartidas de aumentos de valor atribuídos a
elementos do ativo em virtude de novas avaliações com
base em laudo nos termos do artigo 8º, aprovado pela
assembléia-geral.
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§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas
constituídas pela apropriação de lucros da companhia.
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graciosamente, você é convidado para entrar e participar do restinho da
festa.
Essa é a idéia que está por trás do conceito de reservas de capital. As
Reserva de Capital são valores entregues graciosamente à empresa por
sócios ou outros interessados em “participar da festa”, ou seja,
interessados em participar (de alguma forma) dos lucros da empresa.
Tais valores, que são entregues graciosamente à empresa por pessoas
nela interessadas, aumentam seu patrimônio e, portanto, via de regra,
deveriam ser registrados como receita da empresa (débito em caixa e
crédito em receitas de doação), passando a compor o Patrimônio Líquido
somente ao final do exercício (quando do seu fechamento). Entretanto,
por se tratar de um “pedágio para entrar na festa” esse aumento
patrimonial é registrado diretamente dentro do Patrimônio Líquido, sem
transitar por conta de resultado, como Reserva de Capital.
O motivo para que a Lei das S/A tivesse determinado esse tratamento
às Reservas de Capital é decorrente de uma decisão política (de
incentivo à capitalização das empresas29) porque os valores registrados
como Reservas de Capital – apesar de consistirem em aumento de
patrimônio (que subsume-se ao conceito de renda) – não são
consideradas receitas e, portanto, não influenciam o valor das
participações no resultado, dos dividendos e não são tributado pelo
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica. Isso é confirmado pelo disposto
no art. 442 do Decreto 3.000, de 1999 (Regulamento do Imposto de
Renda), a seguir:
Art. 442. Não serão computadas na determinação do lucro
real as importâncias, creditadas a reservas de capital, que
o contribuinte com a forma de companhia receber dos
subscritores de valores mobiliários de sua emissão a título
de (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 38):
I - ágio na emissão de ações por preço superior ao valor
nominal, ou a parte do preço de emissão de ações sem
valor nominal destinadas à formação de reservas de
capital;
II - valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de
subscrição;
III - prêmio na emissão de debêntures;
IV - lucro na venda de ações em tesouraria.
Resumidamente, podemos dizer que “as reservas de capital consistem
em aumentos do patrimônio, que, via de regra, seriam registrados como
receitas. Mas, que, como o aumento do patrimônio se deu por um
29
Partindo-se do pressuposto de que, quanto mais dinheiro nas empresas, mais
empregos serão gerados e melhor funcionará a economia do país.
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motivo especial – um pedágio para entrar na festa – ele é
diretamente registrado no patrimônio líquido, como reserva de capital,
não transitando por conta de resultado (como se tivesse ido para o céu
sem passar pelo purgatório)”.
Entendemos que esse é um critério didático, e adequado, para definir as
reservas de capital.
Em tempo, as reservas de capital, como aportes de recursos para
reforço do patrimônio da empresa, não podem ter qualquer destinação.
Nesse sentido, a Lei das S/A, em seu art. 200 determina que as
reservas de capital somente podem ser utilizadas para: (a) absorção de
prejuízos; (b) resgate, reembolso ou compra de ações30; (c) resgate de
partes beneficiárias (conforme será apresentado neste item); (d)
incorporação ao capital social e (e) pagamento de dividendos a ações
preferenciais (com dividendo mínimo ou fixo). Para fins de clareza,
reproduzimos – a seguir – o texto do dispositivo citado:
Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser
utilizadas para:
I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros
acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo
único);
II - resgate, reembolso ou compra de ações;
III - resgate de partes beneficiárias;
IV - incorporação ao capital social;
V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando
essa vantagem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º).
Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da
venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao
resgate desses títulos.
A seguir, analisaremos – em específico – cada uma das reservas de
capital existentes e compararemos sua definição com aquela do
parágrafo acima.
30
Conceitos que serão detalhadamente estudados no item que trata de ações em
tesouraria.
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para esse bem”. Em outras palavras, ágio é “a diferença – a maior –
entre: (1) o valor cobrado por um bem e (2) o valor pré-definido para
esse bem”.
Desde já, devemos separar a idéia de ágio da idéia de algo caro (de
preço elevado), pois, um bem que apresenta ágio não deve –
necessariamente – ser considerado caro. Com efeito, consideramos
caros os bens que temos dificuldade de adquirir, por terem preços
elevados em relação a nosso padrão de renda; ao passo que o ágio
ocorre quando é cobrado um valor além daquele pré-definido para o
bem (valor esse que pode ser, ainda, considerado razoável, em
comparação com nosso padrão de renda).
Para ilustrar a afirmação do parágrafo anterior, remeto o aluno aos
acontecimentos ocorridos em 1987 (quando do ocaso do Plano
Cruzado)31. Naquele tempo, os preços eram tabelados, portanto, havia
valor pré-definido para todos os bens no mercado. Ocorre que houve
escassez de alguns bens como, por exemplo, automóveis e carne bovina
(pois o preço, provavelmente, estaria defasado, tirando o interesse dos
produtores em produzir e oferecer o produto aos consumidores). Nessa
situação, quem quisesse adquirir um automóvel (ou, simplesmente,
comer carne diariamente) tinha dificuldades de fazê-lo, apesar de ter
dinheiro para isso. Assim, ocorreu o fenômeno do ágio: para se adquirir
automóveis ou carne, alguns consumidores concordavam em pagar um
valor acima daquele pré-definido para esses bens, pois considerava o
total – ainda – razoável, em relação a seu padrão de consumo.
Repare que atualmente não há tabelamento de preços e, portanto, não
há ágio – ainda que consumidores (como é o meu caso) considerem o
preço a ser pago por um automóvel muito caro.
Visto o conceito de ágio, vamos aplicá-lo ao fenômeno da emissão de
ações.
Em Sociedades Anônimas, o valor do capital social e a quantidade de
ações em que ele se divide é determinado pelo estatuto, que também
pode estabelecer seu valor nominal, conforme art. 11 da Lei das S/A, a
seguir:
Art. 11. O estatuto fixará o número das ações em que se
divide o capital social e estabelecerá se as ações terão, ou
não, valor nominal.
Caso haja valor nominal, ele será igual para todas as ações, sendo
proibida a emissão de ações por valor inferior ao valor nominal. No caso
31
Peço desculpas se o aluno ainda não era nascido na época, mas quem viveu aqueles
dias jamais os esquecerá. Aos demais, recomendo uma leitura sobre os
acontecimentos daquele período.
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de emissão de ações sem valor nominal, pode ser determinado que uma
parte seja destinada à formação da reserva de capital – ágio na emissão
de ações.
Na emissão de ações ocorre o seguinte:
(1) há um aumento do capital social subscrito e
(2) são criadas novas ações
i. no caso de ações com valor nominal, elas
apresentam o mesmo valor nominal daquelas
anteriormente existentes;
ii. no caso de ações sem valor nominal, elas são
emitidas em número compatível com o valor do
aumento do capital (de forma que a divisão do novo
capital subscrito pelo novo número de ações
emitidas seja idêntica à divisão do capital social
anteriormente existente pelo antigo número de
ações emitidas).
Assim, no caso de ações com valor nominal, o somatório do valor
nominal das novas ações emitidas deve ser igual ao valor do aumento
do capital social subscrito. Da mesma forma, no caso de ações sem
valor nominal, o valor da divisão do capital pela quantidade de ações
deverá permanecer constante. Ao subscritor (futuro acionista) é
oferecida uma determinada quantidade desse título, que tem um valor
pré-definido (conforme acima descrito).
Saliente-se que a ação tem um valor pré-definido (o valor do capital
social subscrito dividido pelo número de ações emitidas), denominado
valor nominal, no caso de ações com valor nominal.
O ágio na emissão de ações é o valor da contribuição do subscritor que
ultrapassar o valor nominal das ações por ele adquiridas. No caso de
emissão de ações sem valor nominal, o ágio na emissão de ações será o
valor da contribuição do subscritor que ultrapassar a importância
destinada ao capital social.
Importante ressalvar que a contribuição do subscritor não
necessariamente deve ocorrer em dinheiro, nos termos do art. 7o da Lei
das S/A, abaixo:
Art. 7º O capital social poderá ser formado com
contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens
suscetíveis de avaliação em dinheiro.
Assim, o ágio ocorre quando o valor em dinheiro, ou o valor dos bens ou
o valor dos direitos ou, ainda o valor do perdão da dívida (na conversão
de debêntures em ações) for maior do que o valor nominal das ações
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emitidas (ou, no caso de ações sem valor nominal, for maior do que o
valor do aumento de capital realizado).
Na conta capital social, as ações só podem figurar por seu valor
nominal. O excedente, ou seja, a diferença positiva paga pelos
sócios/acionistas para aquisição das ações deverá ser levada a uma
conta de reserva de capital, que recebe essa denominação.
Já foram vistos os conceitos de ágio e de ágio na emissão de ações.
Resta, agora, contextualizar esses conceitos, ou seja, apresentar as
situações que ensejam o fenômeno do ágio na emissão de ações.
Ativo Passivo
Caixa 10.000,00 Obrigações -
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Ativo Passivo
Caixa 30.000,00 Dividendos a pagar 10.000,00
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emitidas, além de seu valor nominal, um valor adicional, denominado
“Ágio na emissão de ações”:
- valor nominal das novas ações: R$ 1,00;
- valor a ser pago por cada nova ação: R$ 2,50;
- ágio por ação: R$ R$ 2,50 (-) R$ 1,00 (=) R$ 1,50;
- quantidade de novas ações emitidas: 10.000 ações;
- valor do ágio na emissão de ações: R$ 1,50 (x) 10.000 (=) R$
15.000,00.
A contabilização do aumento de capital se dá em dois momentos (na
subscrição e na realização com ágio), conforme a seguir:
a) Subscrição de capital – no valor de R$ 10.000,00
D = Capital a Realizar
1 - C = a Capital Social subscrito 10.000,00
b) Integralização (ou Realização do capital) – no valor de R$ 25.000,00
D= Caixa 25.000,00
2- C=a Diversos
C=a Capital a realizar 10.000,00
C=a Reserva de capital - ágio na emissão de ações 15.000,00
Ativo Passivo
Caixa 55.000,00 Dividendos a pagar 10.000,00
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normalmente, registrado como receita; porém, ele se deu por um
motivo especial, qual seja: os novos acionistas pagaram um “Pedágio
para entrar na festa” (para participar do quadro societário e, no futuro,
participar dos lucros da companhia), portanto, esse aumento patrimonial
foi registrado diretamente em conta do Patrimônio Líquido – Reserva de
capital.
Isso vem a confirmar nossa definição didática de que “as reservas de
capital consistem em aumentos do patrimônio, que, via de regra, seriam
registrados como receitas. Mas, que, como o aumento do patrimônio se
deu por um motivo especial – um pedágio para entrar na festa – ele
é diretamente registrado no patrimônio líquido, como reserva de capital,
não transitando por conta de resultado (como se tivesse ido para o céu
sem passar pelo purgatório)”.
A partir dos conceitos acima é possível apresentar o funcionamento
esquemático da conta contábil Reserva de capital – ágio na emissão de
ações, conforme tabela a seguir.
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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empréstimos bancários, para captação de recursos necessários à
consecução das atividades sociais da companhia.
As debêntures diferem das ações, porque, enquanto estas são títulos de
propriedade, ou seja, o detentor de ações é titular de parcela do
patrimônio da companhia investida, as debêntures são títulos que
atribuem a seu possuidor direito de crédito contra a companhia
emitente. Em outras palavras, a debêntures são títulos de dívida da
empresa, ou seja, “promissórias metidas a besta”.
As debêntures, entretanto, diferem – também – dos empréstimos
bancários porque eles são contratados com instituições financeiras
enquanto as debêntures são oferecidas ao público, como uma forma
alternativa de financiamento – fugindo das altas taxas de juros exigidas
pelas instituições financeiras.
As debêntures, assim como as ações, somente podem ser emitidas na
forma nominativa, sendo vedada a emissão de debêntures ao portados
desde o advento da Lei n° 8.021, de 1990.
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Ativo Passivo
Caixa 55.000,00 Dividendos a pagar 10.000,00
Ativo Passivo
Caixa 67.000,00 Dividendos a pagar 10.000,00
Debêntures a pagar 10.000,00
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5.4.2.3 Conclusão e apresentação do funcionamento
esquemático da Reserva de capital – prêmio na
emissão de debêntures
Repare que, no exemplo acima, os debenturistas entregaram R$
12.000,00 à companhia (Tamancos & Tamancos S/A), mas a companhia
somente se comprometeu a pagar-lhes uma dívida de R$ 10.000,00. Os
demais R$ 2.000,00 foram entregues graciosamente à companhia,
aumentando seu patrimônio. Esse aumento de patrimônio deveria ser,
normalmente, registrado como receita; porém, ele se deu por um
motivo especial, qual seja: os debenturistas pagaram um “Pedágio para
entrar na festa” (para, no futuro, participar dos lucros da companhia),
portanto, esse aumento patrimonial foi registrado diretamente em conta
do Patrimônio Líquido – Reserva de capital.
Isso vem a confirmar nossa definição didática de que “as reservas de
capital consistem em aumentos do patrimônio, que, via de regra, seriam
registrados como receitas. Mas, que, como o aumento do patrimônio se
deu por um motivo especial – um pedágio para entrar na festa – ele
é diretamente registrado no patrimônio líquido, como reserva de capital,
não transitando por conta de resultado (como se tivesse ido para o céu
sem passar pelo purgatório)”.
A partir dos conceitos acima é possível apresentar o funcionamento
esquemático da conta contábil Reserva de capital – prêmio na emissão
de debêntures, conforme tabela a seguir.
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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5.4.3 Alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição
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O estatuto deve determinar o prazo de duração das partes beneficiárias
e, se estipular resgate do título, deve prever a formação de reserva com
essa finalidade, nos termos do art. 48 Lei das S/A, abaixo:
Art. 48. O estatuto fixará o prazo de duração das partes
beneficiárias e, sempre que estipular resgate, deverá criar
reserva especial para esse fim.
§ 1º O prazo de duração das partes beneficiárias atribuídas
gratuitamente, salvo as destinadas a sociedades ou
fundações beneficentes dos empregados da companhia,
não poderá ultrapassar 10 (dez) anos.
§ 2º O estatuto poderá prever a conversão das partes
beneficiárias em ações, mediante capitalização de reserva
criada para esse fim.
§ 3º No caso de liquidação da companhia, solvido o
passivo exigível, os titulares das partes beneficiárias terão
direito de preferência sobre o que restar do ativo até a
importância da reserva para resgate ou conversão.
Há autores que entendem que não seria tecnicamente correta a
constituição de uma reserva para resgate das partes beneficiárias, mas
sim a constituição de uma provisão (no passivo). Neste curso, seguindo
a letra da Lei das S/A, consideraremos a formação de uma reserva, que
será uma reserva de lucro, estatutária32.
As partes beneficiárias, assim como as ações e as debêntures, devem
ser nominativas – não sendo possível a emissão deste título ao
portador, desde o advento da Lei n° 8.021, de 1990.
32
As reservas de lucro serão estudadas a seguir nesta aula.
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eventual – sob condição da ocorrência do referido lucro). Já, no caso de
alienação onerosa, há registro a ser realizado, posto que ingressará
dinheiro em caixa (ou outro bem qualquer – no ativo).
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porque (no nosso exemplo) a companhia nunca mais deu lucro... e
viveram todos (in)felizes para sempre.
Considere, para ilustração da história acima, como situação patrimonial
imediatamente anterior à emissão e alienação das partes beneficiárias, a
situação da companhia Tamancos & Tamancos S/A, logo após o
lançamento das debêntures (em 01/01/2006):
Ativo Passivo
Caixa 67.000,00 Dividendos a pagar 10.000,00
Debêntures a pagar 10.000,00
Ativo Passivo
Caixa 117.000,00 Dividendos a pagar 10.000,00
Debêntures a pagar 10.000,00
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S/A permite que a reserva constituída com o produto da venda das
partes beneficiárias seja destinada ao resgate dos títulos, conforme a
seguir:
Art. 200. ...
Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da
venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao
resgate desses títulos.
A interpretação sistemática dos dispositivos acima revela que o resgate
pode ser realizado, alternativamente, mediante a utilização da reserva
de lucro constituída para o resgate do título ou mediante a utilização da
própria reserva de capital decorrente da alienação do título. A seguir,
encontram-se apresentados os lançamentos de resgate de partes
beneficiárias das duas possíveis formas:
1) utilização de reserva de lucro para resgate das partes
beneficiárias
i. constituição da reserva de lucro (estatutária)
D = Lucros ou Prejuízos acumulados (LPA)
1 - C = a Reserva de lucros - estatutária 50.000,00
ii. resgate das partes beneficiárias
D = Reserva de lucros - estatutária
2 - C = a Caixa 50.000,00
2) utilização da reserva de capital para resgate das partes
beneficiárias
D = Reserva de capital - alienação de partes beneficiárias
1 - C = a Caixa 50.000,00
o
Ainda, de acordo com o disposto no § 2 do art. 48 da Lei das S/A, o
estatuto pode prever a conversão das partes beneficiárias em ações,
mediante capitalização da reserva criada para esse fim. Ora, a
conversão em ações é uma forma indireta de resgate e, portanto, ela
poderá se dar tanto pela utilização da reserva de lucro criada com o fim
de resgate do título, quando pela utilização da reserva de capital
decorrente da alienação do título. A seguir, encontram-se apresentados
os lançamentos de conversão de partes beneficiárias em ações das duas
possíveis formas:
1) utilização de reserva de lucro para resgate das partes
beneficiárias
i. constituição da reserva de lucro (estatutária)
D = Lucros ou Prejuízos acumulados (LPA)
1 - C = a Reserva de lucros - estatutária 50.000,00
ii. resgate das partes beneficiárias
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D = Reserva de lucros - estatutária
2 - C = a Capital Social Subscrito 50.000,00
2) utilização da reserva de capital para resgate das partes
beneficiárias
D = Reserva de capital - alienação de partes beneficiárias
1 - C = a Capital Social Subscrito 50.000,00
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
33
Sobre o assunto, ver item “Variação do percentual de participação societária” na
aula que trata de participações societárias, adiante neste curso.
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subscrição são utilizados justamente com o objetivo de quebrar essa
preferência, fazendo com que os acionistas abram mão do direito de
subscrever e integralizar as novas ações emitidas, permitindo que
terceiros (desde que detentores dos bônus de subscrição) o façam, nos
termos dos arts. 109, 171 e 172 da Lei das S/A:
Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembléia-geral
poderão privar o acionista dos direitos de:
...
IV - preferência para a subscrição de ações, partes
beneficiárias conversíveis em ações, debêntures
conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o
disposto nos artigos 171 e 172;
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sentada nas calçadas, esperando a bilheteria abrir para adquirir seu
ingresso.
Ocorre que nem todas essas pessoas estão lá para adquirir o ingresso e
assistir ao jogo. Algumas delas estão ali apenas para guardar o lugar na
fila para terceiros. Esses terceiros, no domingo, pagarão um valor às
pessoas que ficaram na fila desde a quinta feira, para tomar seu lugar e
pode adquirir seu ingresso de forma tranqüila.
Essa é a idéia do bônus de subscrição: um valor pago à companhia para
“furar a fila dos acionistas”, na aquisição de novas ações a serem
emitidas.
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Ativo Passivo
Caixa 117.000,00 Dividendos a pagar 10.000,00
Debêntures a pagar 10.000,00
Ativo Passivo
Caixa 122.000,00 Dividendos a pagar 10.000,00
Debêntures a pagar 10.000,00
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aumento de patrimônio deveria ser, normalmente, registrado como
receita; porém, ele se deu por um motivo especial, qual seja: os
titulares das partes beneficiárias pagaram um “Pedágio para entrar na
festa” (para, no futuro, tornarem-se acionistas e, assim, poderem
participar dos lucros da companhia), portanto, esse aumento patrimonial
foi registrado diretamente em conta do Patrimônio Líquido – Reserva de
capital.
Isso vem a confirmar nossa definição didática de que “as reservas de
capital consistem em aumentos do patrimônio, que, via de regra, seriam
registrados como receitas. Mas, que, como o aumento do patrimônio se
deu por um motivo especial – um pedágio para entrar na festa – ele
é diretamente registrado no patrimônio líquido, como reserva de capital,
não transitando por conta de resultado (como se tivesse ido para o céu
sem passar pelo purgatório)”.
A partir dos conceitos acima é possível apresentar o funcionamento
esquemático da conta contábil Reserva de capital – alienação de bônus
de subscrição, conforme tabela a seguir.
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
5.4.4.1 Doações
De acordo com o art. 182 da Lei das S/A, devem ser registrados como
reserva de capital toda e qualquer doação ou subvenção, desde que
destinada a investimento. Abaixo, encontra-se reproduzido, em parte, o
referido dispositivo:
Art. 182. ...
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§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas
que registrarem:
...
d) as doações e as subvenções para investimento.
Entretanto, de acordo com a Legislação do Imposto de Renda, Decreto
3.000, de 1999, em seu art. 443, somente as doações e subvenções,
para investimento, e feitas pelo Poder Público, devem ser registradas
como reservas de reavaliação e, conseqüentemente, serem excluídas da
tributação. Abaixo, encontra-se transcrito o citado dispositivo.
Art. 443. Não serão computadas na determinação do lucro
real as subvenções para investimento, inclusive mediante
isenção ou redução de impostos concedidas como estímulo
à implantação ou expansão de empreendimentos
econômicos, e as doações, feitas pelo Poder Público, desde
que (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 38, § 2º, e
Decreto-Lei nº 1.730, de 1979, artigo 1º, inciso VIII):
I - registradas como reserva de capital que somente
poderá ser utilizada para absorver prejuízos ou ser
incorporada ao capital social, observado o disposto no
artigo 545 e seus parágrafos; ou
II - feitas em cumprimento de obrigação de garantir a
exatidão do balanço do contribuinte e utilizadas para
absorver superveniências passivas ou insuficiências ativas.
O entendimento da Secretaria da Receita Federal é de que as doações
recebidas de pessoas físicas ou de pessoas jurídicas de direito privado
devem ser registradas como receitas, integrando o lucro e,
conseqüentemente, a base de cálculo do Imposto de Renda.
Adicionalmente, no caso de descumprimento desse procedimento (ou
seja, caso a doação não seja registrada como receita), faz-se necessário
um ajuste (adição ao lucro líquido contábil) para apuração da base de
cálculo do Imposto de Renda (Lucro Real), conforme art. 249 do Decreto
3.000, de 1999, abaixo parcialmente reproduzido:
Art. 249. Na determinação do lucro real, serão adicionados
ao lucro líquido do período de apuração (Decreto-Lei nº
1.598, de 1977, artigo 6º, § 2º):
...
Parágrafo único. Incluem-se nas adições de que trata este
artigo:
...
VII - as doações, exceto as referidas nos artigos 365 e
371, caput (Lei nº 9.249, de 1995, artigo 13, inciso VI);
Como conclusão, podemos dizer que o procedimento correto é o de
registro de reserva de capital no caso de doação do Poder Público, ou
seja, de pessoa jurídica de direito público (União, Estados, Distrito
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Federal, Municípios, Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público). Nos demais casos, deve ser registrada uma receita de
doações.
No caso de doação em dinheiro, não há qualquer dificuldade de registro,
bastando o registro do valor recebido a débito de caixa (ou bancos) e a
crédito de reserva de capital. A seguir, apresentamos o registro do
recebimento de uma doação de R$ 100.000,00 em dinheiro:
D = Caixa
1 - C = a Reserva de capital - doações do poder público 100.000,00
No caso de doação em bens, o registro é similar, devendo ser realizado
– porém – pelo seu valor de mercado, conforme item 2.4.1 da
Resolução CFC n° 774, de 1994, a seguir parcialmente reproduzido:
No caso de doações recebidas pela Entidade, também
existe a transação com o mundo exterior e, mais ainda,
com efeito quantitativo e qualitativo sobre o patrimônio.
Como a doação resulta em inegável aumento do
Patrimônio Líquido, cabe o registro pelo valor efetivo da
coisa recebida, no momento do recebimento, segundo o
valor de mercado.
Nesse caso, a avaliação deve ser realizada em conformidade com o que
determina a Lei das S/A, em seu art. 8o, ou seja, pela avaliação feita por
três peritos ou por uma empresa especializada (com a apresentação de
um laudo específico). A seguir, para fins de clareza, encontra-se
transcrito, em parte, o artigo citado.
Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3 (três) peritos
ou por empresa especializada, nomeados em assembléia-
geral dos subscritores, convocada pela imprensa e
presidida por um dos fundadores, instalando-se em
primeira convocação com a presença desubscritores que
representem metade, pelo menos, do capital social, e em
segunda convocação com qualquer número.
§ 1º Os peritos ou a empresa avaliadora deverão
apresentar laudo fundamentado, com a indicação dos
critérios de avaliação e dos elementos de comparação
adotados e instruído com os documentos relativos aos
bens avaliados, e estarão presentes à assembléia que
conhecer do laudo, a fim de prestarem as informações que
lhes forem solicitadas.
Em tempo, para os efeitos do Imposto de renda, a Receita Federal
admite, nos termos do Parecer Normativo n° 209, de 19970, que – no
caso de bem imóvel recebido em doação – o registro seja realizado pelo
valor antes utilizado como base de cálculo do Imposto de Transmissão
de Bens Imóveis (da competência dos municípios).
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A seguir, apresentamos o registro do recebimento da doação de um
equipamento com valor de mercado avaliado em R$ 200.000,00,
considerando como situação patrimonial inicial aquela da companhia
Tamancos & Tamancos S/A em 01/01/2006, logo após a alienação dos
bônus de subscrição.
Ativo Passivo
Caixa 122.000,00 Dividendos a pagar 10.000,00
Debêntures a pagar 10.000,00
Ativo Passivo
Caixa 122.000,00 Dividendos a pagar 10.000,00
Debêntures a pagar 10.000,00
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pecuniária, que se dá a alguém, ou a alguma instituição,
no sentido de os proteger, ou para que realizem ou
cumpram os seus objetivos.
Juridicamente, a subvenção não tem o caráter nem de
paga nem de compensação. É mera contribuição
pecuniária destinada a auxílio ou em favor de uma pessoa,
ou de uma instituição, para que se mantenha, ou para que
execute os serviços ou obras pertinentes a seu objeto.
Ao Estado, em regra, cabe o dever de subvencionar
instituições que realizem serviços, ou obras de interesse
público, o qual, para isso, dispõe em leis especiais as
normas que devem ser atendidas para a concessão, ou
obtenção, de semelhantes auxílios, geralmente anuais.
Mas, no domínio do Direito Civil, também se admitem
subvenções dadas sob caráter de doação. E neste caso, o
beneficiado recebe, periodicamente, o auxílio pecuniário
que lhe é atribuído pelo doador.
Subvenção. É tomada a expressão, comumente, para
exprimir a própria quantia ou soma que serve de objeto
ao auxílio, ou à ajuda.
Pelo que foi colocado acima, depreende-se que uma subvenção é: (1)
um valor recebido, ou (2) uma obrigação perdoada; com o objetivo de
permitir ou facilitar e existência daquele que é beneficiado. Foi
colocado, acima, também, que a subvenção pode ser dada por qualquer
ente (não somente o Poder Público), mas – pela legislação tributária
acima analisada – conclui-se que somente devem ser registradas como
reservas de capital as subvenções recebidas do Poder Público.
De uma maneira simplificada, entenderemos as subvenções aqui
tratadas como uma ajuda financeira governamental (do Poder Público),
dada às companhias (pessoas jurídicas de direito privado), vinculadas a
uma aplicação específica relacionada com a atividade da empresa.
Visto o conceito de subvenção a que se refere este item, passamos a
discutir uma importante classificação das subvenções, diferenciando as
subvenções para custeio das subvenções para investimento. A
relevância dessa distinção reside nas suas conseqüências contábeis e
fiscais, pois somente as subvenções para investimentos devem ser
registradas como reserva de capital, sendo que as subvenções para
custeio devem ser registradas como receita.
As subvenções para custeio têm por finalidade a ajuda na manutenção
das atividades normais de uma companhia, podendo ser utilizada para
“custeio” da folha de pagamento, de despesas com juros cobrados por
instituições financeiras ou terceiros, para despesas em geral – inclusive
despesas de exercícios anteriores, que resultaram em prejuízos
acumulados – e etc.
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As subvenções para investimento são aquelas que se destinam à
realização de investimentos definidos como, por exemplo: (1) a
aquisição de instalações, máquinas ou equipamentos do ativo
permanente imobilizado; (2) a aquisição de terrenos; (3) a ampliação
ou modernização das edificações; etc.
Repetindo, somente as subvenções para investimento devem ser
registradas como reserva de capital, devendo as subvenções para
custeio ser registradas como receita. O registro contábil do recebimento
de uma subvenção para investimento é similar ao registro do
recebimento de uma doação.
Para exemplificar a questão, partiremos da situação patrimonial da
companhia Tamancos & Tamancos S/A, em 01/01/2006, logo após o
recebimento da doação, tratada no item anterior.
Ativo Passivo
Caixa 122.000,00 Dividendos a pagar 10.000,00
Debêntures a pagar 10.000,00
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Ativo Passivo
Caixa 122.000,00 Dividendos a pagar 10.000,00
Debêntures a pagar 10.000,00
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I - a restituição de capital aos sócios, em casos de redução
do capital social, até o montante do aumento com
incorporação da reserva;
II - a partilha do acervo líquido da sociedade dissolvida,
até o valor do saldo da reserva de capital.
§ 2º A inobservância do disposto neste artigo importa
perda da isenção e obrigação de recolher, com relação à
importância distribuída, o imposto que a pessoa jurídica
tiver deixado de pagar, sem prejuízo da incidência do
imposto sobre o lucro distribuído, quando for o caso, como
rendimento do beneficiário, e das penalidades cabíveis
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 19, § 5º, e
Decreto-Lei nº 1.825, de 1980, artigo 2º, § 2º, e Lei nº
9.249, de 1995, artigo 10).
§ 3º O valor da isenção ou redução, lançado em
contrapartida à conta de reserva de capital nos termos
deste artigo, não será dedutível na determinação do lucro
real.
Nessa situação, o tributo não pago em razão do incentivo fiscal deve ser
normalmente registrado como uma despesa; porém, como seu
pagamento está “perdoado”, ele deve ser levado à conta de Reserva de
capital – subvenção do Poder Público para Investimento. Abaixo,
encontra-se apresentado um exemplo da situação descrita,
considerando uma despesa com tributos, no valor de R$ 10.000,00, e
um incentivo fiscal (subvenção para investimento) no percentual de
50%:
a) registro normal da despesa com determinado tributo:
D = despesas com tributos
1 - C = a Tributo a recolher 100.000,00
b) registro da constituição de Reserva de capital no valor de 50% do
tributo devido:
D = Tributo a Recolher
2 - C = a Reserva de capital - subvenção do Poder Público para investimento 50.000,00
c) registro do recolhimento do valor restante
D = Tributo a Recolher
3 - C = a Caixa (ou bancos) 50.000,00
Alternativamente, os lançamentos (1) e (2), acima, podem ser
realizados em um único lançamento, conforme abaixo:
D= despesas com tributos 100.000,00
1- C=a Diversos
C=a Reserva de Capital - Subvenções do Poder Público para investimentos 50000
C=a Tributo a recolher 50000
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aplicação à aquisição de títulos de investimentos relativos a
empreendimentos em zonas (geográficas) previamente definidas pelo
governo. Trata-se dos incentivos fiscais por meio de aplicação de
parcelas do Imposto de Renda devido.
Para fins de clareza, cumpre referir que esse benefício, referente à
opção pela aplicação de parte do imposto sobre a renda nos Fundos de
Investimentos Regionais34, conforme consta do sítio Internet da
Secretaria da Receita Federal:
se estende às pessoas jurídicas ou grupo de empresas
localizadas em qualquer Estado do Brasil, inclusive àquelas
fora da área de atuação das extintas Sudene e Sudam,
desde que se enquadrem na situação societária acima
descrita - 51% (cinqüenta e um por cento) do capital
votante de sociedade titular de projetos nas áreas
incentivadas. Tais incentivos, até 02/05/ 2001, estavam
ao alcance de quaisquer pessoas jurídicas tributadas com
base no lucro real, exceto aquelas expressamente vedadas
pela legislação fiscal. Até 02/05/2001, portanto, as
pessoas jurídicas submetidas à apuração do imposto de
renda pelo lucro real, trimestral ou anual, mesmo as que
não se enquadram na situação societária descrita acima,
puderam optar pela aplicação de parte do imposto de
renda devido em investimentos regionais destinados ao
Finor, Finam e Funres, mediante recolhimento por Darf
específico.
Sem prejuízo de limite específico para cada incentivo, o
conjunto das aplicações não poderá exceder a: (1) quanto
aos Fundos Finor e Finam, incluída a parcela destinada ao
PIN e ao Proterra: (1.a) 20% a partir de janeiro de 2004
até dezembro de 2008; (1.b) 10% a partir de janeiro de
2009 até dezembro de 2013; (2) quanto ao Funres: (2.a)
17% a partir de janeiro de 2004 até dezembro de 2008;
(2.b) 9% a partir de janeiro de 2009 até dezembro de
2013.
Nessa situação, o contribuinte pode optar por (1) pagar o imposto
devido ou (2) pagar parte do imposto devido e destinar o restante para
aquisição dos títulos de investimento. Repare que essa situação é
coincidente com a definição de subvenção do poder público para
investimento, pois há o perdão de uma obrigação (de pagar imposto)
condicionada à aquisição de um ativo específico (título de investimento).
34
Com base no disposto nos seguintes atos normativos: Lei nº 8.167, de 1991, art.
9º; MP nº 2.128-9, de 2001; MP nº 2.145, de 2001; MP nº 2.156-5, de 2001, art. 32,
inciso XVIII; MP nº 2.157-5, de 2001, art. 32, inciso IV; Decreto 3.000, de 1999, art.
614; e IN SRF nº 267, de 2002, art. 105.
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Exemplificando o conceito acima, seja uma sociedade que apurou o
imposto de renda devido ao final do período de apuração (sem ter
realizado qualquer adiantamento), no valor de R$ 15.0000,00. Suponha
que o incentivo fiscal corresponda a 20% do valor do tributo devido.
a) na apuração do Imposto de Renda, deve ser realizado o lançamento
contábil desconsiderando qualquer benefício:
D = despesa com provisão para o Imposto de Renda
1 - C = a Provisão para o Imposto de Renda 15.000,00
b) Considerando que, do total de R$ 15.000,00, devido a título de IRPJ,
20% serão destinados ao incentivo fiscal (no valor de R$ 3.000,00),
deve ser realizado o seguinte lançamento:
D = Provisão para o Imposto de Renda
2 - C = a Incentivos fiscais a recolher (PC) 3.000,00
c) Assim, o recolhimento do total devido deve ser realizado em duas
parcelas (uma correspondente ao imposto recolhido e outra ao incentivo
fiscal), conforme abaixo:
D= Diversos
3- C=a Caixa (ou Bancos) 15.000,00
D= Provisão para o Imposto de Renda 12.000,00
D= Incentivos fiscais a recolher (PC) 3.000,00
d) Feito o recolhimento referente ao incentivo fiscal, nasce para a
pessoa jurídica o direito ao investimento, que deve ser classificado em
conta do ativo realizável a longo prazo (em razão do prazo previsto para
recebimento do título – certificado de investimento – em si). O
nascimento desse direito aumenta o patrimônio, o que seria (via de
regra) uma receita, mas esse aumento patrimonial é registrado
diretamente no patrimônio líquido – na forma de reserva de capital,
conforme lançamento abaixo:
D = Depósitos para recebimento de incentivos fiscais
4 - C = a Reserva de Capital - Subvenções do Poder Público para investimento 3.000,00
e) Quando do recebimento dos Certificados de Investimento, deve ser
registrada sua entrada no ativo permanente (podendo ser realizada sua
classificação no ativo circulante – se a intenção da empresa for a de
alienação imediata do investimento), em contrapartida ao ativo
realizável a longo prazo, conforme a seguir:
D = Investimentos com incentivos fiscais
5 - C = a Depósitos para recebimento de incentivos fiscais 3.000,00
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5.4.4.4 Conclusão e apresentação do funcionamento
esquemático da reserva de capital decorrente de
doações e subvenções para investimento realizadas
pelo Poder Público
Repare que, nos exemplos de doações e subvenções para investimentos,
realizadas pelo Poder Público (apresentados neste tópico) foram
entregues valores à companhia Tamancos & Tamancos S/A (ou
perdoadas obrigações), mas a companhia não entregou ao Poder Público
(nem se comprometeu a lhes entregar) absolutamente nada. Assim, os
valores foram entregues graciosamente à companhia, aumentando seu
patrimônio. Esse aumento de patrimônio deveria ser, normalmente,
registrado como receita; porém, ele se deu por um motivo especial, qual
seja: o Poder Público pagou um “Pedágio para entrar na festa” (para, no
futuro, poder participar dos lucros da companhia – exigindo-lhe
tributos), portanto, esse aumento patrimonial foi registrado diretamente
em conta do Patrimônio Líquido – Reserva de capital.
Isso vem a confirmar nossa definição didática de que “as reservas de
capital consistem em aumentos do patrimônio, que, via de regra, seriam
registrados como receitas. Mas, que, como o aumento do patrimônio se
deu por um motivo especial – um pedágio para entrar na festa – ele
é diretamente registrado no patrimônio líquido, como reserva de capital,
não transitando por conta de resultado (como se tivesse ido para o céu
sem passar pelo purgatório)”.
A partir dos conceitos acima é possível apresentar o funcionamento
esquemático da conta contábil Reserva de capital – doações e
subvenções para investimento – recebidas do Poder Público, conforme
tabela a seguir.
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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5.4.5 Lucro na Alienação de ações em tesouraria (não prevista na Lei
das S/A)
A reserva de capital decorrente de lucro na alienação de ações em
tesouraria não está prevista na lei das S/A, em seu art. 182, já
apresentado acima. Entretanto, o art. 442 do Decreto 3.000, de 1999
(Regulamento do Imposto de Renda), prevê esta reserva, nos termos a
seguir reproduzidos:
Art. 442. Não serão computadas na determinação do lucro
real as importâncias, creditadas a reservas de capital, que
o contribuinte com a forma de companhia receber dos
subscritores de valores mobiliários de sua emissão a título
de (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 38):
...
IV - lucro na venda de ações em tesouraria.
Parágrafo único. O prejuízo na venda de ações em
tesouraria não será dedutível na determinação do lucro
real (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 38, § 1º).
Essa é a principal diferença entre os dispositivos da legislação tributária
e da Lei das S/A, no que concerne a Reservas de Capital.
Seja o exemplo de uma empresa que tenha ações em tesouraria
avaliadas por R$ 5.000,00 e que as aliene por R$ 7.000,00. O
lançamento contábil referente a esse caso encontra-se a seguir:
D= Caixa (ou bancos) 70.000,00
1- C=a Diversos
C=a Ações em Tesouraria 50.000,00
C=a Reserva de capita - lucro na alienação de ações em tesouraria 20.000,00
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tornaram-se acionistas) pagaram um “Pedágio para entrar na festa”
(para, no futuro, poder participar dos lucros da companhia, na forma de
eventuais dividendos), portanto, esse aumento patrimonial foi registrado
diretamente em conta do Patrimônio Líquido – Reserva de capital.
Isso vem a confirmar nossa definição didática de que “as reservas de
capital consistem em aumentos do patrimônio, que, via de regra, seriam
registrados como receitas. Mas, que, como o aumento do patrimônio se
deu por um motivo especial – um pedágio para entrar na festa – ele
é diretamente registrado no patrimônio líquido, como reserva de capital,
não transitando por conta de resultado (como se tivesse ido para o céu
sem passar pelo purgatório)”.
A partir dos conceitos acima é possível apresentar o funcionamento
esquemático da conta contábil Reserva de capital – lucro na alienação
de ações em tesouraria, conforme tabela a seguir.
Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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Correção Monetária do Capital. Em seguida, apresentaremos o conceito
de reserva de capital – correção monetária do capital social realizado.
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como uma receita – reduzindo o lucro líquido contábil da empresa.
Abaixo apresentamos razonete ilustrativo desta situação (considerando
um ativo permanente de R$ 7.000,00, um patrimônio líquido de R$
10.000,00 e um índice de correção de 10%).
Esse ajuste era visto, de uma forma singela, como uma correção para
que os itens que permanecessem por muito tempo no patrimônio não
tivessem seu valor corroído pela inflação.
Quanto à natureza desse ajuste já houve muita discussão e houve
quem, inclusive, afirmasse que se trataria de um lucro fictício, virtual ou
não realizado. Dizia-se fictício ou virtual, o ganho, sob a alegação de
que a atualização dos valores do ativo permanente não seria um efetivo
aumento de patrimônio, mas simplesmente uma atualização da perda
que a inflação gerou nesse patrimônio. Argumentava-se
subsidiariamente que esse “ganho” não estaria definitivamente
incorporado ao patrimônio antes da efetiva venda do ativo permanente
corrigido.
Nada mais falso. As afirmações acima (apesar de soarem razoáveis)
não resistem à dura realidade: alguns ficaram ricos com a inflação e
outros perderam dinheiro com ela. A partir dessas constatações,
portanto, passaremos a analisar o fundamento patrimonial desse ajuste
(antes previsto na legislação).
Ao contrário do que alguns – mais desavisados – possam pensar, não
se trata de um resultado a ser realizado à medida que for realizado o
ativo do contribuinte. De fato, trata-se de resultado já auferido e
definitivamente incorporado ao patrimônio do contribuinte em todos
seus efeitos – econômicos e financeiros.
Nesse sentido, cito Dante C. Matarazzo que, em seu livro Análise
Financeira de Balanços – Ed. Atlas, 3a edição 1995 – páginas 77 a 78,
enfrenta com extrema lucidez o problema. O autor inicia sua
abordagem do tema apresentando colocações errôneas, como a que se
encontra rechaçada neste voto:
“Tivemos ocasião de registrar, por várias vezes, e em
distintas fontes, interpretação incorreta do significado da
correção monerária e até decisões errôneas da parte de
algumas empresas.
Entre as dúvidas e críticas, sobressaem as seguintes:
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a) Sobre o saldo da correção monetária como despesa:
• É o saldo da correção monetária efetivamente uma
despesa? Onde foi “gasta” essa despesa?
• Seria mais adequado mostrar o lucro sem computar o
saldo da correção monetária, figurando esta somente
na destinação do lucro?
b) Sobre o saldo da correção monetária como receita:
• Porque o saldo positivo da correção monetária é
computado como receita se não corresponde à entrada
de recursos? Onde se acha aplicada essa receita?
• O saldo positivo da correção monetária distorce os
resultados, levando à apresentação de lucros fictícios.
c) Sobre a correção monetária em geral:
• O processo de correção monetária da Lei das S.A. é
correto? adequado?
• A correção monetária pode transformar uma empresa
altamente rentável numa organização contabilmente
deficitária ou então chegar a indicar lucro numa
empresa parada apenas pela correção de seus bens,
somente por um jogo de contas.
Na mesma obra, o autor esclarece que o fundamento da correção
monetária da Lei das S/A compreende perdas em ativos monetários ou
ganhos em passivos monetários. De uma forma simples e direta,
observa-se que ativos monetários (dinheiro, depósitos bancários, contas
a receber, etc.), componentes de ativos não permanentes, perdem valor
no tempo, com o advento da inflação, resultando inegavelmente em
perda para o patrimônio da empresa. Por outro lado, os passivos
monetários (contas a pagar e outras obrigações) também perdem seu
valor no tempo, com o advento da inflação, resultando em claro ganho
para o patrimônio da empresa.
Ao contrário dos itens monetários do patrimônio, os ativos não
monetários (bens) não perdem seu valor no tempo – com a inflação –
assim não geram nem ganho nem perda efetiva para o patrimônio da
empresa. O Patrimônio Líquido, que é a diferença entre o ativo total e o
passivo monetário reflete justamente o efeito dos ganhos e perdas nos
ativos e passivos monetários. Exemplificativamente, apresentamos os
efeitos da inflação no patrimônio considerando a correção monetária de
moeda em valor constante (ensejando ganhos/perdas em itens
patrimoniais monetários), conforme a figura abaixo:
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patrimônio inicial - em moeda de valor constante -
patrimônio inicial considerando inflação de 50%
ativo passivo ativo passivo
AC 9,00 PC 18,00 AC 6,00 PC 12,00
--------- PL --------- PL
AP 20,00 cap 11,00 AP 20,00 cap 11,00
despesa receita
perda AC 3,00 ganho PC 6,00
saldo credor 3,00
Obs.saldo credor em moeda do fim do período 4,50 *
* Saldo credor em moeda constante = 3,00 (+) 50% de inflação = 4,50 ==> saldo em moeda do final do período
despesa receita
perda PL 5,50 ganho AP 10,00
saldo credor 4,50
Obs.saldo credor em moeda do fim do período 4,50
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Esse procedimento conduz a resultados menos exatos em
relação a considerar os estoques como itens não
monetários, porém é extraordinariamente mais simples na
prática.”
“O método de correção da Lei das S.A. conduz ao mesmo
resultado que aquele obtido pelo cálculo de perdas e
ganhos com a inflação sobre os itens monetários e se
acha, portanto, correto, desde que aceitas as
simplificações existentes, como, por exemplo, a não
correção de estoques finais.”
No mesmo sentido, Eliseu Martins se manifestou em seu livro Análise da
correção monetária das demonstrações financeiras, 2a Ed. São Paulo:
Atlas, 1984 p. 57:
“Trocou-se a simplicidade de seu cálculo pela melhor
explanação dos itens componentes do resultado, isto é, ao
invés de uma correção mais detalhada dos ganhos e
perdas dos itens monetários, das receitas e despesas do
período, dos estoques etc; preferiu-se um ajuste único,
num único saldo. A adoção dessa simplicidade está sendo
praticada à custa da não explicação do seu verdadeiro
significado, o que tem provocado polêmicas infindáveis
sobre sua utilidade e até sua validade.”
Por tudo o que foi exposto, conclui-se que a correção monetária do
balanço é um procedimento, anteriormente determinado em lei, que
tem por objetivo apurar o quanto a empresa ganhou ou perdeu com a
inflação, respectivamente, postergando o pagamento de itens
monetários ou demorando para receber itens monetários de seu
patrimônio. Adicionalmente, vê-se que a maneira mais prática para
apuração desse valor é a atualização de seu ativo permanente e de seu
patrimônio líquido (ambos em contrapartida de uma conta de resultado
denominada “correção monetária do balanço”).
Concluindo não faz o menor sentido afirmar que o saldo credor da
correção monetária do balanço não é receita efetivamente auferida
enquanto não for realizado o ativo permanente que foi atualizado e que
ensejou o surgimento de tal saldo. Com efeito, a atualização do ativo
permanente (e também do PL) consiste meramente num método de se
apurar as perdas e ganhos com itens monetários do patrimônio. Não
resta a menor dúvida de que os ganhos e perdas com itens monetários
do patrimônio – por conta da inflação – estão completa e
definitivamente incorporados ao patrimônio imediatamente. Portanto,
trata-se de resultado inequivocamente auferido.
Apenas para fins de ilustração, confirmando a conclusão exposta no
parágrafo anterior, transcrevo um trecho do livro Análise Financeira de
Balanços de Dante Matarazzo, pág. 88:
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“O saldo da correção monetária apurado segundo o
método da Lei das S.A. tem reflexos econômicos e
financeiros, podendo tanto quanto qualquer receita
operacional ser computado para todos os fins, inclusive o
de distribuição de dividendos...”
Cumpre referir que com o advento da Lei 9.259, de 1995, a partir de
01/01/1996, ficou proibido o uso da correção monetária do balanço,
para fins societários ou fiscais, conforme art. 4o abaixo reproduzido:
Art. 4º Fica revogada a correção monetária das
demonstrações financeiras de que tratam a Lei nº 7.799, de
10 de julho de 1989, e o art. 1º da Lei nº 8.200, de 28 de junho de
1991.
Parágrafo único. Fica vedada a utilização de qualquer
sistema de correção monetária de demonstrações
financeiras, inclusive para fins societários.
Por esse motivo, não dedicaremos maiores esforços à apresentação
desse conceito, limitando-nos a estudar os eventuais efeitos, atuais, no
patrimônio, da correção monetária do balanço anteriormente nele
registrada, como é o caso da reserva de correção monetária do capital
social realizado.
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III - eleger os administradores e os membros do conselho
fiscal, quando for o caso;
IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital
social (artigo 167).
Em virtude desse dispositivo, o capital, que deveria estar atualizado no
final do período, dependeria de uma formalidade – assembléia, que
poderia se realizar em até quatro meses, para ter ser valor atualizado.
Em vista dessa situação, a conta Capital Social era a única que não
sofria correção monetária diretamente no seu saldo, ou seja, a correção
monetária da conta Capital Social não podia ser lançada diretamente
nela.
Como solução, a correção da conta Capital Social era registrada em uma
conta à parte – do patrimônio líquido – denominada “Reserva de Capital
– correção monetária do capital social realizado”. O valor
correspondente à correção monetária do capital social permanecia
registrado na conta “Reserva de Capital – correção monetária do capital
social realizado” até que, em uma assembléia geral de acionistas, fosse
aprovada a correção da expressão monetária do capital social.
Nesses termos, considerando um Capital social subscrito de R$
10.000,00, sendo ainda o valor de R$ 4.000,00 a realizar, bem como
um índice oficial de inflação de 10%, teríamos a seguinte situação:
Memória de cálculo
Capital social subscrito 10.000,00
(-) Capital a realizar (4.000,00)
(=) Capital social realizado 6.000,00 (x) 10% = 600,00 ==> correção monetária do capital
lançamento:
D = Correção monetária do balanço
C = a Reserva de Capital - Correção monetária do capital realizado 600,00
Situação final
Capital social subscrito 11.000,00
(-) Capital a realizar (4.400,00)
(=) Capital social realizado 6.600,00
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deverá figurar no balanço classificada como Reserva de capital, no
patrimônio líquido.
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Para que seja possível o perfeito entendimento, de forma didática, dos
conceitos acima apresentados, proponho o acompanhamento de um
caso exemplificativo, abaixo apresentado.
Seja uma companhia com um patrimônio representado por: (1) dinheiro
em caixa, no valor de R$ 10.000,00; (2) um terreno, no valor (original)
de R$ 20.000,00 e (3) capital social subscrito (integralmente realizado),
no valor de R$ 30.000,00. O patrimônio acima descrito encontra-se
representado na figura abaixo:
Ativo Passivo
Caixa 10.000,00
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especial “Reavaliação de bens do ativo” e, nesse caso, por expressa
permissão da lei, esse aumento é diretamente registrado no patrimônio
líquido (em conta de “Reserva de reavaliação”), sem transitar pelo
resultado.
A partir do que foi acima colocado, propomos uma definição didática de
Reservas de reavaliação: “as reservas de reavaliação consistem em
aumentos do patrimônio, que, via de regra, seriam registrados como
receitas. Mas, que, como o aumento do patrimônio se deu por um
motivo especial – uma nova avaliação de um bem do ativo – ele é
diretamente registrado no patrimônio líquido, como reserva de
reavaliação, não transitando por conta de resultado (como se tivesse ido
para o céu sem passar pelo purgatório)”.
O lançamento relativo à reavaliação seria o seguinte:
D = Terreno
1 - C = a Reserva de reavaliação 80.000,00
Após o lançamento acima, a situação patrimonial da empresa seria
conforme apresentado a seguir:
Ativo Passivo
Caixa 10.000,00
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cobrar mais imposto (sem falar das diferenças de base de cálculo de
dividendos e de participações no resultado) de uma empresa somente
por não ter realizado a reavaliação de um ativo de seu patrimônio.
Para ilustrar a incoerência acima apontada, apresentamos, a seguir, o
quadro comparativo das duas situações:
a) venda do terreno sem a reavaliação
- partindo da situação inicial
Ativo Passivo
Caixa 10.000,00
Ativo Passivo
Caixa 160.000,00
Despesas Receitas
despesas não operacionais 20.000,00 Receitas não operacionais 150.000,00
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Ativo Passivo
Caixa 10.000,00
Ativo Passivo
Caixa 160.000,00
Despesas Receitas
despesas não operacionais 100.000,00 Receitas não operacionais 150.000,00
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Ora, a reserva de reavaliação é um acessório do bem reavaliado e,
como o acessório sempre segue o principal, se o terreno foi realizado
(em nosso exemplo, na sua totalidade – por alienação), o acessório
também deve ser realizado (na sua totalidade).
Assim, no caso (b) venda do terreno após a reavaliação, faz-se
necessário um ajuste – realização da reserva de reavaliação. Esse
ajuste é realizado através do seguinte lançamento.
D = Reservas de reavaliação
3 - C = a Lucro ou Prejuízos acumulados (LPA) 80.000,00
Assim, a situação patrimonial final – após o ajuste de realização da
reserva de reavaliação, acima apresentado – encontra-se representada
graficamente a seguir:
Ativo Passivo
Caixa 160.000,00
Reservas de reavaliação -
LPA 80.000,00
Despesas Receitas
despesas não operacionais 100.000,00 Receitas não operacionais 150.000,00
35
Conceito tratado na aula em que são apresentados os lançamentos de fechamento
do exercício, cuja leitura é recomendada.
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reavaliação (artigo 182, § 3º), somente depois de
realizado poderá ser computado como lucro para efeito de
distribuição de dividendos ou participações.
No mesmo sentido, apresentamos o art. 4o da lei 9.959, de 2000, que
trata da tributação da reserva de reavaliação:
Art. 4º- A contrapartida da reavaliação de quaisquer bens
da pessoa jurídica somente poderá ser computada em
conta de resultado ou na determinação do lucro real e da
base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido
quando ocorrer a efetiva realização do bem reavaliado.
Resumindo, a reavaliação é um instituto que tem por objetivo a
apresentação de bens integrantes do patrimônio a valores de mercado,
não sendo um instituto utilizável para a redução ou postergação de
qualquer tributo.
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De uma forma didática, podemos dizer que as reservas de lucro são
lucros auferidos pela companhia que ela não entrega aos acionistas,
mas que “guarda para um dia de chuva”.
Com o intuito de contextualizar o conceito acima proposto, vamos
relembrar o funcionamento do sistema de informações contábil – no
tempo:
a) durante o exercício, ocorrem fatos contábeis que podem
alterar o tamanho do patrimônio, ensejando o registro de
receitas e despesas, em contas de resultado;
b) ao final do exercício, as contas de resultado são zeradas
(procedimento de fechamento de exercício) e seu saldo é
transferido para o Patrimônio Líquido – conta LPA;
c) a conta LPA é a “porta de entrada do lucro no PL”,
portanto, da conta LPA o lucro tem três possíveis
destinações:
a. os sócios – na forma de dividendos a distribuir;
b. o capital – no reinvestimento do valor – em tese –
destinável aos sócios, na formação (aumento) do
patrimônio da empresa;
c. as reservas de lucro – na manutenção do valor dentro do
patrimônio da empresa, para uma destinação
determinada.
Esquematicamente, as reservas de lucro são resultantes da destinação
do LPA, conforme figura abaixo:
Ativo Passivo
OBRIGAÇÕES
Reservas de lucro z
Despesas Receitas
Despesas x Receitas y
....... 1
LL = y (-) x = z
Legenda
(1) - Fechamento do Exercício
(2) - Constituição da Reserva Legal
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A partir do desenho acima, depreende-se claramente que o lançamento
de constituição de uma (qualquer uma) reserva de lucro será o
seguinte:
D = Lucros ou Prejuízos acumulados - LPA
2 - C = a Reservas de lucro z
Por via de conseqüência, o lançamento da reversão de uma reserva de
lucro (qualquer uma) será o seguinte:
D = Reservas de lucro
C = a Lucros ou Prejuízos acumulados - LPA z
As reservas de lucro não podem ser constituídas a esmo. Devem ser
respeitados limites e formalidades necessárias a sua constituição (que
diferem de acordo com a reserva de lucro em específico). Entretanto,
há um limite geral – para constituição de reservas de lucro – previsto no
art. 199 da Lei das S/A, a seguir:
Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para
contingências e de lucros a realizar, não poderá
ultrapassar o capital social; atingido esse limite, a
assembléia deliberará sobre a aplicação do excesso na
integralização ou no aumento do capital social, ou na
distribuição de dividendos.
Pelo dispositivo acima, depreende-se que o somatório do saldo das
reservas de lucro (1) legal, (2) estatutárias, (3) de retenção de lucros e
(4) especial, deve ser menor ou igual ao saldo do Capital social, não
podendo ultrapassá-lo.
Vistos o conceito e o funcionamento básico das reservas de lucro,
passaremos ao estudo de cada uma das reservas de lucro previstas na
Lei das S/A: (1) Reserva legal; (2) Reservas para contingências; (3)
Reserva de lucros a realizar; (4) Reservas estatutárias; (5) Reserva de
retenção de Lucros e (6) Reserva especial para dividendos obrigatórios
não distribuídos.
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destinação, na constituição da reserva legal, que não
excederá de 20% (vinte por cento) do capital social.
§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva
legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido
do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do
artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital
social.
§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade
do capital social e somente poderá ser utilizada para
compensar prejuízos ou aumentar o capital.
Pelo texto acima, depreende-se que, a cada exercício, 5% do lucro
líquido de cada exercício deve ser utilizado para constituição dessa
reserva, acumulando-se esses valores no tempo, até que sejam
alcançados os limites previstos.
36
Lembrando que, caso na curva de Tamburello houvesse uma “caixa de brita”, ao
invés da parede de concreto ali existente, provavelmente teria sido amortecido o
impacto do carro de Aírton Senna naquele acidente fatal de 1994.
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A seguir, para ilustrar a afirmação acima, apresentaremos dois
exemplos comparativos de prejuízos: (1) o primeiro em uma companhia
que não tem formada a reserva legal e (2) o segundo em outra, com
reserva legal constituída.
(1) Efeito do prejuízo em uma companhia sem reserva legal constituída.
- situação inicial – companhia com capital de R$ 30.000,00
Ativo Passivo
Caixa 30.000,00
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Caixa 29.000,00
Despesas Receitas
Despesas 1.000,00
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Ativo Passivo
Caixa 29.000,00
LPA (1.000,00)
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Caixa 36.000,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 35.000,00
Despesas Receitas
Despesas 1.000,00
Ativo Passivo
Caixa 35.000,00
Despesas Receitas
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termo “capital social”, ela estaria se referindo ao capital social subscrito
ou ao capital social realizado?
A doutrina contábil majoritária entende que se trata do capital social
realizado (opinião com a qual concordamos e que tem sido aquela
esposada pela ESAF na maioria de suas questões de concurso37.
Entretanto, cabe colocar que há autores que defendem que o limite de
20% se refere ao capital social total (capital subscrito).
Uma segunda questão, atualmente sem maior importância (mas que até
alguns anos atrás era de especial relevância), é aquela referente à
Reserva de Capital de correção monetária do capital social realizado.
Segundo a doutrina contábil majoritária, também, enquanto houvesse
essa reserva registrada (ou seja, não capitalizada), ela deveria ser
somada ao capital social para cálculo do limite da reserva legal a que se
refere o art. 193.
Esse entendimento decorria do fato de que a não-inclusão da reserva de
correção monetária distorceria o efetivo valor do capital social realizado,
em razão dos efeitos da inflação. Assim, no caso de registro – ainda –
da reserva de correção monetária do capital social realizado, ela deve
ser considerada parte do próprio capital social realizado, para fins de
cálculo do limite da reserva legal.
Uma terceira, e importante, questão é aquela referida no § 1o do art.
193, que dispõe sobre o limite facultativo dessa reserva, nos seguintes
termos:
§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva
legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido
do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do
artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital
social.
Nessa situação, enquanto o valor da Reserva Legal (que vai se
acumulando a cada exercício) não alcançar o montante de 20% do
capital social realizado, pode haver um momento em que (mesmo esse
limite não alcançado), a companhia possa (caso assim deseje) deixar de
constituir (parar de acumular) essa reserva. Isso ocorrerá no momento
em que o valor (acumulado) da reserva legal, somado ao valor das
37
De todas as questões de concurso elaboradas pela ESAF que já tivemos
oportunidade de resolver e comentar, apenas em uma questão o disposto no art. 193
da Lei das S/A foi interpretado como sendo o capital social subscrito – em todas as
demais, utilizou-se o capital social realizado. Nesse sentido, recomendamos a leitura
(após o estudo deste curso) do livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de
Questões da ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos aqui apresentados são
utilizados, de forma prática, na solução de questões de concurso.
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reservas de capital (exceto a eventual reserva de correção monetária do
capital), chegar a 30% do capital social realizado.
Esses limites, apresentados a partir da fria letra da Lei das S/A podem
não ser de entendimento imediato por parte do neófito. Portanto, em
nosso curso é proposta, com objetivos didáticos, uma abordagem
diferenciada (bem humorada, de fácil entendimento e de rigorosa
aderência à Lei das S/A), a seguir.
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às reservas de capital alcança o valor de 30% do capital social, a
companhia não mais é obrigada a continuar destinando valores à
Reserva legal, fazendo isso somente se quiser (facultativamente) – até
que o valor da Reserva legal alcance o teto (20% do capital social).
Para resolução de problemas, propomos a seguinte fórmula
simplificadora:
Passo (=) 5% (*) Lucro Líquido
Reserva legal (anteriormente
Teto (=) 20% (*) capital social (-) constituída)
Reserva legal (anteriormente Reservas de capital (exceto correção
Sub-teto (=) 30% (*) capital social (-) constituída) (-) monetária do capital)
Para a maioria dos autores, capital social significa "Capital social realizado, somado à Reserva de Correção monetária do capital".
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Passo (=) 5% (*) Lucro Líquido
5% (*) 300,00 (=) 15,00
Reserva legal (anteriormente
Teto (=) 20% (*) capital social (-) constituída)
20% (*) 2.000,00 (-) 25,00 (=) 375,00
Reserva legal (anteriormente Reservas de capital (exceto
Sub-teto (=) 30% (*) capital social (-) constituída) (-) correção monetária do capital)
30% (*) 2.000,00 (-) 25,00 (-) 230,00 (=) 345,00
Repare que:
a) Nessa situação, o passo é de R$ 15,00 (a perna é
comprida o suficiente para dar um passo de R$ 15,00).
b) Ainda, o teto somente seria alcançado se o passo fosse de,
no mínimo, R$ 40,00 (a perna, portanto, não é comprida o
suficiente para – em um só passo – alcançar o teto).
c) O sub-teto é alcançado com um passo de apenas R$ 10,00
(portanto, a perna é comprida o suficiente para – em um
passo de R$ 15,00 – alcançar e passar do sub-teto).
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Nessa situação, o passo, potencialmente de R$ 15,00 não necessitará
ser dado obrigatoriamente nesse tamanho, pois com R$ 10,00 já estará
alcançado o sub-teto e, nesse caso, o restante do passo, no valor de R$
5,00, poderá ou não (facultativamente) ser dado.
Relembrando: (1) o passo é obrigatório até o sub-teto, (2) do sub-teto
ao teto ele é facultativo e (3) acima do teto ele é proibido.
Portanto, no caso necessariamente será dado um passo de no mínimo
R$ 10,00 e no máximo R$ 15,00, podendo ser dado um passo em
qualquer valor compreendido entre R$ 10,00 e R$ 15,00. Em outras
palavras, a Reserva legal deverá ser obrigatoriamente constituída em
um valor de, no mínimo R$ 10,00 e no máximo R$ 15,00, podendo ser
constituída em qualquer valor compreendido entre R$ 10,00 e R$ 15,00.
Repare que:
a) Nessa situação, o passo é de R$ 15,00 (a perna é
comprida o suficiente para dar um passo de R$ 15,00).
b) Ainda, o teto já seria alcançado com um passo fosse de
apenas R$ 12,00 (a perna, portanto, é comprida o
suficiente para – em um só passo – alcançar o teto e
ultrapassá-lo).
c) O sub-teto é alcançado com um passo de apenas R$ 10,00
(portanto, a perna é comprida o suficiente para – em um
só passo – alcançar e passar também do sub-teto).
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Nessa situação, o passo, potencialmente de R$ 15,00:
- não poderá ser dado em valor que ultrapasse R$ 12,00 (pois do
teto não se pode passar);
- não necessitará ser dado obrigatoriamente nesse tamanho, pois
com R$ 10,00 já estará alcançado o sub-teto e, nesse caso, o
restante permitido do passo, no valor de R$ 2,00, poderá ou
não (facultativamente) ser dado;
- finalmente, o passo acima dos R$ 12,00 – até os R$ 15,00, que
potencialmente poderia ser dado – é proibido.
Relembrando: (1) o passo é obrigatório até o sub-teto, (2) do sub-teto
ao teto ele é facultativo e (3) acima do teto ele é proibido.
Portanto, no caso, necessariamente será dado um passo de no mínimo
R$ 10,00 e no máximo R$ 12,00, podendo ser dado um passo em
qualquer valor compreendido entre R$ 10,00 e R$ 12,00, sendo proibido
o passo em valor compreendido entre R$ 12,00 e R$ 15,00. Em outras
palavras, a Reserva legal deverá ser obrigatoriamente constituída em
um valor de, no mínimo R$ 10,00 e no máximo R$ 12,00, podendo ser
constituída em qualquer valor compreendido entre R$ 10,00 e R$ 12,00
e sendo proibida sua constituição em valor compreendido entre R$
12,00 e R$ 15,00.
Repare que:
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a) Nessa situação, o passo é de R$ 15,00 (a perna é
comprida o suficiente para dar um passo de R$ 15,00).
b) Ainda, o teto já seria alcançado com um passo fosse de
apenas R$ 12,00 (a perna, portanto, é comprida o
suficiente para – em um só passo – alcançar o teto e
ultrapassá-lo).
c) O sub-teto está acima do teto, somente sendo alcançado
com um passo de R$ 30,00 (nessa situação, o sub-teto
não tem utilidade – assim como uma laje colocada acima
do telhado – e, portanto, deve ser simplesmente
desconsiderado).
Nessa situação, o passo, potencialmente de R$ 15,00:
- não poderá ser dado em valor que ultrapasse R$ 12,00 (pois do
teto não se pode passar);
- não necessitará ser feita qualquer consideração acerca do sub-
teto (a casa funcionará como uma casa que não tenha laje e,
assim, a esposa consegue enxergar o marido e obrigá-lo a subir
a escada até alcançar o telhado – teto);
- portanto, o passo acima dos R$ 12,00 – até os R$ 15,00, que
potencialmente poderia ser dado – é proibido.
Relembrando: (1) o passo é obrigatório até o sub-teto, (2) do sub-teto
ao teto ele é facultativo e (3) acima do teto ele é proibido. Porém,
como, no caso, o sub-teto é superior ao teto, ele não tem qualquer
função e, portanto: (1) o passo é obrigatório até o teto e (2) o passo é
proibido acima do teto.
Assim, no caso, necessariamente será dado um passo de no mínimo R$
12,00 e no máximo R$ 12,00, não podendo ser dado um passo em
qualquer valor inferior ou superior. Em outras palavras, a Reserva legal
deverá ser obrigatoriamente constituída em um valor de, no mínimo R$
12,00 e no máximo R$ 12,00, não podendo ser constituída em qualquer
valor inferior ou superior.
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Reserva Legal
Débitos Créditos
de natureza credora si
na destinação do lucro líquido do período, para sua formação 1
(com contrapartida na conta LPA)
2 na capitalização da reserva
(com contrapartida em Capital Social Subscrito)
3 na absorção de prejuízos
(com contrapartida na conta LPA)
de natureza credora sf
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
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estão tendo o primeiro contato com a Contabilidade e, em especial,
aqueles que não tiveram claro o conceito de provisão.
Em que pese o fato das provisões e das reservas de reavaliação serem
contas patrimoniais de natureza credora, elas não se confundem pelo
simples motivo de que o fato que implica sua existência tem ocorrência
em momentos distintos no tempo:
a) a provisão consiste em um ônus ou na obrigação de
suportar uma perda já ocorrida, mas sobre a qual
paira alguma incerteza quanto ao exato valor e ao
momento em que ela vai se confirmar;
b) a reserva de contingência se refere a uma eventual
perda, que pode – ou não – ocorrer em momento
futuro.
A ocorrência de uma provisão reduz o lucro líquido do exercício (pelo
registro de despesa com constituição da provisão). Ao contrário a
constituição da reserva não influi no lucro do exercício, mas tão
somente equaliza o valor dos dividendos a distribuir no período
(reduzindo-o) e, conseqüentemente, mantendo mais recursos no
patrimônio da companhia.
Diante de uma incerteza, quanto a acontecimentos futuros, a
companhia, portanto, retém uma parcela de seus lucros para,
alternativamente:
a) utilizar esses valores para fazer frente aos acontecimentos
futuros sem ter que recorrer a financiamentos; ou
b) no caso dos acontecimentos futuros não se confirmarem,
distribuir os resultados (então retidos) no futuro – no
momento em que esses acontecimentos não forem mais
uma ameaça.
As Reservas para contingências apresentam, como características: (1) a
retenção de um valor no patrimônio que, normalmente, seria distribuído
como dividendos; (2) o fato desse valor estar relacionado a uma perda
futura – com base na experiência de situações semelhantes no passado;
(3) esse fato envolver uma incerteza quanto a seu acontecimento e ao
valor da perda – mas a possibilidade de sua estimativa.
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causa da perda prevista, a justificação dos motivos de ocorrência da
perda e a previsão de seu provável valor.
Exemplificativamente, podem ser constituídas reservas de provisão nas
seguintes situações:
- desastres naturais, como, enchentes, secas, geadas, etc.;
- problemas de posicionamento no mercado, como, obsolescência
de estoques (situação comum em empresas que trabalham com
tecnologia em constante desenvolvimento – como é o caso das
empresas de informática);
- problemas de intervenção do governo na regulação da
economia, como, aumento ou redução de alíquotas de
importação de produtos que a empresa importe ou fabrique;
- problemas trabalhistas, como por exemplo, paralização por
longo período das atividades da companhia em virtude de
greves de trabalhadores.
A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as
razões que justificaram sua constituição ou em que ocorrer a perda.
5.6.2.4 Exemplos
Para ilustrar os conceitos apresentados, encontram-se dois exemplos,
relativos à constituição e reversão de Reservas para contingências: (1)
com a ocorrência da contingência e (2) com o desaparecimento do risco
da contingência.
(1) constituição e reversão de Reservas para contingência, com a
ocorrência da contingência.
- situação inicial, 31/12/2004, companhia que apresentou lucro de R$
1.000,00, porém teme uma contingência (enchente que inunde o
estabelecimento onde mantém seu estoque de tamancos) avaliada em
R$ 1.000,00.
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Despesas Receitas
Receitas 1.000,00
- fechamento do exercício
D = Apuração do resultado do exercício - ARE
1 - C = a Lucros ou Prejuízos acumulados - LPA 1.000,00
- constituição de Reservas para contingências.
D = Lucros ou Prejuízos acumulados - LPA
2 - C = a Reservas para contingências 1.000,00
- situação patrimonial após a constituição da Reserva
Ativo Passivo
Caixa 21.000,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 21.000,00
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perdas 1.000,00
Ativo Passivo
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Ativo Passivo
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Ativo Passivo
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Receitas 1.000,00
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- fechamento do exercício
D = Apuração do resultado do exercício - ARE
1 - C = a Lucros ou Prejuízos acumulados - LPA 1.000,00
- constituição de Reservas para contingências.
D = Lucros ou Prejuízos acumulados - LPA
2 - C = a Reservas para contingências 1.000,00
- situação patrimonial após a constituição da Reserva
Ativo Passivo
Caixa 21.000,00
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Caixa 21.000,00
Despesas Receitas
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D = Reservas para contingências
3 - C = a Lucros ou Prejuízos acumulados - LPA 1.000,00
- situação final – em 31/12/2005 (após o fechamento do exercício e a
reversão da reserva).
Ativo Passivo
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Modelo de funcionamento de contas contábeis
Legenda
si - Saldo inicial
sf - Saldo final
1, 2, 3, ... - números, referenciando a ocorrência de fatos contábeis (e respectivos lançamentos)
38
Com relação a esse assunto, recomendamos a leitura do item que trata do princípio
fundamental de contabilidade da “Competência”, no capitulo 01 deste curso.
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II - o lucro, ganho ou rendimento em operações cujo prazo
de realização financeira ocorra após o término do exercício
social seguinte.
O lançamento da constituição da Reserva de lucros a realizar é o
seguinte:
D = Lucros ou Prejuízos acumulados - LPA
1 - C = a Reserva de lucros a realizar x
O lançamento da reversão dessa reserva é o seguinte:
D = Reserva de lucros a realizar
2 - C = a Lucros ou Prejuízos acumulados - LPA y
A constituição da reserva de lucros a realizar é facultativa e pode
ocorrer no exercício em que o montante do dividendo mínimo
obrigatório ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício.
A apuração do valor dessa reserva será estudada juntamente com o
cálculo dos dividendos obrigatórios – em tópico específico, adiante neste
curso.
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O lançamento da constituição de Reserva estatutária é o seguinte:
D = Lucros ou Prejuízos acumulados - LPA
1 - C = a Reserva estatutária x
O lançamento da reversão dessa reserva é o seguinte:
D = Reserva estatutária
2 - C = a Lucro ou Prejuízos acumulados - LPA y
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§ 2o O orçamento poderá ser aprovado pela assembléia-
geral ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício e
revisado anualmente, quando tiver duração superior a um
exercício social.
De acordo com o art. 198 da Lei das S/A, a constituição de reserva de
retenção de lucros também não pode ser aprovada em prejuízo da
distribuição do dividendo mínimo obrigatório, conforme abaixo
transcrito.
Art. 198. A destinação dos lucros para constituição das
reservas de que trata o artigo 194 e a retenção nos termos
do artigo 196 não poderão ser aprovadas, em cada
exercício, em prejuízo da distribuição do dividendo
obrigatório (artigo 202).
O lançamento da constituição de Reserva de retenção de lucros é o
seguinte:
D = Lucros ou Prejuízos acumulados - LPA
1 - C = a Reserva de retenção de lucros x
O lançamento da reversão dessa reserva é o seguinte:
D = Reserva de retenção de lucros
2 - C = a Lucro ou Prejuízos acumulados - LPA y
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assembléia-geral, exposição justificativa da informação
transmitida à assembléia.
§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos
do § 4º serão registrados como reserva especial e, se não
absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes,
deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir a
situação financeira da companhia.
39
Sobre o assunto, serão tecidas considerações acerca da diluição do minoritário, no
item que trata da variação no percentual de participação societária, na aula que trata
de participações societárias, adiante neste curso.
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A partir das considerações acima, alguns – mais afoitos – poderiam
concluir erroneamente que:
- o saldo da conta LPA, agora, tem que ser zero (ao final de cada
exercício); ou
- o saldo da conta LPA não pode mais aumentar.
Entretanto, essas conclusões – apressadas – não resistem a uma análise
mais aprofundada da questão:
- ao final de cada período, o saldo da conta LPA pode ser (1)
zero; (2) negativo, caso haja prejuízos acumulados e (3) ainda,
positivo – caso haja lucros acumulados nela registrados,
relativos a resultados auferidos antes da vigência da Lei n°
10.303, de 2001,
- o saldo da conta LPA pode aumentar na hipótese de ser
negativo (ter registro de prejuízos acumulados) e, na situação
de lucro no exercício, ser elevado até zero.
Recapitulando, a conta LPA constitui-se em interligação ente o Balanço
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Maiores
considerações sobre o funcionamento dessa conta serão apresentadas
no item que trata da Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados
(DLPA), adiante neste curso.
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Porém, a Lei das S/A prevê essa situação, no § 5o de seu art. 182, a
seguir:
Art. 182. ...
...
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no
balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que
registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.
Assim, vamos entender que: (1) pode haver ações em tesouraria, mas
(2) sua existência deve ser considerada uma exceção à regra geral (de
que as ações devem pertencer a terceiros). Nesse sentido, a Lei das
S/A, em seu art. 30, estabelece que a companhia não pode negociar
com suas próprias ações, exceto em casos especiais, conforme a seguir
transcrito:
Art. 30. A companhia não poderá negociar com as próprias
ações.
§ 1º Nessa proibição não se compreendem:
a) as operações de resgate, reembolso ou amortização
previstas em lei;
b) a aquisição, para permanência em tesouraria ou
cancelamento, desde que até o valor do saldo de lucros ou
reservas, exceto a legal, e sem diminuição do capital
social, ou por doação;
c) a alienação das ações adquiridas nos termos da alínea b
e mantidas em tesouraria;
d) a compra quando, resolvida a redução do capital
mediante restituição, em dinheiro, de parte do valor das
ações, o preço destas em bolsa for inferior ou igual à
importância que deve ser restituída.
...
§ 5º No caso da alínea d do § 1º, as ações adquiridas
serão retiradas definitivamente de circulação.
Nos termos acima, há três situações que podem ensejar ações em
tesouraria: (1) operações típicas societárias, de resgate, reembolso ou
amortização – que serão vistas em separado; (2) aquisição e alienação,
desde que no valor de – até – o saldo dos lucros e reservas, exceto a
legal e (3) compra para definitiva retirada de circulação, quando o valor
em bolsa for menor do que aquele a ser restituído em operação de
resgate.
Para companhias de capital aberto, é prevista a regulamentação de
ações em tesouraria pela Lei das S/A, conforme § 2o do art. 30:
§ 2º A aquisição das próprias ações pela companhia aberta
obedecerá, sob pena de nulidade, às normas expedidas
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pela Comissão de Valores Mobiliários, que poderá
subordiná-la à prévia autorização em cada caso.
Nesse sentido, a IN CVM n° 10, de 1980, dispôs sobre a aquisição de
ações próprias por companhia de capital aberto, vedando sua aquisição
nas seguintes situações:
a) quando implicar a diminuição do capital social;
b) quando ultrapassar o valor do saldo dos lucros ou reservas
disponíveis (todas exceto a legal, a de lucros a realizar, a de
reavaliação e a especial para dividendo obrigatório não
distribuído) – constantes do último balanço;
c) quando criar condições artificiais de demanda ou oferta de
ações, influenciando seu preço;
d) quando referir-se a ações não integralizadas;
e) quando referir-se a ações do acionista controlador;
f) quando estiver em curso oferta pública de aquisição de suas
ações.
Uma vez em tesouraria, a ação não dá direito a dividendos, o que seria
um absurdo, a companhia pagar valores para ela mesma, nos termos do
§ 4o do art. 30 da Lei das S/A:
§ 4º As ações adquiridas nos termos da alínea b do § 1º,
enquanto mantidas em tesouraria, não terão direito a
dividendo nem a voto.
40
Lembrando o conceito (didático e divertido) de conta do tipo “Sapatão”, com
natureza de ativo, funcionamento de ativo e classificação no passivo (com o sinal
invertido).
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A alienação de ações em tesouraria pode ocorrer com lucros ou perdas:
a) No caso de resultado positivo, a alienação de ações em tesouraria (no
valor de – por exemplo – R$ 1.200,00) deve ser registrada com crédito
em reserva de capital (conforme já visto nesta aula):
D= Caixa (ou bancos) 1.200,00
2.a - C = a Diversos
C=a Ações em tesouraria 1.000,00
C=a Reserva de capital - lucro na alienação de ações em tesouraria 200,00
b) No caso de resultado negativo, a alienação de ações em tesouraria
(no valor de – por exemplo – R$ 1.200,00) deve ser registrada com
débito nas contas de reservas ou lucros que originaram os recursos
aplicados na sua aquisição:
D= Diversos
2.b - C = a Ações em tesouraria 1.000,00
D= Caixa (ou bancos) 800,00
D= Reserva (lucro ou capital) ou LPA - conforme a origem dos recursos 200,00
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§ 4º O resgate e a amortização que não abrangerem a
totalidade das ações de uma mesma classe serão feitos
mediante sorteio; sorteadas ações custodiadas nos termos
do artigo 41, a instituição financeira especificará, mediante
rateio, as resgatadas ou amortizadas, se outra forma não
estiver prevista no contrato de custódia.
...
§ 6o Salvo disposição em contrário do estatuto social, o
resgate de ações de uma ou mais classes só será efetuado
se, em assembléia especial convocada para deliberar essa
matéria específica, for aprovado por acionistas que
representem, no mínimo, a metade das ações da(s)
classe(s) atingida(s).
A operação de resgate de ações se dá, em condições normais de
mercado, em situações nas quais há desinteresse – por parte da
companhia – com relação aos recursos anteriormente nela aportados,
pelos acionistas, para formação de seu patrimônio.
Isso pode ocorrer pelo fato de que, por mudanças conjunturais, tenha
passado a ser mais interessante para a companhia (do ponto de vista
financeiro) desenvolver suas atividades com capital de terceiros
(empréstimos), do que com capital próprio. Essa situação, entretanto,
também pode ocorrer quando deixar de haver interesse da companhia
em manter a atividade até então desempenhada – por vários motivos,
inclusive pela eventual proibição do poder público.
Nessas situações, é interesse da companhia deixar de ter os recursos
dos acionistas e, portanto, delibera devolvê-los. Saliente-se que a
companhia pode não ter mais interesse nos recursos, mas isso não quer
dizer que ela possa deixar de ter interesse – em específico – em um
determinado acionista; assim, no caso de resgate de parte das ações de
uma espécie ou classe, deverá ser realizado sorteio, para evitar
eventuais perseguições contra determinado(s) acionista(s).
Importante, uma vez realizado o resgate, as ações devem ser retiradas
de circulação. Isso pode ser feito com o sem redução do capital.
a) no caso de resgate com redução do capital, o número de ações é
reduzido com manutenção do valor nominal das ações remanescentes
(caso as ações tenham valor nominal) e, conseqüentemente, o capital
será reduzido, com o seguinte lançamento contábil:
D = Capital social subscrito
1 - C = a Ações em tesouraria x
b) no caso de resgate sem redução do capital, o número de ações é
reduzido com manutenção do valor do capital social, assim, o valor
nominal das ações (caso as ações tenham valor nominal) é majorado,
sem a necessidade de qualquer lançamento contábil.
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5.8.3.2 O reembolso de ações
O reembolso de ações é a operação decorrente do direito de recesso
(direito dos acionistas a abandonar a companhia – em situações
especiais). Esse direito de recesso é uma proteção ao acionista, mas
que somente pode ser utilizado em situações muito bem definidas, pois
nosso sistema jurídico tem por regra a proteção do capital das empresas
(por opção política – partindo-se da premissa que o capital das
empresas é garantia de geração de atividade econômica, empregos e
renda).
Assim, o reembolso de ações somente será permitido em alguns casos
específicos previstos em lei, entre eles (o mais emblemático) é aquele
em que a companhia decide alterar seu objeto. Nessa situação, o
acionista tem o direito de se retirar do quadro social, recebendo o valor
correspondente a suas ações.
Portanto, o reembolso de ações, previsto no art. 45 da Lei das S/A, é a
operação em que a companhia paga aos acionistas o valor de suas
ações por conta de dissidência.
Art. 45. O reembolso é a operação pela qual, nos casos
previstos em lei, a companhia paga aos acionistas
dissidentes de deliberação da assembléia-geral o valor de
suas ações.
§ 1º O estatuto pode estabelecer normas para a
determinação do valor de reembolso, que, entretanto,
somente poderá ser inferior ao valor de patrimônio líquido
constante do último balanço aprovado pela assembléia-
geral, observado o disposto no § 2º, se estipulado com
base no valor econômico da companhia, a ser apurado em
avaliação (§§ 3º e 4º).
§ 2º Se a deliberação da assembléia-geral ocorrer mais de
60 (sessenta) dias depois da data do último balanço
aprovado, será facultado ao acionista dissidente pedir,
juntamente com o reembolso, levantamento de balanço
especial em data que atenda àquele prazo.
Nesse caso, a companhia pagará imediatamente 80%
(oitenta por cento) do valor de reembolso calculado com
base no último balanço e, levantado o balanço especial,
pagará o saldo no prazo de 120 (cento e vinte), dias a
contar da data da deliberação da assembléia-geral.
§ 3º Se o estatuto determinar a avaliação da ação para
efeito de reembolso, o valor será o determinado por três
peritos ou empresa especializada, mediante laudo que
satisfaça os requisitos do § 1º do art. 8º e com a
responsabilidade prevista no § 6º do mesmo artigo.
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As ações reembolsadas podem ser consideradas como pagas à conta de
lucros ou reservas, exceto a legal, isto é, sem redução do capital social,
nos termos do § 5o do art. 45 da Lei das S/A:
§ 5º O valor de reembolso poderá ser pago à conta de
lucros ou reservas, exceto a legal, e nesse caso as ações
reembolsadas ficarão em tesouraria.
Entretanto, o reembolso pode também ocorrer às custas do capital
social e, nesse caso, as ações em tesouraria em decorrência de
reembolso devem ser destinadas a novos acionistas, ou –
alternativamente – se, em cento e vinte dias, isso não ocorrer, o capital
social deverá ser reduzido, com a retirada definitiva das ações de
circulação, nos termos do § 6o do art. 45 da Lei das S/A:
§ 6º Se, no prazo de cento e vinte dias, a contar da
publicação da ata da assembléia, não forem substituídos
os acionistas cujas ações tenham sido reembolsadas à
conta do capital social, este considerar-se-á reduzido no
montante correspondente, cumprindo aos órgãos da
administração convocar a assembléia-geral, dentro de
cinco dias, para tomar conhecimento daquela redução.
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do artigo 41, a instituição financeira especificará, mediante
rateio, as resgatadas ou amortizadas, se outra forma não
estiver prevista no contrato de custódia.
§ 5º As ações integralmente amortizadas poderão ser
substituídas por ações de fruição, com as restrições fixadas
pelo estatuto ou pela assembléia-geral que deliberar a
amortização; em qualquer caso, ocorrendo liquidação da
companhia, as ações amortizadas só concorrerão ao
acervo líquido depois de assegurado às ações não a
amortizadas valor igual ao da amortização, corrigido
monetariamente.
6 Resumo
a) Passivo circulante e exigível a longo prazo – obrigações
exigíveis, respectivamente, antes ou após o final do próximo
exercício (ou do próximo ciclo operacional, caso este seja
maior).
a. Fornecedores – conta que registra o valor das compras a
prazo de mercadorias, matérias-primas e outros materiais
ou serviços que, via de regra, constam das notas fiscais
de entrada ou das faturas.
b. títulos a pagar - conta que registra as obrigações
contraídas pela empresa a título de empréstimo ou
financiamento, através de pessoas físicas ou jurídicas que
não sejam instituições financeiras.
c. Dividendos propostos a pagar ou dividendos a pagar –
Dividendos são a parte do lucro auferido que cabe a cada
ação. Portanto, a primeira conta registra o valor
constante da proposta de pagamento de dividendos
apresentada pelos órgãos de administração à assembléia
geral de acionistas. A segunda conta registra o valor
aprovado pela assembléia geral de acionistas.
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d. Debêntures a pagar – Debêntures são “promissórias
metidas a besta”, porque (1) somente são emitidas por
S/A; (2) podem remunerar seus titulares com
participação nos lucros da companhia e (3) podem ser
conversíveis em ações. Debêntures a pagar é a conta
que registra a obrigação – da companhia – de pagar o
valor do empréstimo relativo ao título (debênture).
e. Salários a Pagar e encargos sociais a recolher – Este é
um conjunto de contas que registra a obrigação de
entrega de valores, alternativamente, aos empregados ou
ao poder público, decorrente da relação de trabalho.
f. Adiantamento de clientes – Conta que registra a
obrigação de devolução dos valores adiantados pelos
clientes, ou a entrega dos bens/serviços contratados.
g. Adiantamentos recebidos para aumento de capital – conta
que registra a obrigação de entrega de ações ao (futuro)
acionista, ou a devolução dos valores adiantados.
h. Empréstimos e financiamentos bancários
i. Principal – Conta que registra a obrigação de
devolução – ao banco – do valor do empréstimo ou
do financiamento contraído.
ii. juros e variações monetárias passivas – contas que
registram o crescimento da obrigação inicialmente
contraída (relativa aos empréstimos e
financiamentos bancários).
i. Provisões – Provisões são contas que registram a
obrigação de suportar “perdas na penumbra”, ou seja,
despesas incorridas, sobre as quais paire alguma dúvida
quanto ao exato valor e ao momento em que esse valor
será conhecido por completo.
iii. provisão para férias
iv. Provisão para 13o salário
v. Provisão para o imposto de renda
vi. Provisão para a contribuição social
j. Participações no resultado – contas que registram a
obrigação de entrega a (1) debenturistas, (2)
empregados, (3) administradores, (4) partes beneficiárias
e (5) contribuições para a previdência privada dos
empregados; oriundas do lucro auferido.
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b) Resultados de exercícios futuros – contas que representam
valores de receitas recebidas antecipadamente (deduzidas dos
respectivos custos) para os quais não haja (1) previsão de
devolução dos valores recebidos e (2) necessidade de qualquer
prestação positiva – bastando aguardar a passagem do tempo,
para a efetiva apropriação do valor ao patrimônio (com base no
regime de competência).
c) Patrimônio Líquido – valor da diferença existente entre
bens/direitos e obrigações, no patrimônio.
a. capital social – valor da contribuição dos sócios para a
formação do patrimônio da empresa.
i. Capital realizado – valor da diferença existente
entre o capital subscrito e o capital a realizar.
1. capital subscrito – valor do capital prometido,
aquele que os sócios se comprometeram a
retirar de seu próprio patrimônio, para a
formação do patrimônio da empresa.
2. capital a realizar – valor ainda não entregue
do capital subscrito.
ii. Capital autorizado – Não se trata de conta contábil
(sintética, nem analítica) é um valor que está
previsto no Estatuto, até o qual, pode haver
aumento de capital sem maiores formalidades.
b. Reservas – elementos que, além do capital, integram o
Patrimônio líquido.
i. Definição de reservas – Reservas são valores que
representam elementos patrimoniais sem qualquer
característica de exigibilidade atual ou futura.
ii. Classificação das reservas – as reservas são
classificadas em: (1) reservas de capital, (2)
reservas de reavaliação e (3) reservas de lucro.
c. Reservas de capital – são “Pedágios para entrar na festa”,
ou seja, valores entregues à companhia por interessados
em participar (no futuro) de eventuais lucros.
i. ágio na emissão de ações – Conta que registra os
valores que ultrapassam o valor nominal da ação
(ou o valor do aumento de capital dividido pelo
número de ações emitidas), entregues à companhia
pelos adquirentes das ações emitidas.
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ii. Prêmio na emissão de debêntures – Conta que
registra os valores que ultrapassam o valor nominal
das debêntures, entregues à companhia pelos
adquirentes das debêntures emitidas.
iii. Alienação de partes beneficiárias e bônus de
subscrição – Conta que registra os valores
entregues à companhia pelos adquirentes desses
títulos, quando emitidos.
1. partes beneficiárias são títulos que não tem
valor patrimonial, mas que dão direito, a seus
titulares, de participar no lucro da
companhia;
2. bônus de subscrição são títulos que permitem
a seus titulares subscrever e realizar futuros
aumentos de capital, quando da emissão de
novas ações.
iv. Doações e subvenções para investimentos – Conta
que registra os valores recebidos pela companhia
(do poder público) para investimentos.
d. Reservas de reavaliação – Conta que registra a
contrapartida do aumento de valores do ativo por conta
de novas avaliações.
e. Reservas de lucros – Contas que registram valores
relativos ao lucro auferido (que poderia – em tese – ter
sido destinado aos acionistas, na forma de distribuição de
dividendos), mas que ficaram “reservados”, mantidos no
patrimônio, “para um dia de chuva”.
i. Reserva legal – Conta que registra o valor do lucro
a ser mantido (por determinação da Lei das S/A) no
patrimônio, para proteção do capital social. O valor
a ser destinado a essa reserva é de: (1) 5% do
lucro de cada exercício (passo); (2) até alcançar
20% do valor do capital social (teto); (3) sendo
facultativo a partir do momento em que a Reserva
legal somada às reservas de capital alcançarem
30% do capital social (sub-teto).
ii. Reserva para contingências – Conta que registra o
valor do lucro a ser mantido no patrimônio (por
iniciativa dos órgãos de administração e aprovação
da assembléia geral) para fazer frente a possíveis
perdas futuras.
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iii. Reserva de lucros a realizar – Conta que registra o
valor do lucro a ser mantido no patrimônio para
evitar que se distribua dividendos sobre lucros
(auferidos – pelo regime de competência), que não
tenham sido realizados (recebidos em dinheiro) –
são considerados lucros a realizar: (1) as receitas
de equivalência patrimonial e (2) os lucros nas
operações para recebimento a longo prazo.
iv. Reservas estatutárias – Conta que registra o valor
do lucro a ser mantido no patrimônio por força de
dispositivo no Estatuto que disponha nesse sentido
(desde que não prejudique o pagamento do
dividendo mínimo obrigatório).
v. Reservas e lucros para planos de investimento
(retenção de lucros) – Conta que registra o valor do
lucro a ser mantido no patrimônio (por iniciativa
dos órgãos de administração e aprovado pela
assembléia geral) para utilização em projeto
específico de investimento.
vi. Reserva especial para dividendos obrigatórios não
distribuídos – Conta que registra o valor do lucro
que deveria ser pago aos acionistas (a título de
dividendos mínimos obrigatórios a distribuir), mas
que fica mantido no patrimônio por falta de
condições financeiras para seu desembolso.
f. Lucros ou prejuízos acumulados – Conta que representa a
“Porta de entrada do resultado no Patrimônio Líquido”
essa conta recebe o valor do lucro líquido auferido e o
destina a: (1) capital, (2) reservas de lucro ou (3)
dividendos.
g. Ações em tesouraria – Conta redutora do PL (de natureza
devedora) que representa o valor de ações adquiridas
pela própria companhia.
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7 Exercícios de Fixação (Questões de concurso elaborado pela
ESAF – resolvidas e comentadas)
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conta saldo AC AP PC PELP PL s. devedor s.credor
Ações em Tesouraria 600,00 (600,00) 600,00
Amortização acumulada 160,00 (160,00) 160,00
Capital a Realizar 800,00 (800,00) 800,00
Depreciação Acumulada 450,00 (450,00) 450,00
Duplicatas descontadas 400,00 (400,00) 400,00
Prejuízos acumulados 110,00 (110,00) 110,00
Provisão p/ FGTS 222,00 222,00 222,00
Provisão p/ Férias 111,00 111,00 111,00
Provisão p/ Créditos de liquidação duvidosa 200,00 (200,00) 200,00
Provisão para Imposto de Renda 500,00 500,00 500,00
Provisão para Perdas em investimentos 300,00 (300,00) 300,00
Provi. P/ ajuste ao Preço de Mercado 100,00 (100,00) 100,00
totais 3.953,00 (700,00) (910,00) 833,00 - (1.510,00) 1.510,00 2.443,00
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e) Ativo Permanente - Investimentos
Resolução e comentários
A resolução dessa questão demanda o conhecimento da classificação
das obrigações oriundas de transações não usuais realizadas com
pessoas ligadas. A Lei das S/A não apresenta qualquer dispositivo,
quando trata do passivo exigível – no art. 180, demandando sua
classificação no longo prazo. Resta, assim, a aplicação da regra geral de
classificação de obrigações no passivo (circulante e exigível a longo
prazo), conforme a data de sua exigibilidade (até o final do próximo
exercício, no circulante e, após essa data, no exigível a longo prazo).
Para fins de esclarecimento, cabe colocar que, ao tratar do Ativo, no art.
179, a Lei das S/A determina que os créditos decorrentes de transações
não usuais com pessoas ligadas sejam classificadas no Ativo Realizável a
Longo Prazo, independentemente do prazo previsto para sua realização.
Mas essa mesma lei não faz qualquer ressalva nesse sentido quando
trata do Passivo.
A interpretação sistemática dos dois artigos acima referenciados
(sempre à luz dos Princípios Fundamentais de Contabilidade) indica que
essa exceção não é aplicável ao passivo. Nesse diapasão, cabe lembrar
que seria esperado que uma empresa (ao demonstrar seu patrimônio)
não apresentasse a existência de um direito a receber no curto prazo
que – presumidamente – não teria interesse em cobrar (de parte a ela
relacionada), sendo apropriada a apresentação desse direito no longo
prazo; mas, de forma nenhuma, seria esperado que essa mesma
empresa (ao demonstrar seu patrimônio) não explicitasse no curto prazo
uma obrigação por ela contraída para pagamento no curto prazo (ainda
que relativa a uma parte a ela relacionada).
Finalmente, cumpre frisar que este é o entendimento da doutrina
majoritária. Entretanto, em que pese alguns autores entendem de
forma diferente, a Escola de Administração Fazendária, nessa questão
de concurso, demonstrou que também acompanha a opinião majoritária.
Assim, os empréstimos em tela devem ser classificados no passivo
circulante, pelo fato do prazo de exigibilidade ser de apenas 120 dias e,
portanto, antes do final do próximo exerício.
Gabarito
B
7.1.3 Auditor Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN / 1994 – março
Enunciado
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A Cia. Industrial Santa Helena recebeu, em 31/12/X3, uma subvenção
para investimento feita por pessoa jurídica de direito público, com
finalidade específica de adquirir equipamentos para expandir o seu
empreendimento econômico. Segundo a Lei das Sociedades por Ações,
esse tipo de subvenção deve ser classificado, como:
a) reserva para contingência;
b) retenção de lucro;
c) reserva legal;
d) receita operacional;
e) reserva de capital.
Resolução e comentários
Uma subvenção é: (1) um valor recebido, ou (2) uma obrigação
perdoada; com o objetivo de permitir ou facilitar e existência daquele
que é beneficiado. A subvenção pode ser dada por qualquer ente (não
somente o Poder Público), mas – por força da legislação tributária –
somente devem ser registradas como reservas de capital as subvenções
recebidas do Poder Público.
Somente as subvenções para investimentos devem ser registradas como
reserva de capital, sendo que as subvenções para custeio devem ser
registradas como receita.
As subvenções para custeio têm por finalidade a ajuda na manutenção
das atividades normais de uma companhia, podendo ser utilizada para
“custeio” da folha de pagamento, de despesas com juros cobrados por
instituições financeiras ou terceiros, para despesas em geral – inclusive
despesas de exercícios anteriores, que resultaram em prejuízos
acumulados – e etc.
As subvenções para investimento são aquelas que se destinam à
realização de investimentos definidos como, por exemplo: (1) a
aquisição de instalações, máquinas ou equipamentos do ativo
permanente imobilizado; (2) a aquisição de terrenos; (3) a ampliação
ou modernização das edificações; etc.
Repetindo, somente as subvenções para investimento devem ser
registradas como reserva de capital, devendo as subvenções para
custeio ser registradas como receita. O registro contábil do recebimento
de uma subvenção para investimento é similar ao registro do
recebimento de uma doação.
Portanto, como na questão a subvenção recebida é do tipo subvenção
para investimento e é oriunda do Poder Público, sua classificação deverá
ser como Reserva de capital.
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Gabarito
E
7.1.4 Técnico de Finanças e Controles – 2001
Enunciado
Abaixo são apresentados alguns eventos, cujos recursos demandam a
contabilização de reservas patrimoniais. Assinale a opção cujo evento
não dá origem à formação de Reserva de Capital.
a) Doações e subvenções para custeio.
b) Produto da venda de bônus de subscrição.
c) Produto da venda de partes beneficiárias.
d) Ágio obtido na emissão de ações.
e) Valores reservados para aumento de capital.
Resolução e comentários
Trata-se de uma questão teórica, portanto, analisaremos cada uma das
assertivas do enunciado e comentaremos em separado.
a) Doações e subvenções para custeio.
Não, conforme questão acima, as somente as doações e subvenções
para INVESTIMENTO devem ser registradas como Reserva de capital,
conforme art. 182, § 1o, d, da Lei das S/A
b) Produto da venda de bônus de subscrição.
Certo, conforme art. 182, § 1o, b, da Lei das S/A
c) Produto da venda de partes beneficiárias.
Certo, conforme art. 182, § 1o, b, da Lei das S/A
d) Ágio obtido na emissão de ações.
Certo, conforme art. 182, § 1o, a, da Lei das S/A
e) Valores reservados para aumento de capital.
Certo, trata-se de uma definição genérica de reservas de capital. Essas
reservas somente podem ser utilizadas para aumento de capital (caso
não absorvam prejuízos), conforme art. 200 da Lei das S/A
Gabarito
A
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7.2 Apuração do valor da Reserva Legal
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- as reservas de capital somam 3.300,00 (subvenções para
investimento e ágio na emissão de ações);
- o valor das reservas estatutárias é colocado no enunciado sem
função alguma (apenas para confundir o candidato mais
incauto).
Nossa proposta didática de resolução da questão é a de utilização dos
conceitos de passo, teto e sub-teto, conforme tabela a seguir.
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DELIBERAÇÃO CVM N 29-1986 - objetivos da Contabilidade.
Decreto 3.000, de 1999 – Regulamento do Imposto de Renda.
8.3 Livros
Iudícibus, Sérgio de; Martins, Eliseu e Gelbke, Ernesto Rubens Gelbcke.
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – FIPECAFI. Ed.
Atlas. São Paulo – 4a edição – 1995.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Básica. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Avançada. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Gonçalves, Eugênio Celso e Baptista, Antônio Eustáquio. Contabilidade
Geral. Ed. Atlas. São Paulo – 2a edição – 1994.
Silva, Benedito Gonçalves da. Contabilidade Geral. Ed. Meta – 2a edição
– 1994.
Ferrari, Ed Luiz, Contabilidade Geral: teoria e 950 questões – Rio de
Janeiro: Elsevier 2006.
Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade – Rio de
Janeiro: Impetus, 2003.
Ferreira, Ricardo J. Contabilidade avançada e intermediária – 2. ed. –
Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2004.
Santos, Luiz Eduardo. Contabilidade: Resoluções e comentários de
Questões da ESAF. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
8.4 Internet
www.planalto.gov.br
www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.gov.br
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1 Roteiro
Nesta aula, ainda sobre demonstrações contábeis, já tendo sido
estudado – por completo – o Balanço Patrimonial, continuaremos o
estudo com a apresentação: (1) da Demonstração do Resultado do
Exercício – DRE, (2) da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
Acumulados – DLPA e (3) da Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido – DMPL.
Portanto, neste ponto da matéria, serão apresentados os conceitos
atinentes às demonstrações contábeis em tela e comentadas suas
especificidades. A seguir, encontra-se uma lista dos itens que serão
aqui estudados:
a) Demonstração do Resultado do Exercício - DRE
i) Finalidade da demonstração, conteúdo e previsão legal
ii) Estrutura da demonstração
iii) Elementos da DRE – (1) Início (“cabeça”); (2) meio (“meiuca”)
E (3) fim (“rabicho”)
(1) Faturamento x Receita Bruta de Vendas
(2) Deduções da Receita Bruta de Vendas e Receita
Líquida de Vendas
(3) Custo das mercadorias Vendidas (CMV), Custo dos
produtos vendidos (CPV), Custo dos serviços prestados
(CPV) e Resultado operacional bruto (Lucro Bruto – LB)
(4) Despesas e Receitas operacionais e Resultado
operacional líquido (LOp)
(a) Despesas operacionais: (1) comerciais, (2)
administrativas, (3) financeiras e (4) outras
(b) Variações monetárias passivas e Resultados negativos
em participações societárias
(c) Receitas financeiras
(d) Variações monetárias ativas e Resultados positivos em
participações societárias
(e) Outras receitas operacionais
(5) Receitas e Despesas não operacionais e Lucro antes
dos tributos (LAIR)
(6) Provisão para IR e CSLL e Lucro após os tributos
(LApIR)
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(7) Participações no Resultado: (1) Debenturistas, (2)
Empregados, (3) Administradores, (4) Partes Beneficiárias e
(5) Contribuições para a previdência privadas dos
empregados
(8) Lucro líquido (LL) e Lucro líquido por ação
b) Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados - DLPA
i) Finalidade da demonstração, conteúdo e previsão legal
ii) Estrutura da demonstração
iii) Elementos da DLPA
(1) Saldo inicial, Ajustes e Saldo ajustado
(2) Reversão/realização de reservas, LL – da DRE – e
Saldo à disposição da Asembléia-Geral de acionistas
(3) Proposta de destinação: (1) dividendos, (2) reservas
de lucro e (3) incorporação ao capital social; e saldo final.
c) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL
i) Finalidade da demonstração, conteúdo e previsão legal
ii) Estrutura da demonstração
iii) Elementos da DMPL
2 Introdução
Antes de apresentar as demonstrações contábeis objeto da presente
aula, cumpre referir que algumas contas aqui estudadas já foram
apresentadas ao aluno longo deste curso. Não se trata de uma simples
repetição da matéria, mas de uma nova análise do mesmo assunto, sob
um ponto de vista novo.
Tal situação é decorrente do fato de que a Contabilidade utiliza o
método das partidas dobradas, que determina que todo e qualquer fato
contábil seja registrado com (1) a apresentação dos valores que estão
sendo aplicados no patrimônio e a indicação do correspondente
elemento patrimonial e (2) a apresentação da origem do respectivo
valor, com a indicação do elemento do qual ele se origina.
Ora, para fatos contábeis modificativos (ou mesmo mistos) pode ocorrer
que a origem esteja em conta(s) patrimonial(is) e a aplicação em
conta(s) de resultado, ou vice-versa. Assim, quando do estudo das
contas patrimoniais, eventualmente foram referenciadas contas de
resultado (para exemplificar e contextualizar o funcionamento das
contas patrimoniais no sistema contábil de informações).
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Neste ponto da matéria o enfoque é inverso, é proposta a apresentação
de conceitos atinentes a contas de resultado e, portanto, as referências
a contas patrimoniais (já estudadas) serão feitas apenas para
exemplificar e contextualizar o funcionamento das contas de resultado.
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Ativo Passivo Ativo Passivo
BPf
------- PL BPi ------- PL
Exercício
Início Final
Despesas Receitas
DRE
-----
Saldo líquido (Receitas-Despesas)
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VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu
montante por ação do capital social.
É importante lembrar que na DRE devem constar receitas auferidas e
despesas incorridas, em obediência ao princípio fundamental de
contabilidade de competência. Assim, na determinação do resultado do
exercício serão computados: (1) as receitas e os rendimentos ganhos no
período, independentemente de sua realização em moeda e (2) os
custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,
correspondentes a essas receitas e rendimentos (conforme determina o
§ 1o do art. 187 da Lei das S/A):
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão
computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período,
independentemente da sua realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou
incorridos, correspondentes a essas receitas e
rendimentos.
1
Em nosso modelo foram utilizados os nomes tradicionalmente dados às contas de
resultado. Ressaltamos, porém, que, não havendo legislação que determine a
nomenclatura de contas contábeis, em cada situação prática, poderá haver nomes
ligeiramente diferentes.
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. Faturamento bruto
(-) IPI faturado
(=) Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços (RBV)
(-) vendas canceladas
(-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais
(-) impostos e contribuições incidentes sobre vendas e serviços
. ICMS
. PIS/Pasep
. Cofins
. ISS
(=) Receita Líquida de Vendas (RLV)
(-) Custo das Mercadorias ou produtos vendidos e/ou serviços prestados
(=) Resultado Bruto (se positivo, lucro bruto - LB)
(-) despesas operacionais
. despesas com vendas
. despesas gerais e administrativas
. despesas financeiras
. outras despesas operacionais
. Resultados negativos em participações societárias
. Variações monetárias passivas
(+) Outras Receitas Operacionais
. Receitas financeiras
. Resultados positivos em participações societárias
. Variações monetárias ativas
. Receitas de aluguél do permanente
(=) Resultado operacional líquido (se positivo, lucro operacional - LOp)
(-) Despesas não operacionais
(+) Receitas não operacionais
(=) Resultado do período base antes da Contribuição Social e o Imposto de Renda (LAIR)
(-) Contribuição Social sobre o lucro
(-) Provisão para o Imposto de Renda
(=) Lucro Líquido do período antes das participações (LApIR)
(-) Participação de debenturistas
(-) Participações de empregados
(-) Participações de administradores
(-) Participações de partes beneficiárias
(-) Contribuição para fundos de assistência e previdência social dos empregados
(=) Lucro líquido do período base (LL)
(/ ) Número de ações
(=) Lucro líquido por ação
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relativos ao resultado do exercício, geralmente, estão adstritos a um
desses grupos. Nesse sentido, pode-se afirmar que:
- problemas relacionados a operações com mercadorias e
controle de estoques são resolvidos com o conhecimento
do primeiro grupo de elementos da DRE – (1) início da
demonstração, por nós denominado didaticamente de
“cabeça” da demonstração;
- problemas relacionados a operações com
receitas/despesas financeiras, equivalência patrimonial,
variações monetárias (ativas e passivas) e ganho ou perda
de capital são resolvidos com o conhecimento do segundo
grupo de elementos da DRE – (2) meio da demonstração,
por nós denominado didaticamente de “meiuca” da
demonstração;
- problemas relacionados à destinação do resultado
(tributos, participações, reservas de lucro, dividendos e
incorporação ao capital) são resolvidos como o
conhecimento do terceiro grupo de elemento da DRE – (3)
final da demonstração, por nós denominado didaticamente
de “rabicho” da demonstração2.
Para fins de clareza, apresentamos, a seguir, cada um dos três grandes
grupos em que a DRE se divide:
(1) início - cabeça
. Faturamento bruto
(-) IPI faturado
(=) Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços (RBV)
(-) vendas canceladas
(-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais
(-) impostos e contribuições incidentes sobre vendas e serviços
. ICMS
. PIS/Pasep
. Cofins
. ISS
(=) Receita Líquida de Vendas (RLV)
(-) Custo das Mercadorias ou produtos vendidos e/ou serviços prestados
(=) Resultado Bruto (se positivo, lucro bruto - LB)
(2) meio – meiuca
2
Sendo que a resolução desse tipo de problema pode, eventualmente, demandar o
conhecimento (integrado) do final da DRE e da DLPA (que será estudada adiante neste
tópico da matéria).
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(-) despesas operacionais
. despesas com vendas
. despesas gerais e administrativas
. despesas financeiras
. outras despesas operacionais
. Resultados negativos em participações societárias
. Variações monetárias passivas
(+) Outras Receitas Operacionais
. Receitas financeiras
. Resultados positivos em participações societárias
. Variações monetárias ativas
. Receitas de aluguél do permanente
(=) Resultado operacional líquido (se positivo, lucro operacional - LOp)
(-) Despesas não operacionais
(+) Receitas não operacionais
(=) Resultado do período base antes da Contribuição Social e o Imposto de Renda (LAIR)
(3) fim – rabicho
(-) Contribuição Social sobre o lucro
(-) Provisão para o Imposto de Renda
(= Lucro Líquido do período antes das participações (LApIR)
(-) Participação de debenturistas
(-) Participações de empregados
(-) Participações de administradores
(-) Participações de partes beneficiárias
(-) Contribuição para fundos de assistência e previdência social dos empregados
(= Lucro líquido do período base (LL)
(/ ) Número de ações
(= Lucro líquido por ação
Vista a finalidade da demonstração, bem como sua estrutura, e proposto
um modelo de estudo – por partes – analisaremos, a seguir, cada um de
seus elementos.
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- quando uma indústria vende um produto de preço R$
1.000,00, com IPI de 10%;
- o cliente, para adquirir o produto, deve pagar os R$
1.000,00 relativos ao produto adquirido, acrescido do IPI
de 10%, que está por fora do valor do produto (R$
100,00);
- assim, a indústria recebe o valor de R$ 1.100,00, por ter
vendido um produto valor de apenas R$ 1.000,00.
O valor do produto vendido (preço) é denominado de Receita Bruta de
Vendas – R$ 1.000,00 – e o valor recebido (cobrado) é denominado de
Faturamento Bruto – R$ 1.100,00. Para ilustração da situação acima
descrita, apresentamos, a seguir, uma figura representativa do corpo da
nota fiscal do produto vendido pela indústria.
NF n° 1,00
Item Produto - descrição Preço unit.Qtd. Preço Total
1 XPTO 10,00 100 1.000,00
-
-
-
Total 1.000,00
Repare que o valor do produto (na nota) que enseja a Receita Bruta de
Vendas – RBV é de apenas R$ 1.000,00, mas o valor a pagar, que
enseja o Faturamento Bruto é de R$ 1.100,00. Nesse ponto, é comum
uma dúvida, porque somente o IPI é considerado um valor que não
compõe o preço do produto; a resposta é simples, a legislação assim
definiu, determinando que o IPI não faz parte da Receita Bruta de
Vendas – sendo um valor a ela acrescido.
Ocorre que a Lei das S/A estabelece que deve devem ser demonstrados
a Receita Bruta da Venda e, em seguida, os impostos relativos à venda,
para apuração da receita líquida de vendas, conforme art. 187, a seguir
parcialmente reproduzido:
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício
discriminará:
I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das
vendas, os abatimentos e os impostos;
II - a receita líquida das vendas ...
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Para solucionar esse problema, adotamos a solução proposta pelo
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações3, ou seja, a
adaptação do plano de contas para que – antes da Receita Bruta de
Vendas, inserir as contas Faturamento Bruto e IPI Faturado, conforme
abaixo:
. Faturamento bruto
(-) IPI faturado
(=) Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços (RBV)
Nessa alternativa, o IPI contido nas vendas é então considerado uma
dedução do faturamento bruto, chegando-se à Receita Bruta de Vendas,
conforme definido pela Legislação.
Seguindo esse modelo, no caso da compra acima, a contabilização
deverá ser realizada da seguinte forma:
D= Diversos
1- C=a Fornecedores 1.100,00
D= IPI a recuperar (AC) 100,00
D= Estoques de Matéria-prima 1.000,00
3
Iudícibus, Sérgio de E outros. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações –
4a ed. ver. E atual. – São Paulo: Atlas 1994. pp. 508 a 510.
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lançamentos contábeis aqui apresentados serão efetuadas na aula que
trata das operações com mercadorias, adiante neste curso.
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D = Clientes
1- C = a Receita Bruta de Vendas 1.000,00
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no tempo (juros), devendo ser interpretado como uma despesa
financeira – que será estudada adiante entre as despesas operacionais.
3.3.2.2.2 Abatimentos
Os abatimentos são reduções do preço (da mercadoria antes vendida),
para evitar a devolução da venda. Portanto, abatimentos são fatos
posteriores à venda e decorrentes de uma situação especial que,
alternativamente, pode ser: (1) existência de defeitos na mercadoria (2)
ocorrência de incoerências entre a mercadoria contratada e aquela
entregue.
Um exemplo esclarecedor de abatimentos é o da situação em que há um
pedido de mercadorias em uma determinada cor (por exemplo, roxo) e
a entrega da mercadoria em uma cor diferente, mas parecida, (por
exemplo, lilás). Nessa situação, o cliente teria o direito de devolver a
mercadoria recebida; mas, para que não ocorra a devolução, o vendedor
pode lançar mão de oferecer um abatimento no preço da mercadoria.
O lançamento contábil referente ao abatimento encontra-se a seguir
apresentado:
D = Abatimentos
1- C = a Clientes x
É importante colocar que nem o ICMS, nem o IPI, nem o PIS/Pasep nem
a Cofins são afetados pelo eventual abatimento. Para entender a razão
dessas determinações legislativas e, conseqüentemente, memorizá-las,
cabe referir que o abatimento é um fato posterior à venda e que,
portanto, não pode alcançar os tributos que têm por fato gerador
eventos ligados à venda.
3.3.2.3.1 ICMS
O fato gerador do ICMS está previsto na Constituição da República
Federativa do Brasil, de 1988, em seu art. 155, conforme abaixo:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal
instituir impostos sobre:
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II - operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
as prestações se iniciem no exterior
Assim, via de regra, para cada venda ocorrida, deverá ocorrer a
respectiva circulação da mercadoria vendida. Por essa razão, o ICMS é
visto como um tributo incidente sobre a venda. Considerando uma
alíquota básica de ICMS de 17%, na venda de uma mercadoria por R$
5.000,00 (sem qualquer desconto – para fins didáticos), o lançamento
contábil seria o seguinte:
D = Clientes
1- C = a Receita Bruta de Vendas 5.000,00
D = Tributos incidentes sobre as vendas - ICMS
2- C = a ICMS a recolher (PC) 850,00
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§ 2o A base de cálculo da contribuição para o
PIS/Pasep é o valor do faturamento, conforme definido no
caput.
Lei n° 10.833, de 2003:
Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social - COFINS, com a incidência não-
cumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal,
assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa
jurídica, independentemente de sua denominação ou
classificação contábil.
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, o total das
receitas compreende a receita bruta da venda de bens e
serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas
as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica.
§ 2o A base de cálculo da contribuição é o valor do
faturamento, conforme definido no caput.
Assim, via de regra, para cada venda ocorrida, deverá ocorrer uma
respectiva cobrança (faturamento). Por essa razão, o PIS/Pasep e a
Cofins são considerados como tributos incidentes sobre a venda.
A alíquota do PIS/Pasep será de 0,65%, no caso da sistemática
cumulativa, ou de 1,65%, no caso de sistemática não-cumulativa. A
alíquota da Cofins será de 3%, no caso da sistemática cumulativa, ou de
7,6%, no caso de sistemática não-cumulativa.
Considerando as alíquotas de 0,65% e de 3% respectivamente para o
PIS/Pasep e a Cofins, na venda – antes referenciada – de uma
mercadoria por R$ 5.000,00 (sem qualquer desconto – para fins
didáticos), o lançamento contábil seria o seguinte:
D = Tributos incidentes sobre as vendas - PIS/Pasep
3- C = a PIS/Pasep a recolher (PC) 32,50
D = Tributos incidentes sobre as vendas - Cofins
4- C = a Cofins a recolher (PC) 150,00
3.3.2.3.3 ISS
O ISS é um tributo, da competência privativa dos municípios, que tem,
como fato gerador, a prestação de serviço, conforme previsto no art.
156 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a seguir:
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
...
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III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no
art. 155, II, definidos em lei complementar.
Assim, via de regra, para cada prestação de serviço ocorrida, deverá
ocorrer uma venda, do serviço prestado. Por essa razão, o ISS é
considerado como um tributo incidente sobre a venda.
Considerando uma alíquota de ISS de 5%, definida como alíquota
máxima para o tributo, e considerando uma prestação de serviço de R$
1.000,00, deve ser registrado o seguinte lançamento contábil.
D = Clientes
1- C = a Receita Bruta de Vendas 1.000,00
D = Tributos incidentes sobre as vendas - ISS
2- C = a ISS a recolher (PC) 50,00
4
Sobre o assunto, ver aula 03 deste curso.
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. Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços (RBV) 10.000,00
(-) vendas canceladas (1.000,00)
(-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais (500,00)
(-) impostos e contribuições incidentes sobre vendas e serviços
. ICMS (1.445,00)
. PIS/Pasep (55,25)
. Cofins (255,00)
. ISS -
(=) Receita Líquida de Vendas (RLV) 6.744,75
5
Conforme será detalhadamente estudado na aula que trata das operações com
mercadoria, adiante neste curso.
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3.3.3.4 Resultado Operacional Bruto – Lucro Bruto (LB)
O Resultado operacional bruto é a diferença entre a receita líquida de
vendas e o custo das mercadorias vendidas (ou dos produtos vendidos
ou, ainda, dos serviços prestados – conforme a natureza das atividades
da empresa).
Continuando o exemplo aqui apresentado, considerando a RBV, as
deduções da receita bruta e o CMV acima apresentado, apuraremos um
Resultado Operacional Bruto de R$ 3.009,75. Abaixo, encontra-se a
DRE incluindo o CMV e o LB:
Item Valor Obs
. Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços (RBV) 10.000,00 100*100,00
(-) vendas canceladas (1.000,00) 10*100,00
(-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais (500,00) 10%*50*100,00
(-) impostos e contribuições incidentes sobre vendas e serviços
. ICMS (1.445,00) 8.500,00 * 17%
. PIS/Pasep (55,25) 8.500,00 * 0,65%
. Cofins (255,00) 8.500,00 * 3%
. ISS -
(=) Receita Líquida de Vendas (RLV) 6.744,75
(-) CMV (3.735,00)
(=) Resultado Operacional Bruto (Lucro Bruto - LB) 3.009,75
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- As receitas e despesas não operacionais são aquelas
EVENTUAIS, aquelas não esperadas no dia a dia da
empresa, aquelas anormais.
Confirmando a classificação acima, basta ver que as receitas e despesas
financeiras integram o Resultado Operacional – conforme estrutura da
DRE, prevista pela Lei das S/A.
Ora, em empresas comerciais, as receitas e despesas financeiras estão
longe de compor as receitas da atividade fim da empresa (pois seu
objeto é a compra e venda de mercadorias); ainda assim, as receitas e
despesas financeiras compõem o resultado operacional dessas
empresas. Isso ocorre porque é normal, porque é esperado, por que
é habitual que empresas comerciais tenham atividade financeira
(espera-se que, havendo sobra de caixa ao final do dia, esse valor seja
depositado no banco – para gerar rendimentos e, também, é esperado
que, caso ao final do dia falte dinheiro para honrar os compromissos, a
empresa tome empréstimos bancários de curto prazo e, com eles quite
suas obrigações tempestivamente).
Feitas essas considerações iniciais, a seguir, estudaremos:
- as despesas operacionais (administrativas, comerciais e
financeiras);
- as variações monetárias passivas e ativas;
- os resultados positivos e negativos em participações
societárias;
- as receitas financeiras;
- as demais receitas operacionais.
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3.3.4.1.1 Despesas operacionais comerciais
As despesas operacionais comerciais são aquelas relacionadas aos
setores comerciais da empresa e são compostas, geralmente, por:
- salários do pessoal de vendas e marketing;
- comissões dos vendedores;
- encargos e contribuições (suportadas pela empresa) sobre
a folha do pessoal de marketing e vendas6;
- gastos e depreciação de veículos utilizados nas atividades
de venda;
- propaganda dos produtos e mercadorias;
- etc.
6
Sobre o assunto, ver lançamentos relativos à folha de pagamentos, na aula 06 deste
curso.
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- descontos concedidos de forma condicional (obs.: os
descontos incondicionais concedidos no ato da venda não
são caracterizados como despesas financeira, mas como
deduções da receita de venda);
- etc.
Alguns autores incluem neste grupo as variações monetárias.
Possivelmente, esse entendimento seja oriundo da leitura equivocada da
legislação que – via de regra – equipara o tratamento dado às variações
monetárias àquele dado aos resultados financeiros, como,
o
exemplificativamente, o art. 9 da Lei 9.718, de 1998, faz para
PIS/Pasep e Cofins:
Art. 9° As variações monetárias dos direitos de
crédito e das obrigações do contribuinte, em função da
taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por
disposição legal ou contratual serão consideradas, para
efeitos da legislação do imposto de renda, da contribuição
social sobre o lucro líquido, da contribuição PIS/PASEP e da
COFINS, como receitas ou despesas financeiras, conforme
o caso.
Repare que a legislação trata – para fins tributários – da mesma forma
as variações monetárias e os resultados financeiros. Mas isso não quer
dizer que os conceitos se confundam, pois (1) variações monetárias
(ativas/passivas) são, respectivamente, receitas ou despesas referentes
ao aumento ou diminuição de direitos ou obrigações em decorrência
de um índice econômico ou da taxa de câmbio a que esses direitos
ou obrigações estão atrelados; (2) receitas ou despesas financeiras são
aquelas relativas a juros (valor do dinheiro no tempo).
Assim, sugere-se que as despesas financeiras sejam apresentadas
destacadamente das variações monetárias passivas.
Há – também – autores que sustentam que as Receitas financeiras
devem ser apresentadas neste grupo (deduzindo o valor das despesas
financeiras) e que, caso as receitas financeiras superem o montante das
despesas financeira, o valor líquido resultante deverá ser deduzido das
demais despesas operacionais. Entendemos que devem ser
apresentadas receitas financeiras e despesas financeiras de forma
explícita na DRE, sendo irrelevante que aquelas sejam especificamente
uma dedução destas ou que as duas estejam em itens separados.
Juros sobre o capital próprio – JCP – são despesas financeiras da
empresa, trata-se de um valor pago ou creditado individualizadamente a
titular, sócio ou acionista, a título de “remuneração do capital próprio”.
Essa remuneração é calculada aplicando-se a Taxa de Juros de Longo
Prazo – TJLP sobre o valor contábil do Patrimônio Líquido (capital
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próprio) ajustado. A previsão para pagamento desse valor encontra-se
na Lei n° 9.249, de 1997.
A título de ilustração, cabe colocar que:
- o pagamento de JCP é condicionado à existência de lucros
ou reserva de lucros em montante superior ao dobro do
valor dos juros a serem pagos;
- o valor dos juros pagos poderá ser imputado ao valor dos
dividendos.
Há uma disputa entre a Lei, a abordagem fiscal e a abordagem
societária, sobre o assunto. A seguir, analisaremos o assunto com base
no conteúdo do Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações
(Sérgio de Iudícibus – Ed. Atlas 5a edição – 1999), que trata do tema
em sua página 292:
Os juros sobre o capital próprio, calculados conforme
demonstrado nos exemplos anteriores, são debitados em
Despesas Financeiras, reduzindo o lucro a ser tributado.
A contabilização desses juros como despesa financeira,
como determina a lei, implica graves prejuízos à
comparabilidade das demonstrações contábeis, já que,
como esses juros são facultativos, algumas empresas os
contabilizam e outras não. ...
Para amenizar tais distorções, a CVM, na sua Instrução n°
247/96, determinou que os juros sobre o capital próprio
sejam contabilizados como destinação de lucros,
diretamente na conta Lucros Acumulados, sem transitar
pelo resultado do exercício.
Nesse sentido, a mesma Deliberação determina que as
companhias abertas que tiverem contabilizado os juros
sobre o capital próprio como despesa financeira, para fins
de dedutibilidade fiscal, ficam obrigadas a efetuar a
reversão do seu valor, na última linha da Demonstração do
Resultado, antes do saldo da conta Lucro líquido ou
Prejuízo do exercício.
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passivo está atrelado, por força contratual. As variações monetárias
mais importantes no atual contexto econômico são as variações
cambiais.
As variações cambiais passivas ocorrem quando há uma alteração na
taxa de câmbio que implique, alternativamente: (1) redução de um
direito ou (2) aumento de uma obrigação.
Para ilustrar o conceito, apresentamos os exemplos a seguir:
a) variação cambial passiva por aumento de obrigação
Seja uma obrigação de US$ 500.00, avaliada por R$ 1.000,00 em
01/01/2006, pela cotação do dólar (por exemplo: R$ 2,00). Considere
que em 31/01/2006 a cotação do dólar seja de R$ 2,20, assim, essa
obrigação deverá ser avaliada por:
US$ 500.00 (*) R$ 2,20 (=) R$ 1.100,00.
Nesse caso, a variação cambial passiva será de:
R$ 1.100,00 (-) R$ 1.000,00 (=) R$ 100,00.
O lançamento contábil, referente à Variação cambial passiva acima
apresentada deverá ser o seguinte:
D = Variação cambial passiva - VCP
1- C = a Obrigações 100,00
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Para apresentar o conceito de “resultados negativos em participações
societárias”, faz-se necessária uma breve referência ao método da
equivalência patrimonial7.
O método da equivalência patrimonial é um método especial de
avaliação de participações societárias (ações ou quotas de capital do
Ativo Permanente Investimentos) – somente aplicável a participações
societárias importantes. As participações societárias em geral, assim
como quaisquer outros elementos do ativo, devem ser avaliadas pela
aplicação do princípio fundamental de contabilidade do Registro pelo
Valor Original – denominado “método do custo”. Cabendo uma exceção
às participações societárias importantes, que é justamente o “método
da equivalência patrimonial”.
O método da equivalência patrimonial, portanto, como uma exceção ao
princípio contábil do registro pelo valor original, consiste em avaliar a
participação societária proporcionalmente ao valor do patrimônio líquido
da empresa investida (de acordo com o percentual de ações ou quotas
de capital que a empresa investidora possuir).
De acordo com o método da equivalência patrimonial, caso o Patrimônio
líquido da empresa investida diminua (o que, geralmente, ocorre quando
esta incorre em prejuízos), o valor da participação societária (no Ativo
Permanente investimentos da empresa investidora) deverá diminuir
proporcionalmente.
De uma forma didática, podemos visualizar o método da equivalência
patrimonial como o “método da sanfona”.
Sejam dois sanfoneiros tocando uma música. O primeiro, com um
acordeão, representa o patrimônio líquido da empresa investida e o
segundo, com uma pequena sanfona, representa a participação
societária no ativo da empresa investidora. Caso o acordeão feche o
fole (o patrimônio líquido da empresa investida diminui), a sanfona tem
que (imediatamente) fechar o fole também – para não desafinar – e,
assim, diminui o valor da participação societária.
Ilustrando a situação acima descrita, seja uma participação societária de
titularidade da empresa DORA (investidora) no percentual 50% das
ações de emissão da empresa TIDA (investida), que possui um
Patrimônio Líquido de R$ 10.000,00, conforme figura a seguir:
7
Que será detalhadamente estudado em aula específica adiante neste curso.
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DORA
Ativo Passivo
TIDA
Ativo Passivo
----------- PL
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
TIDA
Ativo Passivo
----------- PL
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
Rec X Desp Y
LL = (200,00)
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Após o fechamento do exercício, o Patrimônio Líquido da empresa TIDA
seria de apenas R$ 800,00, conforme abaixo:
TIDA
Ativo Passivo
----------- PL
Capital 1.000,00
(-) LPA (200,00) ==>Novo PL = 800,00
Despesas Receitas
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DORA
Ativo Passivo
Result neg em
part soc 100,00
TIDA
Ativo Passivo
----------- PL
Capital 1.000,00
(-) LPA (200,00)
Despesas Receitas
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Caso a empresa opte por apresentar as receitas financeiras em
separado, elas devem ser apresentadas neste grupo, compondo o
resultado operacional.
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3.3.4.2.3 Resultados positivos em participações societárias
– dividendos ou equivalência patrimonial
Os resultados positivos em participações societárias podem ser devidos
ao método da equivalência patrimonial ou a dividendos que sejam
registrados como receitas. A seguir, analisaremos cada um desses
casos.
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DORA
Ativo Passivo
TIDA
Ativo Passivo
----------- PL
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
TIDA
Ativo Passivo
----------- PL
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
Rec X Desp Y
LL = 200,00
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Após o fechamento do exercício, o Patrimônio Líquido da empresa TIDA
seria de R$ 1.200,00, conforme abaixo:
TIDA
Ativo Passivo
----------- PL
Capital 1.000,00
Reservas 200,00 ==>Novo PL = 1.200,00
Despesas Receitas
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DORA
Ativo Passivo
Result pos em
part soc 100,00
TIDA
Ativo Passivo
----------- PL
Capital 1.000,00
Reservas 200,00
Despesas Receitas
3.3.4.2.3.2 Dividendos
Os dividendos, definidos como a parte do lucro que cabe a cada ação, ao
serem recebidos pela empresa investidora poderão, ou não, conforme o
caso, ser registrados como receitas8.
No caso de recebimento de dividendos registrados como receitas, o
lançamento contábil será o seguinte:
D = Dividendos a receber
1- C = a Receita de dividendos x
8
O estudo sistemático de quais situações ensejam, alternativamente, receitas ou
redução do investimento, será efetuado em aula específica a seguir neste curso.
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Entre esses bens, temos – por exemplo – imóveis. Tais imóveis podem
ser locados para terceiros.
O valor do aluguel a receber todo mês é registrado como receita e deve
ser classificado como receita operacional, pois é um valor esperado todo
mês e, portanto, habitual.
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IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas
não operacionais;
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a
Renda ...
Dessa forma, a conclusão acima, de que as receitas e despesas não
operacionais são aquelas não habituais (e, portanto, eventuais) é
decorrente da interpretação sistemática da legislação societária e
tributária.
Com efeito, a legislação do Imposto de Renda (Decreto 3.000, de 1999)
considera como resultado não operacional os ganhos e perdas de
capital, conforme arts. 418 e 428, parcialmente reproduzidos abaixo:
CAPÍTULO VII - RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS
Seção I - Ganhos e Perdas de Capital
Subseção I - Disposições Gerais
Art. 418. Serão classificados como ganhos ou perdas de
capital, e computados na determinação do lucro real, os
resultados na alienação, na desapropriação, na baixa por
perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou
exaustão, ou na liquidação de bens do ativo permanente
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 31).
…
Art. 428. Não será computado na determinação do lucro
real o acréscimo ou a diminuição do valor de patrimônio
líquido de investimento, decorrente de ganho ou perda
de capital por variação na percentagem de
participação do contribuinte no capital social da
coligada ou controlada (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977,
artigo 33, § 2º, e Decreto-Lei nº 1.648, de 1978, artigo
1º, inciso V).
Ora, bens do ativo permanente são aqueles para os quais não haja
previsão de alienação que, portanto, será aleatória e eventual.
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receitas e despesas não-operacionais. Seguindo a legislação tributária,
muitos autores propõem a utilização de uma conta contábil para registro
de ganho de capital (receita) e outra para registro da perda de capital
(despesa), considerando como ganho ou perda de capital o resultado da
alienação do permanente (em comparação com o valor contábil do bem
alienado – valor original, deduzido da
9
depreciação/amortização/exaustão acumulada) .
Assim, no caso de alienação por R$ 12.000,00 de um bem adquirido por
R$ 20.000,00 e com depreciação acumulada de R$ 11.000,00, teríamos
um ganho de capital de R$ 3.000,00. O registro dessa alienação pode
ser efetuado de duas maneiras: (a) registrando o ganho de capital ou
(b) registrando a receita da venda e o respectivo custo. A seguir,
apresentamos as duas possíveis maneiras de registro:
a) Registro direto do ganho de capital
D= Diversos
1- C=a Diversos 100,00
D= Caixa 12.000,00
D= Depreciação Acumulada 11.000,00
C=a Bem do permanente 20.000,00
C=a Ganho de capital 3.000,00
9
Esse assunto será objeto de estudo detalhado em aula específica, adiante neste
curso.
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pelo método da equivalência patrimonial e nas alienações do ativo
permanente.
Às despesas não operacionais aplicam-se as mesmas considerações,
acima colocadas, acerca das receitas não operacionais.
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3.3.7 Participações no Resultado: (1) Debenturistas, (2) Empregados,
(3) Administradores, (4) Partes Beneficiárias e (5) Contribuições
para a previdência privadas dos empregados
3.3.7.1 Conceito
As participações caracterizam reduções do patrimônio pelo surgimento
de obrigações da empresa com pessoas que, em decorrência de
disposição estatutária, têm direito a participar dos lucros apurados
quando do encerramento do exercício social.
As contas que representam essas obrigações são, portanto, creditadas
em contrapartida das contas de resultado que representam parcelas
redutoras do lucro do exercício.
O lançamento típico para registro das participações no resultado será:
D = despesa com participação no resultado
1 - C = a Participação no resultado a pagar x
As participações no resultado estão previstas no art. 190 da Lei das S/A,
a seguir transcrito:
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício
discriminará:
...
VI - as participações de debêntures, empregados,
administradores e partes beneficiárias, e as contribuições
para instituições ou fundos de assistência ou previdência
de empregados;
As participações no resultado, portanto, são:
- Participação de debenturistas;
- Participação de empregados;
- Participação de administradores;
- Participação de partes beneficiárias;
- Contribuições para fundos de previdência e assistência aos
empregados.
As participações no resultado não se confundem com os dividendos. Os
dividendos são a parcela do lucro que cabe a cada ação; ao passo que
as participações no resultado representam a parcela do resultado da
empresa que é entregue a terceiros (que não os acionistas). Assim, as
participações no resultado devem ser registradas a débito de contas de
resultado.
A apuração dos valores referentes a cada participação deve ser realizada
nos termos da Lei das S/A, que determina que as participações somente
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poderão ser deduzidas do resultado do exercício, após computados os
prejuízos acumulados, e a provisão para o imposto de renda, conforme
art. 189 a seguir:
Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes
de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a
provisão para o Imposto sobre a Renda.
Parágrafo único. o prejuízo do exercício será
obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas
reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem.
Isso não significa que os prejuízos acumulados devam ser
demonstrados como dedução do resultado do exercício, mas sim que os
prejuízos acumulados devem ser computados na apuração da base de
cálculo das participações.
A apuração das participações propriamente ditas está determinada pelo
art. 190 da Lei das S/A:
Art. 190. As participações estatutárias de empregados,
administradores e partes beneficiárias serão determinadas,
sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que
remanescerem depois de deduzida a participação
anteriormente calculada.
Apesar do art. 190, acima, não se referir às participações de
debenturistas, a doutrina é unânime em afirmar que a participação dos
debenturistas deve ser deduzida da base de cálculo das participações
posteriormente previstas (empregados, administradores e partes
beneficiárias).
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A primeira participação é a primeira participação que estiver prevista no
Estatuto da companhia, na seguinte ordem: debenturistas, empregados,
administradores e partes beneficiárias.
1.a) base de cálculo da primeira participação
A base de cálculo da primeira participação é:
. Lucro Antes dos Tributos (LAIR)
(-) Provisão para o IRPJ10
(-) Prejuízos acumulados (LPA – conta do PL – se o saldo for devedor)11
(=) base de cálculo da primeira participação
1.b) valor da primeira participação
. Base de cálculo da primeira participação
(*) coeficiente (previsto no estatuto)
(=) Valor da primeira participação
(2) cálculo das demais participações
2.a) base de cálculo da participação
. Base de cálculo da participação anterior
(-) Valor da participação anterior
(=) Base de cálculo da participação
10
A Lei das S/A somente se refere ao IRPJ e não se manifesta sobre a CSLL, mas a
doutrina entende que, também, seja deduzida do LAIR a CSLL, nesse sentido, citamos:
Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade. Rio de Janeiro – 2003 –
Impetus. Pp. 517-518.
11
Apesar das questões de prova, via de regra, somente pedirem que os prejuízos
acumulados sejam tratados como ajuste da base de cálculo da primeira participação,
em obediência ao texto da Lei das S/A, a doutrina entende que também devem ser
realizados outros dois ajustes: (a) a realização da reserva de reavaliação que não
transitou por resultado deve ser somada à base de cálculo e (b) os ajustes de
exercícios anteriores (somados à base de cálculo, se credores, ou subtraídos dela, se
devedores).
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Seja a empresa Tamancos & Tamancos S/A, que apurou um lucro
líquido do exercício, após a provisão para o Imposto de Renda e antes
de computadas as participações de R$ 2.200.000,00. Considerando que
os prejuízos acumulados de exercícios anteriores, ora compensados,
somaram R$ 200.000,00 e que as participações no resultado são
calculadas tendo como base 10% do lucro líquido do exercício após
computada a participação precedente, determine o valor a ser pago aos
seguintes participantes dos lucros da empresa Tamancos & Tamancos
S/A:
- debenturistas
- empregados
- administradores
- partes beneficiárias
Repare que, no caso, a primeira participação prevista é a de
debenturistas (as demais são empregados, administradores e partes
beneficiárias), portanto, vamos iniciar os cálculos pela participação de
debenturistas.
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Base de cálculo da primeira participação - debenturistas
Lucro após o Imposto de Renda 2.200.000,00 no caso, o valor já foi
fornecido deduzidos os
tributos
(-) prejuízos acumulados de exercícios anteriores (200.000,00)
(=) base de cálculo da participação de debenturistas 2.000.000,00
Valor da primeira participação - Debenturistas
(=) base de cálculo da participação de debenturistas 2.000.000,00
(x) percental da participação de debenturistas 10%
(=) participação de debenturistas 200.000,00
Base de cálculo da segunda participação - empregados
base de cálculo da participação de debenturistas 2.000.000,00
(-) participação de debenturistas (200.000,00)
(=) base de cálculo da participação de empregados 1.800.000,00
Valor da segunda participação - Empregados
(=) base de cálculo da participação de empregados 1.800.000,00
(x) percentual da participação de empregados 10%
(=) participação de empregados 180.000,00
Base de cálculo da terceira participação - Administradores
base de cálculo da participação de empregados 1.800.000,00
(-) participação de empregados (180.000,00)
(=) base de cálculo da participação de administradores 1.620.000,00
Valor da terceira participação - Administradores
(=) base de cálculo da participação de administradores 1.620.000,00
(x) percentual da participação de administradores 10%
(=) participação de administradores 162.000,00
Base de cálculo da quarta participação - Partes beneficiárias
base de cálculo da participação de administradores 1.620.000,00
(-) participação de administradores (162.000,00)
(=) base de cálculo da participação das partes beneficiárias 1.458.000,00
Valor da quarta participação - Partes beneficiárias
(=) base de cálculo da participação das partes beneficiárias 1.458.000,00
(x) percentual de participação das partes beneficiárias 10%
(=) participação de partes beneficiárias 145.800,00
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administradores, partes beneficiárias, e contribuição para previdência
privada dos empregados).
Saliente-se que, desde 2000, a ESAF tem sido consistente em utilizar o
termo “Lucro Líquido” em acepções diferentes, conforme o contexto:
Lucro Antes do IR, Lucro Após o IR e Lucro Líquido (propriamente dito).
Nesse sentido, a interpretação do termo deve ser feita à luz do
enunciado, sendo que a ESAF entende que:
- quando o “lucro líquido” é destinado ao IR/CSLL,
participações, reservas e dividendos, trata-se do lucro
antes do IR;
- quando o “lucro líquido” é destinado a participações,
reservas e dividendos, trata-se do lucro após o IR;
- quando o “lucro líquido” é destinado a reservas e
dividendos, trata-se do lucro líquido propriamente dito.
Em nosso exemplo inicial, considerando um Lucro (após os tributos) de
R$ 4.000,00, considerando apenas uma participação de empregados no
valor de R$ 1.000,00, teríamos Lucro Líquido de R$ 3.000,00, conforme
a seguir:
(= Lucro Líquido do período antes das participações (LApIR) 4.000,00
(-) Participação de debenturistas -
(-) Participações de empregados (1.000,00)
(-) Participações de administradores -
(-) Participações de partes beneficiárias -
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. Faturamento bruto -
(-) IPI faturado -
(=) Receita Bruta de Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou Serviços (RBV) 10.000,00
(-) vendas canceladas (1.000,00)
(-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais (500,00)
(-) impostos e contribuições incidentes sobre vendas e serviços
. ICMS (1.445,00)
. PIS/Pasep (55,25)
. Cofins (255,00)
. ISS -
(=) Receita Líquida de Vendas (RLV) 6.744,75
(-) Custo das Mercadorias ou produtos vendidos e/ou serviços prestados (3.735,00)
(=) Resultado Bruto (se positivo, lucro bruto - LB) 3.009,75
(-) despesas operacionais (1.011,00)
. despesas com vendas
. despesas gerais e administrativas
. despesas financeiras
. outras despesas operacionais
. Resultados negativos em participações societárias
. Variações monetárias passivas
(+) Outras Receitas Operacionais 1,25
. Receitas financeiras
. Resultados positivos em participações societárias
. Variações monetárias ativas
. Receitas de aluguél do permanente
(=) Resultado operacional líquido (se positivo, lucro operacional - LOp) 2.000,00
(-) Despesas não operacionais (9.000,00)
(+) Receitas não operacionais 12.000,00
(=) Resultado do período base antes da Contribuição Social e o Imposto de Renda (LAIR) 5.000,00
(-) Contribuição Social sobre o lucro (400,00)
(-) Provisão para o Imposto de Renda (600,00)
(=) Lucro Líquido do período antes das participações (LApIR) 4.000,00
(-) Participação de debenturistas
(-) Participações de empregados (1.000,00)
(-) Participações de administradores
(-) Participações de partes beneficiárias
(-) Contribuição para fundos de assistência e previdência social dos empregados
(=) Lucro líquido do período base (LL) 3.000,00
(/ ) Número de ações
(=) Lucro líquido por ação
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resultado do exercício, que evidencia os aumentos e reduções do
patrimônio em um determinado intervalo de tempo (o exercício).
Ocorre que os aumentos e reduções do patrimônio implicam a
modificação da quantidade de seus bens, direitos e obrigações. Ou seja,
o lucro líquido deve se agregar ao patrimônio ou ser distribuído aos
sócios.
Apenas uma parte do lucro líquido é distribuída para os proprietários da
empresa, em forma de dividendos. A maior parcela, normalmente, é
retida na empresa e reinvestida no negócio.
Assim do ponto de vista de seu objetivo, a Demonstração de lucros ou
prejuízos acumulados funciona como o “elo de ligação” entre a DRE e o
BP, conforme figura abaixo.
Ativo Passivo Ativo Passivo
BPf
------- PL BPi ------- PL
Exercício
Início Final
Despesas Receitas
DRE DLPA
-----
Saldo líquido (Receitas-Despesas)
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II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III - as transferências para reservas, os dividendos, a
parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim
do período.
§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão
considerados apenas os decorrentes de efeitos da
mudança de critério contábil, ou da retificação de erro
imputável a determinado exercício anterior, e que não
possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.
§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados
deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital
social e poderá ser incluída na demonstração das mutações
do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela
companhia.
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4.2 Estrutura da demonstração
Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados
. saldo do início do exercício
(+/-) ajustes de exercícios anteriores
efeitos na mudança de critérios contábeis
retificação de erros de exercícios anteriores
(=) saldo ajustado
(+/-) lucro (ou prejuízo) líquido do exercício após a provisão para o IR
(+) reversões e transferências de reservas
de contingências
de lucros a realizar
de lucros para expansão
reservas especiais para pagamento de dividendos
reservas de reavaliação
reservas de capital
(=) saldo à disposição da AGO
(-) proposta da administração de destinação dos lucros:
transferências para reservas
reserva legal
reservas estatutárias
reservas para contingências
reservas para plano de investimentos
reservas de lucros a realizar
reserva especial para pagamento de dividendos
dividendos a distribuir
parcela dos lucros incorporada ao capital
(=) saldo no encerramento do exercício
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4.3.1.2 Ajustes de exercícios anteriores
Os ajustes de exercícios anteriores consistem no item, da
demonstração, que requer mais atenção – para possa ser corretamente
entendido em termos de natureza e função. Trata-se de valores que,
por algum motivo, deveriam ter sido registrados como despesas ou
receitas em exercícios anteriores, mas que não o foram, e assim:
- uma receita de exercício anterior, caso tivesse sido
devidamente registrada, teria aumentado o lucro daquele
exercício que, no procedimento de fechamento de
exercício, seria transferido para a conta LPA, que teria
seu saldo majorado;
- uma despesa de exercício anterior, caso tivesse sido
devidamente registrada, teria reduzido o lucro daquele
exercício que, no procedimento de fechamento de
exercício, seria transferido para a conta LPA, que teria
seu saldo reduzido.
Ocorre que, como o próprio nome diz, a eventual receita ou despesa, a
ser ajustada, referir-se-ia a acontecimentos de exercícios já passados.
Apenas a título de recordação, lembramos que, quando apresentamos a
natureza das contas de resultado deixamos bem claro que essas contas
de resultado tinham seu período de vida limitado a um exercício
(período de 12 meses). Naquela oportunidade, comparamos as contas
de resultado a Replicantes,12 semelhantes em tudo a seres humanos
(até mesmo mais fortes e inteligentes), porém, com data marcada para
morrer.
Assim, as contas de resultado, encaradas como replicantes que servem
para armazenar informações sobre aumentos e reduções do patrimônio
ocorridos no exercício e que têm data para morrer (o final do exercício),
quando morrem, têm seu saldo zerado e sua alma (o valor líquido neles
registrado) vai para o céu (para o Patrimônio Líquido – lugar a que
pertencem), especificamente na conta LPA.
Ora, uma receita ou despesa de exercício anterior já está morta e não
pode mais ser registrada. Assim, a solução não é registrar a receita ou
a despesa a destempo, mas sim registrar no patrimônio (LPA) o
efeito que aquela receita ou despesa teria surtido, caso tivesse
sido tempestivamente registrada.
12
Replicantes são andróides – personagens do inesquecível filme da década de 80
Blade Runner (O Caçador de Andróides), estrelado pela Daryl Hanna, pelo Harisson
Ford e pelo Rutger Hauer.
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Assim, para uma receita não registrada, cujo lançamento seria o
seguinte:
D = caixa
C = a receita x
Deve ser registrado um crédito na conta LPA, pois esse seria o efeito
daquela receita (no patrimônio) caso, à época, tivesse sido registrada,
conforme abaixo:
D = caixa
C = a LPA x
Da mesma forma, para uma despesa não registrada, cujo lançamento
seria o seguinte:
D = despesa
C = a caixa y
Deve ser registrado um débito na conta LPA, pois esse seria o efeito
daquela despesa (no patrimônio) caso, à época, tivesse sido registrada,
conforme abaixo:
D = LPA
C = a caixa y
Em suma, os ajustes de exercícios anteriores são débitos ou créditos
lançados à conta LPA, por conta de receitas ou despesas pertencentes a
exercícios anteriores e, por algum motivo, não registradas no devido
momento.
Os ajustes de exercícios anteriores decorrem dos seguintes motivos: (1)
erro ou (2) mudança de critério contábil. A seguir, estudaremos cada
um deles.
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D = despesa
C = a caixa 1.400,00
Caso esse erro tivesse sido detectado no próprio exercício de 2004, a
retificação poderia ser realizada através de um lançamento de estorno
parcial, conforme a seguir:
D = caixa
C = a despesa 400,00
Mas, como isso não ocorreu no exercício de 2004, o lucro do período
ficou erroneamente registrado a menor, o tributo IRPJ foi erroneamente
registrado a menor e a conta LPA ficou também registrada a menor. Em
2005, identificado o erro, sua retificação é mandatória, mas não pode
ser realizada conforme acima demonstrado (diretamente na conta de
resultado), demandando um ajuste de exercícios anteriores na conta
LPA:
D = caixa
C = a LPA 400,00
Saliente-se que, no exemplo, houve cálculo do imposto a menor, por
suposição em R$ 60,00. Assim, um erro de exercício anterior, implicou
um segundo erro do exercício anterior e que também demanda
retificação (ajuste de exercícios anteriores na conta LPA):
D = LPA
C = a IR a pagar (PC) 60,00
13
Sobre o assunto, ver convenção da uniformidade, na aula 01 deste curso.
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naquele ano, ao final do período a situação patrimonial conjunta seria a
seguinte:
DORA
Ativo Passivo
TIDA
Ativo Passivo
----------- PL
Capital 1.000,00
Reservas 400,00
Despesas Receitas
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TIDA
Ativo Passivo
----------- PL
Capital 1.000,00
Reservas 400,00
Despesas Receitas
Rec X Desp Y
LL = 600,00
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DORA
Ativo Passivo
Result pos em
part soc ?
TIDA
Ativo Passivo
----------- PL
Capital 1.000,00
Reservas 1.000,00
Despesas Receitas
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D= Participações societárias 500,00
1- C=a diversos
C=a Resultados positivos em participações societárias - equivalência patrimonial 300,00
C=a Ajustes de exercícios anteriores - mudança de critério contábil 200,00
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4.3.2.3 Saldo à disposição da Assembléia-Geral de
acionistas
O valor do somatório: (1) do saldo inicial ajustado, (2) das reversões e
realizações de reservas e (3) do resultado líquido do exercício; resulta
no saldo à disposição da Assembléia-Geral de acionistas que, como
órgão máximo deliberativo de uma S/A, pode decidir o que fazer com
ele (dentro dos limites determinados pela Lei das S/A e o estatuto da
companhia), conforme proposta dos órgãos de administração.
4.3.3.1 Dividendos
Os dividendos, em sua acepção tradicional são “a parcela dos lucros que
cabe a cada ação”. A Lei das S/A, em seu art. 202, determina que os
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acionistas têm direito a receber uma parcela desse lucro e, portanto, os
dividendos a distribuir constituem a parcela do lucro que cabe à ação e
que deverá ser entregue ao acionista.
Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como
dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos
lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a
importância determinada de acordo com as seguintes
normas:
Nas sociedades Limitadas não existem exigências legais a serem
seguidas, ou seja, a distribuição dos lucros é realizada com ampla
liberdade. Nas S/A, ao contrário, existem regras – que serão estudadas
neste item da matéria.
Normalmente, os dividendos somente são pagos caso a sociedade tenha
auferido lucro no exercício. Excepcionalmente, isso pode não ocorrer,
pois, o estatuto pode estabelecer o pagamento de dividendos com base
em outros critério (por exemplo, parcela do capital, etc.) nesses casos,
os dividendos também podem ser pagos a conta de reservas. Nesse
sentido, a Lei das S/A determinou que:
Art. 201. A companhia somente pode pagar dividendos à
conta de lucro líquido do exercício, de lucros acumulados e
de reserva de lucros; e à conta de reserva de capital, no
caso das ações preferenciais de que trata o § 5º do artigo
17.
Pelo texto acima, depreende-se, e isso é importante, que não é
admissível o pagamento de dividendos com base em reservas de
reavaliação. Da mesma forma, os dividendos não podem ser
distribuídos mediante redução do capital, exceto se essa vantagem tiver
sido atribuída a ações preferenciais, conforme consta do § 3o do art. 17
da Lei das S/A:
§ 3o Os dividendos, ainda que fixos ou cumulativos, não
poderão ser distribuídos em prejuízo do capital social,
salvo quando, em caso de liquidação da companhia, essa
vantagem tiver sido expressamente assegurada.
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Os dividendos cumulativos são aqueles que ficam acumulados para
distribuição em exercícios posteriores, caso não haja lucros ou reservas
suficientes para o pagamento no período. Essa situação é típica de
companhias que têm previsão de pagamento de dividendos fixos ou
mínimos a ações preferenciais e que não o fazem, em determinado
período, porque esses dividendos (ainda que fixos ou mínimos) não
podem ser distribuídos em prejuízo do capital social.
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minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou da
maioria.
§ 2o Quando o estatuto for omisso e a assembléia-geral
deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre a matéria, o
dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte
e cinco por cento) do lucro líquido ajustado nos termos do
inciso I deste artigo.
§ 3o A assembléia-geral pode, desde que não haja
oposição de qualquer acionista presente, deliberar a
distribuição de dividendo inferior ao obrigatório, nos
termos deste artigo, ou a retenção de todo o lucro líquido,
nas seguintes sociedades:
I - companhias abertas exclusivamente para a captação de
recursos por debêntures não conversíveis em ações;
II - companhias fechadas, exceto nas controladas por
companhias abertas que não se enquadrem na condição
prevista no inciso I.
§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório
no exercício social em que os órgãos da administração
informarem à assembléia-geral ordinária ser ele
incompatível com a situação financeira da companhia. O
conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer
sobre essa informação e, na companhia aberta, seus
administradores encaminharão à Comissão de Valores
Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da
assembléia-geral, exposição justificativa da informação
transmitida à assembléia.
§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos
do § 4º serão registrados como reserva especial e, se não
absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes,
deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir a
situação financeira da companhia.
§ 6o Os lucros não destinados nos termos dos arts. 193 a
197 deverão ser distribuídos como dividendos.
A leitura do dispositivo acima não permite o entendimento imediato dos
conceitos nele tratados, até porque ele se refere a outros dispositivos
(notadamente os arts. 193 a 197 da Lei das S/A). Portanto, resta
necessária uma apresentação didática do cálculo do dividendo mínimo
obrigatório, que será realizada no item a seguir.
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Saliente-se que esse cálculo é resultante da aplicação da regra
introduzida pela Lei 10.303, de 2002, para apuração do valor do
dividendo mínimo obrigatório e que, até a presente data, em nossa
experiência de acompanhamento de questões de concurso, apenas o
conhecimento cálculo do valor provisório foi suficiente para acertar
todas as questões (o que não impede de, no futuro, a resolução de
questões mais complexas demandarem o conhecimento da regra por
completo). Assim, vamos à ela.
(1) Apuração do valor provisório do dividendo mínimo obrigatório – Val.
Prov.
Valor Provisório do dividendo mínimo obrigatório
. Base de cálculo -
(*) Coeficiente -
(=) Val. Prov. -
onde:
Base de cálculo ==> Lucro Líquido Ajustado
. Lucro Líquido
(+) Reversão de reservas para contingências
(-) Constituição de reservas para contingências
(-) Constituição de reserva legal
(=) Lucro Líquido Ajustado -
Coeficiente
a) no caso de determinação pelo estatuto: o percentual por ele determinado
b) no caso de estatuto omisso: 50%
c) no caso de omissão e posterior fixação pela Assembléia-geral de acionistas: no mínimo 25%
A fórmula acima proposta está de acordo com o art. 202 da Lei das S/A,
abaixo reproduzido em parte:
Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como
dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos
lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a
importância determinada de acordo com as seguintes
normas:
I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou
acrescido dos seguintes valores:
a) importância destinada à constituição da reserva legal
(art. 193); e
b) importância destinada à formação da reserva para
contingências (art. 195) e reversão da mesma reserva
formada em exercícios anteriores;
...
§ 2o Quando o estatuto for omisso e a assembléia-geral
deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre a matéria, o
dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte
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e cinco por cento) do lucro líquido ajustado nos termos do
inciso I deste artigo.
Para entender esse dispositivo é necessário considerar que:
(a) se o estatuto determinou algum percentual, ele é o que deve
prevalecer, pois trata-se de uma regra anterior à entrada de qualquer
acionista no quadro social da companhia;
(b) se o estatuto não determinou o percentual, a lei assim o faz – em
50% do lucro líquido ajustado e
(c) se o estatuto estava omisso (percentual de 50%) e a assembléia-
geral decide introduzir um outro percentual, isso “equivale a mudar a
regra do jogo com ele em andamento” e, nesse caso, a Lei das S/A
decidiu que esse percentual deveria ser de, no mínimo, 25%.
Houve muita discussão sobre a interpretação do caput do art. 202,
especificamente quando ele se refere à expressão “parcela dos lucros
estabelecida no estatuto”. A doutrina contábil entende que quando, no
art. 202, é utilizada a palavra “lucros” seu correto entendimento é no
sentido de “Lucro líquido ajustado”14, conforme proposto em nossa
tabela, acima.
(2) Apuração do valor definitivo – Div. Min. Obrig.
A apuração do valor definitivo, demanda a apresentação de dois
conceitos: (Lucros a realizar e Lucro realizado), para – em seguida – a
proposição de um algoritmo de apuração.
2.a) Lucro a Realizar
Lucros a realizar são aqueles já auferidos pela companhia (pelo regime
de competência), mas ainda não realizados (passíveis de transformação
em dinheiro no curto prazo). A Lei das S/A classifica como Lucros a
realizar o saldo credor de equivalência patrimonial e o ganho nas
operações para recebimento no longo prazo, conforme art. 197, em
parte transcrito abaixo:
Art. 197 - ...
I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial
(art. 248); e
II - o lucro, ganho ou rendimento em operações cujo prazo
de realização financeira ocorra após o término do exercício
social seguinte.
2.b) Lucro Realizado
14
Nesse sentido, ver Velter, Francisco e Missagia Luiz R. Manual de Contabilidade. Ed.
Impetus. Rio de Janeiro 2003. pp. 747.
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O Lucro realizado é a diferença entre o lucro líquido período e o lucro a
realizar, conforme definido no mesmo art. 197, em parte reproduzido a
seguir:
Art. 197 - ...
§ 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a
parcela do lucro líquido do exercício que exceder da soma
dos seguintes valores:
I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial
(art. 248); e
II - o lucro, ganho ou rendimento em operações cujo prazo
de realização financeira ocorra após o término do exercício
social seguinte.
2.c) Algoritmo proposto para cálculo do valor definitivo
Vistos os conceitos acima, apresentamos um algoritmo de apuração do
valor definitivo do dividendo mínimo obrigatório. Esse algoritmo,
baseado no texto da Lei das S/A, apóia-se na idéia de que somente será
obrigada a pagar dividendos a companhia que tiver lucro realizado
superior ao valor provisório do dividendo mínimo obrigatório (em caso
contrário, pode-se pagar apenas o valor do lucro realizado e reservar a
diferença).
Conceitos iniciais
Lucro a realizar
. a) saldo líquido positivo de equivalência patrimonial
(+) b) ganho em operações para receibmento no longo prazo
(=) Lucro a realizar -
Lucro Realizado
. Lucro Líquido do exercício
(-) Lucro a realizar -
(=) Lucro realizado -
Algoritmo
Se Val. Prov (menor ou igual a) Lucro realizado
Então há dinheiro para pgto do Val. Prov.
Div. Min. Obrig = Val Prov é obrigado a pagar todo o Val. Prov.
Reserva de lucros a realizar = 0 e não pode reservar nada
Senão não há dinheiro para pgto do Val. Prov.
Div. Min. Obrig = Val Prov pode-se pagar, mesmo assim, todo o Val. Prov.
Reserva de lucros a realizar = 0 e decidir não reservar nada
ou ou
Div. Min. Obrig = Lucro Realizado pode-se pagar somente o valor do Lucro realizado
Reserva de lucros a realizar = Val. Min. Obrig (-) Lucro e reservar a diferença entre o Val. Prov. e o Lucro Realizado em
Realizado Reserva de Lucros a Realizar (*)
(*) nesse caso, assim que o lucro for realizado, o respectivo dividendo deverá ser pago.
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Seja uma companhia que tenha apresentado os seguintes valores:
percentual de dividendo mínimo obrigatório no estatuto omisso
Lucro líquido do exercício 1.000.000,00
reserva legal constituída no exercício 50.000,00
reversão de reserva para contingências no exercício 100.000,00
constituição de reserva para contingências no exercício 150.000,00
resultado positivo de equivalência patrimonial 300.000,00
Nessa situação, qual seria o valor a ser destinado para dividendo
mínimo obrigatório? A solução demanda um cálculo em duas partes:
(1) valor provisório e (2) valor definitivo, conforme a seguir:
(1) Apuração do valor provisório do dividendo mínimo obrigatório – Val.
Prov.
Valor Provisório do dividendo mínimo obrigatório
. Base de cálculo 900.000,00
(*) Coeficiente 50%
(=) Val. Prov. 450.000,00
onde:
Base de cálculo ==> Lucro Líquido Ajustado
. Lucro Líquido 1.000.000,00
(+) Reversão de reservas para contingências 100.000,00
(-) Constituição de reservas para contingências (150.000,00)
(-) Constituição de reserva legal (50.000,00)
(=) Lucro Líquido Ajustado 900.000,00
Coeficiente
a) no caso de determinação pelo estatuto: o percentual por ele determinado
b) no caso de estatuto omisso: 50% <== é o caso
c) no caso de omissão e posterior fixação pela Assembléia-geral de acionistas: no mínimo 25%
50%
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Conceitos iniciais
Lucro a realizar
. a) saldo líquido positivo de equivalência patrimonial 300.000,00
(+) b) ganho em operações para receibmento no longo prazo 380.000,00
(=) Lucro a realizar 680.000,00
Lucro Realizado
. Lucro Líquido do exercício 1.000.000,00
(-) Lucro a realizar (680.000,00)
(=) Lucro realizado 320.000,00 menor do que o Val. Prov de R$ 450.000,00
Algoritmo
Se Val. Prov (menor ou igual a) Lucro realizado
Então há dinheiro para pgto do Val. Prov.
Div. Min. Obrig = Val Prov é obrigado a pagar todo o Val. Prov.
Reserva de lucros a realizar = 0 e não pode reservar nada
Senão não há dinheiro para pgto do Val. Prov.
Div. Min. Obrig = Val Prov 450.000,00 pode-se pagar, mesmo assim, todo o Val. Prov.
Reserva de lucros a realizar = 0 - e decidir não reservar nada
ou ou
Div. Min. Obrig = Lucro Realizado 320.000,00 pode-se pagar somente o valor do Lucro realizado
Reserva de lucros a realizar = Val. Min. Obrig (-) Lucro e reservar a diferença entre o Val. Prov. e o Lucro Realizado em
Realizado 130.000,00 Reserva de Lucros a Realizar (*)
(*) nesse caso, assim que o lucro for realizado, o respectivo dividendo deverá ser pago.
15
Nesse sentido, ver: Ferreira, Ricardo J. Contabilidade Avançada e Intermediária – 2a
ed. Rio de Janeiro – 2004. pp 450 – 451.
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5 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido –
DMPL
5.1 Finalidade da demonstração, conteúdo e previsão legal
A lei das S/A tornou obrigatória a Demonstração de lucros ou prejuízos
acumulados, permitindo, no entanto, que seus dados sejam incluídos na
Demonstração das mutações do Patrimônio líquido. Nesse caso, as
companhias ficam desobrigadas de elaboração e publicação da primeira
demonstração, posto que a segunda a compreende e tem maior
abrangência.
Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos
acumulados discriminará:
...
§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados
deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital
social e poderá ser incluída na demonstração das mutações
do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela
companhia.
Já a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio da Instrução CVM
n° 59, de 1986, exige que todas as companhias abertas elaborem e
publiquem a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Nela,
as contas componentes do Patrimônio Líquido podem ser agrupadas,
devendo essa circunstância ser indicada nas Notas Explicativas.
Por incluir todo o grupo “patrimônio líquido”, essa demonstração
evidencia as alterações sofridas em um período pelo capital próprio da
empresa, tais como:
- alterações do capital social: integralizações, incorporações
ou reduções;
- resultado obtido e sua destinação;
- formação e utilização de reservas;
- realização de reservas de reavaliação;
- ajustes de exercícios anteriores, etc.
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Essas colunas deverão manter a mesma ordem recomendada pela lei da
S/A para a apresentação do grupo no Balanço Patrimonial:
- capital;
- reservas de capital;
- reservas de reavaliação;
- reservas de lucro;
- lucros ou prejuízos acumulados.
A demonstração terá a forma a seguir, com tantas colunas quantas
sejam necessárias para que todas as contas representativas do capital
próprio sejam incluídas. Em nosso exemplo, trabalharemos com um
número reduzido, por razões didáticas.
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6 Resumo
a) Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
i) Finalidade da demonstração, conteúdo e previsão legal – a
DRE, prevista no art. 187 da Lei das S/A tem por finalidade a
apresentação estruturada das receitas e despesas
auferidas/incorridas no período.
ii) Estrutura da demonstração – a DRE está estruturada em três
grupos: (1) Início (“cabeça”); (2) meio (“meiuca”) E (3) fim
(“rabicho”).
iii) Elementos da DRE – RBV (-) deduções (=) RLV (-) CMV (=) LB
(-) Despesas operacionais (+) Receitas operacionais (=)LOp (-)
Despesas não operacionais (+) Receitas não operacionais (=)
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LAIR (-) Provisão para IRPJ e CSLL (=) LApIR (-) participações
(=) LL (/) n° de ações (=) lucro por ação.
(1) Faturamento x Receita Bruta de Vendas – O
faturamento (aquilo que a empresa cobra) inclui o IPI, que
está por fora do preço de venda e a Receita Bruta de Vendas
é o preço do produto ou mercadoria vendidos.
(2) Deduções da Receita Bruta de Vendas e Receita
Líquida de Vendas – são deduções da RBV as vendas
canceladas (antes da saída da mercadoria do
estabelecimento), as devoluções (ocorridas após essa
saída), os descontos incondicionais (dados no momento da
venda e não pendentes de qualquer evento futuro e incerto),
os abatimentos (reduções no preço por conta de pequenos
defeitos na mercadoria ou inconsistências entre o pedido e o
lote entregue) e, finalmente, os tributos sobre a venda
(ICMS, PIS/Pasep, Cofins e ISS). A Receita Líquida de
Vendas (RLV) é a diferença entre a RBV e as respectivas
deduções.
(3) Custo das mercadorias Vendidas (CMV), Custo dos
produtos vendidos (CPV), Custo dos serviços prestados
(CSP) e Resultado operacional bruto (Lucro Bruto – LB) – O
CMV (para empresas comerciais), o CPV (para empresas
industriais) e o CSP (para empresas prestadoras de serviço)
são o valor patrimonial daquilo que foi entregue ao cliente
quando da venda (de mercadorias, produtos ou serviços).
(4) Despesas e Receitas operacionais e Resultado
operacional líquido (LOp) – despesas operacionais são
aquelas habituais da empresa.
(a) Despesas operacionais: (1) comerciais, (2)
administrativas, (3) financeiras e (4) outras – entre as
despesas operacionais incluem-se as comerciais,
administrativas e financeiras. As outras despesas
operacionais alcançam as variações monetárias passivas
e os resultados negativos de participações societárias.
(b) Variações monetárias passivas e Resultados negativos
em participações societárias – as variações monetárias
passivas são reduções patrimoniais decorrentes de
reduções de direitos ou aumentos de obrigações
resultantes da variação de um índice econômico ou da
taxa de câmbio. Os resultados negativos de
participações societárias são aqueles decorrentes da
avaliação dos investimentos pelo método da equivalência
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patrimonial e, geralmente, ocorrem quando a empresa
investida tem seu patrimônio líquido minorado, por
experimentar prejuízos.
(c) Receitas financeiras – receitas financeiras são aquelas
decorrentes do valor do dinheiro no tempo (juros) e
podem, alternativamente, ser: (1) registradas como
dedução das despesas financeiras ou (2) em item próprio
do resultado operacional.
(d) Variações monetárias ativas e Resultados positivos em
participações societárias – variações monetárias ativas
são aumentos do patrimônio decorrentes de aumentos de
direitos ou reduções de obrigações resultantes da
variação de um índice econômico ou da taxa de câmbio.
Os resultados positivos em participação societária podem
ser aqueles decorrentes da avaliação dos investimentos
pelo método da equivalência patrimonial e, geralmente,
ocorrem quando a empresa investida tem seu patrimônio
líquido majorado, por auferir lucros. Pode também haver
receita de dividendos, decorrente de investimentos
avaliados pelo método do custo.
(e) Receitas de aluguel do permanente – são receitas de
bens do ativo permanente investimento que se
encontram alugados para terceiros.
(5) Receitas e Despesas não operacionais e Lucro antes
dos tributos (LAIR) – Receitas e despesas não operacionais
são itens eventuais (não esperados) do resultado e estão
relacionados com a alienação de ativo permanente.
(6) Provisão para IR e CSLL e Lucro após os tributos
(LApIR) – os tributos sobre o lucro devem ser a primeira
destinação do resultado.
(7) Participações no Resultado: (1) Debenturistas, (2)
Empregados, (3) Administradores, (4) Partes Beneficiárias e
(5) Contribuições para a previdência privadas dos
empregados – do Lucro após os tributos, deduzidos os
prejuízos acumulados, serão pagas participações (caso
previstas no estatuto), na ordem acima.
(8) Lucro líquido (LL) e Lucro líquido por ação – o lucro
líquido é o saldo final entre as contas de receita e despesa
demonstradas na DRE. Esse resultado, dividido pelo número
de ações emitidas pela empresa é o lucro líquido por ação.
b) Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados – DLPA
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i) Finalidade da demonstração, conteúdo e previsão legal – A
DLPA, prevista no art. 186 da Lei das S/A tem por finalidade
demonstrar a ligação entre o resultado e o patrimônio e seu
conteúdo é o conjunto de registros realizado na conta LPA, que
funciona como a “porta de entrada do resultado no patrimônio”.
ii) Estrutura da demonstração – a DLPA está estruturada da
seguinte forma – Saldo inicial (+-) ajustes de exercícios
anteriores (=) saldo ajustado (+) reversão/realização de
reservas (+-) resultado do exercício (=) saldo à disposição da
AGA (-) proposta de destinação (=) saldo final.
iii) Elementos da DLPA
(1) Saldo inicial, Ajustes e Saldo ajustado – o saldo inicial
é o saldo da conta LPA no início do exercício. Os ajustes de
exercícios anteriores são decorrentes de (a) erros ou (b)
mudança de critério contábil. O saldo ajustado nada mais é
do que o saldo inicial somado aos ajustes de exercícios
anteriores.
(2) Reversão/realização de reservas, LL – da DRE – e
Saldo à disposição da Asembléia-Geral de acionistas – a
reversão/realização de reservas aumenta o saldo da conta
LPA, portanto deve ser demonstrada em valores positivos.
O lucro líquido do exercício (oriundo da DRE) também deve
ser demonstrado em valores positivos, porém, caso a
empresa tenha sofrido prejuízo, esse valor será
demonstrado de forma negativa.
(3) Proposta de destinação: (1) dividendos, (2) reservas
de lucro e (3) incorporação ao capital social; e saldo final. –
a destinação do lucro deverá ser para os sócios (na forma de
dividendos), para manutenção no patrimônio da empresa,
destinado a um fim específico (na forma de reservas de
lucro) ou reinvestido pelos sócios na formação/reforço do
patrimônio da empresa. Essas destinações reduzem o saldo
da conta LPA e, portanto, devem ser demonstradas em
valores negativos.
c) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL
i) Finalidade da demonstração, conteúdo e previsão legal – a
DMPL não é obrigatória para todas as companhias e engloba
todos os dados da DLPA, tendo a mesma finalidade desta. Para
companhias abertas, a CVM obriga a apresentação da DMPL.
ii) Estrutura da demonstração – a DMPL apresenta as mutações
de todas as contas do PL e não somente da conta LPA, dando
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uma visão mais clara das origens e dos destinos patrimoniais
do resultado do exercício.
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Trata-se de uma questão típica de cálculo de participações no lucro e de
dividendos mínimos obrigatórios que, para sua resolução:
a) partiremos do lucro após os tributos
b) calcularemos o valor das participações
c) apuraremos o valor do lucro líquido do exercício
d) apuraremos o valor do dividendo mínimo obrigatório (repare
que, no caso, não há o que se falar em Reserva de Lucros a
Realizar – pelo enunciado da questão – o que facilita sua
resolução).
Base de cálculo da primeira participação - empregados
Lucro após o Imposto de Renda 160.000,00 no caso, o valor já foi
fornecido deduzidos os
tributos
(-) prejuízos acumulados de exercícios anteriores -
(=) base de cálculo da participação 160.000,00
Valor da primeira participação - empregados
(=) base de cálculo da participação 160.000,00
(x) percental da participação 5%
(=) participação 8.000,00
Base de cálculo da segunda participação - administradores
base de cálculo da participação anterior 160.000,00
(-) participação anterior (8.000,00)
(=) base de cálculo da participação 152.000,00
Valor da segunda participação - Administradores
(=) base de cálculo da participação 152.000,00
(x) percentual da participação 5%
(=) participação 7.600,00
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Valor Provisório do dividendo mínimo obrigatório
. Base de cálculo 140.000,00
(*) Coeficiente 50%
(=) Val. Prov. 70.000,00
onde:
Base de cálculo ==> Lucro Líquido Ajustado
. Lucro Líquido 144.400,00
(+) Reversão de reservas para contingências 2.000,00
(-) Constituição de reservas para contingências -
(-) Constituição de reserva legal (6.400,00)
(=) Lucro Líquido Ajustado 140.000,00
Coeficiente
a) no caso de determinação pelo estatuto: o percentual por ele determinado
b) no caso de estatuto omisso: 50% <== é o caso
c) no caso de omissão e posterior fixação pela Assembléia-geral de acionistas: no mínimo 25%
50%
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c) R$ 0,11 por ação.
d) R$ 0,09 por ação.
e) R$ 0,08 por ação.
Resolução e comentários
Trata-se de uma questão simples, que demanda apenas o conhecimento
da estrutura da DRE, a partir do lucro Operacional líquido.
DRE
Item Valor
...
Lucro Operacional Líquido 106.000,00
(-) despesas não operacionais
(+) receitas não operacionais 24.000,00
(=) Lucro antes do IR e da CSLL 130.000,00
(-) IR e CSLL (40.000,00)
(=) Lucro após o IR e a CSLL 90.000,00
(-) Participações (18.000,00)
debenturistas
empregados
administradores
partes beneficiárias
contribuição para a prev. Priv. Dos empreg.
(=) Lucro Líquido 72.000,00
(/) Número de ações 600.000,00
(=) Lucro por ação 0,12
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a) R$ 30.000,00.
b) R$ 22.500,00.
c) R$ 22.000,00.
d) R$ 21.800,00.
e) R$ 21.300,00.
Resolução e comentários
A resolução da questão demanda o conhecimento da estrutura da DRE,
determinada pelos arts. 187, 189 e 190 da Lei das S/A (Lei n° 6.404, de
1976, e alterações posteriores), a seguir reproduzidos:
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício
discriminará:
I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das
vendas, os abatimentos e os impostos;
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das
mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras,
deduzidas das receitas, as despesas gerais e
administrativas, e outras despesas operacionais;
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas
não operacionais;
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a
Renda e a provisão para o imposto;
VI - as participações de debêntures, empregados,
administradores e partes beneficiárias, e as contribuições
para instituições ou fundos de assistência ou previdência
de empregados;
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu
montante por ação do capital social.
...
Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes
de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a
provisão para o Imposto sobre a Renda.
Parágrafo único. o prejuízo do exercício será
obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas
reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem.
Participações
Art. 190. As participações estatutárias de empregados,
administradores e partes beneficiárias serão determinadas,
sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que
remanescerem depois de deduzida a participação
anteriormente calculada.
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Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das participações
dos administradores e das partes beneficiárias o disposto
nos parágrafos do artigo 201.
Assim, conclui-se que :
a) A ordem de pagamento de participações é: (1) debenturistas,
(2) empregados, (3) administradores, (4) partes beneficiárias e
(5) contribuições para instituições ou fundos de assistência ou
previdência de empregados.
b) A base de cálculo da primeira participação será sempre o valor
do lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) deduzido da
provisão para o IR/CSLL e dos eventuais prejuízos acumulados;
ao passo que o valor desta primeira participação será o
resultado da multiplicação da base de cálculo pelo percentual
definido no estatuto (constante do enunciado).
c) A base de cálculo das demais participações (exceto a
contribuição para instituições ou fundos de assistência ou
previdência de empregados – para a qual não há regra definida
na Lei das S/A) será sempre o valor da base de cálculo da
participação anterior, deduzido do valor da própria participação
anterior; ao passo que o valor das demais participações será o
resultado da multiplicação de sua base de cálculo pelo
respectivo percentual definido no estatuto (que também deverá
constar do enunciado).
Sendo a participação de empregados a primeira e não havendo prejuízos
acumulados – seu valor equivale a 10% (*) [ Lucro antes do IR (-) IR ].
O grande problema existente em sua resolução não deriva de nenhum
conceito contábil, mas do Português: a interpretação do texto do
enunciado é a dificuldade. Desde há muito, a ESAF tem sido consistente
em tratar pelo termo “lucro líquido” os conceitos de Lucro Antes do IR,
Lucro Após o IR e Lucro Líquido (propriamente dito).
Como isto - apesar de tecnicamente incorreto - tem sido uma constante,
vamos resolver a questão sempre interpretando a expressão “lucro
líquido” conforme abaixo:
- quando o “lucro líquido” é destinado ao IR/CSLL, participações,
reservas e dividendos, trata-se do lucro antes do IR;
- quando o “lucro líquido” é destinado a participações, reservas e
dividendos, trata-se do lucro após o IR;
- quando o “lucro líquido” é destinado a reservas e dividendos,
trata-se do lucro líquido propriamente dito.
No caso, o “lucro líquido” foi destinado a tributos e participações,
portanto será considerado o Lucro antes do IR.
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Considerando Lucro Líquido como sendo o Lucro antes do IR, temos:
DRE
Item Valor
...
Lucro Operacional Líquido
(-) despesas não operacionais
(+) receitas não operacionais
(=) Lucro antes do IR e da CSLL 300.000,00
(-) IR e CSLL (75.000,00)
(=) Lucro após o IR e a CSLL 225.000,00
(-) Participações
debenturistas -
empregados 22.500,00
administradores
partes beneficiárias
contribuição para a prev. Priv. Dos empreg.
(=) Lucro Líquido
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Após a contabilização nos termos indicados, pode-se dizer que o lucro
remanescente desse exercício, transferido para a conta patrimonial
Lucros Acumulados, teve o valor de
a) R$ 171.000,00.
b) R$ 170.000,00.
c) R$ 146.700,00.
d) R$ 145.900,00.
e) R$ 145.000,00.
Resolução e comentários
Mais uma vez, a ESAF se refere ao lucro antes do imposto de renda
utilizando a expressão “lucro líquido”, como isto - apesar de
tecnicamente incorreto - tem sido uma constante, vamos resolver a
questão sempre interpretando a expressão “lucro líquido” conforme
abaixo:
- quando o “lucro líquido” é destinado ao IR/CSLL, participações,
reservas e dividendos, trata-se do lucro antes do IR;
- quando o “lucro líquido” é destinado a participações, reservas e
dividendos, trata-se do lucro após o IR;
- quando o “lucro líquido” é destinado a reservas e dividendos,
trata-se do lucro líquido propriamente dito.
No caso, o “lucro líquido” será considerado como o Lucro antes do IR.
DRE Obs.
...
Lucro antes do IR e CSLL 250.000,00
Provisão para IR e CSLL (50.000,00)
Lucro após o IR e CSLL 200.000,00
(-) participações
debenturistas -
empregados (10.000,00) 10% * (lucro após o IR e CSLL (-) prej. Acumulados)
administradores (19.000,00) 10% * (base de cálculo da part. Empregados (-) part. Empregados)
partes beneficiárias -
(=) Lucro Líquido 171.000,00 a ser transferido para o PL
DLPA Obs.
Saldo inicial 800.000,00
...
(=) Lucro Líquido 171.000,00
(-) Reserva Legal (8.000,00)
(-) Reserva Estatutária (17.100,00)
Obs. Lucro (-) Reservas 145.900,00
(=) Saldo Final 945.900,00
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Repare que todo o cálculo da DLPA era desnecessário para a solução da
questão.
Gabarito
A
7.2.1 ICMS - MS
Enunciado
Abaixo estão listados cinco conjuntos de contas. Um deles contam
apenas contas representativas de receitas que não transitam pela
Demonstração do Resultado do Exercício – DRE. Assinale essa opção.
a) Reservas de Capital, Variações Cambiais Ativas, Ganhos
em Participações Societárias.
b) Lucro na Venda de Ativos, Doações para Investimentos,
Vendas Canceladas.
c) Receita não-operacional, Impostos sobre Vendas, reservas
de Capital.
d) Ganhos em Participações societárias, Ganhos de Capital,
Reversão de Provisões.
e) Ágio na Emissão de Aços, Doações e Subvenções para
Investimentos, Alienação de Partes Beneficiárias.
Resolução e comentários
De início, cabe comentar que o examinador utilizou de um vocabulário
não convencional, pois: (1) se há receitas, elas devem constar da DRE,
(2) senão constarem da DRE, não serão receitas. Assim, seria mais
correto que o examinador utilizasse a expressão “contas representativas
de aumentos patrimoniais que não transitam pelo resultado”. De
qualquer maneira, o significado do enunciado é claro, trata-se de conta
que não transita pelo resultado – característica de reserva de capital,
conforme já visto neste curso:
As Reserva de Capital são valores entregues
graciosamente à empresa por sócios ou outros
interessados em “participar da festa”, ou seja,
interessados em participar (de alguma forma) dos lucros
da empresa.
Tais valores, que são entregues graciosamente à empresa
por pessoas nela interessadas, aumentam seu patrimônio
e, portanto, via de regra, deveriam ser registrados como
receita da empresa (débito em caixa e crédito em receitas
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de doação), passando a compor o Patrimônio Líquido
somente ao final do exercício (quando do seu fechamento).
Entretanto, por se tratar de um “pedágio para entrar na
festa” esse aumento patrimonial é registrado diretamente
dentro do Patrimônio Líquido, sem transitar por conta de
resultado, como Reserva de Capital.
O motivo para que a Lei das S/A tivesse determinado esse
tratamento às Reservas de Capital é decorrente de uma
decisão política (de incentivo à capitalização das
empresas16) porque os valores registrados como Reservas
de Capital – apesar de consistirem em aumento de
patrimônio (que subsume-se ao conceito de renda) – não
são consideradas receitas e, portanto, não influenciam o
valor das participações no resultado, dos dividendos e não
são tributado pelo Imposto de Renda da Pessoa Jurídica.
As reservas de capital estão prevista no art. 182 da Lei das S/A:
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante
subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.
§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas
que registrarem:
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o
valor nominal e a parte do preço de emissão das ações
sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada
à formação do capital social, inclusive nos casos de
conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus
de subscrição;
c) o prêmio recebido na emissão de debêntures;
d) as doações e as subvenções para investimento.
§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o
resultado da correção monetária do capital realizado,
enquanto não-capitalizado.
§ 3° Serão classificadas como reservas de reavaliação as
contrapartidas de aumentos de valor atribuídos a
elementos do ativo em virtude de novas avaliações com
base em laudo nos termos do artigo 8º, aprovado pela
assembléia-geral.
§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas
constituídas pela apropriação de lucros da companhia.
Nas alternativas da questão, apenas a letra E apresenta somente
reservas de capital.
Gabarito
16
Partindo-se do pressuposto de que, quanto mais dinheiro nas empresas, mais
empregos serão gerados e melhor funcionará a economia do país.
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E
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- subtraído do lucro realizado.
OBS.: a constituição desta reserva não é obrigatória.
c) utilização da reserva de lucros a realizar
- na realização dos respectivos lucros;
- para o pagamento de dividendos.
Quais porém são os valores que integram o resultado do exercício e
podem ser considerados lucros a realizar?
Segundo o disposto no parágrafo único do artigo 197 da lei 6.404/76,
considera-se lucro a realizar:
- o saldo da conta de resultado da correção monetária, quando
credor – derrogado
- a contrapartida do aumento de valor dos investimentos em
coligadas e controladas, quando avaliados pelo método da
equivalência patrimonial;
- o lucro nas vendas a prazo, quando o recebimento do preço
realizar-se após o término do exercício social seguinte.
Em tais casos, embora economicamente realizados, ou seja, não
obstante terem integrado o resultado do exercício, tais parcelas carecem
de realização financeira.
Assim, a referida reserva de lucros a realizar, assim como todas as
demais reservas de lucro, são revertidas para a conta LPA (Lucro e
Prejuízos Acumulados). A especificidade dessa reserva é que o
momento de sua reversão é o momento da realização financeira do
lucro.
Gabarito
B
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RESOLUÇÃO CFC N.º 751/93 - Dispõe sobre as Normas Brasileiras de
Contabilidade.
RESOLUÇÃO CFC N.º 774/94 - Aprova o Apêndice à Resolução sobre os
Princípios Fundamentais de Contabilidade.
DELIBERAÇÃO CVM N 29-1986 - objetivos da Contabilidade.
Decreto 3.000, de 1999 – Regulamento do Imposto de Renda.
8.3 Livros
Iudícibus, Sérgio de; Martins, Eliseu e Gelbke, Ernesto Rubens Gelbcke.
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – FIPECAFI. Ed.
Atlas. São Paulo – 4a edição – 1995.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Básica. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Avançada. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Gonçalves, Eugênio Celso e Baptista, Antônio Eustáquio. Contabilidade
Geral. Ed. Atlas. São Paulo – 2a edição – 1994.
Silva, Benedito Gonçalves da. Contabilidade Geral. Ed. Meta – 2a edição
– 1994.
Ferrari, Ed Luiz, Contabilidade Geral: teoria e 950 questões – Rio de
Janeiro: Elsevier 2006.
Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade – Rio de
Janeiro: Impetus, 2003.
Ferreira, Ricardo J. Contabilidade avançada e intermediária – 2. ed. –
Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2004.
Santos, Luiz Eduardo. Contabilidade: Resoluções e comentários de
Questões da ESAF. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
8.4 Internet
www.planalto.gov.br
www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.gov.br
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1 Roteiro
Nesta última aula sobre demonstrações contábeis, já tendo sido
estudado – por completo – o Balanço Patrimonial, a DRE e a
DLPA/DMPL, apresentaremos a Demonstração de Origens e Aplicação de
Recursos – DOAR, estudando cada um de seus detalhes.
Portanto, neste ponto da matéria, serão apresentados em especial, cada
um dos itens a seguir relacionados:
1) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR
a) Conceitos iniciais: Capital Circulante líquido – CCL, Origens e
Aplicações
b) Conteúdo e estrutura da demonstração, conforme previsão legal
c) Análise didática da estrutura da demonstração
d) Elementos da DOAR
i) Recursos originados das operações da própria empresa - Lucro
Líquido ajustado
(1) Lucro líquido do período – receitas (-) despesas
(2) Ajustes ao lucro líquido – Receitas e despesas que não
influenciam o CCL – e Lucro líquido ajustado
(a) Depreciação / amortização / exaustão
(b) Resultados de exercícios futuros
(c) Ajustes decorrentes de investimentos avaliados pelo
método da equivalência patrimonial
(d) Provisão para perdas em investimentos permanentes
ou de longo prazo
(e) Variações monetárias (ativas e passivas) de longo
prazo.
(f) Ajustes de exercícios anteriores – que afetam o CCL
(g) Ganho/perda de capital na alienação de bens do
permanente (eventualmente)
(3) Lucro líquido ajustado
ii) Recursos originados do sócios
(1) Realização de capital
(2) Contribuições para Reservas de capital
iii) Recursos originados de terceiros
(1) Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo
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(2) Redução do Ativo Realizável a Longo Prazo
(3) Alienação de investimentos permanentes e de bens do
imobilizado
iv) Total das origens
v) Aplicações de recursos decorrentes da atividade da própria
empresa para os sócios
vi) Aplicações de recursos para terceiros
(1) Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo
(2) Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo
(3) Aquisição de bens do imobilizado e de investimentos
permanentes
(4) Aumento do ativo diferido
(5) Outras aplicações – redução do capital e aquisição de
ações em tesouraria
vii) Total das aplicações
viii) Total das origens (-) aplicações (=) Variação do CCL
2 Introdução
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR – é uma
demonstração de extrema relevância, tanto do ponto de vista do
entendimento do sistema de informações patrimonial (Contabilidade)
quanto do ponto de vista de questões para concurso.
Sob o prisma do patrimônio, a DOAR permite uma análise da situação
de liquidez da empresa, ou seja, permite verificar com que facilidade
uma empresa pode quitar suas obrigações com a utilização de seus bens
e direitos de curto prazo (“folga de curto prazo”), ou seja, se a empresa
está ampliando ou reduzindo sua capacidade de pagamento a curto
prazo. A análise da DOAR permite, ainda, verificar quais as operações
que geraram essa “folga de curto prazo”, evidenciando a política de
financiamentos e investimentos da empresa. Assim, como finalidade, a
DOAR se constitui num relatório eminentemente financeiro.
Com relação ao concurso público, faz-se necessário dizer que a DOAR é
muito mal compreendida (por candidatos), sendo que alguns preferem
não estudar o assunto e, eventualmente, perder uma ou duas questões
na prova. Ora, acertar ou errar uma ou duas questões na prova pode
ser a diferença entre a aprovação e a reprovação no concurso e,
conforme será visto a seguir, o entendimento (e memorização) da DOAR
– segundo a maneira didática aqui proposta – é simples, lógico e
permite resolver (com facilidade) as questões de prova.
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3 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
– DOAR
3.1 Conceitos iniciais: Capital Circulante líquido – CCL, Origens e
Aplicações
O estudo da DOAR demanda a apresentação de alguns conceitos iniciais,
que estão apresentados em qualquer bom livro de contabilidade, são
eles:
a) Capital Circulante Líquido – CCL, definido como a diferença
entre o Ativo Circulante (AC) e o Passivo Circulante (PC)1,
conforme a seguir representado:
CCL (=) AC (-) PC
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
1
O CCL, conceituado como a diferença de valores entre o AC e o PC, é utilizado para
evidenciar a “folga de curto prazo” – aquilo que sobra para a entidade, considerando
seus recursos realizáveis no curto prazo, depois do pagamento das obrigações de curto
prazo. Importante lembrar que este é um conceito eminentemente financeiro, pois o
fato de haver CCL positivo (folga de curto prazo) não significa, necessariamente, que a
empresa seja lucrativa, ou vice-versa.
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3.2 Conteúdo e estrutura da demonstração, conforme previsão
legal
A Lei das S/A discriminou expressamente os dados a serem
demonstrados (relativos a modificações na posição financeira da
companhia) na DOAR, estabelecendo, nos incisos de seu artigo 188, que
sejam evidenciadas as variações do capital circulante líquido com
discriminação das origens e aplicações de recursos, conforme a seguinte
estrutura:
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de
recursos indicará as modificações na posição financeira da
companhia, discriminando:
I - as origens dos recursos, agrupadas em:
a) lucro do exercício, acrescido de depreciação,
amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos
resultados de exercícios futuros;
b) realização do capital social e contribuições para reservas
de capital;
c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo
exigível a longo prazo, da redução do ativo realizável a
longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do
ativo imobilizado.
II - as aplicações de recursos, agrupadas em:
a) dividendos distribuídos;
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos
investimentos e do ativo diferido;
d) redução do passivo exigível a longo prazo.
III - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em
relação às aplicações, representando aumento ou redução
do capital circulante líquido;
IV - os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e
passivo circulantes, o montante do capital circulante
líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício.
Para quem não conhece, parece loucura! De uma maneira, em
princípio, ilógica, a estrutura da DOAR não comporta nenhum elemento
do AC ou do PC. Em outras palavras, a DOAR é uma demonstração que
se destina a mostrar a evolução do CCL, mas que não apresenta
qualquer item que o componha.
A seguir, para confirmar essa aparente incoerência, analisaremos cada
uma das contas, ou grupo de contas, referenciadas na estrutura da
DOAR, prevista no art. 188 da Lei das S/A:
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- entre as origens, nenhuma das contas (ou grupo de contas)
referenciadas faz parte do CCL:
a) o lucro do exercício não faz parte do CCL, nem sequer é
composto por contas patrimoniais, pois é formado por
contas de resultado, apresentadas na DRE;
b) a depreciação, a amortização ou a exaustão também
não fazem parte do CCL, são contas de resultado
(apresentadas na DRE)
c) os resultados de exercícios futuros, da mesma forma,
não fazem parte do CCL, sendo contas de passivo (em
sentido amplo);
d) o capital social e as reservas de capital não são contas
do CCL, pois pertencem ao patrimônio líquido - PL;
e) o passivo exigível a longo prazo - PELP é um grupo
patrimonial que está fora do CCL, o ativo realizável a
longo prazo – ARLP também é um grupo patrimonial que
se encontra alheio ao CCL, assim como os subgrupos do
ativo permanente investimentos e imobilizado
- da mesma forma, com relação às aplicações, nenhuma das contas (ou
grupo de contas) referenciadas faz parte do CCL:
a) os dividendos distribuídos são registrados a crédito de
LPA e, assim, consistem em reduções do Patrimônio
líquido – PL;
b) o passivo exigível a longo prazo - PELP é um grupo
patrimonial que está fora do CCL, o ativo realizável a
longo prazo – ARLP também é um grupo patrimonial
que se encontra alheio ao CCL, assim como os subgrupos
do ativo permanente investimentos, imobilizado e
diferido.
Em que pese o fato de que nenhuma das origens e aplicações estejam
demonstradas pelos respectivos valores dos aumentos de contas do AC
ou do PC, o somatório dos montantes atinentes aos itens que, de acordo
com a estrutura da demonstração, compõem origens e aplicações, é
numericamente igual à variação do CCL ( CCL(f) (-) CCL(i) ).
Parece mágica! Nesse momento, temos duas alternativas para o estudo
dessa demonstração:
- não ligar para mais nada, decorar e acertar questões sem
entender o porquê; ou
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- analisar a razão pela qual ocorre essa aparente
incoerência (neste curso, optaremos pela segunda
alternativa).
Em obediência à Lei das S/A, utilizaremos, em nosso estudo, a estrutura
proposta no art. 188, acima apresentado, com pequenos acréscimos
(propostos pela doutrina contábil majoritária), que serão justificados um
a um.
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Colocada essa premissa inicial, podemos desenvolver o raciocínio que
permite o entendimento da filosofia da elaboração da DOAR.
1 - Todos sabemos que não é permitido olhar o que está dentro da bolsa
de qualquer de qualquer jovem senhora, levaríamos um tapa na cara.
Da mesma forma, no processo de elaboração da DOAR, não poderemos
olhar especificamente para os itens que compõem o CCL – tanto isso é
verdade que nenhum deles consta da estrutura da demonstração.
2 – Mas como demonstrar o que aconteceu com o conteúdo interno da
“bolsa” sem poder olhar o que está dentro dela? Ou, em outras
palavras, como demonstrar a evolução do CCL no exercício sem analisar
o comportamento de cada um de seus elementos patrimoniais
componentes?
3 - A resposta é simples: temos que “monitorar” o que aconteceu fora
da “bolsa”, para deduzir o que aconteceu com o que estava dentro dela.
Assim, observando atentamente o que ocorre “fora da bolsa”, podemos
deduzir o que aconteceu com o seu conteúdo:
a. se, por acaso, a nossa personagem entrar em uma loja de
roupas, e sair dela com uma sacola de compras,
saberemos que o total de recursos na bolsa diminuirá (pois
a aquisição de roupas novas implica pagamento – saída de
dinheiro da “bolsa” – ou o surgimento de uma nova
obrigação – contas a pagar, na “bolsa”);
b. da mesma forma, se ela entrar em um cabeleireiro e sair
com os cabelos de outra cor, deduziremos que o total de
recursos da bolsa diminuirá (pois a despesa com
cabeleireiro implica pagamento ou surgimento de
obrigações – o que reduz o valor da “bolsa”);
c. ao contrário, se ela entrar em um caixa eletrônico, para
efetuar um saque, o total de recursos da bolsa aumentará
(pois a contratação de um empréstimo para pagamento
após o curto prazo – após o passeio matinal – implica
recebimento de dinheiro, o que aumenta o valor da
“bolsa”).
É justamente isto que a demonstração DOAR faz, registra o que ocorreu
com elementos de fora do CCL, permitindo que se deduza o que ocorreu
com o CCL.
Agora, estamos em condições de analisar a razão dos termos origem e
aplicações:
- ORIGENS (aumentos do CCL) – na verdade são as
contrapartidas (créditos) dos débitos que causam o aumento do
CCL;
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- APLICAÇÕES (reduções do CCL) – na verdade são as
contrapartidas (débitos) dos créditos que causam a redução do
CCL.
Repare que, por esta abordagem, os conceitos de crédito e débito estão
de acordo com os conceitos tradicionais de aplicação e origem, vistos
anteriormente2. Já foi visto que, por conta do método das partidas
dobradas: (1) para cada débito – aplicação – há um crédito – origem –
de igual valor e que (2) o valor do ativo – total de aplicações – é igual
ao valor do passivo (em sentido amplo) – total de origens.
A seguir, representamos matematicamente a igualdade acima descrita:
6 conclui-se que:
CCL (=) PELP (+) REF (+) PL (-) ARLP (-) AP
2
Conforme aula 03 deste curso.
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b) considerar que a DOAR tem por objetivo “apresentar a
evolução do conteúdo interno de uma bolsa, através da
explicitação dos fatos ocorridos por fora da bolsa”.
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d) Aumento do ativo diferido
e) Outras aplicações – redução do capital e aquisição de ações em
tesouraria
3) Total das origens (-) Total das aplicações
4) Variação do CCL - CCLfinal (-) CCLinicial
3
Nesse sentido, recomendamos a leitura do item que trata da DRE.
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Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Receita X
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Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Despesa Y
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Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Despesa Y Receita X
---------
Lucro líquido Z
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Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de
recursos indicará ...:
I - as origens dos recursos, agrupadas em:
a) lucro do exercício, acrescido de depreciação,
amortização ou exaustão...;
Apenas para fins de esclarecimento cabe lembrar o conceito de
depreciação, amortização e de exaustão: (1) A depreciação é a perda do
valor de um bem por uso, desgaste ou obsolescência; (2) A amortização
é a perda do valor de um elemento patrimonial que tenha prazo
determinado de utilização – pela passagem desse prazo e (3) A
exaustão é a perda do valor de um elemento patrimonial quando o seu
uso regular implica sua parcial destruição.
Os encargos de depreciação, amortização ou exaustão são registrados
como conta de resultado, a crédito de conta retificadora do ativo,
conforme lançamento exemplificativo a seguir:
D= despesa com encargos de depreciação/amortização/exuastão
1 - C = a depreciação/amortização/exuastão acumulada y
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
(-) dep. Ac. y Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Despesa Y
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Para exemplificar a questão, considere uma Demonstração do Resultado
do exercício simplificada, conforme a seguir:
Demonstração do Resultado do Exercício
Item Valor
RBV 10.000,00
(-) CMV (4.000,00)
(=) LB 6.000,00
(-) despesas financeiras (2.000,00)
(-) encargos de depreciação (1.000,00)
(=) Lucro Operacional 3.000,00
(-) IR/CSLL (800,00)
(=) LL 2.200,00
De maneira simplista, se considerássemos que “todas as despesas vão
para a bolsa” e que “todas as receitas saem da bolsa”, concluiríamos
que o valor do Lucro líquido (de R$ 2.200,00) teria ido “todo para a
bolsa”. Entretanto, vamos analisar cada uma das receitas e despesas
componentes da DRE apresentada, para identificar se alguma delas
deve ser objeto de ajuste ao lucro líquido:
a) a Receita bruta de vendas (RBV – no valor de R$
10.000,00) efetivamente “vai para a bolsa”, portanto, não
há qualquer ajuste a fazer com relação a esse item
componente do Lucro Líquido do exercício;
b) o custo da mercadoria vendida (CMV – no valor de R$
4.000,00) é lançado a crédito da conta estoques
(pertencente ao AC) e, assim, reduz efetivamente o CCL,
ou seja, “sai da bolsa”, portanto, da mesma forma, não há
necessidade de ajuste com relação a esse item;
c) as despesas financeiras efetivamente reduzem o CCL e,
portanto, não demandam ajustes ao lucro líquido;
d) os encargos de depreciação não são registrados a crédito
de conta do CCL, mas a crédito de conta do Ativo
permanente e, assim, não reduzem o CCL, mas o Ativo
permanente e, portanto, demandam um ajuste: (1) esses
encargos reduziram o lucro líquido, mas (2) não “saíram
da bolsa”, conseqüentemente (3) devem ser somados ao
lucro líquido para apuração do “valor que efetivamente foi
para a bolsa, a partir do lucro líquido”.
e) Os valores do IR e CSLL aumentam o PC e, assim,
reduzem o CCL, portanto, não há necessidade de qualquer
ajuste quanto a esses itens.
Dessa forma, a partir do lucro líquido do exercício (no valor de R$
2.200,00) conclui-se que efetivamente “foi para a bolsa” o valor de R$
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3.200,00, que seria o valor do lucro líquido caso não tivesse ocorrido a
despesa de depreciação. Assim, o ajuste necessário é o de soma do
valor de R$ 1.000,00 (relativo ao encargo de depreciação) ao valor de
R$ 2.200,00 (relativo ao lucro líquido do exercício).
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Tamancos S/A se compromete a entregar a fazenda, “de porteira
fechada”, ao interessado por esse prazo.
Repare que no patrimônio da empresa surge dinheiro (R$ 50.000,00),
mas não surge uma obrigação (de dar algo – porque a fazenda já foi
entregue, de fazer algo – porque a única coisa que deve ser feita é
esperar os cinco anos, nem de devolver o dinheiro). Assim, parece que
o patrimônio aumentou, mas – pelo regime de competência – isso ainda
não ocorreu. Dessa forma, a contrapartida do valor recebido se
enquadra, perfeitamente, na definição de Resultados de Exercícios
futuros.
O lançamento referente a esse fato contábil é o seguinte:
D = Caixa (ou Bancos)
1 - C = a Receitas antecipadas de arrendamento (REF) 50.000,00
Nesse primeiro momento houve entrada de valores no CCL, ou seja “o
aumento do REF foi para a bolsa”, mas a respectiva receita (que
aumentaria o Lucro líquido do exercício) ainda não foi registrada,
conforme ilustrado na figura a seguir:
Ativo Passivo
AC 50.000,00 PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF 50.000,00
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Despesa - Receita -
---------
Lucro líquido -
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à medida que o tempo for passando, que o valor antes recebido deverá
ser registrado com receita de arrendamento auferida, em contrapartida
dos Resultados de Exercícios Futuros.
O lançamento relativo à apropriação do resultado é o seguinte:
D = Receitas antecipadas de arrendamento (REF)
2 - C = a Receitas de arrendamento 10.000,00
Nesse segundo momento, não houve entrada de qualquer valor no CCL,
pois os valores todos já haviam sido antecipadamente recebidos (no
primeiro momento). Entretanto, houve registro da respectiva receita,
que aumentou o Lucro líquido do exercício sem ter ido – nesse segundo
momento – “para a bolsa”, conforme ilustrado na figura a seguir:
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF 40.000,00
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Despesa 0 Receita 10.000,00
---------
Lucro líquido 10.000,00
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Esse ajuste não é previsto pela Lei das S/A. Entretanto, pela lógica,
deve ser realizado.
Relembrando, o método da equivalência patrimonial consistem em
atualização (a cada período) do valor do valor da participação societária,
classificada no Ativo permanente investimentos da empresa investidora,
em função do aumento ou redução do Patrimônio líquido da empresa
investida, com contrapartida em contas de resultados receitas ou
despesas (resultados positivos, ou negativos, em participações
societárias, conforme visto no estudo da DRE).
Os lançamentos relativos ao método da equivalência patrimonial são os
seguintes:
a) no caso de resultados positivos
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
Part. Societ. Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Receita X
D = Participações societárias
C = a Resultados positivos em participações societárias - equivalência patrimonial x
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Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
Part. Societ. Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Despesa y
4
Conforme detalhadamente discutido na aula 06 deste curso.
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(alternativamente, uma conta retificadora do ativo ou de
passivo);
b) a reversão da provisão é registrada a crédito de uma conta
de resultado, de natureza credora (receita de reversão de
provisão), e a débito da conta de natureza credora
(alternativamente, uma conta retificadora do ativo ou de
passivo) – reduzindo seu saldo.
No caso de uma provisão do ativo circulante (retificadora) ou do passivo
circulante ser constituída ou revertida, não há o que se falar em ajuste,
para elaboração da DOAR pois: (1) na constituição da provisão haverá o
registro de uma despesa e a conseqüente redução do CCL (por redução
do AC ou aumento do PC); e (2) na reversão da provisão haverá o
registro de uma receita com a conseqüente majoração do CCL (por
aumento do AC ou redução do PC).
Entretanto, no caso de constituição de uma provisão sobre bens e
direitos do ARLP ou do AP, ou – ainda – uma provisão registrada no
PELP (saliente-se que estes são casos mais raros entre aqueles
característicos da vida empresarial de uma companhia, porém são casos
possíveis), ocorrerá uma “despesa que não saiu da bolsa”. Isso
ocorrerá por conta do registro de uma despesa, sem que – contudo –
tenha havido redução do CCL (pois haverá redução do ARLP ou do AP,
ou – ainda – aumento do PELP).
A figura a seguir ilustra a constituição de provisão de longo prazo ou
permanente:
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
(-) Provisão Provisão
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
(-) Provisão Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Despesa com
provisão y
O lançamento é o seguinte:
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D = Despesa com provisão
C = a Provisão para perdas de longo prazo ou em investimentos permanentes y
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
(-) Provisão Provisão
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
(-) Provisão Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Rec. Rev.
Provisão z
O lançamento é o seguinte:
D = Provisão para perdas de longo prazo ou em investimentos permanentes
C = a Receita de reversão de provisão z
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A reversão da provisão de longo prazo ou em investimentos
permanentes, registrada como receita no exercício, tem impacto no
valor do lucro líquido, majorando-o. Ocorre que as contas retificadoras
do ativo, ou de passivo, debitadas (de provisão) não são contas
pertencentes ao CCL (mas sim ao ARLP, do AP ou do PELP) e portanto,
conforme o lançamento acima demonstra, “as receitas de reversão de
provisões de longo prazo não vão para a bolsa”, mas aumentam o valor
de grupos patrimoniais estranhos ao CCL.
Assim, receitas com a constituição de provisões de longo prazo, devem
ser subtraídas do valor do Lucro líquido do exercício, para apuração do
valor que efetivamente “foi para a bolsa”, a partir do Lucro liquido do
exercício.
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efetuado o registro de uma despesa, sem que – contudo – tenha havido
redução do CCL (pois haverá redução do ARLP ou do AP, ou – ainda –
aumento do PELP).
A figura a seguir ilustra o registro de variação monetária passiva relativa
a direito de longo prazo ou permanente:
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
direito de LP Obrigação de LP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
direito do permanente Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Variação
monetária passiva y
O lançamento é o seguinte:
D = Variação monetária passiva
C = a direitos de longo prazo ou permanentes ou obrigações de longo prazo y
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A figura a seguir ilustra o registro de variação monetária ativa de longo
prazo ou permanente:
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------- -------------------------
ARLP PELP
Direito de LP Obrigação de LP
------------------------- -------------------------
A. PERM REF
Direito do permanente Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Variação
Monetária ativa z
O lançamento é o seguinte:
D = direitos de longo prazo ou permanentes ou obrigações de longo prazo
C = a Variação monetária ativa z
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registrados como despesas ou receitas em exercícios anteriores, mas
que não o foram, e assim:
- uma receita de exercício anterior, caso tivesse sido
devidamente registrada, teria aumentado o lucro daquele
exercício que, no procedimento de fechamento de
exercício, seria transferido para a conta LPA, que teria
seu saldo majorado;
- uma despesa de exercício anterior, caso tivesse sido
devidamente registrada, teria reduzido o lucro daquele
exercício que, no procedimento de fechamento de
exercício, seria transferido para a conta LPA, que teria
seu saldo reduzido.
A solução prevista para esse tipo de equívoco e o registro (a crédito ou
a débito) na conta LPA, por conta da receita ou despesa não registrada
tempestivamente.
Assim, para uma receita não registrada, cujo lançamento seria o
seguinte:
D = caixa
C = a receita x
Deve ser registrado um crédito na conta LPA, pois esse seria o efeito
daquela receita (no patrimônio) caso, à época, tivesse sido registrada,
conforme abaixo:
D = caixa
C = a LPA x
Da mesma forma, para uma despesa não registrada, cujo lançamento
seria o seguinte:
D = despesa
C = a caixa y
Deve ser registrado um débito na conta LPA, pois esse seria o efeito
daquela despesa (no patrimônio) caso, à época, tivesse sido registrada,
conforme abaixo:
D = LPA
C = a caixa y
Ora, os lançamentos acima demonstram que os ajustes de exercícios
anteriores quando relativos a elementos do CCL não interferem no valor
do Lucro líquido do exercício, mas ensejam a “entrada de valores na
bolsa”. Portanto, para apuração do efetivo valor que “foi para bolsa”,
por conta de receitas e despesas, faz-se necessário:
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a) adicionar ao Lucro líquido do exercício o valor de ajustes
de exercícios anteriores que tenha sido registrado a
crédito da conta LPA e a débito de conta do CCL;
b) subtrair do Lucro líquido do exercício o valor de ajustes de
exercícios anteriores que tenha sido registrado a débito da
conta LPA e a crédito de conta do CCL.
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Inicialmente, vamos apresentar a DOAR sem esse ajuste, seguindo a
primeira possível interpretação para os dispositivos da Lei das S/A
acima. Para que essa apresentação possa ser feita de forma simples,
direta e didática, propomos o exemplo de uma empresa que, em um
exercício em que tenha alienado por R$ 2.000,00 um bem do
permanente de valor contábil R$ 1.000,00, tenha auferido um lucro
líquido de R$ 4.200,00 conforme a DRE a seguir:
Demonstração do Resultado do Exercício
Item Valor Obs.
RBV 10.000,00
(-) CMV (4.000,00)
(=) LB 6.000,00
(-) despesas financeiras (2.000,00)
(=) Lucro Operacional 4.000,00
(+) Receitas não operacionais 2.000,00 de alienação do permanente
(-) Despesas não operacionais (1.000,00) custo do permanente vendido
(=) Lucro antes dos tributos 5.000,00
(-) IR/CSLL (800,00)
(=) LL 4.200,00
Repare que a venda do permanente resultou em um ganho de capital no
valor de R$ 1.000,00 ( R$ 2.000,00 (-) R$ 1.000,00 (=) R$ 1.000,00 ).
Entretanto, o valor de R$ 2.000,00 “foi para a bolsa”, conforme se
depreende da simples observação dos lançamentos contábeis relativos à
alienação do permanente:
- registro da receita não operacional, com entrada de R$ 2.000,00 no
CCL:
D = Caixa
C = a Receita não operacional 2.000,00
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ser entendidos como o valor da “redução do ativo pela
alienação de bens do ativo permanente investimentos ou
imobilizado” – assim, o valor a ser demonstrado conforme
alínea “c” do inciso I do art. 188 da Lei das S/A seria o
valor contábil do bem baixado em virtude da
alienação realizada.
Dessa forma as origens seriam demonstradas da Seguinte maneira:
DOAR
item valor
I - origens
a) Lucro Líquido ajustado 4.200,00
b) ...
c) Recursos de terceiros originados da alienação do ativo 1.000,00
...
total das origens 5.200,00
Agora, apresentaremos a DOAR com o ajuste do lucro líquido relativo ao
ganho de capital na alienação do ativo permanente, seguindo a segunda
possível interpretação para as alíneas “a” e “c” do inciso I do art. 188 da
Lei das S/A, acima apresentado. Para que essa apresentação possa ser
feita de forma simples, direta e didática, propomos o mesmo exemplo,
de uma empresa que, em um exercício em que tenha alienado por R$
2.000,00 um bem do permanente de valor contábil R$ 1.000,00, tenha
auferido um lucro líquido de R$ 4.200,00, conforme a DRE a seguir:
Demonstração do Resultado do Exercício
Item Valor Obs.
RBV 10.000,00
(-) CMV (4.000,00)
(=) LB 6.000,00
(-) despesas financeiras (2.000,00)
(=) Lucro Operacional 4.000,00
(+) Receitas não operacionais 2.000,00 de alienação do permanente
(-) Despesas não operacionais (1.000,00) custo do permanente vendido
(=) Lucro antes dos tributos 5.000,00
(-) IR/CSLL (800,00)
(=) LL 4.200,00
Repare que a venda do permanente resultou em um ganho de capital no
valor de R$ 1.000,00 ( R$ 2.000,00 (-) R$ 1.000,00 (=) R$ 1.000,00 ).
Entretanto, o valor de R$ 2.000,00 “foi para a bolsa”, conforme se
depreende da simples observação dos lançamentos contábeis relativos à
alienação do permanente:
- registro da receita não operacional, com entrada de R$ 2.000,00 no
CCL:
D = Caixa
C = a Receita não operacional 2.000,00
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- registro da despesa não operacional, sem efeito no CCL:
D = Despesa não operacional - custo do bem
C = a Bem do permanente 1.000,00
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Lucro Líquido do Exercício
(+) Depreciação / amortização / exaustão
(+/-) aumentos/reduções de Resultados de exercícios futuros
Ajustes decorrentes de resultados negativos/resultados positivos em
(+/-) investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial
Constituição/reversão de Provisão para perdas em investimentos permanentes
(+/-) ou de longo prazo
(+/-) Variações monetárias (passivas/ativas ) de longo prazo.
(+/-) Ajustes credores/devedores de exercícios anteriores - que afetam o CCL
perda/ganho de capital na alienação de bens do permanente (eventualmente –
(+/-) dependendo da interpretação dos dispositivos da Lei das S/A) (*)
(*) nesse caso, influenciando no valor a ser demonstrado a alínea "c" do inciso I do art. 186
Importante!
Se a empresa teve Lucro líquido positivo, por uma decorrência lógica,
espera-se que ela tenha ORIGENS para seu CCL.
Entretanto, isso não é verdadeiro sempre, pois, pode ocorrer da
empresa, mesmo tendo experimentado prejuízos no período, após os
devidos ajustes, apresentar um valor positivo que “efetivamente tenha
ido para a bolsa”, a partir do Lucro líquido (prejuízo) do exercício.
Nesse caso, deve ser registrada uma origem.
Por outro lado, pode – também – ocorrer que a empresa, mesmo tendo
auferido lucro no período, após os devidos ajustes, apresente um valor
negativo “que tenha efetivamente saído da bolsa”, a partir do Lucro
líquido (positivo) do exercício. Nesse caso, não há o que se falar em
origens negativas – ocorre, sim, uma aplicação (conforme será visto a
seguir).
Em suma, independentemente de ter sido auferido lucro ou prejuízo no
exercício: (1) se o lucro líquido ajustado for positivo, deve ser registrada
uma origem nesta linha da DOAR; (2) se o lucro líquido ajustado for
negativo, não deve ser registrada uma origem nesta linha da DOAR,
devendo ser registrada uma aplicação em item a seguir estudado.
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3.6.1 Realização de capital
A alínea “b” do inciso I do art. 188 da Lei das S/A, determina a
classificação como origens da realização do capital, conforme a seguir:
Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de
recursos indicará as modificações na posição financeira da
companhia, discriminando:
I - as origens dos recursos, agrupadas em:
...
b) realização do capital social ... ;
A realização de capital influencia o CCL quando for efetuada em direitos
créditos ou outros bens classificados no ativo circulante, ou no perdão
de dívidas de curto prazo, conforme lançamento contábil a seguir:
D = Caixa ou Bancos (ou outro elemento qualquer do CCL)
C = a Capital a Realizar x
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
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a) alguns autores defendem a aplicação do “método
restritivo”, entendendo que operações que não geram
alteração no CCL não deveriam sequer figurar na DOAR;5
b) outros autores defendem a aplicação do “método amplo”
entendendo que, como a DOAR deve ser elaborada a
partir dos Balanços Patrimoniais (inicial e final) e da DRE
da empresa, não é possível expurgar essas operações e,
portanto, devem ser consideradas ao mesmo tempo uma
origem e uma aplicação (virtuais), no mesmo valor, que
se anulam em termos de variação do CCL.
Em nosso curso, seguindo a orientação da ESAF – Escola de
Administração Fazendária – iremos aplicar o “método amplo”. Nesse
caso, considere a realização de capital no valor de R$ 50.000,00 em um
imóvel, cujo lançamento contábil é o seguinte:
D = Ativo permanente imobilizado - imóvel
C = a Capital a Realizar 50.000,00
5
Nesse sentido, a respeitável opinião de Ricardo J. Ferreira em Contabilidade
Avançada e Intermediária (pp. 431) que afirma: “Se entendermos que a DOAR expõe
as origens e aplicações do capital circulante líquido, é incoerente incluir nela origens e
aplicações que não afetaram o capital circulante líquido. Todavia, deve-se ressaltar
que muitos contabilistas fazem constar da demonstração das origens e aplicações de
recursos origens e aplicações que não afetam o capital circulante líquido. É o caso da
ESAF” (grifos na transcrição).
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também – registrada uma aplicação no valor do aumento do ativo
imobilizado que irá contrabalançar a origem registrada.
Esse é o método amplo que – em nosso entender – está em
consonância com o texto da Lei das S/A. Esse método prevê o registro
de entradas (origens) e saídas (aplicações) virtuais de valores do CCL
que, quando necessário, irão se anular mutuamente, mantendo correto
o registro da variação do CCL no período e facilitando a elaboração da
demonstração.
Visualmente, podemos entender a realização de capital em bem do
imobilizado como uma origem e uma aplicação concomitante (aplicando-
se o art. 188, I, b e II, c da Lei da S/A), conforme figura abaixo.
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP 50.000,00
Imóvel 50.000,00
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
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As contribuições para reservas de capital devem ser demonstradas como
origens, na apresentação da DOAR em consonância com o disposto no
art. 188, I, “b” da Lei das S/A, a seguir:
Art. 188. ...
I - as origens dos recursos, agrupadas em:
...
b) ... contribuições para reservas de capital;
Tudo o que foi colocado para realização de capital é aplicável às
contribuições para Reservas de capital.
As contribuições para reservas de capital influenciam o CCL quando
efetuadas em direitos créditos ou outros bens classificados no ativo
circulante, ou no perdão de dívidas de curto prazo, conforme
lançamento contábil a seguir:
D = Caixa ou Bancos (ou outro elemento qualquer do CCL)
C = a Reservas de capital x
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
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nosso curso, seguindo a orientação da ESAF – Escola de Administração
Fazendária – iremos aplicar o “método amplo”, conforme exemplo a
seguir.
Considere uma contribuição para reservas de capital (doação) no valor
de R$ 50.000,00 em um imóvel, cujo lançamento contábil é o seguinte:
D = Ativo permanente imobilizado - imóvel
C = a Reservas de capital - doações 50.000,00
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
Imóvel 50.000,00
-------------- --------------
DIF RES CAP 50.000,00
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
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3.7 Recursos originados de terceiros
Várias situações decorrentes de operações com terceiros ensejam o
aumento do CCL. São exemplos disso, a contratação de um
empréstimo, a renegociação do prazo de uma dívida, etc. Neste item,
serão apresentadas essas operações, na composição da estrutura da
DOAR, nos seguintes grupos:
- aumento do PELP;
- redução do ARLP;
- alienação do ativo permanente (investimentos e
imobilizado).
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Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
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Visualmente, podemos entender o aumento do PELP por financiamento
para aquisição de bem do imobilizado como uma origem e uma
aplicação concomitante, conforme figura abaixo.
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP 50.000,00
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
Equipamento 50.000,00
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
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Essa situação enseja um aumento do CCL, conforme pode ser
visualmente apresentado a seguir:
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
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imobilizado, o CCL não aumentou, porém, será – também – registrada
uma aplicação no valor do aumento do ativo imobilizado que irá
contrabalançar a origem registrada.
Visualmente, podemos entender a redução do ARLP por recebimento de
bem do imobilizado como uma origem e uma aplicação concomitante,
conforme figura abaixo.
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
Equipamento 50.000,00
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
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da possibilidade de dupla interpretação (sistemática) das alíneas “a” e
“c” do inciso I do art. 188 da Lei das S/A, abaixo:
Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de
recursos indicará as modificações na posição financeira da
companhia, discriminando:
I - as origens dos recursos, agrupadas em:
a) lucro do exercício, acrescido de depreciação,
amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos
resultados de exercícios futuros;
...
c) recursos de terceiros, originários ... da alienação de
investimentos e direitos do ativo imobilizado.
As possíveis interpretações para os dispositivos em tela são:
- desconsiderar qualquer ajuste ao lucro líquido do exercício
– a título de alienação de bens do permanente – e
demonstrar os recursos de terceiros – originários da
alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado
– pelo valor do bem baixado em virtude da alienação;
- efetuar ajuste ao lucro líquido do exercício – a título de
alienação de bens do permanente – (subtraindo o ganho
de capital ou adicionando a perda de capital) e demonstrar
os recursos de terceiros – originários da alienação de
investimentos e direitos do ativo imobilizado – pelo valor
da respectiva alienação.
Inicialmente, vamos apresentar a DOAR sem esse ajuste, seguindo a
primeira possível interpretação para os dispositivos da Lei das S/A
acima. Para que essa apresentação possa ser feita de forma simples,
direta e didática, propomos o exemplo de uma empresa que, em um
exercício em que tenha alienado por R$ 2.000,00 um bem do
permanente de valor contábil R$ 1.000,00, tenha auferido um lucro
líquido de R$ 4.200,00 conforme a DRE a seguir:
Demonstração do Resultado do Exercício
Item Valor Obs.
RBV 10.000,00
(-) CMV (4.000,00)
(=) LB 6.000,00
(-) despesas financeiras (2.000,00)
(=) Lucro Operacional 4.000,00
(+) Receitas não operacionais 2.000,00 de alienação do permanente
(-) Despesas não operacionais (1.000,00) custo do permanente vendido
(=) Lucro antes dos tributos 5.000,00
(-) IR/CSLL (800,00)
(=) LL 4.200,00
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Repare que a venda do permanente resultou em um ganho de capital no
valor de R$ 1.000,00 ( R$ 2.000,00 (-) R$ 1.000,00 (=) R$ 1.000,00 ).
Entretanto, o valor de R$ 2.000,00 “foi para a bolsa”, conforme se
depreende da simples observação dos lançamentos contábeis relativos à
alienação do permanente:
- registro da receita não operacional, com entrada de R$ 2.000,00 no
CCL:
D = Caixa
C = a Receita não operacional 2.000,00
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Lei das S/A, acima apresentado. Para que essa apresentação possa ser
feita de forma simples, direta e didática, propomos o mesmo exemplo,
de uma empresa que, em um exercício em que tenha alienado por R$
2.000,00 um bem do permanente de valor contábil R$ 1.000,00, tenha
auferido um lucro líquido de R$ 4.200,00, conforme a DRE a seguir:
Demonstração do Resultado do Exercício
Item Valor Obs.
RBV 10.000,00
(-) CMV (4.000,00)
(=) LB 6.000,00
(-) despesas financeiras (2.000,00)
(=) Lucro Operacional 4.000,00
(+) Receitas não operacionais 2.000,00 de alienação do permanente
(-) Despesas não operacionais (1.000,00) custo do permanente vendido
(=) Lucro antes dos tributos 5.000,00
(-) IR/CSLL (800,00)
(=) LL 4.200,00
Repare que a venda do permanente resultou em um ganho de capital no
valor de R$ 1.000,00 ( R$ 2.000,00 (-) R$ 1.000,00 (=) R$ 1.000,00 ).
Entretanto, o valor de R$ 2.000,00 “foi para a bolsa”, conforme se
depreende da simples observação dos lançamentos contábeis relativos à
alienação do permanente:
- registro da receita não operacional, com entrada de R$ 2.000,00 no
CCL:
D = Caixa
C = a Receita não operacional 2.000,00
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assim, o valor a ser demonstrado conforme alínea “c” do
inciso I do art. 188 da Lei das S/A seria o valor recebido
em virtude da alienação realizada.
Dessa forma as origens seriam demonstradas da Seguinte maneira:
DOAR
item valor
I - origens
a) Lucro Líquido ajustado 3.200,00
b) ...
c) Recursos de terceiros originados da alienação do ativo 2.000,00
...
total das origens 5.200,00
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Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
Lucro líquido
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Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
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b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c) ..., dos investimentos ...;
O lançamento contábil típico da aquisição de bens do imobilizado ou de
investimentos permanentes é o seguinte:
D = Ativo Permanente - imobilizado ou investimentos
C = a Caixa ou bancos x
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
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D = Ativo permanente imobilizado - equipamentos
C = a Financiamentos bancários de longo prazo - PELP 50.000,00
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP 50.000,00
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
Equipamento 50.000,00
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
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Art. 188. ...
...
II - as aplicações de recursos, agrupadas em:
...
c) aumento ... do ativo diferido;
O lançamento típico de constituição/aumento de ativo diferido é o
seguinte:
D = Ativo diferido
C = a Caixa ou Bancos x
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
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item, entretanto, a lógica da elaboração dessa demonstração demanda
sua apresentação.
O lançamento típico relativo à redução do capital é o seguinte:
D = Capital social subscrito
C = a Caixa ou Bancos x
O lançamento relativo à aquisição de ações em tesouraria é o seguinte:
D = Ações em tesouraria
C = a Caixa ou Bancos y
De qualquer maneira, temos uma redução do PL com a conseqüente
redução do CCL, conforme visualmente apresentado na figura a seguir.
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF Reservas
--------------
LUCRO ACUM
(-) aç em tesour.
Despesas Receitas
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confirmar o termo “aplicação” para os débitos, em contraponto ao termo
“origem” para os créditos.
Visualmente, considerando débitos como setinhas e créditos como
bolinhas (conforme proposto nas aulas 03 e 06 deste curso), podemos
entender as aplicações, em sua totalidade, conforme figura abaixo:
Ativo Passivo
AC PC ==> AC - PC = CCL
------------------------------ ------------------------------
ARLP PELP
------------------------------ ------------------------------
A. PERM REF
--------------
INV
-------------- Patrimônio Líquido
IMOB CAP
-------------- --------------
DIF RES CAP
--------------
RES REAV
--------------
RES LUCRO
--------------
LUCRO ACUM
Despesas Receitas
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...
III - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em
relação às aplicações, representando aumento ou redução
do capital circulante líquido;
IV - os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e
passivo circulantes, o montante do capital circulante
líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício.
4.1 Dados
Considere as demonstrações (BP, DRE e DLPA) a seguir apresentadas:
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4.1.2 Demonstração do Resultado do Exercício
Demonstração do Resultado do Exercício
RBV 300,00
(-) deduções da RBV - Tributos sobre a venda (60,00)
(=) RLV 240,00
(-) CMV (120,00)
(=) Lucro Bruto 120,00
(-) Despesas operacionais gerais (15,00)
(-) Depreciação (30,00)
(-) Resultado Negativo de Equivalência Patrimonial (10,00)
(+) Receitas Financeiras 5,00
(=) Lucro Operacional 70,00
(+) Receitas Não operacionais 30,00 Venda de participação societária
(-) Despesas não operacionais (20,00) Custo do permanente vendido
(=) Lucro antes dos tributos 80,00
(-) IR/CSLL (30,00)
(=) Lucro Líquido 50,00
4.2 Elaboração
A elaboração da DOAR é realizada, de forma singela, através do
preenchimento do valor referente a cada um de seus elementos
componentes, com base na sua respectiva definição (conforme teoria já
vista) e a partir dos valores das três demonstrações acima. A seguir,
analisaremos a apuração do valor atinente a cada um dos itens da
DOAR.
4.2.1 Origens
Entre as origens, encontram-se: (1) o Lucro Líquido Ajustado, (2) os
aumentos de capital e as contribuições para reservas de capital, (3) os
aumentos do ARLP e as reduções do PELP e (4) as alienações do
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Permanente. Cada uma dessas origens será analisada em separado,
nos itens seguintes.
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Descrição Valor OBS. (fonte)
Resultado Negativo de Equivalência Patrimonial 10,00 conforme DRE
Ativo Permanente investimentos Inicial 200,00 BP inicial
Ativo Permanente investimentos Final 200,00 BP final
diferença - calculado
Assim, ao lucro líquido também deve ser SOMADO o valor de R$ 10,00.
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4.2.1.3 Aumento do PELP e Redução do ARLP
Houve aumento do PELP, em um montante de R$ 110,00, de R$ 30,00
para R$ 140,00, conforme a seguir.
Descrição Valor OBS. (fonte)
PELP inicial 30,00 BP inicial
PELP final 140,00 BP final
diferença 110,00 calculado
Assim, deve ser considerada uma origem de R$ 110,00 a título de
aumento do PELP.
Houve redução do ARLP, de R$ 50,00, para R$ 30,00, portanto deve ser
registrada uma origem de R$ 20,00, a título de aumento do ARLP,
conforme abaixo apresentado.
Descrição Valor OBS. (fonte)
ARLP inicial 50,00 BP inicial
ARLP final 30,00 BP final
diferença (20,00) calculado
6
Note-se que, caso não tivesse sido excluído o ganho de capital do lucro líquido do
período, o valor a ser apresentado a título de origem por alienação do permanente
seria o do custo.
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1) ORIGENS Valores total
a) Lucro líquido ajustado: 50,00
i) (+) Depreciação / amortização / exaustão 30,00
ii) (+/-) aumentos ou reduções dos Resultados de exercícios futuros 150,00
iii) (+/-) resultados negativos/positivos decorrentes de investimentos avaliados pelo método da equivalência
patrimonial 10,00
iv) (+/-) constituição/reversão de Provisão para perdas em investimentos permanentes ou de longo prazo -
v) (+/-) Variações monetárias passivas/ativas de longo prazo. -
vi) (+/-) Ajustes credores/devedores de exercícios anteriores – que afetam o CCL -
vii) (+/-) perda/ganho de capital na alienação do permanente (dependendo do valor demonstrado relativo à
alienação do ativo permanente) (10,00)
b) Realização de capital e Contribuições para Reservas de capital 80,00
c) Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo e Redução do Ativo Realizável a Longo Prazo 130,00
d) Alienação de investimentos permanentes e de bens do imobilizado 30,00 470,00
4.2.2 Aplicações
As aplicações são caracterizadas por: (1) dividendos, (2) redução do
PELP e aumento do ARLP, (3) aquisições do ativo permanente
investimentos e imobilizado e (4) aumentos do diferido.
4.2.2.1 Dividendos
Conforme consta da DLPA, houve destinação de dividendos aos
acionistas no valor de R$ 30,00, conforme a seguir:
Demonstração dos Lucro e Prejuízos Acumulados
...
(-) Proposta de destinação
. Dividendos (30,00)
. Reservas de lucro (40,00)
. Capitalização dos lucros -
Assim, deve ser registrada uma aplicação no valor de R$ 30,00 a título
de dividendos.
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a) na DRE observa-se que há resultado negativo de equivalência
patrimonial no valor de R$ 10,00 e alienação de investimentos
com custo de R$ 20,00;
Demonstração do Resultado do Exercício
...
(-) Resultado Negativo de Equivalência Patrimonial (10,00)
...
(+) Receitas Não operacionais 30,00 Venda de participação societária
(-) Despesas não operacionais (20,00) Custo do permanente vendido
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Portanto, deve ser registrada uma aplicação no valor de R$ 100,00, a
título de aumento de ativo diferido.
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4.2.5 Apresentação da DOAR
1) ORIGENS Valores total
a) Lucro líquido ajustado: 50,00
i) (+) Depreciação / amortização / exaustão 30,00
ii) (+/-) aumentos ou reduções dos Resultados de exercícios futuros 150,00
iii) (+/-) resultados negativos/positivos decorrentes de investimentos avaliados pelo método da equivalência
patrimonial 10,00
iv) (+/-) constituição/reversão de Provisão para perdas em investimentos permanentes ou de longo prazo -
v) (+/-) Variações monetárias passivas/ativas de longo prazo. -
vi) (+/-) Ajustes credores/devedores de exercícios anteriores – que afetam o CCL -
vii) (+/-) perda/ganho de capital na alienação do permanente (dependendo do valor demonstrado relativo à
alienação do ativo permanente) (10,00)
b) Realização de capital e Contribuições para Reservas de capital 80,00
c) Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo e Redução do Ativo Realizável a Longo Prazo 130,00
d) Alienação de investimentos permanentes e de bens do imobilizado 30,00 470,00
2) Aplicações
a) Dividendos (e lucro líquido ajustado – no caso de ser negativo) 330,00
b) Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo e Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo -
c) Aquisição de bens do imobilizado e de investimentos permanentes 30,00
d) Aumento do ativo diferido 100,00
e) Outras aplicações - redução do capital e aquisição de ações em tesouraria - 460,00
3) Total das origens (-) Total das aplicações 10,00
4) Variação do CCL - CCLfinal (-) CCLinicial 10,00
5 Resumo
1) Conceitos iniciais: Capital Circulante líquido – CCL, Origens e
Aplicações – o CCL é a diferença entre o AC e o PC; as origens são os
aumentos do CCL e as aplicações são as reduções do CCL.
2) Conteúdo e estrutura da demonstração, conforme previsão legal – o
art. 188 da Lei das S/A determina a elaboração da DOAR sem
referência a qualquer elemento patrimonial componente do CCL, mas
somente com referência aos itens externos a ele, conforme estrutura
a seguir representada:
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1) ORIGENS
a) Lucro líquido ajustado:
i) (+) Depreciação / amortização / exaustão
ii) (+/-) aumentos ou reduções dos Resultados de exercícios futuros
iii) (+/-) resultados negativos/positivos decorrentes de investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial
iv) (+/-) constituição/reversão de Provisão para perdas em investimentos permanentes ou de longo prazo
v) (+/-) Variações monetárias passivas/ativas de longo prazo.
vi)
vii) (+/-) Ajustes de capital na de
credores/devedores
perda/ganho exercícios
alienação doanteriores
permanente– que
( afetam o CCL
permanente)
b) Realização de capital e Contribuições para Reservas de capital
c) Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo e Redução do Ativo Realizável a Longo Prazo
d) Alienação de investimentos permanentes e de bens do imobilizado
2) Aplicações
a) Dividendos (e lucro líquido ajustado – no caso de ser negativo)
b) Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo e Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo
c) Aquisição de bens do imobilizado e de investimentos permanentes
d) Aumento do ativo diferido
e) Outras aplicações - redução do capital e aquisição de ações em tesouraria
3) Total das origens (-) Total das aplicações
4) Variação do CCL - CCLfinal (-) CCLinicial
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(5) Soma do valor das Variações monetárias passivas de
longo prazo e subtração do valor das variações monetárias
ativas de longo prazo.
(6) Soma ou subtração do valor dos Ajustes,
respectivamente credores ou devedores, de exercícios
anteriores – que afetam o CCL.
(7) Somar ou subtrair o valor da perda ou do ganho de
capital na alienação de bens do permanente (somente no
caso de apresentar a origem decorrente de alienação do
permanente pelo valor recebido – no caso de apresentação
da origem decorrente de alienação do permanente no valor
do bem baixado, esse ajuste não se faz necessário)
b) Recursos originados dos sócios – são os aumentos do PL
decorrentes de valores entregues pelos sócios à empresa,
subdividindo-se em:
i) Realização de capital
ii) Contribuições para Reservas de capital
c) Origens decorrentes de operações com terceiros – são valores
entregues por terceiros à empresa, subdividindo-se em:
i) Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo – caracterizado,
geralmente, por empréstimos de longo prazo contraídos pela
empresa.
ii) Redução do Ativo Realizável a Longo Prazo – caracterizado,
geralmente, pela quitação de valores antes emprestados pela
empresa, a terceiros.
iii) Alienação de investimentos permanentes e de bens do
imobilizado. Importante! Se neste item forem demonstrados
os valores totais da alienação, é necessário o ajuste ao lucro
líquido do exercício referente ao ganho/perda de capital na
alienação; caso seja demonstrado apenas o valor da redução
do ativo por conta da alienação, não é necessário o referido
ajuste ao lucro líquido.
d) Aplicações de recursos decorrentes da atividade da própria
empresa para os sócios – caracterizados pelos dividendos e,
eventualmente, pelo lucro líquido ajustado do período, quando
negativo.
e) Aplicações de recursos para terceiros
i) Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo – caracterizado,
geralmente, pela concessão de empréstimos a terceiros.
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ii) Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo – caracterizado,
geralmente pela quitação de obrigações de longo prazo, antes
assumidas pela empresa.
iii) Aquisição de bens do imobilizado e de investimentos
permanentes.
iv) Aumento do ativo diferido – caracterizado pelos gastos que
influenciarão o resultado de vários exercícios futuros.
v) Outras aplicações – redução do capital e aquisição de ações em
tesouraria
f) Total das origens (-) aplicações (=) Variação do CCL – essa
igualdade revela que o comportamento dos itens externos ao CCL
deve resultar em valor idêntico àquele referente à evolução dos
valores internos ao CCL.
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Resolução e comentários
A estrutura da DOAR é prevista no art. 188 da Lei das S/A, conforme a
seguir:
I – as origens dos recursos agrupadas em
a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou
exaustão e ajustado pela variação nos resultados de
exercícios futuros;
b) realização do capital social e contribuições para reservas de
capital;
c) recursos de terceiros, originários de aumento do passivo
exigível alongo prazo, da redução do ativo realizável a longo
prazo e da alienação de investimento e direitos do ativo
imobilizado.
II – as aplicações de recursos, agrupadas em:
a) dividendos distribuídos;
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos
investimentos e do ativo diferido;
d) redução do passivo exigível a longo prazo.
III – o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às
aplicações, representando aumento ou redução do capital circulante
líquido;
IV – os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e passivo
circulantes, o montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou
redução durante o exercício.
Ocorre que a doutrina contábil faz críticas à
primeira linha da demonstração, propondo outros ajustes ao LL,
para apuração das origens de recursos decorrentes das operações
da empresa, além daqueles determinados em lei (depreciação,
amortização, exaustão e variações no REF). Nesse sentido, são
propostos ajustes relativos a, por exemplo, variações cambiais e
equivalência patrimonial.
A questão foi enfática ao determinar o conjunto de ajustes ao LL:
Despesa anual de depreciação 3.000,00
Resultado de Equivalência Patrimonial
Operacional (5.000,00)
Ganhos de Capital na alienação de
Imobilizado (15.000,00)
Variação Cambial Passiva 2.000,00
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Se o resultado ajustado foi (10.000), temos que:
Operação Item - descrição Valor Obs.
Lucro Líquido 5.000,00 calculado
(+) Despesa anual de depreciação 3.000,00 conforme enunciado
Resultado de Equivalência
(-) Patrimonial Operacional (5.000,00) conforme enunciado
Ganhos de Capital na alienação de
(-) Imobilizado (15.000,00) conforme enunciado
(+) Variação Cambial Passiva 2.000,00 conforme enunciado
(+) Resultado ajustado (10.000,00) conforme enunciado
Agora, a partir da estrutura da DRE, podemos calcular o valor do lucro
operacional:
DRE
op item - descrição valor
RBV
(-) deduções
(=) RLV
(-) CMV
(=) LB
(-) desp. oper (*)
(=) Lucro oper (10.000,00)
(+) ganho de capital 15.000,00
(=) Lucro líquido 5.000,00
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a) atualização de saldo devedor em passivos de longo prazo.
b) débito em conta de exigíveis a longo prazo.
c) atualizações monetárias de itens do Capital Circulante Líquido.
d) crédito em operações de financiamentos do passivo circulante.
e) registro de novos empréstimos contraídos pela empresa.
Resolução e comentários
Os ajustes ao lucro líquido – na DOAR – significam o seguinte:
a) parte-se do pressuposto de que toda receita foi para o CCL
e que toda despesa saiu do CCL;
b) ocorre que nem toda receita foi ou será recebida em
dinheiro (influenciando o CCL) – como exemplo, temos a
despesa de depreciação, que é uma despesa incorrida
(pelo regime de competência) e que, entretanto, não
corresponde a uma saída de valores do caixa, mas a uma
redução no ativo permanente;
c) assim, o valor desse tipo de despesa deverá ser acrescido
ao lucro líquido, para apuração do montante do lucro
líquido que influencia o CCL.
Esta também é a situação da despesa com variação cambial, caso ela se
refira à atualização de um passivo exigível a longo prazo, ela reduzirá o
lucro líquido sem, no entanto, representar uma saída de caixa. Assim,
faz-se necessário o ajuste de adição ao lucro líquido.
Ora, na DOAR de 2000, referente a essa questão, temos um ajuste de
ADIÇÃO ao lucro líquido no valor de 2.000,00. Isso significa que houve
uma despesa que não influenciou o CCL, situação que se verifica em
duas hipóteses:
- aumento de um passivo a longo prazo por variação na taxa
de câmbio (desvalorização do Real);
- redução de um ativo de longo prazo por variação na taxa de
câmbio (valorização do real).
Dentre as alternativas da questão, somente a primeira hipótese está
presente, na assertiva de letra A. Cabe aqui uma breve crítica ao
enunciado, que na letra A diz:
a) atualização de saldo devedor em passivos de longo prazo.
Na interpretação, a palavra “devedor” deve ser entendida em seu
sentido vulgar (identificando uma dívida) e não em seu sentido técnico,
visto que contas do passivo não têm natureza devedora, porém credora.
Gabarito
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A
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Portanto, dentre as origens, encontramos “recursos de terceiros,
originários de aumento do passivo exigível alongo prazo” o que está de
acordo com a assertiva D.
Por motivos de clareza, analisaremos, a seguir, cada uma das assertivas
da questão:
a) aquisição de Máquinas com Financiamentos de Longo Prazo.
Trata-se de transação que não afeta o CCL
b) conversão de Debêntures em ações.
Trata-se de transação que não afeta o CCL
c) integralização de Capital com entrega de Equipamentos.
Trata-se de transação que não afeta o CCL
d) recebimento de Empréstimos Concedidos de Longo Prazo.
Certo.
e) troca de um Terreno por um Edifício.
Trata-se de transação que não afeta o CCL
Gabarito
D
7
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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Receita de variação cambial de realiz. a longo 4.000
prazo
Aumento do passivo exigível a longo prazo 50.000
Aumento do ativo realizável a longo prazo 15.000
Emissão de novas ações com ágio 40.000
Dividendos declarados 30.000
Aquisição de ações permanentes (investimentos) 20.000
Aquisição de ativo imobilizado 200.000
Compra de ações próprias para tesouraria 12.000
Total de origens
Total de aplicações
Variação do capital circ. Líquido
a) R$ 213.000
b) R$ 221.000
c) R$ 225.000
d) R$ 229.000
e) R$ 237.000
Resolução e comentários.
Esta é uma questão em que o examinador decide por não seguir
literalmente a Lei das S/A, considerando como ajuste ao LL as variações
monetárias (lembrando que na lei somente as depreciações,
amortizações ou exaustões estão previstas como tais ajustes). Nesse
sentido, citamos o Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações,
(Sérgio de Iudícibus, e outros, 5a edição, Ed. Atlas, SP – 2000 - p. 341):
“Todavia, o exigível a longo prazo é acrescido também
pelos encargos financeiros, ou seja, por sua atualização
contábil, em virtude de variação cambial, juros ou
atualização nominal. Essas variações monetárias são
registradas como encargos financeiros, mas não afetam o
capital circulante no exercício. Dessa forma, não devem
aparecer como origem de recursos junto com os
acréscimos de exigível a longo prazo.”
Assim, a solução seria a seguinte:
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Dados do problema
Item Descrição valor Obs.
1 Lucro líquido do exercício 55.000,00
2 Despesas de Depreciação e amortização 72.000,00
3 Desp. var. cambial de passivo exig. longo prazo 12.000,00
4 Receita de variação cambial de realiz. a longo prazo 4.000,00
5 Aumento do passivo exigível a longo prazo 50.000,00
6 Aumento do ativo realizável a longo prazo 15.000,00 N/A
7 Emissão de novas ações com ágio 40.000,00
8 Dividendos declarados 30.000,00 N/A
9 Aquisição de ações permanentes (investimentos) 20.000,00 N/A
10 Aquisição de ativo imobilizado 200.000,00 N/A
11 Compra de ações próprias para tesouraria 12.000,00 N/A
Estrutua da DOAR
I - origens
1) ===> elementos LL (+) DAE (+-) REF (+-) Var. Camb. Total
- valores 55.000,00 72.000,00 8.000,00 135.000,00
- referência (item) 1 2 3-4
Gabarito
59 - C
8
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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(DOAR) do Exercício encerrado em 31/12/2002
Itens Valores
em R$
Lucro líquido do exercício 55.000
Despesas de Depreciação e amortização 72.000
Desp. variação cambial de passivo exigível a longo 12.000
prazo
Receita de variação cambial de realizável a longo 4.000
prazo
Aumento do passivo exigível a longo prazo 50.000
Aumento do ativo realizável a longo prazo 15.000
Emissão de novas ações com ágio 40.000
Dividendos declarados 30.000
Aquisição de ações permanentes (investimentos) 20.000
Aquisição de ativo imobilizado 200.000
Compra de ações próprias para tesouraria 12.000
Total de origens
Total de aplicações
Variação do Capital Circulante Líquido
a) R$ (52.000)
b) R$ (44.000)
c) R$ (28.000)
d) R$ 12.000
e) R$ 38.000
Resolução e comentários
Para resolver esta questão, ao contrário da questão anterior, não
importa se o examinador decidiu seguir a letra da Lei das S/A ou a
recomendação do Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações,
no tocante à variações cambiais do passivo exigível a longo prazo. Para
sua resolução, basta classificar as operações em origens ou aplicações
(lembrando que a variação cambial ativa pode ser redução da origem ou
aplicação – tanto faz, o resultado é o mesmo). E apurar a variação do
CCL pela diferença entre origens e aplicações, conforme tabela abaixo.
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item valor classif. origens aplicações
Lucro líquido do exercício 55.000,00 origem 55.000,00
Despesas de Depreciação e amortização 72.000,00 origem 72.000,00
Desp. var. cambial de passivo exig. longo prazo 12.000,00 origem 12.000,00
Receita de variação cambial de realiz. a longo prazo 4.000,00 (-) origem (4.000,00)
Aumento do passivo exigível a longo prazo 50.000,00 origem 50.000,00
Aumento do ativo realizável a longo prazo 15.000,00 aplicação 15.000,00
Emissão de novas ações com ágio 40.000,00 origem 40.000,00
Dividendos declarados 30.000,00 aplicação 30.000,00
Aquisição de ações permanentes (investimentos) 20.000,00 aplicação 20.000,00
Aquisição de ativo imobilizado 200.000,00 aplicação 200.000,00
Compra de ações próprias para tesouraria 12.000,00 aplicação 12.000,00
225.000,00 277.000,00
var. CCL (52.000,00)
Gabarito
60 - A
7.3 Livros
Iudícibus, Sérgio de; Martins, Eliseu e Gelbke, Ernesto Rubens Gelbcke.
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – FIPECAFI. Ed.
Atlas. São Paulo – 4a edição – 1995.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Básica. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
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Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Avançada. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Gonçalves, Eugênio Celso e Baptista, Antônio Eustáquio. Contabilidade
Geral. Ed. Atlas. São Paulo – 2a edição – 1994.
Silva, Benedito Gonçalves da. Contabilidade Geral. Ed. Meta – 2a edição
– 1994.
Ferrari, Ed Luiz, Contabilidade Geral: teoria e 950 questões – Rio de
Janeiro: Elsevier 2006.
Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade – Rio de
Janeiro: Impetus, 2003.
Ferreira, Ricardo J. Contabilidade avançada e intermediária – 2. ed. –
Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2004.
Santos, Luiz Eduardo. Contabilidade: Resoluções e comentários de
Questões da ESAF. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
7.4 Internet
www.planalto.gov.br
www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.gov.br
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1 Roteiro
Neste ponto da matéria, o aluno já está familiarizado com o raciocínio
contábil, ou seja: (1) já conhece os mais importantes fatos contábeis,
(2) domina a estrutura do lançamento e (3) reconhece a estrutura das
demonstrações contábeis. Essa situação é – por mim – denominada de
alfabetização contábil, pois, agora, é possível a leitura de qualquer livro
de contabilidade com facilidade (e até prazer – o prazer do
entendimento). Portanto, nesta aula, iniciaremos uma nova fase do
curso: o estudo de assuntos específicos.
Nesta aula, o assunto especificamente trabalhado é importantíssimo:
participações societárias (ações e cotas de capital, constantes do ativo
permanente de empresas). A aula está estruturada de acordo com os
itens abaixo:
1) Apresentação do conceito de participações societárias e sua
contextualização no âmbito do Ativo Permanente Investimentos
2) Métodos de avaliação de participações societárias
a) Método do Custo
i) Conceito
ii) Aquisição do investimento – inexistência de ágio
iii) Provisão para perdas
iv) Dividendos
(1) Regra geral – receita
(2) Regra especial – redução do investimento
b) Método da Equivalência Patrimonial
i) Conceito
ii) Investimentos obrigados ao método de equivalência patrimonial
(1) Definições iniciais
(a) Controle
(i) Direto
(ii) Indireto
(b) Coligação
(c) Relevância
(i) Individual
(ii) Coletiva
(d) Influência
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(2) Regra de identificação dos investimentos sujeitos ao
método da EPL
(a) Para sociedades em geral
(b) Especialmente para Sociedades de capital aberto
iii) Aplicação do método da EPL
(1) Na aquisição do investimento – ágio / deságio
(2) No balanço patrimonial
(a) Em situações comuns
(i) No caso de lucro na investida
(ii) No caso de prejuízo na investida
(b) Em situações especiais
(i) No caso de investida com PL negativo
(ii) No caso de resultados não realizados
1. para sociedades em geral
2. para sociedades de capital aberto
(3) No recebimento de dividendos
(4) Na reavaliação de ativos – reserva de reavaliação
reflexa
iv) Amortização do ágio / deságio
(1) Fundamentado na diferença entre o valor contábil e de
mercado no ativo da investida
(2) Fundamentado em rentabilidade futura
(3) Fundamentado em outras razões econômicas – fundo
de comércio
(4) Pela baixa do investimento
v) Variação no percentual de participação
vi) Participações recíprocas
vii) Provisão para perdas
2 Introdução
O assunto “participações societárias”, aqui tratado, tem um charme
muito especial, pois se refere a ações, controle de empresas, dividendos
e ganhos, ou perdas, por aumento ou redução na participação em
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investimentos – todos elementos típicos de filmes de Hollywood1. É,
porém, importante contextualizar o assunto de nosso interesse e
diferenciá-lo do estudo de investimentos em bolsa de valores (aqui,
nosso foco é a análise do efeito das participações societárias no
patrimônio de empresas, enquanto o foco do estudo de investimentos
em bolsa de valores é tipicamente financeiro).
Feita essa breve introdução, vamos ao assunto.
1
Podendo ser o assunto principal do filme como, por exemplo, “Wall Street” –
estrelado por Charlie Sheen, Michael Douglas e Daryl Hannah – ou “Com o dinheiro dos
outros” – estrelado por Danni de Vito – mas pode ser, também, o pano de fundo da
história, como é o caso de “Uma Linda Mulher” – estrelado por Julia Roberts e Richard
Gere.
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- a sociedade investidora será singelamente denominada de
“Dora”;
- a sociedade investida será singelamente denominada de “Tida”;
- a relação de propriedade das ações será apresentada através
de uma seta de “Dora” para “Tida”, reforçada pela
apresentação de uma percentagem (representando a
quantidade de ações / cotas de “Tida” que estão na titularidade
da “Dora”, em relação a seu total).
Dora
ativo Passivo
Inv - Tida
--------------PL
x%
Despesas Receitas
Tida
ativo Passivo
--------------PL
Despesas Receitas
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- o método da equivalência patrimonial.
O método de custo é adotado para os investimentos menores (vistos
como menos “importantes”) e o método da equivalência patrimonial
para os mais significativos (por decorrência, mais “importantes” em
termos do nível de participação acionária na investida e de sua
relevância na investidora). Em seguida, analisaremos separadamente
cada um deles.
4.1.1 Conceito
Muitos livros de contabilidade apresentam esse método de uma forma
semelhante a que se encontra a seguir “devem ser avaliados pelo
método de custo os investimentos, na forma de ações ou cotas de
capital, que não sejam em coligadas ou em controladas, ou mesmo
quando forem realizados em tais empresas, não sejam significativos, ou
seja, não relevantes, individualmente ou em seu conjunto”. Essa
definição está correta, mas não é nem um pouco didática – acaba
“assustando” o estudante, pois, geralmente, ainda não foram a ele
apresentados os conceitos controle, coligação, relevância e influência.
Assim, nossa abordagem será (também correta e rigorosa)
completamente diversa (e mais didática). Nesse diapasão, cumpre
referir – tão somente – que o método do custo é a regra geral de
avaliação de investimento, pois é, simplesmente, a aplicação do
princípio fundamental de contabilidade do Registro pelo Valor
Original (já apresentado na aula 01 deste curso). Em outras palavras,
com poucas exceções (aquelas referentes ao método da Equivalência
Patrimonial – que será apresentado adiante nesta aula), adota-se o
método de custo, que consiste em registrar como valor do
investimento aquilo que foi por ele pago a terceiros. Nesse sentido,
cumpre referir o art. 7o da Resolução CFC n° 750, de 1993, que dispõe
sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, a seguir
parcialmente reproduzido, para fins de clareza:
Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser
registrados pelos valores originais das transações com o
mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do
País, que serão mantidos na avaliação das variações
patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem
agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.
Parágrafo único – Do Princípio do REGISTRO PELO
VALOR ORIGINAL resulta:
I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser
feita com base nos valores de entrada, considerando-se
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como tais os resultantes do consenso com os agentes
externos ou da imposição destes;
II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou
obrigação não poderão ter alterados seus valores
intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição
em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a
outros elementos patrimoniais;
III – o valor original será mantido enquanto o componente
permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando
da saída deste;
…
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Assim, não há falar em ágio ou deságio na aquisição de investimentos
avaliados pelo método do custo. A seguir, analisaremos dois exemplos
de aquisição de investimentos avaliados pelo método do custo: (1)
aquisição de participação societária por valor – proporcionalmente –
superior ao valor do patrimônio da empresa investida e (2) aquisição de
participação societária por valor – proporcionalmente – inferior ao valor
do patrimônio da empresa investida.
O primeiro exemplo é o da aquisição, à vista, pela empresa investidora,
de 20.000 ações novas, emitidas pela empresa “Ouro Puro S/A”,
considerando as seguintes condições: (a) a quantidade total de ações
emitidas, após o lançamento das novas ações é de 100.000 ações, (b) o
valor de todos os bens/direitos, deduzidos das obrigações da empresa
investida (equivalente a seu Patrimônio Líquido) é R$ 1.000.000,00, (c)
foi desembolsado na operação o valor total de R$ 220.000,00, posto que
a procura pelos novos títulos foi superior à oferta e (d) o investimento
deve – nos termos e condições da Lei das S/A – ser avaliado pelo
método do custo.
Nesse caso, em vista da condição (d), os dados referentes às condições
(a) e (b) são absolutamente desnecessários. Repare que se trata do
método do custo e, assim, basta saber o valor pago, descrito na
condição (c). Portanto, o lançamento deve ser simplesmente o
seguinte:
D = Investimentos permanentes - Ouro Puro
C = a Caixa ou Bancos 220.000,00
Ilustrando a situação, apresentamos as figuras a seguir:
a) Situação inicial
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Dora
ativo Passivo
Caixa 220.000,00
Inv - Tida -
--------------PL
0%
Despesas Receitas
Tida - Ouro Puro
ativo Passivo
Despesas Receitas
(*) antes do lançamento das 20.000 novas ações, o capital era de 800.000 ações de R$ 10,00 cada, sem mais nada no PL
Dora
ativo Passivo
Caixa 220.000,00
(220.000,00)
-
--------------PL
Inv - Tida -
220.000,00
220.000,00
20%
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D= Caixa ou Bancos 220.000,00
C=a diversos
C=a Capital 200.000,00
C=a Res. Capital (ágio na emiss. de ações) 20.000,00
b. Na empresa Investidora – pela aquisição das ações
D = Investimentos permanentes - Ouro Puro
C = a Caixa ou Bancos 220.000,00
d) Situação final
Dora
ativo Passivo
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 220.000,00
20%
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participação societária adquirida porque seu método de avaliação é o
método do custo – no qual o investimento vale o valor por ele pago,
nada mais e nada menos!
Visto o primeiro exemplo, vamos ao segundo.
O segundo exemplo é o da aquisição, à vista, pela empresa investidora,
15% das cotas representativas do capital da empresa “Morro abaixo
ltda.”, de seus antigos sócios considerando que: (a) o valor de todos os
bens/direitos, deduzidos das obrigações da empresa investida
(equivalente a seu Patrimônio Líquido) é R$ 350.000,00, (b) foi pago –
aos antigos sócios – o valor de R$ 50.000,00 e (c) o investimento deve
– nos termos e condições da Lei das S/A – ser avaliado pelo método do
custo.
Nesse caso, em vista da condição (c), os dados referentes à condição
(a) são absolutamente desnecessários. Repare que se trata do método
do custo e, assim, basta saber o valor pago, descrito na condição (b).
Portanto, o lançamento deve ser simplesmente o seguinte:
D = Investimentos permanentes - Morro abaixo
C = a Caixa ou Bancos 50.000,00
Ilustrando a situação, apresentamos as figuras a seguir:
a) Situação inicial
Dora
ativo Passivo
Caixa 50.000,00
Inv - Tida -
--------------PL
0%
Despesas Receitas
Tida - Morro Abaixo
ativo Passivo
Despesas Receitas
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Dora
ativo Passivo
Caixa 50.000,00
(50.000,00)
-
--------------PL
Inv - Tida -
50.000,00
50.000,00
15%
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Capital 350.000,00
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Dora
ativo Passivo
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 50.000,00
15%
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Capital 350.000,00
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4.1.3 Provisão para perdas
Já vimos que o critério de avaliação das participações societárias – no
método do custo – é, simplesmente, a aplicação do Princípio
Fundamental de Contabilidade do Registro pelo Valor Original. Ocorre
que, juntamente com o princípio do Registro pelo Valor Original, deve
ser aplicado o Princípio Fundamental de Contabilidade da Prudência
determinado pelo art. 10 da Resolução CFC n° 750, de 1993 e, em
especial, seu parágrafo 2o. A seguir, para fins de esclarecimento, o
citado artigo encontra-se parcialmente transcrito:
Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do
menor valor para os componentes do ATIVO e do maior
para os do PASSIVO, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das
mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da
hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando
se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos
demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.
§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da
PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores,
constituindo-se ordenamento indispensável à correta
aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.
Repare que, caso ocorra uma mutação posterior – reduzindo o valor do
investimento – essa mutação deve ser reconhecida no patrimônio, com
a respectiva constituição de uma provisão2.
Nesse sentido, a Lei das S/A determina, em seu art. 183, III, a
constituição de provisão para perdas prováveis na realização do seu
valor3, quando essa perda estiver comprovada como permanente,nos
seguintes termos:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão
avaliados segundo os seguintes critérios:
…
III - os investimentos em participação no capital social de
outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a
250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para
perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa
perda estiver comprovada como permanente, e que não
2
Quanto ao conceito de provisão, neste curso – didaticamente – proposto como “uma
perda na penumbra”, recomenda-se a leitura da aula 06.
3
Conforme já visto neste curso, cumpre referir que a idéia mais simples e didática
para exprimir o conceito de “realização” é a de que “realizar algo” equivale a
“transformar essa coisa em outra – geralmente na sua troca por dinheiro ou na sua
perda”.
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será modificado em razão do recebimento, sem custo para
a companhia, de ações ou quotas bonificadas;
…
Assim, a provisão para perdas deverá ser constituída para cobrir as
perdas prováveis, porém comprovadamente permanentes, na realização
do investimento. Normalmente, para determinar se uma empresa
investidora tem perdas com seus investimentos em outras sociedades, é
necessário saber qual a situação dessas outras sociedades. Para tanto,
a base normal é obter as demonstrações financeiras dessas empresas e
apurar o valor patrimonial das ações possuídas para comparar com o
valor registrado na conta de investimentos das investidora. Se a
empresa onde foi feito o investimento está operando com prejuízos, o
valor de seu patrimônio fica reduzido e a comparação acima indicará a
necessidade da constituição de uma provisão, pois a perda seria já
comprovada como permanente (exceto em casos de investimentos
novos com prejuízo inicial e previsão de lucro posterior).
Outro caso de perdas já comprovadas é o dos investimentos em
empresas falidas ou em má situação, ou em empresas cujos projetos
não mais sejam viáveis.
A seguir, apresentaremos um exemplo de investimento em empresa
cujo projeto (atividade) torna-se inviável por conta de um
acontecimento superveniente.
a) situação inicial
A empresa investidora – Dora S/A – mantém em seu Ativo Permanente
um investimento (em participações societárias), avaliado pelo custo de
aquisição, representada por 3.000 ações ordinárias da empresa Tida
S/A, cuja atividade consiste no engarrafamento e distribuição de
cerveja, autorizado por uma terceira empresa (Beer inc.), detentora da
patente, com sede no exterior. No final do exercício anterior, em 31/12,
o investimento apresentava o valor contábil de R$ 40.000,00.
A seguir, apresentamos figura ilustrativa da situação patrimonial acima
descrita.
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Dora
ativo Passivo
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 40.000,00
Tida
ativo Passivo
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
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Dora
ativo Passivo
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 40.000,00
(-) Prov perdas (24.000,00)
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Dora
ativo Passivo
Caixa -
19.000,00
19.000,00
--------------PL
Inv - Tida 40.000,00
(40.000,00)
-
(-) Prov perdas 24.000,00 x% ==> 3.000 ações
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D = Caixa
C = a Receitas não operacionais 19.000,00
D = Despesas não operacionais
C = a Investimentos permanentes - TIDA 40.000,00
Imediatamente após o lançamento acima temos a seguinte configuração
patrimonial:
Dora
ativo Passivo
Caixa 19.000,00
--------------PL
Inv - Tida -
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Dora
ativo Passivo
Caixa 19.000,00
--------------PL
Inv - Tida -
(-) Prov perdas 24.000,00
(24.000,00)
- x% ==> 3.000 ações
D = Prov. Perdas
C = a Receita de Reversão de Provisão 24.000,00
Dora
ativo Passivo
Caixa 19.000,00
--------------PL
Inv - Tida -
(-) Prov perdas -
4.1.4 Dividendos
Já foi visto, neste curso, quando tratamos da destinação do resultado,
que os dividendos são a parte do lucro que cabe a cada ação e que, a
partir desse conceito, os dividendos a receber são a parte do lucro que –
cabendo à ação – a empresa investida entrega ao acionista (empresa
investidora). O registro dos dividendos a receber, referentes a
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investimentos avaliados pelo método do custo, é o único ponto em que
o método do custo se revela mais complexo do que o método da
equivalência patrimonial. Isso ocorre porque, no tocante ao registro dos
dividendos a receber, no método do custo, há duas regras: (1) a
primeira, regra geral, em que o surgimento do direito ao recebimento
dos dividendos é registrado a crédito de receitas operacionais e (2) uma
regra especial, em que o surgimento do direito ao recebimento dos
dividendos é registrado a crédito do próprio investimento – resultando
em uma redução do investimento.
A seguir, analisaremos cada uma dessas regras.
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Dora
ativo Passivo
Caixa -
Div. a receber 25.000,00
--------------PL
Inv - Tida 100.000,00
5%
LPA 500.000,00
(500.000,00)
-
Lançamentos
a) na Tida S/A – pela destinação do resultado (dividendos a pagar)
D = LPA
C = a Dividendos a pagar 500.000,00
b) na Dora S/A – pelo reconhecimento do direito a receber dividendos
D = Dividendos a receber
C = a Receita com dividendos 25.000,00
A configuração patrimonial resultante dos fatos acima narrados e
registrados encontra-se a seguir:
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Dora
ativo Passivo
Caixa -
Div. a receber 25.000,00
--------------PL
Inv - Tida 100.000,00
5%
LPA -
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data da respectiva percepção, serão registrados pelo
contribuinte como diminuição do valor do custo e não
influenciarão as contas de resultado.
Didaticamente, podemos ilustrar a situação acima referida com uma
metáfora, referente à criação e a comercialização de gado.
Seja um determinado criador que adquiriu uma vaquinha pelo valor de
R$ 1.000,00. Considere que essa vaquinha tenha ido – distraidamente
– pastar perto da cerca do vizinho, que tinha um touro, e que esse touro
tenha “pulado a cerca”, brincado com a vaquinha e, depois, voltado para
casa. Como o período de gestação da vaca é de aproximadamente 9
(nove) meses, 10 meses após sua aquisição, a vaquinha tem um
bezerro. Vamos analisar esse fato do ponto de vista patrimonial: o valor
do direito ao bezerro recém nascido “cai do céu”, de “pára-quedas”, no
“colo” do patrimônio do criador – aumentando-o, o que caracteriza uma
receita.
Seja um outro criador, que também adquiriu uma vaquinha pelo valor
de R$ 1.400,00. Considere, ainda, que 3 meses depois essa vaquinha
tenha dado a luz a um bezerro. Como o período de gestação da vaca é
de aproximadamente 9 (nove) meses, conclui-se que, no momento que
o criador adquiriu a vaquinha, o bezerro já estava em seu ventre –
assim, o valor de R$ 1.400,00 pago foi referente a aquisição não
somente da vaquinha, mas também do bezerro, que estava na sua
barriga. Portanto, o nascimento do bezerro não pode representar um
efetivo aumento do patrimônio do criador, pois o criador já havia pago
pelo bezerro, quando da aquisição da vaquinha. Vamos analisar esse
fato do ponto de vista patrimonial: o valor do direito ao bezerro recém
nascido não “cai do céu”, de “pára-quedas”, no “colo” do patrimônio do
criador, mas apenas se desprende do valor antes registrado como sendo
apenas referente à vaquinha e, assim, a vaquinha (sem bezerro na
barriga) fica valendo R$ 1.000,00 e o bezerro (que saiu da barriga da
vaquinha) fica valendo R$ 400,00.
Entendido o conceito, a partir das idéias contidas nas metáforas acima,
a seguir, encontra-se proposto um exemplo ilustrativo.
Seja a empresa Dora S/A, que adquiriu por R$ 100.000,00, com
intenção de permanência, um investimento na empresa Tida S/A –
correspondente a 5% do total de seu capital. Três meses após essa
aquisição, a empresa Dora S/A tomou conhecimento de que a empresa
investida destinara dividendos a seus acionistas no valor total de R$
500.000,00, cabendo-lhe a parcela de 5% R$ 25.000,00. A seguir,
encontram-se: (1) a figura representativa do fluxo de valores entre
elementos do patrimônio, referentes ao fato acima descrito, e (2) o
registro dos lançamentos contábeis correspondentes.
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Dora
ativo Passivo
Caixa -
Div. a receber 25.000,00
--------------PL
Inv - Tida 100.000,00
(25.000,00)
75.000,00
5%
LPA 500.000,00
(500.000,00)
-
Lançamentos
a) na Tida S/A – pela destinação do resultado (dividendos a pagar)
D = LPA
C = a Dividendos a pagar 500.000,00
b) na Dora S/A – pelo reconhecimento do direito a receber dividendos
D = Dividendos a receber
C = a Investimentos permanentes - Tida 25.000,00
A configuração patrimonial resultante dos fatos acima narrados e
registrados encontra-se a seguir:
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Dora
ativo Passivo
Caixa -
Div. a receber 25.000,00
--------------PL
Inv - Tida 75.000,00
5%
LPA -
4.2.1 Conceito
Dado que o método do custo é a regra básica de avaliação de
investimentos em participações permanentes (por consistir em mera
aplicação do Princípio Fundamental de Contabilidade do Registro pelo
Valor Original), o método da Equivalência Patrimonial é a exceção –
aplicável apenas a investimentos especiais (considerados importantes).
Trata-se de uma exceção expressa ao princípio contábil citado, prevista
pela Lei das S/A, em seu art. 248, reproduzido em parte a seguir:
Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os
investimentos ... serão avaliados pelo valor de patrimônio
líquido, de acordo com as seguintes normas:
…
II - o valor do investimento será determinado mediante a
aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido referido no
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número anterior, da porcentagem de participação no
capital da coligada ou controlada;
Através do método de avaliação pela equivalência patrimonial, a
empresa investidora reconhece como valor de seu investimento
(participações permanentes – ações ou cotas do capital da empresa
investida) uma parcela do valor do patrimônio líquido da empresa
investida. Essa parcela é calculada através da multiplicação do valor do
patrimônio líquido da empresa investida pelo percentual de participação
(ou seja, pelo percentual de ações ou cotas de capital da empresa
investida na titularidade da empresa investidora em relação ao total),
conforme tabela a seguir:
Apuração do valor do investimento em participações societárias pelo método da equivalência patrimonial
(. ) Quantidade de ações ou cotas da empresa investida na capital de titularidade da empresa investidora
(/ ) Quantidade total de ações ou cotas de capital da empresa investida
(=) Percentual de participação
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valor do investimento de Dora S/A em participações societárias
permanentes (relativas a Tida S/A) pelo método da equivalência
patrimonial, conforme tabela abaixo.
Apuração do valor do investimento em participações societárias pelo método da equivalência patrimonial
(. ) Quantidade de ações ou cotas da empresa investida na capital de titularidade da empresa investidora 500.000
(/ ) Quantidade total de ações ou cotas de capital da empresa investida 1.000.000
(=) Percentual de participação 50,00%
Dora
ativo Passivo
--------------PL
Inv - Tida 125.000,00
50%
--------------PL
Total do PL 250.000,00
Despesas Receitas
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Assim, pelo método da equivalência patrimonial, se uma empresa
investidora adquire 50% das ações que compõem o Capital Social de
outra empresa – investida – (como no caso do exemplo antes proposto),
ela efetivamente passa a ter direito a 50% do Patrimônio líquido da
investida. É por esse valor proporcional que a participação societária
estará sempre registrada no ativo da investidora. Como o Patrimônio
Líquido da empresa investida tende a se alterar no tempo,
principalmente pela geração de resultados (lucros ou prejuízos)4, a
investidora deverá periodicamente efetuar registros de ajustes, de tal
forma que o valor contábil de seu investimento seja sempre igual a 50%
do Capital Próprio (patrimônio líquido) da investida.
Com o intuito de esclarecer – didaticamente – o conceito aqui tratado,
utilizamos uma metáfora, a metáfora da “sanfona”, a seguir
apresentada.
Considere que o patrimônio líquido da empresa investida seja
representado por uma sanfona (um acordeão, por exemplo) e que o
investimento – no ativo da empresa investidora – seja representado
também por uma sanfona (um bandoneon, menor que o acordeão, visto
que o investimento é avaliado como um percentual do patrimônio líquido
da empresa investida). Assim, há dois sanfoneiros: (1) o do acordeão,
que abre e fecha o fole do instrumento à medida que o patrimônio
líquido da empresa investida aumenta (geralmente por lucros) ou
diminui (geralmente por prejuízos) e (2) o do bandoneon que, seguindo
o primeiro sanfoneiro, abre e fecha o pequeno fole de seu instrumento
ao mesmo tempo e na mesma proporção. Pelo método da equivalência
patrimonial, a proporção tem que, sempre, ser mantida, “senão os
sanfoneiros desafinam”.
4
Sobre o assunto, ver o tópico fechamento do exercício – já tratado neste curso.
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serão avaliados pelo valor de patrimônio líquido, de acordo
com as seguintes normas:
I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da
controlada será determinado com base em balanço
patrimonial ou balancete de verificação levantado, com
observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até
60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do balanço
da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão
computados os resultados não realizados decorrentes de
negócios com a companhia, ou com outras sociedades
coligadas à companhia, ou por ela controladas;
II - o valor do investimento será determinado mediante a
aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido referido no
número anterior, da porcentagem de participação no
capital da coligada ou controlada;
III - a diferença entre o valor do investimento, de acordo
com o número II, e o custo de aquisição corrigido
monetariamente; somente será registrada como resultado
do exercício:
a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou
controlada;
b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou
perdas efetivos;
c) no caso de companhia aberta, com observância das
normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
§ 1º Para efeito de determinar a relevância do
investimento, nos casos deste artigo, serão computados
como parte do custo de aquisição os saldos de créditos da
companhia contra as coligadas e controladas.
§ 2º A sociedade coligada, sempre que solicitada pela
companhia, deverá elaborar e fornecer o balanço ou
balancete de verificação previsto no número I.
Adicionalmente, no mesmo artigo – inciso III, “c” – acima, é deferida à
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a expedição de normas especiais
para companhias abertas no tocante ao método da equivalência
patrimonial. A CVM expediu Instrução específica nesse sentido
(Instrução CVM 247, de 1996), determinando que, no caso de
companhias abertas, estejam sujeitos ao método os investimentos em
controladas, bem como os investimentos relevantes em coligadas em
que haja participação mínima de 20% ou relevância. A seguir, para fins
de ilustração, encontra-se reproduzido o art. 5o da citada instrução.
Art. 5º - Deverão ser avaliados pelo método da
equivalência patrimonial:
I - O investimento em cada controlada; e
II - O investimento relevante em cada coligada e/ou em
sua equiparada, quando a investidora tenha influência na
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administração ou quando a porcentagem de participação,
direta ou indireta da investidora, representar 20% (vinte
por cento) ou mais do capital social da coligada.
Essa é a apresentação clássica, foi assim que eu fui apresentado à regra
de identificação dos investimentos sujeitos ao método da equivalência
patrimonial. Entretanto, entendemos que, didaticamente, essa
abordagem não funciona.
Utilizando uma abordagem diferente, em nosso curso, vamos: (1)
apresentar, de forma clara e direta, uma série de conceitos iniciais
(controle, coligação, relevância e influência), necessários ao
entendimento da regra acima; e (2) de forma esquemática,
apresentaremos a regra acima decomposta em partes – para facilitar o
entendimento e a memorização.
4.2.2.1.1 Controle
A palavra chave – para o entendimento do conceito de controle – é
“mandar”. Assim, controlar é mandar, o que permite chegar às
seguintes conclusões:
- mandar não é o mesmo que possuir e, portanto, é possível que
se controle algo que não se possua por completo (nem na maior
porcentagem);
- quem manda pode fazê-lo diretamente ou através de terceiros e,
portanto, é possível haver controle direto ou indireto.
Confirmando a idéia acima, de que controlar é mandar, o artigo 243 da
Lei das S/A, em seu parágrafo 2o estabelece o conceito de controle,
conforme abaixo:
§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a
controladora, diretamente ou através de outras
controladas, é titular de direitos de sócio que lhe
assegurem, de modo permanente, preponderância nas
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos
administradores.
No mesmo sentido, a IN CVM 247, em seu art. 3o, define controle nos
seguintes termos:
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Art. 3º - Considera-se controlada, para os fins desta
Instrução:
I - Sociedade na qual a investidora, diretamente ou
indiretamente, seja titular de direitos de sócio que lhe
assegurem, de modo permanente:
a) - preponderância nas deliberações sociais; e
b) - o poder de eleger ou destituir a maioria dos
administradores.
II - Filial, agência, sucursal, dependência ou escritório de
representação no exterior, sempre que os respectivos
ativos e passivos não estejam incluídos na contabilidade da
investidora, por força de normatização específica; e
III - Sociedade na qual os direitos permanentes de sócio,
previstos nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo
estejam sob controle comum ou sejam exercidos mediante
a existência de acordo de votos, independentemente do
seu percentual de participação no capital votante.
Parágrafo Único - Considera-se, ainda, controlada a
subsidiária integral, tendo a investidora como única
acionista.
Repare que ambos os textos acima reproduzidos referem que a
investidora deverá ser “titular de direitos de sócio” que lhes assegurem
“preponderância nas deliberações sociais” e “poder de eleger a maioria
dos administradores”. Ora, isso é mandar na empresa investida!
Neste item veremos os conceitos de controle direto e de controle
indireto.
4.2.2.1.1.1 Direto
Controle direto é aquele em que a empresa investidora “manda” na
administração da empresa investida diretamente, através de seu próprio
voto, na Assembléia Geral de Acionistas.
Aqui faremos uma breve referência ao Direito Societário, que determina
as condições para que alguém possa mandar na administração de uma
companhia. Assim, veremos o conceito de Assembléia Geral de
Acionistas e de ações com e sem direito a voto.
Inicialmente, cabe colocar que o órgão máximo deliberativo de uma
companhia é a Assembléia Geral de Acionistas e que ela funciona num
misto de democracia e capitalismo, pois: (1) as decisões são tomadas
pelo voto dos acionistas reunidos, mas (2) os votos dos acionistas não
têm o mesmo valor, sendo esse valor proporcional à quantidade de
ações com direito a voto da titularidade de cada acionista. Assim, resta
saber o que é ação com direito a voto.
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Com relações às espécies de ações, temos que a Lei das S/A define –
basicamente – duas espécies importantes, são elas: as ações ordinárias
e as ações preferenciais5. As ações ordinárias são as que têm direito a
voto e as preferenciais não6. No que se refere à controlada, vale a
referência de que ela também pode ser uma Limitada e que, nesse caso,
tudo o que foi dito com relação a ações com direito a voto pode ser
aplicado a cotas de capital.
A preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria
dos administradores de modo permanente ocorrem, normalmente e com
segurança quando a empresa investidora possui o controle acionário,
representado por mais de 50% do capital votante da outra sociedade.
Ocorre que a Lei das S/A determina a proporção mínima de ações
ordinárias componentes do capital das companhias em relação ao total
de ações.
a) Antes do advento da Lei n° 10.303, de 2001, do total de ações, no
mínimo 1/3 devia ser composto por ações ordinárias (com direito a
voto), podendo o restante ser composto com ações preferenciais,
conforme art. 15 § 2o, da Lei das S/A:
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou
vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias,
preferenciais ….
§ 2º O número de ações preferenciais sem direito a voto
ou sujeitas a restrições no exercício desse direito, não
pode ultrapassar 2/3 (dois terços) do total das ações
emitidas.
A tabela a seguir ilustra a situação acima descrita:
Tipo de ação de até
ordinária 33,33% 100%
preferencial 66,67% 0%
total 100,00% 100%
b) Após o advento da Lei n° 10.303, de 2001, do total de ações, no
mínimo metade deve ser composta por ações ordinárias (com direito a
voto), podendo o restante ser composto com ações preferenciais,
conforme art. 15 § 2o, da Lei das S/A:
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou
vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias,
preferenciais ….
5
Há também uma terceira espécie, a ação de fruição, conceito já tratado no tópico em
que foi estudado o PL e que, por não ter relevância para a matéria aqui apresentada,
não será mais referenciada.
6
Com relação aos conceitos de ação ordinária e de ação preferencial, recomenda-se a
leitura do tópico que trata do Patrimônio Líquido, já apresentado neste curso.
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§ 2o O número de ações preferenciais sem direito a voto,
ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode
ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do total das ações
emitidas. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)
A tabela a seguir ilustra a situação acima descrita:
Tipo de ação de até
ordinária 50,00% 100%
preferencial 50,00% 0%
total 100,00% 100%
Analisando as tabelas acima, verifica-se que, antes do advento da Lei n°
10.303, de 2001, se a empresa investida tivesse seu capital formado em
1/3 por ações ordinárias (limite mínimo previsto pela Lei das S/A) e,
conseqüentemente, em 2/3 por ações preferenciais, um investidor que
tivesse metade das ações ordinárias, mais uma, teria o controle
acionário. Exemplificando, considere um capital formado por 1.000
ações, sendo 334 ações ordinárias e 666 ações preferenciais. Nesse
caso, o investidor com 50% das ordinárias, mais uma, ou seja, com 168
ações, tem o controle acionário, no entanto possui menos do que 17%
do capital total. Isso confirma nosso conceito, de que controlar é
mandar (e não possuir).
Ainda, após o advento da Lei n° 10.303, de 2001, se a empresa
investida tivesse seu capital formado em 50% por ações ordinárias
(limite mínimo previsto pela Lei das S/A) e, conseqüentemente, em
50% por ações preferenciais, um investidor que tivesse metade das
ações ordinárias, mais uma, teria o controle acionário. Exemplificando,
considere um capital formado por 1.000 ações, sendo 500 ações
ordinárias e 500 ações preferenciais. Nesse caso, o investidor com 50%
das ordinárias, mais uma, ou seja, com 251 ações, tem o controle
acionário, no entanto possui menos do que 26% do capital total. Isso
confirma – mais uma vez – nosso conceito, de que controlar é mandar
(e não possuir).
Com relação a controle direto, a Instrução CVM n° 247, de 1996, para
companhias abertas, trata outras três situações como situações que
ensejam controle, são elas: (1) filial no exterior que não esteja incluída
na contabilidade da investidora, (2) controle comum – mediante um
acordo de acionistas e (3) subsidiária integral. Entendemos que essas
três situações são apenas casos específicos que cabem na definição de
controle já apresentada, segundo a qual a investidora deverá ser “titular
de direitos de sócio” que lhes assegurem “preponderância nas
deliberações sociais” e “poder de eleger a maioria dos administradores”.
Com relação ao primeiro caso, de filial no exterior não incluída na
contabilidade da investidora, cabem as seguintes considerações. Uma
filial não é – por definição – uma pessoa jurídica com personalidade
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própria, sendo apenas uma parte do próprio patrimônio da empresa (um
estabelecimento). Porém, se uma filial no exterior tiver que ser tratada
como uma pessoa em separado (por força do direito a ela aplicável) ela
se torna uma nova pessoa jurídica que tem por sócia a antiga matriz
(que passa a ser sua única sócia). Ora se há um único sócio, ele
“manda” na administração de seu investimento e, portanto, esse é um
caso de controle adequado a sua definição clássica.
Com relação ao segundo caso, controle comum – mediante acordo de
acionistas, cabem as seguintes considerações. O acordo de acionistas é
um contrato em que vários acionistas concordam em expressar uma
única vontade, somando votos na assembléia geral de acionistas. Nesse
caso, todos (em conjunto) são titulares de um direito que lhes assegura
a preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria
dos administradores, o que também se adequa ao conceito de controle.
Com relação ao terceiro caso, subsidiária integral (conceito previsto no
art. 251 da Lei das S/A), cumpre referir que a investidora é a única
acionista da subsidiária. Ora se há um único sócio, ele “manda” na
administração de seu investimento e, portanto, trata-se de controle.
Abaixo, encontram-se apresentadas algumas figuras exemplificativas de
situações em que ocorre controle direto: (1) subsidiária integral, (2)
titularidade de mais da metade das ações com direito a voto e (3)
controle conjunto.
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1 - Subsidiária integral
Investidora
100% do capital
Investida
subsidiária integral
Investida
Controlada direta
3 - controle comum
Sócio Sócio Sócio
Acordo de acionistas
Investida
Controle comum
4.2.2.1.1.2 Indireto
Quanto ao controle, cumpre referir que ele pode ser exercido de forma
indireta. Esse aspecto é mencionado especificamente, no art. 243, a Lei
das S/A, que se refere a controle “diretamente ou através de outras
controladas” e, no mesmo sentido, a Instrução CVM 247, de 1996, se
refere a controlar “diretamente ou indiretamente”.
O conceito de controle indireto está de acordo com a idéia de que
controlar é “mandar”. Isso ocorre porque nada impede que uma pessoa
possa mandar em outra através de terceiros. Exemplificando, esse é o
caso de um General que, sem nunca ter dado uma ordem direta a um
soldado teve sua vontade sempre obedecida pela tropa, durante toda a
batalha. Isso ocorre porque o General pode dar ordens a seus
subordinados, oficiais, que as transmitem aos soldados.
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Para entender o mecanismo que permite o controle indireto no âmbito
de uma S/A, faz-se necessário voltar ao conceito de Assembléia Geral
de Acionistas, onde são tomadas as decisões mais importantes da
companhia. Na Assembléia cada acionista tem o direito de apresentar
seu voto quanto às importantes questões nela tratadas (eleição dos
órgãos de administração, destinação dos resultados, aumento ou
redução de capital, etc.). Entretanto, se uma empresa investidora (Dora
S/A) controla uma empresa intermediária (Interm S/A) e esta última
controla a empresa investida (Tida S/A), o voto que a empresa
intermediária irá apresentar na Assembléia de Acionistas da empresa
investida será “controlado” pela vontade da empresa investidora (Dora
S/A). Isso ocorre porque os administradores da empresa intermediária
foram escolhidos pela empresa investidora.
Vejamos os seguintes exemplos de controle indireto, considerando
sempre as percentagens apresentadas como percentagens do capital
votante.
Exemplo 1:
Suponha que a empresa A titular de 100% das ações de emissão da
empresa B (ou seja, B é subsidiária integral de A). Assim, B é
controlada direta de A. Suponha, ainda, que a empresa B tenha um
investimento numa empresa C correspondente a 90% de seu capital
votante. Nessa situação, C é controlada indireta de A e controlada
direta de B.
A seguir, encontra-se figura ilustrativa do exemplo acima descrito.
Empresa A
Exemplo 2:
A empresa A é titular de 70% do capital votante da empresa B; logo B é
controlada direta de A. A empresa A é, também, titular de 20% do
capital votante da empresa C. Adicionalmente, a empresa B é titular de
40% do capital votante da empresa C.
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Nessa situação, verifica-se que a empresa A tem poder direto sobre
20% dos votos na Assembléia de Acionistas da empresa C e também
sobre 40%, indiretamente, através da empresa B. Logo, conclui-se que
a empresa C é controlada indiretamente por A.
A seguir, encontra-se figura ilustrativa do exemplo acima descrito.
A Terceiros
B C
40%
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indiretamente) de 60% das ações com direito a voto de emissão da
empresa B.
Enfim, o importante é o conceito de controle e não de propriedade.
Apenas 48% do patrimônio da empresa C pertence (proporcionalmente)
à empresa A, mas esta empresa A é controladora da empresa C por
completo (ainda que indiretamente).
4.2.2.1.2 Coligação
O conceito de coligação é o de “possuir muito sem, contudo, mandar”.
O artigo 243 da Lei das S/A, em seu parágrafo 1o estabelece que são
coligadas as sociedades quando uma participa, com 10% ou mais, do
capital da outra, sem controlá-la, conforme a seguir reproduzido:
§ 1º São coligadas as sociedades quando uma participa,
com 10% (dez por cento) ou mais, do capital da outra,
sem controlá-la.
No mesmo sentido, a Instrução CVM define coligação em seu art. 2o,
caput, conforme abaixo:
Art. 2º - Consideram-se coligadas as sociedades quando
uma participa com 10% (dez por cento) ou mais do capital
social da outra, sem controlá-la.
Uma empresa, portanto, é coligada de outra sempre que uma tenha
participação de, no mínimo, 10% o capital da outra, sem, no entanto,
controlá-la. No que se refere a coligadas, a legislação não faz qualquer
referência ao tipo de ação de que se constitui a participação, podendo
ser ações ordinárias, com direito a voto, ou mesmo preferenciais, sem
ou com esse direito, ou mesmo com outras restrições. Cabe ainda notar
que a menção da lei é genérica em termos da participação, abrangendo
as sociedades como um todo, podendo, portanto, ser Sociedades por
Ações ou Limitadas.
Outro ponto importante é que a Lei das S/A não faz menção sobre
participações indiretas, concluindo-se que as empresas são coligadas
somente por participações diretas. Essa conclusão está de acordo com
nossa proposta de apresentação do conceito de coligação “possuir muito
sem, contudo, mandar”, pois, não é possível possuir indiretamente.
Diferentemente do que ocorre para sociedades em geral, nos termos da
Lei das S/A, para companhias de capital aberto, a Instrução CVM cria a
figura da “equiparação à coligação”, no parágrafo único do art. 2o da
Instrução CVM n° 247, de 1996:
Parágrafo Único - Equiparam-se às coligadas, para os fins
desta Instrução:
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a) - as sociedades quando uma participa indiretamente
com 10% (dez por cento) ou mais do capital votante da
outra, sem controlá-la;
b) - as sociedades quando uma participa diretamente com
10% (dez por cento) ou mais do capital votante da outra,
sem controlá-la, independentemente do percentual da
participação no capital total.
Assim, quando houver participação em 10% ou mais do capital votante
da outra (seja essa participação direta ou indireta), duas sociedades –
que não são coligadas – têm tratamento como se coligadas fossem, para
fins de aplicação do método da equivalência patrimonial.
É importante diferenciar a idéia de participação indireta da idéia de
controle indireto. Conforme já foi explicado acima, o controle indireto
se dá através de outras controladas e, independentemente do
percentual de participação da investidora na controlada, uma vez
controlada ela será controlada por completo (não existe meio controle).
Ao contrário, a participação indireta se dá através de outras empresas e
é apurada através da multiplicação do percentual de participação da
empresa investidora em sociedade intermediária pelo percentual de
participação da sociedade intermediária na empresa investida.
4.2.2.1.3 Relevância
O conceito de relevância deve ser apreendido a partir da idéia de
“importância”. Nesse sentido, um mesmo valor, que pode ser relevante
(“importante”) para uma pessoa, pode ser irrelevante para outra.
Tomemos como exemplo a quantia de R$ 100,00. Para um mendigo
essa quantia seria, indubitavelmente, relevante. Ocorre que para o Bill
Gates (o homem mais rico do mundo) essa quantia seria irrelevante.
Transplantando o exemplo acima para o Direito Societário, podemos
dizer que é relevante um investimento cujo valor seja significativo, em
comparação com o patrimônio da empresa investidora.
A definição de relevância é dada pelo parágrafo único do artigo 247 da
Lei das S/A que considera individualmente relevante o investimento em
cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou
superior a dez por cento do valor do patrimônio líquido da companhia ou
coletivamente o investimento no conjunto de sociedades coligadas e
controladas, se o valor contábil é igual ou superior a quinze por cento do
valor do patrimônio líquido da companhia. A seguir, para fins de
clareza, encontra-se reproduzido o citado parágrafo:
Parágrafo único. Considera-se relevante o investimento:
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a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor
contábil é igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor
do patrimônio líquido da companhia;
b) no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se
o valor contábil é igual ou superior a 15% (quinze por
cento) do valor do patrimônio líquido da companhia.
No mesmo sentido, a Instrução CVM define relevância, em seu art. 4o,
abaixo:
Art. 4º - Considera-se relevante o investimento:
I - Quando o valor contábil do investimento em cada
coligada for igual ou superior a 10% (dez por cento) do
patrimônio líquido da investidora; ou
II - Quando o valor contábil dos investimentos em
controladas e coligadas, considerados em seu conjunto, for
igual ou superior a 15% (quinze por cento) do patrimônio
líquido da investidora.
§ 1º - O valor contábil do investimento em coligada e
controlada abrange o custo de aquisição mais a
equivalência patrimonial e o ágio não amortizado, deduzido
do deságio não amortizado e da provisão para perdas.
§ 2º - Para determinação dos percentuais referidos nos
incisos I e II deste artigo, ao valor contábil do
investimento deverá ser adicionado o montante dos
créditos da investidora contra suas coligadas e
controladas.
Visto que a relevância do investimento é verificada através da
comparação do valor do patrimônio líquido da investidora e com o valor
do investimento, faz-se necessário definir – com precisão – a maneira
de apuração desses dois valores. Quanto ao valor do patrimônio líquido
da investidora, não há maiores dificuldades, pois se trata do valor
contábil nele registrado. A questão, portanto, se resume à avaliação do
valor do investimento.
O parágrafo 2º do artigo 4º da IN CVM 247, de 1996, acima transcrito
contempla que, na determinação da relevância, sejam incluídos os
créditos da investidora contra suas coligadas/controladas.
Conceitualmente, devem ser incluídos neste cálculo os créditos de
natureza não operacional, tais como os adiantamentos para futuro
aumento de capital e os empréstimos. Tendo em vista que o que se
procura alcançar com esta disposição são os investimentos que não
estejam sob forma de ações, os créditos operacionais normais, tais
como contas a receber, não devem ser considerados.
Assim, quando da avaliação da relevância, devem ser somados ao valor
do investimento o ágio ou deságio, a provisão para perda em
investimentos e os créditos da investidora junto à investida, tais como:
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• mútuos;
• adiantamentos para futuro aumento de Capital;
• valores a receber provenientes da venda de bens e direitos
integrantes do Ativo Permanente, etc.
A seguir apresentamos um exemplo que ilustra o conceito acima.
A empresa investidora Dora S/A, cujo Patrimônio líquido, na data do
Balanço, é de R$ 100.000,00, registra no seu Ativo uma participação
societária na coligada Tida S/A, com as seguintes características:
- custo do investimento 21.000,00
- provisão para perda correspondente 6.000,00
- empréstimo 3.000,00
- duplicatas a receber, por vendas a prazo 2.500,00
Para verificar a relevância do seu investimento da empresa Dora S/A no
capital da empresa Tida S/A, são necessários os seguintes cálculos:
a) valor contábil
custo 21.000,00
(-) provisão para perdas (6.000,00)
(=) valor contábil 15.000,00
b) créditos junto à investida
empréstimo 3.000,00
(+) duplicatas a receber - (*)
(=) total de créditos 3.000,00
c) valor do investimento
valor contábil 15.000,00
(+) total de créditos 3.000,00
(=) investimento total 18.000,00
(*) duplicatas a receber não são computadas por serem de natureza operacional
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tomando o conjunto dos investimentos em coligadas e controladas, será
verificado o limite de 15%. Frise-se que apenas os investimentos em
coligadas e controladas são incluídos no valor do conjunto de
investimentos para fins de relevância coletiva.
A seguir apresentamos um exemplo de empresa investidora com mais
de uma participação societária e a correspondente verificação da
relevância de cada investimento:
Seja a empresa investidora Dora S/A, cujo Patrimônio Líquido total é de
R$ 1.000.000,00 e que possui os seguintes investimentos, em coligadas
e controladas:
Empresa investida Valor contábil
do investimento
4.2.2.1.3.1 Influência
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A influência da empresa investidora, em relação à empresa investida,
deve ser entendida como a capacidade, da investidora, de “se meter” na
administração da empresa investida.
A influência geralmente ocorre por dependência financeira, tecnológica
ou mercadológica. A dependência financeira é aquela em que a
empresa investidora vende a prazo ou entrega valores, a título de
empréstimos, à empresa investida, de forma a viabilizar suas operações.
A dependência tecnológica é aquela em que a empresa investidora é
detentora de uma patente explorada pela empresa investida.
Finalmente, a dependência mercadológica se dá quando a empresa
investidora é a principal cliente ou fornecedora da empresa investida.
A influência se manifesta através de diferentes formas. Entre as formas
de influir, incluem-se: (1) a possibilidade de designação de
administradores da empresa investida, pela investidora; (2) a
participação, por parte da investidora, no Conselho de Administração e /
ou Diretoria da empresa investida; (3) a participação nos processos de
planejamento e formulação de diretrizes; e etc.
A lei das S/A não define as situações em que fica caracterizada a
influência, limitando-se a referir-se ao conceito para definir quais
investimentos estão sujeitos ao método da equivalência patrimonial.
A IN CVM 247, de 1996, no parágrafo único do artigo 5º apresenta uma
relação de fatos que caracterizam a existência de influência na
administração da coligada. Esta relação é exemplificativa, podendo
evidentemente haver outros casos não contemplados:
Parágrafo Único - Serão considerados exemplos de
evidências de influência na administração da coligada:
a) - participação nas suas deliberações sociais, inclusive
com a existência de administradores comuns;
b) - poder de eleger ou destituir um ou mais de seus
administradores;
c) - volume relevante de transações, inclusive com o
fornecimento de assistência técnica ou informações
técnicas essenciais para as atividades da investidora;
d) - significativa dependência tecnológica e/ou econômico-
financeira;
e) - recebimento permanente de informações contábeis
detalhadas, bem como de planos de investimento; ou
f) - uso comum de recursos materiais, tecnológicos ou
humanos.
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4.2.2.2 Regra de identificação dos investimentos sujeitos
ao método da EPL
Já vistos os conceitos necessários para a exata compreensão da regra
de sujeição de investimentos ao método da equivalência patrimonial, é
possível apresentá-la.
Para companhias em geral, essa regra, prevista no caput do art. 248 da
Lei das S/A, consiste em sujeitar ao método da equivalência patrimonial
os investimentos relevantes que sejam realizados em (1) controladas ou
em (2) coligadas, sendo que, no caso de coligadas, somente com a
presença de influência ou em percentual igual ou superior a 20%,
conforme a seguir:
Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os
investimentos relevantes (artigo 247, parágrafo único) em
sociedades coligadas sobre cuja administração tenha
influência, ou de que participe com 20% (vinte por cento)
ou mais do capital social, e em sociedades controladas,
serão avaliados pelo valor de patrimônio líquido, de acordo
com as seguintes normas:
Nas companhias abertas, segundo a IN CVM 247/96, deverão ser
avaliados pelo método da equivalência patrimonial: (1) o investimento
em cada controlada; e (2) o investimento RELEVANTE em cada coligada
e/ou em sua equiparada, quando a investidora tenha influência na
administração ou quando o percentual de participação, direta ou indireta
da investidora representar 20% ou mais do capital social da coligada.
Art. 5º - Deverão ser avaliados pelo método da
equivalência patrimonial:
I - O investimento em cada controlada; e
II - O investimento relevante em cada coligada e/ou em
sua equiparada, quando a investidora tenha influência na
administração ou quando a porcentagem de participação,
direta ou indireta da investidora, representar 20% (vinte
por cento) ou mais do capital social da coligada.
Cumpre referir que as regras acima são mandatórias, ou seja, o
investimento deve ser, alternativamente avaliado: (1) pelo método do
custo, caso não preencha os requisitos dos dispositivos normativos
acima, ou (2) pelo método da equivalência patrimonial, caso preencha
os requisitos acima. Importante! A empresa investidora não pode
escolher o método, ele está previsto em lei, de forma cogente.
Para o entendimento – didático – dessas duas regras acima, com
facilitação de sua memorização, propomos sua apresentação
esquemática e em partes, a seguir, com a utilização de uma metáfora –
a metáfora da “corrida de obstáculos”.
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Segundo essa metáfora, a regra prevista na Legislação, referente à
identificação de investimentos sujeitos ao método da equivalência
patrimonial, pode ser entendida como uma “corrida de obstáculos” que o
investimento tem que superar para chegar ao método da equivalência
patrimonial e, caso não consiga ultrapassar os obstáculos, ele “cai na
vala comum” (que é o método do custo).
Controlada
Coligada
Participação
>= 20%
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c) o terceiro obstáculo, para investimentos relevantes em coligadas, é ser um
investimento em que haja influência ou em que o percentual de participação
atinja 20% - caso contrário, ele “cai” no método do custo.
Controlada
Investimento EPL
Influência
Coligada/
Relevante
equiparada
Participação
>= 20%
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4.2.3 Aplicação do método da EPL
Agora, que já sabemos diferenciar os investimentos que devem ser
avaliados pelo método da equivalência patrimonial, daqueles sujeitos ao
método do custo, é necessário estudar as nuances da aplicação deste
método.
Assim, neste tópico, será apresentada a aplicação do método nas
seguintes situações: (1) na aquisição do investimento (inclusive com a
apuração de eventual ágio ou deságio); (2) no balanço patrimonial (em
situações comuns e em situações especiais, como PL negativo na
investida e resultados não realizados); (3) no recebimento de
dividendos e (4) na reavaliação de ativos pela investida.
Lembramos que, para fins didáticos, iremos: (1) utilizar a metáfora da
“sanfona” na aplicação do método e (2) a cada situação tratada,
apresentar exemplos e desenhar as participações.
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Este procedimento evidenciará a existência de ágio ou deságio na
aquisição.
Já foi esclarecido, neste curso, que ágio é um valor pago a maior (e
deságio um valor pago a menor) com relação a um valor pré-definido,
para algum bem. Portanto, ágio ou deságio na aquisição de
participações societárias (avaliadas pelo método da equivalência
patrimonial) são diferenças para mais ou para menos, existentes entre o
valor de aquisição de um investimento e o valor patrimonial das ações
ou quotas adquiridas, pois esse é seu valor pré-definido (o valor do PL
da empresa investida, multiplicado pelo percentual de participação).
Resumidamente:
- Ágio – ocorre quando o valor pago pelo investimento excede ao
valor patrimonial do investimento.
- Deságio – ocorre quando o valor pago pelo investimento é
menor que o valor patrimonial do investimento.
Um ponto importante é entender a razão pela qual o ágio é registrado
como um ativo e o deságio como uma conta retificadora do ativo,
porque é normal – para leigos – a idéia – ERRADA – de que o ágio deva
ser visto como uma perda (uma despesa) e o deságio como um ganho
(receita). Nesse sentido, cabe colocar que (1) o ágio é um valor
pago, pela empresa investidora, superior ao valor patrimonial do
investimento adquirido, para que ela tenha direito a algo, e que o
direito a esse “algo”, pelo qual a empresa investidora pagou, é
denominado “fundamento” do ágio; (2) o deságio é um valor pago a
menor, porque a empresa investidora – por adquirir o investimento –
deverá suportar um ônus que pesa sobre o investimento adquirido, e
que essa obrigação de suportar o ônus é denominada “fundamento” do
deságio.
Assim, na apresentação do Balanço Patrimonial, as contas que registram
o ágio ou o deságio virão logo abaixo da conta representativa do
investimento a que se refere; sendo que a conta relativa ao ágio deverá
ser apresentada com sinal positivo e a relativa ao deságio, com sinal
negativo.
Portanto, faz-se necessário que a investidora fundamente
economicamente a ocorrência do ágio ou deságio, os fundamentos
podem ser:
a) valor de mercado de bens do ativo da coligada ou controlada
superior ou inferior ao custo registrado na sua contabilidade;
b) valor de rentabilidade da coligada ou controlada, com base em
previsão dos resultados nos exercícios futuros (A CVM inclui
também, no item “b”, uma situação especial de rentabilidade
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futura, trata-se do ágio relativo à aquisição de participação
societária em empresa que tenha direito de exploração,
concessão ou permissão, delegados pelo Poder Público);
c) fundo de comércio, intagíveis e outras razões econômicas (tanto
a doutrina contábil, quanto a IN CVM 247, de 1996, criticam a
classificação deste terceiro tipo de ágio/deságio, sob o
argumento de que todas as razões podem ser resumidas nas
duas situações acima e que, assim, teríamos um ágio sem
razão).
Nos casos dos fundamentos previstos nas alíneas A e B, acima, a
investidora deverá manter um demonstrativo arquivado como
comprovante da escrituração. Se decorrer de valor de bens na
investida, o demonstrativo deverá permitir a identificação da parcela de
sobrevalor imputada a cada bem.
A fundamentação para esses conceitos se encontra tanto na legislação
tributária quanto na IN CVM 247/96. A seguir, para fins de clareza,
encontram-se reproduzidos ambos os dispositivos normativos acima
referidos:
a) IN CVM 247, de 1996, arts. 13 a 15:
Art. 13 - Para efeito de contabilização, o custo de aquisição
de investimento em coligada e controlada deverá ser
desdobrado e os valores resultantes desse desdobramento
contabilizados em sub-contas separadas:
I - Equivalência patrimonial baseada em demonstrações
contábeis elaboradas nos termos do art. 10; e
II - Ágio ou deságio na aquisição ou na subscrição,
representado pela diferença para mais ou para menos,
respectivamente, entre o custo de aquisição do
investimento e a equivalência patrimonial.
Art. 14 - O ágio ou deságio computado na ocasião da
aquisição ou subscrição do investimento deverá ser
contabilizado com indicação do fundamento econômico que
o determinou.
§ 1º - O ágio ou deságio decorrente da diferença entre o
valor de mercado de parte ou de todos os bens do ativo da
coligada e controlada e o respectivo valor contábil, deverá
ser amortizado na proporção em que o ativo for sendo
realizado na coligada e controlada, por depreciação,
amortização, exaustão ou baixa em decorrência de
alienação ou perecimento desses bens ou do investimento.
§ 2º - O ágio ou o deságio decorrente da diferença entre o
valor pago na aquisição do investimento e o valor de
mercado dos ativos e passivos da coligada ou controlada,
referido no parágrafo anterior, deverá ser amortizado da
seguinte forma. (NR)*
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a) - o ágio ou o deságio decorrente de expectativa de
resultado futuro no prazo, extensão e proporção dos
resultados projetados, ou pela baixa por alienação ou
perecimento do investimento, devendo os resultados
projetados serem objeto de verificação anual, a fim de que
sejam revisados os critérios utilizados para amortização ou
registrada a baixa integral do ágio; e
b) - o ágio decorrente da aquisição do direito de
exploração, concessão ou permissão delegadas pelo Poder
Público no prazo estimado ou contratado de utilização, de
vigência ou de perda de substância econômica, ou pela
baixa por alienação ou perecimento do investimento.
§ 3º - O prazo máximo para amortização do ágio previsto
na letra "a" do parágrafo anterior não poderá exceder a
dez anos;(NR)*
§ 4º - Quando houver deságio não justificado pelos
fundamentos econômicos previstos nos parágrafos 1º e 2º,
a sua amortização somente poderá ser contabilizada em
caso de baixa por alienação ou perecimento do
investimento.
§ 5º - O ágio não justificado pelos fundamentos
econômicos, previstos nos parágrafos 1º e 2º, deve ser
reconhecido imediatamente como perda, no resultado do
exercício, esclarecendo-se em nota explicativa as razões
da sua existência.
Art. 15 - Na elaboração do balanço patrimonial da
investidora, o saldo não amortizado do ágio ou deságio
deve ser apresentado no ativo permanente, adicionado ou
reduzido, respectivamente, à equivalência patrimonial do
investimento a que se referir.
b) Decreto 3.000, de 1999, art. 385:
Art. 385. O contribuinte que avaliar investimento em
sociedade coligada ou controlada pelo valor de patrimônio
líquido deverá, por ocasião da aquisição da participação,
desdobrar o custo de aquisição em (Decreto-Lei nº 1.598,
de 1977, artigo 20):
I - valor de patrimônio líquido na época da aquisição,
determinado de acordo com o disposto no artigo seguinte;
e
II - ágio ou deságio na aquisição, que será a diferença
entre o custo de aquisição do investimento e o valor de
que trata o inciso anterior.
§ 1º O valor de patrimônio líquido e o ágio ou deságio
serão registrados em subcontas distintas do custo de
aquisição do investimento (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977,
artigo 20, § 1º).
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§ 2º O lançamento do ágio ou deságio deverá indicar,
dentre os seguintes, seu fundamento econômico (Decreto-
Lei nº 1.598, de 1977, artigo 20, § 2º):
I - valor de mercado de bens do ativo da coligada ou
controlada superior ou inferior ao custo registrado na sua
contabilidade;
II - valor de rentabilidade da coligada ou controlada, com
base em previsão dos resultados nos exercícios futuros;
III - fundo de comércio, intangíveis e outras razões
econômicas.
§ 3º O lançamento com os fundamentos de que tratam os
incisos I e II do parágrafo anterior deverá ser baseado em
demonstração que o contribuinte arquivará como
comprovante da escrituração (Decreto-Lei nº 1.598, de
1977, artigo 20, § 3º).
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Dora
ativo Passivo Atuais sócios
Caixa 500.000,00
--------------PL
Inv - Tida -
100%
0%
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Total do PL 1.000.000,00
Considere que Dora S/A deseje adquirir 50% das ações representativas
do capital de Tida S/A, dos atuais sócios e que essa participação
adquirida seja avaliada pelo método da equivalência patrimonial. Nessa
situação, ocorrerá o seguinte:
- o investimento deverá ser avaliado pelo valor de R$ 500.000,00
PL de Tida S/A 1.000.000,00
(*) percentual de participação adquirida 50%
(=) valor esperado para o investimento 500.000,00
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Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa 500.000,00
(500.000,00)
-
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
50%
50%
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Total do PL 1.000.000,00
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Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
50%
50%
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Total do PL 1.000.000,00
7
Obs.: não confundir o termo didaticamente aqui proposto “ativo oculto” com o termo
ativo oculto, utilizado em auditoria fiscal e que enseja presunção de receita omitida
(que não será aqui tratado por ser assunto estranho ao escopo de nosso curso).
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Dora
ativo Passivo Atuais sócios
Caixa 500.000,00
--------------PL
Inv - Tida -
100%
0%
Considere que Dora S/A deseje adquirir 50% das ações representativas
do capital de Tida S/A, dos atuais sócios e que essa participação
adquirida seja avaliada pelo método da equivalência patrimonial. Nessa
situação, ocorrerá o seguinte:
- o investimento deverá ser avaliado pelo valor de R$ 400.000,00
PL de Tida S/A 800.000,00
(*) percentual de participação adquirida 50%
(=) valor esperado para o investimento 400.000,00
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Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa 500.000,00
(500.000,00)
-
--------------PL
Inv - Tida 400.000,00
(+) ágio 100.000,00
50%
50%
(*) Repare que 50% do ativo oculto é igual a R$ 200.000,00 (*) 50% = R$ 100.000,00, que é exatamente o valor do ágio
Isso vem a confirmar a idéia de que o ágio é um direito a um ativo oculto (e portanto deve ser registrado no ativo).
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Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 400.000,00
(+) ágio 100.000,00
50%
50%
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Seja a seguinte situação inicial: (1) a empresa Dora S/A, com R$
400.000,00 em caixa e não possuindo participações societárias; (2) a
empresa Tida S/A, com patrimônio líquido de R$ 1.000.000,00; (3) e
que, no patrimônio da empresa Tida S/A haja um imóvel registrado pelo
valor de R$ 300.000,00, mas que e empresa Dora S/A entende que seu
efetivo valor de mercado seria de R$ 100.000,00 (ou seja, há um “ativo
inexistente” no valor de R$ 200.000,00). A figura a seguir ilustra a
situação inicial proposta:
Dora
ativo Passivo Atuais sócios
Caixa 400.000,00
--------------PL
Inv - Tida -
100%
0%
Considere que Dora S/A deseje adquirir 50% das ações representativas
do capital de Tida S/A, dos atuais sócios e que essa participação
adquirida seja avaliada pelo método da equivalência patrimonial. Nessa
situação, ocorrerá o seguinte:
- o investimento deverá ser avaliado pelo valor de R$ 500.000,00
PL de Tida S/A 1.000.000,00
(*) percentual de participação adquirida 50%
(=) valor esperado para o investimento 500.000,00
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Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa 400.000,00
(400.000,00)
-
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
(-) deságio (100.000,00)
50%
50%
(*) Repare que 50% do ativo inexistente é igual a R$ 200.000,00 (*) 50% = R$ 100.000,00, que é exatamente o valor do deságio
Isso vem a confirmar a idéia de que o deságio é um ônus sobre um ativo (que tem uma parte inexistente).
Sendo um ônus, deveria estar no passivo, mas é registrado em conta retificadora do ativo (de natureza credora).
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Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa 400.000,00
(400.000,00)
-
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
(-) deságio (100.000,00)
50%
50%
(*) Repare que 50% do ativo inexistente é igual a R$ 200.000,00 (*) 50% = R$ 100.000,00, que é exatamente o valor do deságio
Isso vem a confirmar a idéia de que o deságio é um ônus sobre um ativo (que tem uma parte inexistente).
Sendo um ônus, deveria estar no passivo, mas é registrado em conta retificadora do ativo (de natureza credora).
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investidores tinham uma expectativa de que essas empresas – em um
curto período de tempo – fossem auferir vultosos lucros e, com isso,
aumentar exponencialmente seu patrimônio. Assim, os investidores
concordavam em pagar por participações societárias nessas empresas
um valor muito superior àquele esperado, pré-definido pelo método da
equivalência patrimonial.
Naquela situação, a empresa investidora pagava um valor superior ao
valor esperado para a participação societária adquirida pela razão de
que, no seu entender, o efetivo valor do patrimônio da empresa
investida, considerando o valor atual somado ao valor dos lucros futuros
– trazidos a valor presente por uma taxa de oportunidade8 –, resultaria
em um valor superior àquele registrado em sua contabilidade. Em
outras palavras, a empresa investidora pagava para ter direito a uma
parcela do “lucro futuro”.
Para ilustrar esse tipo de ágio é proposto o exemplo a seguir.
Seja a seguinte situação inicial: (1) a empresa Dora S/A, com R$
500.000,00 em caixa e não possuindo participações societárias; (2) a
empresa Tida S/A, com patrimônio líquido de R$ 800.000,00; (3) e que,
haja uma expectativa de lucratividade nos próximos períodos que,
trazida a valores presentes, seja equivalente à R$ 200.000,00 (ou seja,
há um “lucro futuro” de R$ 200.000,00). A figura a seguir ilustra a
situação inicial proposta:
8
Considerando que o lucro futuro esperado equivaleria a um patrimônio hoje, desde
que descontado uma parcela a título de “valor do dinheiro no tempo” – juros –
calculados de acordo com uma “taxa de oportunidade”, através de uma fórmula de
matemática financeira. Ex.: R$ 1.000.000,00 de lucro no final do próximo ano
equivaleriam a R$ 909.090,91 se considerada uma taxa de oportunidade de 10% ao
ano R$ 1.000.000,00 (/) (1+10%) (=) R$ 909.090,91.
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Dora
ativo Passivo Atuais sócios
Caixa 500.000,00
--------------PL
Inv - Tida -
100%
0%
Total do PL 800.000,00
Considere que Dora S/A deseje adquirir 50% das ações representativas
do capital de Tida S/A, dos atuais sócios e que essa participação
adquirida seja avaliada pelo método da equivalência patrimonial. Nessa
situação, ocorrerá o seguinte:
- o investimento deverá ser avaliado pelo valor de R$ 400.000,00
PL de Tida S/A 800.000,00
(*) percentual de participação adquirida 50%
(=) valor esperado para o investimento 400.000,00
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Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa 500.000,00
(500.000,00)
-
--------------PL
Inv - Tida 400.000,00
(+) ágio 100.000,00
50%
50%
Total do PL 800.000,00
(*) Repare que 50% do valor atual do lucro futuro é igual a R$ 200.000,00 (*) 50% = R$ 100.000,00, que é exatamente o valor do ágio
Isso vem a confirmar a idéia de que o ágio é um direito ao lucro futuro (e portanto deve ser registrado no ativo).
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Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 400.000,00
(+) ágio 100.000,00
50%
50%
Total do PL 800.000,00
9
Considerando que o prejuízo futuro esperado equivaleria a um patrimônio hoje,
desde que descontado uma parcela a título de “valor do dinheiro no tempo” – juros –
calculados de acordo com uma “taxa de oportunidade”, através de uma fórmula de
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resultaria em um valor inferior àquele atualmente registrado em sua
contabilidade. Em outras palavras, a empresa investidora paga menos
por ter a obrigação de suportar uma parcela do “prejuízo futuro”.
Para ilustrar esse tipo de ágio é proposto o exemplo a seguir.
Seja a seguinte situação inicial: (1) a empresa Dora S/A, com R$
400.000,00 em caixa e não possuindo participações societárias; (2) a
empresa Tida S/A, com patrimônio líquido de R$ 1.000.000,00; (3) e
que, haja uma expectativa de lucratividade negativa nos próximos
períodos que, trazida a valores presentes, seja equivalente a um
prejuízo de (R$ 200.000,00) (ou seja, há um “prejuízo futuro” de R$
200.000,00). A figura a seguir ilustra a situação inicial proposta:
Dora
ativo Passivo
Atuais sócios
Caixa 400.000,00
--------------PL
Inv - Tida -
100%
0%
Total do PL 1.000.000,00
Considere que Dora S/A deseje adquirir 50% das ações representativas
do capital de Tida S/A, dos atuais sócios e que essa participação
adquirida seja avaliada pelo método da equivalência patrimonial. Nessa
situação, ocorrerá o seguinte:
- o investimento deverá ser avaliado pelo valor de R$ 500.000,00
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PL de Tida S/A 1.000.000,00
(*) percentual de participação adquirida 50%
(=) valor esperado para o investimento 500.000,00
Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa 400.000,00
(400.000,00)
-
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
(-) deságio (100.000,00)
50%
50%
(*) Repare que 50% do prejuízo futuro é igual a R$ 200.000,00 (*) 50% = R$ 100.000,00, que é exatamente o valor do deságio
Isso vem a confirmar a idéia de que o deságio representa um ônus, de suportar uma parcela do prejuízo futuro da investida.
Sendo um ônus, deveria estar no passivo, mas é registrado em conta retificadora do ativo (de natureza credora).
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do prejuízo futuro da empresa investida, que poderia ser registrado no
passivo, mas deve ser registrado no ativo como conta retificadora para
fins de clareza de que o ônus é relativo especificamente à participação
societária.
A figura a seguir ilustra a situação patrimonial imediatamente após a
aquisição do investimento.
Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa 400.000,00
(400.000,00)
-
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
(-) deságio (100.000,00)
50%
50%
Total do PL 800.000,00
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metáfora do “Joselito sem noção”10. Assim como o Joselito faz as coisas
e não sabe o porquê, a empresa investidora paga um valor maior do que
o esperado e não sabe explicar porque o fez. Ora esse ágio é um
pagamento a maior, efetuado pela empresa investidora, sem que – com
isso – ela tenha adquirido direito a nada. Portanto, esse tipo de ágio
consiste em um direito que se perde imediatamente (justamente por
falta de fundamento). Quando do estudo da amortização do ágio,
veremos que esse tipo de ágio deve ser imediatamente amortizado.
Para ilustrar a idéia desse tipo de ágio, é proposto o exemplo a seguir.
Seja a seguinte situação inicial: (1) a empresa Dora S/A, com R$
500.000,00 em caixa e não possuindo participações societárias; (2) a
empresa Tida S/A, com patrimônio líquido de R$ 800.000,00. A figura a
seguir ilustra a situação inicial proposta:
Dora
ativo Passivo
Atuais sócios
Caixa 500.000,00
--------------PL
Inv - Tida -
100%
0%
Total do PL 800.000,00
"não sei porque
mas esse PL podia ser de
R$ 1.000.000,00"
Considere que Dora S/A deseje adquirir 50% das ações representativas
do capital de Tida S/A, dos atuais sócios e que essa participação
adquirida seja avaliada pelo método da equivalência patrimonial. Nessa
situação, ocorrerá o seguinte:
- o investimento deverá ser avaliado pelo valor de R$ 400.000,00
10
Personagem do Programa “Hermes e Renato” da MTV que faz as coisas e não sabe
dizer o porquê.
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PL de Tida S/A 800.000,00
(*) percentual de participação adquirida 50%
(=) valor esperado para o investimento 400.000,00
Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa 500.000,00
(500.000,00)
-
--------------PL
Inv - Tida 400.000,00
(+) ágio 100.000,00
50%
50%
Total do PL 800.000,00
"não sei porque
mas esse PL podia ser de
R$ 1.000.000,00"
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Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 400.000,00
(+) ágio 100.000,00
50%
50%
Total do PL 800.000,00
11
Personagem do Programa “Hermes e Renato” da MTV que faz as coisas e não sabe
dizer o porquê.
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empresa Tida S/A, com patrimônio líquido de R$ 1.000.000,00. A figura
a seguir ilustra a situação inicial proposta:
Dora
ativo Passivo
Atuais sócios
Caixa 400.000,00
--------------PL
Inv - Tida -
100%
0%
Total do PL 1.000.000,00
Considere que Dora S/A deseje adquirir 50% das ações representativas
do capital de Tida S/A, dos atuais sócios e que essa participação
adquirida seja avaliada pelo método da equivalência patrimonial. Nessa
situação, ocorrerá o seguinte:
- o investimento deverá ser avaliado pelo valor de R$ 500.000,00
PL de Tida S/A 1.000.000,00
(*) percentual de participação adquirida 50%
(=) valor esperado para o investimento 500.000,00
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Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa 400.000,00
(400.000,00)
-
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
(-) deságio (100.000,00)
50%
50%
Total do PL 1.000.000,00
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Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
(-) deságio (100.000,00)
50%
50%
Total do PL 1.000.000,00
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serão avaliados pelo valor de patrimônio líquido, de acordo
com as seguintes normas:
I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da
controlada será determinado com base em balanço
patrimonial ou balancete de verificação levantado, com
observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até
60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do balanço
da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão
computados os resultados não realizados decorrentes de
negócios com a companhia, ou com outras sociedades
coligadas à companhia, ou por ela controladas;
II - o valor do investimento será determinado mediante a
aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido referido no
número anterior, da porcentagem de participação no
capital da coligada ou controlada;
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a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou
controlada;
b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou
perdas efetivos;
c) no caso de companhia aberta, com observância das
normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
12
Conforme já colocado neste curso, não há uma regra específica para nomes de
contas, portanto essa receita é, muitas vezes, denominada de (a) resultado credor de
equivalência patrimonial, (b) receita de equivalência patrimonial, (c) ganhos por
equivalência patrimonial, etc.
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Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
50%
50%
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Total do PL 1.000.000,00
Tida S/A
ativo Passivo
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
lucro novo PL
Total do PL 1.000.000,00 (+) 300.000,00 (=) 1.300.000,00
Despesas Receitas
conforme lançamentos
de apuração do
resultado do
exercício
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O fato contábil referente ao ajuste acima apurado encontra-se
apresentado na figura a seguir:
Dora
ativo Passivo
Caixa -
Despesas Receitas
RPPS-EP 15.000,00
Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 650.000,00
50%
50%
Total do PL 1.300.000,00
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sem o desaparecimento de outro ativo ou o surgimento de uma
obrigação, o patrimônio aumentou e, portanto, teve que ser registrada
uma receita (resultados positivos em participações societárias – método
da equivalência patrimonial).
Seguindo a metáfora da “sanfona”, nesse caso, o acordeão abriu o fole
(o PL de Tida S/A aumentou em R$ 300.000,00 – de R$ 1.000.000,00
para R$ 1.300.000,00), então o bandoneon também abriu o fole
proporcionalmente (o investimento, do ativo de Dora S/A aumentou em
50% (*) R$ 300.000,00 (=) R$ 150.000,00 – de R$ 500.000,00 para R$
650.000,00).
13
Conforme já colocado neste curso, não há uma regra específica para nomes de
contas, portanto essa despesa é, muitas vezes, denominada de (a) resultado devedor
de equivalência patrimonial, (b) despesa de equivalência patrimonial, (c) perdas por
equivalência patrimonial, etc.
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Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
50%
50%
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Total do PL 1.000.000,00
Tida S/A
ativo Passivo
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Prejuízo novo PL
Total do PL 1.000.000,00 (-) (300.000,00) (=) 700.000,00
Despesas Receitas
conforme lançamentos
de apuração do
resultado do
exercício
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O fato contábil referente ao ajuste acima apurado encontra-se
apresentado na figura a seguir:
Dora
ativo Passivo
Caixa -
Despesas Receitas
RNPS-EP 150.000,00
Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 350.000,00
50%
50%
Total do PL 700.000,00
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Tida) sem o aparecimento de outro ativo ou o desaparecimento de uma
obrigação, o patrimônio foi reduzido e, portanto, teve que ser registrada
uma despesa (resultados negativos em participações societárias –
método da equivalência patrimonial).
Seguindo a metáfora da “sanfona”, nesse caso, o acordeão fechou o fole
(o PL da de Tida S/A foi reduzido em R$ 300.000,00 – de R$
1.000.000,00 para R$ 700.000,00), então o bandoneon também teve
que fechar o fole – proporcionalmente (o investimento, do ativo de Dora
S/A foi reduzido em 50% (*) R$ 300.000,00 (=) R$ 150.000,00 – de R$
500.000,00 para R$ 350.000,00).
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até que o PL da empresa investida volte a ser positivo), para que ambos
possam continuar seu dueto.
O exemplo a seguir, ilustra a situação acima descrita e comentada.
Seja uma empresa investidora Dora S/A, que é titular de participação
societária correspondente a 50% do capital da empresa investida Tida
S/A, avaliada pelo método da equivalência patrimonial, conforme figura
a seguir
Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
50%
50%
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Total do PL 1.000.000,00
Tida S/A
ativo Passivo
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Prejuízo novo PL
Total do PL 1.000.000,00 (-) (1.300.000,00) (=) (300.000,00)
Despesas Receitas
conforme lançamentos
de apuração do
resultado do
exercício
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Nesse caso, a empresa investidora Dora S/A deverá atualizar o valor de
seu investimento da seguinte forma:
Novo PL (300,00)
(*) % de participação 50,00%
(=) valor atualizado do investimento (150,00)
Obs.: limite mínimo de valor atualizado para o investimento - zero -
(=) valor atualizado do investimento, observado o limite mínimo -
(- ) valor inicial do investimento (500.000,00)
(=) resultadoem participações societárias - método da equivalência patrimonial (500.000,00)
Dora
ativo Passivo
Caixa -
Despesas Receitas
RNPS-EP 500.000,00
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Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida -
50%
50%
Total do PL (300.000,00)
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Art. 12 - A investidora deverá constituir provisão para
cobertura de:
I - Perdas efetivas, em virtude de:
a) - eventos que resultarem em perdas não provisionadas
pelas coligadas e controladas em suas demonstrações
contábeis; ou
b) - responsabilidade formal ou operacional para cobertura
de passivo a descoberto.
II - Perdas potenciais, estimadas em virtude de:
a) - tendência de perecimento do investimento;
b) - elevado risco de paralisação de operações de coligadas
e controladas;
c) - eventos que possam prever perda parcial ou total do
valor contábil do investimento ou do montante de créditos
contra as coligadas e controladas; ou
d) - cobertura de garantias, avais, fianças, hipotecas ou
penhor concedidos, em favor de coligadas e controladas,
referentes a obrigações vencidas ou vincendas quando
caracterizada a incapacidade de pagamentos pela
controlada ou coligada.
§ 1º - Independentemente do disposto na letra " b" do
inciso I, deve ser constituída ainda provisão para perdas,
quando existir passivo a descoberto e houver intenção
manifesta da investidora em manter o seu apoio financeiro
à investida.
§ 2º - A provisão para perdas deverá ser apresentada no
ativo permanente por dedução e até o limite do valor
contábil do investimento a que se referir, sendo o
excedente apresentado em conta específica no passivo.
Na situação do exemplo acima, considerando que a empresa investidora
Dora S/A tem a intenção de honrar as dívidas de Tida S/A (todas) pode
realizar uma provisão para pagamento do passivo a descoberto – a ser
registrada no passivo, conforme lançamento a seguir:
D = despesa com provisões
C = a Provisão para perda em Investimentos - Tida S/A 300.000,00
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princípio de competência) majorado, mas o valor desse lucro é um valor
que saiu (em dinheiro, por compra à vista, ou em obrigação de entrega
futura de dinheiro, por compra a prazo) do patrimônio da própria
empresa investidora.
Saliente-se que o bem que saiu do patrimônio da empresa investida –
na alienação para a empresa investidora – saiu por um valor inferior
àquele pelo qual esse mesmo bem ingressou no patrimônio da empresa
investidora. Em outras palavras, a empresa investidora pagou pelo
lucro da investida na operação.
Exemplificando a situação, considere os valores abaixo relativos a um
item do estoque da empresa investida (um tamanco, por exemplo), que
é vendido para e empresa investidora:
Valores relativos ao patrimônio da empresa investida - vendedora
(. ) Valor da venda - para a empresa investidora 15,00
(-) Valor contábil do tamanco (10,00)
(=) Ganho na alienação 5,00
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4.2.3.2.2.2.1 Aplicação do método da equivalência
patrimonial, por ocasião do Balanço Patrimonial,
no caso de resultados não realizados, segundo as
normas da Lei das S/A, para companhias em geral
A parte final do inciso I do artigo 248 da Lei das S/A determina, quanto
ao cálculo da avaliação pela equivalência patrimonial, que, no valor do
patrimônio líquido, não serão computados os resultados não realizados
decorrentes de negócios com a companhia, ou com outras sociedades
coligadas à companhia, ou por ela controladas, conforme a seguir:
Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os
investimentos relevantes (artigo 247, parágrafo único) em
sociedades coligadas sobre cuja administração tenha
influência, ou de que participe com 20% (vinte por cento)
ou mais do capital social, e em sociedades controladas,
serão avaliados pelo valor de patrimônio líquido, de acordo
com as seguintes normas:
I - ... no valor de patrimônio líquido não serão computados
os resultados não realizados decorrentes de negócios com
a companhia, ou com outras sociedades coligadas à
companhia, ou por ela controladas;
Conforme já referido, o disposto neste artigo tem por objetivo evitar que
a investidora reconheça ganhos da equivalência em função de lucros na
investida, registrados em obediência ao princípio da competência, mas
ainda não realizados14. Assim, na apuração do PL da empresa investida,
não devem ser computados os lucros auferidos sobre a própria
investidora ou sobre outras investidas, quando corresponder a resultado
na baixa de ativos de qualquer natureza:
- alienados à investidora e que permaneçam no ativo da
investidora, na data de seu balanço patrimonial, ou;
- alienados a outras controladas ou coligadas à investidora,
avaliadas pela equivalência patrimonial, e que constarem do
Ativo destas outras controladas ou coligadas.
O exemplo a seguir ilustra a regra acima apresentada:
Seja uma empresa investidora Dora S/A, que é titular de participação
societária correspondente a 50% do capital da empresa investida Tida
14
Seguindo nossa proposta didática de definição do conceito de realização como
“realizar é transformar algo em outra coisa”, para fins de aplicação do art. 248, I da
Lei das S/A, consideraremos realizado o lucro quando a empresa investidora (que
adquiriu o bem da empresa investida) transformar esse bem em outra coisa: (1) por
alienação a terceiros estranhos ao grupo econômico; (2) parcialmente, por
depreciação, amortização ou exaustão ou (3) por perecimento do bem.
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S/A, avaliada pelo método da equivalência patrimonial, conforme figura
a seguir.
Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
50%
50%
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Total do PL 1.000.000,00
Tida S/A
ativo Passivo
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
lucro novo PL
Total do PL 1.000.000,00 (+) 300.000,00 (=) 1.300.000,00
Despesas Receitas
conforme lançamentos
CMV 100.000,00 RBV 150.000,00 ==> ganho 50.000,00 de apuração do
resultado do
exercício
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Nesse caso, a empresa investidora Dora S/A deverá atualizar o valor de
seu investimento da seguinte forma:
Novo PL 1.300.000,00
(-) lucro não realizado (50.000,00)
(=) Novo PL - para fins de aplicação do método da equivalência patrimonial 1.250.000,00
(*) % de participação 50,00%
(=) valor atualizado do investimento 625.000,00
(- ) valor inicial do investimento (500.000,00)
(=) resultado em participações societárias - método da equivalência patrimonial 125.000,00
O fato contábil referente ao ajuste acima apurado encontra-se
apresentado na figura a seguir:
Dora
ativo Passivo
Caixa -
Estoque 150.000,00
Despesas Receitas
RPPS-EP 125.000,00
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Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
Estoque 150.000,00
--------------PL
Inv - Tida 625.000,00
50%
50%
Total do PL 1.300.000,00
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valor do prejuízo não realizado do patrimônio líquido da investida, para
fins de aplicação do método da equivalência patrimonial.
Uma última colocação, o exemplo acima foi relativo a venda de
mercadorias, mas se aplica à alienação de qualquer bem (pode ser
aplicado, também, à venda de um ativo imobilizado – por exemplo).
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simultânea e integralmente, efeitos opostos nas contas de
resultado das coligadas e controladas, não serão excluídos
para fins de cálculo do valor do investimento.
Investidora
Dora S/A
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mesmos dados do exemplo anterior (utilizado para ilustrar o ajuste
conforme determinado pela Lei das S/A), vamos realizar o cálculo da
equivalência patrimonial de acordo com a IN CVM e, ao final, comparar
os resultados dos dois métodos – da Lei das S/A e da IN CVM 247, de
1996.
Seja uma empresa investidora Dora S/A, que é titular de participação
societária correspondente a 50% do capital da empresa investida Tida
S/A, avaliada pelo método da equivalência patrimonial, conforme figura
a seguir
Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
50%
50%
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Total do PL 1.000.000,00
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Tida S/A
ativo Passivo
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
lucro novo PL
Total do PL 1.000.000,00 (+) 300.000,00 (=) 1.300.000,00
Despesas Receitas
conforme lançamentos
CMV 100.000,00 RBV 150.000,00 ==> ganho 50.000,00 de apuração do
resultado do
exercício
Dora
ativo Passivo
Caixa -
Estoque 150.000,00
Despesas Receitas
RPPS-EP 100.000,00
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D = Investimentos - Tida S/A
C = a RPPS-EP 100.000,00
A configuração patrimonial após o ajuste encontra-se a seguir
apresentada.
Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
Estoque 150.000,00
--------------PL
Inv - Tida 600.000,00
50%
50%
Total do PL 1.300.000,00
Repare que o tratamento dado pela Lei das S/A é diferenciado daquele
dado pela CVM. Conforme exemplos acima:
- pela aplicação da regra prevista na Lei das S/A, o resultado
seria de R$ 125.000,00;
- pela aplicação da regra prevista na IN CVM 247, de 1996, o
resultado seria de R$ 100.000,00.
Ainda, de acordo com o que já fora apresentado, temos que lucros não
realizados ocorrem na alienação de quaisquer bens que representem um
ativo na compradora, como a seguir:
- estoques (situação mais freqüente);
- bens do imobilizado (situação menos comum);
- investimento (situação menos comum ainda);
- outros investimentos (situação muito rara).
Pela relevância do tema, estudaremos em detalhes os dois primeiros
casos: (1) lucros não realizados no estoque e (2) lucros não realizados
em bens do imobilizado.
A existência de lucros não realizados em estoques ocorre no caso de
vendas de mercadorias com lucro (ou prejuízo); conforme sua
realização, podem ocorrer em duas situações distintas:
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a) a empresa que comprou as mercadorias já as vendeu
para terceiros, não remanescendo saldo em estoque
NESTE CASO NÃO HÁ AJUSTE A EFETUAR;
b) a empresa que comprou as mercadorias ainda mantém,
em seu ativo, aquelas mercadorias (em estoque), na data
do balanço NESTE CASO HÁ AJUSTE A EFETUAR.
Para Exemplificara a situação, considere que a empresa investida Tida
S/A, controlada de Dora S/A, vendeu a sua controladora, por R$
140.000,00 mercadorias que lhe custaram R$ 100.000,00 (apurando,
por via de conseqüência, um ganho de R$ 40.000,00).
- Caso a controladora não tivesse vendido nenhuma destas
mercadorias para terceiros, todo o lucro correspondente
deveria ser eliminado;
- Caso a controladora tivesse vendido parte dessas mercadorias
para terceiros (metade, por exemplo), o lucro não realizado nos
estoques deveria ser calculado proporcionalmente, conforme a
seguir:
1 - Cálculo do lucro na operação
Preço de venda de Tida S/A 140.000,00
(-) custo da mercadoria vendida (100.000,00)
(=) Lucro Bruto 40.000,00
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1 - Cálculo do lucro na operação
Preço de venda de Tida S/A 9.000.000,00
(-) custo do imobilizado vendido (5.600.000,00)
(=) lucro na operação 3.400.000,00
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Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
50%
50%
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Total do PL 1.000.000,00
Tida S/A
ativo Passivo
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
lucro novo PL
Total do PL 1.000.000,00 (+) 300.000,00 (=) 1.300.000,00
Despesas Receitas
conforme lançamentos
de apuração do
resultado do
exercício
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O fato contábil referente ao ajuste acima apurado encontra-se
apresentado na figura a seguir:
Dora
ativo Passivo
Caixa -
Despesas Receitas
RPPS-EP 15.000,00
Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 650.000,00
50%
50%
Total do PL 1.300.000,00
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acionistas, na forma de dividendos a pagar. Nessa situação, haverá o
seguinte fato na empresa Tida S/A
Tida S/A
ativo Passivo
dividendos a pagar 100.000,00
(+)
Bens (+) Outras obrigações
Direitos --------------PL
Demais contas do PL 1.000.000,00
LPA 300.000,00 PL após a distribuição de dividendos
(100.000,00) 1.300.000,00 (-) 100.000,00 (=) 1.200.000,00
200.000,00
Obs.: repare que o valor dos dividendos a receber é idêntico ao valor da redução do investimento
O fato contábil referente ao ajuste acima apurado encontra-se
apresentado na figura a seguir:
Dora
ativo Passivo
Caixa -
Dividendos a receber
50.000,00
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O lançamento contábil a ser registrado pela empresa investidora – Dora
S/A – é o seguinte:
D = Dividendos a receber - Tida S/A
C = a Investimentos - Tida S/A 50.000,00
A configuração patrimonial após o ajuste encontra-se a seguir
apresentada.
Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
50%
50%
Total do PL 1.200.000,00
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da empresa investidora devem ser registrados em separado, conforme
acima apresentado.
15
Sobre o assunto, recomenda-se a leitura da aula em que são apresentadas as contas
componentes do patrimônio líquido.
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Seja uma empresa investidora Dora S/A, que é titular de participação
societária correspondente a 50% do capital da empresa investida Tida
S/A, avaliada pelo método da equivalência patrimonial, conforme figura
a seguir.
Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
50%
50%
Obrigações
Bens (+)
Direitos --------------PL
Entre os bens e direitos
uma edificação de 100.000,00 Total do PL 1.000.000,00
Tida S/A
ativo Passivo
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Novo PL da empresa investida 1.200.000,00
(*) % de participação da empresa investidora no capital da empresa investida 50,00%
(=) valor atualizado do investimento 600.000,00
(- ) valor inicial do investimento (500.000,00)
(=) valor da reserva de reavaliação reflexa - a ser registrada pela investidora 100.000,00
O fato contábil referente ao ajuste acima apurado encontra-se
apresentado na figura a seguir:
Dora
ativo Passivo
Caixa -
Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 600.000,00
Res. Reav. Reflexa 100.000,00
50%
50%
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4.2.3.4.3 Realização do ativo reavaliado, pela empresa
investida – realização da reserva de reavaliação
reflexa na empresa investidora
Uma vez constituída a reserva de reavaliação reflexa, cabe estudar o
momento em que essa reserva deva ser realizada. A regra é simples:
(1) visto que a constituição da reserva de reavaliação reflexa se deu
quando da constituição da reserva de reavaliação da empresa investida;
(2) por via de conseqüência, a reserva de reavaliação reflexa deverá ser
realizada à medida que a reserva de reavaliação da empresa investida
for realizada. Para ilustrar essa idéia, basta lembrar que “assim na terra
como no céu” – ou seja, “na empresa investidora assim como na
empresa investida”.
O bem reavaliado (no ativo da empresa investida) poderá ser realizado
por alienação ou por outros motivos como, por exemplo, depreciação.
No momento da realização do bem reavaliado, a reserva de reavaliação
(constante do PL da empresa investida) deverá ser realizada
(transferida para lucros acumulados).
Assim, à medida que a empresa investida realiza a Reserva de
Reavaliação, a investidora deverá, na mesma proporção realizar a
reserva por ela constituída.
Em outras palavras: (1) se o bem reavaliado é alienado, ele é
totalmente realizado (transformado em outra coisa); (2) portanto, a
reserva de reavaliação da empresa investida deverá ser – também –
totalmente realizada (transferida para lucros acumulados) e (3) por via
de conseqüência, a reserva de reavaliação reflexa, constante do PL da
empresa investidora deverá ser totalmente realizada (transferida para
lucros acumulados).
Elucidando a questão, mais uma vez: (1) se o bem reavaliado é
depreciado, ele é parcialmente realizado (transformado em outra coisa);
(2) portanto, a reserva de reavaliação da empresa investida deverá ser
– também – parcialmente realizada (transferida para lucros
acumulados) e (3) por via de conseqüência, a reserva de reavaliação
reflexa, constante do PL da empresa investidora deverá ser
parcialmente realizada (transferida para lucros acumulados).
A seguir, encontra-se um exemplo que ilustra o procedimento de
realização da reserva de reavaliação reflexa, por conta da alienação do
bem reavaliado na empresa investida, antes descrito.
Considere que a empresa Tida S/A venda o imóvel reavaliado, à vista,
por R$ 355.000,00. Nesse caso, o lançamento a ser registrado pela
empresa Tida S/A é o seguinte:
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D = bancos conta movimento
C = a Receita não operacional 355.000,00
D = despesa não operacional
C = a Edificações 300.000,00
Repare que, conforme se percebe da leitura dos lançamentos acima,
houve um ganho de capital de R$ 55.000,00 (correspondente a R$
355.000,00 (-) R$ 300.000,00), mas na verdade, o terreno havia sido
comprado por R$ 100.000,00 e foi vendido por 355.000,00, portanto,
desconsiderada a reavaliação, o lucro deveria ser de R$ 255.000,00.
Para completar o registro do fato, é necessário realizar a reserva de
reavaliação no valor de R$ 200.000,00, transferindo esse saldo para a
conta lucros acumulados.
D = Reserva de reavaliação
C = a LPA 200.000,00
A partir dos lançamentos acima, a configuração patrimonial da empresa
Tida S/A passa a ser a seguinte:
Tida S/A
ativo Passivo
Bancos 355.000,00
outros bens Obrigações
(+) direitos
--------------PL
Edificação - Reserva de reavaliação -
LPA 200.000,00
outras contas do PL 1.000.000,00
Total do PL 1.200.000,00
Despesas Receitas
desp. n. oper 300.000,00 rec n. oper 355.000,00
===> ganho de capital 55.000,00
Percebe-se que não houve uma alteração no valor do saldo das contas
registradas no PL, apenas uma troca de valores entre o saldo da reserva
de reavaliação e dos lucros acumulados (LPA). Ao final do período,
quando da apuração do resultado do exercício, o valor do ganho de
capital também irá influenciar o montante registrado em patrimônio
líquido.
Assim, faz-se necessário o registro – na empresa investidora – do valor
da realização da reserva de reavaliação reflexa, conforme lançamento a
seguir:
D = Reserva de reavaliação reflexa
C = a LPA 100.000,00
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Obs.:
- neste exemplo a realização da reserva foi integral em
decorrência da baixa do terreno. Outros tipos de realização
parcial da reserva (depreciação, por exemplo – a ser
estudada) deveriam ser proporcionais, tanto na investida
como na investidora.
- A realização da reserva de reavaliação de deu a crédito de
“Lucros Acumulados”, mas poderia, à opção das empresas,
ter sido creditada a “resultado não operacional”.
- Se a investidora alienar a participação societária deverá
realizar, de imediato, o saldo da Reserva de reavaliação
decorrente de reavaliações de ativos na investida.
A configuração patrimonial após o ajuste encontra-se a seguir
apresentada.
Dora
ativo Passivo
Outros sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 600.000,00
Res. Reav. Reflexa
LPA 100.000,00 50%
50%
Despesas Receitas
desp n oper 300.000,00 rec n oper 355.000,00
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equivalência patrimonial, deverá ser apropriada pela
investidora como:
I - Receita ou despesa operacional, quando corresponder:
...
IV - Reserva de reavaliação quando corresponder a
aumento ocorrido no patrimônio líquido por reavaliação de
ativos na coligada e controlada, ressalvado o disposto no
inciso anterior.
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futura e (3) fundamentado em outras razões econômicas, ou fundo de
comércio. Também será apresentada uma situação que enseja a
amortização integral do ágio ou do deságio, independente de sua
fundamentação; qual seja, a baixa do investimento.
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Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 400.000,00
(+) ágio 100.000,00
50%
50%
(*) Repare que 50% do ativo oculto é igual a R$ 200.000,00 (*) 50% = R$ 100.000,00, que é exatamente o valor do ágio
Isso vem a confirmar a idéia de que o ágio é um direito a um ativo oculto (e portanto deve ser registrado no ativo).
Tida S/A
ativo Passivo
despesas Receitas
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D = Despesa com amortização
C = a ágio 5.000,00
Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 400.000,00
(+) ágio 95.000,00
50%
50%
Despesas Receitas
desp. deprec. 5.000,00
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Tida S/A
ativo Passivo
Bancos 320.000,00
outros bens Obrigações
(+) direitos
--------------PL
Edificação -
(-) Dep ac. -
Total do PL 800.000,00
Despesas Receitas
desp. n. oper 95.000,00 rec n. oper 320.000,00
===> ganho de capital 225.000,00
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Dora
ativo Passivo Antigos sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 400.000,00
(+) ágio -
50%
50%
Despesas Receitas
desp. deprec. 5.000,00 rec n oper 320.000,00
desp. N oper 95.000,00
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A figura a seguir ilustra a situação patrimonial imediatamente após a
aquisição do investimento.
Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
(-) deságio (100.000,00)
50%
50%
Tida S/A
ativo Passivo
despesas Receitas
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O lançamento contábil referente à amortização do deságio é o seguinte:
D = deságio
C = a receita de amortização do deságio 5.000,00
Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
(-) deságio 95.000,00
50%
50%
Despesas Receitas
desp. deprec. 15.000,00
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Tida S/A
ativo Passivo
Bancos 320.000,00
outros bens Obrigações
(+) direitos
--------------PL
Edificação -
(-) Dep ac. -
Total do PL 800.000,00
Despesas Receitas
desp. n. oper 285.000,00 rec n. oper 320.000,00
===> ganho de capital 35.000,00
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Dora
ativo Passivo
Demais sócios
Caixa -
--------------PL
Inv - Tida 400.000,00
(-) deságio -
50%
50%
Despesas Receitas
desp. deprec. 15.000,00 rec n oper 320.000,00
desp. N oper 285.000,00
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Com relação ao maquinário, o ágio de R$ 15.000.000,00, será
amortizado no prazo da vida útil do maquinário. Supondo que esta vida
útil seja de 3 anos, teríamos a amortização de 33,33% ao ano – R$
5.000.000,00.
Com relação aos estoques, visto que eles não são depreciados, o ágio de
R$ 5.000.000,00 será amortizado integralmente, quando alienação do
estoque.
Supondo que, ao final do ano, seguinte à aquisição, a investida tivesse
efetuado uma reavaliação de alguns dos bens que fundamentaram o
ágio, nos seguintes valores:
- terrenos 15.000.000,00;
- edificações 20.000.000,00;
- maquinários 12.000.000,00.
A amortização correspondente do ágio deveria ser efetuada conforme
cálculos a seguir.
bens reavaliados reavaliação na investida reflexo na investidora (90%)
terrenos 15.000.000,00 13.500.000,00
edifícios 20.000.000,00 18.000.000,00
maquinários 12.000.000,00 10.800.000,00
total 47.000.000,00 42.300.000,00
Amortização Amortização
contas ágio por realização por reavaliação saldo
terrenos 10.000.000,00 - 10.000.000,00 -
edifícios 20.000.000,00 1.000.000,00 18.000.000,00 1.000.000,00
maquinários 15.000.000,00 5.000.000,00 10.000.000,00 -
total 45.000.000,00 7.000.000,00 38.000.000,00 -
Lançamentos
D= Investimentos 42.300.000,00
C=a diversos
C=a ágio Terrenos 10.000.000,00
C=a ágio Edifícios 18.000.000,00
C=a ágio Maquinários 10.000.000,00
C=a Reserva de reavaliação 4.300.000,00
Obs.: o valor da reserva de reavaliação reflexa (R$ 4.300.000,00)
compõe-se de:
- R$ 3.500.000,00 oriundos da reavaliação dos terrenos; e
- R$ 800.000,00 dos maquinários.
Do ágio relativo aos edifícios, remanesce o valor de R$ 1.000.000,00.
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4.2.4.2 Fundamentado em rentabilidade futura
A amortização do ágio ou deságio decorrente da expectativa de
resultado em exercícios futuros deverá ser realizada no prazo e na
extensão das projeções que o determinaram.
Dora
ativo Passivo
Demais sócios
--------------PL
Inv - Tida 400.000,00
(+) ágio 100.000,00
50%
50%
Total do PL 800.000,00
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Ao se encerrar o primeiro dos cinco períodos para os quais está previsto
“lucro futuro”, a investidora deverá reconhecer a amortização de 20%
do ágio correspondente a essa participação societária.
Lançamentos registrados na Investidora – Dora S/A
D = despesa de amortização de ágio
C = a ágio 20.000,00
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realmente tal ágio não tem substancia econômica efetiva
e não é recuperável.
b) Amortização do deságio não deve, em nenhum exercício,
superar o valor do prejuízo reconhecido.
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Dora
ativo Passivo
Demais sócios
--------------PL
Inv - Tida 500.000,00
(-) deságio (100.000,00)
50%
50%
Total do PL 1.000.000,00
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(ou do deságio) fundamentado em rentabilidade futura16. Portanto, este
tipo de ágio deve ser amortizado no prazo estimado ou contratado de
utilização, de vigência, ou de perda da substancia econômica, ou pela
baixa por alienação ou perecimento do investimento.
16
Afinal de contas, uma concessão de serviço público somente terá valor patrimonial
se ela gerar algum lucro. A característica especial desse tipo de ágio é que a
lucratividade futura tem prazo contratual para ser realizada.
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venda R$ 333.000,00; (2) valor contábil do investimento R$
300.000,00; (3) ágio não amortizado R$ 15.000,00.
Os lançamentos contábeis relativos ao fato acima descrito são os
seguintes:
a) pela venda do investimento
D = títulos a receber
C = a Receita não operacional 333.000,00
D = Despesa não operacional
C = a Investimentos - Tida S/A 300.000,00
b) pela amortização do ágio
D = Despesa com amortização de ágio
C = a Ágio - Tida S/A 15.000,00
Repare que, para a apresentação dos lançamentos acima não foi
necessário inquirir o tipo de ágio (ou seja, o fundamento do ágio relativo
ao investimento de Dora S/A no capital de Tida S/A). Isso não foi
necessário porque a baixa do investimento implica a integral e imediata
amortização do ágio (porventura ainda não amortizado)
independentemente de seu fundamento.
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ele não é intuitivo, porque: (1) quando se adquire um automóvel se
paga pelo automóvel e passa-se a ter direito de propriedade sobre o
automóvel adquirido; (2) da mesma forma, quando se adquire um
imóvel se paga pelo imóvel e passa-se a ter direito de propriedade sobre
esse imóvel adquirido; (3) porém, quando se adquire uma participação
societária, paga-se pela aquisição de uma parcela do capital da empresa
investida, mas passa-se a ter direito a uma parcela do patrimônio
líquido da empresa investida.
Assim, caso no PL da empresa investida haja reservas ou lucros
acumulados, a investidora passa a ter direito sobre uma parcela de seus
valores, mesmo tendo realizado o pagamento para adquirir apenas uma
parcela do capital social. Essa situação pode ensejar ganho.
Quando um investimento é avaliado pela equivalência patrimonial, a
variação no percentual de participação, resulta, para a investidora, em
ganho ou perda de capital. Esse resultado será considerado como “não
operacional”, pois o ajuste contábil decorre do exercício do direito de
subscrever e não do desempenho econômico/financeiro da investida.
A seguir encontra-se proposto um exemplo ilustrativo da ocorrência de
ganhos ou perdas (não operacionais) por variação no percentual de
participação no capital de uma empresa investida.
Considere a situação em que duas empresas, (1) Esperta S/A e (2)
Otária S/A, mantém investimentos na empresa Tida S/A, avaliados pelo
método da equivalência patrimonial (ambos no percentual de 50%).
Considere, ainda que o patrimônio líquido da empresa investida Tida S/A
seja composto por: (a) Capital social no valor de R$ 1.000.000,00 –
composto por um milhão de ações de R$ 1,00 cada; (b) Reservas de
capital e de lucro no valor conjunto de R$ 2.000.000,00. A figura
abaixo ilustra a situação:
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Esperta S/A Otária S/A
ativo Passivo ativo Passivo
Caixa 1.000.000,00
--------------PL --------------PL
Inv - Tida 1.500.000,00 Inv - Tida 1.500.000,00
Tida S/A
ativo Passivo
Total do PL 3.000.000,00
Considere que a empresa Tida S/A tenha resolvido aumentar seu capital
(de R$ 1.000.000,00 para R$ 2.000.000,00 – com emissão de um
milhão de novas ações com valor nominal de R$ 1,00 cada). Nessa
situação, cada uma das investidoras tem preferência na subscrição e
realização de 50% das novas ações emitidas pela investida. Mas,
considere, para fins de nosso exemplo, que: (1) a empresa Otária S/A
tenha preferido abdicar de seu direito e que, portanto, não tenha
participado da subscrição e (2) a empresa Esperta S/A tenha subscrito a
totalidade das novas ações emitidas por Tida S/A.
O patrimônio líquido da empresa investida, após a integralização de
Capital passou a ser de R$ 4.000.000,00 (R$ 1.000.000,00 (+) R$
1.000.000,00 a título de capital social e, também, R$ 2.000.000,00 a
título de reservas), conforme figura a seguir.
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Tida S/A
ativo Passivo
Caixa 1.000.000,00
Obrigações
Total do PL 4.000.000,00
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perda , por independer de resultados obtidos pela investida, é tratada
como resultado não operacional.
A seguir, encontram-se figura representativa da perda sofrida por Otária
S/A, devida à variação no percentual de participação no investimento
em Tida S/A ocorrido, seguida dos lançamentos efetuados pela
investidora Otária S/A.
Otária S/A
ativo Passivo
Despesas Receitas
desp. n. oper 500.000,00
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Participação da investidora Esperta S/A no capital de Tida S/A
1) situação anterior à emissão das novas ações
(. ) quantidade de ações de titularidade de Esperta S/A 500.000
(/ ) total de ações emitidas por Tida S/A 1.000.000
(=) percentual de participação 50%
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Esperta S/A
ativo Passivo
Caixa 1.000.000,00
(1.000.000,00)
-
outros bens Obrigações
(+) direitos
--------------PL
Inv. Tida S/A 1.500.000,00
1.500.000,00
3.000.000,00
Despesas Receitas
Receita não operacional 500.000,00
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Esperta S/A Otária S/A
ativo Passivo ativo Passivo
Caixa -
--------------PL --------------PL
Inv - Tida 3.000.000,00 Inv - Tida 1.000.000,00
Tida S/A
ativo Passivo
Total do PL 4.000.000,00
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§ 4º No caso do § 1º, a sociedade deverá alienar, dentro
de 6 (seis) meses, as ações ou quotas que excederem do
valor dos lucros ou reservas, sempre que esses sofrerem
redução.
§ 5º A participação recíproca, quando ocorrer em virtude
de incorporação, fusão ou cisão, ou da aquisição, pela
companhia, do controle de sociedade, deverá ser
mencionada nos relatórios e demonstrações financeiras de
ambas as sociedades, e será eliminada no prazo máximo
de 1 (um) ano; no caso de coligadas, salvo acordo em
contrário, deverão ser alienadas as ações ou quotas de
aquisição mais recente ou, se da mesma data, que
representem menor porcentagem do capital social.
§ 6º A aquisição de ações ou quotas de que resulte
participação recíproca com violação ao disposto neste
artigo importa responsabilidade civil solidária dos
administradores da sociedade, equiparando-se, para
efeitos penais, à compra ilegal das próprias ações.
A leitura do dispositivo acima revela que se trata de uma situação em
princípio proibida. O objetivo do dispositivo é o de manter a integridade
do capital social de cada empresa componente do grupo econômico.
Entretanto, a situação é permitida em alguns casos especiais, como no
caso de aquisição de ações da controladora que tenham o mesmo efeito
patrimonial de aquisição das próprias ações, nos termos do art. 30, § 1o,
alíneas “a” e “b”, a seguir:
Art. 30. A companhia não poderá negociar com as próprias
ações.
§ 1º Nessa proibição não se compreendem:
a) as operações de resgate, reembolso ou amortização
previstas em lei;
b) a aquisição, para permanência em tesouraria ou
cancelamento, desde que até o valor do saldo de lucros ou
reservas, exceto a legal, e sem diminuição do capital
social, ou por doação;
Para entender como a aquisição de ações de outra empresa pode ter o
efeito de aquisição das próprias ações, é necessário referir que uma
empresa, ao adquirir ações de sua controladora, está na realidade
adquirindo suas próprias ações, uma vez que: (1) as ações da
controladora representam o direito a uma parcela do patrimônio da
controladora; (2) no patrimônio da controladora consta ações da própria
controlada – que, por sua vez, representam o direito a uma parcela do
patrimônio da controlada. Assim, quem possui ações de uma
controladora possui, indiretamente, parte das ações que essa
controladora possui de suas controladas. Essa situação deve ser
o
temporária (conforme art. 244, § 4 acima).
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Conforme consta do parágrafo 1o do art. 244, antes apresentado, é
possível que a empresa investida adquira ações de sua controladora,
desde que essa aquisição decorra de doações, ou tenha ocorrido para
permanência em tesouraria e venda futura (nesses casos, porém, é
necessário que não tenha havido diminuição do capital – ou seja, que a
empresa adquirente tenha lucros e reservas exceto a legal, em valor
suficiente).
Pode ocorrer, também, participações recíprocas no caso de
incorporação, fusão ou cisão, ou aquisição do controle da sociedade,
trata-se – porém – de situação também temporária.
A seguir, analisaremos – exemplificativamente – uma situação que
enseja a existência de participações recíprocas, a aquisição de ações da
controladora para manutenção em tesouraria.
Seja uma empresa investidora – Dora S/A – titular de 100% da empresa
investido – Tida S/A – sua subsidiária integral.
Dora
ativo Passivo
obrigações -
Inv - Tida 1.000.000,00
--------------PL
capital 1.000.000,00
100%
Despesas Receitas
Tida
ativo Passivo
caixa 200.000,00
obrigações -
outros bens
(+) direitos 800.000,00 --------------PL
Capital 800.000,00
Reservas lucro 200.000,00
Total do PL 1.000.000,00
Despesas Receitas
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(. ) percentual de participação de Dora S/A em Tida S/A 100%
(*) percentual de participação de Tida S/A em Dora S/A 20%
(=) percentual de participação de Dora S/A em Dora S/A 20%
(obs.): a participação de Dora S/A em Dora S/A tem o efeito de ações em tesouraria
A representação do fato acima e o respectivo registro do lançamento
encontram-se a seguir:
Dora
ativo Passivo
obrigações -
Inv - Tida 1.000.000,00
(200.000,00) --------------PL
800.000,00 capital 1.000.000,00
(-) ações em tesour. (200.000,00)
Despesas Receitas
D = Ações em tesouraria
C = a Investimento - Tida S/A 200.000,00
O efeito dessa aquisição no patrimônio de Tida S/A é que ela –
indiretamente – também possui suas próprias ações, conforme memória
de cálculo abaixo:
(. ) percentual de participação de Tida S/A em Dora S/A 20%
(*) percentual de participação de Dora S/A em Tida S/A 100%
(=) percentual de participação de Tida S/A em Tida S/A 20%
(obs.): a participação de Tida S/A em Tida S/A tem o efeito de ações em tesouraria
A representação do fato acima e o respectivo registro do lançamento
encontram-se a seguir:
Tida
ativo Passivo
caixa 200.000,00
(200.000,00)
- obrigações -
outros bens
(+) direitos 800.000,00 --------------PL
Capital 800.000,00
Reservas lucro 200.000,00
(-) Ações em tesour. (200.000,00)
Total do PL 800.000,00
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D = Ações em tesouraria
C = a Caixa 200.000,00
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caracterizada a incapacidade de pagamentos pela
controlada ou coligada.
§ 1º - Independentemente do disposto na letra " b" do
inciso I, deve ser constituída ainda provisão para perdas,
quando existir passivo a descoberto e houver intenção
manifesta da investidora em manter o seu apoio financeiro
à investida.
§ 2º - A provisão para perdas deverá ser apresentada no
ativo permanente por dedução e até o limite do valor
contábil do investimento a que se referir, sendo o
excedente apresentado em conta específica no passivo.
5 Resumo
1) Apresentação do conceito de participações societárias e sua
contextualização no âmbito do Ativo Permanente Investimentos.
Trata-se da avaliação das ações ou cotas de capital que empresas
investidoras mantém em seu ativo, referentes à participação no
capital de outras empresas investidas.
2) Métodos de avaliação de participações societárias. Existem dois
métodos de avaliação – o método do custo e o método da
equivalência patrimonial.
a) Método do Custo
i) Conceito. A avaliação do investimento pelo método do custo é
a regra geral, por tratar-se de aplicação direta do princípio
fundamental de contabilidade do “Registro pelo Valor Original”.
Assim, uma vez adquirida a participação societária, seu valor
permanece no patrimônio da empresa investidora sem
modificações.
ii) Aquisição do investimento – inexistência de ágio. Na aquisição
do investimento avaliado pelo método do custo, cabe a
aplicação do princípio do Registro pelo Valor Original. Assim, o
investimento vale o quanto foi pago por ele e, como
decorrência dessa regra, não há falar em ágio ou deságio.
iii) Provisão para perdas. Cabe (por obediência ao princípio da
Prudência) o registro de provisão para perdas na alienação do
investimento quando essas perdas forem consideradas
definitivas.
iv) Dividendos. O registro de dividendos pode ser realizado a
crédito de receita ou do próprio investimento
(1) Regra geral – receita. Os dividendos oriundos de
lucros auferidos pela empresa investida após a aquisição da
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participação societária por parte da empresa investidora,
eles deverão ser registrados a crédito de receita.
(2) Regra especial – redução do investimento. Quando os
dividendos forem oriundos de lucros auferidos pela empresa
investida ANTES da aquisição do investimento, por parte da
empresa investidora (presumidamente em até 6 meses
dessa aquisição), eles deverão ser registrados a crédito do
próprio investimento.
b) Método da Equivalência Patrimonial
i) Conceito – exceção à aplicação do princípio do Registro pelo
Valor Original, o método da equivalência patrimonial (reservado
apenas a investimentos mais importantes) consiste na
atualização periódica do valor do investimento, conforme
variações no patrimônio líquido da empresa investida.
ii) Investimentos obrigados ao método de equivalência patrimonial
(1) Definições iniciais
(a) Controle – controlar é “mandar”.
(i) Direto. Controla diretamente aquele que é titular da
maioria das ações com direito a voto da empresa
investida.
(ii) Indireto. O controle indireto se dá através de outras
controladas.
(b) Coligação. Coligada é aquela empresa da qual se
possui mais do que 10% do capital, sem – no entanto –
controlá-la.
(c) Relevância. Relevância é a importância relativa do
investimento – em comparação com o patrimônio da
empresa investida.
(i) Individual. Um investimento é relevante
individualmente quando seu valor for igual ou superior
a 10% do PL da investidora.
(ii) Coletiva. No conjunto de controladas e coligadas, são
relevantes coletivamente os investimentos se o
somatório dos seus valores for igual ou superior a
15% do PL da investidora
(d) Influência. Influenciar é poder participar da
administração; situação que ocorre quando a investida é
dependente tecnologicamente, comercialmente ou
financeiramente da investidora.
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(2) Regra de identificação dos investimentos sujeitos ao
método da EPL
(a) Para sociedades em geral – são avaliados pelo método
da EPL os investimentos relevantes em (1) controladas
ou (2) em coligadas, nas quais haja (2.a) participação
igual ou superior a 20% ou (2.b) influência.
(b) Especialmente para Sociedades de capital aberto - são
avaliados pelo método da EPL os investimentos (1) em
controladas ou (2) relevantes em coligadas/equiparadas,
nas quais haja (2.a) participação igual ou superior a 20%
ou (2.b) influência.
iii) Aplicação do método da EPL
(1) Na aquisição do investimento – ágio / deságio. Na
aquisição do investimento, deve ser aplicado o método da
equivalência patrimonial para definir o valor do
investimento. Caso o pagamento tenha sido maior ou
menor do que o valor do investimento, ocorrerá –
respectivamente – ágio ou deságio.
(2) No balanço patrimonial
(a) Em situações comuns. Quando do levantamento do
balanço da investidora, é necessário atualizar o valor de
seu investimento avaliado pelo método da equivalência
patrimonial. Isso deverá ser feito a partir de um balanço
ou de um balancete da empresa investida (referente à
mesma data ou no máximo de 60 dias antes).
(i) No caso de lucro na investida – o investimento
aumenta, a crédito de receita de equivalência
patrimonial.
(ii) No caso de prejuízo na investida – o investimento é
reduzido a débito de despesa de equivalência
patrimonial.
(b) Em situações especiais
(i) No caso de investida com PL negativo. O investimento
somente pode diminuir até o valor zero. A partir daí o
investimento fica parado até que o PL da investida
(pelo surgimento de lucros) volte a ficar positivo.
(ii) No caso de resultados não realizados. Não podem ser
considerados os resultados de vendas da investida
para a investidora ou para outras
coligadas/controladas do grupo econômico, relativos à
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alienação de bens que ainda não tenham sido
realizados (que ainda estejam no grupo econômico).
1. para sociedades em geral – os resultados não
realizados devem ser deduzidos do PL da investida,
para aplicação do método da equivalência
patrimonial.
2. para sociedades de capital aberto – os lucro não
realizados devem ser deduzidos do valor do
investimento (após a aplicação do método da
equivalência patrimonial) para apuração do
resultado (receita ou despesa de equivalência
patrimonial).
(3) No recebimento de dividendos. O recebimento de
dividendos deve ser registrado sempre a crédito da própria
conta do investimento.
(4) Na reavaliação de ativos – reserva de reavaliação
reflexa. A reavaliação de ativos na empresa investida
aumenta seu PL. Por equivalência patrimonial, o
investimento da investidora deve aumentar
proporcionalmente. Porém, esse aumento de investimento,
não é registrado a crédito de receita de equivalência
patrimonial, mas sim a crédito de reserva de reavaliação
reflexa.
iv) Amortização do ágio / deságio
(1) Fundamentado na diferença entre o valor contábil e de
mercado no ativo da investida. O ágio e o deságio deverão
ser respectivamente amortizados como despesa ou receita
na medida da realização do ativo na empresa investida.
(2) Fundamentado em rentabilidade futura. O ágio e o
deságio deverão ser respectivamente amortizados como
despesa ou receita na medida da realização da rentabilidade
futura (pro rata tempore ou integralmente em caso de
inviabilidade da rentabilidade).
(3) Fundamentado em outras razões econômicas – fundo
de comércio. O ágio e o deságio deverão ser
respectivamente amortizados como despesa. No caso de
ágio, imediatamente e, no caso de deságio, somente no
momento da baixa do investimento.
(4) Pela baixa do investimento. Independentemente da
fundamentação do ágio ou do deságio, eles deverão ser
integralmente amortizados, respectivamente como despesa
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ou receita, no caso de baixa (por alienação ou perecimento)
do investimento.
v) Variação no percentual de participação. Quando do aumento
de capital – por parte da empresa investida – a subscrição de
alguns dos antigos acionistas em percentual diverso daquele
então mantido resulta em variação no percentual de
participação. Essa variação pode implicar em ganhos ou
perdas não operacionais (dependendo da existência de reservas
e lucros/prejuízos acumulados e do valor pago).
vi) Participações recíprocas. São proibidas as participações
recíprocas (investida e investidora possuíres, respectivamente,
ações uma da outra). Essa situação é permitida pela Lei das
S/A temporariamente em algumas situações e, contabilmente
(patrimonialmente), tratadas como ações em tesouraria.
vii) Provisão para perdas. A provisão para perdas ocorre em
situações de (1) tendência de perecimento do investimento; (2)
elevado risco de paralisação de operações de coligadas e
controladas; (3) eventos que possam prever perda parcial ou
total do valor contábil do investimento ou do montante de
créditos contra as coligadas e controladas; ou (4) cobertura de
garantias, avais, fianças, hipotecas ou penhor concedidos, em
favor de coligadas e controladas, referentes a obrigações
vencidas ou vincendas quando caracterizadas a incapacidade de
pagamentos pela controlada ou coligada.
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de gestão, apesar de ter sido constituída em janeiro de 2002, dentro
dos limites máximos de classes de ações permitidos pela legislação da
época. Com capital social representado por 900.000 ações ordinárias e
preferenciais com valor unitário de R$10,00/ação, seus acionistas estão
dispostos a negociar a venda do controle acionário pelo valor nominal
das ações desde que essa operação seja realizada a vista.
Enunciado
06- Com base nas informações acima, indique o valor mínimo que a Cia.
Boreal deveria pagar para tornar-se a controladora da empresa
transportadora.
a) R$ 4.500.000
b) R$ 3.000.010
c) R$ 3.000.000
d) R$ 2.250.010
e) R$ 1.500.000
Comentários
Em 2002 já estava em vigor a Lei 10.303/01 que determinou a
modificação dos limites percentuais para ações ordinárias e
preferenciais.
Capital da Cia Transportadora
– 50% de ações ordinárias (450.000 ações de valor R$ 4.500.000) e
– 50% de ações preferenciais (450.000 ações de valor R$ 4.500.000).
Aquisição do controle – metade mais uma ação ordinária 225.001 ações
* 10,00 = R$ 2.250.010,00
Gabarito – D
6.1.2 AFRF 2003 – Contabilidade avançada
Enunciado
07- Para possuir a preponderância nas deliberações sociais de modo
permanente e com segurança na Cia. Beneficiadora de Cereais, a Cia.
Boreal deve possuir pelo menos:
a) 50% do capital total da investida.
b) 40% das ações totais da investida.
c) 33,3% do patrimônio líquido da investida.
d) 25% das ações ordinárias da investida.
e) 16,7% do capital votante da investida.
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Comentários
Em 1997, o limite de percentuais máximo para distribuição de ações
ordinárias / preferenciais era de 1/3 de ordinárias para 2/3 de
preferenciais.
Para adquirir o controle, basta adquirir a maioria das ações ordinárias,
que representam ½ * 2/3 * total +1 = 16,7% do total.
Infelizmente, possivelmente por falha de digitação, o gabarito foi 16,7%
do capital votante. Ora, isso é inadmissível, pois 16,7% dos votos é
menos do que sua metade e, portanto, há a possibilidade de que outro
acionista controle até 83,3% dos votos (o que é – indiscutivelmente –
mais). Entendo que essa questão deveria ter sido anulada.
Uma interpretação – muito extremada – para tentar defender o gabarito
oficial é a de se entender que, na letra E, onde está escrito “16,7% do
capital votante da investida” entenda-se “16,7% do capital, desde que
votante, da investida”. Assim, poder-se-ia entender que, na alternativa
E, o examinador teria a intenção de referir que seria necessário possuir
16,7% do capital total, desde que em ações com direito a voto.
Gabarito – E
6.1.3 AFTN 1996 – Contabilidade avançada
Enunciado
Questão 34: São métodos de avaliação das Participações Societárias:
A Método de Custo e Custo ou Mercado, dos dois o menor
B Método do Valor Presente e Equivalência Patrimonial
C Método do Custo e Equivalência Patrimonial
D Método do Valor de Realização e Equivalência Patrimonial
E Método do Valor de Realização e Valor Presente
Resolução e comentários
A regra geral é o método do custo, pela aplicação do princípio
fundamental de contabilidade do registro pelo valor original. A regra
especial é o método da equivalência patrimonial, prevista no art. 248 da
Lei das S/A para investimentos mais importantes.
Gabarito
C
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01- Um investimento é considerado relevante quando:
a) o valor inscrito na conta de participação societária de cada coligada e
controlada, considerado em seu conjunto, não exceder a 5% do
Patrimônio Líquido da investidora.
b) o valor contábil dos investimentos em controladas e coligadas
considerados em seu conjunto for igual ou superior a 15% do Patrimônio
Líquido da investidora.
c) o valor inscrito em investimento permanente em cada uma das
empresas coligadas for igual ou inferior a 5% do Patrimônio Líquido da
investidora.
d) o custo de aquisição do investimento nas coligadas for igual ou
inferior a 5% do patrimônio líquido da investidora e igual a 8% do
Patrimônio Líquido da investida.
e) o valor pago na aquisição do investimento em coligadas for igual ou
inferior a 5% do patrimônio líquido da investidora e igual a 8% do
Patrimônio Líquido da investida.
Resolução e comentários
A definição de relevância é dada pelo parágrafo único do artigo 247 da
Lei das S/A que considera individualmente relevante o investimento em
cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou
superior a dez por cento do valor do patrimônio líquido da companhia ou
coletivamente o investimento no conjunto de sociedades coligadas e
controladas, se o valor contábil é igual ou superior a quinze por cento do
valor do patrimônio líquido da companhia. A seguir, para fins de
clareza, encontra-se reproduzido o citado parágrafo:
Parágrafo único. Considera-se relevante o investimento:
a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor
contábil é igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor
do patrimônio líquido da companhia;
b) no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se
o valor contábil é igual ou superior a 15% (quinze por
cento) do valor do patrimônio líquido da companhia.
No mesmo sentido, a Instrução CVM define relevância, em seu art. 4o,
abaixo:
Art. 4º - Considera-se relevante o investimento:
I - Quando o valor contábil do investimento em cada
coligada for igual ou superior a 10% (dez por cento) do
patrimônio líquido da investidora; ou
II - Quando o valor contábil dos investimentos em
controladas e coligadas, considerados em seu conjunto, for
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igual ou superior a 15% (quinze por cento) do patrimônio
líquido da investidora.
§ 1º - O valor contábil do investimento em coligada e
controlada abrange o custo de aquisição mais a
equivalência patrimonial e o ágio não amortizado, deduzido
do deságio não amortizado e da provisão para perdas.
§ 2º - Para determinação dos percentuais referidos nos
incisos I e II deste artigo, ao valor contábil do
investimento deverá ser adicionado o montante dos
créditos da investidora contra suas coligadas e
controladas.
Pelo texto acima, verifica-se que a única alternativa correta é a de letra
B
Gabarito
B
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despesas (resultados negativos em participações societárias) no
patrimônio da investidora quando a investida apura prejuízos. Isso
ocorre porque: (1) o prejuízo reduz o patrimônio líquido da empresa
investida, (2) a redução do PL da investida, por aplicação do método da
EPL, implica a redução do valor do investimento na empresa investidora
e (3) a redução do investimento, na empresa investidora, implica o
registro de despesas (resultado negativo em participações societária),
conforme lançamento padrão abaixo:
D= Resultados negativos em participação societárias
C = a Investimentos em participações societárias
Comparando-se o lançamento padrão com as alternativas da questão,
verifica-se que a única alternativa correta é a alternativa de letra E
Gabarito
E
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administração ou quando o percentual de participação, direta ou indireta
da investidora representar 20% ou mais do capital social da coligada.
Cumpre referir que: (1) no método da equivalência patrimonial, o
recebimento de dividendos deve ser registrado sempre a crédito da
própria conta do investimento e (2) no método do custo (a) como regra
geral, os dividendos oriundos de lucros auferidos pela empresa investida
após a aquisição da participação societária por parte da empresa
investidora, deverão ser registrados a crédito de receita e (b) quando os
dividendos forem oriundos de lucros auferidos pela empresa investida
ANTES da aquisição do investimento, por parte da empresa investidora
(presumidamente em até 6 meses dessa aquisição), eles deverão ser
registrados a crédito do próprio investimento.
Assim, em princípio, a questão deveria ser anulada. Entretanto, essa
questão não foi anulada.
Vista a questão sob o prisma técnico, realizaremos – agora – uma
abordagem sob o prisma da resolução de questões de concurso. Pelo
enunciado vê-se que o examinador está se referindo a investimento
“relevante” e, se interpretarmos a palavra “relevante” em seu sentido
não-técnico, veremos que o examinador se refere a investimentos
“importantes”. Ora investimentos “importantes” devem ser avaliados
pelo método da equivalência patrimonial. Assim, caberia – entre as
alternativas – a mais provável que se refere a redução do valor do
investimento (alternativa D).
Gabarito
D
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Cia Pará Cia Sergipe
contas saldos ajustados saldos ajustados
ativo circulante 12.000,00 5.000,00
ativo realiz longo prazo 18.000,00 -
ativo permanente
investimentos 30.000,00 -
imobilizado lí 110.000,00 49.000,00
passivo cirsulante 25.000,00 15.000,00
passivo exig longo prazo 15.000,00 5.000,00
patrimonio líquido
capital 80.000,00 50.000,00
reservas 10.000,00 1.000,00
LPA 20.000,00 (14.000,00)
despesas operacionais 60.000,00 45.000,00
receitas operacionais 80.000,00 42.000,00
Outras informações:
I - para apuração dos resultados de 1994, das empresas, falta apenas a
avaliação dos Investimentos Permanentes.
II - a Cia PARÁ detinha 60% do capital da Cia. SERGIPE e consituía-se
na única participação societária da empresa .
III - a inflação no período foi ZERO
IV - até o exercício contábil de 1993 os investimentos não eram
avaliados pela equivalência patrimonial Com base nas informações
anteriores, identifique a resposta correta para as questões de números
37 a 39.
Questão 37: Aplicando o método da equivalência patrimonial, o valor
correto dos Investimentos Permanentes na Cia PARÁ seria:
A $ 30.000
B $ 20.400
C $ 9.600
D $ 22.000
E $ 1.800
Resolução e comentários
Investimentos permanentes na Cia Pará
PL da Cia Sergipe 37.000,00 PL antes do resultado do exercício
(3.000,00) resultado do exercício
34.000,00 PL ajustado
60% percentual de participação
20.400,00 investimento da Cia pará
Gabarito
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B
E Investimentos 1.800,00
Despesas não-operacionais - Lucros e Prejuízos de Participações em outras Companhias 7.800,00
A Ganhos e Perdas c/ Investimentos 9.600,00
Resolução e comentários
Quando há mudança de critério de avaliação, antes de aplicação do
método da equivalência patrimonial (para fins de apuração do resultado
com a aplicação do método no período) é necessário realizar um ajuste
de exercícios anteriores, para iniciar o saldo do investimento como se o
método sempre tivesse sido esse. Assim, os valores devem ser
apurados conforme tabela a seguir.
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Lançamento de equivalência patrimonial da Cia Pará
(3.000,00) resultado do exercício da Cia Sergipe
60% percentual de participação
(1.800,00) resultado negativo de equivalência patrimonial
Gabarito
A
Gabarito
E
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B Das despesas futuras da Participação Societária adquirida
C De o valor do Imobilizado Líquido da empresa investida tender para
zero
D De prejuízos futuros da Participação Societária adquirida
E De o Patrimônio Líquido da empresa investida Ser negativo
Resolução e comentários
Os fundamentos do ágio podem ser:
a) valor de mercado de bens do ativo da coligada ou controlada superior
ou inferior ao custo registrado na sua contabilidade;
b) valor de rentabilidade da coligada ou controlada, com base em
previsão dos resultados nos exercícios futuros (A CVM inclui também, no
item “b”, uma situação especial de rentabilidade futura, trata-se do ágio
relativo à aquisição de participação societária em empresa que tenha
direito de exploração, concessão ou permissão, delegados pelo Poder
Público);
c) fundo de comércio, intagíveis e outras razões econômicas (tanto a
doutrina contábil, quanto a IN CVM 247, de 1996, criticam a
classificação deste terceiro tipo de ágio/deságio, sob o argumento de
que todas as razões podem ser resumidas nas duas situações acima e
que, assim, teríamos um ágio sem razão).
Nas alternativas da questão, apenas a assertiva “A” tratava de uma
dessas opções, a do ágio por rentabilidade futura.
Gabarito
A
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c) O lucro não realizado incluído no lucro apurado de companhia
controlada que corresponda à inclusão no custo de aquisição de bens
não de uso no balanço patrimonial de outra empresa coligada.
d) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia
controlada que corresponda à inclusão no custo de aquisição de ativos
imobilizados no balanço patrimonial da investidora.
e) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia
controlada que corresponda à inclusão no custo de aquisição de ativos
imobilizados no balanço patrimonial de outra controlada.
Comentários
Segundo determinado pelo art. 9o da IN CVM 247, temos que
Art. 9º - O valor do investimento, pelo método da
equivalência patrimonial, será obtido mediante o seguinte
cálculo:
I - Aplicando-se a percentagem de participação no capital
social sobre o valor do patrimônio líquido da coligada e da
controlada; e
II - Subtraindo-se, do montante referido no inciso I, os
lucros não realizados, conforme definido no § 1º deste
artigo, líquidos dos efeitos fiscais.
§ 1º - Para os efeitos do inciso II deste artigo, serão
considerados lucros não realizados aqueles decorrentes de
negócios com a investidora ou com outras coligadas e
controladas, quando:
a) - o lucro estiver incluído no resultado de uma
coligada e controlada e correspondido por inclusão
no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza
no balanço patrimonial da investidora; ou
b) - o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e
controlada e correspondido por inclusão no custo de
aquisição de ativos de qualquer natureza no balanço
patrimonial de outras coligadas e controladas.
A assertiva “A” se refere a lucros apurados pela investidora, na
alienação de imobilizado para a investida. A IN CVM exige o ajuste
relativo à operação contrária: lucro da investida pela alienação de
imobilizado para a investidora.
Gabarito – A
6.3 Método do custo – dividendos
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09- A Cia. ABC adquire 2% do total de ações da Cia. Lavandisca. Na
ocasião da operação, o preço acordado envolvia o valor das ações e
dividendos adquiridos, relativos a saldos, de Reservas e Lucros
Acumulados, pré-existentes e ainda não distribuídos.
No momento em que ocorrer o efetivo pagamento dos dividendos
referentes a esses itens, o tratamento contábil dado a esse evento
deverá ser:
a) creditar o valor correspondente a esse dividendo em conta de receita
não operacional em contrapartida do registro do ingresso do recurso no
caixa.
b) ajustar o resultado do exercício e creditar o valor correspondente a
esse dividendo em conta de deságio em aquisição de investimentos
permanentes em contrapartida do registro do ingresso do recurso no
caixa.
c) lançar o valor correspondente a esse dividendo a crédito da conta
participação societária em contrapartida do registro do ingresso do
recurso no caixa.
d) registrar os dividendos recebidos como receita operacional em
contrapartida ao lançamento de débito na conta caixa.
e) considerar o valor recebido como receita não operacional e debitando
em contrapartida da conta ágio em investimentos societários.
Comentários
Lançamento correto
D= dividendos a receber
C = a investimentos – participações societárias
Este é o caso da ação já comprada com os valores de dividendos
incluídos.
Gabarito - C
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7.2 Atos Administrativos Normativos
RESOLUÇÃO CFC N.º 750/93 - Dispõe sobre os Princípios Fundamentais
de Contabilidade (P.F.C.)
RESOLUÇÃO CFC N.º 751/93 - Dispõe sobre as Normas Brasileiras de
Contabilidade.
RESOLUÇÃO CFC N.º 774/94 - Aprova o Apêndice à Resolução sobre os
Princípios Fundamentais de Contabilidade.
DELIBERAÇÃO CVM N 29-1986 - objetivos da Contabilidade.
Decreto 3.000, de 1999 – Regulamento do Imposto de Renda.
INSTRUÇÃO CVM N° 247/96 – Dispõe sobre a avaliação de
investimentos em sociedades coligadas e controladas e sobre os
procedimentos para elaboração e divulgação das demonstrações
contábeis consolidadas, para o pleno atendimento aos Princípios
Fundamentais de Contabilidade.
7.3 Livros
Iudícibus, Sérgio de; Martins, Eliseu e Gelbke, Ernesto Rubens Gelbcke.
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – FIPECAFI. Ed.
Atlas. São Paulo – 4a edição – 1995.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Básica. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Avançada. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Gonçalves, Eugênio Celso e Baptista, Antônio Eustáquio. Contabilidade
Geral. Ed. Atlas. São Paulo – 2a edição – 1994.
Silva, Benedito Gonçalves da. Contabilidade Geral. Ed. Meta – 2a edição
– 1994.
Ferrari, Ed Luiz, Contabilidade Geral: teoria e 950 questões – Rio de
Janeiro: Elsevier 2006.
Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade – Rio de
Janeiro: Impetus, 2003.
Ferreira, Ricardo J. Contabilidade avançada e intermediária – 2. ed. –
Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2004.
Santos, Luiz Eduardo. Contabilidade: Resoluções e comentários de
Questões da ESAF. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
7.4 Internet
www.planalto.gov.br
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www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.gov.br
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1 Roteiro
Caro aluno, nesta aula estudaremos a depreciação, a amortização e a
exaustão. O assunto aqui tratado veio, nos últimos tempos,
conquistando um lugar de destaque no que diz respeito a provas de
concursos e tanto é assim que, nos últimos anos, foi questão certa em
praticamente todas as provas da ESAF. Esse fato, aliado à importância
do tema para o correto entendimento da contabilidade, demonstram a
relevância do que será aqui tratado.
A seguir, encontra-se uma relação dos pontos a serem trabalhados em
específico:
1) Depreciação
a) Conceito
b) Definições necessárias ao cálculo da depreciação
i) Valor de aquisição ou produção
ii) Vida útil
(1) Regra geral
(2) Vida útil de bens usados
iii) Valor residual
iv) Valor depreciável
v) Taxa de depreciação
vi) Encargo de depreciação do período
vii) Depreciação acumulada
viii) Valor contábil
c) O encargo de depreciação – despesa x custo
d) Características importantes da depreciação
i) Quem registra a depreciação
ii) Início do cômputo do encargo
iii) Limite do valor da depreciação
iv) Depreciação de bens na fase pré-operacional
e) Bens ativados – sujeitos à depreciação x registro direto em
despesa
i) Bens de pequeno valor – registro direto como despesa
ii) Gastos com reparos conservação ou substituição.
f) Bens sujeitos e não sujeitos à depreciação
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i) Bens sujeitos à depreciação.
ii) Bens não sujeitos à depreciação
(1) Terrenos
(2) Prédios e construções não alugados nem utilizados
(3) Bens que aumentam de valor com o tempo
(4) Bens objeto de exaustão
iii) Benfeitorias em propriedades de terceiros
g) Taxas de depreciação - gerais x especiais
i) Determinação da vida útil de um bem
ii) Taxas especiais de depreciação
(1) Depreciação acelerada contábil
(2) Depreciação acelerada incentivada
h) Métodos de cálculo da taxa de depreciação
i) Linear
ii) Da soma dos dígitos
(1) Método da soma dos dígitos – Decrescente
(2) Método da soma dos dígitos – Crescente
iii) Unidades produzidas
iv) Horas de trabalho
2) Amortização
a) Conceito
b) Taxa
c) Direitos de uso amortizáveis e não amortizáveis
3) Exaustão
a) Conceito
b) O que não deve ser objeto de exaustão
c) Exaustão de recursos minerais
i) Método da exaustão em função do prazo de concessão
ii) Método da exaustão em função da possança da mina.
d) Exaustão de recursos florestais
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2 Introdução
Em geral, os bens e direitos de natureza permanente, cuja vida útil (no
caso de bens) ou prazo para exercício (no caso de direitos) seja superior
a um ano, reduzem seu valor patrimonial à medida que o tempo (de
utilização do bem ou de exercício do direito) passa.
Assim, esses elementos patrimoniais sujeitam-se à depreciação,
amortização ou exaustão, conforme o caso. Resumidamente: (1) a
depreciação é a perda do valor de um bem por uso desgaste ou
obsolescência (envelhecimento); (2) a amortização é a perda de valor
de um elemento patrimonial que tenha prazo fixo para utilização e (3) a
exaustão é a perda de valor de um elemento patrimonial porque sua
regular utilização implica sua progressiva destruição.
Para não esquecer: (1) depreciação – envelhecimento; (2) amortização
– passagem de um tempo finito e fixo e (3) exaustão – destruição
parcial, decorrente de uso regular.
O lançamento contábil padrão, para o registro da perda com
depreciação, amortização ou exaustão (conforme já estudado quando da
apresentação dos lançamentos contábeis) deverá ser realizado a débito
de conta de resultado (despesa com encargos de depreciação,
amortização ou exaustão) e a crédito de conta retificadora do ativo
(depreciação, amortização ou exaustão acumulada), conforme exemplo
a seguir:
D = Encargos de depreciação, amortização ou exaustão
C = a Depreciação, amortização ou exaustão acumulada X
A seguir, estudaremos cada um desses três conceitos (depreciação,
amortização e exaustão), em separado, de forma específica e detalhada.
3 Depreciação
3.1 Conceito
A depreciação pode ser conceituada como a diminuição do valor dos
Bens Corpóreos que integram o ativo permanente, em decorrência de
desgaste ou perda de utilidade pelo uso, ação da natureza ou
obsolescência. Didaticamente, repetimos que se pode entender a
depreciação como a perda do valor de um bem por “envelhecimento”.
O conceito de depreciação é aplicável a itens tangíveis do ativo
permanente. Tangíveis são os elementos patrimoniais que têm um
corpo físico, como móveis, máquinas, veículos, benfeitorias em
propriedades arrendadas, direitos sobre recursos naturais etc. Ao
contrário, intangíveis são os elementos patrimoniais cujo valor não
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reside em qualquer propriedade física, mas nos direitos de propriedade
imaterial que são conferidos a seus possuidores, como patentes, direitos
autorais, marcas, etc.
1
O artigo referido tem a seguinte redação: “Art. 19. O imposto é não-cumulativo,
compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro
Estado”.
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§ 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo,
relativamente aos créditos decorrentes de entrada de
mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo
permanente, deverá ser observado:
I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito
avos por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no
mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento;
...
Quanto à Cofins, a Lei n° 10.833, de 2003, estabelece que a aquisição
de bens para o ativo permanente de empresa que tributa o Imposto de
Renda pela sistemática do Lucro Real, dá direito a crédito da
contribuição à alíquota de 7,6% sobre o valor da aquisição, conforme
art. 3o:
Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o2 a pessoa
jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:
...
VI - máquinas, equipamentos e outros bens
incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados
para locação a terceiros, ou para utilização na produção de
bens destinados à venda ou na prestação de serviços;
VII - edificações e benfeitorias em imóveis próprios
ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa;
...
§ 1o Observado o disposto no § 15 deste artigo e no § 1o
do art. 52 desta Lei, o crédito será determinado mediante
a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2o desta
Lei sobre o valor:
...
III - dos encargos de depreciação e amortização dos
bens mencionados nos incisos VI e VII do caput,
incorridos no mês;
Quanto ao PIS/Pasep, a Lei n° 10.637, de 2002, também estabelece que
a aquisição de bens para o ativo permanente de empresa que tributa o
Imposto de Renda pela sistemática do Lucro Real, dá direito a crédito da
contribuição à alíquota de 1,65% sobre o valor da aquisição, conforme
art. 3o:
Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o3 a pessoa
jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:
...
2
O referido art. 2o trata do valor devido pela empresa a título de Cofins.
3
O referido art. 2o trata do valor devido pela empresa a título de PIS/Pasep.
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VI - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados
ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação
a terceiros ou para utilização na produção de bens
destinados à venda ou na prestação de serviços.
VII - edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros,
quando o custo, inclusive de mão-de-obra, tenha sido
suportado pela locatária;
...
§ 1o O crédito será determinado mediante a aplicação da
alíquota prevista no caput do art. 2o desta Lei sobre o
valor:
...
III - dos encargos de depreciação e amortização dos bens
mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no
mês;
Esse conceito não é intuitivo e demanda uma explicação didática,
conforme a seguir:
(1) considere o valor pago por um equipamento (ex: R$ 10.000,00),
esse valor seria – em tese – o custo de aquisição do equipamento;
(2) ocorre que o Governador (o Governo do Estado) devolve à empresa
uma parte deste valor pago – a título de ICMS, na forma de créditos
utilizáveis para quitação deste imposto – (ex: 17% - R$ 1.700,00),
assim, dos R$ 10.000,00 pagos, R$ 1.700,00 não foram pagos
efetivamente para adquirir o equipamento, mas sim para adquirir o
direito de crédito de ICMS, a ser exigido do Governador, portanto, esse
valor não integra o custo do equipamento;
(3) ocorre, também, que o Presidente (a União) devolve à empresa uma
parte deste valor pago – a título de Cofins, na forma de créditos
utilizáveis para quitação deste tributo – (7,6% - R$ 760,00), assim, dos
R$ 10.000,00 pagos, R$ 760,00 não foram pagos efetivamente para
adquirir o equipamento, mas sim para adquirir o direito de crédito de
Cofins a ser exigido do Presidente e, portanto, esse valor também não
integra o custo do equipamento;
(4) ocorre, ainda, que o Presidente devolve à empresa uma parte deste
valor pago – a título de PIS/Pasep, na forma de créditos utilizáveis para
quitação deste tributo – (1,65% - R$ 165,00), assim, dos R$ 10.000,00
pagos, R$ 165,00 não foram pagos efetivamente para adquirir o
equipamento, mas sim para adquirir o direito de crédito de PIS/Pasep a
ser exigido do Presidente e, portanto, esse valor também não integra o
custo do equipamento;
(5) assim, o custo do equipamento será de R$ 7.375,00, conforme
memória de cálculo abaixo.
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Memória de cálculo do custo de aquisição do equipamento
Valor pago 10.000,00
(-) Crédito de ICMS (1.700,00) 17%
(-) Crédito de Cofins (760,00) 7,60%
(-) Crédito de PIS/Pasep (165,00) 1,65%
(=) Custo de aquisição 7.375,00
Considerando uma empresa que tenha apenas os R$ 10.000,00 em
caixa, podemos visualizar o fluxo de valores entre elementos
patrimoniais decorrente da aquisição do equipamento, conforme figura
abaixo:
Ativo Passivo
Caixa 10.000,00
(10.000,00)
-
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sexto ano ele não perde mais valor porque já perdeu o que tinha que
perder e, assim, não há falar em despesa de depreciação e (2) em
compensação, há mais despesa com manutenção.
No exemplo antes apresentado, relativo à máquina cujo valor de
aquisição foi calculado em R$ 7.375,00, consideraremos – para fins de
ilustração – uma vida útil de 10 anos.
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3.2.3 Valor residual
O valor residual é um conceito teórico – quase sempre exigido em
concurso – mas que na prática quase nunca é utilizado. Ocorre que,
mesmo pouco utilizado, esse conceito deve ser cuidadosamente
estudado.
Quanto à importância desse conceito, cabe a seguinte observação.
Muitos alunos com formação contábil reclamaram, nos últimos anos, de
questões que pediam esse conceito e que os induziram a erro. Essa
dificuldade (vivenciada justamente por quem conhece a matéria) vem a
comprovar – uma vez mais – que a preparação para concursos é uma
atividade de estudo e que – nessa caminhada – é muito mais relevante
uma preparação específica do que a formação acadêmica.
Do ponto de vista puramente patrimonial, o valor residual é um conceito
teórico perfeitamente lógico: trata-se do valor patrimonial remanescente
do bem, deduzida toda a depreciação realizada durante sua vida útil.
Em outras palavras, é o valor que sobra após toda a perda por uso,
desgaste ou obsolescência. Ora, tomando-se como exemplo meu
(alquebrado) Monza 88, esse conceito é visível: (1) ele já perdeu tudo o
que tinha a perder por uso, desgaste ou obsolescência, mas (2) ele
ainda vale alguma coisa (tudo bem, quase nada, mas alguma coisa ele
ainda vale...).
Do ponto de vista prático, a legislação tributária permite que se
presuma um valor residual igual a zero. Assim, para fins de
4
simplicidade (e de economia tributária ), a virtual totalidade das
empresas utiliza o valor residual zero para os bens de seu ativo
permanente.
Seguindo o exemplo da máquina de valor de aquisição R$ 7.375,00 e
vida útil de 10 anos, propomos – para visualização e contextualização
dos conceitos aqui apresentados – um valor residual de R$ 1.375,00.
4
A utilização do valor residual igual a zero resulta em uma postergação – legalmente
permitida – do Imposto de Renda, com relação à situação idêntica em que se utiliza
qualquer outro valor. Esse assunto, apesar de fascinante, não será abordado neste
curso por se tratar de matéria estranha ao escopo inicialmente para ele previsto.
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No nosso exemplo ilustrativo temos: (1) uma máquina de valor de
aquisição R$ 7.375,00 e (2) um valor residual apresentado de R$
1.375,00. Portanto, o valor depreciável é de R$ 6.000,00, conforme
memória de cálculo abaixo:
R$ 7.375,00 (-) R$ 1.375,00 (=) R$ 6.000,00
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Valor depreciável 6.000,00
(*) taxa de depreciação 10%
(=) encargo de depreciação do período 600,00
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3.3 O encargo de depreciação – despesa x custo
O encargo de depreciação (que, via de regra, é considerado despesa)
poderá ser computado como custo ou despesa operacional, conforme o
caso. Exemplificando, a depreciação de um computador utilizado pelo
setor de contabilidade de uma empresa, que não está diretamente
ligado à atividade de fabricação de produtos para a venda, deve ser
considerada como despesa operacional, e assim registrada, mediante o
lançamento seguinte:
D = Encargos de depreciação - despesa operacional
C = a Depreciação acumulada X
A figura a seguir ilustra o lançamento acima apresentado:
Ativo Passivo
Bem do imobilizado
(-) deprec. Acum. 0 ==> (X) Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Despesa operacional X
5
Os conceitos superficialmente tratados neste parágrafo são objeto de um ramo
específico da Contabilidade, denominado “Contabilidade de Custos”, especificamente
no que diz respeito ao item “Custeio por Absorção”. A Contabilidade de Custos será
objeto de estudo em separado, em um curso específico.
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Ativo Passivo
1 Bem do imobilizado
(-) deprec. Acum. 0 ==> (X) Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Custo do produto vendido X
(1) Depreciação
(2) Venda do produto - registro do custo
3.4 Exemplo
Portanto, resumindo, o lançamento característico da depreciação é:
D= despesa (ou custo) de Depreciação
C = a depreciação acumulada
Lembrando:
a) a conta devedora é de resultado e representa o encargo
econômico suportado pela entidade6; e
6
Exceto no caso de bem utilizado no processo industrial, cuja depreciação é
inicialmente registrada a débito de conta de ativo (produto em elaboração) e,
posteriormente, quando de sua venda, é registrada a débito de conta de resultado
(custo dos produtos vendidos).
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b) a conta credora retifica o bem do ativo sujeito a
depreciação. Integra o Balanço Patrimonial, sendo
demonstrada juntamente com a conta do bem que ela
retifica, em subtração a seu saldo.
O exemplo a seguir ilustra o que foi acima colocado.
Suponha que uma empresa comercial EMP possua a máquina MAQ, cujo
custo de aquisição tenha sido de R$ 40.000,00.
Considere que essa máquina tenha uma previsão de utilização de 10
anos e assim, a cada ano, ela perda 10% de seu valor por uso, desgaste
ou obsolescência. Em outras palavras, esta máquina está sujeita a uma
depreciação de 10% ao ano7.
Considere, ainda, que essa máquina já tenha três anos de uso e que a
empresa proprietária deva contabilizar o encargo de depreciação
correspondente ao quarto ano de utilização do bem.
A partir desses dados, vamos calcular: (a) o encargo de depreciação do
período e (b) o valor da depreciação acumulada – após o registro do
encargo.
- Memória de cálculo:
Valor original ########
depreciação por ano 10%
encargo de depreciação por ano (4.000,00)
depreciação acumulada antes do registro do encargo ######## 3 anos
valor do encargo do quarto ano (4.000,00)
depreciação acumulada após o registro do encargo ########
- Situação inicial:
7
Os conceitos de vida útil e taxa de depreciação – aqui intuitivamente colocados –
serão apresentados de forma técnica e rigorosa em seguida.
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Ativo Passivo
Máquina 40.000,00
(-) deprec. Acum. (12.000,00) Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Máquina 40.000,00
(-) deprec. Acum. (12.000,00) Patrimônio Líquido
(4.000,00)
(16.000,00)
Despesas Receitas
Despesa operacional 4.000,00
- Lançamentos:
D= despesa (ou custo) de Depreciação
C = a depreciação acumulada 4.000,00
- Situação final:
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Ativo Passivo
Máquina 40.000,00
(-) deprec. Acum. (16.000,00) Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Despesa operacional 4.000,00
8
A locatária deverá registrar, mensalmente, despesas com aluguéis – conforme já
estudado neste curso.
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registrar despesas com depreciação9. A legislação do Imposto de Renda
(Decreto 3.000, de 1999) tem disposição específica nesse mesmo
sentido, em seu art. 309, a seguir:
Art. 309. A quota de depreciação registrável na
escrituração como custo ou despesa operacional será
determinada mediante a aplicação da taxa anual de
depreciação sobre o custo de aquisição dos bens
depreciáveis (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57, § 1º).
§ 1º A quota anual de depreciação será ajustada
proporcionalmente no caso de período de apuração com
prazo de duração inferior a doze meses, e de bem
acrescido ao ativo, ou dele baixado, no curso do período
de apuração.
§ 2º A depreciação poderá ser apropriada em quotas
mensais, dispensado o ajuste da taxa para os bens postos
em funcionamento ou baixados no curso do mês.
Assim, de forma prática, a depreciação será registrada a partir do mês
em que o bem for posto em funcionamento, independentemente do dia
do mês. Exemplificando, caso um bem de valor R$ 120.000,00 e com
vida útil de 10 anos, tenha sido comprado no dia 05 de janeiro, mas
posto em funcionamento no dia 28 de fevereiro, não se deve registrar
qualquer depreciação para o mês de janeiro, mas deve ser registrada
depreciação para o mês de fevereiro (como se o bem tivesse sido
utilizado todo o mês, mesmo tendo sido efetivamente utilizado um único
dia). A despesa de depreciação de fevereiro será de
120.000,00 (*) 10% (/) 12 (=) 1.000,00.
9
Cabe, entretanto, o registro de eventual perda – no caso desse bem se tornar
impróprio para o uso e for descontinuado pela empresa. Cumpre referir que não é
prevista a constituição de provisão para ajuste a valor de mercado de bens do
imobilizado (porque o objetivo é que esse tipo de bem seja usado e não vendido).
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3.6 Bens ativados – sujeitos à depreciação x registro direto em
despesa
Não se pode esquecer que – para figurar no ativo permanente – o bem
deve ter uma previsão de duração que permita entendê-lo como
permanente.
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assim registra-se diretamente uma despesa, no valor pago por esse
bem.
As figuras abaixo ilustram o conceito antes apresentado.
a) aquisição de um bem de valor inferior a R$ 326,61e vida útil inferior
a um ano, com posterior utilização (teoricamente registrando a entrada
do ativo e sua posterior saída do patrimônio).
Ativo Passivo
1 Caixa 1.000,00 obrigações -
(100,00)
900,00
--------------- Patrimônio Líquido
Capital social 1.000,00
Bem 100,00
(100,00)
2
-
Despesas Receitas
Despesa 100,00
Ativo Passivo
1 Caixa 1.000,00 obrigações -
(100,00)
900,00
--------------- Patrimônio Líquido
Capital social 1.000,00
Despesas Receitas
Despesa 100,00
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despesas. Esse é o caso dos serviços de limpeza, manutenção e
conservação.
Há outros gastos que, em princípio, podem parecer similares, mas que
têm objetivo distinto; são eles: o reparo e a reforma. Eles têm por
objetivo a possibilidade de uso do bem por mais algum tempo.
Ora, se foi agregada vida útil a um bem, patrimonialmente, surgiu algo
que não havia (o direito de usar algo por um tempo adicional). Assim,
esses gastos devem ser ativados e, conseqüentemente, serão
depreciados de acordo com a nova vida útil do bem resultante do
processo de reparo ou reforma.
Nesse sentido, a legislação do Imposto de Renda determina que:
Art. 346. Serão admitidas, como custo ou despesa
operacional, as despesas com reparos e conservação de
bens e instalações destinadas a mantê-los em condições
eficientes de operação (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 48).
§ 1º Se dos reparos, da conservação ou da substituição de
partes e peças resultar aumento da vida útil prevista no
ato de aquisição do respectivo bem, as despesas
correspondentes, quando aquele aumento for superior a
um ano, deverão ser capitalizadas, a fim de servirem de
base a depreciações futuras (Lei nº 4.506, de 1964, artigo
48, parágrafo único).
§ 2º Os gastos incorridos com reparos, conservação ou
substituição de partes e peças de bens do ativo
imobilizado, de que resulte aumento da vida útil superior a
um ano, deverão ser incorporados ao valor do bem, para
fins de depreciação do novo valor contábil, no novo prazo
de vida útil previsto para o bem recuperado, ou,
alternativamente, a pessoa jurídica poderá:
I - aplicar o percentual de depreciação correspondente à
parte não depreciada do bem sobre os custos de
substituição das partes ou peças;
II - apurar a diferença entre o total dos custos de
substituição e o valor determinado no inciso anterior;
III - escriturar o valor apurado no inciso I a débito das
contas de resultado;
IV - escriturar o valor apurado no inciso II a débito da
conta do ativo imobilizado que registra o bem, o qual terá
seu novo valor contábil depreciado no novo prazo de vida
útil previsto.
§ 3º Somente serão permitidas despesas com reparos e
conservação de bens móveis e imóveis se intrinsecamente
relacionados com a produção ou comercialização dos bens
e serviços (Lei nº 9.249, de 1995, artigo 13, inciso III).
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Assim, os gastos dessa natureza, incorridos, que impliquem aumento de
vida útil (superior a um ano), devem ser incorporados ao valor do bem,
para fins de depreciação do novo valor, pelo novo prazo.
Para ilustrar o conceito acima, propomos o exemplo a seguir:
Seja uma máquina adquirida por R$ 40.000,00, vida útil inicial de 10
anos e com depreciação acumulada de R$ 16.000,00 (portanto,
referente a quatro anos), conforme figura abaixo.
Ativo Passivo
Caixa 30.000,00
Máquina 40.000,00
(-) deprec. Acum. (16.000,00) Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa -
Máquina 54.000,00
(-) deprec. Acum. - Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 30.000,00
Máquina 40.000,00
(-) deprec. Acum. (16.000,00) Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Relação percentual
parte não depreciada 24.000,00
(/) máquina - valor original 40.000,00
(=) Relação percentual 60%
(b) Aplicar o percentual da letra (a) ao valor total de custos do reparo:
Total dos custos do reparo 30.000,00
(*) percentual não depreciado do bem 60%
(=) parcela dos custos do reparo que não agregou vida útil ao bem 18.000,00
(c) apurar a diferença entre o valor total de custos do reparo e o valor
calculado na letra (b):
Total dos custos do reparo 30.000,00
(-) parcela dos custos do reparo que não agregou vida útil ao bem (18.000,00)
(=) parcela dos custos do reparo que recuperou parte da vida útil do bem 12.000,00
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(d) registrar o valor apurado na letra (b) como depesa:
D = Despesas com reparo
C = a Caixa 18.000,00
(e) registrar o valor apurado na letra (c) como aumento do valor do
ativo;
D = Máquina
C = a Caixa 12.000,00
(f) passar a registrar depreciação sobre o novo valor contábil do ativo,
pela nova vida útil.
D = Depreciação acumulada
C = a Máquina 16.000,00
A configuração patrimonial imediatamente após os lançamentos acima
encontra-se na figura abaixo:
Ativo Passivo
Caixa -
Máquina 36.000,00
(-) deprec. Acum. - Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Despesas com reparo 18.000,00
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3.7 Bens sujeitos e não sujeitos à depreciação
3.7.2.1 Terrenos
Terrenos, não estão sujeitos à depreciação, salvo em relação aos
melhoramentos e construções. Isso decorre do fato de que a terra nua
não perde seu valor porque é usada.
No caso de um terreno que não estiver contabilmente segregado do
valor da edificação que, eventualmente, possa sobre ele existir; deverá
ser feita a separação dos dois valores (relativo ao terreno e à
edificação), a fim de que se possa computar quota de depreciação
somente sobre as edificações (construções e benfeitorias). Essa
segregação contábil deverá ser baseada em laudo de avaliação do bem.
10
Com efeito, florestas, via de regra, estão sujeitas à exaustão.
11
Por fruto, entende-se o bem acessório que se desprende do bem principal sem
destruí-lo. O Direito reconhece a existência de frutos naturais (frutas – por exemplo),
frutos industriais (produtos, que podem ser retirados de uma indústria sem destruí-la)
e frutos civis (juros, em relação ao capital e aluguéis, em relação a bens imóveis).
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3.7.2.2 Prédios e construções não alugados nem
utilizados
Prédios e construções não alugados nem utilizados por seus proprietário
na produção de seus rendimentos, ou imóveis destinados à venda,
também não estão sujeitos à depreciação. Isso decorre do conceito de
que os bens somente são depreciados a partir do momento em que são
postos em funcionamento (já visto).
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Ora, no caso de um contrato de locação por prazo indeterminado, a
benfeitoria será utilizada pela empresa locatária enquanto a referida
benfeitoria tiver serventia (enquanto não envelhecer). Nesse caso, cabe
a depreciação dessa benfeitoria.
A seguir, apresentamos os lançamentos relativos ao caso acima
apresentado:
(1) realização de benfeitoria em terreno alheio, sem direito à restituição
D = Benfeitoria em terreno alheio (AP - imobilizado)
C = a Caixa X
(2) depreciação da benfeitoria, pela sua utilização
D = Encargos de depreciação
C = a Depreciação Acumulada y
Uma observação importante sobre o assunto. Se o contrato de locação
for por prazo determinado, cabe amortização (conforme será visto
adiante).
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pesquisa científica ou tecnológica, prevalecendo os prazos
de vida útil recomendados por essas instituições, enquanto
os mesmos não forem alterados por decisão administrativa
superior ou por sentença judicial, baseadas, igualmente,
em laudo técnico idôneo (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57,
§ 4º).
§ 3º Quando o registro do imobilizado for feito por
conjunto de instalação ou equipamentos, sem
especificação suficiente para permitir aplicar as diferentes
taxas de depreciação de acordo com a natureza do bem, e
o contribuinte não tiver elementos para justificar as taxas
médias adotadas para o conjunto, será obrigado a utilizar
as taxas aplicáveis aos bens de maior vida útil que
integrem o conjunto (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57, §
12).
Entretanto, a Secretaria da Receita Federal fixou apenas o prazo de
alguns ativos, deixando que a jurisprudência administrativa definisse as
demais situações.
A leitura acima permite concluir que há uma presunção de que: (1) os
bens têm vida útil conforme definido pela Secretaria da Receita Federal
em ato próprio e (2) esses bens são depreciados de forma linear.
Cumpre referir que há uma possibilidade da empresa não utilizar os
valores presumidos pelo fisco, bastando para isso que prove – com
laudo de perícia do Instituto Nacional de Tecnologia, ou de outra
entidade oficial de pesquisa científica ou tecnológica.
A seguir, para fins ilustração, apresentamos os exemplos mais utilizados
de taxas anuais de depreciação e correspondente vida útil de bens:
a) 4% para edifícios e benfeitorias (25 anos);
b) 10% para móveis e utensílios (10 anos);
c) 10% para máquinas e equipamentos (10 anos);
d) 20% para veículos de passageiro e carga (5 anos);
e) 20% para computadores e periféricos (5 anos);
f) 25% para motociclos, tratores e caminhões fora de estrada (4
anos).
OBS: conforme já foi visto, no ano em que os bens forem postos em
operação, deve-se ajustar a taxa anual proporcionalmente ao número
de meses de efetiva utilização desses bens (independente da quantidade
de dias no mês).
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Existem dois tipos de depreciação acelerada: a contábil e a incentivada.
Ambos os conceitos são decorrentes da legislação do imposto de renda e
serão vistos a seguir.
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modernização de instalações e equipamentos (independentemente da
quantidade de turnos de seu uso).
Assim, na contabilidade será registrado um encargo normal (de acordo
com a vida útil prevista para o bem). Paralelamente a esse registro
contábil normal, há um ajuste controlado em livro extra-contábil para
aumentar ou reduzir o valor do tributo a cada um dos períodos da vida
útil do bem (com o objetivo que o tributo seja calculado como se a vida
útil do bem fosse menor).
A depreciação acelerada incentivada está prevista nos arts. 313 e 262
do Decreto 3.000, de 1999, a seguir reproduzidos:
Art. 313. Com o fim de incentivar a implantação,
renovação ou modernização de instalações e
equipamentos, poderão ser adotados coeficientes de
depreciação acelerada, a vigorar durante prazo certo para
determinadas indústrias ou atividades (Lei nº 4.506, de
1964, artigo 57, § 5º).
§ 1º A quota de depreciação acelerada, correspondente ao
benefício, constituirá exclusão do lucro líquido, devendo
ser escriturada no LALUR (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977,
artigo 8º, inciso I, alínea "c", e § 2º).
§ 2º O total da depreciação acumulada, incluindo a normal
e a acelerada, não poderá ultrapassar o custo de aquisição
do bem (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57, § 6º).
§ 3º A partir do período de apuração em que for atingido o
limite de que trata o parágrafo anterior, o valor da
depreciação normal, registrado na escrituração comercial,
deverá ser adicionado ao lucro líquido para efeito de
determinar o lucro real.
...
Art. 262. No LALUR, a pessoa jurídica deverá (Decreto-Lei
nº 1.598, de 1977, artigo 8º, inciso I):
...
III - manter os registros de controle de prejuízos fiscais a
compensar em períodos de apuração subseqüentes, do
lucro inflacionário a realizar, da depreciação acelerada
incentivada, da exaustão mineral, com base na receita
bruta, bem como dos demais valores que devam
influenciar a determinação do lucro real de períodos de
apuração futuros e não constem da escrituração comercial;
Para ilustrar o conceito de depreciação acelerada incentivada,
apresentamos o exemplo a seguir.
Seja uma empresa que tenha bens no valor de R$ 1.000,00, cuja
depreciação normal seja de 10% ao ano (R$ 100,00). Considere, ainda,
que esta empresa esteja autorizada, pela legislação tributária, a
considerar (para fins fiscais) uma taxa duas vezes maior, representando
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um valor de R$ 200,00 (R$ 100,00 reconhecidos contabilmente e R$
100,00 em ajustes fiscais). A tabela a seguir demonstra os valores de
depreciação: (1) contabilmente registrados e (2) considerados para fins
fiscais.
Ano Registros contábeis da depreciação Ajustes fiscais
IR relativo à
encargo de IR relativo ao depreciação depreciação
depreciação encargo (15%) permitida exclusão adição permitida
1 100,00 15,00 200,00 100,00 - 30,00
2 100,00 15,00 200,00 100,00 - 30,00
3 100,00 15,00 200,00 100,00 - 30,00
4 100,00 15,00 200,00 100,00 - 30,00
5 100,00 15,00 200,00 100,00 - 30,00
6 100,00 15,00 - - 100,00 -
7 100,00 15,00 - - 100,00 -
8 100,00 15,00 - - 100,00 -
9 100,00 15,00 - - 100,00 -
10 100,00 15,00 - - 100,00 -
Somatório 150,00 150,00
Repare que, na situação acima demonstrada: (1) o registro de encargos
de depreciação é realizado exatamente da mesma maneira que seria
feito no caso de depreciação normal; (2) o total do IRPJ relativo aos
encargos de depreciação é o mesmo; mas (3) a diferença é sua
distribuição no tempo. O efeito é que o IRPJ é recolhido como se o
tempo de depreciação do bem fosse de cinco anos.
3.9.1 Linear
O método linear é o método padrão, portanto, já foi visto e apresentado
nos exemplos até aqui propostos. Ele parte do pressuposto de que a
depreciação ocorre de maneira constante no tempo e portanto:
a) a taxa de depreciação é igual ao percentual calculado
através da divisão [1(/)vida útil];
b) encargo de depreciação do período = valor depreciável (*)
taxa.
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Resumidamente: encargo de depreciação do período (=) (custo do bem
– valor residual estimado) / (período de vida útil em anos).
Exemplo:
- custo (valor de aquisição) do bem R$ 500.000,00;
- valor residual do bem R$ 100.000,00;
- vida útil do bem 5 anos.
Depreciação anual: (R$ 500.000,00 – R$ 100.000,00) / 5 = R$
80.000,00.
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Saliente-se que esse é o caso comum (os bens, em geral, perdem mais
valor patrimonial por uso no início de sua vida útil); portanto, quando –
em questões de prova – o método da soma dos dígitos for referido sem
qualificação (Decrescente ou Crescente), tente sempre iniciar a
resolução com a aplicação do método da soma dos dígitos decrescente.
Para aplicação deste método, a taxa de depreciação de cada período é
calculada na forma de uma fração [Numerador (/) Denominador],
cujos valores são apurados conforme a seguir:
a) O denominador é constante em todos os períodos da vida útil do
bem e tem o valor da soma dos algarismos que compõem o
número de períodos da vida útil desse bem;
b) O valor do numerador varia, conforme o período:
- Para o primeiro período: o número de períodos de vida útil do
bem.
- Para o segundo período: o número de períodos de vida útil do
bem menos 1.
- Para o terceiro período: o número de períodos de vida útil do
bem menos 2,
- E, assim por diante, até que o numerador relativo ao último
período da vida útil do bem depreciado seja igual a 1 .
Calculada a taxa, o valor do encardo de depreciação do respectivo
período é o valor depreciável do bem, multiplicado pela fração obtida
(com o numerador e denominador calculados conforme acima).
Para ilustrar o conceito, apresentamos o exemplo a seguir.
Seja um bem que apresente: (1) valor depreciável (custo) de R$
50.000,00; (2) vida útil de 5 (cinco) anos e (3) depreciação baseada no
método da soma dos dígitos decrescente. A partir desses dados,
calcularemos o encargo de depreciação (e a depreciação acumulada) em
cada um dos anos da vida útil do bem.
Denominador: 1+2+3+4+5 = 15
Numeradores: 5; 4; 3; 2 e 1 (para cada um dos cinco anos da vida útil
do bem)
Os valores relativos à taxa de depreciação, ao encargo e à depreciação
acumulada, de cada um dos cinco anos da vida útil do bem, estão
apresentados na tabela a seguir:
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(a) (b) (c) = (a) / (b) (d) (e) = (d) * (c) (f)
Período numerador denominador fração custo do bem valor da depreciação Depreciação Acumulada
1o ano 5 15 33,33% 50.000,00 16.666,67 16.666,67
2o ano 4 15 26,67% 50.000,00 13.333,33 30.000,00
3o ano 3 15 20,00% 50.000,00 10.000,00 40.000,00
4o ano 2 15 13,33% 50.000,00 6.666,67 46.666,67
5o ano 1 15 6,67% 50.000,00 3.333,33 50.000,00
total 50.000,00
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Denominador: 1+2+3+4+5 = 15
Numeradores: 1; 2; 3; 4 e 5 (para cada um dos cinco anos da vida útil
do bem)
Os valores relativos à taxa de depreciação, ao encargo e à depreciação
acumulada, de cada um dos cinco anos da vida útil do bem, estão
apresentados na tabela a seguir:
(a) (b) (c) = (a) / (b) (d) (e) = (d) * (c) (f)
Período numerador denominador fração custo do bem valor da depreciação Depreciação Acumulada
1o ano 1 15 6,67% 50.000,00 3.333,33 3.333,33
2o ano 2 15 13,33% 50.000,00 6.666,67 10.000,00
3o ano 3 15 20,00% 50.000,00 10.000,00 20.000,00
4o ano 4 15 26,67% 50.000,00 13.333,33 33.333,33
5o ano 5 15 33,33% 50.000,00 16.666,67 50.000,00
total 50.000,00
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A taxa de depreciação de cada período é calculada através de uma
fração (Numerador (/) Denominador), onde:
- O numerador é igual ao número de horas de utilização do bem
no período; e
- O denominador é igual ao número estimado de horas de
utilização do bem, durante toda sua vida útil.
Calculada a taxa, o valor do encargo de depreciação do respectivo
período é o valor depreciável do bem, multiplicado pela fração obtida
(com o numerador e denominador calculados conforme acima).
4 Amortização
4.1 Conceito
A amortização é a perda do valor de um elemento patrimonial do ativo
permanente, pelo fato de sua utilização ter prazo fixo (legal ou
contratual) para ser realizada. A lei das S/A define amortização nesse
sentido, conforme art. 183, § 2o, a seguir:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão
avaliados segundo os seguintes critérios:
...
§ 2º A diminuição de valor dos elementos do ativo
imobilizado será registrada periodicamente nas contas de:
...
b) amortização, quando corresponder à perda do valor do
capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade
industrial ou comercial e quaisquer outros com existência
ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam
bens de utilização por prazo legal ou contratualmente
limitado;
...
Há livros que dão uma conotação administrativa ao conceito de
amortização, apresentando-a como a “recuperação econômica de um
capital aplicado”. Apesar do palavreado rebuscado, a idéia que está por
trás desta maneira de encarar a amortização é simples: à medida que
se utiliza um bem ou se exerce um direito, ele perde seu valor; mas é
justamente essa utilização que permite que a empresa aufira receitas
(e, conseqüentemente lucro). Assim, as duas faces do mesmo conceito
aparecem: (1) de um lado há, perda do valor de um elemento
patrimonial, por conta de sua utilização e (2) por outro dado, há receitas
auferidas com essa utilização e, assim, a “recuperação econômica de um
capital aplicado” (a receita correspondente ao gasto inicialmente
realizado na aquisição do elemento patrimonial).
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De qualquer maneira, de forma rápida e direta, a amortização é a perda
do valor patrimonial de um elemento cuja utilização deverá ser feita em
um prazo finito.
A amortização é aplicada aos seguintes elementos patrimoniais:
1 – despesas que contribuam para a formação do resultado de mais de
um exercício social (Ativo diferido). Exemplos: despesas pré-
operacionais, despesas com pesquisa e desenvolvimento de novos
produtos.
2 – direitos cuja existência ou exercício tenha duração limitada ou bens
cuja utilização tenha prazo legal ou contratual limitado e desde que em
nenhuma hipótese caiba indenização, como:
a) bens intangíveis ou direitos de uso como, por exemplo: patentes
de invenção, fórmulas e processos de fabricação;
b) investimento em bens que, nos termos da lei ou contrato que
regula a concessão de serviço público, devem reverter ao poder
concedente, ao final do prazo de concessão;
c) direitos autorais, licenças, autorizações para exploração de
determinada atividade econômica, concessões para exploração
de serviços públicos, bem como o custo de aquisição,
prorrogação ou modificação de contratos de qualquer natureza,
inclusive de exploração de fundos de comércio;
d) custo das construções e benfeitorias em bens locados,
arrendados ou cedidos por terceiros (quando o contrato é por
tempo determinado).
e) O valor dos direitos contratuais de exploração de florestas
Como pode ser observado, da leitura acima, o conceito de amortização é
aplicável a elementos patrimoniais que apresentam duas características
básica e cumulativas: (1) prazo de duração limitado; (2) inexistência de
indenização.12
Importante! A amortização é aplicável, basicamente, a elementos
patrimoniais intangíveis, porém há também casos em que ela é aplicada
sobre bens tangíveis. O exemplo é a amortização do gastos com
benfeitorias realizadas em imóveis de terceiros ou em bens necessários
à execução de um contrato de concessão de serviço público. Em ambos
12
De uma maneira didática e bem humorada, eu tenho o costume de apresentar o
conceito de amortização através da metáfora do “namoro de verão”. Conforme todos
sabemos (da experiência de nossa adolescência), esse namoro tem data para acabar
(o início das aulas – quando voltamos da praia para nossas respectivas cidades). Todo
o valor investido na aquisição do “namoro de verão” deverá ser amortizado nos três
meses de viagem e, ao final, não valerá mais nada (além de boas recordações).
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esses casos, houve gasto na aquisição de elementos tangíveis
(edificações), mas, do ponto de vista patrimonial, a empresa que
realizou esse gasto, adquiriu um mero direito de utilizar-se da edificação
por um tempo limitado (o tempo do contrato de locação ou da
concessão).
Apenas relembrando, as benfeitorias em bens de terceiros somente se
sujeitam a amortização caso sejam atendidas as seguintes condições
cumulativas, já colocadas acima: (1) contrato de locação, arrendamento
ou cessão celebrado por prazo determinado; e (2) inexistência de direito
à indenização das benfeitorias edificadas por ocasião do término do
prazo contratual estabelecido. Na hipótese de o contrato ser celebrado
por prazo indeterminado, caberá computarem-se encargos de
depreciação (conforme já explicado) e não de amortização.
Caso o contrato preveja direito de indenização das benfeitorias
edificadas, não há que se falar em cômputo de encargos, por inexistir,
na hipótese, o pressuposto econômico correspondente. Essa situação
também já foi exaustivamente estudada no item que tratou da
depreciação de benfeitorias em imóveis de terceiros (acima).
4.2 Taxa
A taxa de amortização – representando o percentual de perda de valor
do elemento patrimonial amortizado – será constante. Essa é uma
decorrência do fato de que a amortização representa a perda de valor
de um elemento patrimonial cuja utilização deverá ser realizada em um
prazo finito. Ora, o tempo passa de forma linear (pelo menos para
nossa realidade – teorias de ficção científica ou de física avançada à
parte) e, assim, a amortização será sempre linear.
A taxa anual de amortização será fixada tendo em vista o número de
anos restantes de existência do direito ou o número de exercícios sociais
em que deverão ser usufruídos os benefícios das despesas registradas
no ativo diferido.
A amortização dos componentes do ativo diferido está sujeita a dois
prazos:
- um mínimo de cinco anos – estabelecido no artigo 327,
parágrafo único do regulamento do imposto de renda;
Art. 327. A taxa anual de amortização será fixada tendo
em vista:
I - o número de anos restantes de existência do direito (Lei
nº 4.506, de 1964, artigo 58, § 1º);
II - o número de períodos de apuração em que deverão ser
usufruídos os benefícios decorrentes das despesas
registradas no ativo diferido.
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Parágrafo único. O prazo de amortização dos valores de
que tratam as alíneas "a" a "e" do inciso II do artigo 32513
não poderá ser inferior a cinco anos (Lei nº 4.506, de
1964, artigo 58, § 3º).
- um máximo de dez anos, estabelecido pelo artigo 183, parágrafo
3º da lei das S/A, que é aplicável a todas as pessoas jurídicas
que possuam escrituração contábil regular.
§ 3º Os recursos aplicados no ativo diferido serão
amortizados periodicamente, em prazo não superior a 10
(dez) anos, a partir do início da operação normal ou do
exercício em que passem a ser usufruídos os benefícios
deles decorrentes, devendo ser registrada a perda do
capital aplicado quando abandonados os empreendimentos
ou atividades a que se destinavam, ou comprovado que
essas atividades não poderão produzir resultados
suficientes para amortizá-los.
13
Esses valores compõem, justamente, o Ativo Diferido.
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§ 3º As disposições deste artigo não se aplicam aos
contratos de exploração firmados por prazo indeterminado
(Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, artigo 5º, § 4º).
5 Exaustão
5.1 Conceito
A exaustão corresponde à perda de valor decorrente da exploração de
recursos minerais ou florestais (destinados ao corte) ou, ainda, de bens
aplicados nessa exploração. A idéia é a de esses recursos são
destruídos (de forma parcial e gradativa), pela sua regular exploração.
A partir dessa idéia, tem-se o conceito de exaustão: a destruição parcial
dos recursos explorados implica a redução do valor inicialmente a eles
atribuído e essa perda de valor é denominada exaustão. Nesse sentido
a Lei das S/A define a exaustão em seu art. 183, § 2o, “c”:
§ 2º A diminuição de valor dos elementos do ativo
imobilizado será registrada periodicamente nas contas de:
...
c) exaustão, quando corresponder à perda do valor,
decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto
sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados
nessa exploração.
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Art. 309. A quota de depreciação registrável na
escrituração como custo ou despesa operacional será
determinada mediante a aplicação da taxa anual de
depreciação sobre o custo de aquisição dos bens
depreciáveis (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57, § 1º).
...
§ 3º A quota de depreciação, registrável em cada período
de apuração, dos bens aplicados exclusivamente na
exploração de minas, jazidas e florestas, cujo período de
exploração total seja inferior ao tempo de vida útil desses
bens, poderá ser determinada, opcionalmente, em função
do prazo da concessão ou do contrato de exploração ou,
ainda, do volume da produção de cada período de
apuração e sua relação com a possança conhecida da mina
ou dimensão da floresta explorada (Lei nº 4.506, de 1964,
artigos 57, § 14, e 59, § 2º).
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sentido, a legislação tributária dispõe – expressamente – conforme art.
309, § 3o, do Decreto 3.000, de 1999, abaixo:
§ 3º A quota de depreciação, registrável em cada período
de apuração, dos bens aplicados exclusivamente na
exploração de minas, jazidas e florestas, cujo período de
exploração total seja inferior ao tempo de vida útil desses
bens, poderá ser determinada, opcionalmente, em função
do prazo da concessão ou do contrato de exploração ou,
ainda, do volume da produção de cada período de
apuração e sua relação com a possança conhecida da mina
ou dimensão da floresta explorada (Lei nº 4.506, de 1964,
artigos 57, § 14, e 59, § 2º).
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– e dependente da produção (no caso, extração de minérios) realizada.
Portanto, nesse método, de antemão, não se pode saber se o recurso
mineral irá perder seu valor patrimonial de forma constante, crescente
ou decrescente. Com efeito, a perda de valor do recurso mineral
explorado se dará conforme o volume de extração de minério no período
(em relação à capacidade total de extração, prevista – possança).
A taxa de exaustão de cada período é calculada através de uma fração
(Numerador (/) Denominador), onde:
- O numerador é igual à quantidade de minério extraído no
período; e
- O denominador é igual à possança.
Calculada a taxa, o valor da exaustão do respectivo período é o valor
pelo qual a concessão foi adquirida (valor de aquisição), multiplicado
pela fração obtida (com o numerador e denominador calculados
conforme acima).
Para ilustrar a questão, apresentamos o exemplo a seguir.
Seja uma jazida mineral a ser explorada, cujo custo (da concessão é de
R$ 20.000.000,00. Considere uma possança conhecida (determinada
cientificamente) de 25.000.000 metros cúbicos e a produção de
5.000.000 de metros cúbicos. Nessas condições, considerando o
método da possança, podemos calcular a taxa de exaustão do período e
o valor do respectivo encargo, conforme tabela a seguir:
Cálculo da exaustão - método da possança
Possança conhecida 25.000.000 metros cúbicos
Produção do período 5.000.000 metros cúbicos
Taxa de exaustão 20% por período
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correspondente à diminuição do valor de recursos
florestais, resultante de sua exploração (Lei nº 4.506, de
1964, artigo 59, e Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, artigo
4º).
§ 1º A quota de exaustão dos recursos florestais
destinados a corte terá como base de cálculo o valor das
florestas (Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, artigo 4º, § 1º).
§ 2º Para o cálculo do valor da quota de exaustão será
observado o seguinte critério (Decreto-Lei nº 1.483, de
1976, artigo 4º, § 2º):
I - apurar-se-á, inicialmente, o percentual que o volume
dos recursos florestais utilizados ou a quantidade de
árvores extraídas durante o período de apuração
representa em relação ao volume ou à quantidade de
árvores que no início do período de apuração compunham
a floresta;
II - o percentual encontrado será aplicado sobre o valor
contábil da floresta, registrado no ativo, e o resultado será
considerado como custo dos recursos florestais extraídos.
§ 3º As disposições deste artigo aplicam-se também às
florestas objeto de direitos contratuais de exploração por
prazo indeterminado, devendo as quotas de exaustão ser
contabilizadas pelo adquirente desses direitos, que tomará
como valor da floresta o do contrato (Decreto-Lei nº
1.483, de 1976, artigo 4º, § 3º).
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Cálculo da exaustão de recursos florestais
Quantidade existente no início do período 5.000 hectares plantados
Extração de árvores no período 1.500 hectares derrubados
Taxa de exaustão 30% no período
6 Resumo
1) Depreciação
a) Conceito – perda do valor do ativo, por uso, desgaste ou
obsolescência (envelhecimento).
b) Definições necessárias ao cálculo da depreciação
i) Valor de aquisição ou produção – valor originalmente pago,
deduzido dos tributos recuperáveis.
ii) Vida útil
(1) Regra geral – período de utilização previsto para o
ativo.
(2) Vida útil de bens usados – o maior dos seguintes
valores: (a) a metade da vida útil original; (b) a vida útil
remanescente.
iii) Valor residual – valor patrimonial do ativo, após a perda de
valor por uso, desgaste ou obsolescência (depreciação) toda
sua vida útil.
iv) Valor depreciável – diferença entre o valor de aquisição e o
valor residual.
v) Taxa de depreciação – percentual aplicado sobre o valor
depreciável, para calculo da perda de valor patrimonial do ativo
em determinado período (considerando a depreciação linear, a
taxa é igual à unidade dividida pela vida útil do bem).
vi) Encargo de depreciação do período – o resultado da
multiplicação do valor depreciável pela taxa de depreciação
vii) Depreciação acumulada – o somatório dos encargos de
depreciação do bem em todos os períodos em que ele foi
utilizado
viii) Valor contábil – a diferença entre o valor de aquisição e a
depreciação acumulada
c) O encargo de depreciação – despesa quando não se tratar de bem
diretamente utilizado no processo de industrialização x custo
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quando se tratar de bem diretamente utilizado no processo de
industrialização
d) Características importantes da depreciação
i) Quem registra a depreciação – aquele que suporta o encargo
econômico
ii) Início do cômputo do encargo – no mês em que o bem é
colocado em funcionamento
iii) Limite do valor da depreciação – o valor patrimonial do bem
depreciado
iv) Depreciação de bens na fase pré-operacional – os encargos
devem ser ativados (no ativo diferido), para posterior
amortização.
e) Bens ativados – sujeitos à depreciação (de valor superior a R$
326,61 e vida útil igual ou superior a um ano).
i) Bens de pequeno valor – registro direto como despesa – gastos
na aquisição de bens de valor igual ou inferior a R$ 326,61 ou
de vida útil inferior a um ano.
ii) Gastos com reparos conservação ou substituição – se não for
agregada vida útil ao bem, registra-se como despesa, caso
contrário, ativa-se o gasto para posterior depreciação.
f) Bens sujeitos e não sujeitos à depreciação
i) Bens sujeitos à depreciação – bens tangíveis do permanente
(inclusive florestas destinadas à exploração dos respectivos
frutos).
ii) Bens não sujeitos à depreciação
(1) Terrenos – devem estar segregados da respectiva
edificação
(2) Prédios e construções não alugados nem utilizados –
não ajudam a gerar receitas, portanto não devem ser
depreciados.
(3) Bens que aumentam de valor com o tempo – jóias ou
obras de arte
(4) Bens objeto de exaustão – o que se exaure, não se
deprecia.
iii) Benfeitorias em propriedades de terceiros – caso não haja
direito a ressarcimento ou indenização e o prazo da locação
seja indeterminado ou superior à vida útil da benfeitoria.
g) Taxas de depreciação - gerais x especiais
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i) Determinação da vida útil de um bem – de acordo com
presunção determinada pela Secretaria da Receita Federal (em
ato normativo) ou conforme laudo técnico de avaliação.
ii) Taxas especiais de depreciação
(1) Depreciação acelerada contábil – registrada na
contabilidade taxa de depreciação multiplicada por um dos
três coeficientes a seguir: (a) 1,0 – um único turno de 8
horas; (b) 1,5 – dois turnos de 8 horas; (c) 2,0 – três turnos
de 8 horas.
(2) Depreciação acelerada incentivada – controlada no
LALUR, sem reflexo na contabilidade.
h) Métodos de cálculo da taxa de depreciação
i) Linear – taxa constante ( 1 / vida útil).
ii) Da soma dos dígitos
(1) Método da soma dos dígitos – Decrescente – taxa
calculada a cada período como ( numerador / denominador),
onde: (a) denominador constante e igual ao somatório dos
algarismos da vida útil do bem e (b) numerador
decrescente, do valor da vida útil do bem até 1.
(2) Método da soma dos dígitos – Crescente – taxa
calculada a cada período como ( numerador / denominador),
onde: (a) denominador constante e igual ao somatório dos
algarismos da vida útil do bem e (b) numerador crescente,
de 1 até o valor da vida útil do bem .
iii) Unidades produzidas – taxa calculada através da divisão da
quantidade produzida no período pela quantidade total prevista
para de produção com a utilização do bem.
iv) Horas de trabalho – taxa calculada através da divisão da
quantidade de horas de utilização do bem no período pela
quantidade total de horas de utilização prevista para toda a
vida útil do bem.
2) Amortização
a) Conceito – perda do valor de um elemento patrimonial, pela
passagem de um tempo finito (no qual seria possível utilizar um
bem ou exercer um direito).
b) Taxa – 1 (/) prazo de utilização do bem (ou de exercício do
direito).
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c) Direitos de uso amortizáveis e não amortizáveis – não são
amortizáveis direitos de uso de marca (que podem ser renovados
periodicamente e, portanto, não têm prazo fixo de utilização).
3) Exaustão
a) Conceito – perda de valor de um elemento patrimonial pela sua
parcial e gradativa destruição, decorrente de sua utilização regular
(aplicável a recursos minerais e florestas destinadas ao corte).
b) O que não deve ser objeto de exaustão – jazidas de água mineral
(nunca se exaure), florestas destinadas à exploração dos
respectivos frutos (deprecia-se) e direitos de exploração de
florestas com prazo inferior à capacidade de exploração da floresta
(amortiza-se).
c) Exaustão de recursos minerais
i) Método da exaustão em função do prazo de concessão – taxa
de exaustão constante – 1 (/) prazo da concessão.
ii) Método da exaustão em função da possança da mina. – taxa de
exaustão calculada pela divisão (a) da quantidade extraída da
mina no período, por (b) a quantidade total prevista para a
mina (possança).
d) Exaustão de recursos florestais – taxa de exaustão calculada pela
divisão de (a) quantidade de árvores extraídas no período por (b)
quantidade total de árvores existentes no início do período.
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b) R$ 1.730,00.
c) R$ 1.700,00.
d) R$ 1.640,00.
e) R$ 1.530,00.
Resolução e comentários
Trata-se de uma questão que versa sobre os conceitos de depreciação e
alienação do ativo permanente. Para sua resolução, é necessário
conhecer alguns conceitos teóricos, abaixo apresentados:
a) Valor original: é o valor de aquisição do bem
b) Vida útil: período de utilização prevista para o bem
c) Valor residual: valor patrimonial do bem, após a perda (por uso,
desgaste ou obsolescência), durante sua vida útil.
d) Valor depreciável: Valor original (-) Valor Residual
e) Taxa de depreciação (pelo método linear – pedido na questão): 1 /
Vida útil (em número de meses).
f) Despesa de depreciação: Valor depreciável (*) taxa de depreciação
g) Prazo de utilização: número de períodos em que o bem foi utilizado
h) Depreciação acumulada: Despesa de depreciação (*) Prazo de
utilização
i) Valor Contábil: Valor Original (-) Depreciação Acumulada
Vistos os conceitos necessários, passamos à resolução da questão, a
partir dos dados do enunciado.
Apuração do valor contábil do bem:
Item valor comentários
a) Valor original: 2.000,00
b) Vida útil: 60,00 meses - calculado de forma reversa a partir da taxa de depreciação de 20%
c) Valor residual: 200,00
d) Valor depreciável: 1.800,00
e) Taxa de depreciação 0,016667 1/60 meses
f) Despesa de depreciação: 30,00 ao mês
g) prazo de utilização - em meses 9 sessenta meses (-) quatro anos e três meses = 9 meses
h) Depreciação acumulada: 270,00 despesa de depreciação mensal, multiplicada pelo número de meses.
i) Valor Contábil: 1.730,00
Gabarito
B
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7.1.2 Técnico da Receita Federal - 2006
Enunciado
04- Uma máquina de uso próprio, depreciável, adquirida por
R$15.000,00 em março de 1999 e instalada no mesmo dia com previsão
de vida útil de dez anos e valor residual de 20%, por quanto poderá ser
vendida no mês de setembro de 2006, sem causar ganhos nem perdas
contábeis?
Referido bem, nas condições acima indicadas e sem considerar
implicações de ordem tributária ou fiscal, poderá ser vendido por
a) R$ 5.900,00.
b) R$ 5.400,00.
c) R$ 3.900,00.
d) R$ 3.625,00.
e) R$ 3.000,00.
Resolução e comentários
Trata-se de uma questão que versa sobre os conceitos de depreciação e
alienação do ativo permanente. Para sua resolução, é necessário
conhecer alguns conceitos teóricos, abaixo apresentados:
a) Valor original: é o valor de aquisição do bem
b) Vida útil: período de utilização prevista para o bem
c) Valor residual: valor patrimonial do bem, após a perda (por uso,
desgaste ou obsolescência), durante sua vida útil.
d) Valor depreciável: Valor original (-) Valor Residual
e) Taxa de depreciação (pelo método linear – pedido na questão): 1 /
Vida útil (em número de meses).
f) Despesa de depreciação: Valor depreciável (*) taxa de depreciação
g) Prazo de utilização: número de períodos em que o bem foi utilizado
h) Depreciação acumulada: Despesa de depreciação (*) Prazo de
utilização
i) Valor Contábil: Valor Original (-) Depreciação Acumulada
j) Ganho (ou perda) de capital: Valor da venda (-) Valor Contábil.
Vistos os conceitos necessários, passamos à resolução da questão, a
partir dos dados do enunciado.
Inicialmente, repare que se não há ganhos nem perdas, o Valor da
venda deve ser igual ao Valor contábil. Portanto, basta calcular o Valor
contábil do bem para encontrar a resposta da questão.
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Apuração do valor contábil do bem:
Item valor comentários
a) Valor original: 15.000,00 informado pelo enunciado
b) Vida útil: 120,00 meses
c) Valor residual: 3.000,00 20% de 15.000,00 (informado pelo enunciado)
d) Valor depreciável: 12.000,00 Valor original – Valor residual
e) Taxa de depreciação 0,008333 1/120 meses
f) Despesa de depreciação (mensal): 100,00 Valor depreciável (*) Taxa de depreciação
g) prazo de utilização - em meses 91dez meses no primeiro ano, nove no último e seis anos inteiros
Taxa de depreciação mensal (*) Prazo de utilização em meses - Obs: na questão
h) Depreciação acumulada: 9.100,00 foi considerada a depreciação do último mês (Set/06)
i) Valor Contábil: 5.900,00 Valor original (-) Depreciação Acumulada
14
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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Analisando tais informações, podemos concluir que, ao fim do terceiro
ano, essa empresa terá no Balanço Patrimonial, em relação aos bens
referidos, o valor contábil de:
a) R$ 34.500,00
b) R$ 40.500,00
c) R$ 49.500,00
d) R$ 55.500,00
e) R$ 57.500,00
Resolução e comentários
Esta questão aborda um tema pouco explorado em provas da ESAF: a
depreciação pelo método dos dígitos. Pelo método dos dígitos (em
quotas crescentes) o percentual de depreciação de cada ano
corresponde à seguinte fração: (ano) / (somatório dos anos da vida útil
do bem). Assim, no caso, os percentuais de depreciação serão
respectivamente: 1/15, 2/15 e 3/15.
Trata também da exaustão pelo método da possança – com base no
ritmo de exploração. Assim, o coeficiente percentual de exaustão será
em todos os anos: 25.000/200.000 = 12,5%.
O valor contábil, de cada bem constante do ativo permanente, será
apurado pela diferença entre o valor de sua aquisição e a respectiva
depreciação/exaustão acumulada, conforme tabela a seguir:
bem aquisição depreciação / exaustão valor líquido
ano 1 ano 2 ano 3 acumulada
taxa valor taxa valor taxa valor
máquina 30.000,00 1/15 2.000,00 2/15 4.000,00 1/5 6.000,00 12.000,00 18.000,00
mina 60.000,00 0,125 7.500,00 0,125 7.500,00 0,125 7.500,00 22.500,00 37.500,00
55.500,00
Gabarito
D
15
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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16- A empresa Desmontando S/A vendeu o seu Ativo Permanente, a
vista, por R$ 100.000,00. Dele constavam apenas uma mina de carvão
e um trator usado.
A mina teve custo original de R$ 110.000,00 e o trator fora comprado
por R$ 35.000,00 há exatos quatro anos.
Quando da aquisição da mina, a capacidade total foi estimada em 40
toneladas de minérios com extração prevista para dez anos. Agora, já
passados quatro anos, verificamos que foram extraídas, efetivamente,
20 toneladas.
O trator vendido tem sido depreciado pelo método linear com vida útil
prevista em dez anos, com valor residual de 20%.
Considerando que a contabilização estimada da amortização desses
ativos tem sido feita normalmente, podemos afirmar que a alienação
narrada acima deu origem, em termos líquidos, a ganhos de capital no
valor de
a) R$ 10.200,00
b) R$ 21.200,00
c) R$ 20.200,00
d) R$ 13.000,00
e) R$ 24.000,00
Resolução e comentários
Nesta questão, há uma confusão de termos exaustão e amortização. A
mina será exaurida e a exaustão pode ser estimada (pelo prazo) ou real
(pela possança). No caso, o enunciado contém dados suficientes para
cálculo da exaustão real ou estimada, porém pede que seja considerada
a exaustão estimada, que alcança 40% do valor inicial (a exaustão real,
que não foi pedida, alcançaria 50%).
O ganho de capital sempre será a diferença entre o valor de venda e o
valor contábil (valor de aquisição – depreciação acumulada).
Abaixo, encontra-se tabela com memória de cálculo do ganho de capital.
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valor da venda 100.000,00
Gabarito
A
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DELIBERAÇÃO CVM Nº 288, DE 03 DE DEZEMBRO DE 1998 - Dispõe
sobre a possibilidade de ajuste ou reversão, pelas companhias abertas,
da reavaliação do ativo imobilizado.
8.3 Livros
Iudícibus, Sérgio de; Martins, Eliseu e Gelbke, Ernesto Rubens Gelbcke.
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – FIPECAFI. Ed.
Atlas. São Paulo – 4a edição – 1995.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Básica. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Avançada. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Gonçalves, Eugênio Celso e Baptista, Antônio Eustáquio. Contabilidade
Geral. Ed. Atlas. São Paulo – 2a edição – 1994.
Silva, Benedito Gonçalves da. Contabilidade Geral. Ed. Meta – 2a edição
– 1994.
Ferrari, Ed Luiz, Contabilidade Geral: teoria e 950 questões – Rio de
Janeiro: Elsevier 2006.
Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade – Rio de
Janeiro: Impetus, 2003.
Ferreira, Ricardo J. Contabilidade avançada e intermediária – 2. ed. –
Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2004.
Santos, Luiz Eduardo. Contabilidade: Resoluções e comentários de
Questões da ESAF. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
Recktenvald, Gervásio e Ávila, René Bergmann. Manual de auditoria
fiscal: teoria e prática – Porto Alegre: Síntese, 2002.
8.4 Internet
www.planalto.gov.br
www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.gov.br
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1 Roteiro
1) O conceito de reavaliação de ativos
2) Aspectos legais da reavaliação de ativos
3) Objetivo e âmbito de aplicação da reavaliação de ativos
4) Relevância e função patrimonial da reavaliação de ativos
5) Procedimentos societários relativos à reavaliação de ativos
6) Procedimentos contábeis relativos à reavaliação de ativos
a) Determinação do valor contábil dos ativos
b) Registro contábil da reavaliação
c) Realização da reserva de reavaliação
i) Registro da realização da reserva de reavaliação por baixa de
bens
ii) Registro da realização da reserva de reavaliação por encargos
7) Distribuição de dividendos – vedação
8) Tratamento fiscal da reavaliação
a) Tributação da reserva de reavaliação
b) Provisão de IR diferido sobre o valor da reavaliação
9) Notas explicativas relativas à reavaliação
10) Situações especiais
a) Reavaliação de ativos na reorganização societária - Fusão, cisão e
incorporação
b) Reavaliação de bens na integralização de capital
i) Registro da reavaliação
ii) Realização da reserva
c) Reavaliação de ativos por controladas e coligadas
11) Imobilizado descontinuado
2 Introdução
Caro aluno, o assunto tratado nesta aula é de extrema relevância: a
reavaliação de ativos.
Os motivos dessa relevância são vários, podendo ser – entre eles –
realçados os seguintes: (1) trata-se de uma exceção ao princípio do
registro pelo valor original; (2) trata-se de um assunto regrado pelo
direito societário e, especificamente, pela CVM; (3) trata-se de um
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assunto que tem implicações fiscais (demandando ajustes ao lucro
líquido contábil, para apuração da base de cálculo dos tributos); (4) é
um assunto cujo estudo demanda o conhecimento de outros pontos
específicos da Contabilidade (depreciação, alienação de ativos,
equivalência patrimonial, integralização de capital, etc.) e (5)
finalmente, mas não menos importante, tem sido objeto de questões de
várias provas de concursos, ultimamente.
Nesta aula, o tema será explorado a partir de cada uma dessas
perspectivas, permitindo que o leitor, já familiarizado com o raciocínio
contábil, realize sua aplicação prática, na resolução de problemas.
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para adquiri-los e, a partir daí, seus valores intrínsecos não poderiam
mais ser modificados. O Princípio do Registro pelo Valor Original está
previsto no art. 7° da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:
Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser
registrados pelos valores originais das transações com o
mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do
País, que serão mantidos na avaliação das variações
patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem
agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.
Parágrafo único – Do Princípio do REGISTRO PELO
VALOR ORIGINAL resulta:
I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser
feita com base nos valores de entrada, considerando-se
como tais os resultantes do consenso com os agentes
externos ou da imposição destes;
II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou
obrigação não poderão ter alterados seus valores
intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição
em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a
outros elementos patrimoniais;
III – o valor original será mantido enquanto o componente
permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando
da saída deste;
IV – Os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do
REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si
e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e
mantém atualizado o valor de entrada;
V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos
componentes patrimoniais constitui imperativo de
homogeneização quantitativa dos mesmos.
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Art. 182 - ...
§ 3° Serão classificadas como reservas de reavaliação as
contrapartidas de aumentos de valor atribuídos a
elementos do ativo em virtude de novas avaliações com
base em laudo nos termos do artigo 8º, aprovado pela
assembléia-geral.
Art. 8º
A avaliação dos bens será feita por 3 (três) peritos ou por
empresa especializada, nomeados em assembléia-geral
dos subscritores, convocada pela imprensa e presidida por
um dos fundadores, instalando-se em primeira convocação
com a presença de subscritores que representem metade,
pelo menos, do capital social, e em segunda convocação
com qualquer número.
§ 1º Os peritos ou a empresa avaliadora deverão
apresentar laudo fundamentado, com a indicação dos
critérios de avaliação e dos elementos de comparação
adotados e instruído com os documentos relativos aos
bens avaliados, e estarão presentes à assembléia que
conhecer do laudo, a fim de prestarem as informações que
lhes forem solicitadas.
...
§ 6º Os avaliadores e o subscritor responderão perante a
companhia, os acionistas e terceiros, pelos danos que lhes
causarem por culpa ou dolo na avaliação dos bens, sem
prejuízo da responsabilidade penal em que tenham
incorrido; no caso de bens em condomínio, a
responsabilidade dos subscritores é solidária.
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procedimento em nota explicativa, conforme art. 176 da Lei das S/A, a
seguir:
Art. 176.
....
§ 5º As notas deverão indicar:
...
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de
novas avaliações (artigo 182, § 3º);
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Aprova Pronunciamento do IBRACON sobre Reavaliação de
Ativos.
14. O entendimento neste Pronunciamento é de que a
reavaliação seja restrita a bens tangíveis do ativo
imobilizado, desde que não esteja prevista sua
descontinuidade operacional.
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imobilizado – regra que é, também, mandatória para Companhias de
capital aberto. Do ponto de vista tributário, também não há restrição
quanto aos bens passíveis de reavaliação, sendo que seu efeito no lucro
real deve haver quando da realização do bem reavaliado.
1
Rossetti, José Paschoal. Introdução à economia – 16a edição, ver., atual. e ampl.
São Paulo: Atlas, 1994. p. 188.
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à empresa o valor recebido pela venda realizada”. Ora, sem essa
comparação, torna-se prejudicada a apuração do resultado e,
conseqüentemente, o acompanhamento da evolução do patrimônio no
tempo.
Em vista disso, o registro dos ativos pelo seu valor de mercado não tem
sido, um objetivo primordial da contabilidade. Com efeito, se esses
ativos foram adquiridos para ser utilizados e explorados pela sociedade
para, com isso, gerar os lucros, não é relevante para o patrimônio seu
valor de venda.
Da premissa acima decorre a importância especial dada ao valor de
aquisição do ativo. A conseqüência da utilização desse critério é que a
baixa do ativo, na forma de depreciação, amortização ou exaustão,
alienação e etc., possibilita a apuração adequada da parcela consumida
em cada – exercício – no esforço de produzir receitas.
Por outro lado, se a contabilidade ficar demasiadamente amarrada a
essa forma de proceder, com utilização exclusiva do critério do valor
original, poderá perder de vista um objetivo que também é de sua
responsabilidade (notadamente na atualidade): a correta avaliação do
patrimônio.
Exemplificando:
(1) caso haja um equipamento adquirido por R$
100.000,00 e com utilização prevista (vida útil) para 10
anos; a cada exercício, o esforço patrimonial da empresa na
elaboração dos produtos por ela vendidos, e relativo ao
equipamento será facilmente identificável, pelo valor da
respectiva depreciação (R$ 10.000,00).
(2) Entretanto, caso ocorra a reavaliação deste
equipamento (para um valor de mercado de – por exemplo
– R$ 250.000,00), mantendo-se a vida útil de 10 anos, o
valor da respectiva depreciação (R$ 25.000,00) não mais
espelhará o esforço patrimonial da empresa na elaboração
dos produtos por ela vendidos no período.
Em outras palavras o dilema está entre a utilização: (1) do custo ou (2)
do mercado; para a avaliação de bens do ativo. A primeira opção
prestigia (ou, pelo menos, facilita) a apuração do resultado e a segunda
opção prestigia (ou, pelo menos, facilita) a apresentação do efetivo
valor do patrimônio. Saliente-se que uma vez prejudicada a apuração
do resultado, resta afetada a base de cálculo de tributos e de
dividendos. Assim, caso a empresa opte por realizar reavaliação, será
necessário efetuar ajustes para apuração desses importantes valores de
tributos e participações no resultado.
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É importante colocar que não há uma solução teórica para esse dilema,
o que existe é uma possibilidade de avaliação administrativa da questão
e a opção por uma ou outra abordagem (sempre nos limites do que a
legislação permite e que serão aqui estudadas).
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26. O laudo de avaliação aqui referido deve estar voltado
ao objetivo da reavaliação e, portanto, passa a expressar
uma nova base de avaliação de ativos que se reflete na
contabilidade e demonstrações contábeis das empresas.
Nesse sentido, deve preservar os demais princípios de
contabilidade, especialmente o da continuidade, ou seja,
deverá levar em conta o pressuposto da empresa em
marcha e considerar a efetiva possibilidade de recuperação
dos ativos em avaliação mediante seu uso nas operações.
27. Por esse princípio, por exemplo, os bens do
imobilizado destinam-se a ser utilizados na geração de
produtos ou serviços, dentro do objeto social da empresa,
e não a ser liquidados ou vendidos. A avaliação de tais
ativos, dentro desse princípio, deve ser baseada em valor
de entrada, o que implica que o valor de custo somente
pode ser substituído, mediante reavaliação, pelo valor de
reposição no estado em que se encontra.
28. Em suma, objetiva-se avaliar os ativos em função de
seu valor de utilidade ou valor de uso nas condições em
que se encontram, voltados à continuidade operacional da
empresa. É aplicável, assim, como valor de entrada, o
custo corrente de reposição, computado seu desgaste
físico e técnico e considerado seu valor de utilidade
operacional para a empresa.
29. Não se enquadra, portanto, dentro desse conceito,
eventual valor futuro potencial dos ativos e nem seu valor
de saída (valor de venda ou liquidação), já que a
reavaliação não se destina a tal finalidade.
30. São esses alguns parâmetros que devem ser seguidos
pelos peritos ou empresa especializada, na seleção e
aplicação dos critérios de avaliação de ativos, que tenham
a finalidade da reavaliação prevista na Lei nº 6.404/76.
31. É requisito, dentro dos procedimentos de reavaliação,
que os bens objeto da nova avaliação sejam
individualmente identificados quanto à sua descrição e
contabilização (conta ou subconta que especifiquem o
custo corrigido e depreciações acumuladas
correspondentes). O novo valor de avaliação de cada bem
deverá ser comparado com o valor líquido contábil
correspondente, sendo importante que se proceda à
comparação na mesma data-base, ou seja, tais bens
deverão ter registradas as correções monetárias e
depreciações,amortizações ou exaustões correspondentes
até a mesma data-base da avaliação dos peritos. Não se
deve confundir, dessa forma, valor de reavaliação com
ausência de correção monetária, depreciações ou baixas.
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7.2 Determinação de itens a serem reavaliados
Ao deliberar pela mudança do conceito de custo para o valor de
mercado, o correto é a decisão de se proceder à reavaliação em todos
os bens tangíveis do ativo imobilizado, evitando que itens de um mesmo
ativo tenham avaliações patrimoniais distintas. Entretanto, tem sido
ainda praticada e aceita pelos órgãos de classe e reguladores a
reavaliação de todos os itens de uma mesma natureza, de uma mesma
conta ou de um mesmo conjunto. Para exemplificar esses
agrupamentos, teríamos: (1) mesma natureza: todas as máquinas e
equipamentos de uma companhia; (2) mesma conta: todas as máquinas
e equipamentos da fábrica “X” da companhia; e (3) mesmo conjunto:
todos os bens do ativo imobilizado da fábrica “Y” da companhia. Nesse
sentido, encontram-se reproduzidos – a seguir – os itens 16 e 17 da
Deliberação CVM n° 183, de 1995:
Reavaliação Global e Parcial
16. Ao decidir-se, em relação ao imobilizado, passar de
um conceito de custo corrigido para o de mercado em data
determinada, tal base deve ser utilizada para todo o
imobilizado tangível, com vistas a impedir que
determinados itens figurem por um critério e outros por
base diferente de avaliação. No entanto, por não se
coadunar com o conceito de valor de reposição, não devem
ser reavaliados os itens que estão em vias de serem
descontinuados e os que não deverão ser repostos.
17. Apesar de não recomendável, é admissível que a
reavaliação seja parcial e não para todos os itens do
imobilizado. Nesse caso, todavia, é necessário proceder à
reavaliação de todos os itens da mesma natureza ou da
mesma conta, não se aplicando o disposto no item 15(c).
Além disso, em reavaliações parciais do imobilizado, a
empresa deverá proceder a uma clara evidenciação nas
notas explicativas sobre quais itens e/ou contas foram
reavaliados e quais não o foram, com indicação do valor
líquido contábil anterior, da nova avaliação e da
reavaliação registrada por conta ou natureza.
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preço de mercado não seja relevante, incluindo ainda os bens adquiridos
após a última reavaliação; ou (c) observados os conceitos e prazos
antes apresentados, a empresa pode optar por um sistema rotativo,
realizando periodicamente reavaliações parciais, por rodízio, com
cronogramas definidos, que cubram a totalidade dos ativos e reavaliar a
cada período. A seguir, para fins de clareza, o citado item encontra-se
reproduzido:
Amplitude e Periodicidade da Reavaliação
15. Uma vez que a empresa opte por realizar e contabilizar
a reavaliação, o critério para avaliação do seu imobilizado
deixa de ser o valor de custo corrigido e, portanto, as
reavaliações serão periódicas, com uma regularidade tal
que o valor líquido contábil não apresente diferenças
significativas em relação ao valor de mercado na data de
cada balanço. Dessa forma, devem-se observar os
seguintes prazos máximos:
a) anualmente, para as contas ou grupo de contas cujos
valores de mercado variarem significativamente em
relação aos valores anteriormente registrados;
b) a cada quatro anos, para os ativos cuja oscilação do
preço de mercado não seja relevante, incluindo ainda os
bens adquiridos após a última reavaliação;
c) observados o conceito e prazos acima, a empresa pode
optar por um "sistema rotativo", realizando,
periodicamente, reavaliações parciais, por rodízio,com
cronogramas definidos, que cubram a totalidade dos ativos
a reavaliar a cada período.
Em caso de reavaliações parciais, a empresa deverá efetuar uma clara
evidenciação nas notas explicativas sobre quais itens e/ou contas foram
reavaliadas e quais não o foram, além dos dados dos itens e/ou contas
reavaliadas.
O motivo pela aplicação do critério de reavaliação periódica é que – uma
vez perdido o valor original – deve-se tentar manter, pelo menos, o
critério do valor de mercado. A contrário senso, caso seja efetuada a
reavaliação uma única vez, algum tempo após essa reavaliação, o ativo
poderá não mais estar registrado na contabilidade pelo seu valor original
nem pelo seu valor de mercado.
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lembrar que, também, será acompanhada a realização do ativo
reavaliado (por depreciação ou baixa) para realização proporcional da
respectiva reserva de reavaliação.
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R$ 12.000,00 (-) R$ 7.500,00 (=) R$ 4.500,00
O lançamento relativo à reavaliação realizada encontra-se a seguir:
D = Máquinas
C = a Reserva de Reavaliação 4.500,00
O ativo passa agora a ter novo valor, que não precisa estar subdividido
(mostrando valor anterior e acréscimo obtido pela reavaliação).
O controle do valor reavaliado será efetuado na conta de Reserva. A
conta de reserva de reavaliação, do patrimônio líquido, creditada em
contrapartida ao aumento de valor do ativo, deve ser discriminada –
uma subconta para cada bem reavaliado, ou mantendo-se um controle
extracontábil (cadastro analítico de bens).
Conforme acima apresentado, a reavaliação é – via de regra – realizada
para aumento do valor do ativo. De acordo com os itens 20, 21 e 39 da
Deliberação CVM 183, de 1995, porém, o procedimento de constituição
da reserva de reavaliação pode, eventualmente, resultar na redução do
valor dos ativos reavaliados. Isso pode ocorrer nos casos em que (1) no
conjunto, o total apurado é superior ao valor líquido anteriormente
registrado ou, (2) caso o total seja inferior, se em períodos anteriores já
tiver ocorrido reavaliação e, restar saldo registrado na reserva. O que
não se aceita é a reavaliação que resulte em redução total do ativo e
sem que tenha havido reavaliações anteriores ainda não realizadas.
A seguir, para fins de esclarecimento, encontram-se transcritos os
citados itens 20 e 21 da Deliberação CVM 183, de 1995:
20. Os laudos de reavaliação poderão indicar que, para
bens de uma conta ou natureza, é possível haver itens
que, comparados com os dos registros contábeis, resultem
em diferenças positivas ou negativas. É entendimento
que, nesse caso, se deverá proceder aos acréscimos e
decréscimos correspondentes.
21. Na hipótese de os laudos de avaliação indicarem que,
no conjunto, o total apurado é inferior ao valor líquido
contábil dos bens correspondentes, devem ser observados
os seguintes procedimentos:
a) quando de uma primeira reavaliação ou quando não
houver saldo na reserva não cabe o reconhecimento do
efeito negativo. Todavia, a empresa deverá verificar se
o valor líquido contábil dos ativos, considerados em
conjunto, é recuperável através de suas operações
futuras;
b) quando houver saldo na reserva de reavaliação o efeito
negativo deve ser reconhecido nos termos do item 39.
...
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39. Na hipótese de reavaliação negativa, comentada no
item 21, a contabilização deve obedecer ao seguinte:
a) o valor reduzirá o imobilizado em contrapartida a: (a1)
reserva de reavaliação, correspondente aos mesmos
bens e originada de reavaliações anteriores, e (a2)
provisão para imposto de renda diferido, que será
reduzida proporcionalmente à redução da reserva;
b) quando a reserva e respectiva provisão para imposto
de renda forem insuficientes para a contabilização de
redução do ativo, representará que o valor de mercado
é inferior ao valor do custo líquido das depreciações, e,
portanto, esta insuficiência será lançada como despesa
não operacional no resultado do período em que a
reavaliação ocorrer, mediante constituição de provisão
para perdas. Esta provisão somente será reconhecida
se a perda for considerada irrecuperável.
Em tempo, a provisão para imposto de renda, citada nas alíneas “a” e
“b” do item 39 acima, será estudada à parte – a seguir.
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“Realizar a Reserva” significa incorporar definitivamente ao Patrimônio o
valor da reavaliação2.
Existem duas formas de contabilizar a realização da reserva:
- creditando o valor à conta Lucros acumulados (forma
determinada na deliberação CVM 183, de 1995), ou
- creditando o valor como receita não operacional (forma menos
técnica, porém referenciada em textos normativos tributários).
Se adotada a primeira forma, a realização da reserva jamais transitará
como resultado da empresa. Na segunda forma, referenciada pelo fisco,
a reserva realizada se transforma em receita não operacional e integra o
resultado.
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00 obrigações -
2
Seguindo nossa proposta didática de entendimento do termo realização (como sendo
a transformação de algo em outra coisa), a realização da reserva de realização é
transformá-la em lucro (transferindo seu valor para a conta de lucros acumulados ou,
de forma menos técnica, para conta de receita).
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Considere a reavaliação do ativo permanente imobilizado (em nosso
exemplo, representado pelo terreno), do valor original de R$
200.000,00 para o valor de mercado de R$ 1.000.000,00.
Como não há encargos de depreciação registrados sobre o terreno, não
é necessário o registro de qualquer lançamento objetivando a apuração
do valor líquido do ativo a ser reavaliado. Portanto, cabe – diretamente
– o registro da reavaliação.
O lançamento relativo à reavaliação seria o seguinte:
D = Terreno
1 - C = a Reserva de reavaliação 800.000,00
Após o lançamento acima, a situação patrimonial da empresa seria
conforme apresentado a seguir:
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00
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- partindo da situação inicial
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00
Ativo Passivo
Caixa 1.600.000,00
Despesas Receitas
despesas não operacionais 200.000,00 Receitas não operacionais 1.500.000,00
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00
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D = caixa
1 - C = a Receitas não operacionais 1.500.000,00
Ativo Passivo
Caixa 1.600.000,00
Despesas Receitas
despesas não operacionais 1.000.000,00 Receitas não operacionais 1.500.000,00
==> lucro 500.000,00
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Ativo Passivo
Caixa 1.600.000,00
Despesas Receitas
despesas não operacionais 1.000.000,00 Receitas não operacionais 1.500.000,00
==> lucro 500.000,00
Ativo Passivo
Caixa 1.600.000,00
Despesas Receitas
despesas não operacionais 1.000.000,00 Receitas não operacionais 1.500.000,00
Receitas não operacionais 800.000,00
==> lucro 1.300.000,00
3
Conceito tratado na aula em que são apresentados os lançamentos de fechamento do
exercício, cuja leitura é recomendada.
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Repare que, logo após a realização da reserva de reavaliação, com sua
transferência para conta de receitas não operacionais lucro líquido
auferido, fica registrado num saldo de R$ 1.300.000,00 (que é
EXATAMENTE igual ao valor de R$ 1.300.000,00 – inicialmente apurado
a título de ganho de capital – no caso (a) venda do terreno sem a
reavaliação).
Comparando as duas formas possíveis de registro (a crédito da conta
LPA ou de conta de Receitas não Operacionais), verifica-se que:
- na primeira, o valor realizado da reserva incorpora-se
diretamente a lucros acumulados sem transitar pelo resultado do
período;
- na segunda, o valor realizado é registrado como receita não
operacional e afeta diretamente o resultado do período e apenas
indiretamente o Patrimônio Líquido, quando da incorporação dos
resultados.
Obs.: no momento da alienação do bem reavaliado, o ganho efetivo será
evidenciado. No exemplo analisado, o valor do bem baixado, antes da
reavaliação, era de apenas R$ 200.000,00. Ao ser vendido por R$
1.500.000,00, o ganho efetivo revela-se no valor de R$ 1.300.000,00.
Esse é exatamente o resultado contábil da operação, mesmo tendo o
terreno sido reavaliado, pois, com a reavaliação:
(1) o ganho de capital é de R$ 500.000,00 R$ 1.500.000,00 (–) R$
1.000.000,00 (=) R$ 500.000,00;
(2) esse ganho de capital, somado à realização da reserva, no valor de
R$ 800.000,00, alcança justamente o total de R$ 1.300.000,00 R$
500.000,00 (+) R$ 800.000,00 (=) R$ 1.300.000,00.
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Ativo Passivo
Caixa 100.000,00 obrigações -
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00
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- se não tivesse ocorrido a reavaliação, o valor registrado a título
de encargos de depreciação seria de R$ 20.000,00 R$
200.000,00 (*) 10% (=) R$ 20.000,00;
- uma vez ocorrida a reavaliação, o valor registrado a título de
encargos de depreciação passa a ser de R$ 100.000,00 R$
1.000.000,00 (*) 10% (=) R$ 100.000,00.
Frise-se que uma menor depreciação gera maior lucro e,
conseqüentemente, em princípio, maior base de cálculo do Imposto de
Renda, de dividendos e de participações no resultado. Para ilustrar a
incoerência acima apontada, apresentamos, a seguir, o quadro
comparativo das duas situações: (a) depreciação do equipamento sem
reavaliação e (b) depreciação do mesmo equipamento com a
reavaliação.
a) depreciação do equipamento sem a reavaliação
- partindo da situação inicial
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00
Despesas Receitas
Encargos de deprec. 20.000,00
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b) depreciação do mesmo equipamento, após a reavaliação
- partindo da situação inicial
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00
Despesas Receitas
Encargos de deprec. 100.000,00
==> lucro (100.000,00)
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percentual depreciado do ativo realizado ou (b.2) através da
transferência de seu saldo para receitas não operacionais,
proporcionalmente ao percentual depreciado do ativo realizado.
A seguir encontram-se apresentadas ambas as possibilidades.
b.1) Realização da reserva de reavaliação através da transferência de
seu saldo para a conta LPA – recomendada pela Deliberação CVM n°
183/95.
D = Reservas de reavaliação
3 - C = a Lucro ou Prejuízos acumulados (LPA) 80.000,00
Assim, a situação patrimonial final – após o ajuste de realização da
reserva de reavaliação, acima apresentado – encontra-se representada
graficamente a seguir:
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00
Despesas Receitas
Encargos de deprec. 100.000,00
==> lucro (100.000,00)
4
Conceito tratado na aula em que são apresentados os lançamentos de fechamento do
exercício, cuja leitura é recomendada.
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Ativo Passivo
Caixa 100.000,00
Despesas Receitas
Encargos de deprec. 100.000,00 Receitas não operacionais 80.000,00
==> lucro (20.000,00)
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realizado poderá ser computado como lucro para efeito de
distribuição de dividendos ou participações.
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base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido
quando ocorrer a efetiva realização do bem reavaliado.
10.2.1 Conceito
Nos exercícios em que houver nova avaliação do ativo, com a
conseqüente criação de Reserva de Reavaliação, haverá um aumento do
ativo. Esse ajuste do valor do ativo representa um acréscimo de
Patrimônio Líquido; entretanto, não podemos desconsiderar o registro
contábil do ônus tributário (imposto de Renda e Contribuição Social)
incidente sobre o aumento do ativo.
Exemplificando, seja um ativo de valor contábil R$ 200.000,00 e com
valor de mercado de R$ 1.000.000,00. No caso de reavaliação, o
aumento do patrimônio será:
- em princípio de R$ 800.000,00 (a diferença entre o valor de
mercado, de R$ 1.000.000,00, e o valor contábil, de R$
200.000,00);
- porém, não se pode considerar esse aumento bruto, porque em
algum momento futuro (quando da realização da reserva) será
devido um Imposto de Renda sobre esse aumento de patrimônio
ora registrado – apesar de não ser imediatamente devido esse
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valor, ele já está incorrido (pois já ocorreu o fato que ensejou o
aumento do patrimônio).
Em outras palavras, esse ônus tributário é incorrido porque, apesar de
financeiramente esse valor ser exigido pelo fisco somente no momento
da realização do bem, pelo princípio da competência, deve ser
registrado.
Visando compatilbilizar o controle fiscal da reavaliação com a posição
contábil (efetiva representação do patrimônio), o registro do ônus fiscal
pode ser efetuado em conta retificadora do grupo de reserva de
reavaliação, mantendo-se assim o valor original da reavaliação para
controle fiscal e o valor líquido para atendimento da informação contábil.
Esse tratamento, para os efeitos fiscais da reavaliação, está definido
pela Deliberação CVM n° 183/95, em seus itens 34 e 35.
34 - A reavaliação positiva representa acréscimo de
patrimônio líquido que será tributado futuramente pela
realização dos ativos. Considerando-se esse ônus
existente sobre a reavaliação, no momento de seu
registro, deve-se reconhecer a carga tributária (imposto de
renda e contribuição social) devida sobre a realização dos
ativos que a geraram. O lançamento contábil deve ser
efetuado a débito de conta retificadora da reserva de
reavaliação (que pode ser através de conta retificadora
para controle fiscal) e a crédito de provisão para imposto
de renda no Exigível a Longo Prazo. Esta provisão será
transferida para o Passivo Circulante à medida que os
ativos forem sendo realizados. Os valores dos impostos e
contribuições registrados no passivo devem ser atualizados
monetariamente, em consonância com o disposto no item
38. as eventuais oscilações nas alíquotas dos impostos e
contribuições devem ser reconhecidas, se aplicável, em
contrapartida à correspondente conta retificadora da
reserva de reavaliação.
35 - Essa provisão para impostos incidentes sobre a
Reserva de Reavaliação não deverá ser constituída para
ativos que não se realizarão por depreciação, amortização
ou exaustão e para os quais não aja qualquer perspectiva
de realização por alienação ou baixa, como é o caso de
terrenos. Nessa hipótese, o ônus fiscal somente será
reconhecido contabilmente no futuro quando, por mudança
de circunstâncias, ocorrer a alienação ou baixa.
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c) o valor reduzirá o imobilizado em contrapartida a: (a1)
reserva de reavaliação, correspondente aos mesmos
bens e originada de reavaliações anteriores, e (a2)
provisão para imposto de renda diferido, que será
reduzida proporcionalmente à redução da reserva;
d) quando a reserva e respectiva provisão para imposto
de renda forem insuficientes para a contabilização de
redução do ativo, representará que o valor de mercado
é inferior ao valor do custo líquido das depreciações, e,
portanto, esta insuficiência será lançada como despesa
não operacional no resultado do período em que a
reavaliação ocorrer, mediante constituição de provisão
para perdas. Esta provisão somente será reconhecida
se a perda for considerada irrecuperável.
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00
b) Memória de cálculo
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Memória de Cálculo
Descrição Valor Obs
Valor de mercado do ativo 1.000.000,00
(-) Valor contábil (200.000,00)
(=) Valor da reavaliação 800.000,00
(x) Alíquota dos tributos 34%
(=) Ônus tributário sobre a reavaliação 272.000,00 (1)
(1) a ser exigido à medida que a reserva de reavaliação for realizada
c) Lançamento de constituição da Reserva de Reavaliação
D = Equipamentos
1 - C = a Reserva de reavaliação 800.000,00
d) Situação patrimonial após o lançamento da reavaliação
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00
Provisão para IR diferido 272.000,00
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10.2.3 Realização da provisão
Nos exercícios em que houver realização do ativo, com realização da
respectiva reserva de reavaliação (valor transferido de Reserva de
Reavaliação para Lucros ou Prejuízos Acumulados), deverá ser realizada
– também – a correspondente provisão para imposto de renda. A
empresa deve tomar cuidado de separar, na contabilização do valor a
ser pago a título de Imposto de Renda no período: (1) a parcela devida
sobre o resultado do exercício (decorrente de suas receitas e despesas
registradas), (2) da parcela devida pela transferência da Reserva de
Reavaliação.
A parcela devida sobre o resultado será debitada à conta do próprio
resultado do ano, mas a parcela devida à realização da provisão para IR
diferido será debitada a Lucros Acumulados, pois lá foi também
registrada a parte que está originando o lucro tributável.
O exemplo a seguir ilustra o conceito acima:
a) situação inicial – bem reavaliado e provisão para IR diferido
constituída
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00
Provisão para IR diferido 272.000,00
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e) realização – proporcional – da provisão para IR diferido, em 10% -
transferindo seu valor para a conta de provisão para o IR (no passivo
circulante)
D = Provisão para IR diferido
4 - C = a Provisão para IR 27.200,00
f) fluxo de valores entre elementos patrimoniais envolvidos nos passos
(b), (c), (d) e (e)
Ativo Passivo
Caixa 100.000,00 Provisão para IR (PC) 27.200,00
e
Provisão para IR diferido 272.000,00
(27.200,00)
244.800,00
b LPA (27.200,00)
80.000,00
52.800,00
Despesas Receitas
Desp deprec. 100.000,00
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Ativo Passivo
Caixa 100.000,00 Provisão para IR (PC) 27.200,00
Provisão para IR diferido 244.800,00
LPA 52.800,00
Despesas Receitas
Desp deprec. 100.000,00
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d) o efeito no resultado do exercício, oriundo das depreciações,
amortizações ou exaustões sobre a reavaliação, e baixas
posteriores;
e) o tratamento quanto a dividendos e participações;
f) tratamento e valores envolvidos quanto a impostos e
contribuições.
12 Situações especiais
Além da reavaliação efetivada em momentos normais da vida das
empresas, com o objetivo de manter o patrimônio avaliado a valores
reais, podem surgir situações específicas em que a atribuição de valor
de mercado aos ativos se faça necessária para fins societários.
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a) situação inicial
Empresa sucedida
Ativo Passivo
Caixa 1.000.000,00 obrigações -
b) reavaliação do terreno
O lançamento relativo à reavaliação seria o seguinte:
D = Terreno
1 - C = a Reserva de reavaliação 800.000,00
Após o lançamento acima, a situação patrimonial da empresa seria
conforme apresentado a seguir:
Ativo Passivo
Caixa 1.000.000,00
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reavaliação no valor de R$ 800.000,00. A outra sociedade resultante da
cisão que recebe o dinheiro em caixa não terá reserva de reavaliação no
patrimônio líquido a realizar.
Como a sociedade resultante da reorganização apresentará em seu
patrimônio uma reserva de reavaliação ainda não realizada, esta terá na
sucessora o mesmo tratamento contábil e fiscal que teria na sucedida,
nos termos dos arts. 440 e 441 do Decreto 3.000, de 1999
(Regulamento do Imposto de Renda), a seguir:
Reavaliação na Fusão, Incorporação ou Cisão
Art. 440. A contrapartida do aumento do valor de bens do
ativo em virtude de reavaliação na fusão, incorporação ou
cisão não será computada para determinar o lucro real
enquanto mantida em reserva de reavaliação na sociedade
resultante da fusão ou incorporação, na sociedade cindida
ou em uma ou mais das sociedades resultantes da cisão
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 37).
Parágrafo único. O valor da reserva deverá ser computado
na determinação do lucro real de acordo com o disposto no
§ 2º do artigo 434 e no artigo 435 (Decreto-Lei nº 1.598,
de 1977, artigo 37, parágrafo único).
Art. 441. As reservas de reavaliação transferidas por
ocasião da incorporação, fusão ou cisão terão, na
sucessora, o mesmo tratamento tributário que teriam na
sucedida.
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Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3 (três) peritos
ou por empresa especializada, nomeados em assembléia-
geral dos subscritores, convocada pela imprensa e
presidida por um dos fundadores, instalando-se em
primeira convocação com a presença desubscritores que
representem metade, pelo menos, do capital social, e em
segunda convocação com qualquer número.
§ 1º Os peritos ou a empresa avaliadora deverão
apresentar laudo fundamentado, com a indicação dos
critérios de avaliação e dos elementos de comparação
adotados e instruído com os documentos relativos aos
bens avaliados, e estarão presentes à assembléia que
conhecer do laudo, a fim de prestarem as informações que
lhes forem solicitadas.
§ 2º Se o subscritor aceitar o valor aprovado pela
assembléia, os bens incorporar-se-ão ao patrimônio da
companhia, competindo aos primeiros diretores cumprir as
formalidades necessárias à respectiva transmissão.
§ 3º Se a assembléia não aprovar a avaliação, ou o
subscritor não aceitar a avaliação aprovada, ficará sem
efeito o projeto de constituição da companhia.
§ 4º Os bens não poderão ser incorporados ao patrimônio
da companhia por valor acima do que lhes tiver dado o
subscritor.
§ 5º Aplica-se à assembléia referida neste artigo o
disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 115.
§ 6º Os avaliadores e o subscritor responderão perante a
companhia, os acionistas e terceiros, pelos danos que lhes
causarem por culpa ou dolo na avaliação dos bens, sem
prejuízo da responsabilidade penal em que tenham
incorrido; no caso de bens em condomínio, a
responsabilidade dos subscritores é solidária.
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conseqüentemente, (4) um patrimônio líquido de R$ 300.000,00 –
conforme figura a seguir:
Dora
ativo Passivo
Caixa 100.000,00
Imóvel 200.000,00
--------------PL
Total do PL 300.000,00
Tida
ativo Passivo
Total do PL 1.000.000,00
Dora
ativo Passivo
Caixa 100.000,00
Total do PL 1.100.000,00
100%
Tida
ativo Passivo
Total do PL 1.000.000,00
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Repare que a empresa investidora Dora S/A tinha – inicialmente – um
patrimônio líquido no valor de R$ 300.000,00 e que – após a realização
do capital na empresa investida Tida S/A – passou a ter um patrimônio
líquido de R$ 1.100.000,00. Esse fato enseja um “ganho” (aumento
patrimonial) de R$ 800.000,00.
Em tese esse ganho consiste em ganho de capital – auferido pela
empresa investidora Dora S/A, pela alienação de seu imóvel. Ocorre
que este ganho pode ser registrado diretamente no patrimônio líquido
da empresa investidora – Dora S/A, mediante a constituição de uma
reserva de reavaliação, nos termos do Decreto 3.000, de 1999, art. 439
– a seguir:
Reavaliação na Subscrição de Capital ou Valores
Mobiliários
Art. 439. A contrapartida do aumento do valor de bens do
ativo incorporados ao patrimônio de outra pessoa jurídica,
na subscrição em bens de capital social, ou de valores
mobiliários emitidos por companhia, não será computada
na determinação do lucro real enquanto mantida em conta
de reserva de reavaliação (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977,
artigo 36).
Parágrafo único. O valor da reserva deverá ser computado
na determinação do lucro real (Decreto-Lei nº 1.598, de
1977, artigo 36, parágrafo único, e Decreto-Lei nº 1.730,
de 1979, artigos 1º, inciso VII, e 8º):
I - na alienação ou liquidação da participação societária ou
dos valores mobiliários, pelo montante realizado;
II - quando a reserva for utilizada para aumento do capital
social, pela importância capitalizada;
III - em cada período de apuração, em montante igual à
parte dos lucros, dividendos, juros ou participações
recebidos pelo contribuinte, que corresponder à
participação ou aos valores mobiliários adquiridos com o
aumento do valor dos bens do ativo; ou
IV - proporcionalmente ao valor realizado, no período de
apuração em que a pessoa jurídica que houver recebido os
bens reavaliados realizar o valor dos bens, na forma do
inciso II do artigo 435, ou com eles integralizar capital de
outra pessoa jurídica.
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tributação, por parte da investidora, no caso da investida realizar os
bens recebidos (proporcionalmente ao valor realizado dos bens).
A seguir, para fins de ilustração da regra acima apresentada,
comentaremos um exemplo de reavaliação de ativo na realização de
capital – no tocante ao registro da reavaliação e a sua realização.
Dora
ativo Passivo
Caixa 100.000,00
Equipamento 1.200.000,00
--------------PL
Total do PL 1.300.000,00
Tida
ativo Passivo
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D = Equipamento
1 - C = a Reserva de reavaliação 800.000,00
Dora
ativo Passivo
Caixa 100.000,00
Tida
ativo Passivo
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D = Bancos
C = a Receitas não operacionais 300.000,00
Dora
ativo Passivo
Caixa 100.000,00 outros sócios
Bancos 300.000,00
Inv. Tida 1.800.000,00
--------------PL
Res Reavaliação 720.000,00
LPA 80.000,00 10%
Demais contas PL 1.300.000,00
Total do PL 2.100.000,00 90%
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b) situação patrimonial da empresa investida (Tida S/A) após a
depreciação
Tida
ativo Passivo
Despesas Receitas
desp. deprec 200.000,00
b) lançamento contábil
D = Reserva de reavaliação
C = a LPA 72.000,00
A configuração patrimonial conjunta das empresa Dora S/A e Tida S/A,
após o fato acima descrito, encontra-se a seguir apresentada.
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Dora
ativo Passivo
Caixa 100.000,00 outros sócios
Bancos 300.000,00
Inv. Tida 1.800.000,00
--------------PL
Res Reavaliação 648.000,00
LPA 152.000,00 10%
Demais contas PL 1.300.000,00
Total do PL 2.100.000,00 90%
Despesas Receitas
desp deprec 200.000,00
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Dora
ativo Passivo
Caixa 100.000,00 outros sócios
Bancos 300.000,00
Inv. Tida 2.070.000,00
--------------PL
Res Reavaliação 648.000,00
LPA 152.000,00 10%
Demais contas PL 1.300.000,00
Total do PL 2.100.000,00 90%
Despesas Receitas
Tida
ativo Passivo
Caixa 500.000,00
dividendos a pagar 100.000,00
Despesas Receitas
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O efeito desse fato, no patrimônio da empresa investidora (Dora S/A) é
o do registro dos respectivos dividendos a receber e a correspondente
realização da reserva de reavaliação no mesmo valor.
a) memória de cálculo dos dividendos a receber
Dividendos a pagar - destinados pela investida 100.000,00
(*) percentual de participação de Dora S/A em Tida S/A 90%
(=) valor dos dividendos a receber 90.000,00
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Dora
ativo Passivo
Caixa 100.000,00 outros sócios
Bancos 300.000,00
div a receb 90.000,00
Inv. Tida 1.980.000,00
--------------PL
Res Reavaliação 619.826,09
LPA 180.173,91 10%
Demais contas PL 1.300.000,00
Total do PL 2.100.000,00 90%
Despesas Receitas
13 Imobilizado descontinuado
De acordo com o item 18 da Deliberação CVM 183/95, se um ativo
anteriormente reavaliado for descontinuado, e não sofrer reposição,
deve-se retornar ao conceito de custo, estornando-se, dessa forma, a
parcela da reavaliação e respectivas: (1) reserva de reavaliação; e (2)
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provisão para impostos e contribuições. A seguir, para fins de clareza, o
referido item encontra-se transcrito:
Imobilizado Descontinuado
18. No caso de ativos reavaliados, componentes de uma
linha de atividade que estiver sendo descontinuada, deve-
se voltar ao conceito de custo corrigido, estornando-se,
para tanto, a parcela da reavaliação embutida no ativo e
as respectivas reserva de reavaliação e provisão para
impostos e contribuições.
14 Resumo
1) O conceito de reavaliação de ativos - procedimento em que a
empresa decide abandonar o princípio do registro pelo valor original e
avaliar seus ativos pelo respectivo valor de mercado, quando este for
maior.
2) Aspectos legais da reavaliação de ativos - A regra é a aplicação do
princípio fundamental de contabilidade do “Registro pelo Valor
Original”, previsto na Resolução CFC 750, de 1993; a exceção é a
possibilidade de reavaliação, nos termos do art. 182 da Lei das S/A,
desde que baseado em laudo que respeite os requisitos do art. 8o da
Lei das S/A; os procedimentos de reavaliação (para companhias
abertas estão na Deliberação CVM 183, de 1995); o tratamento fiscal
está previsto no art. 4o da Lei 9.959, de 2000.
3) Objetivo e âmbito de aplicação da reavaliação de ativos – Segundo a
Lei das S/A, a reavaliação pode ser aplicada a quaisquer bens do
ativo; a legislação tributária não introduz qualquer vedação à
aplicação da regra da Lei das S/A; a CVM, entretanto, seguindo
orientação do Ibracon, determina que o procedimento de reavaliação
somente é aplicável aos bens tangíveis do ativo permanente
imobilizado.
4) Relevância e função patrimonial da reavaliação de ativos – a
reavaliação dos ativos permite a apresentação do patrimônio por um
valor mais adequado àquele que o mercado entende ser aplicável ao
bens da empresa; em compensação a reavaliação afeta o valor da
evolução do resultado (lucro, despesas e receitas).
5) Procedimentos societários relativos à reavaliação de ativos – para
proceder à reavaliação, é necessário laudo de avaliação dos ativos;
os ativos a serem reavaliados devem ser todos os ativos da empresa
ou, pelo menos, um grupo relevante; uma vez realizada a
reavaliação, ela deve ser repetida periodicamente.
6) Procedimentos contábeis relativos à reavaliação de ativos
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a) Determinação do valor contábil dos ativos – realizada conforme
laudo.
b) Registro contábil da reavaliação – realizado a débito da conta de
ativo e a crédito de conta de PL (reserva de reavaliação).
c) Realização da reserva de reavaliação – realizado a débito da
reserva de reavaliação e a crédito da conta LPA (o registro pode
ser alternativamente efetuado a crédito de receitas não
operacionais – procedimento não recomendado pela CVM).
i) Registro da realização da reserva de reavaliação por baixa de
bens – uma vez baixado o bem, deve ser integralmente
realizada a respectiva reserva de reavaliação.
ii) Registro da realização da reserva de reavaliação por encargos –
a depreciação de um bem implica a realização proporcional da
respectiva reserva de reavaliação.
7) Distribuição de dividendos – vedação
8) Tratamento fiscal da reavaliação
a) Tributação da reserva de reavaliação – a tributação da reserva de
reavaliação somente se dá conforme a realização do bem que a
ensejou.
b) Provisão de IR diferido sobre o valor da reavaliação – na
constituição da reserva de reavaliação, deve ser
concomitantemente registrado o valor do Imposto de Renda (e
respectiva CSLL) que incide sobre o aumento patrimonial
decorrente da reavaliação (ainda que esses tributos somente
venham a ser exigidos no futuro).
9) Notas explicativas relativas à reavaliação – a reavaliação é um fato
relevante e que afeta o valor do patrimônio, portanto, deve ser
detalhadamente referido em notas explicativas.
10) Situações especiais
a) Reavaliação de ativos na reorganização societária - Fusão, cisão e
incorporação – a reserva de reavaliação tem o mesmo tratamento
tributário na empresa sucessora que teria na empresa sucedida.
b) Reavaliação de bens na integralização de capital – na
integralização de capital mediante a entrega de um bem, a
investidora pode optar pela reavaliação do bem imediatamente
antes de sua entrega à empresa investida.
i) Registro da reavaliação – a reserva de reavaliação remanesce
no patrimônio da empresa investidora.
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ii) Realização da reserva – a realização da reserva de reavaliação
somente se dá conforme for alienada a participação, realizado
(pela investida) o bem reavaliado ou no caso de recebimento
de lucros (havendo também a possibilidade de realização da
reserva mediante sua capitalização).
c) Reavaliação de ativos por controladas e coligadas – trata-se da
reserva de reavaliação reflexa (já estudada na aula que trata de
participações societárias).
11) Imobilizado descontinuado - se um ativo anteriormente reavaliado
for descontinuado, e não sofrer reposição, deve-se retornar ao
conceito de custo, estornando-se, dessa forma, a parcela da
reavaliação e respectivas: (1) reserva de reavaliação; e (2) provisão
para impostos e contribuições.
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Resolução e comentários
De acordo com o item 18 da Deliberação CVM 183/95, se um ativo
anteriormente reavaliado for descontinuado e não sofrer reposição,
deve-se retornar ao conceito de custo, estornando-se, dessa forma, a
parcela da reavaliação e respectivas:
- reserva de reavaliação;
- provisão para impostos e contribuições.
A seguir, para fins de clareza, reproduz-se o citado item:
18. No caso de ativos reavaliados, componentes de uma
linha de atividade que estiver sendo descontinuada, deve-
se voltar ao conceito de custo corrigido, estornando-se,
para tanto, a parcela da reavaliação embutida no ativo e
as respectivas reservas de reavaliação e provisão para
impostos e contribuições.
Pelo que se encontra acima apresentado, conclui-se que a alternativa B
está correta. Passamos a analisar cada uma das alternativas:
a) alterar o critério de avaliação para o registro pelo valor original,
mantendo as respectivas reservas de reavaliação e a provisão dos
tributos incidentes sobre a reavaliação.
No caso de alteração do critério, é necessário estornar as reservas de
reavaliação, e não mantê-las.
b) modificar o critério de avaliação para o registro pelo valor original,
estornando-se a parcela da reavaliação incluída no ativo, as respectivas
reservas de reavaliação e a provisão dos tributos incidentes sobre a
reavaliação.
Certo.
c) realizar toda a reserva de reavaliação, mantendo o ativo pelo valor
original e efetuando o recolhimento dos tributos incidentes sobre a
reavaliação.
Não se deve realizar a reserva, mas estorná-la sem recolhimento de
tributo adicional.
d) alterar o critério de avaliação para o registro pelo valor original,
estornando-se a parcela da reavaliação incluída no ativo, as respectivas
reservas de reavaliação e recolhendo os tributos incidentes sobre a
reavaliação.
Não há nenhuma necessidade de recolher tributos cujo fato gerador
ainda não ocorreu.
e) manter o critério de reavaliação, estornando-se as respectivas
reservas de reavaliação e a provisão dos tributos incidentes sobre a
reavaliação.
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Deve-se voltar ao critério do custo, e não manter o critério de mercado
(típico da reavaliação).
Gabarito
B
Gabarito
D
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15.1.3 AFRF 2002 – 2 – Contabilidade Avançada
Enunciado
14- A Cia. Tupinambá efetuou a reavaliação em 1998 de sua unidade
fabril, no ano de 2000. Em razão de grande alteração de tecnologia,
decide descontinuar e não repor aquela unidade. Em face à verificação
da empresa da existência de saldos contábeis relativos à contabilização
anteriormente feita, o procedimento contábil indicado é:
a) a baixa do saldo líquido da reserva de reavaliação para a conta de
perda com descontinuidade de empreendimentos.
b) a realização do saldo líquido da reserva de reavaliação em
contrapartida de uma conta de reversão.
c) o estorno da parcela da reavaliação existente relativa à respectiva
reserva e provisões para impostos e contribuição.
d) a baixa de todos os valores contabilizados anteriores relativos a esse
procedimento em contrapartida da conta ajustes de exercícios
anteriores.
e) a baixa do saldo líquido da reserva de reavaliação para a conta de
ganhos e perdas
com imobilizados.
Resolução e comentários
De acordo com o item 18 da Deliberação CVM 183/95, se um ativo
anteriormente reavaliado for descontinuado e não sofrer reposição,
deve-se retornar ao conceito de custo, estornando-se, dessa forma, a
parcela da reavaliação e respectivas:
- reserva de reavaliação;
- provisão para impostos e contribuições.
A seguir, para fins de clareza, reproduz-se o citado item:
18. No caso de ativos reavaliados, componentes de uma
linha de atividade que estiver sendo descontinuada, deve-
se voltar ao conceito de custo corrigido, estornando-se,
para tanto, a parcela da reavaliação embutida no ativo e
as respectivas reservas de reavaliação e provisão para
impostos e contribuições.
Gabarito
C
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15.2 Reavaliação – conceito
5
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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A segunda leva em conta o custo corrigido e não o custo de reposição
(que corresponde justamente ao valor de mercado).
C A primeira não levar em conta o custo histórico como base de valor e
a segunda considerar apenas o valor de mercado
A correção monetária não considera o valor de mercado, mas o custo
corrigido.
D A primeira observar apenas o valor de realização do bem e a segunda
considerar o valor de reposição corrigido
A correção monetária não considera o valor de reposição, mas o custo
corrigido.
E A primeira tomar por base o custo histórico corrigido e a segunda
simplesmente o valor de realização corrigido.
A reavaliação não considera o custo histórico corrigido, mas o valor de
mercado. Adicionalmente, a correção monetária não considera o valor
de realização, mas o custo corrigido.
Gabarito
A
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e) proceder o envio de carta registrada aos acionistas, contendo o
histórico da operação, data da reavaliação, o sumário das contas objeto
da reavaliação e o tratamento quanto aos dividendos.
Resolução e comentários
A companhia que realizar a reavaliação de seus ativos deverá divulgar
esse fato em Nota Explicativa, contemplando as seguintes informações.
- as bases da reavaliação e os avaliadores – somente no ano da
reavaliação;
- o histórico e a data da reavaliação;
- o sumário das contas objeto da reavaliação e respectivos
valores;
- o efeito no resultado do exercício, oriundo das depreciações,
amortizações ou exaustões sobre a reavaliação, e baixas
posteriores;
- o tratamento quanto a dividendos e participações;
- tratamento e valores envolvidos quanto a impostos e
contribuições.
Gabarito
B
15.4 Reavaliação - Registro
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Parte-se do conceito de reavaliação: alteração do valor registrado de um
bem, para que ele reflita seu valor de mercado – quando ele for maior.
Leva-se em consideração que o valor registrado de um bem é igual a
seu valor contábil: Valor original (-) depreciação. Finalmente, o
acréscimo no valor do bem – a ser registrado em reserva de reavaliação
– é igual à diferença entre o valor de mercado do bem e seu valor
contábil.
Aplicando os conceitos acima aos dados do problema, temos:
Valor contábil: 5000 (-) 2800 (=) 2200
Valor reavaliado: 6200
Reserva de reavaliação: 6200 (-) 2200 (=) 4000
Gabarito
B
15.4.2 AFTN 1996 – Contabilidade avançada
Enunciado
Questão 43: Quando uma empresa controlada faz reavaliação de seus
bens, a empresa investidora deve registrar:
A O fato apenas juridicamente e evidenciá-lo nas Notas Explicativas
na ocasião da publicação do seu balanço
B Contabilmente a parcela correspondente ao percentual de
participação como contrapartida de receita realizada no período
C Contabilmente a parcela correspondente ao percentual de
participação como contrapartida de receita de exercícios futuros
D Contabilmente a parcela correspondente ao percentual de
participação como contrapartida de reserva de reavaliação
E Contabilmente a parcela correspondente ao percentual de
participação como contrapartida de redução do valor do investimento
Resolução e comentários
Trata-se de situação em que se aplica o conceito de reserva de
reavaliação reflexa, previsto no art. 16 da IN CVM 247, de 1996:
Art. 16 - A diferença verificada, ao final de cada período,
no valor do investimento avaliado pelo método da
equivalência patrimonial, deverá ser apropriada pela
investidora como:
I - Receita ou despesa operacional, quando corresponder:
...
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IV - Reserva de reavaliação quando corresponder a
aumento ocorrido no patrimônio líquido por reavaliação de
ativos na coligada e controlada, ressalvado o disposto no
inciso anterior.
Gabarito
D
15.4.3 AFTN 1998 – Contabilidade avançada
Enunciado
48- Quando da Reavaliação, os laudos poderão indicar que, no
conjunto, o total apurado é inferior ao valor líquido contábil dos bens
correspondentes. Neste caso deve-se
a) reconhecer, contabilmente, a redução, debitando-se a Reserva e
creditando-se o Ativo Permanente
b) não registrar, contabilmente, a redução e reportar o fato somente em
Notas Explicativas
c) reconhecer, debitando-se o Permanente e creditando-se o Patrimônio
Líquido
d) não reconhecer no Patrimônio Líquido e reconhecer no Permanente
e) reconhecer a redução quando existirem reavaliações anteriores ainda não
realizadas
Resolução e comentários
Conforme acima apresentado, a reavaliação é – via de regra – realizada
para aumento do valor do ativo. De acordo com os itens 20, 21 e 39 da
Deliberação CVM 183, de 1995, porém, o procedimento de constituição
da reserva de reavaliação pode eventualmente resultar na redução do
valor dos ativos reavaliados. Isso pode ocorrer nos casos em que (1) no
conjunto, o total apurado é superior ao valor líquido anteriormente
registrado ou, (2) caso o total seja inferior, se em períodos anteriores já
tiver ocorrido reavaliação e, restar saldo registrado na reserva. O que
não se aceita é a reavaliação que resulte em redução total do ativo e
sem que tenha havido reavaliações anteriores ainda não realizadas.
A seguir, para fins de esclarecimento, encontram-se transcritos os
citados itens 20 e 21 da Deliberação CVM 183, de 1995:
20. Os laudos de reavaliação poderão indicar que, para
bens de uma conta ou natureza, é possível haver itens
que, comparados com os dos registros contábeis, resultem
em diferenças positivas ou negativas. É entendimento
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que, nesse caso, se deverá proceder aos acréscimos e
decréscimos correspondentes.
21. Na hipótese de os laudos de avaliação indicarem que,
no conjunto, o total apurado é inferior ao valor líquido
contábil dos bens correspondentes, devem ser observados
os seguintes procedimentos:
a) quando de uma primeira reavaliação ou quando não
houver saldo na reserva não cabe o reconhecimento do
efeito negativo. Todavia, a empresa deverá verificar se o
valor líquido contábil dos ativos, considerados em
conjunto, é recuperável através de suas operações
futuras;
b) quando houver saldo na reserva de reavaliação o efeito
negativo deve ser reconhecido nos termos do item 39.
...
39. Na hipótese de reavaliação negativa, comentada no
item 21, a contabilização deve obedecer ao seguinte:
a) o valor reduzirá o imobilizado em contrapartida a: (a1)
reserva de reavaliação, correspondente aos mesmos bens
e originada de reavaliações anteriores, e (a2) provisão
para imposto de renda diferido, que será reduzida
proporcionalmente à redução da reserva;
b) quando a reserva e respectiva provisão para imposto de
renda forem insuficientes para a contabilização de redução
do ativo, representará que o valor de mercado é inferior ao
valor do custo líquido das depreciações, e, portanto, esta
insuficiência será lançada como despesa não operacional
no resultado do período em que a reavaliação ocorrer,
mediante constituição de provisão para perdas. Esta
provisão somente será reconhecida se a perda for
considerada irrecuperável.
Gabarito
E
15.4.4 AFRF 2000 – Contabilidade avançada
Enunciado
03- Quando os laudos de avaliação indicarem que, no conjunto, o total
apurado é inferior ao valor contábil dos ativos imobilizados, deve ser
observado o seguinte procedimento.
a) Quando de uma primeira reavaliação ou quando não houver saldo na
reserva de reavaliação não cabe o reconhecimento do efeito
negativo.
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b) Quando houver saldo na reserva de reavaliação o efeito negativo
deve ser reconhecido, creditando-se a reserva de reavaliação no
patrimônio líquido e debitando-se o valor da reavaliação no Ativo
Permanente imobilizado.
c) O reconhecimento do ativo deve ser feito com um lançamento de
débito no ativo imobilizado e de crédito em uma reserva de lucro.
Resolução e comentários
Conforme acima apresentado, a reavaliação é – via de regra – realizada
para aumento do valor do ativo. De acordo com os itens 20, 21 e 39 da
Deliberação CVM 183, de 1995, porém, o procedimento de constituição
da reserva de reavaliação pode eventualmente resultar na redução do
valor dos ativos reavaliados. Isso pode ocorrer nos casos em que (1) no
conjunto, o total apurado é superior ao valor líquido anteriormente
registrado ou, (2) caso o total seja inferior, se em períodos anteriores já
tiver ocorrido reavaliação e, restar saldo registrado na reserva. O que
não se aceita é a reavaliação que resulte em redução total do ativo e
sem que tenha havido reavaliações anteriores ainda não realizadas.
Gabarito
A
15.4.5 AFRF 2002 – 2 – Contabilidade avançada
Enunciado
15- O registro da realização da reserva de reavaliação é efetuado em
contrapartida da conta contábil
a) de receita não-operacional.
b) do ativo imobilizado.
c) de despesas não-operacionais.
d) de ganhos e perdas com ativos imobilizados.
e) do patrimônio líquido.
Resolução e comentários
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O registro da realização da reserva de reavaliação deve ser realizado a
débito da reserva de reavaliação e a crédito da conta LPA – de
patrimônio líquido. Cumpre referir que – de acordo com atos tributários
– é aceito também o registro efetuado a crédito de receitas não
operacionais; entretanto, esse procedimento não recomendado pela
CVM. Pelo gabarito da questão, percebe-se que a ESAF – no que diz
respeito a provas de contabilidade – segue a orientação da CVM.
Gabarito
E
15.4.6 AFRF 2003 – Contabilidade avançada
Enunciado
14- Indique a opção que legalmente não é permitida em processo de
reavaliação de empresa em continuidade operacional.
a) Reconhecer no patrimônio da investidora os efeitos da reavaliação
procedida pela investida.
b) Registrar na conta de lucros e prejuízos acumulados o efeito do
impacto no resultado quando ocorrer a realização da reserva de
reavaliação.
c) Lançar em conta de patrimônio líquido a diferença a maior verificada
entre o laudo de avaliação e o custo histórico do bem reavaliado.
d) Reconhecer no patrimônio da controladora os efeitos da reavaliação
procedida pela controlada.
e) Lançar o ajuste positivo a valor de mercado dos valores dos estoques
de matérias-primas.
Resolução e comentários
Nos termos do item 13 da Deliberação CVM 183/95, abaixo, não são
permitidas reavaliações de estoques de matérias primas:
Ativos que Podem ser Reavaliados
13. A Lei nº 6.404/76 menciona que a reavaliação pode
ser feita para os "elementos do ativo", o que pode dar o
entendimento de abranger não só itens do imobilizado,
como de investimentos e ativo diferido, além de estoques,
entre outros. A legislação fiscal é mais restritiva e refere-
se somente a itens do ativo permanente não abrangendo,
portanto, os estoques ou outros ativos constantes do
Circulante ou Realizável a Longo Prazo.
14. O entendimento neste Pronunciamento é de que a
reavaliação seja restrita a bens tangíveis do ativo
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imobilizado, desde que não esteja prevista sua
descontinuidade operacional.
Gabarito
E
16.3 Livros
Iudícibus, Sérgio de; Martins, Eliseu e Gelbke, Ernesto Rubens Gelbcke.
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – FIPECAFI. Ed.
Atlas. São Paulo – 4a edição – 1995.
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Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Básica. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Avançada. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Gonçalves, Eugênio Celso e Baptista, Antônio Eustáquio. Contabilidade
Geral. Ed. Atlas. São Paulo – 2a edição – 1994.
Silva, Benedito Gonçalves da. Contabilidade Geral. Ed. Meta – 2a edição
– 1994.
Ferrari, Ed Luiz, Contabilidade Geral: teoria e 950 questões – Rio de
Janeiro: Elsevier 2006.
Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade – Rio de
Janeiro: Impetus, 2003.
Ferreira, Ricardo J. Contabilidade avançada e intermediária – 2. ed. –
Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2004.
Santos, Luiz Eduardo. Contabilidade: Resoluções e comentários de
Questões da ESAF. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
Recktenvald, Gervásio e Ávila, René Bergmann. Manual de auditoria
fiscal: teoria e prática – Porto Alegre: Síntese, 2002.
16.4 Internet
www.planalto.gov.br
www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.gov.br
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1 Roteiro
Esta aula está estruturada da seguinte forma:
1) Estoques – conceito
2) Contas componentes do grupo representativo dos estoques
3) Provisão para ajuste a valor de mercado
a) Itens para consumo (almoxarifado e matérias-primas)
b) Itens para venda (mercadorias e produtos)
4) Componentes do custo
a) Regra didática
b) Aplicação da regra aos diferentes itens componentes do custo
i) Fretes e seguros
ii) Encargos específicos da importação
iii) Tributos (ICMS, IPI, PIS/Pasep e Cofins)
(1)
ICMS
(2)
IPI
(3)
PIS/Pasep
(4)
Cofins
c) Fatos que alteram o custo dos estoques – situações típicas
i) Devolução de compras
ii) Descontos incondicionais recebidos – sobre compras
iii) Abatimentos sobre compras
5) Contabilização das receitas de vendas e respectivos custo e tributos
a) Tributos incidentes sobre as vendas
b) Fatos que alteram o valor das vendas
i) Devolução das vendas
ii) Abatimentos sobre vendas
iii) Descontos incondicionais concedidos – sobre vendas
6) Apuração e contabilização dos tributos não-cumulativos a recolher -
ICMS-IPI-PIS/Pasep-Cofins
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a) Com a utilização de Contas contábeis relativas a tributos “a
Recolher” e “a Recuperar”
b) Com a utilização da Conta contábil “Conta-corrente” relativas aos
tributos.
7) Apuração do Custo da Mercadoria Vendida
8) Regimes de inventário – permanente x periódico
9) Inventário permanente
a) Métodos de apuração e controle do estoque
i) Primeiro que entra – primeiro que sai (PEPS – FIFO)
ii) Média ponderada móvel (Média)
iii) Último que entra – último que sai (UEPS – LIFO)
10) Inventário periódico
a) Inventário periódico com a utilização das contas “Compras” e
“Mercadorias”
b) Inventário periódico com a utilização da conta “Mercadorias” –
como conta mista
2 Introdução
Caro aluno, o assunto tratado nesta última aula de nosso curso de
“Contabilidade Decifrada”, em muitos livros e apostilas é tratado logo de
início. Portanto, cabe aqui, para fins de esclarecimento, a
fundamentação da razão pela qual optamos por estudar esse assunto
nessa altura do curso.
Trata-se de uma razão muito simples: o estudante agora, já conhecendo
o raciocínio contábil, dominando o funcionamento das contas
patrimoniais e de resultado e reconhecendo o mapeamento desse
funcionamento nas demonstrações contábeis, tem mais condições de
entender (e até concluir, através de raciocínio próprio) os fatos, cálculos
e lançamentos aqui apresentados – a partir de poucas premissas novas.
De outra maneira, a opção seria a de tentar decorar e “se acostumar”
com os lançamentos – às vezes sem entendê-los (por completo) durante
um bom tempo (até que todas os conceitos anteriores, necessários ao
completo entendimento do tema, tornem-se familiares).
Assim, pela própria estruturação do curso, apesar do tamanho da aula,
penso que sua leitura seja “um agradável passeio por terreno conhecido,
mas com a atenção voltada a novos detalhes da paisagem”.
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Não se pode esquecer, também, do fato de que esse é um assunto de
fundamental importância prática, tanto do ponto de vista patrimonial,
quanto para fins de resolução de provas de concurso:
(1) Do ponto de vista patrimonial, os estoques representam um dos
ativos mais importantes do ativo circulante, por dois motivos:
(a) sua correta determinação no início e no fim do período contábil é
essencial para uma apuração adequada do lucro líquido do exercício;
(b) estão intimamente ligados às principais áreas de operação das
companhias e envolvem problemas de administração, controle,
contabilização e avaliação.
(2) Do ponto de vista de concursos, os estoques também são
importantíssimos, por dois motivos:
(a) questões relativas a operações com mercadorias e controle de
estoque estiveram presentes na totalidade das provas de concurso que
já tive a oportunidade de acompanhar;
(b) o conhecimento desta matéria é um pré-requisito (necessário e
fundamental) para o aprendizado de um ramo específico da
Contabilidade, denominado Contabilidade de Custos, cujo conhecimento,
em vários concursos, é exigido na forma de uma prova em separado
(com várias questões).1
Feitas essas considerações, vamos ao assunto!
3 Estoques – conceito
A dificuldade de conceituação dos estoques reside no fato de que,
dentro do grupo denominado genericamente “estoques” encontram-se
diferentes itens patrimoniais. Com efeito, os estoques são bens
adquiridos ou produzidos pela empresa com o objetivo de venda ou
utilização própria no curso normal de suas atividades.
Na figura abaixo, encontra-se apresentado esse conceito de forma
gráfica (para fins de facilitação da apreensão do conceito):
1
O assunto Contabilidade de Custos é específico e escapa ao escopo da Contabilidade
Geral, característico de nosso Curso e, assim, deverá ser objeto de um Curso
específico.
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Estoques - conceito
no caso de Matérias-primas
empresa e Almoxarifado
comercial
adquiridos utilização
Bens para
produzidos alienação
no caso de Mercadorias e
empresa Produtos
industrial
2
O assunto Análise de Balanços também é específico e escapa ao escopo da
Contabilidade Geral, característico de nosso Curso e, assim, deverá ser objeto de um
Curso específico.
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- itens adquiridos pela empresa que estão em trânsito, a caminho de
seu estabelecimento, que, conforme condições contratuais, o frete
esteja sendo efetuado por conta da nossa empresa (a propriedade do
bem já é da nossa empresa);
- itens de propriedade da empresa que estão em poder de terceiros para
armazenagem, beneficiamento, embarque.
Por outro lado, não devem ser incluídas as compras em trânsito, quando
os itens contratualmente adquiridos pela empresa, mas que estão em
trânsito, a caminho de seu estabelecimento e que, conforme condições
contratuais, o frete esteja sendo efetuado por conta do alienante (a
propriedade do bem somente passará a ser de nossa empresa, quando
de sua entrega e respectiva aceitação).
Portanto, verifica-se que o momento de contabilização das compras dos
itens que compõem o estoque, assim como o das vendas a terceiros,
deve ser o da respectiva transmissão do direito de propriedade.
Observação. Alguns itens que têm características de direito, como, por
exemplo, adiantamento para compra de estoques, são também incluídos
como estoques. Tais elementos não ficam registrados no subgrupo
“Outros créditos” por aplicação da convenção da materialidade – em
muito pouco tempo, esse direito (muito provavelmente) irá se
transformar em estoque tangível e, assim, posso (em um esforço de
simplificação do processo) registrá-lo diretamente no subgrupo
estoques.
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• almoxarifado
• manutenção e suprimentos gerais
• provisão para redução ao valor de mercado (conta
credora)
• provisão para perdas em estoques (conta credora)
Quanto à função de cada uma dessas contas e seu funcionamento,
recomendamos a leitura da aula específica – já apresentada.
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a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o
preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no
mercado;
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido
de realização mediante venda no mercado, deduzidos os
impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a
margem de lucro;
Repare que o texto da Lei das S/A (acima) não qualifica as matérias-
primas e os bens de almoxarifado como “itens de consumo”. Essa
qualificação é proposta em nosso curso, para facilitar o entendimento da
razão pela qual há uma regra específica para matérias-primas e bens de
almoxarifado e outra para mercadorias e produtos.
Analisando a regra, percebe-se que esses elementos são consumidos
pela empresa (sem que sejam alienados a terceiros): as matérias-
primas são consumidas no afã de produção de produtos para a venda e
bens de almoxarifado são consumidos como despesas operacionais.
Ora, se esses bens não são vendidos, é natural que seu preço de
mercado seja considerado o preço de compra (de reposição), sem
qualquer relação com um eventual preço de uma possível alienação a
ser realizada pela empresa.
Visto o conceito, a seguir, apresentaremos exemplo de constituição e
reversão dessa provisão.
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5.1.1 Exemplo de constituição de provisão para ajuste a valor de
mercado
Sejam 1.000 sacos de cimento, mantidos em estoque e adquiridos a um
custo unitário de R$ 20,00, num valor total de: R$ 20,00 (*) 1.000 (=)
R$ 20.000,00. Esse valor deverá estar contabilizado (pela aplicação do
princípio fundamental de contabilidade do Registro pelo Valor Original),
conforme representado na figura abaixo:
Ativo Passivo
Estoque 20.000,00
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Estoque 20.000,00
(-) PAVM (2.000,00)
18.000,00
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Desp. PAVM 2.000,00
Ativo Passivo
Estoque 20.000,00
(-) PAVM (2.000,00)
18.000,00
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Desp. PAVM 2.000,00
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e manutenção (por exemplo), deverá ser registrada a respectiva
despesa operacional (referente ao reparo):
D = Despesa operacional - manutenção e reparos
C = a Estoque 2.000,00
Ativo Passivo
Estoque 20.000,00
(20.000,00)
-
Despesas Receitas
Desp. PAVM 2.000,00
Desp c/ reparos 20.000,00
Ativo Passivo
Estoque 20.000,00
(20.000,00)
-
Despesas Receitas
Desp. PAVM 2.000,00
Desp c/ reparos 20.000,00
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D = PAVM
C = a Rec. Rev. PAVM 2.000,00
Ativo Passivo
Estoque 20.000,00
(20.000,00)
-
Despesas Receitas
Desp. PAVM 2.000,00
Desp c/ reparos 20.000,00 Rec. Rev. PAVM 2.000,00
Ativo Passivo
Estoque -
(-) PAVM -
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Desp. PAVM 2.000,00 Rec. Rev. PAVM 2.000,00
Desp c/ reparos 20.000,00
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5.2 Itens para venda (mercadorias e produtos)
Mais uma vez analisando o texto da Lei das S/A, verifica-se que o valor
de mercado de itens destinados à alienação (mercadorias e produtos) é
definido como o preço de reposição, conforme art. 183, § 1o, “b”, a
seguir:
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se
valor de mercado:
...
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido
de realização mediante venda no mercado, deduzidos os
impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a
margem de lucro;
Repare que o texto da Lei das S/A (acima) não qualifica as mercadorias
e produtos como “itens para alienação”. Essa qualificação é proposta
em nosso curso, para facilitar o entendimento da razão pela qual há
uma regra específica para matérias-primas e bens de almoxarifado e
outra para mercadorias e produtos.
Analisando a regra, percebe-se que esses elementos são destinados à
alienação pela empresa: tanto as mercadorias quanto os produtos são
destinados à venda, ou seja, são entregues a terceiros. Ora, se esses
bens são vendidos, é natural que seu preço de mercado seja
determinado a partir do preço previsto da alienação a ser realizada pela
empresa – especificamente o preço de venda, deduzidos dos impostos,
das despesas necessárias à venda e da margem de lucro.
Visto o conceito, a seguir, apresentaremos exemplo de constituição e
reversão dessa provisão.
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Ativo Passivo
Estoque 500.000,00
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
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abaixo da conta “estoque de matéria-prima”. A seguir, encontra-se
ilustrado o fluxo de valores entre elementos patrimoniais decorrente do
fato em análise:
Ativo Passivo
Estoque 500.000,00
(-) PAVM (77.500,00)
422.500,00
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Desp. PAVM 77.500,00
Ativo Passivo
Estoque 500.000,00
(-) PAVM (77.500,00)
422.500,00
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Desp. PAVM 77.500,00
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proporção) que os referidos estoques forem alienados (ou, no caso de
perecimento, perdidos).
Seguindo a análise do caso ilustrativo antes proposto (referente ao
estoque de 1.000 aparelhos de ar-condicionado), na sua alienação,
deverá ser registrada com o corresondente registro do custo da
mercadoria vendida:
D = Caixa, Bancos ou Duplicatas a Receber
C = a Receita Bruta de Vendas X
D = Despesa com tributos sobre a venda
C = a Tributos a recolher Y
Ativo Passivo
Estoque 500.000,00
(500.000,00)
-
Despesas Receitas
Desp. PAVM 77.500,00
CMV 500.000,00
3
Com relação ao lançamento (e respectivos fluxos de valores entre elementos
patrimoniais) relativo à receita de venda e dos tributos sobre a venda, ver o
lançamento de venda de mercadorias – já tratado neste curso e adiante nesta aula
estudado em detalhes.
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Ativo Passivo
Estoque 500.000,00
(500.000,00)
-
Despesas Receitas
Desp. PAVM (77.500,00)
CMV 500.000,00
Ativo Passivo
Estoque 500.000,00
(500.000,00)
-
Despesas Receitas
Desp. PAVM 77.500,00
Desp c/ reparos 500.000,00 Rec. Rev. PAVM 77.500,00
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Ativo Passivo
Estoque -
(-) PAVM -
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Desp. PAVM 77.500,00 Rec. Rev. PAVM 77.500,00
Desp c/ reparos 500.000,00
Agora sim, o estoque foi realizado (por venda) e a provisão para ajuste
deste estoque ao valor de mercado foi revertida. Em tempo, cabe
referir que, no caso de realização parcial deste estoque (ou seja, de
alienação parcial dos aparelhos de ar-condicionado), a reversão da
provisão deve ser proporcionalmente parcial.
6 Componentes do custo
Um primeiro aspecto a ser considerado sobre o custo no caso de
matérias primas e contas similares é saber o que representa e o que
inclui tal custo.
O assunto em tela é considerado um “tabu”, pois comporta muitas
nuances. Assim, não estaria errado se, ao apresentar o assunto, fosse
referido – exemplificativamente – que:
a) o frete e o seguro fazem parte do custo do estoque;
b) na aquisição de produtos para revenda, o IPI faz parte do
custo, mas o ICMS não;
c) na aquisição de matéria-prima para industrialização, nem o
IPI nem o ICMS faz parte do custo;
d) na aquisição de produtos para consumo, nem o IPI nem o
ICMS fazem parte do custo;
e) na aquisição de mercadorias para revenda, não há falar em
IPI, mas o ICMS não faz parte do custo;
f) na aquisição de mercadorias para consumo, também não há
falar em IPI e o ICMS faz parte do custo;
g) na aquisição de mercadorias e produtos, para revenda, o
PIS/Pasep e a Cofins a eles relativos não fazem parte do
custo – caso a adquirente seja optante pela sistemática do
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Lucro Real (para fins de apuração e recolhimento do
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica);
h) na aquisição de mercadorias e produtos, para revenda, o
PIS/Pasep e a Cofins a eles relativos não fazem parte do
custo – caso a adquirente seja optante por pela sistemática
do Lucro Presumido ou do Lucro Arbitrado (para fins de
apuração e recolhimento do Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica).
Com efeito, é assim que a maioria do (bons) livros de Contabilidade
apresenta a matéria. Porém, convenhamos, não há nenhuma graça em
decorar tudo isso sem entender sua razão. Há, ainda, um agravante,
caso surja uma nova legislação que venha a dar tratamento diferenciado
a um tributo (com a instituição de créditos sobre o valor das aquisições
– por exemplo), seria necessário incluir mais algumas regras no
conjunto acima.
Nossa proposta é a de entender a razão pela qual essas regras existem
e, somente então, memorizá-las. Assim, propomos uma única regra
didática (que esteja suportando todas as outras acima referidas).
4
Conforme frisamos, desde o início de nosso curso, o riso tem uma função didática,
pois a emoção facilita o entendimento e a memorização de conceitos.
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Ativo Passivo
Caixa X
1 (X)
-
Estoque X
(X)
-
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
CMV X
Legenda
(1) entra no estoque - o valor pago na compra (aplicação do Registro pelo Valor Original).
(2) sai pelo custo (CMV) - o valor antes registrado no estoque (quando de sua compra).
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Ativo Passivo
Caixa X
1 (X)
2 -
Direito (à devolução) Y
Estoque X-Y
(X-Y)
-
Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
CMV X-Y
Legenda - do valor X (pago) tenho direito à devolução de uma parte (Y) e, portanto:
(1) entra no estoque - o valor X, pago na compra, deduzido do direito à devolução de Y ==> (X-Y).
(2) do valor X, pago, uma parte Y não se destinou à aquisição do estoque, mas à aquisição do direito à devolução
(3) sai pelo custo (CMV) - o valor antes registrado no estoque (quando de sua compra) ==> X-Y.
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pagos à parte pela empresa), devem ser considerados como parte do
custo de aquisição e debitados a tais estoques.
Em exemplo ilustrativo do conceito acima se encontra a seguir.
Seja uma empresa que adquiriu um lote de 1.000 televisores, para
revenda, no valor unitário de R$ 500,00. Considere, para fins de
simplificação, que não há incidência de qualquer tributo na operação.
Considere, ainda, que esses televisores não foram diretamente
entregues no estabelecimento da empresa compradora e que, para isso,
ela teve que contratar um frete que custou (ao todo) R$ 1.000,00 –
para fins de simplificação, aceitaremos que também não houve qualquer
incidência tributária na operação de frete.
Nessa situação, o valor total pago está demonstrado conforme memória
de cálculo, na tabela a seguir:
Valor unitário do item adquirido 500,00
(*) quantidade adquirida 1.000,00
(=) Valor total pago pelo item 500.000,00
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Ativo Passivo
Caixa 501.000,00
1 (500.000,00)
1.000,00
(1.000,00)
-
Estoque 501.000,00
(501.000,00)
-
Patrimônio Líquido
3
Despesas Receitas
CMV 501.000,00
Legenda - do valor X (pago) tenho direito à devolução de uma parte (Y) e, portanto:
(1) entra no estoque o valorde R$ 500.000,00 - pago pelos televisores
(2) entra, também, no estoque o valor de R$ 1.000,00 - pago pelo frete necessário ao recebimento dos televisores
(3) na eventual venda, sairá pelo custo (CMV) o valor antes registrado no estoque (quando da compra) R$ 501.000,00
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Ativo Passivo
Caixa -
Estoque 501.000,00
Patrimônio Líquido
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O Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI – incide sobre o valor
aduaneiro, acrescido do Imposto sobre a importação, conforme
Regulamento do IPI (Decreto 4.544, de 2002):
Art. 131. Salvo disposição em contrário deste
Regulamento, constitui valor tributável:
I - dos produtos de procedência estrangeira:
a) o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo
dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de
importação, acrescido do montante desses tributos e dos
encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou
dele exigíveis (Lei nº 4.502, de 1964, art. 14, inciso I,
alínea b) ...
O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias – ICMS – incide sobre o
valor aduaneiro, acrescido do II e do IPI, de acordo com o disposto na
Lei Complementar 87, de 1996 – a seguir:
Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto
no momento:
...
IX – do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens
importados do exterior
...
Art. 13. A base de cálculo do imposto é:
...
V - na hipótese do inciso IX do art. 12, a soma das
seguintes parcelas:
a) o valor da mercadoria ou bem constante dos
documentos de importação, observado o disposto no art.
14;
b) imposto de importação;
c) imposto sobre produtos industrializados;
d) imposto sobre operações de câmbio;
e) quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e
despesas aduaneiras;
O PIS/Pasep e a Cofins incidem sobre o valor aduaneiro, adicionado do
ICMS e do valor das próprias contribuições, de acordo com o disposto na
Lei 10.865, de 2004 – a seguir:
Art. 1o Ficam instituídas a Contribuição para os Programas
de Integração Social e de Formação do Patrimônio do
Servidor Público incidente na Importação de Produtos
Estrangeiros ou Serviços - PIS/PASEP-Importação e a
Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade
Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou
Serviços do Exterior - COFINS-Importação, com base nos
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arts. 149, § 2o, inciso II, e 195, inciso IV, da Constituição
Federal, observado o disposto no seu art. 195, § 6o.
...
Art. 7o A base de cálculo será:
I - o valor aduaneiro, assim entendido, para os
efeitos desta Lei, o valor que servir ou que serviria de base
para o cálculo do imposto de importação, acrescido do
valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação
de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação - ICMS incidente no desembaraço aduaneiro
e do valor das próprias contribuições, na hipótese do inciso
I do caput do art. 3o desta Lei; ...
A partir dessas premissas, é possível calcular os valores dos tributos
incidentes sobre a importação de bens, conforme a seguir5.
Seja uma empresa que importa uma mercadoria de valor de US$
1,000.00 e que a taxa de câmbio utilizada na importação seja de R$
2,00. O valor dos tributos incidentes sobre a operação encontra-se na
tabela abaixo:
5
A memória de cálculo apresentada está de acordo com a Norma de execução - Coana
- 002/2005, da Secretaria da Receita Federal – em cujo anexo encontra-se planilha de
cálculo das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins sobre a importação de bens do
exterior.
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Item Valor
Valor Aduaneiro 2.000,00
(*) alíquota do II 10%
(=) II 200,00
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Contextualizando a situação acima proposta em um patrimônio que
apresenta apenas a quantia de R$ 5.000,00 em dinheiro, a figura a
seguir ilustra o caso:
Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
1 (3.439,69)
2 1.560,31
Estoque 2.200,00
Despesas Receitas
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em data posterior a essa entrada, passa a ter a natureza de despesa
financeira.
A idéia que está suportando essa regra é simples e decorre da definição
de custo dos estoques. As variações monetárias incorridas enquanto os
estoques estão sendo enviados à empresa (mas ainda não entraram no
estabelecimento) se não forem pagos pelo adquirente impedem a
aquisição do estoque e, assim, são valores necessariamente suportados
para que se tenha o estoque. Ao contrário, depois de recebidos os
estoques, quaisquer valores a mais, suportados pela empresa
adquirente não são mais decorrentes da necessidade de adquirir esse
estoque, mas da forma de pagamento (a prazo) escolhida pela
adquirente.
Repare que, no que diz respeito ao custo do estoque adquirido do
mercado exterior, também é aplicável nossa didática (e bem-humorada)
frase: “ENTRA NO ESTOQUE, E SAI PELO CUSTO, AQUILO QUE EU PAGO
E NINGUÉM ME DEVOLVE”.
6.2.3.1 ICMS
O ICMS, com base no disposto no art. 155 da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, é um tributo informado pelo princípio da
não-cumulatividade, conforme a seguir:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal
instituir impostos sobre:
...
II - operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações
e as prestações se iniciem no exterior;
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...
§ 2º O imposto previsto no inciso II, atenderá ao seguinte:
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido
em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou
prestação de serviços com o montante cobrado nas
anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito
Federal;
Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
1 (1.000,00)
2 -
Estoque 830,00
(830,00)
-
Patrimônio Líquido
3
Despesas Receitas
CMV 830,00
Legenda - do valor de R$ 1.000,00 (pago) tenho direito à devolução de R$ 170,00 (em créditos de ICMS) e, portanto:
(1) entra no estoque - o valor R$ 1.000,00, pago na compra, deduzido do direito à devolução de R$ 170,00 ==> R$ 830,00.
(2) do valor R$ 1.000,00, pago, R$ 170,00 não se destinou à aquisição do estoque, mas à aquisição do direito à devolução (Crédito)
(3) Quando de eventual venda futura, sairá pelo custo (CMV) - o valor antes registrado no estoque (quando de sua compra) ==> R$ 830,00.
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Voltando a nossa frase “ENTRA NO ESTOQUE, E SAI PELO CUSTO,
AQUILO QUE EU PAGO E NINGUÉM ME DEVOLVE”, repare que entrou no
estoque o valor de R$ 830,00 porque este valor: (1) faz parte do total
pago (de R$ 1.000,00) e (2) ninguém vai devolver este valor à empresa
(somente será “devolvido” o valor de R$ 170,00 – na forma de ICMS a
recuperar).
6.2.3.2 IPI
Da mesma forma que o ICMS, o IPI, com base no disposto no art. 153
da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, é um tributo
informado pelo princípio da não-cumulatividade, conforme a seguir:
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
...
IV - produtos industrializados;
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for
devido em cada operação com o montante cobrado nas
anteriores;
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Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
1 (1.100,00)
2 -
Estoque 1.000,00
(1.000,00)
-
Patrimônio Líquido
3
Despesas Receitas
CMV 1.000,00
Legenda - do valor de R$ 1.100,00 (pago) tenho direito à devolução de R$ 100,00 (em créditos de IPI) e, portanto:
(1) entra no estoque - o valor R$ 1.100,00, pago na compra, deduzido do direito à devolução de R$ 100,00 ==> R$ 1.000,00.
(2) do valor R$ 1.100,00, pago, R$ 100,00 não se destinou à aquisição do estoque, mas à aquisição do direito à devolução (Crédito)
(3) Quando de eventual venda futura, sairá pelo custo (CMV) - o valor antes registrado no estoque (quando de sua compra) ==> R$ 1.000,00.
6.2.3.3 PIS/Pasep
Da mesma forma que o ICMS e o IPI, a contribuição para o PIS/Pasep e
a Cofins podem ser, com base no disposto no art. 195 da Constituição
da República Federativa do Brasil de 1988, e de acordo com o disposto
em lei, informadas pelo pelo princípio da não-cumulatividade, conforme
a seguir:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
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dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
...
b) a receita ou o faturamento;
...
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de
quem a lei a ele equiparar.
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para
os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I,
b; e IV do caput, serão não-cumulativas.
6
Art. 2o Para determinação do valor da contribuição para o PIS/Pasep aplicar-se-á,
sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 1,65%
(um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento).
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“devolvido” (pelo Governo Federal) à empresa, na forma de “créditos”,
utilizáveis na quitação de tributos – no percentual de 1,65% do valor da
aquisição. Assim, dos R$ 1.000,00 pagos, R$ 16,50 não foram pagos
efetivamente para adquirir o estoque, mas sim para adquirir o direito de
crédito de PIS/Pasep, a ser exigido do Governo Federal. Portanto, esse
valor de R$ 16,50 não integra o custo do estoque.
A figura a seguir ilustra a situação:
Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
1 (1.000,00)
2 -
Estoque 983,50
(983,50)
-
Patrimônio Líquido
3
Despesas Receitas
CMV 983,50
Legenda - do valor de R$ 1.000,00 (pago) tenho direito à devolução de R$ 16,50 (em créditos de PIS/Pasep) e, portanto:
(1) entra no estoque - o valor R$ 1.000,00, pago na compra, deduzido do direito à devolução de R$ 16,50 ==> R$ 983,50.
(2) do valor R$ 1.000,00, pago, R$ 16,50 não se destinou à aquisição do estoque, mas à aquisição do direito à devolução (Crédito)
(3) Quando de eventual venda futura, sairá pelo custo (CMV) - o valor antes registrado no estoque (quando de sua compra) ==> R$ 983,50
6.2.3.4 Cofins
Da mesma forma que o ICMS, o IPI e a contribuição para o PIS/Pasep, a
Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) pode
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ser, com base no disposto no art. 195 da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, e de acordo com o disposto em lei,
informada pelo pelo princípio da não-cumulatividade, conforme a seguir:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
...
b) a receita ou o faturamento;
...
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de
quem a lei a ele equiparar.
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para
os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I,
b; e IV do caput, serão não-cumulativas.
7
Art. 2o Para determinação do valor da COFINS aplicar-se-á, sobre a base de cálculo
apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis
décimos por cento).
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Seja, por exemplo, uma aquisição de mercadoria no valor de R$
1.000,00 por uma empresa optante pela sistemática do Lucro Real.
Com forte no art. 3o da Lei n° 10.833, de 2003, uma parte do valor
pago, nessa aquisição não estará compondo o custo, pois este valor será
“devolvido” (pelo Governo Federal) à empresa, na forma de “créditos”,
utilizáveis na quitação da própria Cofins – no percentual de 7,6% do
valor da aquisição. Assim, dos R$ 1.000,00 pagos, R$ 76,00 não foram
pagos efetivamente para adquirir o estoque, mas sim para adquirir o
direito de crédito de PIS/Pasep, a ser exigido do Governo Federal.
Portanto, esse valor de R$ 76,00 não integra o custo do estoque.
A figura a seguir ilustra a situação:
Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
1 (1.000,00)
2 -
Estoque 924,00
(924,00)
-
Patrimônio Líquido
3
Despesas Receitas
CMV 924,00
Legenda - do valor de R$ 1.000,00 (pago) tenho direito à devolução de R$ 76,00 (em créditos de Cofins) e, portanto:
(1) entra no estoque - o valor R$ 1.000,00, pago na compra, deduzido do direito à devolução de R$ 76,00 ==> R$ 924,00.
(2) do valor R$ 1.000,00, pago, R$ 76,00 não se destinou à aquisição do estoque, mas à aquisição do direito à devolução (Crédito)
(3) Quando de eventual venda futura, sairá pelo custo (CMV) - o valor antes registrado no estoque (quando de sua compra) ==> R$ 924,00
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6.3 Exemplos de composição do custo dos estoques - situações
padrão
Até esse ponto, foram estudados os componentes do custo dos estoques
em separado (com a apresentação das regras a eles relativas). Neste
ponto, portanto, iremos aplicar todas as regras ao mesmo tempo, em
situações padrão de aquisição de mercadorias, produtos, itens de
consumo (almoxarifado), bens para utilização (permanente), etc.
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
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Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
1 (1.000,00)
2 -
Estoque 830,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
Legenda - do valor de R$ 1.000,00 (pago) tenho direito à devolução de R$ 170,00 (em créditos de ICMS) e, portanto:
(1) entra no estoque - o valor R$ 1.000,00, pago na compra, deduzido do direito à devolução de R$ 170,00 ==> R$ 830,00.
(2) do valor R$ 1.000,00, pago, R$ 170,00 não se destinou à aquisição do estoque, mas à aquisição do direito à devolução (Crédito)
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Repare que, após a aquisição, o patrimônio da empresa comercial
varejista, adquirente da mercadoria para revenda, seria o seguinte:
Ativo Passivo
Caixa -
Estoque 830,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
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Nota Fiscal 2 CNPJ: XX.XXX.XXX/XXXX-XX
Inscr. Est. XXX.XXX.XXX.XX-XX
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
IPI 10% 100,00
Total desta Nota Fiscal ===============> 1.100,00
Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
1 (1.100,00)
2 -
Estoque 930,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
Legenda - do valor de R$ 1.100,00 (pago) tenho direito à devolução de R$ 170,00 (em créditos de ICMS) e, portanto:
(1) entra no estoque - o valor R$ 1.100,00, pago na compra, deduzido do direito à devolução de R$ 170,00 ==> R$ 930,00.
(2) do valor R$ 1.100,00, pago, R$ 170,00 não se destinou à aquisição do estoque, mas à aquisição do direito à devolução (Crédito)
Ativo Passivo
Caixa -
Estoque 930,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
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Analisando o caso: (1) há IPI incidente sobre a operação, pois a
aquisição foi de uma empresa industrial (portanto, contribuinte do IPI),
entretanto, a empresa adquirente (comercial atacadista – que pagou,
conforme nota fiscal, o valor do IPI) não é contribuinte deste imposto e,
portanto, não terá direito a crédito a ser registrado na conta IPI a
recuperar; (2) a adquirente não utiliza a sistemática do Lucro Real (para
apuração e recolhimento do IRPJ) e, portanto, não tem direito de crédito
a ser registrado nas contas PIS/Pasep a recuperar ou Cofins a
recuperar. Resta, portanto, apenas o direito creditório de R$ 170,00,
registrado na conta ICMS a recuperar.
Voltando a nossa frase inicial “ENTRA NO ESTOQUE, E SAI PELO CUSTO,
AQUILO QUE EU PAGO E NINGUÉM ME DEVOLVE”, repare que entrou no
estoque o valor de R$ 930,00 porque este valor: (1) faz parte do total
pago (de R$ 1.100,00 – R$ 1.000,00 pelo produto + R$ 100,00 a título
de IPI) e (2) ninguém vai devolver este valor à empresa (somente será
“devolvido” o valor de R$ 170,00 – na forma de ICMS a recuperar).
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
IPI 10% 100,00
Total desta Nota Fiscal ===============> 1.100,00
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Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
1 (1.100,00)
2 -
3
ICMS a Recuperar 170,00
Direito (à devolução)
Estoque 830,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
Legenda - do valor de R$ 1.100,00 (pago) tenho direito à devolução de R$ 270,00 (em créditos de IPI e ICMS) e, portanto:
(1) entra no estoque - o valor R$ 1.100,00, pago na compra, deduzido do direito à devolução de R$ 170,00 e de R$ 100,00 ==> R$ 830,00.
(2) e (3) do valor R$ 1.100,00, pago, R$ 270,00 não se destinou à aquisição do estoque, mas à aquisição do direito à devolução (Créditos)
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Ativo Passivo
Caixa -
Estoque 830,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
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Nota Fiscal 4 CNPJ: XX.XXX.XXX/XXXX-XX
Inscr. Est. XXX.XXX.XXX.XX-XX
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
Comercial Comercial
Fábrica Fornecedora Adquirente
8
O artigo referido tem a seguinte redação: “Art. 19. O imposto é não-cumulativo,
compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro
Estado”.
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Assim, há – por parte da empresa adquirente – o direito ao crédito do
ICMS consignado na nota fiscal de aquisição. A especificidade da
situação é que esse crédito é um direito que não pode ser
imediatamente exercido, mas somente nos quarenta e oito meses
seguintes à aquisição do bem. Dessa forma, esse direito será em parte
exercido no curto prazo (até o final do próximo exercício)9 e a parte
restante do direito somente será objeto de exercício no longo prazo.
Contextualizando o fato, propomos um patrimônio inicial – para a
empresa comercial adquirente – conforme a seguir:
Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
9
Considerando a aquisição em 31/12/200x, essa parte será exercida em exatamente
12 meses.
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Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
1 (1.000,00)
2 -
Despesas Receitas
Legenda - do valor de R$ 1.000,00 (pago) tenho direito à devolução de R$ 170,00 (em créditos de ICMS) e, portanto:
(1) entra no ativo - o valor R$ 1.000,00, pago na compra, deduzido do direito à devolução de R$ 170,00 ==> R$ 830,00.
(2) do valor R$ 1.000,00, pago, R$ 170,00 não se destinou à aquisição do ativo mas à aquisição do direito à devolução (Crédito)
Ativo Passivo
Caixa -
Despesas Receitas
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Analisando o caso: (1) não há que se falar em IPI incidente sobre a
operação, pois a aquisição foi de uma empresa comercial para outra,
assim não haverá também qualquer direito de crédito a ser registrado
na conta IPI a recuperar; (2) a adquirente não utiliza a sistemática do
Lucro Real (para apuração e recolhimento do IRPJ) e, portanto, não tem
direito de crédito a ser registrado nas contas PIS/Pasep a recuperar ou
Cofins a recuperar. Resta, portanto, apenas o direito creditório de R$
170,00, registrado nas contas de ICMS a recuperar: (a) R$ 42,50 a ser
recuperado no curto prazo (em 12 meses – conforme nosso exemplo) e
(b) R$ 127,50 a ser recuperado no longo prazo (em 36 meses –
conforme nosso exemplo).
Voltando a nossa frase inicial “ENTRA NO ESTOQUE, E SAI PELO CUSTO,
AQUILO QUE EU PAGO E NINGUÉM ME DEVOLVE” (e adaptando-a para
bem do imobilizado), repare que entrou no ativo (bem adquirido) o valor
de R$ 830,00 porque este valor: (1) faz parte do total pago (de R$
1.000,00) e (2) ninguém vai devolver este valor à empresa (somente
será “devolvido” o valor de R$ 170,00 – na forma de ICMS a recuperar).
Total 1.000,00
ICMS 17% 187,00
IPI 10% 100,00
Total desta Nota Fiscal ===============> 1.100,00
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Atacadista
Fábrica Adquirente
10
O artigo referido tem a seguinte redação: “Art. 19. O imposto é não-cumulativo,
compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
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creditar-se do imposto anteriormente cobrado em
operações de que tenha resultado a entrada de
mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento,
inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo
permanente, ou o recebimento de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal ou de comunicação.
...
§ 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo,
relativamente aos créditos decorrentes de entrada de
mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo
permanente, deverá ser observado:
I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito
avos por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no
mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento;
...
Assim, há – por parte da empresa adquirente – o direito ao crédito do
ICMS consignado na nota fiscal de aquisição. A especificidade da
situação é que esse crédito é um direito que não pode ser
imediatamente exercido, mas somente nos quarenta e oito meses
seguintes à aquisição do bem. Dessa forma, esse direito será em parte
exercido no curto prazo (até o final do próximo exercício)11 e a parte
restante do direito somente será objeto de exercício no longo prazo.
Contextualizando o fato, propomos um patrimônio inicial – para a
empresa comercial atacadista adquirente – conforme a seguir:
comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro
Estado”.
11
Considerando a aquisição em 31/12/200x, essa parte será exercida em exatamente
12 meses.
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Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
1 (1.100,00)
2 -
Despesas Receitas
Legenda - do valor de R$ 1.100,00 (pago) tenho direito à devolução de R$ 187,00 (em créditos de ICMS) e, portanto:
(1) entra no ativo - o valor R$ 1.100,00, pago na compra, deduzido do direito à devolução de R$ 187,00 ==> R$ 913,00.
(2) do valor R$ 1.100,00, pago, R$ 187,00 não se destinou à aquisição do ativo, mas à aquisição do direito à devolução (Crédito)
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D= Diversos
C=a Caixa 1.100,00
D= ICMS a recuperar 46,75
D= ICMS a recuperar 140,25
D= Ativo (bem adquirido) 913,00
Repare que, após a aquisição, o patrimônio da empresa comercial
atacadista, adquirente do produto para revenda, seria o seguinte:
Ativo Passivo
Caixa -
Despesas Receitas
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6.3.6 Compra de mercadoria para consumo (almoxarifado)
Seja uma empresa comercial, optante pela sistemática do Lucro
Presumido (para apuração e recolhimento do Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica). Considere que essa empresa adquira uma mercadoria
para uso (de uma empresa fornecedora também comercial) pelo valor
de R$ 1.000,00 e que, incluso no valor da compra, haja ICMS à alíquota
de 17%. Para fins de esclarecimento, vamos analisar a nota fiscal de
compra:
Nota Fiscal 6 CNPJ: XX.XXX.XXX/XXXX-XX
Inscr. Est. XXX.XXX.XXX.XX-XX
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
Comercial Comercial
Fábrica Fornecedora Adquirente
12
O artigo referido tem a seguinte redação: “Art. 19. O imposto é não-cumulativo,
compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro
Estado”.
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...
Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte:
I – somente darão direito de crédito as mercadorias
destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento, nele
entradas a partir de 1o de janeiro de 2007;
...
Assim, por parte da empresa adquirente, não ha direito ao crédito do
ICMS consignado na nota fiscal de aquisição.
Contextualizando o fato, propomos um patrimônio inicial – para a
empresa comercial adquirente – conforme a seguir:
Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
1 (1.000,00)
-
Patrimônio Líquido
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
Legenda - do valor de R$ 1.000,00 (pago) não tenho direito à devolução de ICMS e, portanto:
(1) entra no estoque - o valor R$ 1.000,00, pago na compra.
Ativo Passivo
Caixa -
Estoque 1.000,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
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direito de crédito a ser registrado nas contas PIS/Pasep a recuperar ou
Cofins a recuperar e (3) a aquisição da mercadoria foi para consumo e,
assim, não há direito a crédito de ICMS a ser registrado em conta de
ICMS a recuperar.
Voltando a nossa frase inicial “ENTRA NO ESTOQUE, E SAI PELO CUSTO,
AQUILO QUE EU PAGO E NINGUÉM ME DEVOLVE”, repare que entrou no
estoque o valor de R$ 1.000,00 porque este valor: (1) faz parte do total
pago (de R$ 1.000,00) e (2) ninguém vai devolver nenhuma parcela
desse valor à empresa.
Total 1.000,00
ICMS 17% 187,00
IPI 10% 100,00
Total desta Nota Fiscal ===============> 1.100,00
Atacadista
Fábrica Adquirente
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disposto no art. 155, § 2o, XI, da Constituição da República Federativa
do Brasil de 1988:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal
instituir impostos sobre:
...
II - operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações
e as prestações se iniciem no exterior
...
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
...
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o
montante do imposto sobre produtos industrializados,
quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa
a produto destinado à industrialização ou à
comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;
...
Repare que, no exemplo em tela, não há que se falar em operação
relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização,
mas apenas ao uso pela empresa adquirente. Assim, o ICMS
compreenderá, em sua base de cálculo, o montante relativo ao IPI.
O ICMS incidente na operação de aquisição de bens de consumo não é
recuperável (de acordo com a legislação ora vigente, pelo menos, até o
início de 2007), com base na Lei complementar n° 87, de 1996, art. 20:
Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo
anterior13, é assegurado ao sujeito passivo o direito de
creditar-se do imposto anteriormente cobrado em
operações de que tenha resultado a entrada de
mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento,
inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo
permanente, ou o recebimento de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal ou de comunicação.
...
Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte:
I – somente darão direito de crédito as mercadorias
destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento, nele
13
O artigo referido tem a seguinte redação: “Art. 19. O imposto é não-cumulativo,
compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro
Estado”.
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entradas a partir de 1o de janeiro de 2007; (Redação dada
pela Lcp 114, de 16.12.2002)
...
Assim, por parte da empresa adquirente, não ha direito ao crédito do
ICMS consignado na nota fiscal de aquisição.
Contextualizando o fato, propomos um patrimônio inicial – para a
empresa comercial atacadista adquirente – conforme a seguir:
Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
1 (1.100,00)
-
Estoque 1.100,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
Legenda - do valor de R$ 1.100,00 (pago) não tenho direito à devolução de créditos de ICMS nem de IPI e, portanto:
(1) entra no estoque - o valor R$ 1.100,00, pago na compra.
Ativo Passivo
Caixa -
Estoque 1.100,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
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recuperar; (2) a adquirente não utiliza a sistemática do Lucro Real (para
apuração e recolhimento do IRPJ) e, portanto, não tem direito de crédito
a ser registrado nas contas PIS/Pasep a recuperar ou Cofins a
recuperar; (3) sendo uma operação que se destina ao usuário final, o
ICMS incide sobre o valor do IPI, mas como o destino é o consumo, não
há direito a crédito de ICMS a ser registrado na conta ICMS a recuperar.
Voltando a nossa frase inicial “ENTRA NO ESTOQUE, E SAI PELO CUSTO,
AQUILO QUE EU PAGO E NINGUÉM ME DEVOLVE”, repare que entrou no
estoque o valor de R$ 1.100,00 porque este valor: (1) faz parte do total
pago (de R$ 1.100,00 – R$ 1.000,00 pelo produto + R$ 100,00 a título
de IPI) e (2) ninguém vai devolver qualquer parcela deste valor à
empresa.
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6.3.8.1 Compra de mercadorias para revenda
Seja uma empresa comercial varejista, optante pela sistemática do
Lucro Real (para apuração e recolhimento do Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica). Considere que essa empresa adquira mercadoria (de
uma fornecedora comercial atacadista) pelo valor de R$ 1.000,00 e que,
incluso no valor da compra, haja ICMS à alíquota de 17%. Para fins de
esclarecimento, vamos analisar a nota fiscal de compra:
Nota Fiscal 1 CNPJ: XX.XXX.XXX/XXXX-XX
Inscr. Est. XXX.XXX.XXX.XX-XX
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
1 (1.000,00)
2 -
Estoque 737,50
Patrimônio Líquido
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
Legenda - do valor de R$ 1.000,00 (pago) tenho direito à devolução de R$ 170,00 e R$ 92,50 (em créditos de ICMS e de PIS-Cofins):
(1) entra no estoque - o valor R$ 1.000,00, pago na compra, deduzido do direito à devolução de R$ 170,00 e 92,50 ==> R$ 737,50.
(2) do valor R$ 1.000,00, pago, R$ 170,00 e R$ 92,50 não se destinaram à aquisição do estoque, mas à aquisição do direito à devolução
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Ativo Passivo
Caixa -
Despesas Receitas
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Nota Fiscal 2 CNPJ: XX.XXX.XXX/XXXX-XX
Inscr. Est. XXX.XXX.XXX.XX-XX
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
IPI 10% 100,00
Total desta Nota Fiscal ===============> 1.100,00
14
Art. 2o Para determinação do valor da contribuição para o PIS/Pasep aplicar-se-á,
sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 1,65%
(um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento).
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I - dos itens mencionados nos incisos I e II do caput,
adquiridos no mês;
Lei 10.833, de 2003
Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa
jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:
I - bens adquiridos para revenda, ...:
II - bens e serviços, utilizados como insumo na prestação
de serviços e na produção ou fabricação de bens ou
produtos destinados à venda,...;
...
§ 1o Observado o disposto no § 15 deste artigo e no § 1o
do art. 52 desta Lei, o crédito será determinado mediante
a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2o desta
15
Lei sobre o valor:
I - dos itens mencionados nos incisos I e II do caput,
adquiridos no mês;
15
Art. 2o Para determinação do valor da COFINS aplicar-se-á, sobre a base de cálculo
apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis
décimos por cento).
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Dados iniciais
Valor do produto adquirido 1.000,00
(+) IPI 100,00
(=) Total pago 1.100,00
Crédito de ICMS
Base de cálculo 1.000,00 Valor do produto adquirido
(*) alíquota 17%
(=) crédito de ICMS 170,00
Crédito de PIS/Pasep-Cofins
Base de cálculo 1.100,00 incluindo ICMS e IPI não recuperável
(*) alíquota 9,25%
(=) crédito de PIS/Pasep-Cofins 101,75
Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
1 (1.100,00)
2 -
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Caixa -
Despesas Receitas
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entretanto, a empresa adquirente (comercial atacadista – que pagou,
conforme nota fiscal, o valor do IPI) não é contribuinte deste imposto e,
portanto, não terá direito a crédito a ser registrado na conta IPI a
recuperar; (2) a adquirente utiliza a sistemática do Lucro Real (para
apuração e recolhimento do IRPJ) e, portanto, tem direito de crédito a
ser registrado nas contas PIS/Pasep e Cofins a recuperar; (3) a
adquirente também tem direito a Crédito de ICMS. Restam, portanto,
os direitos creditórios de R$ 170,00 e ,R$ 101,75 registrados,
respectivamente, na conta ICMS a recuperar e PIS/Pasep-Cofins a
recuperar.
Voltando a nossa frase inicial “ENTRA NO ESTOQUE, E SAI PELO CUSTO,
AQUILO QUE EU PAGO E NINGUÉM ME DEVOLVE”, repare que entrou no
estoque o valor de R$ 828,25 porque este valor: (1) faz parte do total
pago (de R$ 1.100,00 – R$ 1.000,00 pelo produto + R$ 100,00 a título
de IPI) e (2) deste valor, somente serão devolvidos à empresa R$
170,00 – na forma de ICMS a recuperar – e R$ 101,75 – na forma de
PIS/Pasep-Cofins a recuperar.
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
IPI 10% 100,00
Total desta Nota Fiscal ===============> 1.100,00
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Art. 2o Para determinação do valor da contribuição para o PIS/Pasep aplicar-se-á,
sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 1,65%
(um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento).
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...
§ 1o Observado o disposto no § 15 deste artigo e no § 1o
do art. 52 desta Lei, o crédito será determinado mediante
a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2o desta
17
Lei sobre o valor:
I - dos itens mencionados nos incisos I e II do caput,
adquiridos no mês;
17
Art. 2o Para determinação do valor da COFINS aplicar-se-á, sobre a base de cálculo
apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis
décimos por cento).
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Dados iniciais
Valor do produto adquirido 1.000,00
(+) IPI 100,00
(=) Total pago 1.100,00
Crédito de IPI
Base de cálculo 1.000,00 Valor do produto adquirido
(*) alíquota 10%
(=) crédito de IPI 100,00
Crédito de ICMS
Base de cálculo 1.000,00 Valor do produto adquirido
(*) alíquota 17%
(=) crédito de ICMS 170,00
Crédito de PIS/Pasep-Cofins
Base de cálculo 1.000,00 incluindo apenas o ICMS (o IPI é recuperável)
(*) alíquota 9,25%
(=) crédito de PIS/Pasep-Cofins 92,50
Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
1 (1.100,00)
2 -
2
ICMS a Recuperar 170,00
Direito (à devolução)
2
PIS/Pasep-Cofins a Recup. 92,50
Direito (à devolução) Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Estoque 737,50
Despesas Receitas
Legenda - do valor de R$ 1.100,00 (pago) tenho direito à devolução de créditos (de IPI, ICMS e PIS/Pasep/Cofins):
(1) entra no estoque - o valor R$ 1.100,00, pago na compra, deduzido do direito à devolução de R$ 170,00, de R$ 100,00 e de R$ 92,50.
(2) do valor R$ 1.100,00, pago, R$ 100,00, R$ 170,00 e R$ 92,50 destinaram-se à aquisição de créditos
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Ativo Passivo
Caixa -
Despesas Receitas
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de PIS/Pasep-Cofins, a ser aproveitado sobre o valor da respectiva
depreciação. A seguir o exemplo:
Seja uma empresa comercial, optante pela sistemática do Lucro Real
(para apuração e recolhimento do Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica). Considere que essa empresa adquira um bem (de uma
empresa fornecedora também comercial) pelo valor de R$ 1.000,00 e
que, incluso no valor da compra, haja ICMS à alíquota de 17%. Para fins
de esclarecimento, vamos analisar a nota fiscal de compra:
Nota Fiscal 4 CNPJ: XX.XXX.XXX/XXXX-XX
Inscr. Est. XXX.XXX.XXX.XX-XX
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
Comercial Comercial
Fábrica Fornecedora Adquirente
18
O artigo referido tem a seguinte redação: “Art. 19. O imposto é não-cumulativo,
compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro
Estado”.
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§ 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo,
relativamente aos créditos decorrentes de entrada de
mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo
permanente, deverá ser observado:
I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito
avos por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no
mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento;
...
Assim, há – por parte da empresa adquirente – o direito ao crédito do
ICMS consignado na nota fiscal de aquisição. A especificidade da
situação é que esse crédito é um direito que não pode ser
imediatamente exercido, mas somente nos quarenta e oito meses
seguintes à aquisição do bem. Dessa forma, esse direito será em parte
exercido no curto prazo (até o final do próximo exercício)19 e a parte
restante do direito somente será objeto de exercício no longo prazo.
Com relação às contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, cumpre referir
que há direito a crédito, nos termos do art. 3o da Lei n° 10.637, de 2002
e art. 3o da Lei n° 10.833, de 2003, a seguir:
Lei 10.637, de 2002:
Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa
jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:
...
VI - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados
ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação
a terceiros ou para utilização na produção de bens
destinados à venda ou na prestação de serviços.
VII - edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros,
quando o custo, inclusive de mão-de-obra, tenha sido
suportado pela locatária;
...
§ 1o O crédito será determinado mediante a aplicação da
alíquota prevista no caput do art. 2o desta Lei sobre o
valor:
...
III - dos encargos de depreciação e amortização dos bens
mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no
mês;
Lei 10.833, de 2003:
Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa
jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:
19
Considerando a aquisição em 31/12/200x, essa parte será exercida em exatamente
12 meses.
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...
VI - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados
ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação
a terceiros, ou para utilização na produção de bens
destinados à venda ou na prestação de serviços;
VII - edificações e benfeitorias em imóveis próprios
ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa;
...
§ 1o Observado o disposto no § 15 deste artigo e no § 1o
do art. 52 desta Lei, o crédito será determinado mediante
a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2o desta
Lei sobre o valor:
...
III - dos encargos de depreciação e amortização dos
bens mencionados nos incisos VI e VII do caput,
incorridos no mês;
Para fins de esclarecimento, apresentamos a memória de cálculo a
seguir, com a apuração do direito de crédito de ICMS e de PIS/Pasep-
Cofins relativos à aquisição em tela:
Dados iniciais
Valor do produto adquirido 1.000,00
Crédito de ICMS
Base de cálculo 1.000,00 Valor do produto adquirido
(*) alíquota 17%
(=) crédito de ICMS 170,00
===> crédito de curto prazo 42,50
===> crédito de longo prazo 127,50
Crédito de PIS/Pasep-Cofins
Base de cálculo 830,00 valor depreciável do bem
(*) alíquota 9,25%
(=) crédito de PIS/Pasep-Cofins 76,78
===> crédito de curto prazo 19,19
===> crédito de longo prazo 57,58
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Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
1 (1.000,00)
2 -
Despesas Receitas
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Repare que, após a aquisição, o patrimônio da empresa comercial
varejista, adquirente do bem, seria o seguinte:
Ativo Passivo
Caixa -
Despesas Receitas
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6.3.8.5 Compra de produto para o ativo permanente
Seja uma empresa comercial atacadista, optante pela sistemática do
Lucro Real (para apuração e recolhimento do Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica). Considere que essa empresa adquira produtos (de
uma fornecedora industrial), para uso próprio (com registro no ativo
imobilizado) pelo valor de R$ 1.000,00 e que: (1) além do valor dos
produtos comprados seja exigido o IPI à alíquota de 10% e (2) incluso
no valor da compra, haja ICMS à alíquota de 17%. Para fins de
esclarecimento, vamos analisar a nota fiscal de compra:
Nota Fiscal 5 CNPJ: XX.XXX.XXX/XXXX-XX
Inscr. Est. XXX.XXX.XXX.XX-XX
Total 1.000,00
ICMS 17% 187,00
IPI 10% 100,00
Total desta Nota Fiscal ===============> 1.100,00
Atacadista
Fábrica Adquirente
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§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
...
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o
montante do imposto sobre produtos industrializados,
quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa
a produto destinado à industrialização ou à
comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;
...
Repare que, no exemplo em tela, não há que se falar em operação
relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização,
mas apenas ao uso pela empresa adquirente. Assim, o ICMS
compreenderá, em sua base de cálculo, o montante relativo ao IPI.
Adicionalmente, o ICMS incidente na operação de aquisição de bens
para o imobilizado é recuperável, com base na Lei complementar n° 87,
de 1996, art. 20:
Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo
anterior20, é assegurado ao sujeito passivo o direito de
creditar-se do imposto anteriormente cobrado em
operações de que tenha resultado a entrada de
mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento,
inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo
permanente, ou o recebimento de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal ou de comunicação.
...
§ 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo,
relativamente aos créditos decorrentes de entrada de
mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo
permanente, deverá ser observado:
I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito
avos por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no
mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento;
...
Assim, há – por parte da empresa adquirente – o direito ao crédito do
ICMS consignado na nota fiscal de aquisição. A especificidade da
situação é que esse crédito é um direito que não pode ser
imediatamente exercido, mas somente nos quarenta e oito meses
seguintes à aquisição do bem. Dessa forma, esse direito será em parte
20
O artigo referido tem a seguinte redação: “Art. 19. O imposto é não-cumulativo,
compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro
Estado”.
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exercido no curto prazo (até o final do próximo exercício)21 e a parte
restante do direito somente será objeto de exercício no longo prazo.
Finalmente, com relação às contribuições para o PIS/Pasep e Cofins,
cumpre referir que há direito a crédito, nos termos do art. 3o da Lei n°
10.637, de 2002 e art. 3o da Lei n° 10.833, de 2003, a seguir:
Lei 10.637, de 2002:
Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa
jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:
...
VI - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados
ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação
a terceiros ou para utilização na produção de bens
destinados à venda ou na prestação de serviços.
VII - edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros,
quando o custo, inclusive de mão-de-obra, tenha sido
suportado pela locatária;
...
§ 1o O crédito será determinado mediante a aplicação da
alíquota prevista no caput do art. 2o desta Lei sobre o
valor:
...
III - dos encargos de depreciação e amortização dos bens
mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no
mês;
Lei 10.833, de 2003:
Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa
jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:
...
VI - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados
ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação
a terceiros, ou para utilização na produção de bens
destinados à venda ou na prestação de serviços;
VII - edificações e benfeitorias em imóveis próprios
ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa;
...
§ 1o Observado o disposto no § 15 deste artigo e no § 1o
do art. 52 desta Lei, o crédito será determinado mediante
a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2o desta
Lei sobre o valor:
...
21
Considerando a aquisição em 31/12/200x, essa parte será exercida em exatamente
12 meses.
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III - dos encargos de depreciação e amortização dos
bens mencionados nos incisos VI e VII do caput,
incorridos no mês;
Para fins de esclarecimento, apresentamos a memória de cálculo a
seguir, com a apuração do direito de crédito de ICMS e de PIS/Pasep-
Cofins relativos à aquisição em tela:
Dados iniciais
Valor do produto adquirido 1.000,00
(+) IPI 100,00 10%
(=) total pago 1.100,00
Crédito de ICMS
Base de cálculo 1.100,00 Valor do produto, acrescido do IPI
(*) alíquota 17%
(=) crédito de ICMS 187,00
===> crédito de curto prazo 46,75
===> crédito de longo prazo 140,25
Crédito de PIS/Pasep-Cofins
Base de cálculo 913,00 valor depreciável do bem
(*) alíquota 9,25%
(=) crédito de PIS/Pasep-Cofins 84,45
===> crédito de curto prazo 21,11
===> crédito de longo prazo 63,34
Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
1 (1.100,00)
2 -
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa -
Despesas Receitas
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6.3.8.6 Compra de mercadoria para consumo
(almoxarifado)
Seja uma empresa comercial, optante pela sistemática do Lucro Real
(para apuração e recolhimento do Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica). Considere que essa empresa adquira uma mercadoria para
uso (de uma empresa fornecedora também comercial) pelo valor de R$
1.000,00 e que, incluso no valor da compra, haja ICMS à alíquota de
17%. Para fins de esclarecimento, vamos analisar a nota fiscal de
compra:
Nota Fiscal 6 CNPJ: XX.XXX.XXX/XXXX-XX
Inscr. Est. XXX.XXX.XXX.XX-XX
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
Comercial Comercial
Fábrica Fornecedora Adquirente
22
O artigo referido tem a seguinte redação: “Art. 19. O imposto é não-cumulativo,
compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro
Estado”.
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permanente, ou o recebimento de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal ou de comunicação.
...
Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte:
I – somente darão direito de crédito as mercadorias
destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento, nele
entradas a partir de 1o de janeiro de 2007;
...
Assim, por parte da empresa adquirente, não ha direito ao crédito do
ICMS consignado na nota fiscal de aquisição.
Quanto ao de PIS/Pasep e à Cofins, é mister colocar que não há
previsão – na legislação de regência dos tributos – para aproveitamento
de crédito sobre aquisição de mercadorias ou produtos para o
almoxarifado (somente para insumos aplicados na produção de bens ou
serviços). Assim, não há que se falar em crédito de PIS/Pasep-Cofins
relativo a essa operação.
Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
1 (1.000,00)
-
Despesas Receitas
Legenda - do valor de R$ 1.000,00 (pago) tenho direito à devolução de PIS/Pasep e Cofins e, portanto:
(1) entra no estoque - o valor R$ 1.000,00, pago na compra, sem dedução de valor relativo a crédito de tributos.
Ativo Passivo
Caixa -
Estoque 1.000,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.000,00
Despesas Receitas
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foi para consumo e, assim, não há direito a crédito de ICMS a ser
registrado em conta de ICMS a recuperar.
Voltando a nossa frase inicial “ENTRA NO ESTOQUE, E SAI PELO CUSTO,
AQUILO QUE EU PAGO E NINGUÉM ME DEVOLVE”, repare que entrou no
estoque o valor de R$ 1.000,00 porque este valor: (1) faz parte do total
pago (de R$ 1.000,00) e (2) desse valor, somente não será devolvido
nada, à empresa, a título de crédito de tributos.
Total 1.000,00
ICMS 17% 187,00
IPI 10% 100,00
Total desta Nota Fiscal ===============> 1.100,00
Atacadista
Fábrica Adquirente
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Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal
instituir impostos sobre:
...
II - operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações
e as prestações se iniciem no exterior
...
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
...
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o
montante do imposto sobre produtos industrializados,
quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa
a produto destinado à industrialização ou à
comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;
...
Repare que, no exemplo em tela, não há que se falar em operação
relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização,
mas apenas ao uso pela empresa adquirente. Assim, o ICMS
compreenderá, em sua base de cálculo, o montante relativo ao IPI.
O ICMS incidente na operação de aquisição de bens de consumo não é
recuperável (de acordo com a legislação ora vigente, pelo menos, até o
início de 2007), com base na Lei complementar n° 87, de 1996, art. 20:
Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo
anterior23, é assegurado ao sujeito passivo o direito de
creditar-se do imposto anteriormente cobrado em
operações de que tenha resultado a entrada de
mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento,
inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo
permanente, ou o recebimento de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal ou de comunicação.
...
Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte:
I – somente darão direito de crédito as mercadorias
destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento, nele
entradas a partir de 1o de janeiro de 2007; (Redação dada
pela Lcp 114, de 16.12.2002)
...
23
O artigo referido tem a seguinte redação: “Art. 19. O imposto é não-cumulativo,
compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro
Estado”.
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Assim, por parte da empresa adquirente, não ha direito ao crédito do
ICMS consignado na nota fiscal de aquisição.
Quanto ao de PIS/Pasep e à Cofins, é mister colocar que não há
previsão – na legislação de regência dos tributos – para aproveitamento
de crédito sobre aquisição de mercadorias ou produtos para o
almoxarifado (somente para insumos aplicados na produção de bens ou
serviços). Assim, não há que se falar em crédito de PIS/Pasep-Cofins
relativo a essa operação.
Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
1 (1.100,00)
-
Despesas Receitas
Legenda - do valor de R$ 1.100,00 (pago) tenho direito à devolução de PIS/Pasep e Cofins e, portanto:
(1) entra no estoque - o valor R$ 1.100,00, pago na compra, sem dedução de qualquer valor a título de crédito de tributos.
Ativo Passivo
Caixa -
Estoque 1.100,00
Patrimônio Líquido
Capital 1.100,00
Despesas Receitas
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(para apuração e recolhimento do IRPJ), entretanto não tem direito de
crédito a ser registrado nas contas PIS/Pasep a recuperar ou Cofins a
recuperar, por determinação legislativa; (3) sendo uma operação que se
destina ao usuário final, o ICMS incide sobre o valor do IPI, mas como o
destino é o consumo, não há direito a crédito de ICMS a ser registrado
na conta ICMS a recuperar.
Voltando a nossa frase inicial “ENTRA NO ESTOQUE, E SAI PELO CUSTO,
AQUILO QUE EU PAGO E NINGUÉM ME DEVOLVE”, repare que entrou no
estoque o valor de R$ 1.100,00 porque este valor: (1) faz parte do total
pago (de R$ 1.100,00 – R$ 1.000,00 pelo produto + R$ 100,00 a título
de IPI) e (2) não será devolvido nenhum valor a ser registrado nas
contas de tributos a recuperar.
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apuração do valor das compras líquidas (assunto que será
detalhadamente visto adiante).
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
IPI 10% 100,00
Total desta Nota Fiscal ===============> 1.100,00
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Valor da devolução
Item Valor Obs.
Quantidade devolvida 5,00
(*) valor unitário 100,00
(=) valor dos produtos devolvidos 500,00
(+) IPI 50,00 10%
(=) valor total da devolução 550,00
ICMS sobre a devolução
Item Valor Obs.
Valor dos produtos devolvidos 500,00
(*) alíquota do ICMS 17%
(=) ICMS sobre a devolução 85,00
PIS/Pasep e Cofins sobre a devolução
Item Valor Obs.
Valor total da devolução 550,00 incluindo ICMS e IPI não recuperável
(*) alíquota conjunta do PIS/Pasep-Cofins 9,25%
(=) PIS/Pasep-Cofins sobre a devolução 50,88
O registro da devolução, incluindo o estorno dos créditos tributários,
encontra-se abaixo:
D= Caixa
C=a Diversos 550,00
C=a ICMS a recuperar 85,00
C=a PIS/Pasep-Cofins a Recup. 50,88
C=a Estoque 414,12
Repare que, com a devolução de metade dos produtos antes adquiridos:
(1) o estoque, que tinha sido debitado em R$ 828,25, quando da
aquisição, foi creditado na metade desse valor (R$ 414,12) na
devolução; (2) o ICMS a recuperar, que tinha sido debitado em R$
170,00, quando da aquisição, foi creditado na metade desse valor (R$
85,00) pela devolução e (3) o PIS/Pasep-Cofins a recuperar, que tinha
sido debitado em R$ 101,75, quando da aquisição, foi creditado na
metade desse valor (R$ 50,88) quando da devolução.
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fundamental de contabilidade do Registro pelo Valor Original, conclui-se
pela desnecessidade de seu registro, conforme exemplo a seguir:
Seja uma empresa que comprou uma mercadoria de valor R$ 1.000,00,
obtendo (no momento da compra) um desconto incondicional de R$
100,00, pagando – portanto – apenas o valor de R$ 900,00. Nessa
situação, desconsiderando a incidência de qualquer tributo sobre a
operação, o lançamento poderia ser – de forma singela – o seguinte:
D = estoque
C = a Caixa 900,00
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
IPI 10% 100,00
Total desta Nota Fiscal ===============> 1.100,00
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O lançamento contábil relativo a esse fato seria conforme encontra-se a
seguir:
D= Diversos
C=a Caixa 1.100,00
D= ICMS a recuperar 170,00
D= PIS/Pasep-Cofins a Recup. 101,75
D= Estoque 828,25
Considere, agora que a aquisição acima ocorra com a obtenção de um
desconto comercial (incondicional) de 20%, conforme está apresentado
na memória de cálculo abaixo:
Valor do desconto - 20%
Item Valor Obs.
Quantidade adquirida 10,00
(*) valor unitário 100,00
(=) valor dos produtos adquiridos 1.000,00
(+) IPI 100,00 10%
(=) valor total da aquisição 1.100,00
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Alternativamente, pode-se registrar a aquisição bruta e, em seguida, o
desconto incondicional, conforme lançamentos a seguir:
D= Diversos
C=a Caixa 1.100,00
D= ICMS a recuperar 170,00
D= PIS/Pasep-Cofins a Recup. 101,75
D= Estoque 828,25
D= caixa 200,00
C=a diversos
C=a ICMS a recuperar 34,00
C=a PIS/Pasep-Cofins a Recup. 18,50
C=a Estoque 147,50
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Nota Fiscal 2 CNPJ: XX.XXX.XXX/XXXX-XX
Inscr. Est. XXX.XXX.XXX.XX-XX
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
IPI 10% 100,00
Total desta Nota Fiscal ===============> 1.100,00
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devoluções, descontos incondicionais e abatimentos. Neste item, serão
estudados justamente esses assuntos.
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receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente
de sua denominação ou classificação contábil.
Leis 10833, de 2003:
Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social - COFINS, com a incidência não-cumulativa, tem
como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido
o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica,
independentemente de sua denominação ou classificação
contábil.
(4) o ISS incide sobre a prestação do serviço, que se confunde com sua
venda, conforme art. 1o da Lei Complementar 116, de 2003, abaixo:
Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza,
de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem
como fato gerador a prestação de serviços constantes da
lista anexa, ainda que esses não se constituam como
atividade preponderante do prestador.
Com base nesses conceitos, apresentamos, a seguir os lançamentos
típicos de vendas de mercadorias e de produtos, com as respectivas
incidências tributárias.
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
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O valor dos tributos sobre a venda estão apresentados na memória de
cálculo a seguir:
Valor da venda 1.000,00
(*) alíquota do ICMS 17%
(=) ICMS sobre a venda 170,00
Ativo Passivo
estoque 500,00
Patrimônio Líquido
Capital 500,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa -
1.000,00
1.000,00
Estoque 500,00
(500,00)
-
Patrimônio Líquido
Capital 500,00
Despesas Receitas
CMV 500,00 RBV 1.000,00
Desp. ICMS 170,00
Desp. PIS/Pasep-Cofins 92,50
PIS/Pasep e Cofins
D = Despesa com PIS/Pasep-Cofins
C = a PIS/Pasep-Cofins a recolher 92,50
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Ativo Passivo
Caixa 1.000,00
Patrimônio Líquido
Capital 500,00
Despesas Receitas
CMV 500,00 RBV 1.000,00
Despesa c/ ICMS 170,00
Despesa c/ PIS/Pasep-Cofins 92,50
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
IPI 10% 100,00
Total desta Nota Fiscal ===============> 1.100,00
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Ativo Passivo
estoque 500,00
Patrimônio Líquido
Capital 500,00
Despesas Receitas
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Ativo Passivo
Caixa -
1.100,00
1.100,00
IPI a recolher 100,00
ICMS a recolher 170,00
PIS/Pasep-Cofins a recolher 92,50
Estoque 500,00
(500,00)
-
Patrimônio Líquido
Capital 500,00
Despesas Receitas
CMV 500,00
IPI faturado 100,00
Desp. ICMS 170,00
Desp. PIS/Pasep-Cofins 92,50 Faturamento bruto 1.100,00
ICMS
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D = Despesa com ICMS
C = a ICMS a recolher 170,00
PIS/Pasep e Cofins
D = Despesa com PIS/Pasep-Cofins
C = a PIS/Pasep-Cofins a recolher 92,50
Ativo Passivo
Caixa 1.100,00
Patrimônio Líquido
Capital 500,00
Despesas Receitas
CMV 500,00 faturamento bruto 1.100,00
IPI faturado 100,00
Despesa c/ ICMS 170,00
Despesa c/ PIS/Pasep-Cofins 92,50
24
Exceto no caso de venda por valor inferior ao custo da mercadoria.
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vendas, o efeito patrimonial da empresa vendedora é idêntico à situação
em que ela tivesse vendido menos mercadorias.
Exemplificando a situação, considere a situação em que uma indústria
vendeu produtos de sua fabricação(registrados ao custo de R$ 500,00),
pelo valor R$ 1.000,00, para uma empresa comerciar revender,
conforme nota fiscal a seguir:
Nota Fiscal 2 CNPJ: XX.XXX.XXX/XXXX-XX
Inscr. Est. XXX.XXX.XXX.XX-XX
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
IPI 10% 100,00
Total desta Nota Fiscal ===============> 1.100,00
ICMS
D = Despesa com ICMS
C = a ICMS a recolher 170,00
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PIS/Pasep e Cofins
D = Despesa com PIS/Pasep-Cofins
C = a PIS/Pasep-Cofins a recolher 92,50
25
Quando do estudo da DRE, vimos que (1) o faturamento bruto inclui o valor do IPI
faturado e que a RBV corresponde justamente à diferença entre esses dois valores e
(2) a devolução de vendas é uma conta redutora da RBV (e não do faturamento
bruto). Assim, além de registrar a devolução de vendas deve ser feito um estorno no
faturamento bruto – no valor do IPI sobre a devolução.
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PIS/Pasep e Cofins
D = PIS/Pasep-Cofins a recolher
C = a Despesa com PIS/Pasep-Cofins 46,25
Total 1.000,00
ICMS 17% 170,00
IPI 10% 100,00
Total desta Nota Fiscal ===============> 1.100,00
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D = Caixa
C = a Faturamento bruto 1.100,00
ICMS
D = Despesa com ICMS
C = a ICMS a recolher 170,00
PIS/Pasep e Cofins
D = Despesa com PIS/Pasep-Cofins
C = a PIS/Pasep-Cofins a recolher 92,50
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É de extrema importância referir que os descontos incondicionais
influenciam o valor dos tributos incidentes sobre a operação, da
seguinte forma: (1) não incidem ICMS, PIS/Pasep e Cofins sobre o valor
do desconto incondicional; entretanto, (2) o IPI não é afetado (isso
porque o desconto incondicional é irrelevante para apuração do IPI,
conforme legislação de regência).
Exemplificando a situação, considere a situação em que uma indústria
vendeu produtos de sua fabricação (registrados ao custo de R$ 500,00),
pelo valor R$ 1.000,00, para uma empresa comerciar revender,
oferecendo ao cliente um desconto incondicional de 20% sobre o valor
da venda, conforme memória de cálculo a seguir:
Valor da venda 1.000,00
(*) alíquota do IPI 10%
(=) IPI relativo à operação 100,00
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D = CVM - Custo da Mercadoria Vendida
C = a Estoque 500,00
ICMS
D = Despesa com ICMS
C = a ICMS a recolher 136,00
PIS/Pasep e Cofins
D = Despesa com PIS/Pasep-Cofins
C = a PIS/Pasep-Cofins a recolher 74,00
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Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
8.1 ICMS
Pela legislação do ICMS, o período de apuração deve ser determinado
por cada Estado em separado, nos termos do art. 24 da Lei
Complementar n° 87, de 1996:
Art. 24. A legislação tributária estadual disporá sobre o
período de apuração do imposto. As obrigações
consideram-se vencidas na data em que termina o período
de apuração e são liquidadas por compensação ou
mediante pagamento em dinheiro como disposto neste
artigo:
I - as obrigações consideram-se liquidadas por
compensação até o montante dos créditos escriturados no
mesmo período mais o saldo credor de período ou períodos
anteriores, se for o caso;
II - se o montante dos débitos do período superar o
dos créditos, a diferença será liquidada dentro do prazo
fixado pelo Estado;
III - se o montante dos créditos superar os dos
débitos, a diferença será transportada para o período
seguinte.
Na prática, esse período de apuração é – geralmente – mensal.
Conforme acima referido, os valores dos créditos de ICMS a recuperar
devem ser compensados com os valores de ICMS a recolher e a
diferença:
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- caso seja a favor do Estado, deverá ser paga (na
data do vencimento do tributo) pela empresa
(separadamente, por cada estabelecimento
contribuinte);
- caso seja a favor da empresa, poderá ser utilizada
em períodos de apuração posteriores.
Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
estoque 500,00
Patrimônio Líquido
Capital 5.000,00
(2) recolhimento
D = ICMS a recolher
C = a Caixa 500,00
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capital caixa Estoques
débitos créditos débitos créditos débitos créditos
5.000,00 si si 5.000,00 si 500,00
500,00 2
sf 4.500,00
Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
duplicatas a pagar 500,00
Patrimônio Líquido
Capital 5.000,00
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capital caixa Duplicatas a pagar
débitos créditos débitos créditos débitos créditos
5.000,00 si si 5.000,00 500,00 si
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Contextualizando a situação em uma empresa que tenha R$ 5.000,00
em caixa e um estoque no valor de R$ 500,00, apresentamos a figura
abaixo:
Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
estoque 500,00
Patrimônio Líquido
Capital 5.000,00
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Conta Corrente ICMS
ICMS a recuperar 1.500,00 1.000,00 ICMS a recolher
------
Saldo da conta (*) 500,00
Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
duplicatas a pagar 500,00
Patrimônio Líquido
Capital 5.000,00
8.2 IPI
Pela legislação do IPI, a partir de 1o de janeiro de 2005, o período de
apuração passou a ser mensal, devendo o recolhimento do imposto
ocorrer até o último dia útil da quinzena subseqüente ao mês de
ocorrência dos fatos geradores.
A apuração do valor dos créditos e do IPI devido pelas vendas se dá
durante o período de apuração do imposto. Ao final desse período o
valor do IPI a recolher é confrontado com os créditos, relativos ao IPI a
recuperar, os valores dos créditos de IPI a recuperar devem ser
compensados com os valores de IPI a recolher e a diferença:
- caso seja a favor do Poder Público, deverá ser paga
(na data do vencimento do tributo) pela empresa
(separadamente, por cada estabelecimento
contribuinte);
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- caso seja a favor da empresa, poderá ser utilizada
em períodos de apuração posteriores.
Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
estoque 500,00
Patrimônio Líquido
Capital 5.000,00
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capital caixa Estoques
débitos créditos débitos créditos débitos créditos
5.000,00 si si 5.000,00 si 500,00
500,00 2
sf 4.500,00
Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
duplicatas a pagar 500,00
Patrimônio Líquido
Capital 5.000,00
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capital caixa Duplicatas a pagar
débitos créditos débitos créditos débitos créditos
5.000,00 si si 5.000,00 500,00 si
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Contextualizando a situação em uma empresa que tenha R$ 5.000,00
em caixa e um estoque no valor de R$ 500,00, apresentamos a figura
abaixo:
Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
estoque 500,00
Patrimônio Líquido
Capital 5.000,00
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Conta Corrente IPI
IPI a recuperar 1.500,00 1.000,00 IPI a recolher
------
Saldo da conta (*) 500,00
Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
duplicatas a pagar 500,00
Patrimônio Líquido
Capital 5.000,00
26
O termo “crédito” de PIS/Pasep-Cofins a recuperar está sendo aqui utilizado em sua
acepção normal (de direito a receber alguma coisa de alguém) – não podemos nos
esquecer que eles são registrados a débito.
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- caso seja a favor do Estado, deverá ser paga (na
data do vencimento do tributo) pela empresa;
- caso seja a favor da empresa, poderá ser utilizada
em períodos de apuração posteriores.
Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
estoque 500,00
Patrimônio Líquido
Capital 5.000,00
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capital caixa Estoques
débitos créditos débitos créditos débitos créditos
5.000,00 si si 5.000,00 si 500,00
500,00 2
sf 4.500,00
Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
duplicatas a pagar 500,00
Patrimônio Líquido
Capital 5.000,00
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capital caixa Duplicatas a pagar
débitos créditos débitos créditos débitos créditos
5.000,00 si si 5.000,00 500,00 si
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Conta Corrente PIS/Pasep-Cofins
PIS/Pasep-Cofins a recuperar 1.000,00 1.500,00 PIS/Pasep-Cofins a recolher
-----
500,00 Saldo da conta (*)
(*) o saldo da conta já apresenta o valor líquido (1) a recolher - caso credor ou (2) a recuperar - caso
devedor
Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
estoque 500,00
Patrimônio Líquido
Capital 5.000,00
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Segundo exemplo – saldo de PIS/Pasep-Cofins a recuperar.
Considere a situação – ao final do período de apuração – de “PIS/Pasep-
Cofins a Recolher” no valor de R$ 1.000,00 e “PIS/Pasep-Cofins a
Recuperar” no valor de R$ 1.500,00. Nessa situação, a conta “Conta
Corrente PIS/Pasep-Cofins” pode ser representada conforme razonete a
seguir:
(*) o saldo da conta já apresenta o valor líquido (1) a recolher - caso credor ou (2) a recuperar - caso
devedor
Ativo Passivo
Caixa 5.000,00
duplicatas a pagar 500,00
Patrimônio Líquido
Capital 5.000,00
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vai sair do estoque é o que anteriormente nele entrou. Ocorre que o
controle desse valor nem sempre é fácil, quando contextualizado no
âmbito das várias operações de compra e venda ocorridas no período.
Uma primeira colocação com relação à solução desse problema está na
apresentação da equação fundamental dos estoques:
CMV (=) Ei (+) C (-) Ef
Onde:
a) CMV – Custo da Mercadoria Vendida
b) Ei – Estoque inicial
c) C – Compras líquidas
d) Ef – Estoque final
O entendimento do significado desta equação é tão simples quanto
importante – para o aprendizado deste tópico da matéria.
Para isso, é proposta a seguinte explicação: (1) CMV – Custo da
Mercadoria Vendida – é o valor que saiu do estoque (e foi entregue ao
cliente); (2) Ei – Estoque inicial – é o valor constante do estoque no
início do período; (3) C – Compras líquidas – é o valor que entrou no
estoque (o que foi pago e ninguém nos devolve) e (4) Ef – Estoque final
– é o valor que remanesce no estoque ao final do período. Assim,
podemos entender o significado da equação proposta, ou seja, “o que
saiu do estoque é igual a: (a) o que inicialmente existia nele; (b)
acrescido de tudo que entrou nele; e (c) subtraído do que nele restou”.
Didaticamente, o conceito acima pode ser ilustrado por uma “metáfora
digestiva”, considerando que as mercadorias entram no estoque quando
da compra, assim como o alimento entra em nosso estômago quando da
refeição e que as mercadorias saem do estoque quando da venda, assim
como o alimento sai de nosso estômago quando das necessidades
fisiológicas. Ora, o que saiu do estômago durante o dia corresponde
àquilo que (a) existia no estômago no início do dia; (b) adicionado ao
que entrou no estômago – por refeições – ao longo do dia e (c)
subtraído do que restou no estômago no final do dia.
A tabela a seguir ilustra a fórmula:
Fórmula Interpretação
Ei O que estava no estoque no início do período
(+) Compras adicionado àquilo que entrou no estoque durante o período
(-) Ef subtraído do que restou no estoque ao final do período
(=) CMV é igual ao que saiu do estoque durante o período
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10 Regimes de inventário – permanente x periódico
É possível que as empresas optem por controles que permitam saber o
valor contábil de cada item vendido (custo da mercadoria vendida) no
momento da respectiva venda. Esse controle é denominado “sistema de
inventário permanente” e é realizado através da utilização de fichas de
estoque (um conjunto de tabelas – uma para cada item do estoque na
qual estão consignadas as entradas e saídas do item com os respectivos
valores). As empresas que mantém esse controle podem optar por
diversos métodos de apuração e controle do estoque (PEPS e Média –
conforme será visto a seguir).
É permitido, ainda, que as empresas não mantenham esse tipo de
controle e realizem uma única apuração (por período) do valor contábil
das mercadorias saídas do estoque (custo da mercadoria vendida). As
empresas que optam por realizar esse tipo de procedimento somente
podem utilizar o método PEPS (que será visto adiante) para controle e
apuração de seus estoques.
11 Inventário permanente
Conforme colocado acima, o regime de inventário permanente é um
procedimento que permite o controle do valor do estoque a cada venda
realizada, com a possibilidade de registro da baixa do estoque no
momento da venda. Cumpre referir que a empresa que utiliza o regime
de inventário permanente pode escolher entre diferentes métodos de
apuração e controle de estoque, conforme será visto em seguida.
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tal determinação do preço específico de cada unidade em estoque,
mediante identificação física, como no caso de revenda de automóveis
usados, por exemplo. Esse critério normalmente só é aplicável em
casos onde a quantidade, o valor ou a própria natureza da mercadoria o
permitam, sendo de impossível ou inconveniente utilização na maioria
das vezes, restando os demais métodos (PEPS, UEPS e Média Ponderada
Móvel).
Para entender em que consistem esses diferentes métodos de controle
do estoque, é proposta a análise da seguinte situação:
(1) Considere que nossa empresa tenha por objeto a compra e a venda
de tamancos.
(2) Considere, também, que tenhamos adquirido um lote de 100 pares
de tamancos (para revenda) por R$ 10,00 cada par (num total de R$
1.000,00 – desconsidere, para fins de simplificação didática, a incidência
de quaisquer tributos sobre essa operação). Passamos a ter um
estoque avaliado a R$ 1.000,00, com 100 pares de tamancos adquiridos
por R$ 10,00 cada par.
(3) Considere, ainda, que nossa empresa (avaliando a qualidade dos
tamancos adquiridos) decida adquirir mais 100 pares do produto.
Ocorre que, ao entrarmos em contato com nosso fornecedor, recebemos
a notícia de o preço do tamanco havia aumentado para R$ 12,00. Ainda
assim, consideramos um bom negócio adquirir os 100 pares adicionais
(desembolsando R$ 1.200,00). Passamos, agora, a ter um estoque
avaliado a R$ 2.200,00 (correspondente aos anteriores R$ 1.000,00
adicionados dos atuais R$ 1.200,00), com 200 pares de tamancos
adquiridos (100 pares por R$ 10,00 cada e 100 pares por 12 cada).
(4) Considere, finalmente, que – na semana seguinte – tenhamos
conseguido vender nosso primeiro par de tamancos por R$ 15,00.
Agora vamos analisar o fato da venda ocorrida: (a) o reconhecimento da
receita auferida com a venda e (b) o registro do custo da mercadoria
vendida.
O reconhecimento da receita é fácil, pois consiste no valor da venda –
R$ 15,00, conforme lançamento abaixo:
D = Caixa
C = a Receita Bruta de Vendas 15,00
O problema está na definição do custo da mercadoria vendida, pois
todos os tamancos são idênticos e, visualmente, é impossível saber se:
- o par de tamancos entregue ao cliente foi um
daqueles comprados no primeiro lote (por R$ 10,00);
ou
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- o par de tamancos entregue ao cliente foi um
daqueles comprados no segundo lote (por R$ 12,00),
ou ainda
- o par de tamancos entregue ao cliente foi formado
por um pé do primeiro lote (adquirido por R$ 10,00 o
par) e por outro pé do segundo lote (adquirido por R$
12,00 o par) – o que resultaria em um par de
tamancos que na média teria custado R$ 11,00.
Repare que esse é um problema sem uma solução física ou matemática,
mas que demanda a utilização de um critério, para sua solução. A
ciência contábil desenvolveu diferentes maneiras de resolver a questão
– que ficaram conhecidas como os diferentes métodos de apuração e
controle de estoque, são eles:
- PEPS – primeiro que entra, primeiro que sai – (ou
FIFO – first in, first out), nesse caso, o par de
tamancos entregue ao cliente seria um par daqueles
que foram primeiro adquiridos (na primeira compra,
por R$ 10,00);
- UEPS – último que entra, primeiro que sai – (ou LIFO
– last in, first out), nesse caso, o par de tamancos
entregue ao cliente seria um par daqueles que foram
por último adquiridos (na segunda compra, por R$
10,00);
- Média Ponderada Móvel – nesse caso, o par de
tamancos entregue ao cliente seria considerado
comprado pelo preço médio de aquisição de todos os
tamancos já adquiridos e ainda não vendidos, no
caso: (R$ 1.000,00 + R$ 1.200,00) / 200 = R$
11,00.
Repare que, dependendo do método utilizado, o lucro da empresa é
diferente, pois o custo (que é um registro de redução do patrimônio)
será diferente:
(a) o reconhecimento do custo considerando o método PEPS
D = Custo da Mercadoria Vendida
C = a estoque 10,00
(b) o reconhecimento do custo considerando o método UEPS
D = Custo da Mercadoria Vendida
C = a estoque 12,00
(c) o reconhecimento do custo considerando o método da Média
Ponderada Móvel
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D = Custo da Mercadoria Vendida
C = a estoque 11,00
Repare que o lucro da empresa é diferente. Se utilizado o método PEPS,
o lucro seria de R$ 5,00 (R$ 15,00 – R$ 10,00). Se utilizado o método
UEPS, o lucro seria de R$ 3,00 (R$ 15,00 – R$ 12,00). E, se utilizado o
método da média ponderada móvel, o lucro seria de R$ 4,00 (R$ 15,00
– R$ 11,00).
De uma maneira bem humorada e didática, podemos analisar cada um
dos três métodos acima através da metáfora digestiva, considerando:
(1) o estoque como nosso estômago, (2) as compras de mercadorias
(que enchem o estoque de mercadorias) como refeições (que enchem
nosso estômago) e (3) as vendas de mercadorias (quando saem
mercadorias do estoque) como necessidades fisiológicas (que esvaziam
nosso estômago).
Com base na metáfora digestiva, o método PEPS equivale ao aparelho
digestivo de uma pessoa muito regulada (um professor de Yoga), em
cujo estômago não chegam a se misturar as refeições. Se essa pessoa
tomou café pela manhã, esse café não irá se misturar com o almoço e,
assim, o café terá de sair POR COMPLETO do estômago, antes que o
almoço comece e sair. Em outras palavras, as mercadorias adquiridas
na primeira compra deverão ter sido TODAS baixadas (como custo da
mercadoria vendida) antes que se inicie a registrar a baixa de
mercadorias adquiridas na segunda compra.
Com base, ainda, na metáfora digestiva, o método UEPS equivale ao
aparelho digestivo de uma pessoa comeu um camarão no almoço e está
passando mal. Em seu estômago também não chegam a se misturar
refeições, contudo, se essa pessoa tomou café pela manhã, antes do
café sair de seu estômago, terá de sair POR COMPLETO (e por cima) o
camarão estragado do almoço, para que, somente depois, comece e sair
o café da manhã (também por cima). Em outras palavras, as
mercadorias adquiridas na primeira compra somente poderão começar a
ser baixadas (como custo da mercadoria vendida) após o registro da
baixa de TODAS as mercadorias adquiridas na segunda compra.
Finalmente, com base na metáfora digestiva, podemos entender o
funcionamento do método da metida ponderada móvel como o
funcionamento do aparelho digestivo de uma pessoa muito constipada,
de cujo estômago não sai nada por muito tempo e que, portanto, em
cujo estômago se misturam várias refeições. Assim, quando há uma
saída de refeições de seu estômago, o que sai é uma “média” de tudo
que havia antes entrado. Exemplificando, se essa pessoa tomou café
pela manhã, esse café irá se misturar com o almoço e, assim, quando o
alimento for sair do estômago, sairá misturado o café e o almoço. Em
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outras palavras, a cada aquisição de mercadorias elas são misturadas às
mercadorias anteriormente adquiridas e ainda não vendidas, para
formar um “bolo” (conjunto único) de mercadorias.
O preenchimento da referida “ficha de controle de estoque” é requerido
em praticamente TODAS as provas de concurso. Interessante é notar
que raramente, no espaço dado para rascunho, há espaço suficiente
para desenhar essa ficha. Nessa situação a solução é utilizar a carteira
(a classe) para rascunho – apagando devidamente, após a prova, para
não danificar o patrimônio alheio.
Para a implementação do regime permanente de inventário, deve ser
utilizada – para cada mercadoria – uma ficha de estoque. A ficha de
estoque tem o formato de uma tabela de quatro colunas: (1)
data/descrição do evento, (2) entradas, (3) saídas e (4) saldo.
A primeira coluna (data/descrição do evento) deve ser preenchida em
ordem cronológica (operação por operação)27. As demais colunas
devem ser sub-divididas (cada uma) em três sub-colunas (a)
quantidade, (b) valor unitário e (c) valor total.
A seguir, encontra-se o modelo de ficha de estoque proposto.
Data/evento Entrada saída Saldo
quantidade Valor unitário Valor total Quantidade Valor unitário Valor total quantidade Valor unitário Valor total
27
Cuidado, o examinador adora colocar o relato dos fatos ocorridos (compras e
vendas) no período, fora da ordem cronológica, para confundir o estudante.
28
Exemplo baseado no Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – Fipecafi.
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11.1.1 Primeiro que entra – primeiro que sai (PEPS – FIFO)
Conforme já visto, o método PEPS – primeiro a entrar primeiro a sair,
também conhecido pela sigla FIFO – first in first out, à medida que
ocorrem as vendas, utiliza, para baixa dos valores do estoque vendido,
o preço das unidades adquiridas há mais tempo. Assim, a baixa de cada
venda é dada pelo custo mais antigo em estoque (o primeiro a entrar é
sempre o primeiro a sair) e, conseqüentemente, restam no estoque
(após as vendas) as mercadorias mais recentemente adquiridas.
Para exemplificar a utilização do método PEPS, para implementação do
regime de inventário permanente de estoque, devem ser utilizadas
“fichas de controle de estoque”, uma ficha para cada mercadorias, e
essas fichas devem ser atualizadas a cada operação de compra ou
venda.
Comentários:
No método PEPS “as refeições não se misturam”, ou seja, o valor das
mercadorias adquiridas não se mistura ao valor das mercadorias
anteriormente existentes em estoque. Por essa razão, no momento da
compra (1), foram utilizadas linhas diferentes para registrar o estoque
anteriormente existente no estoque (de valor unitário R$ 20,00) e o
estoque adquirido na operação (de valor unitário R$ 30,00).
No método PEPS, “a primeira refeição deve sair completamente do
estoque, antes que a segunda comece a sair”, ou seja, somente após a
baixa de todas as unidades existentes inicialmente (adquiridas pelo
valor unitário de R$ 20,00) inicia-se a baixa das unidades adquiridas na
compra – 1 – (por R$ 30,00).
Repare que, seguindo o método PEPS:
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- o total de entrada atinge o valor de R$ 1.650,00
(somatório da coluna “entradas” representativo das
compras);
- o total de saída atinge o valor de R$ 1.000,00
(somatório da coluna “saídas” representativo do
custo das mercadorias vendidas);
- o valor do estoque inicial era de R$ 400,00 (saldo
total da primeira linha);
- o valor do estoque final foi calculado em R$ 1.050,00
(saldo total da última linha);
- isso está de acordo com a fórmula da equação
fundamental dos estoques (CMV = Ei + C – Ef),
conforme tabela a seguir
Fórmula Valores Interpretação
Ei 400,00 O que estava no estoque no início do período
(+) Compras 1.650,00 adicionado àquilo que entrou no estoque durante o período
(-) Ef (1.050,00) subtraído do que restou no estoque ao final do período
(=) CMV 1.000,00 é igual ao que saiu do estoque durante o período
29
Isso é o que eu chamo de “excrescências”, informações irrelevantes para a resolução
da questão, que são colocadas no enunciado para causar confusão.
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11.1.2 Média ponderada móvel (Média)
Conforme já visto, o método da média ponderada móvel, também
conhecido apenas pelo nome média consiste na atualização do valor
médio do estoque de mercadorias existentes a cada nova aquisição.
Assim, à medida que ocorrem as vendas, utiliza-se, para baixa dos
valores do estoque vendido, o valor médio das unidades em estoque
(antes calculado). Assim, a baixa de cada venda é dada pelo custo
médio do estoque e, conseqüentemente, restam no estoque (após as
vendas) as mercadorias avaliadas pelo seu custo médio de aquisição.
Para utilização do método da média, na implementação do regime de
inventário permanente de estoque, também devem ser utilizadas “fichas
de controle de estoque” (uma ficha para cada mercadoria) e essas fichas
devem ser atualizadas a cada operação de compra ou venda.
Aplicando-se o método da média ao caso exemplificativo acima descrito,
com a utilização da ficha de estoques antes proposta, temos a seguinte
situação:
Data/evento Entrada saída Saldo
quantidade Valor unitário Valor total Quantidade Valor unitário Valor total quantidade Valor unitário Valor total Obs
0 - estoque inicial 20 20,00 400,00 400,00 Ei
1 - compra 20 30,00 600,00 40 25,00 1.000,00
2 - venda 10 25,00 250,00 30 25,00 750,00
3 - venda 20 25,00 500,00 10 25,00 250,00
4 - compra 30 35,00 1.050,00 40 32,50 1.300,00
5 - venda 10 32,50 325,00 30 32,50 975,00 975,00 Ef
Totais 1.650,00 1.075,00
Compras CMV
Comentários:
No método da Média “as refeições se misturam”, ou seja, o valor das
mercadorias adquiridas se mistura ao valor das mercadorias
anteriormente existentes em estoque. Por essa razão, no momento da
compra (1), não foram utilizadas linhas diferentes para registrar o
estoque anteriormente existente no estoque e o estoque adquirido na
operação; (2) ao contrário, foi calculado o valor médio de estoque
existente (considerando o estoque anterior e o estoque adquirido na
operação).
No método da Média, “as refeições antes realizadas devem se misturar
para sair do estoque em conjunto”, ou seja, a baixa das unidades é
dada pelo valor médio das aquisições anteriormente efetuadas.
Repare que, seguindo o método da Média:
- o total de entrada atinge o valor de R$ 1.650,00
(somatório da coluna “entradas” representativo das
compras);
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- o total de saída atinge o valor de R$ 1.075,00
(somatório da coluna “saídas” representativo do
custo das mercadorias vendidas);
- o valor do estoque inicial era de R$ 400,00 (saldo
total da primeira linha);
- o valor do estoque final foi calculado em R$ 975,00
(saldo total da última linha);
- isso está de acordo com a fórmula da equação
fundamental dos estoques (CMV = Ei + C – Ef),
conforme tabela a seguir
Fórmula Valores Interpretação
Ei 400,00 O que estava no estoque no início do período
(+) Compras 1.650,00 adicionado àquilo que entrou no estoque durante o período
(-) Ef (975,00) subtraído do que restou no estoque ao final do período
(=) CMV 1.075,00 é igual ao que saiu do estoque durante o período
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no último dia do período. Frise-se que o método da “Média Ponderada
Fixa” não é aceito pela legislação societária nem fiscal.
Comentários:
No método UEPS “as refeições não se misturam”, ou seja, o valor das
mercadorias adquiridas não se mistura ao valor das mercadorias
anteriormente existentes em estoque. Por essa razão, no momento da
compra, foram utilizadas linhas diferentes para registrar o valor das
mercadorias anteriormente existentes no estoque e o valor do estoque
adquirido na operação.
No método UEPS, “a última refeição deve sair completamente do
estoque, antes que a anterior comece a sair”, ou seja, somente após a
baixa de todas as unidades adquiridas por último, inicia-se a baixa das
unidades adquiridas anteriormente.
Repare que, seguindo o método UEPS:
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- o total de entrada atinge o valor de R$ 1.650,00
(somatório da coluna “entradas” representativo das
compras);
- o total de saída atinge o valor de R$ 1.150,00
(somatório da coluna “saídas” representativo do
custo das mercadorias vendidas);
- o valor do estoque inicial era de R$ 400,00 (saldo
total da primeira linha);
- o valor do estoque final foi calculado em R$ 900,00
(saldo total da última linha);
- isso está de acordo com a fórmula da equação
fundamental dos estoques (CMV = Ei + C – Ef),
conforme tabela a seguir
Fórmula Valores Interpretação
Ei 400,00 O que estava no estoque no início do período
(+) Compras 1.650,00 adicionado àquilo que entrou no estoque durante o período
(-) Ef (900,00) subtraído do que restou no estoque ao final do período
(=) CMV 1.150,00 é igual ao que saiu do estoque durante o período
30
Isso é o que eu chamo de “excrescências”, informações irrelevantes para a resolução
da questão, que são colocadas no enunciado para causar confusão.
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método UEPS, intermediário no método da Média e o maior no método
PEPS, conforme tabela a seguir:
Método Custo da Mercadoria Vendida Estoque Final
UEPS 1.150,00 900,00
Média 1.075,00 975,00
PEPS 1.000,00 1.050,00
12 Inventário periódico
12.1 Conceito e aplicação
A empresa que não mantiver o registro permanente de inventários, fica
obrigada, ao final do exercício a apurar os estoques com base em
contagem física, cujas quantidades serão valorizadas aos preços das
compras mais recentes (PEPS).
Desta forma, a cada compra de mercadorias efetuada, a empresa não
atualiza seu estoque, mas apenas registra a compra feita.
Esse procedimento hoje está em desuso, pois, com o advento do micro-
computador e do código de barras, o controle imediato do estoque a
cada venda tornou-se acessível ao grande público. Ocorre que esse é
um fenômeno recente, relativamente poucos anos atrás, o computador
era um bem muito caro e não existiam profissionais que pudessem
utilizá-lo com facilidade. Assim, naquele tempo, o regime de inventário
periódico era largamente utilizado – principalmente pelas empresas de
pequeno e médio porte.
As empresas que se utiliza o regime de inventário periódico podem
optar pela utilização do seguinte elenco de contas: (1) “Compras”,
representando o valor das mercadorias adquiridas no período e (2)
“Mercadorias”, representando o valor inicialmente existente em estoque.
Alternativamente, essas empresas podem optar pela utilização de uma
única conta “Mercadorias” representando o valor inicial do estoque e o
valor das aquisições realizadas no período.
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A seguir, apresentaremos cada um dos dois procedimentos acima
referidos.
12.2.1 Procedimento
As empresas que optam pelo regime de inventário periódico devem
seguir o seguinte procedimento:
(1) No início do período, na conta “Mercadorias”, deve estar registrado o
valor do estoque inicial (que corresponde ao estoque final do período
imediatamente anterior ou que – no caso do primeiro período de
existência da empresa – corresponde a zero).
(2) durante o período, podem ocorrer compras e vendas de
mercadorias:
- no caso de ocorrência de compras, há que ser
registrada a entrada de valor no estoque da empresa
em uma conta intermediária denominada “Compras”,
e respectivos créditos tributários (que neste item
serão desconsiderados, para fins de simplificação),
conforme lançamento abaixo31:
D = Compras
C = a caixa (bancos ou duplicatas a pagar) 1.000,00
31
Considerando compras no valor de R$ 1.000,00 e desconsiderando – para fins de
simplificação – a incidência de quaisquer tributos sobre a operação.
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registrado os lançamentos do Custo da mercadoria vendida, de
fechamento da conta Compras e de atualização da conta Mercadorias.
O procedimento de inventário, que ocorre ao final do período de
apuração do resultado, consiste na contagem física do estoque de cada
mercadorias e na sua valoração, com base no preço constante das
últimas notas fiscais de aquisição daquela mercadoria. Esse
procedimento de inventário é realizado da seguinte maneira:
- antes de mais nada, fecha-se o estabelecimento e coloca-se uma faixa
com os seguintes dizeres “fechado para balanço” (o que não é bem
verdade, visto que o estabelecimento está fechado para “inventário”,
mas não se coloca a frase “fechado para inventário” para as pessoas
não pensarem que algum sócio da empresa tenha morrido);
- em seguida, PARA CADA TIPO DE MERCADORIA CONSTANTE DO
ESTOQUE, ou seja, por cada “item de estoque”, conta-se fisicamente a
respectiva quantidade (o que resulta na apuração da quantidade do item
no estoque final do período);
- após a apuração da quantidade do item em estoque, é realizada sua
valoração32 “extra-contábil”, que consiste em (1) relacionar as notas
fiscais em ordem inversa – da mais nova para a mais antiga – e (2)
atribuir os valores unitários das mercadorias constantes dessas notas
fiscais às unidades constantes do estoque final.
Exemplificando, considere uma mercadoria “xpto” que, de acordo com a
contagem física realizada, conste no estoque na quantidade de 100
unidades. Considere, ainda, as últimas notas de aquisição desta
mercadoria, conforme tabela a seguir:
Notas fiscais de aquisição da mercadoria XPTO
ordem data da NF (*) quantidade valor unitário valor total
última 30/12/XX 20 50,00 1.000,00
penúltima 29/12/XX 30 40,00 1.200,00
antepenúltima 29/12/XX 10 30,00 300,00
... 27/12/XX 15 30,00 450,00
... 22/12/XX 25 25,00 625,00
... 21/12/XX 30 25,00 750,00
... 21/12/XX 16 25,00 400,00
... 19/12/XX 39 20,00 780,00
... ... ... ... ...
(*) data da aquisição da mercadoria
32
Esse ponto é muito importante para o entendimento do procedimento e muito pouca
atenção tem sido dada a ele nos livro. Com efeito, na maioria dos livros há uma frase
lacônica referenciando que o valor do estoque final deva ser apurado de maneira
“extra-contábil”. Neste curso, explicitamos no que consiste este procedimento “extra-
contábil”.
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Com base nas informações acima, é possível valorizar o estoque final
dessa mercadoria, conforme memória de cálculo abaixo:
Quantidade em estoque - conforme contagem física: 100 unidades
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Repare que não é necessário atualizar o valor da conta “Mercadorias”,
pois ela ficará registrada EXATAMENTE pelo valor do estoque final
apurado “extra-contabilmente”, de R$ 3.575,00, conforme razonete
abaixo apresentado:
Mercadorias
SI 3.000,00
1 (*) 1.000,00
425,00 2 (*)
SF 3.575,00
12.2.2 Exemplo
Apresentado, e analisado (acima), o procedimento de controle periódico
de estoques, com a utilização das contas “Compras” e “Mercadorias”;
ilustraremos o conceito com o acompanhamento de um exemplo
completo, considerando, para fins didáticos:
- a não incidência de tributos na entrada e na saída de
mercadorias;
- o estoque inicial de mercadorias R$ 100,00 (conforme
registrado na conta Mercadorias – apurado no final do período
anterior – e constante do livro Registro de Inventário);
- a ocorrência de vários fatos contábeis (compras e vendas)
durante o período.
a) aquisição, a vista, de mercadoria para revenda por R$ 100,00,
conforme lançamento a seguir.
D= compras
C = a caixa 100,00
b) venda, a vista, de mercadorias por R$ 150,00, conforme lançamento
a seguir.
D= caixa
C = a Receita Bruta de Vendas 150,00
c) nova aquisição, a vista, de mercadorias por R$ 120,00, conforme
lançamento a seguir.
D= compras
C = a caixa 120,00
d) venda, a vista, de mercadorias por R$ 130,00, conforme lançamento
a seguir.
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D= caixa
C = a Receita Bruta de Vendas 130,00
e) ao final do período, o estoque é contado - procedimento de inventário
- e as mercadorias constantes deste estoque são valorizadas pelo preço
de aquisição das mercadorias mais recentes. Para os fins do presente
exemplo, consideraremos que o resultado desta contagem e valorização
de estoque foi de R$ 145,00.
f) utilizando-se a equação fundamental dos estoques, podemos calcular
o custo das mercadorias vendidas. CMV = Ei + C - Ef onde:
- CMV = custo das mercadorias vendidas
- Ei = estoque inicial
- C = compras
- Ef = estoque final
CMV = 100 + 220 - 145 CMV = 175.
g) deste modo, a conta “Compras” – com saldo de R$ 220,00 – deve ser
zerada e seu saldo transferido para a conta “Mercadorias”, que passa a
registrar o valor de todas as compras efetuadas (que já foram vendidas
ou que ainda estão guardadas no estoque da companhia – para venda
no próximo período), conforme lançamento a seguir:
D= Mercadorias
C = a Compras 220,00
h) conforme calculado no item (f), parte deste estoque adquirido foi
vendido pelo custo de R$ 175,00, assim, é necessário registrar o CMV a
crédito da conta “Mercadorias”.
D= CMV
D = a Mercadorias 175,00
i) o saldo da conta Mercadorias ficará automaticamente atualizado e
será igual ao estoque inicial, somado às compras e deduzido do custo
das mercadorias vendidas:
100 + 220 - 175 = 145,00 (cqd).
Considerando um patrimônio inicial de R$ 4.900,00 em caixa, R$ 100,00
em mercadorias e R$ 5.000,00 em capital social, podemos representar
(apenas para facilitar a visualização do procedimento) os lançamentos
acima nos razonetes a seguir:
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capital caixa Mercadorias
débitos créditos débitos créditos débitos créditos
5.000,00 si si 4.900,00 100,00 a si 100,00 175,00 i
b 150,00 120,00 c h 220,00
d 130,00 -------
sf 145,00
12.3.1 Procedimento
O procedimento de inventário periódico pode ser também realizado com
a utilização de apenas uma conta “Mercadorias”, em detrimento do
procedimento acima apresentado, que utilizou as contas “Mercadorias” e
“Compras”. Nesse caso, na conta “Mercadorias”, será registrado: (1) no
início do período, a débito, o saldo do estoque inicial, (2) durante o
período, a cada compra realizada, a débito, o valor da respectiva
compra (líquida) e (3) ao final do período, a crédito, o valor do Custo da
Mercadoria Vendida. Dessa forma, na conta “Mercadorias” – ao final do
período – estará registrado o valor do estoque final.
A figura a seguir representa esquematicamente o funcionamento da
conta Mercadorias.
Mercadorias
SI de natureza devedora
no valor do estoque inicial
débitos a cada operação de compra
no valor da respectiva compra
na apuração do estoque final créditos
SF de natureza devedora no valor do CMV
no valor do estoque final
12.3.2 Exemplo
Apresentado, e analisado (acima), o procedimento de controle periódico
de estoques, com a utilização da conta “Mercadoria” em oposição ao
procedimento anteriormente estudado (que utiliza as contas “Compras”
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e “Mercadorias”); ilustraremos o conceito com o acompanhamento de
um exemplo completo, considerando, para fins didáticos:
- a não incidência de tributos na entrada e na saída de
mercadorias;
- o estoque inicial de mercadorias R$ 100,00 (conforme
registrado na conta Mercadorias – apurado no final do período
anterior – e constante do livro Registro de Inventário);
- a ocorrência de vários fatos contábeis (compras e vendas)
durante o período.
a) aquisição, a vista, de mercadoria para revenda por R$ 100,00,
conforme lançamento a seguir.
D= Mercadorias
C = a caixa 100,00
b) venda, a vista, de mercadorias por R$ 150,00, conforme lançamento
a seguir.
D= caixa
C = a Receita Bruta de Vendas 150,00
c) nova aquisição, a vista, de mercadorias por R$ 120,00, conforme
lançamento a seguir.
D= Mercadorias
C = a caixa 120,00
d) venda, a vista, de mercadorias por R$ 130,00, conforme lançamento
a seguir.
D= caixa
C = a Receita Bruta de Vendas 130,00
e) ao final do período, o estoque é contado - procedimento de inventário
- e as mercadorias constantes deste estoque são valorizadas pelo preço
de aquisição das mercadorias mais recentes. Para os fins do presente
exemplo, consideraremos que o resultado desta contagem e valorização
de estoque foi de R$ 145,00.
f) utilizando-se a equação fundamental dos estoques, podemos calcular
o custo das mercadorias vendidas. CMV = Ei + C - Ef onde:
- CMV = custo das mercadorias vendidas
- Ei = estoque inicial
- C = compras
- Ef = estoque final
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CMV = 100 + 220 - 145 CMV = 175.
g) a conta “Mercadorias” já se encontra com saldo de R$ 100,00
(inicial), acrescido de R$ 220,00 – relativo às compras – dessa forma,
não é necessário qualquer lançamento (em oposição ao procedimento
anteriormente apresentado, no qual devia ser zerada a conta
“Compras”, com seu saldo transferido para a conta “Mercadorias”, que
passaria a registrar o valor de todas as compras efetuadas) .
h) conforme calculado no item (f), parte deste estoque adquirido foi
vendido pelo custo de R$ 175,00, assim, é necessário registrar o CMV a
crédito da conta “Mercadorias”.
D= CMV
D = a Mercadorias 175,00
i) o saldo da conta Mercadorias ficará automaticamente atualizado e
será igual ao estoque inicial, somado às compras e deduzido do custo
das mercadorias vendidas:
100 + 220 - 175 = 145,00 (cqd).
Considerando um patrimônio inicial de R$ 4.900,00 em caixa, R$ 100,00
em mercadorias e R$ 5.000,00 em capital social, podemos representar
(apenas para facilitar a visualização do procedimento) os lançamentos
acima nos razonetes a seguir:
13 Resumo
1) Estoques – conceito: bens, comprados ou produzidos, para venda ou
consumo.
2) Contas componentes do grupo representativo dos estoques:
mercadorias para revenda, matérias primas, materiais auxiliares,
materiais de acondicionamento e embalagem, produtos em
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elaboração, produtos acabados, importações em andamento,
adiantamento a fornecedores, almoxarifado, manutenção e
suprimentos gerais, provisão para redução ao valor de mercado
(conta credora), provisão para perdas em estoques (conta credora).
3) Provisão para ajuste a valor de mercado – trata-se de “perda na
penumbra” que vem a reduzir o valor do estoque ao valor de
mercado (que é diferentemente definido para itens de consumo ou
itens de venda)
a) Itens para consumo (almoxarifado e matérias-primas) – o valor de
mercado é igual ao valor de reposição.
b) Itens para venda (mercadorias e produtos) – o valor de mercado é
o valor de venda, deduzido de (1) tributos sobre a venda, (2)
despesas relativas à venda e (3) margem de lucro.
4) Componentes do custo
a) Regra didática – é componente do custo, ou seja, entra no
estoque, tudo o que é pago para se adquirir a mercadoria e que
ninguém nos devolve.
b) Aplicação da regra aos diferentes itens componentes do custo
i) Fretes e seguros – compõem o custo, pois paga-se por eles e
ninguém nos devolve
ii) Encargos específicos da importação – o Imposto de Importação
compõe o custo pois não é recuperável (ninguém nos devolve),
mas há tributos sobre operação de importação que são
recuperáveis (o governo nos devolve) e, portanto, não vão para
o estoque (ficam registrados no ativo – direito de crédito de
tributo). É o caso do IPI, do ICMS e do PIS/Pasep-Cofins sobre
a importação realizada por contribuinte sujeito à sistemática
não-cumulativa das contribuições.
iii) Tributos nas operações internas (ICMS, IPI, PIS/Pasep e
Cofins)
(1)
ICMS – é recuperável em operações de aquisição para
industrialização e para revenda; é também recuperável (a
longo prazo) nas operações de aquisição de ativo
imobilizado; não é recuperável nas operações de aquisição
de material de consumo.
(2)
IPI – é recuperável em operações de aquisição para
industrialização; não é recuperável em operações de
aquisição de ativo imobilizado nem de material de consumo.
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(3)
PIS/Pasep e Cofins – são recuperáveis em operações de
aquisição de matéria prima para industrialização,
mercadorias ou produtos para revenda e de bens do
imobilizado (mas somente quando a empresa estiver sujeita
à sistemática não cumulativa do tributo).
c) Fatos que alteram o custo dos estoques – situações típicas
i) Devolução de compras – implica a redução do valor em estoque
e dos créditos tributários sobre a compra anteriormente
ocorrida
ii) Descontos incondicionais recebidos – sobre compras – implica a
redução dos créditos de PIS/Pasep, Cofins e ICMS (é
irrelevante para o IPI).
iii) Abatimentos sobre compras – não implica a redução dos
créditos de tributos sobre a compra anteriormente ocorrida
5) Contabilização das receitas de vendas e respectivos custo e tributos
a) Tributos incidentes sobre as vendas – IPI, ICMS, ISS, PIS/Pasep e
Cofins
b) Fatos que alteram o valor das vendas
i) Devolução das vendas – implica redução do faturamento,
retorno dos produtos ao estoque e estorno dos tributos sobre a
venda.
ii) Abatimentos sobre vendas – implica apenas redução do
faturamento.
iii) Descontos incondicionais concedidos – sobre vendas – implica a
redução do valor do ICMS e do PIS/Pasep-Cofins, mas não é
relevante para o IPI.
6) Apuração e contabilização dos tributos não-cumulativos a recolher -
ICMS-IPI-PIS/Pasep-Cofins
a) Com a utilização de Contas contábeis relativas a tributos “a
Recolher” e “a Recuperar” – compras implicam o registro de
tributos a recuperar e vendas implicam o registro de tributos a
recolher; ao final do período de apuração, deve ser apurado o
saldo líquido a pagar (e registrado o respectivo recolhimento) ou a
receber (que pode ser utilizado em períodos de apuração futuros).
b) Com a utilização da Conta contábil “Conta-corrente” relativas aos
tributos – havendo somente uma conta para registro conjunto do
direito (tributos a recuperar) e a obrigação (tributos a recolher),
ao final do período, se o saldo da conta for devedor, haverá um
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direito (de utilização de crédito de tributo em períodos futuros),
mas se o saldo for credor, haverá uma obrigação (de recolher
tributo).
7) Apuração do Custo da Mercadoria Vendida – o valor do custo da
mercadoria vendida (a ser registrado na conta CMV) é igual ao valor
dos bens anteriormente adquiridos e que foram entregues ao cliente
por conta de vendas. Ora, o valor entregue (baixado do estoque)
corresponde ao valor que existia anteriormente em estoque (Estoque
inicial), adicionado do valor do estoque adquirido no período
(Compras) e deduzido do valor que sobrou no estoque ao final do
período (Estoque final). Dessa forma, é proposta a seguinte fórmula,
para apuração do CMV: CMV (=) Ei (+) C (-) Ef. Onde: “Ei”
corresponde ao estoque inicial, “C” corresponde às compras do
período e “Ef” corresponde ao estoque final.
8) Regimes de inventário – permanente x periódico – a empresa pode
optar por manter controles que permitam saber o valor do custo da
mercadoria a cada operação de venda (inventário permanente) ou,
sem esses controles, deve realizar um procedimento ao final do
período de apuração que permita apurar de uma só vez o valor do
custo de todas as mercadorias vendidas no período (inventário
periódico).
9) Inventário permanente – a empresa que utiliza o regime de
inventário permanente tem a possibilidade de saber, a qualquer
momento, o valor do custo da mercadoria vendida e do estoque.
Para isso, é necessário manter (para cada item do estoque) uma
ficha de controle de estoque, onde são registrados (em quantidade,
valor unitário e valor total) as entradas, as saídas e o saldo do
estoque (de cada operação, de compra ou venda).
a) Métodos de apuração e controle do estoque - No regime de
inventário permanente, podem ser escolhidos diferentes critérios
para a baixa dos itens de estoque vendidos – conhecidos como
métodos de apuração e controle de estoque, são eles: (1) PEPS,
(2) UEPS e (3) Média Ponderada Móvel.
i) Primeiro que entra – primeiro que sai (PEPS – FIFO) – no
método PEPS, o valor da baixa da mercadoria vendida é o valor
da mercadoria adquirida há mais tempo.
ii) Média ponderada móvel (Média) – no método da Média, o valor
da baixa da mercadoria vendida é o valor médio de todas as
mercadorias antes adquiridas e ainda não saídas do estoque.
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iii) Último que entra – último que sai (UEPS – LIFO) – no método
UEPS, o valor da baixa da mercadoria vendida é o valor da
mercadoria adquirida há menos tempo.
10) Inventário periódico - a empresa que utiliza o regime de
inventário periódico não tem a necessidade de manutenção das fichas
de estoque (obrigatórias para as empresas que optam pelo regime de
inventário permanente). Em compensação, não têm a possibilidade
de saber, a qualquer momento, o valor do custo da mercadoria
vendida e do estoque – somente ao final do período de apuração, em
decorrência de um procedimento especial de inventário.
a) Inventário periódico com a utilização das contas “Compras” e
“Mercadorias” - Para implementação do regime de inventário
periódico com a utilização das contas “Compras” e “Mercadorias”,
a empresa: (1) no início do período tem o valor do estoque inicial
registrado na conta “Mercadorias” (que é igual a zero, no primeiro
período e, nos demais, igual ao estoque final do período anterior);
(2) durante o período – (a) registra as aquisições de mercadorias
na conta “Compras” e (b) registra as receitas de venda, mas não
registra o respectivo custo; (3) ao final do período – (a) realiza o
procedimento de inventário e apura extra-contabilmente o valor
do estoque final; (b) apura o “Custo da Mercadoria Vendida”
através da utilização da equação fundamental dos estoques e (c)
faz os lançamentos de fechamento da conta “Compras” e de
registro do CMV. Após esses lançamentos, o saldo da conta
“Mercadorias” fica automaticamente atualizado para o valor do
estoque final.
b) Inventário periódico com a utilização da conta “Mercadorias” –
como conta mista – Para implementação do regime de inventário
periódico com a utilização da conta “Mercadorias”, como conta
mista, a empresa: (1) no início do período tem o valor do estoque
inicial registrado na conta “Mercadorias” (que é igual a zero, no
primeiro período e, nos demais, igual ao estoque final do período
anterior); (2) durante o período – (a) registra as aquisições de
mercadorias na própria conta “Mercadorias” e (b) registra as
receitas de venda, mas não registra o respectivo custo; (3) ao
final do período – (a) realiza o procedimento de inventário e apura
extra-contabilmente o valor do estoque final; (b) apura o “Custo
da Mercadoria Vendida” através da utilização da equação
fundamental dos estoques e (c) faz o lançamento de registro do
CMV. Após esse lançamento, o saldo da conta “Mercadorias” fica
automaticamente atualizado para o valor do estoque final.
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14 Exercícios de Fixação (Questões de concurso elaborado pela
ESAF – resolvidas e comentadas)
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Balancete de verificação
ATIVOS 2000 2001 31.12.2002
Disponibilidades 1.500,00 3.500,00 31.000,00
Duplicatas a Receber 224.000,00 210.000,00 257.500,00
(-) PDD (2.000,00) (4.000,00) (5.000,00)
Estoques 25.000,00 30.000,00 70.000,00
Participações Societárias
Cia. SOL - 80.000,00 80.000,00
Cia. LUA - 150.000,00 150.000,00
Cia. ESTRELA 1.500,00 1.500,00 1.500,00
Terrenos 60.000,00 60.000,00 180.000,00
Veículos 40.000,00 40.000,00 40.000,00
Edificações 20.000,00 20.000,00 20.000,00
Obras em andamento 54.000,00 150.000,00
Depreciação Acumulada (10.000,00) (20.000,00) (30.000,00)
CMV 170.000,00
Despesas Administrativas - - 70.000,00
Devedores Duvidosos - - 5.000,00
Despesas Financeiras - - 40.000,00
Depreciação - - 10.000,00
TOTAL DO ATIVO + DESPESAS 360.000,00 625.000,00 1.240.000,00
Fornecedor 25.000,00 40.000,00 56.000,00
Contas a Pagar 15.000,00 22.000,00 80.000,00
Impostos, Contribuição e Participação a Pagar 11.000,00 26.000,00 -
Dividendos a Pagar 25.000,00 35.000,00 -
Empréstimos e Financiamentos 40.000,00 60.000,00 200.000,00
Capital 200.000,00 400.000,00 430.000,00
Reserva Legal 4.000,00 12.000,00 12.000,00
Reservas de Lucros 30.000,00 10.000,00 -
Lucros/Prejuízos Acumulados 10.000,00 20.000,00 -
Vendas - - 460.000,00
Reversão de PDD - - 2.000,00
TOTAL DO PASSIVO+PAT. LÍQUIDO+Receitas 360.000,00 625.000,00 1.240.000,00
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Dados dos
Investimentos
em
Participações % De
Societárias Participação Informações sobre as Investidas
Total PL ajustado em
31.12.20x2 antes da Reavaliação de
distribuição dos dividendos Ativos efetuados Dividendos
PL Final em e da reavaliação de ativos por investidas em distribuídos ao
31.12.20x1 pelas investidas 21.12.20x2 final de 2002
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14.1.2 TRF – Técnico da Receita Federal (ESAF) - 2006
Enunciado
10- No período selecionado para esse estudo, foi constatada a seguinte
movimentação de mercadorias isentas de qualquer tributação:
1) estoques anteriores de 1.500 unidades, avaliados em R$ 30,00 por
unidade;
2) entradas de 2.300 unidades, adquiridas a prazo a R$ 40,00 cada
uma;
3) saídas de 2.100 unidades, vendidas a vista a R$ 50,00 cada uma.
Sabendo-se que sob o critério PEPS os estoques serão avaliados ao
custo das últimas entradas e que no referido período houve a devolução
de 200 unidades vendidas, podemos dizer que o CMV foi de
a) R$ 76.000,00.
b) R$ 69.000,00.
c) R$ 68.400,00.
d) R$ 61.000,00.
e) R$ 57.000,00.
Resolução e comentários
A resolução dessa questão exige o conhecimento do preenchimento da
ficha de controle de estoque permanente – pelo método PEPS (primeiro
que entra – primeiro que sai). Alguns cuidados devem ser tomados na
resolução:
- o preço da venda é desnecessário para o cálculo do custo;
- a devolução corresponde a uma saída negativa (dos últimos
elementos saídos do estoque).
Aplicando os dados do problema à ficha de controle de estoque
permanente, temos o resultado, conforme tabela a seguir:
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Entradas Saídas Saldo
item Qtd. Valor unit. Valor Total Qtd. Valor unit. Valor Total Qtd. Valor unit. Valor Total
Estoque inicial 1500 30,00 45.000,00
CMV 61.000,00
Gabarito
D
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cálculo do estoque final, pedido na questão. Importante, a relação de
fatos ocorridos não está apresentada em ordem cronológica! A primeira
venda ocorre antes da segunda compra. É necessário calcular o valor
do estoque respeitando a ordem cronológica dos fatos ocorridos.
Gabarito
D
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DRE - Demonstração do Resultado do Exercício
Item Valor
Receita Bruta de Vendas - RBV
(-) Deduções
devoluções e vendas canceladas
descontos incondicionais e abatimentos
tributos sobre vendas
ICMS
PIS
COFINS
ISSQN
(=) Receita Líquida de Vendas - RLV
(-) Custo da Mercadoria Vendida
(=) Lucro Bruto - LB
Na questão são dados o CMV = 146000 e o ICMS = 17% (x) RBV. Não
há menção a valores relativos a descontos incondicionais, abatimentos,
vendas canceladas, devoluções, Pis/Cofins ou ISSQN, assim assume-se
que todos esses valores devem ser iguais a zero.
Daí, conclui-se que:
LB = RBV – ICMS – CMV LB = RBV (–) 17% (*) RBV (-) 146000.
Entretanto, é dado do enunciado que:
LB = 10% (*) RBV
Então, temos um sistema de duas equações e duas incógnitas:
a) LB = RBV (–) 17% (*) RBV (-) 146000
b) LB = 10% (*) RBV
A resolução, por substituição é a seguinte:
10% (*) RBV = RBV (–) 17% (*) RBV (-) 146000
73% (*) RBV = 146000
RBV = 146000 (/) 0,73 = 200.000,00, conforme alternativa E.
Gabarito
E
33
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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13- Determinada empresa industrial vendeu 2.000 unidades de um
produto, ao preço unitário de R$ 120,00, com frete de R$ 3.000,00
por conta do vendedor. O vendedor concedeu, na nota fiscal, um
desconto de R$ 2.500,00 e, ainda, um desconto de R$ 2.000,00 no
pagamento da duplicata, vencível a 30 dias.
Sabendo-se que:
- o custo dos Produtos Vendidos é de R$ 120.000,00;
- foram pagas:
outras despesas com vendas de R$ 2.600,00;
salários de vendedores de R$ 3.500,00;
- a transação estava sujeita a:
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços de R$
2.400,00;
Imposto sobre Produtos Industrializados de R$ 2.100,00;
Programa de Integração Social (PIS) – faturamento de R$ 500,00;
Contribuição Social sobre o Faturamento (COFINS) de R$ 1.000,00.
Podemos afirmar que a receita líquida de vendas do produto é de
a) R$ 231.500,00
b) R$ 229.500,00
c) R$ 228.600,00
d) R$ 231.600,00
e) R$ 233.600,00
Resolução e comentários
A receita líquida de vendas é um conceito relativo à Demonstração de
Resultados do Exercício e consiste o valor da Receita Bruta de Vendas,
subtraído das deduções de vendas (descontos
incondicionais/abatimentos, devoluções/vendas canceladas e tributos
sobre vendas – ICMS, PIS, COFINS e ISSQN).
Com base na definição acima, e nos dados do problema, encontra-se, a
seguir apresentada, estrutura de parte da DRE com a memória de
cálculo da apuração da receita líquida de vendas, requisitada na
questão.
Receita bruta de vendas 240.000,00
(-) descontos incond. (2.500,00)
(-) devoluções -
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(-) impostos sobre vendas
Icms (2.400,00)
Pis (500,00)
Cofins (1.000,00)
(=) receita líquida de vendas 233.600,00
Repare que as demais informações não eram necessárias para a
resolução da questão.
Gabarito
E
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cliente, deve ser retirado o valor do desconto condicional caso ocorra o
pagamento no prazo de 30 dias.
Uma última informação, antes da resolução da questão, é a de que a
redução do valor a ser exigido, por pagamento em prazo mais exíguo,
corresponde ao valor do dinheiro no tempo (juros). Assim, o desconto
condicional tem a natureza financeira dos juros.
A seguir, apresentamos a tabela com a apuração do valor do desconto
condicional (classificado como despesa financeira).
Valores Descrição
280.000,00 Valor da venda
6% percentual de desconto incondicional
(16.800,00) desconto incondicional
263.200,00 Valor a receber
5% percentual de desconto (sobre o valor a receber) no caso de pagamento em 30 dias
(13.160,00) desconto condicional
Gabarito
D
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(D) Último que entra primeiro que sai
(E) Primeiro que entra primeiro que sai
Resolução e comentários
Trata-se de uma questão teórica e, portanto, os dados numéricos
apresentados acima são irrelevantes. Cabe, de início frisar que o
examinador ressalvou a situação – de que a empresa trabalhava em um
contexto econômico inflacionário; essa ressalva é da maior importância
porque toda a teoria de comparação de resultados ente os métodos
somente é aplicável a cenários inflacionários.
Em cenários inflacionários, os métodos geram resultados operacionais
brutos (lucros brutos operacionais) na seguinte ordem crescente:
a) UEPS;
b) Média Ponderada Móvel;
c) PEPS.
Nesse sentido, reproduzimos – a seguir – o esclarecedor resumo
apresentado na página 99 do livro “Contabilidade básica” de Silvério das
Neves e Paulo E. Viceconti (Ed. Frase. 5a edição – 1996).
PEPS EF (+) CMV (-) Lb (+)
UEPS EF (-) CMV (+) Lb (-)
PMP EF (m) CMV (m) Lb (m)
Onde: (+) significa “maior”, (-) significa “menor” e (m) significa
“médio”.
Gabarito
E
34
Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da
ESAF”, do mesmo autor, em que os conceitos apresentados neste curso são utilizados,
de forma prática, na solução de questões de concurso. Após o estudo desse curso,
teórico, a leitura do referido livro é fortemente recomendada, para consolidação do
aprendizado.
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05- A empresa Asper Outra Ltda., no mês de agosto de 2001, realizou
os negócios abaixo descritos com o item Z34 de seu estoque.
01- compra de 250 unidades;
02- venda de 200 unidades;
03- as mercadorias são tributadas na compra: com ICMS de 15%; e
com IPI de 5%; na venda: com ICMS de 12%;
04- o custo inicial do estoque foi avaliado em R$ 25,00 por unidade;
05- nas compras foi praticado um preço unitário de R$ 30,00;
06- nas vendas o preço unitário praticado foi de R$ 45,00;
07- As operações de compra e de venda foram realizadas a vista, com
cheques do Banco do Brasil, tendo a empresa Asper emitido o cheque
001356 e recebido o cheque 873102, prontamente depositado em sua
conta corrente.
Considerando-se, exclusivamente, essas operações e todas as
informações acima, pode-se afirmar que a conta corrente bancária da
empresa Asper Outra Ltda. foi aumentada em
a) R$ 2.250,00
b) R$ 1.500,00
c) R$ 1.125,00
d) R$ 750,00
e) R$ 275,00
Resolução e comentários
A resolução desta questão necessita apenas da análise do
comportamento da conta bancos nestas operações. Portanto, não é
necessário calcular estoque, custo ou lucro bruto.
Fatos:
(1) compra de 250 unidades a 30,00, com ICMS de 15% e IPI de 5%.
D= Estoques 6.750,00
D= ICMS a recuperar 1.125,00
C=a Bancos 7.875,00 (30,00*250 + 5% de
IPI)
(2) Venda de 200 unidades a 45,00, com ICMS de 12%.
D= Bancos
C=a RBV 9.000,00 (45,00 * 200)
Crescimento da conta bancária = 9.000,00 – 7.875,00 = 1.125,00
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Gabarito
C
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DELIBERAÇÃO CVM Nº 288, DE 03 DE DEZEMBRO DE 1998 - Dispõe
sobre a possibilidade de ajuste ou reversão, pelas companhias abertas,
da reavaliação do ativo imobilizado.
15.3 Livros
Iudícibus, Sérgio de; Martins, Eliseu e Gelbke, Ernesto Rubens Gelbcke.
Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações – FIPECAFI. Ed.
Atlas. São Paulo – 4a edição – 1995.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Básica. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Neves, Silvério das e Viceconti, Paulo E. V. Contabilidade Avançada. Ed.
Frase. São Paulo – 5a edição – 1996.
Gonçalves, Eugênio Celso e Baptista, Antônio Eustáquio. Contabilidade
Geral. Ed. Atlas. São Paulo – 2a edição – 1994.
Silva, Benedito Gonçalves da. Contabilidade Geral. Ed. Meta – 2a edição
– 1994.
Ferrari, Ed Luiz, Contabilidade Geral: teoria e 950 questões – Rio de
Janeiro: Elsevier 2006.
Velter, Francisco e Missagia, Luiz R. Manual de Contabilidade – Rio de
Janeiro: Impetus, 2003.
Ferreira, Ricardo J. Contabilidade avançada e intermediária – 2. ed. –
Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2004.
Santos, Luiz Eduardo. Contabilidade: Resoluções e comentários de
Questões da ESAF. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
Recktenvald, Gervásio e Ávila, René Bergmann. Manual de auditoria
fiscal: teoria e prática – Porto Alegre: Síntese, 2002.
15.4 Internet
www.planalto.gov.br
www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.gov.br
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