Você está na página 1de 2

1º Como surgem as ideias para escrever um livro? Qual seu processo de criação?

R: Podem surgir de qualquer situação. Desde um filme, livro, música, sonho, gente andando na
rua, qualquer coisa que me provoque ou que me deixe com vontade de saber mais. Ou
simplesmente responder uma pergunta: E SE?

2º Gosta de trabalhar em silêncio ou ouvindo música (você é músico).

R: Depende do meu nível de concentração. E isso depende de meu cansaço. Se no momento de


escrever estiver cansado, o trabalho será em silêncio. Se estiver bem gosto de escrever com a tv
ligada. Com música me distraio muito.

3º Existe semelhanças na hora de compor uma música ou um capítulo de um livro?

R: Em relação a regras e formas sim. Mas se deformar as regras musicais ou da narratológicas


acho mais interessante.

4º Quem são suas influências?

R: Musicais: Bach e Villa-lobos.

5º Como a tecnologia contribui para a divulgação de suas obras?

R:Acho fantástico. Atinge muito mais gente. A publicação física jamais alcançará a
abrangência de um trabalho que use a internet como meio de divulgação.

6 º Você se considera um músico/ escritor ou um escritor/músico? (ouvi sua observação em


sua apresentação na FATEA e gostaria que comentasse aqui)

R: Músico/escritor. Apesar de alguns considerarem a música uma linguagem. Não vejo assim. A
música tem semelhanças com a linguagem falada. Mas assume uma abstração muito
individual. Cada um pode ver de uma forma. São múltiplas leituras e possibilidades. As
palavras, apesar de também possuírem múltiplas formas de interpretação, são mais diretas. A
subjetividade das palavras a meu ver está dentro de um limite. Os sons me parecem possuir um
limite maior. As palavras em meu livro são como uma foto de um imenso cardume. Os sons de
minhas músicas são esse mesmo cardume, mas estão constantemente em movimento como
em um vídeo. As palavras podem ser congeladas e gravadas. A música gravada torna perene
uma emoção efêmera e isso me incomoda. A cada dia toco de um jeito e soa de um jeito. As
palavras em um livro estão congeladas. Não mudam. A música muda a cada momento. Passei
e escrever por esse motivo. A perpetuação de uma ideia. O que seria impossível na música.
Você assiste à mesma peça de teatro vários dias e há em cada apresentação uma enorme
gama de fatores que a cada momento mudam a peça. Em um filme isso não acontece. Tudo
acontece do mesmo jeito. Essa inconstância me fez escrever e engessar o momento. Gravar na
rocha. E não na areia.

7º Qual a sensação em ver uma obra finalizada? A resposta do público, a crítica.

R: Muito boa. As respostas foram positivas e acho que consegui o objetivo de não dar margem
a diversas leituras.
8º Como tudo começou (como escritor)?

R: Um trabalho de faculdade que ficou grande demais.

9º Você tem alguma rotina na hora de escrever? Segue algum padrão?

R: Não tenho rotina. A regra é escrever algo que seja relevante independente do tamanho e
que me agrade. A principal regra é ter o mínimo de qualidade em relação ao enredo e que faça
sentido para mim a partir da ideia inicial.

Você também pode gostar