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25/08/2018 ARTIGO: INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL: ATIVIDADE CARTORÁRIA COMO INSTRUMENTO DE COLABORAÇÃO…

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27/11/2017 - 12h26m
ARTIGO: INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL: ATIVIDADE CARTORÁRIA COMO
INSTRUMENTO DE COLABORAÇÃO À JUSTIÇA CÉLERE E EFICIENTE
Suraika Paiva de Sousa
RESUMO
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São incontestáveis as mudanças que vêm ocorrendo em
meio à sociedade nos tempos atuais; no Direito, não
seria diferente. A justiça de tal modo procura
acompanhar essas mudanças, criando Leis que possam
corroborar com a sociedade, de forma eficaz e
satisfatória, e desafogar o Judiciário, a fim de atender
da melhor forma possível a essas demandas. Também
com o intuito de facilitar a vida das pessoas e
desburocratizar a justiça, foi criada a Lei nº 11.441, de
4 de janeiro de 2007, e, em seguida, a Resolução nº 35
do CNJ, que possibilitou a realização de inventário,
partilha e divórcio consensual por meios
administrativos, normatizados pelo novo Código de
Processo Civil (CPC), de 2015. Foi instituído por esta
Lei o chamado procedimento administrativo ou
extrajudicial (escritura pública) com vista à solução
mais célere, eficiente e econômica de problemas
tratados pelo Direito de Família e pelo Direito das
Sucessões. Este trabalho tem como finalidade analisar,
mediante pesquisa bibliográfica, os principais eventos
Suraika Paiva de Sousa, autora do Artigo Científico
decorrentes desta Lei.
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1. INTRODUÇÃO
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A necessidade incansável de reforma do Poder tem sido colocada no centro dos debates jurídicos, políticos e
sociais, devido à crescente demanda e ao acesso à justiça. No entanto, a Justiça não está preparada para cumprir
essa função que lhe foi imposta, a exemplo da pacificação social por meio da resolução de conflitos de modo
célere e eficiente.
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Partindo do pressuposto de que a realidade dos dias atuais é um número relevante de ações propostas em juízo,
compreendendo que há vários fatores, dentre eles a demanda em número bem maior do que a capacidade de
juízes para julgar os casos, despertou a sociedade brasileira para a realidade da estrutura do sistema judicial,
considerada como arcaica, burocrática e ineficiente, especialmente em virtude da morosidade da prestação
jurisdicional, que atinge todas as classes sociais, mas, em particular, àquelas consideradas desprovidas de
capacidade financeira e de conhecimento para exigir os seus direitos, ou seja, a classe mais pobre, pois fica
evidente que uma das maiores dificuldades encontradas hoje em dia para lidar com o Judiciário brasileiro é a
falta de celeridade, principalmente no Direito de Família.
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Ademais, é sabido que o Judiciário brasileiro não comporta tantas ações, deixando assim as pessoas que
recorrem aos serviços à mercê de uma espera sem medida, tendo uma rotina árdua de negativas.
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Dessarte, diante da grande demanda encontrada e ao mesmo tempo com um cenário “abarrotado” de processos,
foi regulamentado pela Lei nº 11.441, de 2007, o Inventário e Partilha Extrajudicial. Essa regulamentação se
deu inteiramente pelo Código de Processo Civil, de 2015, em seu art. 610, mais precisamente no parágrafo 1º,
que dispõe que a escritura pública é título hábil, ou seja, não depende de homologação judicial e pode ser
utilizada para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições
financeiras.
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Essa alteração veio resolver em absoluto a celeuma que ocorria principalmente com os Bancos que, muitas
vezes, por interpretação equivocada, ou até mesmo falta de conhecimento, se negavam e obstruíam o
fornecimento de informações ou exigiam ordens judiciais para levantamento de valores ou outras providências,
representando verdadeiro contrassenso à desjudicialização.
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É preciso destacar que o fundamento utilizado pelos Bancos – garantia do sigilo bancário e fiscal –, com base
na Lei Complementar nº 105, de 2001, não pode sobrepor-se ao consentimento expresso dos interessados, e a
negativa pode configurar crime previsto em lei. A jurisprudência já orienta nesse sentido.
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Sobre a partilha, o Código de Processo Civil, de 2015, em seu art. 1.068, trouxe um dispositivo específico.
Autorizou a possibilidade de sua anulação pelo reconhecimento dos vícios e defeitos do negócio jurídico para
as partilhas realizadas no âmbito administrativo.
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O Código de Processo Civil, de 2015, preserva a dualidade de regimes de inventários e partilha, em
extrajudicial e judicial. No caso de todos os herdeiros serem maiores e concordes, em extrajudicial; nos demais
casos, no judicial. Vem com ele possibilitar a economia, a celeridade e praticidade dos atos, simplificando a
operacionalização do Direito das Sucessões.
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E outro modo, como a maioria das tutelas jurídicas, o inventário judicial é moroso, burocrático e complexo,
envolve altos custos judiciais, desde sua abertura até a partilha dos bens e seu arquivamento, podendo levar
anos até a sua conclusão.
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Na seara do Direito das Sucessões e também no Direito de Família, o Código de Processo Civil, de 2015, como
já dito, possibilita a realização de inventário e partilha consensual pela via administrativa, facilitando e
agilizando, desse modo, a solução dessas demandas.
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O presente trabalho vem expor os procedimentos de Inventário e a Partilha na forma extrajudicial, as vantagens
de fazê-lo por meio dessa via, possibilitando ao leitor uma comparação com os procedimentos em sua forma
tradicional, ou seja, realizados no âmbito do Judiciário.
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Outrossim, pretende-se demonstrar como funciona e quais as formas e normas a serem seguidas, quais os
aspectos inovadores do Inventário e da Partilha realizados administrativamente, bem assim analisar sua
aplicabilidade, legitimidade, seus procedimentos e outros pontos de mesma importância
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2. CONTEXTO HISTÓRICO DA LEI 11.441, DE 2007
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O Poder Judiciário, ao prestar o serviço da jurisdição, procura embasar-se nos princípios da necessidade e
adequação. Dessa forma, se uma contenda pode ser resolvida no âmbito administrativo, já não se faz necessária
a prestação jurisdicional.
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A par desse desafio, a Lei nº 11.441, de 2007, veio introduzir a possibilidade de realizar inventário, separação e
divórcio em Cartório, desde que presentes certos requisitos, sem a necessidade de homologação em juízo.
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Sobre esse assunto escreve Cruz (2009, p. 5):
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[...] A Lei nº 11.441/2007, ao possibilitar que processos necessários de separação, divórcio e inventários
possam ser efetuados sob a forma extrajudicial, de forma rápida, sem maiores constrangimento para o casal (no
caso da separação e divórcio), como também para herdeiros do falecido, no inventário, coaduna com a justiça
coexistencial, priorizando a autonomia das partes e atendendo a instrumentalidade e efetividade do processo
contemporâneo. [...]
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Rodrigo da Cunha Pereira apregoa que a nova Lei nº 11.441, de 2007, além de facilitar o divórcio, a separação
judicial e o recebimento da herança, inova pela menor intervenção do Estado na vida privada das pessoas.
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Pereira (2010, p. 57) ainda acrescenta:
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[...] Os inventários, separações e divórcios consensuais, sem filhos menores, não precisarão mais passar pelo
crivo do Judiciário. Isto significa e representa também o reconhecimento da melancólica incapacidade de
estrutura do Judiciário, assoberbada para resolver as demandas judiciais. O sistema Judiciário brasileiro anda
caótico. Teremos que encontrar outras soluções, outras formas de resolução de conflitos, pois este sistema, tal
como está instalado, não dá respostas satisfatórias às buscas de direitos. Justiça tardia não é justiça. Talvez
tenha chegado a hora de aprendermos com as técnicas da mediação a resolver os conflitos. [...] (PEREIRA, p.
57)
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O principal benefício da lei nos procedimentos extrajudiciais foi o tempo de espera das partes envolvidas, tendo
em vista que a lavratura de escritura de inventário, separação e divórcio será conseguida de forma mais rápida,
em relação ao Judiciário, e o desafogar deste.
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Na visão de Maria Luiza Póvoa Cruz (2009, p.115):
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[...] Na ausência de conflito, entendo que a jurisprudência caminhará para se posicionar, no sentido de que “a
via judicial ficará restrita para as hipóteses de conflito de interesse entre as partes ou da existência de incapaz”.
Isso porque o espírito da nova legislação, dinâmica e reformadora, do procedimento do Direito de Família e do
Direito Sucessório é solucionar de forma rápida as dissoluções das sociedades conjugais e inventários de forma
simplista, reduzindo as demandas judiciais em sintonia com a função social. [...] (CRUZ, p. 115).
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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para uniformizar a aplicabilidade da Lei nº 11.441, de 2007, pelos
tabeliães, editou a Resolução nº 35, de 24 de abril de 2007, com vista a pacificar a matéria.
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Em relação às disposições de caráter geral, a Resolução nº 35, de 2007, dá liberdade às partes para escolherem
livremente o tabelião de notas.
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É necessário frisar a relevância do art. 2° da Resolução nº 35, de 2007, que assim dispõe:
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Art. 2º. É facultada aos interessados a opção pela via judicial ou extrajudicial; podendo ser solicitada, a
qualquer momento, a suspensão, pelo prazo de 30 dias, ou a desistência da via judicial, para promoção da via
extrajudicial.
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Esta Resolução é de suma importância, pois proporciona aos profissionais uma aplicação homogênea da lei,
com vista à uniformização, ampliação e restrição dos procedimentos, mediante normas técnicas. Ela é resultado
da consolidação de pensamentos jurídicos a respeito da lei, o que lhe confere eficácia e legitima a sua
aplicação, tendo sido, primordialmente, uma forma de facilitar o trabalho para os notários, registradores
imobiliários e advogados.
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Como dito alhures, o principal objetivo da lei foi o de desafogar o Judiciário, a fim de poder dar atendimento ao
cidadão de maneira célere e eficiente, assim como permitir-lhe utilizar a via extrajudicial para a realização de
atos, como separações, divórcios, inventários, arrolamentos e partilhas.
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A partir da publicação da Lei nº 11.441, de 2007, esses atos passaram também a ser realizados
extrajudicialmente, desde que, no divórcio e na separação, o casal não possua filhos menores, e, no inventário,
não existam herdeiros menores e incapazes, assim como estejam apreciados outros requisitos previstos na Lei.
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2. EVOLUÇÃO DA LEI N° 11.441, DE 2007
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Em relações jurídicas de conteúdo exclusivamente patrimonial, entre pessoas maiores e capazes, e que não
carecem da tutela do Estado-Juiz, as partes podem deliberar acerca de suas opções, resguardando-se a função
estatal apenas para aquelas situações conflitivas para cuja solução se torne indispensável um ato jurisdicional.
O alívio processual pela sobrecarga do Poder Judiciário não é a principal causa da edição da Lei nº 11.441, de
2007, e sim a agilização e simplificação dos procedimentos.
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Dessa forma, entende-se que o espírito do legislador, na positivação legal, era sem dúvida o de proporcionar
aos usuários a possibilidade de uma solução rápida e singela, a fim de beneficiar a todos na solução de seus
litígios.
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É evidente que a Lei proporcionou ampla participação tanto do notário quanto do advogado, profissionais do
Direito, para a realização do ato notarial, assim como trouxe mais agilidade e conforto para as pessoas. Claro
está que revolucionou o ordenamento jurídico brasileiro, pois permitiu a realização da partilha extrajudicial,
inventário, separações e divórcios, de modo mais fácil, célere e eficaz, e contribuiu para a diminuição e o
desafogo dos processos dessa natureza, no Poder Judiciário, o que significa grande avanço em nossa sociedade,
por ser um instrumento útil na vida dos cidadãos, conforme argumento de Montenegro Filho (2007, p. 37):
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[...] A viabilidade do procedimento extrajudicial é notável, em face da considerável demora na conclusão dos
processos de inventário judicial, decorrente da necessidade de encaminhamento dos autos à Fazenda Pública,
das reiteradas manifestações dos herdeiros, do transcurso pela fase de avaliação, do encaminhamento do
processo ao contador. [...] (FILHO, p. 37)
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Apesar de opiniões contrárias, a corrente doutrinária majoritária argumenta que se trata de administração de
interesse privado. Para estes doutrinadores significa que na jurisdição voluntária não há litígio, mas sim
negócio jurídico privado; não há partes, mas interessados; não há processo, mas procedimento de administração
pública de interesses privados.
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Ó Á
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3. O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E O INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL


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De acordo com o Decreto-Lei nº 4.657, de 1942, Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, em seu art.
6º, a Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
julgada.
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O atual Código de Processo Civil, ao disciplinar a matéria contida na Lei nº 11.441, de 2007, trouxe em suas
disposições gerais, no seu art. 610, duas relevantes alterações. A primeira está relacionada à ampliação da
função da escritura pública nos processos de inventário extrajudicial, que diferentemente de antes, não apenas
para prática de atos de registro, mas também, agora, como documento hábil para levantamento de importância
depositada em instituições financeiras, ou seja, funcionando como alvará de levantamento. A segunda mudança
ocorreu na supressão do art. 982 do antigo Código de Processo Civil, de 1973, o qual previa a gratuidade dos
atos notariais aos pobres. Muito embora os Cartórios já não seguissem tal norma, com o Código atual ficou
mais harmônica a prática das serventias extrajudiciais quanto à incerteza da cobrança.
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Nessa seara, mesmo o processo já tramitando em juízo, os interessados podem desistir da via judicial e iniciar,
de forma administrativa, o procedimento de partilha ou inventário consensual, desde que atenda aos requisitos
essenciais, não podendo adotar no mesmo momento as duas vias.
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Conforme prevê a norma, as escrituras não dependem de homologação judicial, pois se constituem em
documento hábil para qualquer tipo de registro, e ainda são títulos executivos extrajudiciais (art. 784, inciso II,
do Código de Processo Civil). Ademais, conforme previsão do art. 3º da Resolução, elas devem possuir a
mesma eficácia do inventário judicial.
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Art. 3º - As escrituras públicas de inventário e partilha, separação e divórcio consensuais não dependem de
homologação judicial e são títulos hábeis para o registro civil e o registro imobiliário, para a transferência de
bens e direitos, bem como para promoção de todos os atos necessários à materialização das transferências de
bens e levantamento de valores (DETRAN, Junta Comercial, Registro Civil de Pessoas Jurídicas, instituições
financeiras, companhias telefônicas etc.).
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No tocante à assistência obrigatória de advogado ou defensor público, é necessária a presença daquele
regularmente inscrito na OAB, dispensada a procuração na lavratura das escrituras, constando na escritura
pública o nome e registro na Ordem dos Advogados do Brasil, tendo o Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) publicado provimento sob nº 118, de 2007, que trata da aplicação da Lei nº
11.441, de 2007, e disciplina as atividades profissionais dos advogados em escrituras públicas de inventários,
partilhas, separações e divórcios.
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A preocupação principal da entidade é a de acompanhar e regulamentar a atividade da advocacia nos Cartórios,
em virtude de terem chegado à entidade denúncias de que irregularidades estariam ocorrendo desde a entrada
em vigor da nova Lei. Entre as irregularidades, estão as captações indevidas e antiéticas que vão desde a
indicação desleal de separações/divórcios de alguns Cartórios para determinados advogados, bem como dos
próprios profissionais, que têm cometido infrações éticas ao canalizarem serviços escriturais para determinados
Cartórios.
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A vedação ao tabelião de notas de indicação de advogado às partes está prevista no art. 9º da mesma Resolução
nº 35, de 2007 (CNJ 2007).
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Com relação à questão da representação das partes, é possível desde que se respeite a forma prevista, conforme
o art. 12 da Resolução, que dispõe:
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Art. 12 Admitem-se inventário e partilha extrajudiciais com viúvo (a) ou herdeiro(s) capazes, inclusive, por
emancipação, representados por procuração pública, seguindo a mesma forma do ato, com poderes específicos,
dentro do prazo de validade que manda a lei, vedada a acumulação de funções de mandatário e de assistente das
partes. (CNJ, 2007).
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O mandatário, como se sabe, é aquele que recebe por meio de mandato de outrem poderes para executar
determinados atos; neste caso: um procurador. Não precisa ser obrigatoriamente um advogado, mas se for não
poderá ser o assistente da parte, pois é vedado o acúmulo de funções, o que a Lei veda expressamente.
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O tabelião de notas poderá se negar a lavrar a escritura de inventário ou partilha se houver fortes indícios de
fraude, e, em caso de dúvidas sobre a declaração de vontade de algum dos herdeiros, deverá fundamentar a
recusa, a exemplo, a existência de testamento.
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A via extrajudicial, caso haja testamento, não poderá lavrar escritura pública no Cartório. Tal procedimento
deverá ser feito por arrolamento sumário. Todavia, se não se souber se existiu, ou não, pois várias são as formas
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de elaboração testamentária, se vier a ser descoberto um testamento posterior ao inventário extrajudicial, a


escritura pública deverá ser anulada, resguardando-se o direito da última vontade do falecido.
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O Código de Processo Civil traz para o cidadão, desde que todos os requisitos sejam preenchidos, a
independência, ou melhor, o livre arbítrio para optar por qual via deseja fazer o inventário, se pela via judicial
ou extrajudicial, e ainda em qual Tabelionato de Notas.
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Todos ganham: O cidadão com a agilidade de seu processo, porque não precisará aguardar meses para ter sua
partilha de fato finalizada; o Judiciário com menor número de processos no aguardo de decisões.
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No entanto, o maior beneficiado, de fato, é o cidadão, que poderá escolher, conforme sua conveniência e
necessidade, a via judicial ou extrajudicial, observando os melhores custos.
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Outra questão é a da impugnação dos inventários judiciais em virtude de falhas nas descrições dos imóveis, o
que chega a cerca de 50% das partilhas processadas judicialmente; na via extrajudicial se tornou mínimo, pois a
prática do tabelião de notas na descrição dos imóveis nos atos de compra e venda é evidente.
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4. ATIVIDADE CARTORÁRIA COMO INSTRUMENTO DE DESJUDICIALIZAÇÃO
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A atribuição a serventias extrajudiciais de atos para colaborar com o Judiciário propiciou celeridade e melhor
qualidade, por via oblíqua, e melhor atendimento à prestação jurisdicional, já que agora se preocupará apenas
com casos que envolvam litígios inconciliáveis, ou aqueles que não possam ser realizados em Cartório.
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Tal fato denota a importância da via administrativa na estabilidade do ordenamento jurídico, assumindo o
notário papel fundamental, corroborando entendimento de afirmar que se não pode deixar de observar que,
dentre as diversas funções ou profissões surgidas com o desenvolvimento da sociedade, a atividade do notário é
uma das poucas que ainda perdura.
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[...] É certo que quanto mais complexa sociedade, mais numerosas e intrincadas se tornam as leis. E maior a
gama de negócios jurídicos a vincular as pessoas e contribuir para o progresso econômico. [...] (LOUREIRO,
2010, p. 822)
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Daí a importância da figura do notário, o profissional do Direito que tem por missão dar publicidade a fatos
jurídicos que a todos interessam e afetam; aconselhar as pessoas e prevenir litígios; intermediar os contratos e
atos solenes que marcam a vida das famílias e dos cidadãos, como o inventário e partilha de bens.
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A atividade notarial – uma das atividades mais antigas, em maior ou menor grau, seja com maiores, seja com
menores funções –, existe na maior parte dos países ditos civilizados.
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O sistema extrajudicial brasileiro não é o melhor nem o pior, mas é um dos mais avançados que existe nos
tempos atuais, sendo juntamente com o espanhol e o alemão paradigma utilizado em outros cantos do Planeta.
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Como diz Manica, compete ao notário
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[...] Formalizar juridicamente as vontades das partes; intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes
devam ou queiram dar forma legal ou autenticidade, autorizando a redação ou redigindo os instrumentos
adequados, conservando os originais e expedindo cópias fidedignas de seu conteúdo; autenticar fatos; lavrar
escrituras e procurações públicas; confeccionar testamentos públicos e aprovar os cerrados; produzir atas
notariais; reconhecer firmas; e autenticar cópias (artigos 6º e 7º da Lei nº 8.935/1994). [...] (MANICA, Sergio
Afonso p. 85)
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Portanto, os Cartórios só vêm ajudando a desjudicializar atos e fatos jurídicos privados, trazendo informações e
conhecimentos para todo o meio jurídico, sendo que a aptidão técnica e a competência do notário devem ser
avaliadas na estrita análise do desenvolvimento de seu mister, isto é, na execução das tarefas determinadas pela
lei que rege sua atividade, a Lei nº 8.935, de 1994.
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Com profissionais habilitados e preparados para melhor atender à comunidade, os Cartórios vêm a cada dia
aperfeiçoando e aprimorando seus conhecimentos.
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A atuação dos notários na solução de conflitos é prevista na Lei Federal nº 8.935, de 1994. Os notários e
registradores já atuam como conciliadores e mediadores, no seu dia a dia, na prevenção de conflitos. Na esfera
extrajudicial, a resolução consensual proporciona redução de tempo e custo, e propicia segurança jurídica de
acordo com a vontade das partes. Nesse sentido, o art. 175 do novo Código de Processo Civil não vedou a
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atuação de outros profissionais do Direito em prol da conciliação e da mediação. Não há incompatibilidade da


função de mediar com a atividade notarial e registral, isso porque os notários e registradores formalizam a
vontade das partes e dão forma legal aos atos e negócios jurídicos.
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5. INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
\r\n\r\n
5.1 Inventário e Partilha Extrajudicial
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A expressão inventário advém do termo latino inventarium, de invenire, que significa agenciar, diligenciar,
promover, encontrar, achar, descobrir.
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O dicionário define assim: é a descrição detalhada do patrimônio de pessoa falecida, para que se possa proceder
à partilha dos bens.
\r\n\r\n
No sentido popular, inventariar ou fazer o inventário significa arrolar, elencar, descrever, indicar, sendo que
essas ideias permanecem quando conceituamos inventário no sentido jurídico.
\r\n\r\n
Na acepção Jurídica, inventário é o processo judicial ou procedimento extrajudicial de levantamento do
patrimônio e dívidas (ativo e passivo) do falecido para que, posteriormente, se possa fazer a partilha.
\r\n\r\n
Partilha é a divisão do patrimônio líquido (já descontadas as dívidas) do falecido entre os seus sucessores,
sendo herdeiros e legatários. No momento do falecimento da pessoa, pelo princípio da saisine (art. 1.784 do
Código Civil), o patrimônio do morto se transmite imediatamente aos herdeiros. Entretanto, este patrimônio, do
momento da morte até o momento da partilha, é considerado indivisível e imóvel, por expressa disposição legal
(arts. 80, II, e 1.791, do Código Civil), e os herdeiros, são condôminos.
\r\n\r\n
Quando uma pessoa morre, instantaneamente todo o seu patrimônio (bens, direitos e dívidas) passa a ser uma
coisa só, em verdadeira universalidade, a qual é transmitida imediatamente aos herdeiros, sendo o inventário
obrigatório e para formalizar a divisão e transferência dessa universalidade de bens aos herdeiros, podendo ser
judicial ou extrajudicial (feita em Cartório, quando não há testamento, herdeiros menores ou incapazes, e
quando todos estão de acordo).
\r\n\r\n
Pela via extrajudicial o Código de Processo Civil, de 2015, assegura a escritura pública de inventário e partilha
como documento hábil para qualquer ato de registro, bem assim para levantamento de importância depositada
em instituições financeiras, em conformidade com o art. 3º da Resolução nº 35, de 2007, do Conselho Nacional
de Justiça, sem necessidade de homologação judicial para os inventários feitos por escritura pública.
\r\n\r\n
O prazo para lavratura do Inventário Extrajudicial, após a entrega da documentação no Tabelionato de Notas e
dependendo do movimento deste, é em torno de cinco dias, podendo levar no máximo quinze, e os requisitos
para lavratura do Inventário e Partilha Extrajudicial devem ser atendidos, são eles:
\r\n\r\n
Capacidade de Agir – Para que seja feito inventário em Cartório, o primeiro requisito é que todos os herdeiros
sejam maiores e capazes, caso não se cumpra esse requisito, deverá ser feito pela via judicial. Caso o herdeiro
seja emancipado, não existe óbice em proceder ao inventário extrajudicial;
\r\n\r\n
Consenso entre as Partes – Para a lavratura de escritura de inventário e da partilha, as partes envolvidas devem
ser maiores, capazes e estarem de acordo. As partes no inventário são a viúva ou o viúvo meeiro, os herdeiros e
seus eventuais cônjuges ou companheiros, os quais devem ter capacidade plena. A emancipação de algum
herdeiro permite a promoção do inventário e da partilha, sendo possível a prática do Ato Notarial mesmo se o
autor da herança era menor ou incapaz quando da morte do de cujus. Sem consenso entre as partes não há
permissão do ato notarial, uma vez que todos devem estar de acordo com os cálculos; as avaliações e a
respectiva partilha; e a eleição do inventariante. Na escritura de divórcio, separação ou extinção de união
estável sobre o ajuste da pensão alimentícia; eventual partilha de bens; e o nome. Se alguma das partes esboçar
alguma discordância do conteúdo do ato, a escritura não deve ser lavrada, e as partes devem promover o
inventário por via judicial;
\r\n\r\n
Inexistência de Testamento – Outro requisito de extrema importância é a inexistência de testamento. A
informação da existência deste é fornecida pela Central de Serviços Eletrônicos Compartilhados (CENSEC) e
instituída pelo Provimento nº 18, de 2012, do Conselho Nacional de Justiça. Caso não haja certidão negativa de
testamento, é válida a declaração das partes que desconhecem a existência de testamento. Se houver
testamento, mas revogado expressamente, é possível a realização do inventário e partilha pela via notarial. Se o
testamento não foi revogado expressamente, mas perdeu o sentido, por exemplo, pela morte do herdeiro ou
legatário, também é possível o ato notarial. Porém isso ainda é controverso, doutrinadores orientam que, na
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25/08/2018 ARTIGO: INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL: ATIVIDADE CARTORÁRIA COMO INSTRUMENTO DE COLABORAÇÃO…

dúvida, deve-se optar pela impossibilidade de eleger a via notarial, como diz CASSETARI, Christiano –
Tabelionato de Notas II. Se houver disposições de caráter irregular no testamento, a escritura será obstada, e o
inventário deverá ser feito pela via judicial, conforme art. 610 do Código de Processo Penal, de 2015;
\r\n\r\n
Presença de Advogado – A presença de advogado na escritura é obrigatória. A ausência dele causa a nulidade
do ato. As partes devem contratar advogado regulamente habilitado na OAB, segundo sua confiança, para que
os assista e preste todas as informações e assistência jurídica atinentes à sucessão.
\r\n\r\n
O advogado não é mero coadjuvante no ato. Tem responsabilidade civil, penal e profissional sobre a sua
atuação. Na escritura de inventário e partilha, deve proceder à correção desta e de seus valores de acordo com a
Lei; verificar os aspectos legais e tributários sobre os imóveis e móveis; orientar os herdeiros sobre a
necessidade de levar os bens recebidos à colação, exceto se for dispensado expressamente.
\r\n\r\n
Há doutrinadores que entendem que a exigência do advogado é desnecessária. Isso porque o tabelião é um
profissional do direito, cuja função é regida pelos princípios da juridicidade e imparcialidade, de modo que não
há razão para exigir a presença de outro profissional do direito para realização de um ato jurídico em que todos
são maiores e capazes, e estão de acordo sobre o conteúdo do ato.
\r\n\r\n
Conforme diz Leonardo Brandelli (2011, p. 48) “[...] O próprio tabelião é o profissional do direito apto a dar
todo o suporte jurídico necessário para a boa realização do ato. [...]”.
\r\n\r\n
O advogado é indispensável para a harmonia desses interesses. O conhecimento de peças e técnicas jurídicas
fica secundado pelo talento e racionalidade na defesa dos interesses de cada uma das partes e de todas elas ao
mesmo tempo. Encontrado o equilíbrio, aí sim, emerge o advogado de assistência procedimental.
\r\n\r\n
Há, portanto, a união de dois profissionais em busca da segurança jurídica, o tabelião de notas e o
advogado.
\r\n\r\n
Cabe ao tabelião formalizar a vontade das partes conferindo fé pública e autenticidade dos instrumentos.
Enquanto o advogado trabalha pela justiça (CF 133), o tabelião opera com a fé pública, atendendo aos
interesses das partes e do estado (CF 236). Como agente público, o tabelião também vela pela família (CF 226),
tributos devidos.
\r\n\r\n
O tabelião não age de ofício. As partes devem requerer a ele a lavratura da escritura de inventário e partilha. É
recomendável que o advogado faça um esboço da partilha, com a qualificação dos herdeiros, plano de partilha,
reconhecimento, ou não, de união estável, nomeação de inventariante, para que não haja desentendimento e
incorreção.
\r\n\r\n
Como já dito, é livre a escolha do tabelião para o procedimento do inventário administrativo.
\r\n\r\n
Com isso, os herdeiros possuem livre arbítrio para procederem ao inventário extrajudicial onde melhor lhes
convier, ainda que tenha sido diferente o local do falecimento ou dos bens, respeitadas apenas as regras de
recolhimento do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que varia de acordo com a
localidade dos bens.
\r\n\r\n
Para realização do ato notarial, são documentos exigidos pelo Cartório, nos termos da Resolução nº 35 do CNJ:
\r\n\r\n
Certidão de óbito do falecido;
\r\n\r\n
Cédula de Identidade e CPF do falecido;
\r\n\r\n
Certidão de Casamento/Nascimento do falecido;
\r\n\r\n
Certidão Federal do falecido;
\r\n\r\n
Certidão Estadual do falecido;
\r\n\r\n
Documentos pessoais dos herdeiros/cônjuges e meeiros(as);
\r\n\r\n
Petição do advogado com a relação dos bens e forma a serem partilhados;
\r\n\r\n
OAB do advogado;
\r\n\r\n
Documentos que comprovem a titularidade dos bens a serem partilhados;
\r\n\r\n
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Imposto de Transmissão Causa Mortis ou Doação (ITCMD), pago;


\r\n\r\n
Certidão Negativa de Testamento;
\r\n\r\n
Procuração Pública com poderes expressos e específicos, caso um dos herdeiros não possa comparecer na
lavratura do ato.
\r\n\r\n
Por fim, conforme estabelece o art. 28 da Resolução nº 35 do Conselho Nacional de Justiça, há possibilidade de
se lavrar escritura pública de inventário negativo extrajudicialmente, que visa à demonstração e prova de que
ninguém herdou nada do falecido.
\r\n\r\n
\r\n\r\n
6. DO INVENTÁRIO JUDICIAL
\r\n\r\n
Em qualquer circunstância é possível realizar o inventário em juízo, mas se trata de um procedimento mais
burocrático e, portanto, mais lento. Sabe-se que a abertura da sucessão se dá com a morte e, consequentemente,
a transmissão dos bens do falecido aos herdeiros/sucessores, podendo esta ser testamentária e legal. Nessa fase,
os bens encontram-se sub judice até o final do processo de inventário.
\r\n\r\n
Após a entrada no processo de inventário, será obedecido o procedimento de partilha, com a expedição do
formal de partilha e, ao fim, a distribuição da herança aos legítimos proprietários.
\r\n\r\n
O Código Civil e o Código de Processo Civil, de 2015, regulamentam o Inventário, por meio do qual são
relacionados e descritos os bens deixados pela pessoa falecida.
\r\n\r\n
De acordo com o Código de Processo Civil, de 2015, em seu art. 610, o inventário deverá ser de forma judicial
quando houver testamento ou interessado incapaz.
\r\n\r\n
Conforme prevê o art. 611 do Código de Processo Civil, de 2015, a ação de inventário deve ser ajuizada dentro
de dois meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos doze meses subsequentes, podendo o juiz
prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento da parte. O juiz ainda decidirá todas as questões de direito
que estejam provadas por documentos, as demais que dependam de outras provas serão remetidas por vias
ordinárias, conforme prevê o art. 612 do Código de Processo Civil.
\r\n\r\n
O requerimento de inventário e de partilha incumbe àquele que estiver na posse e administração do espólio.
\r\n\r\n
Somente após a nomeação do inventariante, pagamento dos impostos e dívidas, será realizada a partilha.
\r\n\r\n
\r\n\r\n
7. DA POSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DO INVENTÁRIO JUDICIAL EM EXTRAJUDICIAL
\r\n\r\n
O art. 2º da Resolução nº 35 do Conselho Nacional de Justiça diz que
\r\n\r\n
É facultado aos interessados à opção pela via judicial ou extrajudicial, podendo ser solicitada a qualquer
momento a suspensão pelo prazo de 30 dias, ou a desistência da via judicial, para promoção da via
extrajudicial.
\r\n\r\n
Percebe-se que mesmo o processo já tramitado em juízo pode ser ingressado na via extrajudicial,
atendendo aos requisitos essenciais; o que não pode haver de forma alguma é a adoção das duas vias, que no
caso seria a litispendência.
\r\n\r\n
\r\n\r\n
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
\r\n\r\n
Diante do exposto, são irrefutáveis as conquistas que trouxeram a lavratura de inventário extrajudicial para o
Judiciário, e mais ainda para a sociedade, que é quem mais ganhou com o advento da norma. Já não era sem
tempo esse avanço, a sociedade não merecia mais ficar à mercê do Judiciário – com sua morosidade absurda –
esperando anos para solucionar pendências.
\r\n\r\n
A solução de conflitos de forma consensual é um fim buscado pelo Código do Processo Civil, de 2015, e até
mesmo pela atuação das serventias extrajudiciais, que devem ser vistas, cada vez, não apenas como palco para
o desenvolvimento seguro de diversas relações jurídicas, mas efetivamente como instrumento célere e eficiente
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para a justiça de um modo geral. Os Cartórios cada vez mais devem ser destacados como lugares adequados à
resolução de conflitos, evitando a judicialização desnecessária e promovendo as formas consensuais de
soluções de litígios.
\r\n\r\n
O inventário extrajudicial facilitou de forma incontestável a solução da divisão dos bens após o falecimento.
\r\n\r\n
Ademais, desafogou de forma considerável o Judiciário e trouxe liberdade para as partes escolherem o melhor
caminho a ser tomado diante de uma situação tão dolorosa, qual seja, o falecimento de um ente querido.
\r\n\r\n
\r\n\r\n
9. REFERÊNCIAS
\r\n\r\n
\r\n\r\n
BRASIL. Lei 11.441, de 4 de janeiro de 2007. Altera dispositivos da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 –
Código de Processo Civil, possibilitando a realização de inventário, partilha, separação consensual e divórcio
consensual por via administrativa. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/lei/l11441.htm.
\r\n\r\n
BRASIL. Lei 13.105/2015, de 16 de março de 215. Código de Processo Civil. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm.
\r\n\r\n
BRASIL, Conselho Nacional de Justiça. Resolução nº 35, de 2007. Disponível em:
http://www.cnj.jus.br/images/stories/docs_cnj/resolucao/rescnj_35.pdf.
\r\n\r\n
BRANDELLI, Leonardo, Teoria Geral do Direito Notarial. Editora Saraiva. 4ª Edição
\r\n\r\n
CASSETARI, Christiano, Tabelionato de Notas I. Teoria Geral do Direito Notarial de Minutas. Editora
Saraiva. Coleção Cartórios, 2016.
\r\n\r\n
CASSETARI, Christiano, Tabelionato de notas II. Atos Notariais em Espécie. Editora Saraiva. Coleção
Cartórios, 2016.
\r\n\r\n
CASSETARI, Christiano, Separação, Divórcio e Inventário por Escritura Pública. Teoria e Prática.
Editora Método, 2015.
\r\n\r\n
MANICA AFONFO, Sérgio, Direito Notarial. Editora Verbo, 2015.
\r\n\r\n
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil. 4ª ed. São Paulo: Editora Atlas S.A.,
2007.
\r\n\r\n
\r\n\r\n

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Tags: Inventário; Partilha Extrajudicial; Escritura Pública.
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