Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O Aluno Não É Mais Aquele PDF
O Aluno Não É Mais Aquele PDF
E AGORA, PROFESSOR ?
A transfiguração histórica dos sujeitos da educação
A partir dos séculos XVI/XVII, a concepção de sujeito epistêmico foi apropriada pelo
projeto sociocultural da modernidade, que assumiu como seu principal objetivo civilizatório
produzir o sujeito moderno tendo a racionalidade como referência central. Esse objetivo
teve uma importância fundamental para a consolidação da representação clássica de
“sujeito do iluminismo”:
“...concepção da pessoa humana como um indivíduo totalmente centrado,
unificado, dotado das capacidades de razão, de consciência e de ação,
cujo "centro" consistia num núcleo interior, que emergia pela primeira vez
quando o sujeito nascia e com ele se desenvolvia, ainda que
permanecendo essencialmente o mesmo ― contínuo ou "idêntico" a ele ―
ao longo da existência do indivíduo. O centro essencial do eu era a
identidade de uma pessoa.”(HALL, 1998).
Com base nestes princípios, os jovens não se pautam mais pelas grandes utopias e
pelas promessas de realizações sociais e políticas no futuro. Para eles, a referência é o
“presente como medida em todas as coisas.” Neste sentido, para esses jovens, o
“presenteísmo”, segundo Machado (1996), tem um significado relevante para suas vivência
e experiências, pois corresponde a um
“... comungar em torno de um objeto, de uma imagem, de um pólo
agregativo: transitório, mutável e plural. Comunhão de sentimentos através
da roupa, do sexo, da música, mesmo da religião ou das idéias, mas
menos em nome da transcendência do que do calor obtido na partilha.
Sabedoria cotidiana, hedonista, e tolerante. Reencantamento do mundo a
partir do presente multifacetado, estranho à contestação das
representações futuristas clássicas, e satisfeito de aproveitar o tempo que
passa.”(MACHADO, 1996).
4. E agora, Professor?
ABRAMOVAY Miriam, WAISELFISZ Julio Jacobo, COELHO Carlos, RUAS Maria das
Graças. Gangues, Galeras, Chegados e Rappers. Juventude, violência e cidadania das
cidades da periferia de Brasília.Rio de Janeiro, Garamond, 2002.
COSTA, Marisa Vorráber. A pedagogia da cultura e as crianças e jovens das nossas escolas. A Página
da Educação. Disponível em: http://www.apagina.pt/. Acessado em 10/07/2005.
GIMENO SACRISTÁN, José. O aluno como invenção. Porto Alegre, Artmed, 2005.
GROPPO, Luís Antonio. Juventude. Ensaios sobre sociologia e história das juventudes
modernas. Rio de janeiro, DIFEL, 2000.
GUATTARI, Félix. Caosmose. Um novo paradigma estético. São Paulo, Editora 34, 1994.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro, DP&A, 1998.
HOSBSBAWN, Eric. Era dos extremos. O breve século XX. 1914-1991. São Paulo,
Companhia das Letras, 1995.
HOBSBWAN, Eric e RANGER, Terence. A invenção das tradições. Rio de Janeiro, Paz e
Terra, 1997.
MATOS, Maria Zilda Santos de. Cultura e Cotidiano. História, Cidade e Trabalho. Bauru,
Edusc, 2002.
SILVA, Juremir Machado da. Anjos Perdição. Futura e presente na cultura brasileira. Porto
Alegre, Sulina, 1996, Sulina, 2001.
SILVA, Luiz Heron da. (org.) A escola cidadã no contexto da globalização. Petrópolis,
Vozes, 1998.
SILVA, Tomaz Tadeu da (org). Alienígenas na sala de aula. Uma introdução aos estudos
culturais em educação. Petrópolis, Vozes, 1995.