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NUTRIÇÃO CLÍNICA E DIETOTERAPIA PARA O SIST. DIGEST.

Terapia Nutricional Enteral - Parte 2

Profª Katherine Andrade


Critérios para seleção da fórmula enteral
1) Via e tipo de administração

2) Categoria da dieta enteral/tipo de fórmula

3) Densidade calórica da dieta enteral

4) Osmolaridade/osmolalidade da dieta enteral

5) Fontes e complexidade dos nutrientes na dieta enteral


Passo a passo – escolha da fórmula enteral

Desenho da fórmula e indicação clínica


Categorização das dietas enterais
TIPO DE DIETA VANTAGEM DESVANTAGEM
QUANTO A FORMA DE PREPARO
Dieta caseira ou artesanal - Permite individualização da fórmula - Instabilidade bromatológica, microbiológica e
- Custo aparentemente menor sensorial do produto
Preparadas com alimentos in natura ou -Fornecimento de micronutrientes inadequado
misturas de produtos naturais com -Dificuldade de formulação de dietas
industrializados (suplementos, módulos) especializadas

Dietas industrializadas em pó -Menor manipulação do que dietas caseiras -Ainda possui alguma manipulação
- Permite maior individualização da fórmula -Podem apresentar problemas de viscosidade
Acondicionadas em pacotes -Maior estabilidade bromatológica e microbiológica do que dependendo da reconstituição realizada
hermeticamente fechados em latas - as caseiras
necessitando de porcionamento -Fornecimento adequado de micronutrientes
-Armazenamento facilitado

Dietas industrializadas líquidas semi- -Baixo risco de contaminação -Não favorece individualização da fórmula
prontas (sistema aberto) -Mínimo de manipulação -Mais difícil armazenagem

Dietas já industrialmente reconstituídas,


que se apresentam em embalagens
individuais ou em maior volume –
necessitando de porcionamento

Dietas industrializadas prontas (sistema - Não ocorre manipulação, sendo dispensável área -Sem possibilidade de alterar a fórmula
fechado) específica na cozinha hospitalar (RDC 63) -Possíveis perdas de dieta na alteração da
- Mínimo risco de contaminação prescrição nutricional
Acondicionadas em frascos ou bolsas - Exigem administração contínua (gravitacional ou
próprias para serem acopladas bomba infusora)
diretamente ao equipo.
Categorização das dietas enterais
TIPO DE DIETA CARACTERÍSTICA
QUANTO À INDICAÇÃO
Dietas enterais de formulação padrão Objetivo de contemplar todas as necessidades nutricionais (quali e
quantitativos). Quantidade equilibrada de macronutrientes, fibra, vitaminas e
minerais. Geralmente possuem DC de 1,0-1,5 kcal/mL

Dietas enterais de formulação especializada Dieta para diabetes, imunonutrição, doenças inflamatórias intestinais

QUANTO AO SUPRIMENTO CALÓRICO


Dietas enterais nutricionalmente completas fornece todos nutrientes necessários
Suplemento nutricional Complementam a alimentação, não fornecem calorias adequadas
QUANTO A COMPLEXIDADE DOS NUTRIENTES
Dietas poliméricas Macronutrientes, em especial proteína, estão na forma intacta (polipeptídeos)

Dietas oligoméricas Macronutrientes, em especial proteína, estão na forma parcialmente


hidrolisada (oligopeptíeo). Carboidrato – oligossacarídeos, dissacarídeos,
maltodextrina – principal fonte. Lipídios – TCL e TCM.

Dietas monoméricas ou elementares Macronutrientes, em especial a proteína, estão na forma totalmente


hidrolisados (aminoácidos). O perfil de carboidrato, lipídios, vitaminas e
minerais é semelhante ao das dietas oligoméricas.
Resumo
Classificação das dietas enterais
Densidade calórica da dieta enteral
 Quantidade de calorias fornecida por mililitro de dieta

 Pacientes com restrição hídrica tem indicação de dieta com maior


densidade calórica  1,5 a 2,0 kcal/mL
Densidade Kcal/mL fórmula % de
calórica água
Muito baixa < 0,6 Muito hipocalórica -
Baixa 0,6 – 0,8 hipocalórica -
padrão 0,9 – 1,2 normocalórica 80-86
Alta 1,3 – 1,5 Hipercalórica 76-78
Muito alta > 1,5 Muito hipercalórica 69-71

A partir da densidade calórica da dieta e da kcal/kg que queremos ofertar,


podemos calcular o volume de dieta enteral a ser fornecido para o paciente
Como calcular densidade calórica?
 Suplemento nutricional 1 :

Volume de 200 ml – 1 frasco


Quantidade de calorias em 200 ml: 400 kcal

Qual a densidade calórica deste suplemento?


DC = kcal/volume (ml)
DC= 400 kcal / 200 ml
DC= 2 kcal/mL

 Suplemento nutricional 2 :
 Volume de 125 mL – 1 frasco
 Quantidade de calorias em 125 mL: 300 kcal

 Qual a densidade calórica deste suplemento?


DC= 300 kcal/125
DC= 2,4 kcal/mL
Como calcular o volume de dieta enteral a
partir da densidade calórica da dieta?
 A partir da densidade calórica da dieta e da kcal/kg que queremos ofertar, podemos calcular o volume de
dieta enteral a ser fornecido para o paciente.

 VET = 30 kcal/Kg de peso


 VET = 30 x 50 Kg
 VET = 1500 kcal/dia

 Fórmula disponível no meu hospital: DC=1,2 kcal/mL e 65g de proteína em 1 litro de dieta.

 Qual será o volume de dieta enteral que vou fornecer?


Volume de dieta enteral = 1500 kcal / DC da dieta
Volume de dieta enteral = 1500 kcal / 1,2
Volume de dieta enteral = 1250 ml de dieta em 24 horas para o paciente

Qual será a oferta protéica?


1 litro de dieta ---- 65g de proteína
1,250L de dieta --- x ptn = 81,25g de proteína/dia = 1,65g de proteína/Kg de peso atual/dia
Osmolaridade / Osmolalidade da dieta enteral
 Osmolaridade: nº de miliosmoles por litro de solução
Ambos refletem a concentração de
 Osmolalidade: nº de miliosmoles por Kg de água
partículas osmoticamente ativas na
solução
 Fatores que interferem na osmolaridade da fórmula:
 Maior hidrólise dos nutrientes
 Minerais/eletrólitos
Osmolalidade do plasma: 320 mOsm
 Proteínas
 Carboidratos (>hidrolisados) Estômago: tolera fórmulas com maior
 TCM – mais solúveis que TCL osmolalidade.
Pós pilórico – tolera melhor fórmulas isotônicas.
Característica Osmolalidade
Baixa osmolaridade – dieta hipotônica 280-300 (mOsm/Kg de água)
Osmolaridade normal – dieta isotônica 300-350 (mOsm/Kg de água)
Osmolaridade pouco alta - dieta levemente 350-550 (mOsm/Kg de água)
hipertônica
Osmolaridade alta – dieta hipertônica 550-750 (mOsm/Kg de água)
Osmolaridade muito alta – dieta muito >750 (mOsm/Kg de água)
Fonte e complexidade dos nutrientes
nas fórmulas enterais
 Carboidratos:
Formas predominantes de CHO nas dietas  hidrolisado de milho ou
maltodextrina Digestão/absorção
Forma do carboidrato Fonte alimentar Características
requerida
Amido Amido de milho Sim Osmolalidade não é afetada
Rápida hidrólise intestinal
Xarope de milho
Maior absorção que a glicose livre
Maltodextrina
Polímeros de glicose Maior influência na osmolaridade e aumenta a
Oligossacarídeos de
(amido de milho Sim solubilidade
glicose
parcialmente hidrolisado) Exige menor capacidade de digestão no TGI
Polissacarídeo de
Melhora a absorção de cátions divalentes (Cálcio,
glicose
zinco e magnésio)
Dextrina Rápida hidrólise da sacarose e maltose
Dissacarídeos - sacarose, Maltose Lenta hidrólise da lactose
Sim
maltose, lactose Sacarose Maioria das fórmulas comerciais são isentas de
Lactose lactose
Confere sabor adocicado
Monossacarídeos – glicose Glicose
Não Influencia na osmolaridade (contribui para
(dextrose) e frutose Frutose
hiperosmolalidade)
Fonte e complexidade dos nutrientes
nas fórmulas enterais
 Fibras: principais fontes  pectina, goma-guar e polissacarídeos de soja
 Fibras alimentares: polissacarídeos vegetais da dieta.
 Conteúdo de fibras nas fórmulas: 5 a 14 g/L
 Forma predominantemente utilizada nas fórmulas é o polissacarídeo da soja.

Digestão/absorção
Forma da fibra Fonte alimentar Características
requerida
Insolúveis
- celulose Podem aumentar o peso fecal por causa da capacidade de reter água
- Plantas Sim
hemicelulose Aceleram o tempo de trânsito no cólon, aumentando o peristaltismo
- lignina
Aumentam o peso fecal em decorrência do aumento da massa
Solúveis:
bacteriana
- pectina
Retardam o tempo de trânsito do cólon Retardam o esvaziamento
- Mucilagem
Plantas Sim gástrico
- polissacarídeos de algas
Ácidos graxos de cadeia curta (produto de fermentação da fibra solúvel)
- gomas (guar)
contribuem para a absorção de sódio e água no cólon

Principais fontes de fibras das formulações enterais


Polissacarídeo da soja (fibra Cotilédone da Retardam o tempo de trânsito intestinal Podem aumentar o peso
Sim
solúvel e insolúvel) soja fecal
Parecem reduzir a hipoglicemia rebote pós-prandial

Sondas devem ser de calibre 10 a 12fr  calibres menores aumentam risco de obstrução do cateter
Fonte e complexidade dos nutrientes
nas fórmulas enterais
 Proteínas
Digestão/absorção
Complexidade da Proteína Fonte protéica Características
requerida
Caseína
Proteína isolada da soja Indicação: pacientes com TGI íntegro
Lactoalbumina Capacidade de digestão e Promove maior estimulação de hormônios intestinais e fatores
Proteína intacta
Clara de ovo (ovoalbumina) absorção completa de crescimento do que aminoácidos
Carne Osmolaridade pouco afetada
Leite desnatado integral
Caseína
Indicação: capacidade digestiva e absortiva diminuída ou
Proteína isolada da soja
Proteína parcialmente insuficiência pancreática
Lactoalbumina Capacidade de digestão e
hidrolisada (pequenos Promove maior estimulação de hormônios intestinais e fatores
Soro do leite absorção para peptídeos
peptídeos e oligopeptídeos) de crescimento do que aminoácidos
Proteína da carne
colágeno
Caseína Indicação: na presença de comprometimento na função GI
Proteína isolada da soja ou hipoalbuminemia grave
Lactoalbumina Absorção passiva, não requer bomba de sódio
Dipeptídeos e tripeptídeos Soro do leite Não requer capacidade Melhor absorção quando comparado a aminoácidos ou
(proteína hidrolisada) Proteína da carne de digestão e absorção proteínas intactas
colágeno Melhor retenção nitrogenada
Melhora a absorção de sódio e água
Reduz risco de diarréia
Não requer capacidade Indicação: capacidade digestiva reduzida, insuficiência
Aminoácidos L-aminoácidos digestiva e absortiva pancreática, DII, requer transporte ativo, aumenta a
normal osmolaridade da fórmula, prejudica a palatabilidade
Fonte e complexidade dos
nutrientes nas fórmulas enterais
 Lipídeos
 A gordura aumenta a palatabilidade e o sabor da dieta
 Óleos vegetais contêm variedade de ácidos graxos essenciais
 A ingestão de ácidos graxos essenciais (sobretudo o ácido linoléico) deve ser de 3 a 4% do total da necessidade
energética

Forma do lipídeo Fonte alimentar Digestão necessária Características

Ácidos graxos poli- Óleo de milho Fornecem os ácidos graxos essenciais


insaturados (PUFA) e Óleo de girassol Transportam as vitaminas lipossolúveis e produzem os
Sim
triglicerídeos de cadeia Óleo de soja eicosanóides
longa (TCL) Óleo de peixe Não contribuem para a osmolalidade
Densidade calórica de 8,2 a 8,3 kcal/g Rapidamente
hidrolisados no intestino, vão diretamente para o
Triglicerídeo de cadeia
Óleo de coco Não sistema portal
média (TCM)
Não contêm ácidos graxos essenciais
Indicados a paciente com má absorção de gordura
PUFA de óleos Triglicerídeos reesterificados de cadeias média
Lipídios estruturados Sim
vegetais TCM e longa
Conteúdo de água nas fórmulas enterais
 A quantidade de água é frequentemente relacionada em mL de água por 1.000 mL de fórmula ou mL de água/L
de fórmula;

 A maioria das fórmulas enterais contém de 690 a 860 mL de água por 1.000 mL da fórmula enteral.

Necessidade hídrica para adultos


(projeto diretrizes):
30 a 40 mL/kg/dia ou 1,0 a 1,5 mL/kcal.
Cálculo de água – fórmula enteral
Exemplo de cálculo:
Digamos que estou fornecendo 1.500 ml de uma fórmula com DC de 1,2.
Então: 1L de dieta --- 800 mL de água
1,5 L de dieta ---- x = 1200 mL de água que forneço pela dieta em 24h

Isso basta? Necessidade hídrica: 30 x peso do paciente (50Kg) = 1500 ml/dia


1500 ml (necessidade diária de água) – 1200 ml (já dou pela dieta) = 300 ml de
água livre devo fornecer
Complicações da Terapia Nutricional enteral
Complicações gastrointestinais – mais comuns

Náuseas e vômitos
Estase gástrica
Má absorção
Distensão abdominal
Constipação
Diarréia
Complicações da Terapia Nutricional enteral
Complicações Gastrointestinais
 Náusea e vômitos

Causas:
a) Intolerância à lactose – avaliar uso de fórmulas isentas de lactose

b) Excesso de gordura na fórmula – não exceder 30-35% do VET

c) Infusão rápida – sonda gástrica pode iniciar com volumes maiores, se pós pilórica – cautela com
volume e progredir lentamente

d) Solução hiperosmolar (>350mOsm) – usar fórmulas isotônicas, se for o caso

e) Sabor desagradável da fórmula

f) Estase gástrica – resíduo gástrico elevado  evitar oferta em bolus e usar procinético – verificar se
gastroparesia diabética

g) Refluxo Gastroesofágico – alimentar pós piloro


Complicações da Terapia Nutricional enteral
Complicações Gastrointestinais
 Estase gástrica – corresponde a presença de 50% ou mais de volume de
dieta após 2horas de infusão

Causas:
a) Hipotensão
b) Sepse
c) Inflamação
d) Pós operatório (anestesia)
e) Tumor gástrico
f) Doenças auto-imunes
g) Após realização de vagotomia
h) Uso de medicações analgésicas – fentanil, codeína, morfina
Manejo da gastroparesia e
do resíduo gástrico
 RG > 200ml (sonda nasoentérica) ou >
100ml (Gastrostomia) + sinais de
desconforto abdominal ou distensão =
interrupção da NE e investigação
radiológica do paciente.

 RG sem sintomas digestivos = retardar


dieta por 1h e reavaliar RG. Para
pacientes críticos, com intolerância à
oferta de NE, que apresentam grande
quantidade de resíduo gástrico (250ml)
ou vômito, recomenda-se utilizar
procinéticos (eritromicina,
metoclopramida, bromoprida,
cisaprida).

 Para pacientes com escala de Glasgow


abaixo de 12 e/ou ventilação artificial,
deve-se evitar a alimentação gástrica,
devido ao relaxamento do esfíncter
esofagiano inferior – favorece refluxo e
Complicações da Terapia Nutricional enteral
Complicações Gastrointestinais
 Má absorção: absorção intestinal reduzida de nutrientes
- Pode ocorrer alterações na mucosa GI
- Devido à tratamentos como radio e quimioterapia
- Sintomas: Diarréia crônica com esteatorréia

 Distensão abdominal
Causas:
a) Infusão rápida da dieta enteral
b) Administração em bolus – mudar para gravitacional/bomba infusora
c) Grandes volumes  reduzir volume e deixar correr a dieta de forma mais lenta
d) Intolerância à lactose
Complicações da Terapia Nutricional enteral
Complicações Gastrointestinais
 Constipação
Causas:
a) Inatividade, paciente acamado
b) Redução da motilidade GI – bloqueadores neuromusculares,
analgésicos (morfina, codeína) etc
c) Desidratação
d) Dieta com pouca fibra

A constipação pode ocasionar sintomas como – distensão abdominal e


vômitos.
Complicações da Terapia Nutricional enteral
Complicações Gastrointestinais
 Diarréia
f. Intolerância à soja – usar dieta sem soja
Causas não relacionadas à TNE:
g. Má absorção de gordura – usar dietas com
a) Medicações – sorbitol (preparo colonoscopia),
baixo teor de gordura, TCM?
antibióticos, bloqueadores H2 (ranitidina), laxantes,
antiácidos com magnésio – ideal: suspender h. Citomegalovírus
medicação e usar probiótico (lactobacillus)
i. Insuficiência pancreática – prescrever enzimas
pancreáticas
b) Hipoalbuminemia – provoca edema de mucosa
intestinal, reduzindo a absorção GI – usar j. Antibióticoterapia prolongada – infecção por
Clostridium difficile
formulações isotônicas e concentrar a dieta
gradualmente. k. Condições clínicas do paciente e doença de
base

c) Atrofia da mucosa intestinal

d) Deficiência de lactase – usar dieta sem lactose

e) Super crescimento bacteriano


Complicações da Terapia Nutricional enteral
Complicações Gastrointestinais
 Diarréia
FIBRAS SOLÚVEIS:
Causas relacionadas à TNE:
formam gel e absorvem água,
a) Infusão rápida – reduzir a infusão da dieta para 40-50ml/h quando sonda
posicionada em estômago ou 20-25 ml/h quando posicionada no permitindo o controle de
duodeno – progredir lentamente. água no lúmen intestinal,
além disso, modificam a
b) Excesso de gordura (>35% VET) consistência das fezes
líquidas e semilíquidas para
pastosa, reduzindo o volume
c) Fórmulas hipertônicas – usar fórmulas isotônicas e com baixa velocidade
de infusão. fecal eliminado.

d) Contaminação da fórmula ou equipo – controlar preparo e qualidade


microbiológica da dieta AGCC (PROPIONATO,
BUTIRATO E ACETATO):
e) Dieta gelada regulam a absorção de sódio
e água no lúmen intestinal e
funcionam como substrato
f) Dieta sem fibras – a presença de fibras na dieta regulariza o trânsito
intestinal e minimiza o risco de diarréia. Goma guar – fonte adequada de energético para os
fibras para TNE(não exerce influência na viscosidade e fluidez da colonócitos.
fórmula líquida  minimiza obstrução da sonda)
Obs: goma guar – produção de ácidos graxos de cadeia curta
Obs2: optar por fórmulas com baixa osmolaridade e enriquecida com fibras
solúveis.
Fluxograma para manejo da diarréia
Complicações da Terapia Nutricional enteral
Complicações metabólicas – menos frequentes na NE,
ocorrem mais na nutrição parenteral.

 Desidratação
 Hiperglicemia
 Hipoglicemia
 Anormalidade em eletrólitos
 Alterações da função hepática
 Síndrome da realimentação
Complicações da Terapia Nutricional enteral
Complicações Metabólicas
Complicação Etiologia Controle
 Desnutrição grave  Aumentar DC da dieta
Hiper - hidratação  Insuficiência Cardíaca, renal ou  Diurético
hepática  BH diário
 Excesso de líquidos  Controle de peso
administrado
 Formulas hipertônicas  Formulas isotônicas
Desidratação  Diarréia  Controlar diarréia
 Oferta hídrica insuficiente  Repor água após dietas
 Dietas hiperprotéicas  Balanço hídrico diário
 Observar pele e mucosa
 Deficiência de insulina (trauma,  Insulina e/ou hipoglicemiantes orais
Hiperglicemia sepse, DM, queimadura, cirurgia, uso  Dietas isentas de sacarose
(HGT>180 mg/dL) de corticóides)  Monitorização da glicemia
 Oferta energética excessiva  Avaliar a oferta energética (dieta
hipercalórica  pode levar à hiperglicemia)

 Suspensão súbita da dieta em  Monitorizar glicemia


Hipoglicemia pacientes hiperglicêmicos  Observar sinais e sintomas
 hiperinsulinização  20 ml de glicose a 50% EV
(HGT<70 mg/dL)
 diarréia  monitorar eletrólitos
Anormalidades em eletrólitos  infecção  observais sinais clínicos: tremores, anemia,
e elementos  desnutrição dificuldade de cicatrização
traço  disfunção renal  observar drogas que
interferem na absorção

 sobrecarga calórica  observar transaminases


Alterações das funções hepáticas  substratos inapropriados  usar dietas especializadas
 toxinas
Complicações da Terapia Nutricional enteral
Complicações mecânicas – relacionadas com a sonda
e posicionamento
Obstrução da sonda
Saída ou migração acidental
Erosões nasais
Sinusite aguda, otite
Esofagite, ulceração esofágica, estenose
Ruptura de varizes esofagianas
Nutrientes Imunomoduladores
Atuam na resposta imunológica, estimulando-a ou
suprimindo-a, dependendo da quantidade
ingerida/administrada.

Dieta imunomoduladora: Terapia nutricional


especializada, enriquecida com nutrientes especiais (ou
fornecimento de nutrientes em diferentes proporções) com
possível efeito terapêutico em órgãos e sistemas vitais
(sistema imune, intestino, fígado e sistema respiratório).
Nutrientes Imunomoduladores
Sem impacto
sobre mortalidade

IMUNONUTRIÇÃO

↓Tempo de ↓Complicações
hospitalização perioperatórias
Nutrientes com ação imunomoduladora

 Glutamina
 Arginina
 Nucleotídeos
 AGPI ômega 3
 Vitaminas A, C, E
 Zinco e Selênio
Exemplo de fórmula imunomoduladora

Dieta enteral – sistema aberto

Suplemento oral Dieta enteral


Sistema fechado
Que pacientes irão se beneficiar de dieta
imunomoduladora?
 Pacientes submetidas a cirurgia gastrointestinal;

 Cirurgias oncológicas (esôfago, pâncreas, gástrica, hepatobiliares, cabeça e pescoço);

 Situações de trauma;

 Queimados;

Atenção: Fórmula imunomoduladora não é recomendado uso rotineiro para


pacientes críticos em UTI.

Atenção : não deve ser utilizado fórmulas contendo arginina para pacientes
críticos.
Bibliografia
Caso Clínico 1
Paciente de 50 anos, sexo feminino, história prévia de câncer de mama
já tratado há 3 anos. Interna com quadro de desorientação. Na TC foi
identificado lesão avançada em SNC, compatível com metástase.
Após avaliação fonoaudiológica é inviabilizada a dieta por via oral
devido ao risco de broncoaspiração.

a) Qual sua conduta após a avaliação fonoaudiológica?


b) Qual a via de acesso e posicionamento você irá indicar? E porque?
c) Você escolheu a fórmula com densidade calórica de 1,2ml/Kcal.
Sabendo que o VET da paciente é de 1800 kcal/dia, qual volume de
dieta enteral você irá fornecer e a velocidade de infusão em 24h?
Caso Clínico 2
Na discussão do caso junto à equipe, o nutricionista é questionado em relação ao
volume de água livre ofertado através da dieta enteral que João recebe.

Sabendo que o paciente recebe 1200ml de dieta enteral ao dia, com densidade calórica
de 1,2 kcal/ml, e que o paciente possui 45 Kg, qual o volume de água livre a ser
ofertado além da dieta enteral?
Necessidade hídrica para adultos
(projeto diretrizes):
30 a 40 mL/kg/dia ou 1,0 a 1,5 mL/kcal.

1L de dieta ----800 ml de água na sua composição


1,2L de dieta ---- x ml de água = 960 ml de água na composição da
dieta

Necessidade hídrica do meu paciente: 45Kg x30 = 1350 ml de


água/dia
1350 ml (o que precisa no dia) – 960 ml (já dou pela dieta) =

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