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PERITONITE INFECCIOSA FELINA EFUSIVA

RELATO DE CASO

Silva, A. K. L.¹; Miranda, A. P. 2


L. ; Uchôa, A. 3
S. ; Andrade, H. A. 2
S. ; Melo, T. 4
F. ; Nogueira, R. B. 5

¹Acadêmica do 9º módulo de Medicina Veterinária/UFLA, Lavras/MG – anakarla_ls@veterinaria.ufla.br; ²Médico Veterinário Residente em Clínica
Médica de Animais de Companhia, DMV/UFLA; 3 Médico Veterinário Residente em Diagnóstico por Imagem, DMV/UFLA; 4Acadêmica do 9º módulo de
Medicina Veterinária/UFLA; 5Professor associado, Setor de Clínica de Pequenos Animais, DMV/UFLA – nogueirarb@uol.com.br

INTRODUÇÃO Foi realizado o Teste de Rivalta, com resultado positivo. Ao


hemograma, os achados foram: anemia normocítica hipocrômica,
A Peritonite Infecciosa Felina (PIF) é uma doença hemácias em roleaux, anisocitose de hemácias (+), policromasia
infectocontagiosa de morbidade variável e elevada letalidade. O (+), neutrófilos tóxicos, neutrofilia, eosinopenia e lifopenia, e
coronavirus entérico felino (FECV) é um agente ubiquitário plasma ictérico.
associado a gastroenterites moderadas. Apenas 10% dos gatos
em contato com o agente desenvolvem PIF[2]. Fatores de risco
como estresse ambiental, susceptibilidade genética e resposta
imune inadequada podem levar a produção da doença nas
formas seca ou efusiva. Há maior ocorrência em gatos até os 3
anos de idade, criados em alta densidade populacional e vida
livre. [3] Os sinais clínicos iniciais são inapetência, apatia,
emagrecimento e febre flutuante[1]. Na forma efusiva ocorre
edema variável, em consequência a deposição multivisceral de
imunocomplexos, lesões piogranulomatosas e produção
exacerbada de citocinas. Recomenda-se análise da efusão e
exames complementares.
Figura 1. Teste de Rivalta positivo.

Foi instituído tratamento com amoxicilina 15 mg/Kg VO BID,


OBJETIVO suplemento multivitamínico, e prednisolona 1 mg/Kg VO BID. Foi
O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um animal que sugerida eutanásia, não aceita pelo tutor.
foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de O animal não apresentou nenhum sinal de melhora do quadro
Lavras (UFLA), no Setor de Clínica de Pequenos Animais. clínico durante o tratamento ao qual foi submetido e veio a óbito
duas semanas após ser liberado. Felinos acometitos com PIF na
MATERIAL E MÉTODOS forma efusiva sobrevivem apenas alguns dias a no máximo
semanas[2], diferentemente dos animais com a forma não efusiva.
O paciente foi levado pela tutora para avaliação pré- Os tratamentos instituídos para PIF visam suporte do animal, uma
operatória de ovariosalpingohisterectomia eletiva, procedimento vez que atualmente não há nenhum protocolo eficaz de forma
não realizado devido aos parâmetros hematológicos alterados do consistente.[1] A PIF efusiva tem prognóstico desfavorável e
animal. Após 2 meses, o paciente retornou sob queixa de justifica a recomendação de eutanásia, por conta do
hiporexia e apatia. comprometimento da qualidade de vida do animal.

RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÕES

Ao exame físico, o animal apresentava mucosas ictéricas, A PIF efusiva é uma enfermidade aguda e fatal. É importante
distensão abdominal, hipofoneses pulmonar e cardíaca e realizar o diagnóstico precocemente preconizando a prevenção
hipertermia. Foram solicitados: ultrassonografia, análise de por meio de controle ambiental e do contato dos animais com o
líquidos cavitários e urinálise. À ultrassonografia abdominal, foi FECV.
verificada ascite e irregularidade do parênquima renal com cistos
corticais presentes. Na urinálise, encontrou-se hemoglobina
(+++), leucócitos (++) e proteína (+). O líquido abdominal ascítico REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
era turvo, avermelhado, com 3300 leucócitos/mm³ e 240000
[1] NELSON R.W. & COUTO C.G.F. Medicina Interna de Pequenos Animais, 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Medicina
hemácias/mm³, compatível com transudato modificado. À Brasil, 2015. p. 1344-1347.
citologia, havia 85% de mononucleares, 15% de [2] GREENE, C. E. Doenças Infecciosas em Cães e Gatos, 4. ed. São Paulo: Roca, 2015. p. 95-112.

polimorfonucleares e precipitado proteico. [3] GELBERG, H. B. Sistema Alimentar, Peritônio, Omento, Mesentério e Cavidade Peritoneal. In: McGAVIN, M. D.;
ZACHARY, J. F. Bases da Patologia em Veterinária, 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. p. 324-406.

APOIO: DMV – UFLA

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