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Introdução e o Primeiro Mandamento, Por Cornelius Van Til PDF
Introdução e o Primeiro Mandamento, Por Cornelius Van Til PDF
Primeiro Mandamento
Cornelius Van Til
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Este raro resumo fornece uma exposição da ética do Decálogo antes que John Murray começasse
a ensinar este curso no STW.
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
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Introdução — Pressupostos
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envolve uma separação arbitrária de Deus e das leis na história incorrendo na destruição
de ambos. Por outro lado, uma visão panteísta da história envolve uma identificação
arbitrária de Deus com as leis da história, o que também incorre na destruição de ambos.
Tanto o Deísmo quanto o Panteísmo buscam elevar a lei, mas ambos destroem a lei em
sua tentativa de elevação. O Teísmo, ao elevar a Deus, também elevou a lei. Nem o Deísmo
nem o Panteísmo podem dizer que a violação da lei é um insulto a Deus, uma vez que
ambos identificaram a lei com Deus. Eles devem, portanto, dizer que a violação da lei é a
violação de Deus, ou seja, a negação de que Deus existe. Quando isso é feito, a autoridade
da lei se vai e a sua respeitabilidade não pode durar muito.
Por assim adulterar a lei, o Deísmo e o Panteísmo estão brincando com fogo. Mais do
que isso, a fim de sustentarem os seus pontos de vista relativistas da lei, eles devem
primeiro sustentar uma visão relativista de Deus; eles brincam com fogo e estão eles
próprios em chamas. Segundo, isso nos leva ao segundo pressuposto da lei moral, ou seja,
o caráter restaurador e suplementar do Cristianismo. O Cristianismo exige ser restaurador
e suplementar em um teísmo original. Apenas no Cristianismo o homem se encontra com
um Deus absoluto. No que diz respeito à questão da lei, isso significa que apenas o teísmo
Cristão pode falar de lei absoluta ou lei com autoridade absoluta.
O Cristianismo implica que o homem quebrou a lei devido ao pecado. Com isso, ele
ipso facto destruiu a própria condição de sua existência e trouxe punição eterna sobre si
mesmo. O homem tornou-se um Deísta ou um Panteísta. Se o homem deveria viver, em
absoluto, ele deveria ser restaurado quanto ao respeito e obediência à lei. Cristo realizou
esta restauração. Através de Seu sofrimento, Ele satisfez a penalidade da lei. Mais do que
isso, por meio de Seu ativo e completo cumprimento da lei, Ele supriu a perfeição original
do homem, para que aqueles que estão em Cristo sejam herdeiros da vida eterna, sem
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falha. Através da Sua Palavra e Espírito, Cristo fez “Seus próprios” participantes da Sua
relação correta com a lei.
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todos os homens devem obedecer à lei. O fato de que o comando vem diretamente ao
“povo de Deus” só é devido à economia da redenção, e não por qualquer diferença de
obrigação entre uma nação e outra. Deus lida com o homem genérica e federalmente.
Novamente, se é verdade que, tanto quanto a demanda essencial da lei está em causa,
não há diferença entre o crente e o não-crente; é, se possível, mais verdade que a demanda
de Deus é a mesma para o povo de Deus em todas as eras. As várias etapas na economia
da redenção não afetam no mínimo os requisitos da lei de Deus. As várias etapas da
economia da redenção, na medida em que relacionam-se à lei, têm a ver apenas com a
forma da lei. Durante a antiga dispensação houve uma ênfase no exterior e no nacional.
Durante a nova dispensação, a ênfase é sobre o interno e o universal. Durante o Antigo
Testamento, a lei foi dada, em muito, externamente. Muitas leis cerimoniais foram elevadas,
tanto quanto a necessidade de obediência está em causa, a uma igualdade com os Dez
Mandamentos. Por outro lado, este grande detalhe exterior desapareceu desde a aparição
de Cristo, porque com Ele é dada ao Seu povo uma revelação objetiva mais clara e mais
central da lei de Deus e uma mais profunda, e mais ricamente espiritual e, portanto, uma
resposta subjetiva mais central à lei de Deus. Assim, na nova dispensação, pode tornar-se
necessário, a fim de viver de acordo com a exigência verdadeiramente espiritual de uma
perfeita obediência, acabar com muitos dos detalhes exteriores da forma da lei do Antigo
Testamento. Paulo diz que é uma negação da obra de Cristo agarrar-se às exigências do
Antigo Testamento depois da vinda de Cristo. O caso é semelhante no que diz respeito ao
nacionalismo do Antigo Testamento. Esse nacionalismo não é uma negação essencial do
alcance universal da lei. Daí o universalismo do Novo Testamento não se opõe ao
nacionalismo do Antigo Testamento, mas é apenas um florescimento dele.
E se é verdade que, tanto quanto a manifestação objetiva da lei está em causa, não
há diferença essencial entre a Antigo e a Nova dispensação, isso é igualmente verdade
com a resposta subjetiva em cada caso. Não é mais verdade do Antigo Testamento do que
do Novo que uma mera observância exterior da lei era suficiente. A lei de Deus é sempre
espiritual e exige sempre o amor a Deus como o motivo para a sua realização. Daí, também,
não é verdade que a obediência à lei era uma exigência do Antigo Testamento, enquanto
no Novo Testamento o amor foi substituído pela obediência. A obediência é amor e o amor
é obediência, e somente eles podem responder adequadamente a uma lei espiritual.
O mesmo ponto em que não há diferença real entre o povo do Antigo e Cristãos dos
dias atuais no que diz respeito à lei de Deus pode ser ilustrado também apontando para a
unidade essencial da lei e do Evangelho. Há uma grande diferença entre eles, tanto quanto
a economia da redenção está em causa. Disso João fala quando diz que a lei veio por
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Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Mas o próprio conteúdo do
Evangelho é que Cristo cumpriu a lei. Assim, a alegria do Evangelho é que o homem pode,
em Cristo, conhecer e obedecer à lei e, portanto, viver na presença de Deus para sempre.
Não há Evangelho, senão o que é da lei. Por outro lado, o Evangelho é lei, porque todos
devem obedecê-lo. Em resposta à pergunta dos judeus, quanto ao que eles devem fazer
para realizar as obras de Deus, Jesus responde que eles devem crer no nome do Filho de
Deus.
Ainda mais, se não houver diferença essencial, mas apenas uma diferença econômica
entre a promulgação e a resposta à lei na Antiga e na Nova dispensações, segue-se que a
forma em que a lei pode vir não pode ser usada como um argumento a favor ou contra a
validade da lei. A forma de propagação da lei no Antigo Testamento era necessariamente
exterior e temporal. As promessas e as ameaças, por exemplo, dizem respeito às coisas
desta vida. A longa vida em Canaã debaixo da videira e da figueira constituíam a essência
da promessa, enquanto a morte corporal era a substância da punição sob a Antiga
dispensação.
Mas esse fato não fez a lei menos espiritual. Canaã aqui embaixo era, como Abraão
viu, profética da futura Canaã, e a morte física é para um pecador não-reconciliado o portão
de entrada para a morte exterior. Isso não negará devidamente o significado universal e
permanente do mandamento que promete aos filhos uma vida longa e terrena se eles forem
obedientes aos pais pelo fato de que é manifestamente uma promessa do Antigo e não do
Novo Testamento. O cumprimento dessa promessa pode não vir em uma mesma forma
agora, como uma vez veio, mas o cumprimento não é menos real ou certo.
Um outro ponto deve ser mencionado quanto à forma da lei dada no Antigo
Testamento, e este é que a lei diz constantemente, “tu não irás” em vez de “tu irás”. Por
que essa forma negativa? Para responder a esta pergunta, devemos recordar o caráter
geral do Cristianismo como restaurador de um teísmo original. Originalmente não havia
razão para essa ênfase negativa. O homem espontaneamente obedecia a lei e na medida
em que não havia ocasião para Deus adicionar mandamentos pela comunicação direta com
o que foi dado ao homem pela criação, as formas positivas e negativas de dar tais
mandamentos poderiam ser equilibradas. Mas com a entrada do pecado, o homem
constantemente evitou e quebrou a lei de Deus. Além disso, a sua ignorância da verdadeira
lei aumentou. Portanto, se Deus deveria trazer a Sua lei ao conhecimento e obediência do
homem, Ele tinha que dizer mais vezes o que o homem não deve fazer do que o que ele
deveria fazer. A criança, porque é uma criança pecadora, tentará ser uma lei em si mesma.
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É impossível, então, que os pais não devam dizer mais frequentemente “não faça” do que
“faça”.
No entanto, este fato não deve nos cegar para a verdade de que é a obediência
positiva, o positivo cumprimento do bem, e não apenas uma abstenção negativa do mal
que Deus requer. Por conseguinte, é necessário que nós façamos dessa demanda positiva
da lei de Deus, o nosso ponto de partida. Devemos perguntar, no caso de cada
mandamento o que é que Deus quer do homem, a fim de usá-lo como um padrão pelo qual
julgar o quão longe o homem ficou aquém de satisfazer essa demanda.
A Lei Moral
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juntamente à ruína. Por outro lado, com Cristo no mundo físico, assim como o corpo do
homem bem como a sua alma, são restaurados às suas relações normais para com a lei
de Deus.
Por esta maneira de conceber a relação entre o físico e o moral estamos novamente
em oposição ao pensamento antiteístas que assume que não há nenhuma conexão entre
o físico e o moral. Em todas as discussões por escritores não-teístas sobre a
responsabilidade, enquanto a lei física está em causa, o homem pode ser tanto um filho da
fortuna ou do azar, e nada mais. Considera-se ser obviamente ridículo pensar sobre a
humanidade como se esta de alguma forma fosse responsável pela fome ou peste. Mas,
novamente, não podemos fazer outra coisa senão sustentar o nosso ponto de vista, uma
vez que faz parte do teísmo Cristão, e o teísmo Cristão parece-nos a filosofia de vida mais
razoável a ser sustentada.
2) O Moral e o Religioso
Para o homem como um ser autoconsciente e assim, ser que age moralmente, havia
duas principais esferas de resposta autoconsciente nas quais ele poderia obedecer à lei de
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Deus. Havia um aspecto da lei geral de Deus para o homem que diz respeito mais
diretamente à relação do homem com Deus. Havia um segundo aspecto da lei geral de
Deus para o homem que diz respeito mais diretamente à relação do homem para com o
seu semelhante. Estes aspectos sobrepõem-se, mas é certo que — na medido que em
sentido último toda a lei é a lei de Deus — há uma distinção relativa entre elas. Quando o
homem obedecia ao primeiro aspecto da lei, ele era verdadeiramente religioso e quando
ele quebrava este primeiro aspecto da lei ele era irreligioso ou falsamente religioso. Quando
o homem obedecia ao segundo aspecto da lei ele era moral no sentido mais estrito do termo
e quando o homem desobedecia ao segundo aspecto da lei ele era imoral, 2 no sentido mais
estrito do termo. Quando, na linguagem comum, falamos de um homem sem religião, que
é aquele que não atende às devoções, não dizemos que ele também é um homem imoral,
isto é, que ele não pode ser um bom pai e bom vizinho. Por outro lado, a Escritura e a
experiência concedem numerosas ilustrações daqueles que disseram que o bem que o seu
pai ou sua mãe poderiam aproveitar dele era corbã, e ainda assim se diziam dedicados ao
Senhor. O homem verdadeiramente moral também deve ser um homem verdadeiramente
religioso e o homem verdadeiramente religioso, também deve ser um homem
verdadeiramente moral. Um homem imoral, por mais que ele pareça ser religioso, é, na
verdade, irreligioso, somente peca menos diretamente contra Deus do que aquele que
quebra abertamente a lei de Deus, na medida em que se refere diretamente à relação do
homem para com Deus.
Agora, com estas distinções em mente, ao olhamos para o Decálogo ou lei “moral”,
vemos que os primeiros três mandamentos lidam principalmente com a religião. Por esta
razão eles não são estritamente os mandamentos que dizem respeito à moralidade. Ainda
assim, eles são partes da lei moral, no sentido mais amplo do termo, desde que na Lei,
Deus vem ao homem como um ser autoconsciente. Em segundo lugar, notamos que os
Mandamentos do Sexto ao Nono lidam mui definitivamente com as normas da relação do
homem para com seu semelhante. Mas, novamente, isso não implica que a quebra de
qualquer uma ou todas essas leis não afeta a sua posição religiosa. A unidade da lei, nos
seus aspectos religiosos e mais definitivamente morais deve sempre ser mantida em vista.
O Quarto e Quinto mandamentos são de um caráter misto, indicando a estreita união entre
o religioso e moral, enquanto o Décimo mostra claramente que uma e a mesma motivação
produz a verdadeira religião e a verdadeira moralidade.
2 Mesmo assim, nós não usamos imoral no sentido ainda mais restrito quando significa uma dependência de
um tipo especial de pecado.
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A tarefa do ministro do Evangelho é fazer isso em primeiro lugar. Mas este não é o fim
de sua tarefa. Ele deve pregar a demanda total da lei de amar a Deus acima de tudo e ao
próximo como a si mesmo. Como, infelizmente, o púlpito tem negligenciado a sua missão
a este respeito. Há muitos que citam superficialmente a lei para defender a Décima Oitava
Emenda6 ou qualquer outra coisa que chama a sua atenção. Mas que bem fará isso se a
congregação não foi alimentada sobre a pregação da lei no sentido de colocar diante dos
homens todo o seu dever em relação a Deus e ao homem? “À lei e ao testemunho! Se eles
não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles” (Isaías 8:20).
3 p. 643.
4 p. 645.
5 Cf. W. Lippmann, Preface to Morals [Prefácio à Moral].
6 A Décima Oitava Emenda (Alteração XVIII) da Constituição dos Estados Unidos efetivamente estabelecida
a proibição de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos, declarando ilegal a produção, transporte e venda de
álcool, embora não o consumo ou a posse privada (Nota de Tradução).
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1. Observações
Então, além disso, está envolvido no teísmo que o homem originalmente tinha a
verdadeira religião. Novamente, há muitos não-teístas que admitem esta alegação. Eles
sustentam que todas as religiões são verdadeiras religiões. Mas o teísta sustenta que
apenas o Cristianismo é a religião verdadeira. As outras religiões são desvios de um teísmo
original.
Nós mencionamos este fato porque é bastante comum hoje falar sobre a religião como
se fosse completamente possível determinar a natureza da religião sem fazer qualquer
discussão metafísica. Diz-se que esta é uma questão para a Psicologia somente. Que tal
posição é insustentável é imediatamente visível se for lembrado que a religião lida com o
invisível. Como a religião diz respeito ao Invisível, nenhuma resposta completa pode ser
7 Cf. Qualquer um dos escritores idealistas sobre a história e filosofia da religião ou muitos pregadores
Modernistas, como Dr. Fosdick.
8 Cf. Carlyle, Heroes and Heroworship [Heróis e Adoração a Heróis].
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dada pela Psicologia. 9 Nós encontramos ser um fato, então, que algum tipo de metafísica
está sempre envolvido em nosso estudo sobre a natureza da religião. O assim chamado
método científico de determinar a natureza da religião difere do método teísta na medida
em que o “método científico” assumiu uma metafísica pragmática relativista.
Agora parece claro que tal sermão não é nem Cristão nem teísta. Sem justificação,
presume-se que Cristo não é mais que uma personalidade humana, em vez de uma
personalidade Divina, que assumiu a natureza humana. Sem justificação supõe-se que não
existe um Deus absoluto para quem o invisível é um livro aberto. Se Deus é o que o teísmo
sustenta que Ele seja, a saber, uma personalidade absoluta, a pura religião é determinada
pela relação do homem para com Deus, em vez de para com o Invisível em geral. O ponto
em disputa entre o Modernismo e o Teísmo é o absoluto de Deus; uma deidade finita, ou o
Politeísmo é tudo o que o Modernismo pode permitir. À primeira vista, parece ser muito
científica a referência de base para o desconhecido exclusivamente sobre os “fatos”. Mas
quando os argumentos baseados nesses “fatos” devem pressupor um completo relativismo
metafísico para a contingência deles, o caráter científico de tais argumentos é muito
prejudicado. Nós não protestamos contra a aceitação do relativismo ou o seu pressuposto,
se apenas for indicado claramente como isso difere do Cristianismo e do Teísmo tradicional.
Se isso fosse feito as “pessoas comuns” não seriam seduzidas pela terminologia que
pareceu Cristã. Se isso fosse feito exceto os da “intelligentsia 10” seriam desviados porque,
então, veriam as consequências da sua escolha.
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2. O que é Comandado
A lei que temos foi promulgada após a entrada do pecado. Originalmente não havia
necessidade de uma tal promulgação externa. Adão era espontaneamente religioso. A lei
foi escrita em seu coração. O profeta Jeremias prometeu que o Messias, em princípio,
restauraria esta condição. Cristo nos deu mais uma vez o verdadeiro amor a Deus e,
portanto, também o amor verdadeiro pela lei de Deus.
Quando a lei tal como a conhecemos diz: “Tu farás, etc.”, ela direciona-se diretamente
ao homem Israelita, e a ninguém mais. Ainda assim, uma vez que na história Israelita o
princípio de redenção é operativo, o homem em geral não é excluído, mas definitivamente
incluído no termo “tu”.
Assim, podemos concluir também com respeito a tudo O que é Comandado nos vários
mandamentos que, mesmo sem a necessidade de qualquer comando, a relação do homem
para com Deus já foi o que está aqui contemplado na lei.
Por sua vez, agora, para determinar o que a verdadeira religião era no Paraíso,
devemos lembrar que o homem foi criado como profeta, sacerdote e rei. Como um profeta,
o homem tinha que pensar o pensamento de Deus por ele. Aqui reside o reino do intelecto
e da verdade ou ciência. Como um sacerdote, o homem devia dedicar a si mesmo e toda a
criação a Deus. Aqui está o reino das emoções e da estética ou da arte. Como um rei, o
homem devia reinar sobre toda a criação abaixo de Deus. Aqui está o reino da vontade e
da ação. Mas o intelecto, as emoções e a vontade são apenas aspectos de um ego central,
a personalidade humana. Agora é este o ego central que é colocado face a face com a
personalidade absoluta de Deus no Primeiro Mandamento. Nos Mandamentos que seguem
o homem será informado sobre as várias maneiras e métodos pelos quais e através dos
quais ele pode ser verdadeiramente religioso na moral, mas neste Mandamento o homem
no mais santo dos santos de seu ser é colocado diretamente face a face com Deus. A
relação do coração do homem para com Deus é tudo o que realmente importa. Se essa
relação é boa, tudo está bem. Se essa relação é falsa, todo o restante é falso. O homem
verdadeiramente religioso é o verdadeiro homem moral. Ao pregar sobre este mandamento
nós não devemos dizer mais nada, senão acerca dessa relação interna da alma do homem
para com Deus.
Ouve, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Esse foi um refrão recorrente que veio
a Israel. Somente após o homem haver caído em profundidades inconcebíveis do pecado
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é que é possível que ele alguma vez pense em outros deuses. O politeísmo não é um
trampolim natural para o teísmo, mas um triste desvio dele.
Este ponto se torna ainda mais claro se levarmos em conta que somente o homem foi
criado à imagem de Deus. Somente o homem pode ser religioso. A religião envolve uma
relação entre duas personalidades. A religião é sempre uma relação de aliança. Somente
a partir de um ser autoconsciente como Ele mesmo, Deus poderia receber adoração
religiosa. Quanto da pesquisa moderna derivou desta posição que pode ser notado quando
alguém lembra que alguns evolucionistas têm pensado que eles observaram a religião em
animais. Esta posição extrema não é mui comumente sustentada. No entanto, quase sem
exceção, as principais escolas de filosofia da religião sustentam que a moralidade tem
historicamente descendido da não-moral e a religião da não-religião. Agora este ponto de
vista, implicitamente, se não explicitamente, nega não somente a criação do homem à
imagem de Deus, mas nega o próprio Deus. Se Deus não existe, então o homem é criado
à sua imagem, já que nesse caso nenhuma personalidade autoconsciente poderia se
originar de qualquer outra fonte. Por outro lado, se a personalidade finita autoconsciente
existe, Deus existe como seu Criador, uma vez que a personalidade finita não pode
encontrar sua explicação em nada a não ser em Deus. De qualquer forma, se a religião se
derivou do não-religioso, então, a sua essência é totalmente expressa em lealdade a
princípios vagos de bondade, verdade e beleza em vez de reverência a um Deus absoluto,
uma vez que o Universo é, nesse caso, um conceito mais amplo do que Deus.
Estamos agora preparados para ver que religião está na base do teísmo Cristão. O
intelecto do homem devia fixar-se em Deus. Em Deus o homem encontraria uma
profundidade inesgotável de conhecimento. Assim e assim somente o homem podia ter
conhecimento genuíno e ser um verdadeiro profeta. Em segundo lugar, a verdadeira religião
envolve uma fixação de nossos desejos em Deus, um esforço diligente por comunhão com
Ele, a posse dEle em nossas almas. Isto é verdadeiro misticismo. Em terceiro lugar, a
verdadeira religião implica toda a submissão da nossa vontade a Deus. A vontade de Deus
para o homem não deve ser sentida pelo homem como um fardo para ele. Antes, ela deve
ser considerada como a principal fonte de alegria para o homem.
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Devido à operação da graça comum de Deus essas falsas religiões têm sido capazes
de chegar a um grande grau de similaridade com o teísmo Cristão. Uma vez que estes
pontos são claramente entendidos, que teísmo é original e que o princípio da graça comum
permitiu que o homem pecador desenvolvesse uma pseudo-religião que se assemelha
muito à verdadeira religião, isso nos impedirá de confusão.
Por um lado, tem havido muitas vezes uma subestimação das religiões pagãs por
parte dos Cristãos ortodoxos. Há alguma verdade na acusação feita repetidas vezes que
os Cristãos ortodoxos têm procurado defender a verdade da sua religião por um isolamento
artificial.11 É bem verdade que tal política é autodestrutiva. O Cristianismo é o teísmo vindo
a si mesmo. Nós desejamos a base mais ampla possível para o Cristianismo. A “recriação”,
ou seja, a redenção baseia-se na e é restauradora da criação. No correto sentido da
palavra, o Cristianismo é tão antigo quanto a criação ou pelo menos tão antigo quanto o
protoevangelium. não pode ser muito repetidamente reiterado que o Cristianismo nada
introduz de novo, mas que reintroduz o antigo.
Por outro lado, há uma tendência para obliterar a distinção entre a religião Cristã e a
Pagã. Sua semelhança formal tem levado muitos escritores a não verem nada mais do que
uma diferença de quantidade entre elas. Agora, vamos esperar isso de não-teístas
declarados. Mas também há muita estima sobre esta matéria por parte dos professos
teístas Cristãos. O Cristianismo é dito estar em uma relação de clímax quanto às outras
religiões. Assim, o autor de Christ of the Indian Road (Cristo da Estrada Indiana) parece
conceber a matéria. Agora, esta maneira de colocar a questão é ambígua. É a verdade, e
ainda assim não toda a verdade. Cristo é “o desejo das nações”, mas em que sentido? No
11 A. C. Knudson recentemente acusou-nos com isso. Veja Doctrine of God [Doutrina de Deus].
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sentido em que eles estão buscando apenas este tipo de realidade? Se isso fosse verdade,
a declaração de Paulo de que o “homem natural” está “em inimizade” contra Deus deve ser
revista. Mas, desde que nós tomamos as Escrituras como sendo coerentes consigo
mesmas, podemos ver “o desejo” das nações, em suas aspirações de busca da verdade
não mais do que numa vaga sensação de carência. No que diz respeito à sua ação
autoconsciente e intencional, eles têm definitivamente virado as costas para Deus. Eles são
apóstatas de Deus. Ou isso é verdadeiro porque o teísmo é verdadeiro ou isso não é
verdade, porque o teísmo não é verdade. No entanto, como o filho pródigo da parábola de
Cristo, às vezes, eles sentem que eles estão tentando satisfazer as suas necessidades com
as alfarrobas do antiteísmo. Eles, às vezes, até mesmo constroem um altar ao “Deus
desconhecido”. Todavia, mesmo quando um apóstolo vem enviado diretamente deste Deus
desconhecido para eles, a fim de torná-lO conhecido, eles respondem que ele fala “loucura”.
Somente quando for do agrado do Espírito “salvar por meio da loucura da pregação os que
creem”, eles aceitarão esse Deus a quem eles por tanto tempo “procuravam”.
Concluímos, então, que a fim de dar ao Cristianismo sua base mais ampla, como
sendo em verdade a religião do homem, devemos tomar cuidado com um falso isolamento.
Por outro lado, a fim de preservar o Cristianismo de modo que seja considerado como a
religião do homem, nós não devemos temer manter, para isso, um verdadeiro isolamento.
Um falso isolamento poderia permanentemente reter o estágio inicial do Cristianismo
impedindo o seu enraizamento nos campos abertos da humanidade e frutificação para a
raça. Um verdadeiro isolamento elimina os espinhos e abrolhos que sufocam a planta, uma
vez que esta floresce em campo aberto. Pela doutrina verdadeiramente bíblica da graça
comum nós somos preservados do perigo de subestimação indevida ou superestimação
indevida da religião e da moral do paganismo.
A fraseologia utilizada pela teologia da igreja pode ajudar-nos a fazer uma distinção
clara em relação ao assunto em questão. A melhor tradição da Igreja tem procurado dar
expressão, por um lado à imagem de Paulo da depravação total do homem e, por outro
lado à imagem de Paulo dos pagãos como acusando-se ou desculpando-se de acordo com
o padrão de uma lei moral interna. Claramente, então, o Cristianismo é qualitativamente
distinto do Paganismo.
Não há nenhum outro nome dado debaixo do céu pelos quais os homens podem ser
salvos por toda a eternidade além do nome de Jesus. O homem natural não pode fazer
nenhum bem espiritual. Mas igualmente claro é que o homem natural ainda não executa a
plena gama de impiedade. Os germes de todos os pecados estão no interior. Um Nero pode
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evoluir para um verdadeiro diabo, enquanto ainda na terra, mas a maioria dos homens não.
Pela operação do Espírito na graça comum, eles são temporariamente restritos de
desenvolver a plena medida do mal inerente a eles.
Portanto, eles podem fazer coisas que são úteis para uma vida tolerável na terra; eles
podem fazer o moralmente bom. Esta distinção entre o espiritual e o moralmente bom não
é totalmente inequívoca uma vez que em outro contexto foi salientado que para alguém ser
verdadeiramente moral deve-se também ser verdadeiramente religioso. Neste contexto, os
termos são contrastados e podem ser assim usados para indicar o mais claramente
possível que o “relativamente bom” no “absolutamente mal” é de valor para esta vida, mas
não para a eternidade.
As religiões tornaram-se verdadeira religião, em princípio, mais uma vez após o poder
redentivo tornar-se ativo no mundo. Devemos enfatizar o princípio da palavra. Isso faz
menção ao fato de que a religião ainda não é perfeita em grau. Este será o caso no Céu.
Mas as Escrituras não hesitam em falar dos remidos como totalmente santos,
completamente justos. Existe uma antítese profunda entre os redimidos na terra. Esta
antítese profunda finalmente será “um grande abismo” no futuro. Os remidos, em quem a
vida que agora vivem é a vida de Cristo, dizem do fundo do seu coração: “Oh, como amo a
tua lei, ela é a minha meditação o dia e a noite”.
Devemos observar mais uma vez que isso vale para todo o “Israel de Deus”, incluindo
o Israel do Antigo Testamento. Os verdadeiros filhos de Abraão são os que criam no
Messias cuja relação exterior e temporal com Abraão é internalizada e externalizada em
Cristo.
É de grande importância para o crente entender a sua relação com a lei de Deus.
Deus fez um Pacto de Obras com o homem. Essa aliança significa que aqueles que
satisfazem plenamente a lei de Deus e, consequentemente, são perfeitos como o Pai
Celestial é perfeito terão a vida eterna. Por outro lado, aqueles que não tiverem cumprido
a lei de Deus terão a morte eterna. Podemos ver dois homens caminhando juntos, ambos
com aparentemente boa saúde. Quarenta anos depois, vemos um deles vir à velhice. O
outra há muito tempo já morreu. Já quando vimos os dois a princípio, um tinha os germes
da doença operando em seu corpo, embora ele parecesse estar tão saudável quanto o
outro. Da mesma forma, dois homens podem imediatamente parecer serem, no que diz
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respeito à moral, igualmente sãos. No entanto, um está “bem com Deus” e, portanto, vive
e viverá enquanto o outro não está bem com Deus e, embora ele pareça viver, está
realmente morto.
A fim de compreender esta diferença entre as duas classes de homens, devemos ver
claramente o que a obra de Cristo tem sido com relação à lei. Ora Cristo tem negativamente,
por Sua obediência passiva, removido para aqueles que estão nEle a maldição e a
penalidade da lei. Ou seja, aqueles em Cristo já não são culpados diante de Deus, mas
justos. Portanto, eles não podem entrar em condenação. A ira de Deus contra o pecado
passou a Ele, Quem Se tornou pecado por nós. Assim, somos “libertos” da “ira vindoura”.
É isso que como ministros de Cristo podemos anunciar para aqueles que estão enfrentando
a morte. Poucos Cristãos hoje parecem experimentar o conforto indescritível que vem da
certeza de que a justiça de Cristo é nossa. A maioria dos Cristãos desejam limpar e purificar
até certo ponto, os “trapos de imundícia” de sua própria justiça. Seu esforço constante para
chegar ao Céu pela regra de ouro não lhes dá nenhum momento de paz. A ameaça de
Deus: “Maldito todo aquele que não pratica a lei de Deus”, paira sobre todo aquele que
busca sem Cristo ou meramente por Seu auxílio cumprir a lei de Deus. Por outro lado, a
perfeita liberdade do medo do julgamento vem aos corações daqueles que confiam na
justiça de Cristo.
O segundo aspecto da obra de Cristo com respeito à lei é que, por Sua obediência
ativa Ele merece o Céu para nós. Ele cumpre o requisito do Pacto de Obras, que o homem
deve obedecer perfeitamente e, em consequência disso, entrar no Céu. Assim, todos
aqueles em Cristo não são apenas libertos da maldição, mas têm a promessa da vida
eterna. Somos herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo.
Prontamente afirmadas como estas questões são com relação aos crentes do Novo
Testamento, elas não são tão facilmente perceptíveis em relação ao crente do Antigo
Testamento. Paulo na Epístola aos Gálatas parece fazer uma grande distinção entre as
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duas dispensações enquanto refere a relação do crente com a lei em cada caso. Mas,
embora ele faça a distinção, ele nem por um momento esquece a ainda maior distinção
entre aqueles que procuram por sua própria justiça herdar a vida e aqueles que buscam a
salvação através da justiça de Cristo. Na verdade, a distinção de Paulo entre a dispensação
do Antigo e do Novo Testamentos quanto à lei é feita explicitamente, no interesse de
aprofundar o abismo entre a justiça de Deus e a justiça do homem. Seu próprio ponto no
argumento contra o Judaizante foi que, a menos que eles interpretassem o propósito do
Antigo Testamento sobre a espiritualidade da lei, e com isso percebessem que a verdadeira
justiça era — mesmo para os crentes do Antigo Testamento — realizada por Cristo, eles
seriam contados dentre aqueles que buscam entrar no Céu por meio de sua justiça própria.
O próprio Paulo tinha experimentado que a tentativa de chegar ao Céu pelas obras da lei é
como tentar carregar água em uma peneira. Daí, ele procura definitivamente provar que
nem mesmo no Antigo Testamento os homens foram ensinados a buscar por obras para
que merecessem a vida. Desde a entrada do pecado, o homem somente pode entrar no
Céu pelo Pacto da Graça. E este Pacto da Graça não é anulado — Paulo nos diz — pela
lei, que foi dada a Moisés que veio depois. Esta lei em si é subsidiária ao Pacto da Graça.
A sua severidade e a natureza irrevogável que parecia tão terrivelmente sob a dispensação
“da condenação”, foi calculada para obrigar os homens a buscarem a salvação pela graça.
Assim, a lei deveria ser um aio que conduzia a Cristo. Assim, disse a lei: “A salvação está
em mim, mas somente em Cristo”.
Assim, vemos que ainda podemos pregar a lei no mesmo duplo sentido que tinha para
Israel. Em primeiro lugar, as demandas de Deus sobre os homens são tão absolutas como
sempre, e o homem é tão incapaz de atender a essas demandas como sempre. Assim eu
posso aprender “quão grandes são os meus pecados e misérias”, e a lei torna-se para mim
o “aio, conduzindo a Cristo”. Em segundo lugar, quando eu sinto a minha culpa e impotência
em relação à lei de Deus e fujo para Cristo por refúgio, eu posso aprender a partir da lei em
todos os seus detalhes como posso regular minha vida de gratidão pela redenção recebida.
Em ambos os aspectos, é altamente necessário pregar a lei hoje. Muita confusão reina
sobre o primeiro ponto. É dito muitas vezes que todos podem conhecer a miséria humana
a partir da experiência. Nós precisamos apenas apontar para os hospitais para convencer
os homens da necessidade de Cristo. Ou, se isso não é suficiente, pelo menos, a
consciência no homem condena-o suficientemente para fazê-lo perceber a necessidade de
um Redentor. No entanto, a consciência e a experiência de ninguém, a parte da lei como
encontrada na Escritura, jamais lhe disse que ele é digno de castigo eterno. A experiência,
exatamente por ser experiência pecaminosa, não pode amar a lei de Deus. A experiência,
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porque é experiência pecaminosa, está em inimizade contra Deus. Por isso, ela não
admitirá que haja tal coisa como uma lei que é absoluta, porque estabelecida por um Deus
absoluto. A experiência, porque é experiência pecaminosa, procura ser uma lei em si
mesma e não se sente culpada diante de Deus, mas na melhor das hipóteses, culpada
diante de si mesma por causa da transgressão da lei. Consequentemente, não há tristeza
“segundo Deus” que leva ao arrependimento; a experiência assim não pode ser um aio
conduzindo a Cristo. Nós não podemos omitir a pregação da lei como a fonte, a única fonte
de nosso conhecimento do pecado.
Podemos notar, a propósito, que, se a lei for assim pregada em toda a sua
espiritualidade servirá como uma melhor cura para os males sociais do que a educação
que é muito elogiada em nossos dias. A máxima socrática de que o conhecimento é virtude,
ou seja, que os homens cumprirão a lei se eles apenas a virem, levou os homens a propagar
a ideia de que a educação, como tal, tornará os homens bons. Mas a educação, como tal,
não pode permitir que os homens vejam a espiritualidade da lei. Para ver esta
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3. O que é Proibido
Agora, os fatos de uma religião pagã estão em desarmonia com a concepção teísta
da religião. Há uma diferença qualitativa entre qualquer uma e todas as religiões do
paganismo e a religião do teísmo como encontrada no Cristianismo. Não importa o quão
próxima seja a semelhança formal ao Cristianismo, a religião pagã sempre adora a criatura,
enquanto o Cristianismo adora a Deus.
Não se segue a partir disso que não há gradações entre as religiões pagãs, de modo
que todas elas sejam igualmente sem valor. A doutrina da graça comum nos permite fazer
muita diferença entre uma e outra, enquanto a doutrina da graça especial nos proíbe de
alguma vez acabar com a distinção qualitativa que separa todas elas do Cristianismo. A
própria diferença entre essas religiões se deve a medidas muito diferentes da graça comum
de Deus. Através da graça comum, a civilização tem gradualmente avançado para que o
homem fosse habilitado somente para livrar-se de algumas das formas mais sensuais de
culto da criatura. Mas permanece a adoração da criatura, mesmo na forma mais refinada
de religião não-Cristã. Mesmo quando adora, de acordo com o modernismo, os ideais do
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bem, da verdade e da beleza ainda este ainda é um culto da criatura, uma vez que esses
ideais não são concebidos como colocados por Deus.
Há muito ateísmo prático em todas as terras civilizadas. O reino da lei tem feito muitos
dizerem, em prática, se não em palavras: “O Senhor não faz o bem nem faz o mal” (Sofonias
1:12). A religião tornou-se para muitos uma questão secundária na vida. Deus não é
pensado como controlando e afetando as nossas vidas a cada momento, em cada aspecto,
por todas as vias possíveis. Em vista desse fato é necessário pregar a mensagem profética
que o Senhor castigará “os homens que se espessam como a borra do vinho, que dizem
no seu coração: O Senhor não faz o bem nem faz o mal”. A imagem do dia do juízo final
não é em nenhum outro lugar mais terrível do que quando estabelecido diante daqueles
que ignoram o Senhor. Ser ignorado é quase tão grande insulto quanto ser desafiado
abertamente. Talvez isso possa até mesmo ser considerado um insulto maior, enquanto um
desafio aberto ao menos “imagina” Deus, dando-Lhe crédito por algum poder.
b. Religiões Naturais
O homem, embora tendo declarado a sua independência, ainda tem de viver como o
filho pródigo dos bens do pai. Além disso, ele sente algo do absurdo de ter se elevado à
posição de Deus. Mais tarde na história, ele declarará abertamente sua autonomia moral
(Kant). No presente, ele deve olhar sobre si por algum objeto de adoração. Ele encontra
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esses objetos na criação inferior. A criação inferior afeta-o de muitas maneiras, e isso está
além de seu próprio controle. O homem é como uma criança que derrubou a chaleira de
água quente sobre si mesma e culpa a chaleira por sua miséria. O homem apenas busca
escapar das más consequências do pecado, enquanto estas consequências o encaram,
nos vários poderes de destruição. Em vez de perceber que os poderes de destruição são
as agências de Deus, para que ele vá a Deus para encontrar libertação deles, o homem
desafia essas agências e adora-as. A estupidez e futilidade do pecado são nisso estrita e
tipicamente ilustradas.
(1) As formas inferiores da religião natural realmente não têm nenhuns deuses, mas
apenas almas. Animismo e fetichismo são exemplos deste tipo.
(2) As formas mais elevadas de adoração natural têm deuses. A imaginação criativa
foi introduzida para criar escultura e mitologia.
(a) As formas Semíticas das religiões naturais mais elevadas desenvolveram algum
tipo de ideia de transcendência. O pecado trouxe incluiu Deus na esfera de Sua criação, e
com isto negou a transcendência de Deus sobre a Sua criação. A este respeito, toda a
ênfase na imanência de Deus na teologia moderna é uma forma clara e extrema da
transgressão do Primeiro Mandamento. No entanto, em momentos diferentes e em
diferentes graus, o homem sentiu que ele precisava de um Deus transcendente. Não que
ele tenha de si mesmo chegado a qualquer verdadeira ideia de transcendência. Tal
verdadeira ideia de transcendência só poderia vir a ele novamente por revelação de Deus;
e isso não por revelação através da experiência humana como tal, pois a experiência
humana como tal é pecaminosa. A transcendência como concebida pelo pensamento não-
teísta é separação. Este é o deísmo.
Deve-se notar que correspondendo ao falso objeto na religião, o homem antiteísta tem
igualmente valorizado uma falsa atitude subjetiva. Não há nada do verdadeiro serviço do
coração a ser encontrado. Como um falso profeta, o homem procura interpretar o universo
sem referência a Deus. Os poderes do mal são assumidos existirem como poderes
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independentes de Deus. O homem não será “ensinados por Deus”. Ele perdeu sua
reatividade de espírito. Como um falso rei, ele procura pronunciar-se sobre a natureza para
o seu próprio interesse somente. Natureza, ciência, arte e governo, todos eles por sua vez,
são feitos servos do homem, sem também serem feitos servos de Deus. O homem não
governará abaixo de Deus. Ele não receberá nenhuma ordem, mas apenas dará ordens.
Ele perdeu a obediência. Como um falso sacerdote, ele dedica todas as coisas para si
mesmo, em vez de oferecer todas as coisas para Deus. Aquilo que serviria a Deus, ele
impede de servir a Deus. Seu coração é afastado de Deus e evita Deus totalmente ou
procura uma falsa familiaridade. O homem ora aos deuses, mas não a Deus. Ele ora por
alívio, mas não por perdão. Se ele tem remorso, não é uma “tristeza segundo Deus”, mas
uma tristeza que vem devido à sua própria loucura.
c. Religiões Éticas
Sair para as nações para levar o Evangelho do Cristianismo significa mais do que
difundir o conhecimento da civilização ou um modo ético mais elevado de vida. Significa,
antes, trazer os homens ao conhecimento das exigências de um Deus santo e justo, que
não pode, em sentido algum tolerar o pecado, mas que em Seu amor condescendente
perdoará o pecado em Cristo, a fim de tornar os homens verdadeiros profetas, sacerdotes
e reis novamente. Uma vez que eles conheçam este Deus em Cristo, eles não adorarão a
natureza, mas o Deus da natureza, eles não adoração a lei, mas o Deus da lei.
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Mas, será que esta idolatria ocorreu predominante somente em países pagãos? O
Primeiro Mandamento como o fundamento de todo o restante precisa ser pregado neste
país e em todos os países civilizados, bem como em terras pagãs.
Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!
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OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS
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2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está
4
encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
5
de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
6
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
7
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 10
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
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se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
12 13
nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
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por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
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também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
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Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
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interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação
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produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não OEstandarteDeCristo.com
veem; porque as que se veem são temporais, e as que se 28
não veem são eternas. Issuu.com/oEstandarteDeCristo