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1. Composição química — Biomoléculas: ácidos nucleicos, proteínas, lípidos, glícidos -> base de
carbono;
2. Complexidade e organização — Desde átomos, moléculas, até organismos e populações;
3. Reprodução — A todos os níveis, demonstrando sempre hereditariedade e variação;
4. Património genético — Baseado no DNA, de acordo com o código genético, que faz corresponder
às bases A, C, G e T os aminoácidos.
5. Metabolismo — Reacções químicas de construção (anabolismo) ou destruição (catabolismo).
Obedecem às leis da termodinâmica: 1.ª, a energia não pode ser criada ou destruída; 2.ª, a
entropia nunca diminui exceptuando certos casos;
6. Desenvolvimento — Modificações entre formas adultas, juvenis e embrionárias, metamorfoses,
etc;
7. Interacção com o ambiente — Irritabilidade perante estímulos do meio;
A célula Eucariota
Célula Procariota
Bactérias. Não apresenta compartimentação. Citosol com ribossomas e plasmídeos. Pode ser
Gram- (corada após 2 colorações e lavagem) ou Gram+ (não fica corada).
Separação de Tecidos
A uma cadeira principal de hidrocarbonetos pode ter ainda acoplada a si grupos substituintes
ou radicais. Alguns radicais comuns nas moléculas biológicas: metilo, propilo, amino, fenilo, amido,
éter, éster, cetona, aldeído, carboxilo, hidroxilo, sulfidrilo, fosfatilo.
Os elementos que integram radicais são
elementos que apresentam electrões de
valência livres. Destacam-se o B, N, P e Si ->
formam 3 ligações ou mais. Apesar de tudo, o
carbono é o elemento mais comum a formar
ligações C-C (excepto S: S-S ).
Substância química composta por H e O. É uma molécula polar e muito coesa (estabelece
colunas de água nas paredes do xilema das plantas superiores), apresentando assim uma estrutura
parcialmente ordenada na fase líquida. A coesão entre as moléculas de água é feita
através de pontes de hidrogénio (ligações não-covalentes). É um bom solvente para
solutos hidrofílicos e soluções carregadas.
Solutos hidrofóbicos (apolares) dissolvem-se muito mal em água dado que não
formam ligações de hidrogénio com esta.
Quando 2 meios com água se encontram separados por
uma membrana semipermeável, verifica-se a existência
de uma pressão osmótica: a água atravessa a membrana sempre que é necessário equilibrar a
osmolaridade dos compartimentos.
Nas membranas biológicas, a passagem de água do meio intracelular para o meio extracelular pode
modificar a estrutura da célula:
Célula em solução hipertónica: há mais soluto no exterior, logo a água sai para o exterior da célula;
Célula em solução hipotónica: há mais soluto no interior, logo a água entra para o interior da célula;
Célula em solução isotónica: há soluto em iguais quantidades no interior e exterior da célula;
Propriedades da Água:
Viscosidade baixa, apresentando elevada coesão e adesão entre si;
Elevado calor de vaporização: muita E para vaporizar, reduzindo a perda de água por vapor;
Elevado calor de fusão: muito difícil congelar;
Aumento de volume quando congelada: menor densidade do que a água;
Calor específico elevado: E necessária para elevar T em 1 ºC, numa grama de água – elevada
E;
Elevada Tensão Superficial: provoca força de tensão – animais pequenos podem deslizar na
água;
Absorção de Radiações: absorve luz visível em c.d.o. semelhantes à luz vermelha; absorve IV’s;
A água participa em certas reacções químicas: reacções de hidrólise (clivagem de uma molécula
em várias na presença de H2O), reacções de condensação (formação de uma molécula a partir de duas,
com libertação de H2O) e/ou reacções de oxidação/redução. É no próprio solvente que as reacções se
dão.
Moléculas poliméricas (de pelo menos 20 aminoácidos) sintetizadas pelos organismos vivos
através da condensação de um grande número de moléculas de α-aminoácidos (monómeros), através de
ligações peptídicas. Quando a molécula possui menos de 20 aminoácidos ligados entre si designa-se por
polipéptido. São produzidas nos Ribossomas, tanto no citosol como no RER. Apresentam inúmeras
funções (catálise enzimática – enzimas; transportadoras; movimentação coordenada; suporte mecânico;
protecção imunitária; geração e transmissão de impulsos nervosos; controlo do crescimento e
diferenciação).
O monómero de uma proteína é um L-aminoácido (apenas L aminoácidos): composto quaternário de C,
H, N e O. Apresenta a seguinte forma geral. Dos cerca de 300 aminoácidos existentes, 20 são essenciais
para o organismo vivo.
Os aminoácidos podem ser classificados dependendo das
propriedades (pH e carga) dos seus grupos R.
Grupos R alifáticos (não-polares –
hidrofóbicos):
Glicina, Alanina, Prolina, Valina, Leucina, Isoleucina,
Metionina;
Grupos R aromáticos (absorvem UV’s):
Fenilalanina, Tirosina, Triptofano;
Grupos R polares (sem carga):
Serina, Trionina, Cisteína, Asparagina,
Glutamina;
Grupos R (carga +):
Lisina, Arginina, Histidina;
Grupos R (carga -):
Aspartato, Glutamato;
A ligação peptídica
Ligação entre 2 aminoácidos, com libertação de uma molécula de água. Ocorre entre o grupo
carboxilo de um aminoácido, com o grupo amina do aminoácido
seguinte. Forma-se um péptido. Os péptidos podem ter designações
diferentes consoante o nº de aminoácidos ligados entre si: oligopéptido
(+ de 8 aminoácidos), dipéptido (2 aminoácidos), pentapéptido (5
aminoácidos)...
Existem ainda venenos (amanitina) e antibióticos que têm na sua constituição polipéptidos.
As proteínas são constituídas por cadeias polipéptídicas ligadas entre si por ligações peptídicas. Destas
ligações, costumam resultar diferentes tipos de conformações: conformações primárias (cadeia linear),
conformações secundárias (hélice-α e folha β-pragueada), conformações terciárias (a folha dobra-se
sobre si mesma) ou conformações quaternárias (várias estruturas terciárias acopladas entre si). Quando
dois ou mais polipéptidos iguais/diferentes entre si se associam não covalentemente (forças fracas),
estamos perante proteínas multiméricas. As subunidades iguais designam-se por protómeros (um
exemplo de proteína multimérica é a hemoglobina, formada por 2 pares de protómeros).
Quando estamos perante proteínas apenas constituídas por aminoácidos, designamos a proteína por
simples. No entanto, caso a proteína esteja associada a lípidos ou glícidos, designamos a proteína por
conjugada. O grupo associado à proteína designa-se por grupo prostético.
A solubilidade proteica varia com a concentração dos constituintes de uma dada solução.
e.g. : Quando temos uma solução com proteína X e um sal, caso
se aumente a concentração do sal, a proteína dissolve-se mais
(fenómeno de Salting In). Caso se aumente muito a concentração
do sal, a proteína dissolve-se menos (fenómeno de Salting Out).
Actualmente, usam-se inúmeros tecidos e células nos estudos realizados: E. Coli, S. cerevisiae,
fígado de rato, músculo esquelético, chlamydomonas. Estas utilizações baseiam-se nas constituições de
cada componente (há determinadas enzimas em certos tecidos), ou na facilidade de obtenção e
manutenção de determinado organismo (E. Coli; S. Cerevisiae).
Ocorre tendo em conta a solubilidade (salting out, aumentando [C] do soluto), o tamanho
(cromatografia por filtração em gel), a carga (cromatografia de troca iónica) e a afinidade (cromatografia
de afinidade). Inicia-se com o tecido/células (amostra), provocando-se lise. Daqui resulta um extracto
bruto, que sofre um fraccionamento celular para se obter um extracto. Este extracto proteico sofre um
fraccionamento de proteínas, obtendo-se assim a proteína para estudar.
Para se separar apenas proteínas, pode-se utilizar técnicas laboratoriais como a electroforese, a
isoelectrofocagem ou a electroforese a duas dimensões.
1) Processa-se a proteína durante um dia, numa solução de HCl 6N a 110 ºC (hidrólise ácida). Deste
modo, obtêm-se os aminoácidos em suspensão. De seguida, realiza-se uma cromatografia de troca
iónica, separando-se os aa’s.
4) Fragmenta-se os péptidos em sequências mais pequenas, que são posteriormente recolhidas por
processos cromatográficos ou electroforésicos.
7) Localização das pontes dissulfureto: após separação por electroforese do péptido, compara-se o
conjunto de péptidos gerados pela mesma enzima. Por cada ligação não há mais do que 2
péptidos, e poder-se-á ver um péptido maior.
Como visto anteriormente, a função de uma proteína depende da sua estrutura, que é
determinada pela sequência de aa’s. Entre os aa’s de uma mesma proteína, podem ocorrer
interacções não-covalentes (forças fracas) que estabilizam a estrutura.
Dizemos que uma proteína apresenta uma conformação espacial (arranjo espacial de átomos)
quando tem uma estrutura tridimensional. Predominam no meio natural as conformações
termodinamicamente mais estáveis, que implicam maior estabilidade.
Estrutura primária
Cadeia peptídica linear. As ligações covalentes existentes entre os átomos da cadeia limitam a
conformação do polipéptido. Os aa’s ligam-se entre si através da ligação peptídica, estabelecida entre
o grupo carboxilo e o grupo amina. O O do grupo carboxilo tem carga parcial negativa, e o N do grupo
amina carga parcial positiva. Deste modo, estabelece-se um dipolo, o que permite a formação da
ligação covalente, com libertação de 1 molécula de H 2O. As ligações peptídicas limitam o nº de
conformações.
Estrutura secundária
Hélice-α ou Folha β-pragueada (Hélice é mais comum).
→ A hélice é estabilizada por ligações de H entre o átomo de H ligado ao N electronegativo da
ligação peptídica e o átomo de O do grupo carbonilo do 4º aminoácido seguinte (a hélice
está enrolada helicoidalmente e o aminoácido que está por cima de outro aminoácido, é o
4º seguinte).
A Alanina forma hélice alfa muito facilmente, ao contrário da Prolina e Glicina. Asparagina, Serina,
Tirosina e Cisteina destabilizam a hélice alfa se estiverem perto dela.
Estrutura terciária
É uma conformação tridimensional biologicamente activa. Os aminoácidos (estejam longe/perto, ou
em estruturas secundárias diferentes) interactuam entre si, formando uma espécie de “bola”.
Estrutura quaternária
Formação de complexos tridimensionais através da ligação de estruturas terciárias.
Proteínas Fibrosas: um tipo de estrutura secundária + uma estrutura terciária simples. São
alongadas e insolúveis.
Hélice alfa com S-S Rija, com dureza e flexibilidade variada Alfa queratina do cabelo
Hélice tripla Grande força de tensão sem flexibilidade Colagénio dos tendões ósseos
Alfa-queratina do cabelo:
Inicialmente temos a hélice alfa, que se enrola helicoidalmente com outra hélice alfa. Obtem-se uma
cadeia (dímero), que empacota-se com outros dímeros antiparalelamente: obtêm-se os
protofilamentos (tetrâmeros). Estes associam-se topo a topo para formar o protofilamento, e 8
destes formam o filamento de forma tubular.
Colagénio
Glicoproteína insolúvel, constituída por 3 cadeias polipeptídicas enroladas em hélice alfa. Contém
glicina, hidroxilisina e hidroxiprolina. A Glicina costuma ser o 3º aminoácido no arranjo, pois é ela que
faz com que a cadeia aperte e fique enrolada fortemente. Existem vários tipos de colagénio nos
vertebrados.
Vitaminas
Formação da hidroxiprolina - a prolina sofre hidrólise por acção da prolil hidroxilase (activa o O 2)
Desnaturação proteíca: deve-se ao pH, temperatura, ácidos/bases, que causam a uma alteração da
estrutura da proteína. Deste modo, a sua função é alterada. No entanto, há desnaturações
reversíveis.
As proteínas recebem “folding” através de chaperonas, também elas proteínas. São elas que
promovem o correcto enrolamento proteico, para se assegurar a conformação final correcta. Este
folding por vezes tem de ocorrer na presença de 2 enzimas: Isomerase dissulfito de proteínas (IDP) e
Isomerase Prolil cis-trans peptídico.
Erros no folding levam a uma alteração na função da proteína, que estão na base de muitas doenças
degenerativas como Parkinson e Alzheimer.
Funções de Proteínas:
As proteínas apresentam muitas funções, que estão relacionadas com ligações reversíveis de
determinadas moléculas: os chamados ligandos. Estes, ligam-se ao local de ligação complementar,
através de uma interacção específica. Pode haver mais do que um local local para diferentes ligandos.
A ligação da proteína com o ligando cria uma conformação na proteína mais eficaz para determinada
função. Numa proteína multimérica (alfa2 beta2), uma alteração numa subunidade leva a uma
alteração das restantes subunidades.
Conlui-se que:
A estrutura da proteína afecta o modo de ligação dos ligandos, e que a função de um grupo
prostético é modelada pelo seu ambiente peptídico. A ligacao do O2 ao hemo na mioglobina depende
também de movimentos moleculares na estrutura da proteína.
Quando mais forte o ligando está ligado à proteína, mais baixo é Kd.
Anemia falciforme: doença que afecta a estrutura dos eritrócitos. Uma substituição de um
aminoácido (Valina em vez de Glutamato) altera a conformação da proteína. Deste modo, a função
da hemoglobina é alterada (não transporta tanto O2 como devia).
Enzimas
São diferentes de catalisadores químicos. Aumentam a velocidade da reacção, tornam as condições
da reacção mais “suaves” (é necessário menos componentes para a reacção se dar), apresentam
especificidade, são capazes de se regularem entre um estado actino/inactivo.
História:
1700 – estudos sobre a digestão de carne;
1800 – conserção de amido em açucar pela saliva (amilase);
1850 – Pasteur estudou a fermentação do açucar em álcool;
1893 – Ostwald: enzima = catalisador;
1894 – Fischer pronuncia a teoria da chave-fechadura;
1894 – Eduard Buchner: mesmo após a reacção, as moléculas continuam a funcionar;
1877 - Kuhne – in zyme -> enzima!
1926 – Sumner: Urease cristal;
1905 – Harden e Young: NAD+;
1909 – Sorensen; escala de pH;
1913 - Michaelis e Menten: teoria cinética;
1925 – Briggs e Haldane: teoria cinética modificada;
1931 – Linewaeaver e Burk: constantes cinéticas;
1960 – Ribonuclease;
1962 – Lisozima;
As enzimas têm várias aplicações em diferentes sectores: desde texteis, a medicamentos
(penicilina), productos lacticíneos, carne (tornar mais tenra), alimentos, detergentes, etc.
Nos últimos anos têm sido desenvolvidas enzimas artificiais, dando maior estabilidade
térmica ( com subtilisina, a vida a 100º C passa de 30 segundos para 170 minutos). As
enzimas têm diferentes designações, consoante a sua função: ligases (promovem ligações),
hidrolases (reacções de hidrólise), transferases (reacções de transferência), oxidoreductases
(transferência de e-‘s), etc.
Cada enzima tem um nome sistemático, um nº de classificação e um nome trivial.
E.g.: A enzima que catalisa a reacção
ATP + D-glucose → ADP + D-glucose6-P
Nome sistemático: ATP glucose fosfotransferase
Nº de classificação: E.C. 2.7.1.1.
E.C. – Enzyme Commission
2- classe das transferases (o número 2 está na tabela internacional que está no PDF)
7- subclasse fosfotransferase
1- fosfotransferase com um grupo hidroxilo como aceitador
1- D-glucose como aceitadora do grupo fosforilo
Nome trivial: hexoquinase
A constante de velocidade pode ser obtida através de outra relação, relacionada com a
energia de activação:
k = KT/(hxe-∆G*/RT)
k = constante de velocidade
K = constante de Boltzman
H = constante de Planck
T = temperatura (em kelvin’s)
∆G* = energia de activação
R= constante universal dos gases
A enzima e o substracto formam ligações covalentes entre si, e são estas ligações que
vão causar o abaixamento da energia de activação da reacção. Quando o substracto se liga à
enzima (complexo enzima-substracto), vão-se formar ligações não-covalentes. Estas
contribuem para a catálise enzimática. No estado de transição (ponto de máxima energia
livre: energia de activação) existem inúmeras ligações fracas, pois é neste estado que o
substracto viu quebradas todas as ligações que tinha. É neste estado que se formam novas
ligações, ou se formam as ligações prévias. No entanto, é de notar que a enzima não é
complementar ao substracto, mas sim complementar ao estado de transição uma vez que é
neste que se formam as novas ligações.
Para baixar a energia de activação (uncatalised -> catalised), o sistema tem de adquirir a
energia equivalente à que diminuiu. Esta provém da formação de ligações não-covalentes
entre a enzima e o substracto no estado de transição.
Existem enzimas que são capazes de regular a sua própria actividade através de sinais. São chamadas
de enzimas alostéreas. O inibidor liga-se ao local alostéreo, inibindo a actividade da enzima. O
contrário também acontece.
Actividade Molecular de uma Enzima: nº de moles de substracto que reage com uma mole de enzima
por unidade de tempo. Designa-se por AM.
Unidade de enzima(U): quantidade de enzima que catalisa a reacção de 1 μmole de substrato por
minuto a 25ºC e em condições óptimas de medida.
Actividade específica: número de unidades de enzima por mg de proteína.
A actividade de uma enzima depende de vários factores, sendo eles a concentração do substracto, da
enzima, da temperatura ou do pH.
Cinética Enzimática
Estudar a velocidade da reacção com base na alteração de alguns parâmetros. É uma cinética de
estados iniciais, pois estudamos apenas a velocidade
inicial (não há produto originado, logo não há reacção
no sentido inverso – só há substracto e enzima; o pH é
constante enquanto que ao longo do tempo varia; a
enzima não desnatura).
Estamos sempre num caso de velocidade inicial (V 0)
desde que a concentração do substracto seja muito
maior do que a enzima. Quando ocorre igualdade
entre estes parâmetros não estamos mais numa
situação de velocidade inicial de reacção.
V0 é a recta tangente ao gráfico.
Hipótese do Equilíbro Rápido / Michaelis – Menten: uma enzima com um substracto entram
em equilíbrio químico, descrito matematicamente pela equação de Michaelis - Menten.
Vo pode ser considerado como a velocidade com que ocorre a quebra da ligação ES : V 0= K2[ES]
[ES] = V0 / K2
Há casos em que K2 surge como Kcat. É uma constante catalítica – nº de moléculas de substracto
transformadas em produto por unidade de tempo.
Dedução da equação:
Velocidade de formação de ES
Velocidade de degradação de ES
Como
Nesta experiência, usou-se tampão de acetato para manter o pH constante; fora tidos em conta a
existência de isómeros (mutarrotação); mediram-se velocidades iniciais.
Hipótese do estado estacionário / Briggs-Haldane: existe um estado estacionário para [EA].
Segundo esta hipótese, Km não é uma medida de afinidade pois não é uma constante de
dissociação.
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Estes dados são posteriormente inseridos num gráfico matemático. No entanto, o seu desenho
obriga ao desenho rigoroso de uma hipérbole e de uma assimptota.
Para facilitar o desenho do gráfico, baseamo-nos em métodos de linearização. Estudaram-se 2 mais
rigorosamente: o método de Lineweaver-Burk , o método de Hannes (ou Woolf) e o método directo
de Eisenthal e Cornish-Bowden.
Método de Lineweaver-Burk:
Inverte-se a equação de Michaelis-Menten:
Este método pode levar a grandes erros, pois podemos inverter certas
grandezas com pequenos erros.
Nota: Todas as enzimas obedecem à equação de Michaelis-Menten (formam uma hipérbole com
assimptota. Todas, excepto as enzimas alostéreas explicadas anteriormente. Estas formam gráficos
sigmoidais.
Inibição enzimática
Não competitiva: o inibidor não compete com o substracto pelo centro activo: ao revés,
liga-se a outros locais da enzima, o que leva a uma alteração da sua estrutura ou alteração
do centro activo; o inibidor liga-se apenas ao complexo ES, formando o complexo ESI; o Km
diminui e o Vmax diminui.
Mista: O inibidor liga-se a um local específico da enzima (que não o centro activo); o inibidor
liga-se tanto à enzima livre como ao complexo ES; Vmax diminui; Km pode aumentar,
diminuir ou manter-se.
Inibição Irreversível – destruição de grupos funcionais para a actividade da enzima, através da
ligação de inibidores a esta. Há inactivadores designados por suicidas, que se ligam ao
centro activo da enzima, sofrem os primeiros passos da reacção mas originam produtos que
ficam acoplados à enzima irreversivelmente.
e.g.: penicilina impede a síntese da parede das bactérias; aspirina previne dor através da
inibição da produção de prostaglandinas.
Vias metabólicas:
Heterotropismo Homotropismo
(o modulador é diferente do substracto) (o modulador é igual ao substrato)
Positivo Negativo
(activam a enzima) (inibe a enzima)
Nota: A regulação enzimática pode passar ainda pela existência de um precursor, sem capacidade
catalítica, que, no caso das proteases, são chamados zimogénios.
Glícidos
Compostos ternários de C, H e O : fórmula geral de Carbohidratos - (CH2O)n -> uma excepção
são alguns hidratos de Carbono – Cn(H20)n. Apresentam função estrutural (paredes celulares de
certos organismos), energética (cadeias respiratórias) e têm inúmeros papéis no metabolismo celular.
O seu monómero é o monossacárido ou ose.
Nota: Quando 2 isómeros diferem na configuração de um carbono quiral, dizemos os isómeros são
epímeros em C x e C y (sendo x/y o nº do carbono na cadeia). Quase todas as hexoses dos
organismos vivos apresenta-se como isómero D. No entanto, há excepções em que existem isómeros
L (L-arabinose).
Quando a uma cetona/aldeído se liga um álcool, forma-se um composto chamado hemiacetal. A sua
formação deve-se à reacção do grupo hidroxilo com o grupo carbonilo.
Dentro do grupo dos hemicetais, pode haver isomeria. Caso a isomeria esteja associada a um
carbono quiral hemicetal, estamos perante um anómero -> carbono anomérico.
Piranose e Frutose
Furano: É um pentanel de fórmula molecular C4H4O
Pirano: É um hexanel de fórmula molecular C5H6O
Quando monossacarídeos se ciclizam sob a forma do anel "pirano" são conhecidos como
piranosídicos e o nome do monossacarídeo é acompanhado pelo sufixo piranose, a fim de designar a
conformação espacial correcta. Por exemplo, a glucose piranosídica é conhecida como glucopiranose.
A mesma conjugação de substantivos também é válida para os monossacarídeos que se ciclizam na
forma do anel furanosídico (nome oriundo da molécula furano). A frutose, por exemplo, se ciclizada
dessa forma, é conhecida como frutofuranose. A piranose apresenta 2 conformações possíveis de
cadeira.
Os seres vivos possuem muitos derivados de hexoses. Estes derivados resultam da oxidação do grupo
carbonilo em carboxilo, ou da substituição de um grupo hidroxilo.
Os diósidos são moléculas de oses ligadas entre si através de ligações glicosídicas. Por cada ligação
glicodísica (feita entre os carbonos hemicetais), liberta-se uma molécula de água.
Os glícidos possuem poder reductor em certas conformações.
Os polissacáridos designam-se de tal modo quando existem mais de 8 oses ligadas entre si.
Aparecem associadas linearmente ou numa estrutura ramificada.
Homopoliósidos: composto por um único tipo de oses.
Temos a celulose e a quitina, constituintes da matriz extracelular vegetal e células de animais. Temos
ainda o amido e o glucogénio envolvido no armazenamento de energia celular.
Proteoglicanos: proteínas extracelulares rodeadas por hidratos de carbono: com função de rigidez na
matriz extracelular animal, resistindo à compressão e preenchendo espaços. Alguns proteoglicanos
ainda podem estar ancorados na membrana, podendo-se ligar a factores de crescimento e a outras
proteínas servindo como sinal para as células existentes na matriz extracelular animal. Interactua
com moléculas de colagénio e outras.
Lípidos
As ceras são ésteres de ácidos gordos, e são muito impermeáveis à água – penas de animais,
cera de abelhas, etc.
o triglicéridos: ésteres de ácidos gordos e glicerol: um álcool glicerol e três ácidos gordos. São
moléculas apolares hidrofóbicas devido à ligação éster formada entre os ácidos gordos eo
glicerol. Fornecem energia (a oxidação de X glícidos é menos energética do que a oxidação
de X triglicéridos) e isolamento térmico;
o fosfolípidos: têm ácido fosfórico e glicerol na “cabeça” ou extremidade hidrofílica polar e
ácidos gordos em duas cadeias, as extremidades hidrofóbicas apolares. Por ter uma
extremidade hidrofílica e uma hidrofóbica chamam-se moléculas anfipáticas;
o esteróides
Os fosfolípidos e os esfingolípidos podem ser degradados pela acção de duas enzimas: primeiro pela
acção da fosfolipase A, e depois pela lisofosfolipase. A renovação lipídica nas células ocorre
constantemente.
Membranas
As moléculas de DNA/RNA formam ligações entre si. As ligações são fosfodiéster, entre o grupo
fosfato 5’ de um nucleótido com o grupo hidroxilo 3’ do nucleótido seguinte.
Propriedades das bases azotadas: absorvem UV’s, têm um grande carácter de conjugação, são
hidrofóbicas e insolúveis em água a pH=7, empacotam-se entre si para maximizar o carácter
hidrofóbico.
Regras de Chargaff:
1. A composição do DNA em bases azotadas varia, em geral, de espécie para espécie;
2. O DNA de diferentes tecidos da mesma espécie tem a mesma composição;
3. A composição do DNA em bases azotadas não varia com a idade, estado nutricional nem com
quaisquer alterações ambientais;
4. Em todo o DNA, independentemente da espécie, o número de resíduos de adenina é igual ao
número de resíduos de timina (A = T) e o número de resíduos de guanina é igual ao número de
resíduos de citosina (G = C). Daí se conclui que A + G = T + C (purinas = pirimidinas).
DNA de indivíduos diferentes pode por vezes hibridizar-se em DNA-filho com cadeias de DNA dos
indivíduos diferentes. Ocorrem em bactérias.
Mutações
Alterações no DNA que levam a alterações permanentes na informação genética. Podem ser
espontâneas (emparelhamento incorrecto – há mecanismos de correcção) ou induzidas (por radiação).
Metabolismo
Quimiotrofismo: obtenção de energia química por oxidação de matéria orgânica;
Autotrofismo: obtenção de energia através da energia luminosa;
Metabolismo: série de reacções químicas interligadas que começa numa molécula e a converte noutra
de uma forma cuidadosamente definida. Pode ser um metabolismo anabólico ou catabólico.
Anabolismo – formação de moléculas complexas a partir de moléculas simples, com
gasto energético;
Catabolismo – quebra de moléculas, com libertação de energia;
Nota: Uma sequencia de reacções termodinamicamente desfavorável pode ser convertida numa
favorável acoplando-a à hidrólise de um nº suficiente de moléculas de ATP. Um facto é que a
molécula de ATP tem grande tendência a perder um grupo fosfato.
Dados que evidenciam a elevada tendência que o ATP tem para perder grupos fosfatos:
1) A molécula de ADP (obtida através da perda de 1 grupo fosfato do ATP) tem maior capacidade
para estabilizar-se a si mesma por ressonância.
2) A pH=7, o ATP transporta 4 cargas negativas no trifosfato o que aumenta a repulsão entre elas.
Quando hidrolisado (perde 1 grupo fosfato), a repulsão diminui.
3) A água liga-se mais efectivamente ao ADP do que ao ATP.
Todas as moléculas com carbono pode ser oxidadas para obtenção de ATP. Nas
células, o carbono é oxidado em CO2, libertando-se energia que regenera ATP
no processo. Nas moléculas de combustíveis (hidrocarbonetos de cadeia
longa), a oxidação ocorre em cada carbono de cada vez.
Resumindo, a oxidação de combustiveis permite a formação de gradientes de
protões. Estes accionam a síntese de ATP.
Digestão: obtenção de energia