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A 116574912 Direito Penal Legislacao Extravagante IMPRESSO
A 116574912 Direito Penal Legislacao Extravagante IMPRESSO
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LAVAGEM DE CAPITAIS LEI Nº 9.613/98. .........................................................................................2
LEI DAS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS LEI Nº 9.034/95. ...........................................................17
CRIMES PREVIDENCIÁRIOS E CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA..........................................25
JECRIM COMENTADA LEI Nº 9.099/95..............................................................................................34
REPÚDIO AO RACISMO LEI Nº 7.716/89............................................................................................54
CRIMES HEDIONDOS LEI Nº 8.072/90. ..............................................................................................59
TORTURA LEI Nº 9.455/97.....................................................................................................................73
DROGAS LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006. .....................................................................80
LEP LEI Nº 7.210/84. ................................................................................................................................99
MARIA DA PENHA LEI Nº 11.340/06. ................................................................................................119
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA LEI Nº 9.296/96.........................................................................127
CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE LEI Nº 9.605/98. ............................................................136
ABUSO DE AUTORIDADE LEI Nº 4.898/65 ......................................................................................156
CONTAVENÇÕES PENAIS DECRETO-LEI Nº 3.688/41.................................................................167
CRIMES DE TRÂNSITO LEI Nº 9.503/97. .........................................................................................183
IDENTIFICAÇÃO PESSOAL LEI Nº 5.553/68 ..................................................................................196
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL LEI 12.037/09....................................................................................197
CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR LEI Nº 8.078/90. ..................................................................199
CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO – LEI 7.492/86.....................................................207
ESTATUTO DO DESARMAMENTO - LEI 10.826/03.......................................................................211
CRIMES CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE – LEI Nº 8.069/90...................................221
CRIMES ELEITORAIS..........................................................................................................................239
DIREITOS HUMANOS..........................................................................................................................255
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
1. HISTÓRICO
Surge na convenção das nações unidas contra o tráfico ilícito de substâncias
entorpecentes, concluída em Viena em 20-12-88. Ratificada no Brasil pelo decreto 154
de 26-06-91.
3. CONCEITO DE LAVAGEM
O processo por meio do qual bens, direitos ou valores provenientes direta ou
indiretamente dos crimes listados no art. 1 da presente lei são integrados ao sistema
econômico financeiro, com a aparência de terem sido obtidos de maneira lícita. Assim,
melhor é combater a movimentação financeira. Isto posto, eis o rol taxativo do artigo
citado.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: (AGU 2009) II -
independem do processo e julgamento dos crimes antecedentes referidos no artigo
anterior (art. 1 cita os crimes), ainda que praticados em outro país;
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
...porém se o autor do crime antecedente for absolvido com base em uma excludente da
culpabilidade, ou em virtude de uma causa extintiva da punibilidade, nada impede a
condenação por lavagem de capitais.
mas há duas causas extintivas da punibilidade que impedem que haja condenação, pois
essas duas causas restam afastadas o caráter criminoso da conduta.
nas hipóteses de abolitio criminis e anistia não será possível a condenação de lavagem
de capitais.(doutrina).
1ª corrente: o autor do crime antecedente não responde por lavagem de capitais, pois
para ele a ocultação dos valores configura mero exaurimento do delito. (favorecimento
real.
art. 349 - prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio
destinado a tornar seguro o proveito do crime) Roberto Delmanto.
2ª Corrente (é a que prevalece): nada impede que o autor do crime antecedente seja
também condenado pelo delito de lavagem de capitais. Não é possível a aplicação do
princípio da consunção, pois a ocultação do crime antecedente configura lesão
autônoma contra bem jurídico distinto. O autor do delito de lavagem de capitais, não
necessariamente precisa ter tido participação no crime antecedente, devendo ter
consciência quanto a origem ilícita dos valores. (STJ RMS 16813).
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Súmula 711 STF - A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Cuidado
Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, § 1º Incorre na mesma pena quem, para
origem, localização, disposição, ocultar ou dissimular a utilização de bens,
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes de
direitos ou valores provenientes, direta ou qualquer dos crimes antecedentes
indiretamente, de crime: referidos neste artigo:
Crime material Crime formal
O delito de lavagem de capitais também é punido a título de dolo eventual, salvo nas
hipóteses do art. 1 § 2 somente em que se admite dolo direto. § 2º Incorre, ainda, na
mesma pena quem: I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos
ou valores que sabe serem provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos
neste artigo; II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de
que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta
Lei.
II - deverão comunicar, abstendo-se de dar aos clientes ciência de tal ato, no prazo
de vinte e quatro horas, às autoridades competentes: (movimentações suspeitas)
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Regra 1: ainda que o crime proporcione ao agente a obtenção de bens, direito e valores,
não será possível a configuração do crime de lavagem de capitais se esse delito
antecedente não estiver listado no art.1 da lei (rol taxativo). Ex: Roubo.
Regra 2: mesmo que esse crime antecedente esteja listado no art. 1, para que seja
possível a lavagem de capitais, dele deverá resultar a obtenção de bens, direitos e
valores. Ex: prevaricação. Mas se ganhar dinheiro, caracteriza-se como corrupção.
No rol dos crimes antecedentes não constam contravenções (jogo do bicho), crimes
contra a ordem tributária e tráfico de animais.
2ª corrente - não existe o crime de terrorismo no Brasil por se tratar de uma expressão
indeterminada violando o princípio da taxatividade.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Par a doutrina, mesmo que o crime de terrorismo seja tipificado no exterior, não será
punível o delito de lavagens de capitais praticado no Brasil, pois a conduta deve ser
considerada criminosa no Brasil. (princípio da dupla tipificação) André Calegari.
______________________________
“III - de contrabando ou tráfico de armas Previsão legal art.. 17 E 18 DA LEI
10.826/03 E LEI DE SEGURANÇA NACIONAL art.12 7.170/83), munições ou
material destinado à sua produção;"
________________
“IV - de extorsão mediante seqüestro;” 159 CP
_____________
“V - contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a
prática ou omissão de atos administrativos;” Previsão legal: 312 À 359H CP,
LICITAÇÕES 8666/93 E DECRETO LEI 201/67 (PREFEITOS E VEREADORES)
Resta clara a exceção da prevaricação, pois não se caracteriza a obtenção de bens e
valores.
_________
“VI - contra o sistema financeiro nacional Lei 7492/86 e 6385/76;”
________________
“VII - praticado por organização criminosa”. Cumpre dizer que esta ampliação não
configura uma interpretação para que seja esta lei classificada como de terceira geração.
Organização criminosa
1ª: Convenção de Palermo (incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro pelo decreto
legislativo 231-2003 – ano 2000) crime organizado transnacional. É o grupo estruturado
de 3 ou mais pessoas, existente há algum tempo e atuando com o fim de cometer
infrações graves, com intenção de obter benefício econômico ou moral. TRF 4ª região.
Capez.
2ª corrente: LFG. tratados internacionais não podem definir um crime, sob pena de
violação ao princípio da legalidade especificamente em uma de suas garantias, a
garantia da lex populi (lei penal incriminadora é aquela que provém do Poder
Legislativo não havendo, no Brasil, definição conceitual legal de organização
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Valor probatório da delação: não outra prova apenas a delação. Delação premiada por
si só, não é fundamento suficiente par um decreto condenatório. Questão para
Delegado>> Tanto a autoridade policial quanto o MP devem alertar os indiciados e
acusados sobre os benefícios que poderão resultar na hipótese de colaboração. Caso haja
consenso, pode ser lavrado um acordo sigiloso entre acusação e defesa a ser submetido
ao juiz para homologação. STF HC 90688 e RE 213937.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
14. PROCEDIMENTO
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou
superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (LEI DE LAVAGEM É DE
3 A 10 ANOS DE RECLUSÃO) assim sendo, não mais vigora a disposição do Art.
2º I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos
com reclusão, da competência do juiz singular;
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja
inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: (AGU 2009) II -
independem do processo e julgamento dos crimes antecedentes referidos no artigo
anterior (art. 1 cita os crimes), ainda que praticados em outro país;
Os processos criminais pelo crime de lavagem de capitais e pelo crime antecedente não
necessariamente precisam tramitar juntos, o que no entanto não impede a reunião das
ações penais em virtude de conexão probatória ou instrumental. STJ HC 59663.
Mesmo que a lavagem seja praticada no estrangeiro, também estará sujeita a lei
brasileira. (extraterritorialidade condicionada da lei brasileira)
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APLICAÇÃO DO CPP - Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer,
nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo (NORMA PROCESSUAL) e o
curso do prazo prescricional (NORMA MATERIAL), podendo o juiz determinar a
produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão
preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
Caso o autor tenha praticado crime em 1995, a seguir eis que se tem o vigor do presente
artigo em comento, sendo que finalmente resta o autor citado por edital em 1997 e este
não comparece e sequer constitui advogado.
Neste caso em tela aplica-se o art. 366 CPP?
Vale lembrar que norma processual tem aplicação imediata e a norma penal prejudicial
não retroage (salvo se for benéfica) o que não é o caso, pois a suspensão do prazo
prescricional é prejudicial.
O artigo 366 CPP é uma norma de natureza híbrida, aplicando-se a regra do direito
intertemporal referente à norma de direito material. Portanto a regra do art. 366 do CPP
somente se aplica aos crimes cometidos após a entrada em vigor da lei 9271/96.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 2º § 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art.
366 do Código de Processo Penal.
O art. 2 parag. 2 da lei 9613/98 expressa pela não aplicabilidade do 366 CPP, porém em
seu art. 4 parag. Afirma quanto a aplicabilidade do mesmo dispositivo.
Para a doutrina, apesar da antinomia, é possível a aplicação do art. 366 do CPP. Para
efeito de proa objetiva não se aplica o dispositivo em comento.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Para o Supremo a norma do art. 44 da lei de drogas é especial em relação ao art. 2 inc II
da lei 8072, não cabendo liberdade provisória com ou sem fiança no caso da lei de
drogas Para o autor do tráfico de drogas, continua valendo a vedação da liberdade
provisória ou fiança. Pois o tráfico de drogas é da clientela do processo penal.
REGRAS:
Se o acusado estava em liberdade quando da sentença condenatória, deve
permanecer solto, salvo se surgir alguma hipótese que autorize sua prisão preventiva.
Por outro lado, se o acusado estava preso quando da sentença condenatória recorrível,
deve permanecer preso, salvo se desaparecer a hipótese que autorizava a sua prisão
preventiva. Recolhimento à prisão para recorrer não é mais válido. Para o STF o art. 595
do CPP também está revogado. A fuga do réu não será mais considerada causa de
extinção anômala do recurso.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
23.1 APREENSÃO
Trata-se de medida cautelar como o objetivo de apreender coisas, objetos ou
documentos de interesse para o processo. art. 240 CPP.
Atenção para as alterações da lei 8906/94 pela lei 11767/08. Mandado de busca
e apreensão deve ser específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de
representante da OAB, sendo vedada à utilização de documentos, mídias e objetos
pertencentes a clientes do advogado averiguado, salvo se tais clientes também estiverem
sendo investigados como partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu
origem ao mandado (período diurno – mas pode se prolongar durante a noite caso se já
iniciada). Vale dizer que autoridades fazendárias também dependem de autorização
judicial para ingressar em domicílio.
23.2 SEQUESTRO
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
De acordo com o dispositivo a cima somente sobre os bens, direitos ou valores sobre os
quais recaiam suspeitas de vinculação com o crime de lavagem de capitais, sendo
inviável que essas medidas recaiam sobre patrimônio diverso. (Pacceli)
(STF INQÉRITO 2248)
Está prevista na lei de drogas 11.343/06 art. 62 a lei autoriza a utilização pela
polícia. mas não está prevista na lei de lavagem. tramita no CN um projeto de lei
criando a alienação antecipada na lei de lavagem de capitais.
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LEI DE DROGAS LEI 11343/06 – art. 53, II - Art. 53. Em qualquer fase da
persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos
previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os
seguintes procedimentos investigatórios:
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Alguns doutrinadores referem-se a esta lei tendo sido feita em razão do DIREITO
PENAL DO INIMIGO (JAKOBS): certos indivíduos (não pessoas) são fechados em
relação às normas. Como essas não pessoas não se deixam orientar pelas normas, não
fazem jus às garantias fundamentais. Ex: Guantánamo.
Crime organizado por natureza diz respeito à punição pelo delito de quadrilha,
associação ou organização criminosa. Trata-se o crime por natureza do crime
organizado em si. Crime organizado por extensão diz respeito a punição pelos crimes
praticados pela quadrilha, associação ou organização criminosa.
Art. 1o Esta Lei define e regula meios de prova e procedimentos investigatórios que
versem sobre ilícitos decorrentes de ações praticadas por quadrilha ou bando ou
organizações ou associações criminosas de qualquer tipo.
Art. 2o Em qualquer fase de persecução criminal são permitidos, sem prejuízo dos já
previstos em lei, os seguintes procedimentos de investigação e formação de provas:
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CAPÍTULO II
Da Preservação do Sigilo Constitucional
Art. 3º Nas hipóteses do inciso III do art. 2º desta lei, ocorrendo possibilidade de
violação de sigilo preservado pela Constituição ou por lei, a diligência será realizada
pessoalmente pelo juiz, adotado o mais rigoroso segredo de justiça. (Vide Adin nº
1.570-2).
Em relação aos dados fiscais e eleitorais o art. 3 foi declarado inconstitucional, pois
atentava contra o sistema acusatório na medida em que atribuía ao juiz funções de
investigador e inquisidor (juiz inquisidor)
No tocante ao sigilo de dados bancários e financeiros, o STF entendeu que o art. 3 teria
sido revogado pela superveniência da lei complementar 105/01, que passou a disciplinar
a matéria.
QUADRO COMPARTIVO
Sistema inquisitorial Sistema acusatório
Extrema concentração de poder nas mãos Separação entre os órgãos de acusação,
do órgão julgador, o qual recolhe a prova defesa e julgamento, criando-se um
de ofício e determina a sua produção. processo dialético.
É realizado sem as garantias do devido Vigência do contraditório sendo o acusado
processo legal, sendo o acusado titular de direitos.
considerado mero objeto de investigação.
Como não há separação das funções, esses O juiz só deve ser chamado a intervir
sistema viola o princípio da quando a sua presença for necessária.
imparcialidade. Garante das regras do jogo.
Imparcialidade do magistrado é
preservada.
Art. 3 9034/95 CF-Art. 129. São funções institucionais do
Ministério Público: I - promover,
privativamente, a ação penal pública, na
forma da lei
JUIZ INQUISIDOR - CPP - Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer,
sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas
consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e
proporcionalidade da medida;
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CPI não grampeia (interceptação telefônica), mas poderá quebrar a quebra de sigilo de
dados.
CPI não pode violar domicílio.
CPI não pode ordenar prisão (preventiva, temporária) salvo em flagrante.
CPI O Poder Legislativo Estadual também pode quebrar o sigilo de dados bancários e
financeiros. ACO 730. princípio da simetria.
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TEORIA DO RISCO: procura dar validade a prova obtida mediante violação ao direito
a intimidade. A pessoa que espontaneamente faz revelações a respeito de sua
participação em atividades ilícitas assume o risco quanto a documentação do fato por
um terceiro. Inclui gravação por câmera de segurança. função de natureza pública não
poderá legar.
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...POIS A CF NOS DIZ EM SEU ART. 5 LVIII - o civilmente identificado não será
submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.
Para o STJ o art. 5 da lei 9034/95 teria sido revogado pelo art. 3 da lei 10054/00, que
não previu a possibilidade de identificação criminal de pessoas envolvidas com
organizações criminosas. (STJ RHC 12965)
6. LIBERDADE PROVISÓRIA
Art. 7º Não será concedida liberdade provisória, com ou sem fiança, aos agentes que
tenham tido intensa e efetiva participação na organização criminosa.
CORRENTE DOUTRINÁRIA MINORITÁRIA: essa prisão cautelar obrigatória para
LFG viola o princípio da não culpabilidade. A prisão tem que ser efetivamente
necessária. Cumpre ressaltar que no momento em que se veda a liberdade provisória,
cria-se uma modalidade de prisão cautelar.
"Art. 8° O prazo para encerramento da instrução criminal, nos processos por crime de
que trata esta Lei, será de 81 (oitenta e um) dias, quando o réu estiver preso, e de
120 (cento e vinte) dias, quando solto."
No dia 22 de agosto de 2008 passou a vigorar novo prazo para o procedimento comum
ordinário.
PRAZO PARA O ENCERRAMENTO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL – DE ACORDO
COM O ART. EM COMENTO.
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO – NOVO PRAZO
RÉU PRESO
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2ª Com o inquérito concluído tem o promotor tem 5 dias para o oferecimento para a
peça acusatória.
Esse artigo em comento foi invalidado pelo STF, pois todo e qualquer acusado tem
direito ao duplo grau de jurisdição, pois trata-se de uma garantia na Convenção
Americana de Direitos Humanos. art. 8 item 2, h. salvo quem tem foro de prerrogativa
de função
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3. SUJEITOS DO CRIME
RESPONSABILIDADE PESSOAL
Somente pode praticar o delito a pessoa física (diretor, gerente, administrador) que
tenha efetivamente participado da administração da empresa, concorrendo par a prática
de qualquer das condutas criminalizadas. No momento do oferecimento da denúncia a
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DENÚNCIA GENÉRICA
Para o STJ, em crimes societários não se exige a descrição minuciosa e individualizada
da conduta de cada acusado, sendo suficiente a narrativa dos fatos delituosos e sua
suposta autoria, permitindo o exercício da ampla defesa. (STJ HC 47709 E HC 62328)
STF – HC 85579 NÃO ADMITINDO DENÚNCIA GENÉRICA. MAS O ÚLTIMO
JULGADO HC 92921 ADIMITE DENUNCIA GENÉRICA.
Qual a diferença entre a acusação geral e a acusação genérica?
ACUSAÇÃO GERAL
Ocorre quando o órgão da acusação imputa a todos os acusados o mesmo fato delituoso
(único fato típico), independentemente das funções exercidos por eles nas empresas ou
sociedade.
ACUSAÇÃO GENÉRICA
Ocorre quando a acusação, depois de narrar a existência de vários fatos típicos, ou
mesmo de várias condutas que estão abrangidas pelo tipo penal, imputa tais condutas a
todos os integrantes da sociedade. Traz prejuízo à ampla defesa levando então a inépcia
da peça acusatória que só pode ser arguida até a sentença, pois se o juiz já sentenciou a
defesa foi aceita.
FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS DESTINADOS AO INSS
A falsificação em voga é usada como crime meio para o estelionato ou para a sonegação
de contribuição previdenciária. Pelo princípio da consunção o crime de falsificação e
absolvido pelos crimes fins em estudo.
Caso uma empregada doméstica assina uma folha em branco tendo em vista o
argumento de que o empregador irá imprimir o recibo do salario nesta mesma folha.
Mas em verdade o empregador confecciona recibo em quitação de todas as verbas
trabalhistas como se acerto fosse. Diante o exposto, eis que a empregada conferiu
legitimidade ao empregador para o feitio do recibo. Possuindo esta legitimidade, resta
clara a falsidade ideológica.
Noutro plano, se o empregador pede para o empregado assinar uma folha em branco sob
o argumento de se conferir se é alfabetizado, mas utiliza esta folha para posterior
confecção de recibo de verbas rescisórias, resta clara a prática de falsidade material.
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FALSIDADE IDEOLÓGICA
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante:
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o,
nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de
trabalho ou de prestação de serviços.
OS PARÁGRAFOS 3 E 4 SÃO EXEMPLARES DE FALSIDADE IDEOLÓGICA
TENDO EM VISTA A LEGITIMIDADE DO EMPREGADOR PARA TAL.
FALSIFICAÇÃO DE CHEQUE
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INQUÉRITO 2537 STF: decidiu o supremo que o art. 168-A é um crime omissivo
material, sendo indispensável a apropriação dos valores com a inversão da posse
respectiva. motivação do supremo: se esse crime passa a ser material, o início so
processo fica dependendo da conclusão do procedimento administrativo.
A fraude é elementar?
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10522 Art. 20. Serão arquivados, sem baixa na distribuição, mediante requerimento do
Procurador da Fazenda Nacional, os autos das execuções fiscais de débitos inscritos
como Dívida Ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ou por ela
cobrados, de valor consolidado igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).
A doutrina nos revela que o princípio da insignificância não se aplica tendo em vista a
violação dos deveres de honestidade/prioridade bem como os princípios da
administração pública (moralidade entre eles). Mas noutro plano o STF aplicou o
princípio da insignificância num caso em que um tenente cometeu peculato-apropriação
HC 87478. O STJ se alinhava a primeira posição.
7. DIFICULDADE FINANCEIRA
Somente em casos extremos poderá ser admitida sendo uma excludente da culpabilidade
por inexigibilidade de conduta diversa. Mas é de bom grado a decretação a quebra do
sigilo bancário e fiscal da pessoa física. (STJ RESP 327738).
Trata-se de crime material, pois o resultado está descrito no tipo penal. A fraude é uma
elementar do delito.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Competência da Justiça Federal sendo o sujeito passivo o INSS, pois versa matéria
frente à autarquia federal. Em se tratando de crimes contra a ordem tributária, deve-se
notar a natureza do tributo.
O CPP em seu art. 310 p.u. demonstra a liberdade provisória sem fiança caso o juiz
verifique a inocorrência de qualquer das hipóteses que autoriza a prisão preventiva.
Não é cabível liberdade provisória sem fiança em crimes de sonegação fiscal, leia-se
crimes contra a ordem tributária e crimes contra a previdência social (este segundo latu
sensu em relação ao primeiro). A única liberdade provisória cabível é a liberdade
provisória com fiança.
CPP 325 - § 2o Nos casos de prisão em flagrante pela prática de crime contra a
economia popular ou de crime de sonegação fiscal, não se aplica o disposto no art. 310 e
parágrafo único deste Código, devendo ser observados os seguintes procedimentos:
I - a liberdade provisória somente poderá ser concedida mediante fiança, por
decisão do juiz competente e após a lavratura do auto de prisão em flagrante;
Il - o valor de fiança será fixado pelo juiz que a conceder, nos limites de dez mil a
cem mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional - BTN, da data da prática do
crime;
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
De acordo com a Lei no 10.684/03 Art. 9º, § 1º, § 2º, o parcelamento do debito
tributário acarreta a suspensão da pretensão punitiva, e ao mesmo tempo suspende o
curso da prescrição. Desta feita uma vez ocorrendo o pagamento integral do débito
tributário (pagamento este que pode ocorrer a qualquer momento) a conseqüência é a
extinção da punibilidade. O dispositivo em comento aplica-se arts. 1o e 2o da Lei no
8.137/90, e nos arts. 168A e 337A , Código Penal. HC 85273 E HC 85452
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro
meio fraudulento:
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Por qual crime responde a pessoa que recebe os benefícios do INSS? E quanto ao
concurso de crimes?
1ª CORRENTE: STJ 171p. 3. Trata-se de crime único e permanente de estelionato STJ
RESP 502334. STF HC 83252 E 83967. Para o acusado é ruim. Em se tratando de crime
permanente a prescrição começa a correr somente quando cessar a permanência. CP-
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;
2ª CORRENTE: seria um crime de estelionato praticado em continuidade delitiva 171
parag. 3 c/c cp art. 71 (crime continuado)
CP - Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução
e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do
primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
1. PREVISÃO CONSTITUCIONAL
CF - Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos,
competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor
complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os
procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a
transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
Para o Supremo a jurisdição consensual no processo penal está autorizada pela própria
CF. Inquérito 1055.
3. MEDIDAS DESPENALIZADORAS
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a 1
ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia,
poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os
demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código
Penal).
4. MEDIDA DESCARCERIZADORA
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo
circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a
vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer,
não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência
doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar,
domicílio ou local de convivência com a vítima.
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ESTATUTO DO IDOSO
Lei 10.741/03 Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de
liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no
9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do
Código Penal e do Código de Processo Penal.
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6. CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
Uma vez praticada uma infração de menor potencial ofensivo, isoladamente, a
competência será do juizado especial criminal. No entanto se essa infração penal de
menor potencial ofensivo houver sido praticada em conexão com outro crime, que
venha a estabelecer a competência do juízo comum ou do tribunal do júri, afasta-se a
competência do juizado, mas isso não impede a aplicação da transação penal e da
composição dos danos civis à infração de menor potencial ofensivo.
Lei 9.099/95 Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou
togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das
infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e
continência. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do
júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os
institutos da transação penal e da composição dos danos civis. (Incluído pela Lei nº
11.313, de 2006)
STJ SÚMULA: 243 O BENEFÍCIO DA SUSPENSÃO DO PROCESSO (mais de uno
ano) NÃO É APLICÁVEL EM RELAÇÃO ÀS INFRAÇÕES PENAIS COMETIDAS
EM CONCURSO MATERIAL, CONCURSO FORMAL OU CONTINUIDADE
DELITIVA, QUANDO A PENA MÍNIMA COMINADA, SEJA PELO SOMATÓRIO,
SEJA PELA INCIDÊNCIA DA MAJORANTE, ULTRAPASSAR O LIMITE DE UM
(01) ANO.
STF SÚMULA Nº 723 NÃO SE ADMITE A SUSPENSÃO CONDICIONAL DO
PROCESSO POR CRIME CONTINUADO, SE A SOMA DA PENA MÍNIMA DA
INFRAÇÃO MAIS GRAVE COM O AUMENTO MÍNIMO DE UM SEXTO FOR
SUPERIOR A UM ANO.
JECRIM - Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi
praticada a infração penal. (TEORIA DA ATIVIDADE – LOCAL NO QUAL FOI
PRATICADO)
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
TCO: relatório sumário. Uma infração de menor potencial ofensivo não carece de
instauração de inquérito policial.
A composição dos danos civis somente é possível nas infrações que acarrete prejuízo
materiais ou morais a vítima. Obtida a conciliação será homologada em sentença
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irrecorrível e terá eficácia de titulo executivo a ser executado no juízo cível competente.
Vale lembrar que se for o acordo homologado até 40 salários mínimos a execução se
dará no próprio juizado (em plano cível).
Cabe composição civil dos danos pode ocorrer em crime de ação penal pública
incondicionada?
Poderá ocorrer, porém a composição dos civil dos danos não terá efeitos penais na ação
penal pública incondicionada.
Caso a composição não se dê?
Resta claro que haverá continuidade o processo nos termos do art. 75 Jecrim.
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido
a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não
implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a
metade.
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de
liberdade, por sentença definitiva;
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
12.1 VISTAS AO MP
O Promotor de Justiça poderá tomar as seguintes atitudes:
1) requerer o arquivamento, ou;
2) devolução dos autos a polícia para a realização de diligências complementares para o
oferecimento da denúncia, ou;
3) encaminhamento do termo circunstanciado ao juízo comum, ou;
4) declinar de sua competência;
5 deve o promotor oferecer denúncia oral que deve ser reduzida a termo- Art. 77. Na
ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela ausência do
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autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o
Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver
necessidade de diligências imprescindíveis.
2) DEFESA PRELIMINAR
Apresentada entre o oferecimento e o recebimento da peça acusatória. Hipóteses de
defesa preliminar em nosso ordenamento: crimes funcionais afiançáveis (art.514 CPP);
lei de drogas (art. 81); lei de impresa; jecrim; competência originária dos tribunais;
mensalão, lei de improbidade administrativa. Não se pode confundir defesa preliminar
com defesa prévia e resposta à acusação. A defesa prévia, dava-se antes da lei 11719/08
apresentada após o interrogatório. No caso de resposta à acusação, esta foi criada com a
lei 11719/08. Deve ser apresentada após o recebimento da peça acusatória por
advogado, e antes da audiência uma de instrução e julgamento.
De acordo com o parag. Supracitado, aplicando o 396 haveria citação para resposta à
acusação bem como a absolvição sumária (art. 397); excludentes da ilicitude,
excludente da culpabilidade, atipicidade e causa extintiva de punibilidade. Desta feita,
entende-se que a lei de drogas e dos juizados se imantam de procedimentos especiais.
4) INSTRUÇÃO D PROCESSO
Inicia-se com a oitiva da vítima, das testemunhas e do interrogatório do acusado
5)DEBATES ORAIS
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6)PROFERIMENTO DA SENTENÇA
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo
dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
JUÍZO AD QUEM
Turma recursal composta por 3 juizes em exercício no 1 grau de jurisdição.
O magistrado que prolatou a decisão está impedido de atuar no julgamento do recurso.
CPP Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de
direito, sobre a questão;
Quem atua na turma recursal é o promotor e não o procurador de justiça (este atua
diante dos tribunais).
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
APELAÇÃO
JUIZADO CPP
A petição não pode ser apresentada As razões podem ser apresentadas perante
perante a turma recursal. o juízo ad quem.
CPP - Art. 600. § 4o Se o apelante
declarar, na petição ou no termo, ao
interpor a apelação, que deseja arrazoar na
superior instância serão os autos remetidos
ao tribunal ad quem onde será aberta vista
às partes, observados os prazos legais,
notificadas as partes pela publicação
oficial.
O promotor assim o faz enquanto o
procurador funciona como custus legis.
HIPÓTESES DE APELAÇÃO
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
EMBARGOS DE DECLRARAÇÃO
JEC CPP
HABEAS CORPUS
Se o HC estiver relacionado ao processo do juizado, quem irá julga-lo será a turma
recursal. Se a autoridade co-atora for Juiz do Juizado a turma recursal decide. Mas se a
turma recursal for autora do constrangimento será o TJ ou TRF (HC 86834).
STF SÚMULA Nº690 (ULTRAPASSADA)
MANDADO DE SEGURANÇA
Sendo a autoridade co-atora for Juiz do Juizado a turma recursal decide. Sendo a
autoridade co-atora for turma recursal, a PRÓPRIA turma recursal decide. (MS 24615)
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CONFLITO DE COMPETÊNCIA
Sendo entre Juiz do Juizado e o Juízo comum, decidirá o STJ. (STF CC 7090 STJ
79022)
STJ SÚMULA 348 - COMPETE AO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DECIDIR OS CONFLITOS DE COMPETÊNCIA ENTRE JUIZADO ESPECIAL
FEDERAL E JUÍZO FEDERAL, AINDA QUE DA MESMA SEÇÃO JUDICIÁRIA.
(ao juízo estadual também)
REVISÃO CRIMINAL
Contra revisão criminal poderá e será julgada pela turma recursal. (CC 47718)
Mas no âmbito cível Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao
procedimento instituído por esta Lei.
EXECUÇÃO
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Prevalece na doutrina que o art. 85 foi revogado tacitamente pela lei 9.268/96 que
modificou o art. 51 CP. Assim não se pode converter a multa em pena privativa de
liberdade. Em relação a conversão da pena de multa em pena restritiva de direitos, como
não há qualquer previsão legal, não pode ser efetiva. STFHC 78200.
MODO DE CONVERSÃO
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Para o STF, quando a pena de multa estiver cominada de maneira alternativa, será
cabível a suspensão condicional do processo, mesmo que a pena mínima seja superior a
1 ano, será cabível a suspensão quando a pena de multa estiver cominada de maneira
alternativa (STF HC 83926 – leading case). EX: O delito contra o consumidor “venda
casada” previsto na Lei LEI Nº 8.137/90 Art. 5° Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco)
anos, ou multa.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 89 § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este,
recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de
prova, sob as seguintes condições:
REVOGAÇÃO DA SUSPENSÃO
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA
art. 89 § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser
processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano
REVOGAÇÃO FACULTATIVA
art. 89 § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no
curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
2 CORRENTE (é a que prevalece): desde que ainda não haja decisão declaratória
extintiva da punibilidade com o trânsito em julgado, será possível a revogação da
suspensão, mesmo após o fim do período de prova. (STJ RESP 612978)
Para que não haja violação ao princípio da ampla defesa, deve-se providenciar a
intimação do acusado e de seu defensor antes da revogação.
PRESCRIÇÃO
A suspensão condicional do processo é causa suspensiva da prescrição.
Art. 89 § 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
RECURSOS CABÍVEIS CONTRA A SUSPENSÃO CONDICIONAL DO
PROCESSO
A doutrina determina ser o recurso de apelação. Já jurisprudência, todavia, determina o
Recurso em Sentido Estrito (STJ RESP 601924).
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
§ 2o Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida
será julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o
disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
STJ SÚMULA 337 - É CABÍVEL A SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
NA DESCLASSIFICAÇÃO DOCRIME E NA PROCEDÊNCIA PARCIAL DA
PRETENSÃO PUNITIVA.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
1. PREVISÃO CONSTITUCIONAL
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
At. 5° LII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei (NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA
LIMITADA);
Desse inciso derivam algumas obrigações para o legislador infraconstitucional: Extrai-
se do presente inciso a criminalização do racismo e nunca ser tratado como
contravenção o que seria clara inconstitucionalidade. Assim sendo, deve ser punido com
pena de reclusão, imprescritível e insuscetível de liberdade provisória com fiança.
2. IMPRESCRITIBILIDADE
3. INAFIANÇABILIDADE
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
No que tange os delitos supracitados, não podem ser classificados como crimes raciais
não se sujeitando às determinações constitucionais.
RAÇA: conjunto de indivíduos cujos caracteres somáticos, tais como a cor da pele, a
conformação do crânio e do rosto, o tipo capilar são semelhantes e se transmitem por
hereditariedade. De acordo com o art. 1° da lei em estudo, não há falar em crime de
discriminação quando o preconceito estiver relacionado à orientação sexual da pessoa
discriminada. STF HC 82424 incluiu os judeus como raça, não podendo se valer o
agente da liberdade de expressão. STJ HC 15155.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Indivíduos podem também não ser discriminados por não possuir opção religiosa. Neste
caso também impera a lei em comento.
A pluralidade e a igualdade.
Sujeito ativo: quando o verbo for impedir e obstar, qualquer pessoa poderá realizar a
conduta (crime comum). Mas quando o verbo for negar e recusar, entende-se que a
norma penal reserva a proibição a um número determinado de pessoas_ dono de
restaurante_ (crime próprio). Não se exige do sujeito ativo atributos raciais específicos,
assim sendo, negros podem discriminar negros.
Sujeito passivo: alguns doutrinadores dizem que o sujeito passivo seria plural
abrangendo não só as pessoas cujos direitos foram obstruídos ou limitados pela
discriminação racial, mas também toda a sociedade. Mas claro que a pessoa
discriminada também será lesionada, por tanto sujeito passivo do crime.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
ou cor não há falar em crime de racismo e sim pelos delitos praticados. NO caso do
exemplo dado, crime de dano ou de lesa corporal prevalece o tipo penal do código
penal.
6. CRIMES ESPECIAIS
-Se a discriminação for motivo de sexo ou estado civil, a infração será a da lei 7.437/85.
Essa lei trata desta discriminação como simples contravenção. Assim, para parte da
doutrina, esta lei não foi recepcionada, pois o texto constitucional exige que seja
caracterizada como crime e não contravenção, pois o racismo deve ser caracterizado
como crime.
-Se a discriminação for contra pessoas portadoras de deficiência física ou mental, o
crime será o do art. 8° da lei 7853/89.
-As condutas dos arts. 3° e 4° se praticados contra idosos caracteriza os crimes do art.
100 incisos I e II da 10.741/03 (estatuto do idoso).
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deficiência
Bem jurídico: a igualdade e a pluralidade Bem jurídico: a honra subjetiva
Ofensa não é dirigida a uma pessoa Há uma pessoa determinada
específica Injuria coletiva ou
indeterminada quanto aos sujeitos
passivos imediatos
Inafiançável e imprescritível Afiançável e prescritível
Sujeito passivo plural – toda a sociedade. Sujeito passivo é a pessoa ofendida em
sua honra subjetiva
ação penal pública incondicionada – MP ação penal privada prazo decadencial de 6
meses – mediante queixa
Caso o MP, sob classificação equivocada, venha apresentar denuncia haverá o risco de
decadência, pois será declarado nulo o processo diante a ilegitimidade do Parquet.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
- Sistema legal (é o que prevalece): Nesse sistema compete ao legislador enumerar, num
rol taxativo, quais são os delitos considerados hediondos. A crítica é que tal sistema só
trabalha com a gravidade no plano abstrato, desconsiderando o caso concreto;
A CF/88 deixou à lei ordinária a enumeração dos crimes hediondos, mas os crimes
EQUIPARADOS aos hediondos estão na própria CF/88; são eles: tráfico de drogas,
terrorismo e tortura.
O genocídio é único crime hediondo fora do Código Penal, por isso ele está no
parágrafo único do art. 1º da Lei 8.072/90.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Ressalte-se que o homicídio se tornou hediondo 4 anos após a vigência da lei dos crimes
hediondos. A lei posterior não retroagir em malefício do réu.
HOMICÍDIO CONDICIONADO
DEFINIÇÃO DE GRUPO
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Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
Roubo qualificado (latrocínio)
§ 3º Se da violência...; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo
da multa.
-O latrocínio pode ser doloso ou preteroloso.
-A morte deve resultar da violência.
-STF: se resulta da grave ameaça não é latrocínio.
-A violência deve ser empregada durante o assalto (FATOR TEMPO) e em razão do
assalto. (FATOR NEXO).
-Assaltante que mata o outro tentando matar a vítima é latrocínio. Aberratio Ictus Art.
73. (art. 73 do CP – considera-se a vítima virtual e não a real)
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
____________
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (TUDO FALADO SOBRE O
LATRICÍNIO AQUI SE APLICA)
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V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
2009)
CP Estupro
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
2009)
________________
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
(catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém
que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído
pela Lei nº 12.015, de 2009)
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____________________________________
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Observa-se que na CF/88, não há a vedação ao indulto. Porém, nota-se que a lei dos
crimes hediondos veda o indulto. Será inconstitucional sua vedação prevista em
legislação ordinária?
Caso em que autor de homicídio tem julgamento pendente antes do advento da lei
8930/94 proibindo o indulto aos crimes hediondos.
Posto isso, tendo sido julgado após a criação da lei em comento haverá direito ao
indulto?
R: Não terá direito ao indulto.STF: o indulto não alcança fatos pretéritos.
RHC 84572 RJ nesse recurso o STF entendeu sendo constitucional a vedação do indulto
para crimes hediondos, até mesmo para os crimes praticados anteriormente a sua
vigência.
A lei dos crimes hediondos prevê a vedação da graça, da anistia e o indulto. Pro sua vez,
a lei do crime de tortura prevê a vedação da graça e da anistia (assim como na
constituição).
A permissão de indulto antevista na lei de tortura revogou tacitamente a vedação
ao indulto aos demais crimes hediondos e equiparados?
1ª CORRENTE (LFG e Alberto Silva Franco): a permissão do indulto pra tortura se
estende aos demais crimes hediondos e equiparados revogando nesse ponto tacitamente
art. 2 inciso I fere o princípio da isonomia.
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Vale lembrar que a lei 11346/06 – tráfico: insusceptível de anistia, graça e indulto. fiel a
lei de crimes hediondos.
A 11464/07 modificou o Art. 2º, II da lei dos crimes hediondos abolindo a vedação da
liberdade provisória restando vedado somente a fiança.
ANTES DEPOIS
FINAÇA + LIB. PROVISÓRIA APENAS FIANÇA
2ª CORRENTE STF Helen Grace, STJ Félix Fisher: não se aplica a liberdade provisória
ao crime hediondo, pois a vedação permanece implicita na proibição da fiança.
Por esta segunda corrente a súmula 697 continua vivaz. Súmula nº 697 A PROIBIÇÃO
DE LIBERDADE PROVISÓRIA NOS PROCESSOS POR CRIMES HEDIONDOS
NÃO VEDA O RELAXAMENTO DA PRISÃO PROCESSUAL POR EXCESSO DE
PRAZO.
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime
fechado.
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste
artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for
primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente (EM QUALQUER CRIME).
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Neste sentido a inovação na lei tem aplicação ex-nunc, pois tendo em vista ser novatio
legis in pejus não retroagirá.
APELAÇÃO EM LIBERDADE
Para representação da prisão temporária deve-se combinar sempre o inciso III do art. 1
da lei
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários
ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
V - cumprido mais de 2/3, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for
reincidente específico em crimes dessa natureza.
REINCIDENTE ESPECÍFICO
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à
constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a
delinqüir.
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,
prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o
apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza."
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo
da multa.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Vale lembrar a diferença dos prazos para a progressão de regime e para o livramento
condicional: só ocorrerá a progressão de regime 2/5 (se primário) ou 3/5 (se reincidente
específico ou não). Já no livramento condicional, cumprido 2/3 da pena, poderá o
reincidente gozar do livramento condicional, porém se reincidente específico em crime
hediondo não poderá.
PROBLEMÁTICA DO ART. 8
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal
(QUADRILHA OU BANDO), quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
O artigo texto do artigo em comento trata de pena específica quanto a aplicação da pena
de 2 a 6 anos quando a quadrilha ou bando cometer tráfico ilícito de drogas. Toda via, a
antiga lei de drogas elencava crime específico de bando (art 14 da antiga lei) com pena
de 3 a 10 anos. Tendo em vista solver a questão, o STF derrogou mantendo o tipo penal
especial, porém com a aplicação da pena do tipo penal geral (quadrilha ou bando).
Posteriormente, com advento da nova lei de drogas a questão foi solvida com nova
pena:
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente
ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
ESTUDO DO ART. 9
O art. 9 da Lei 8.072/90 é matéria de APLICAÇÃO da pena; já o art. 75 do CP é uma
limitação referente à EXECUÇÃO. Por ocasião da sentença, o juiz é ilimitado; o art. 75
do CP deverá ser observado é no momento da execução da pena.
O ora revogado e de forma expressa, art. 224 do Código Penal, possuía duas funções:
(a) Tornar típica a conduta do agente, através da adequação típica indireta, de
subordinação, mediata ou ampliada, nos crimes contra os costumes que possuíam como
elementar do tipo a violência (ex. o art. 213 e o revogado art. 214). Vale dizer, havendo
a prática da conjunção carnal ou de ato libidinoso diverso da conjunção carnal, presente
uma daquelas circunstâncias, a conduta revestia-se de tipicidade; e (b) Ser causa
especial de aumento de pena nos crimes previstos no art. 9º da Lei 8.072/90 (Lei dos
Crimes Hediondos).
Pois bem, com a revogação desse artigo operada pela Lei n. 12.015/2009, a causa de
aumento da pena não existe mais no nosso ordenamento jurídico. Ou seja, houve
revogação tácita.
Mas no que tange à primeira função (norma de adequação típica de
subordinação, mediata, ampliada ou indireta), não se pode afirmar que a revogação
desse artigo tenha produzido efeitos jurídicos de novatio legis in mellius, ou abolitio
criminis. A rigor o legislador, ao editar a Lei n. 12.015/2009, deu nova formatação aos
então chamados crimes contra os costumes, agora denominados “contra a dignidade
sexual”. Já vimos o exemplo da deslocação para o art. 213 da figura até então prevista
no art. 214.
Artigo 9º da 8.072/90 :
Antes da Lei 12.015-2009 Depois da Lei 12.015-2009
Pena majorada de ½ se a vítima nos O Art. 224 do CP foi revogado
termos do Art. 224 a) não era maior de 14
anos; b) alienado mental; c) sem
resistência
Implicitamente foi revogado o Art. 9° da
Lei n °8.072-90 (revogou-se uma causa de
aumento e esta mudança será retroativa)
esse artigo desapareceu com a sanção da lei 12.015-2009 que trata do tema;
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- atentado violento ao pudor (art. 214) – vítima nos termos do artigo 224 do CP, pena
aumentada pela metade;
Nos casos do artigo 213 e 214 o STJ e o STF entendem que o
aumento não teria incidência quando o crime for praticado
por violência ficta (violência presumida), pois geraria bis in
idem.
STF
• Cabe sursis em crimes hediondos se preenche os requisitos
• Restritiva de direitos se preenche os requisitos
• Remição cabe porque a lei não veda
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
- antes da segunda grande Guerra Mundial não havia preocupação mundial com relação
à tortura;
- após a segunda grande guerra nasce o movimento mundial de repúdio à tortura;
- a comunidade internacional resolveu repudiar a tortura principalmente pelos abusos
vistos durante a segunda grande guerra, originando-se assim tratados internacionais e
convenções de combate às práticas de tortura;
Somente em 1988, com a Constituição Federal (art. 5º, III), foi introduzida no Brasil
uma garantia do cidadão contra a tortura. Trata-se de uma das raríssimas garantias
constitucionais ABSOLUTAS, não sendo admitidas quaisquer relativizações pela lei ou
pela jurisprudência.
- nasce no Brasil em 1.997 a lei 9.455/97 para disciplinar a tortura, daí, fica claro que
desde a Constituição até a lei passaram-se 9 anos sem lei específica, daí a tortura era
tratada por meio de outras leis. Em 1.990, a lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do
Adolescente – criou uma espécie de tipo penal tratando da tortura, que posteriormente
foi revogado pela lei de tortura;
PRESCRITIBILIDADE DA TORTURA
De acordo com o STJ as ações de reparação do dano pela tortura do regime militar é
imprescritível (imprescritibilidade civil ajuizadas em decorrência de perseguição,
tortura e prisão por motivos políticos, durante o regime militar. (AGRG 970.753/MG)
DEZ/2008
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Art. 1º Constitui crime de tortura (A LEI NÃO DEFINE TORTURA, APENAS O QUE
CONSTITUI TORTURA):
a) TORTURA
PROVA buscar
informação;
b) TORTURA PARA
A PRÁTICA DE
CRIME provocar
conduta criminosa;
c) TORTURA
DISCRIMINATÓRIA
discriminação
TORTURA PROVA
Com o fito de busca por informações (tortura prova) preso torturado por policial para
confessar ou mesmo credor que tortura devedor para confessar a dívida é crime comum.
Provocar conduta criminosa (tortura para a prática de crime) mentir em juízo. Prevalece
que só há tortura quando se busca a prática do crime e não a contravenção penal. Assim
sendo o torturador responde pelo presente crime mais o crime eventualmente o crime
praticado pelo torturado em concurso material. Quanto o torturado é inexigível conduta
diversa (coação moral – inexigibilidade de conduta diversa – excludente de
culpabilidade). Traficante que tortura para que a vítima minta em juízo.
TORTURA DISCRIMINATÓRIA
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Tortura discriminatória diz respeito apenas no que tange questão racial ou religiosa. Não
há falar em discriminação sexual, econômica ou social não gera tortura. STF incluiu
judeus.
TORTURA CASTIGO
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência
ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo
pessoal ou medida de caráter preventivo (TORTURA CASTIGO).
Pena - reclusão, de 2 a 8 anos.
É o núcleo “intenso” que diferencia do delito de maus tratos. Sob o crivo do juiz está a
mensuração da intensidade. Maus tratos não é meramente intenso.
STJ - HC 50095 MG. Policial militar que auxilia polícia civil na contenção de rebelião
em estabelecimento prisional, durante a operação, detém legitimamente guarda poder ou
autoridade sobre os detentos, podendo, nessa condição, responder pelo crime do art. 1°
II da lei de tortura (tortura castigo).
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Pessoa presa sob a custódia estatal: abrange qualquer espécie de prisão penal (definitiva
ou provisória) bem como a prisão civil. Jovem infrator internado – clausura existe no
caso dos atos infracionais sujeitos a internação. Caso do para em que o preso apanha na
caçamba ou preso em cela insalubre.
TORTURA OMISSÃO
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las
ou apurá-las, incorre na pena de detenção de 1 a 4 anos. PENA PELA METADE
DIFERENTEMENTE DO TEXTO CONSTITUCIONAL QUE DITA A REGRA
IGUAL PARA O OMITENTE OU AQUELE QUE APLICA A TORTURA.
aquele que omite o dever de evitar aquele que omite o dever de apurar
omissão imprópria omissão própria
O texto constitucional determina que o executor deve ter a mesma pena do omitente
impróprio (chamado de garante ou garantidor). Neste mesmo sentido o CP é consoante:
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3ª CORRENTE (é a que prevalece): a pena do garante deve ser de 1 a 4 anos, pois outra
pena fere o princípio da legalidade. A CF não pode prever pena e nem crime, pois não
há pena sem prévia cominação legal (estricto sensu). Não pune a forma culposa, pois
não há previsão legal. não cabendo ao interprete fazê-lo. Assim sendo omissão
imprópria não é equiparado a hediondo.
OMISSÃO PRÓPRIA
Em caso de omissão própria a tortura é fato pretérito a ser apurado por quem tinha o
dever de apurar vem se omitir (condescendência criminosa). A CF/88 não se refere a
esse omitente, logo não se equipara a hediondo jamais. O promotor, para evitar ser
acusado e omissão própria, assim que o réu, em juízo afirma ter sido torturado pela
polícia, solicitará o envio da extração da cópia deste interrogatório para a corregedoria
de polícia e para o mp. Caso não tenha ocorrido, o réu responderá por denunciação
caluniosa.
A autoridade que colocou a menina no cárcere junto com homens responde por
TORTURA SEM FIM ESPECIAL (art. 1, parágrafo 1). Se ela foi estuprada o que
percebeu os estupros e nada fez responde pelo art. 1, e também por estupro. Já os que
deveriam ter evitado a sua estada neste local responde por tortura (omissiva imprópria)
art.1 parágrafo 2 primeira parte.
2 CORRENTE: o crime antecedente tortura será doloso (tortura) sendo o crime seguinte
doloso ou culposo (Nucci)
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1 CORRENTE: Alberto Silva Franco diz que não, pois seria bis in idem.
2 CORRENTE (é a que prevalece): Nucci diz que não há bis in idem mesmo sendo
funcionário público, pois funcionário público não é elementar e sim o fato de ser
garante.
O aumento do inciso I incide quando a agente público atua nessa qualidade ou em razão
dela.
Para incidir estas causas o torturador tem de saber a qualidade do agente passivo, caso
contrário seria responsabilidade objetiva, o que contraria nosso ordenamento.
As causas de aumento incidem mesmo que a tortura esteja qualificada pela morte ou
pela lesão grave ou gravíssima.
Tal efeito se dá de forma automática ou o juiz terá de motivar (assim como no CP)
fundamentando a decisão a perda do cargo, função ou emprego público?
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Inafiançável não significa que não poderá se dar a liberdade provisória, pois poderá
havê-la sem fiança.
Cumpre ressaltar que à tortura não é veda o indulto, mas sim apenas graça e anistia são
vedadas. Nucci entende que indulto está vedado, pois graça está abrangendo o indulto,
pois está em sentido amplo. Interpretação de acordo com a Constituição.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º (omitentes: pena
de detenção), iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
executor omitente
inicia no fechado inicia no aberto ou semi-aberto, pois é
punido com detenção.
EXTRATERRITORIALIDADE
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira (PRINCÍPIO DA DEFESA OU REAL) ou
encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira (PRINCÍPIO PENAL
UNIVERSAL OU COSMOPOLITA).
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RETROSPECTIVA
LEI 6.368/76
CONCEITO DE DROGA
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
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Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas: (TIPO INCONGRUENTE)
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva
ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou
produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à
natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se
desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos
antecedentes do agente.
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo
prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste
artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários,
entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres,
públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da
prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos
incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo,
sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator,
gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para
tratamento especializado.
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_________
CIRCUNSTÂNCIAS INDICATIVAS DO TRÁFICO DE DROGAS
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia
judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram
à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto
apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as
circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou
II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências
complementares:
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser
encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e
julgamento;
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o
agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo
competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
6368/76 11343/06
Pena 3 a 15 anos Pena de 5 a 15 anos
Tráfico típico Tráfico típico
Tráfico por equiparação (induz ao tráfico, Algumas modalidades equiparadas (outras
empresta imóvel) modalidades equiparadas são punidas de
forma diversa considerando-se a diferença
de gravidade nas várias condutas)
Clara ofensa ao princípio da Obedece ao princípio da
proporcionalidade proporcionalidade
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Obs.: na lei anterior, todos esses crimes estavam sujeitos a mesma pena;
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar,
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
em sentido contrário. STF aplica a segunda corrente ao usuário bem como no estatuto
do desarmamento.
ESTADO DE NECESSIDADE
Estado de necessidade no tráfico é rejeitado pelos tribunais, por ser subversão de valores
juridicamente protegidos.
________________
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia
judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram
à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto
apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as
circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente;
Nota-se o juízo de valor aplicado pelo delegado no presente inciso.
QUESTÕES DE CONCURSO
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
“A” é usuário foi a o morro e comprou drogar por 25 reais então o policial civil simula
ser usuário e oferece 50 para o usuário, retornando para comprar o dobro da droga para
uso. Será o usuário preso por tráfico? R: a venda é crime impossível, pois foi provocada.
Assim sendo responderá por mero uso.
Mas ambos poderão ser impossíveis, pois a súmula descreve a preparação e não a
provocação, sendo assim ambos poderão ser impossíveis se a preparação impossibilita a
consumação. O policial toma lugar da possível vítima e antes da consumação o infrator
é preso, não há falar em crime pois a preparação do flagrante impossibilitou o crime.
Poderá haver concurso com furto, receptação (em pagamento pela droga), sonegação
fiscal (sob o princípio do non olet). Declarar a renda oriunda do crime significa
produção de provas contras si mesmo (nemo tenetur se detegere). Prevalece a não
aplicação do “non olet” no direito penal, pois seria produção de prova contra si.
APLICAÇÃO DE PENAS
Caso o agente cometa o crime na vigência da lei e assim se inicia o processo e neste
interregno sobreveio a nova lei, porém aplica-se a pena antiga, pois caso contrário seria
ferio o princípio da anterioridade.
Mas se caso o agente comece mantendo em depósito na vigência da lei anterior e acaba
sendo preso na vigência da lei nova aplica-se a seguinte súmula do STF. STF SÚMULA
Nº 711 :A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU
AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO
DA CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
TRÁFICO EQUIPARADO
Art. 33. ...§ 1o Nas mesmas penas (do caput) incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece,
fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar
(ELEMENTO NORMATIVO INDICATIVO DA ILICITUDE), matéria-prima, insumo
ou produto químico destinado à preparação de drogas;
Art. 33. ...§ 1o Nas mesmas penas (do caput) incorre quem:
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar (ELEMENTO NORMATIVO INDICATIVO
DA ILICITUDE), de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de
drogas;
Note-se que no exame farmacológico prevalece que estas plantas não precisam
apresentar o princípio ativo.
Art. 28. § 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal,
semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
EXPROPRIAÇÃO SANÇÃO
CF Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas
ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente
destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e
medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em
decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá
em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de
viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção
e repressão do crime de tráfico dessas substâncias.
Art. 33. ...§ 1o Nas mesmas penas (do caput) incorre quem:
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse,
administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
Dolo dispensando finalidade de lucro: trata-se de crime de tráfico equiparado, pois
emprestou para quem lucra. Na primeira modalidade “permissão” o crime se consuma
com o efetivo proveito do local, sendo perfeitamente possível a tentativa. A segunda
modalidade que é consentir o crime se consuma com a mera permissão. Tentativa
possível somente por escrito.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
INDUZIR AO USO: trata-se de crime formal dispensando o efetivo uso por parte do
induzido. Noutro plano, Vicente Grecco Filho entende ser um crime material.
Tentativa é admissível bem como por escrito.
TRÁFICO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
Art. 33... § 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu
relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano(TRAFICO EQUIPARADO DE
MENOR POTENCIAL OFENSIVO 9099/95), e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500
(mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
Sujeito ativo: crime biprório, pois exige um relacionamento especial entre os sujeitos.
Oferecimento eventual, pois se houver habitualidade será tráfico, assim como se houver
objetivo de lucro (elemento subjetivo negativo) finalidade que não pode existir. Para
juntos a consumirem (elemento subjetivo positivo) tem de haver. Com objetivo de lucro
será o tipo previsto no caput. Consumação: dá-se com o oferecimento dispensável o
efetivo uso.
Crimes praticados antes da vigência da lei nova quando não havia a redução, pois punia-
se com 3 anos.
CORRENTES
1ª- a redução de pena é irretroativa, vedando-se combinação de leis, pois assim o juiz
estaria legislando.
2ª : a redução é retroativa, mas deve respeitar um saldo mínimo de 1 ano e 8 meses. HC
87464 RS STJ
3ª (é a que prevalece na doutrina): redução é retroativa. STJ.
4ª: o réu deverá escolher.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a
qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário,
aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção
ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a
2.000 (dois mil) dias-multa.
Objeto material: maquinários em geral
33 caput objeto material: drogas
33 §1° objeto material: matéria prima
O art. 34 é delito subsidiário, pois ser ele pode ser absorvido pelo 33 caput, tornando-se
então crime meio.
Sujeito ativo: crime comum.
Sujeito passivo: sociedade.
-Carece perícia para atestar que o equipamento serve para o fim criminoso. O crime é
punível a título de dolo, consumado com a pratica dos núcleos sendo algumas
modalidades permanentes. A tentativa se faz possível.
TRÁFICO DE ASSOCIAÇÃO
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Poderá a pessoa responder em concurso pelos dois crimes, pois são crimes autônomos
desde que em associações diferentes. Ambos os crimes são autônomos
independentemente se ocorrer o crime futuro. Mas ocorrendo o crime secundário,
responderá em concurso material. É indispensável o animus associativo (a vontade de
reunir-se de forma estável e permanente).
Aplica-se o art. 8°lei 8.072/90 (3 a 6 anos) no tempo régio na antiga lei, sendo a nova lei
de drogas uma novatio legis in pejus neste artigo. Assim sendo o agente que
incurcionou em processo penal antes da vigência da nova lei, tem-se a retroatividade.
Salvo a exceptio da Súmula 711 DO STF (crime permanente no interregno das duas
leis).
art. 35 § único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a
prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Todos os crimes (art. 35, art. 35 p. único e o art. 288 CP) são crimes autônomos
independentes do crime fim podendo haver concurso material entre eles.
FINANCIAMENTO DO TRÁFICO
TIPO CONGRUENTE
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos art. 33,
caput e § 1º(importar), e 34(fabrico) desta Lei: (FINALIDADE: CUSTEAR OU
FINANCIAR O TRÁFICO)
Trata-se de crime autônomo independente do crime fim, havendo a possibilidade de
concurso material com crime diverso.
Exceção pluralista a teoria monista (novatio legis in pejus), pois na lei anterior o
traficante e o financiador eram abrangidos pelo mesmo tipo penal. Norma irretroativa.
Trata-se de crime comum, pois não exige qualidade específica do agente.
Vítima: coletividade juntamente como Estado.
-Se praticado por duas ou mais pessoas associadas de forma estável e permanente 35§
único em concurso material com 36.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
único determina a habitualidade ao art. 35, em comento. Ressalta-se que a tese Sanches
é minoritária. Em suma, se habitual não admite tentativa.
art. 35 § único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a
prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a
dois terços, se:
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados
à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 (maquinários)
desta Lei:
Crime comum, mas sendo o colaborador funcionário público, aplica-se a majorante do
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a
dois terços, se:II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no
desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância...
Deve se imantar o agente de eventualidade e descompromisso, caso contrário, seja esta
a função definitiva mediante a organização responde pelo art. 35 (associação).
Tipo subjetivo: punível a título de dolo. Momento consumativo: dá-se com a prática de
qualquer ato indicativo de colaboração. Há falar em tentativa na informação por carta
caso esta seja interceptada. Vítima é a coletividade.
PRESCRIÇÃO DE DROGAS
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o
paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Eis a única modalidade culposa, assim sendo não se admite tentativa. Sujeito ativo:
sabendo-se que os núcleos, prescrever e ministrar só podem ser praticados por médico,
dentista, farmacêutico ou profissional de enfermagem, somente estes podem prescrever
ou ministrar. Ampliou-se o espectro do sujeito ativo, pois Vicente Grecco inseriu o
veterinário. O sujeito passivo primário é a coletividade e secundariamente é o paciente.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
______
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano
potencial a incolumidade de outrem (não abrange automóvel, pois responde pelo 306 do
CTB)
Trata-se de norma irretroativa, pois novatio legis in pejus : antes do advento da lei em
comento, contravenção. Crime comum. Vítima: a coletividade (primário) e o indivíduo
colocado em perigo com o comportamento do agente (sujeito passivo eventual ou
secundário). Punível a título de dolo. Não se trata de crime de perigo abstrato e sim
perigo concreto, pois não há falar em risco presumido, pois deve haver comprovação de
que o nível de segurança foi rebaixado, não sendo necessário se houve possível vítima.
Não se admite tentativa. Punível a título de dolo. Não há falar em transação penal, pois
o 291 do CTB foi abolido.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a
dois terços, se: trata-se de lei benéfica, pois na lei anterior o aumento mínimo era de um
terço. Desta feita, para aqueles que estejam cumprindo pena, caberá ao juiz da execução
a sua aplicabilidade.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de
fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva (MORROS DO RIO – LEI
DO SILÊNCIO);
ESTUDO DO ART. 44
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são
inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória,
vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
O artigo 44 é anterior à lei 11.464/07 que alterou a lei dos crimes hediondos quando
ainda prevalecia o regime integralmente fechado e vedação a liberdade provisória.
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1) DA VEDAÇÃO À FIANÇA
A lei 8.072/90 já vedava liberdade provisória e a lei de drogas seguiu o mesmo espírito,
porém a lei 11464/07 aboliu a vedação à liberdade provisória. Assim o STF e STJ
trabalhavam com a tese de que a vedação à liberdade provisória permanecia implícita na
inafiançabilidade. O STF entende que vedação da liberdade provisória em abstrato (sem
considerar o caso concreto) é inconstitucional. HC 96715-9. O juiz decidirá e não o
legislador! Assim, permite-se liberdade provisória tangendo o caso concreto.
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6) DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
Art. 44 Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o
livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena (req. Objetivo),
vedada sua concessão ao reincidente específico (req. Subjetivo).
Para a Lei 8072, considera-se reincidente específico quem praticou dois ou mais crimes
hediondos ou equiparados.
Para a Lei 11.343/06, reincidente específico é aquele que praticou dois ou mais dos
crimes previstos nos arts. 33 caput, 33,§ 1º, e 34 a 37.
7) DA PROGRESSÃO
A 11.464/07 (que abrange tráfico) aboliu a vedação imposta na lei 8.072/90, tornou
possível a progressão nos termos da lei 11.463/06 de 2/5 se primário e de 3/5 (se
reincidente).
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ASPECTOS PROCESSUAIS
Procedimentos
Menor potencial ofensivo Agente detentor de foro Demais casos
(art. 28) especial
Lei 9.099/95 Lei 8.038/90 Procedimento especial
11.343/06
Procedimento especial
11.343/06 11.719/08 Procedimento hibrido
Ip 30 + 30 ou 90 + 90 Ip Ip
Denuncia Denuncia Denuncia
Defesa preliminar Recebimento (395 Defesa preliminar
(apresenta-se o rol de hipóteses de rejeição da
testemunhas) denúncia)
Se não rejeitar recebe a Citação para ... Recebimento
denúcia (395 hipóteses de
rejeição aplicáveis a lei de
drogas)
Citação para audiência una
Defesa resposta à acusação Citação e Defesa escrita
(concentrada) escrita para arrolar
testemunhas (396) e
oportunidade de absolvição
sumária (397).
Audiência una com Se não absolve...audiência Audiência una com
1) interrogatório, una. Art. 400 – 1) interrogatório,
2)testemunhas, debates e 1)testemunha, 2)testemunhas, debates e
julgamento 2) interrogatório, debates e julgamento
julgamento
Possibilidade de absolvição
sumária seguida de
audiência una. Sendo que o
rito continua sendo
interrogado em primeiro
lugar, não se aplicando o
art. 400 do CPP, pois este
não se aplica por previsão
legal.
A defesa escrita do 396 do CPP convive com a defesa preliminar de lei de drogas, pois
tem finalidades diversas. A defesa preliminar busca a rejeição da denúncia; e a defesa
escrita busca a absolvição. Prevalece o procedimento híbrido.
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ROXIN
FINALIDADES DA LEP
PENA NA EXECUÇÃO
Tem-se neste âmbito a efetivação da prevenção especial mais retribuição e a re-
socialização.
Para prova apenas das Defensorias Públicas entende que a pena tem uma finalidade: a
ressocialização, pois quem tem que prevenir é o Estado e não a sentença.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos
pela sentença ou pela lei.
A lei serve para o preso definitivo, provisório no que couber e para o internado (medida
de segurança de internação).
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
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Art. 3º Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social,
religiosa ou política. Mas é perfeitamente possível a distinção quanto a idade e ao sexo.
PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE OU DA PERSONALIZAÇÃO DA PENA
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e
personalidade, para orientar a individualização da execução penal.
O juiz da execução é quem orienta a execução penal de acordo como o perfil de cada
preso. Distingue-se do princípio da individualização da pena que cabe ao juiz
sentenciante.
Antes Depois
Acompanhava Agora somente individualiza e acompanha
a)penas privativas de liberdade a pena privativa de liberdade
b) restritivas de direitos
Intervinha em
a)progressão e regressão de regime
b) conversão da pena
PRINCÍPIO DA JURISDICIONALIDADE
Os incidentes da LEP serão decididos pelo poder judiciário. A autoridade administrativa
somente pode decidir pontos secundários na execução penal (ex: dia de visitas, horário
do banho de sol, imposição de sanções disciplinares expressamente previstas em lei,
etc). Mesmo em pontos secundários, poderá o preso se socorrer ao judiciário em caso de
abuso.
PRINCÍPIO REEDUCATIVO
Durante a execução penal, deve-se buscar a ressocialização do preso. Eis os
instrumentos de ressocialização previstas na LEP:
Art. 11. A assistência será:
I - material;
II - à saúde;
III -jurídica;
IV - educacional;
**V - social;( conscurso: ÚNICA DIRECIONADA A VÍTIMA)
VI - religiosa.
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EXECUÇÃO PROVISÓRIA
É possível execução provisória? R: sim. Fundamentos legais:
Execução antes do trânsito em julgado. Faz-se possível diante o dispositivos a baixo
LEP Art. 2º Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao
condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito
à jurisdição ordinária.
Resolução n19 CNJ Art.1º - A guia de recolhimento provisório será expedida quando da
prolação da sentença ou acórdão condenatório, ressalvada a hipótese de possibilidade de
interposição de recurso com efeito suspensivo por parte do Ministério Público, devendo
ser prontamente remetida ao Juízo da Execução Criminal. (Artigo alterado pela
Resolução nº 57, de 24/06/2008 - DJ 01/07/2008) (SE O RECURSO DO MP TEM
EFEITO SUSPENSIVO, NÃO HAVERÁ A EXECUÇÃO PROVISÓRIA)
STF SÚMULA Nº 716 - ADMITE-SE A PROGRESSÃO DE REGIME DE
CUMPRIMENTO DA PENA OU A APLICAÇÃO IMEDIATA DE REGIME MENOS
SEVERO NELA DETERMINADA, ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA
SENTENÇA CONDENATÓRIA.
A execução provisória pressupõe o trânsito em julgado?
O MP acentua diz que se exige o transito em julgado para a execução provisória. Mas os
dispositivos supracitados são contrários e perseveram sobre esta.
** o art.637 do CPP é de 1940, a LEP não repete o dispositivo que também não foi
recepcionado pela CF/88 que consagra o princípio da presunção de não culpabilidade
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até o transito em julgado (STF). Eis a posição do Supremo, mas não vincula, pois não
foi criada súmula vinculante sobre este tema. Somente para condenado provisório preso.
A competência da LEP não é ditada pelo local onde transitou em julgado o processo de
conhecimento. No caso de pena privativa de liberdade compete ao juízo da execução do
local onde o condenado estiver preso. Aonde o preso vai, a execução segue-o.
PENA DE MULTA
Com advento da lei 9268/96 passou a ser executada como dívida ativa.
1 corrente - Continua sendo executada pelo juízo das execuções no local da condenação.
2 corrente (STF e STJ) - Assim será executada não no juízo comum e sim na vara da
fazenda pública do local da condenação.
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SANÇÕES DISCIPLINARES
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Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
ii - fugir; (doutrina minoritária discorda, pois alega a busca da liberdade como
manifestação da natureza do homem)
iii - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de
outrem;(arma em sentido próprio e impróprio)
iv - provocar acidente de trabalho; (o não provocado gera remissão)
v - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
vi - inobservar os deveres previstos nos incisos ii e v, do artigo 39, desta lei.
vii – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar,
que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (aplica-se
aos fatos da sua vigência em diante)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
SANÇÕES
Art. 54. As sanções dos incisos I a III do artigo anterior serão aplicadas pelo diretor do
estabelecimento; a do inciso IV, por Conselho Disciplinar, conforme dispuser o
regulamento.
*RDD não é uma quarta espécie regime de cumprimento de pena (que se define como
fechado, semi-aberto e aberto) e sim a mais drástica sanção disciplinar imposta ao preso
autor de falta grave. A Lei 10.792/03 é considerada por Cezar Roberto Bitencourt como
reflexo do direito penal do autor (ou direito penal do inimigo), de cunho fascista, teoria
que tem Gunther Jakobs como um de seus principais defensores na atualidade.
CARACTERÍSTICAS DO RDD
LEP Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e,
quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório,
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O RDD está tomado pelo império do juiz. Não podendo a autoridade administrativa
determinar.
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do
diretor do estabelecimento e a do inciso V (RDD), por prévio e fundamentado despacho
do juiz competente (LÊ-SE DECISÃO).
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
O RDD é constitucional?
A LEP não se refere a prescrição da falta grave. Desta feita o STF determinou que falta
grave prescreve em dois anos (HC 92.000 SP).
PROGRESSÃO DE REGIME
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2°) Cumprimento, em regra, de 1/6 da pena no regime fechado. Porém no caso dos
crimes hediondos deverá ser cumprido 2/5 se primário e 3/5 se reincidente. A aplicação
da pena é ilimitada, mas a execução tem o teto de 30 anos, porquanto, deve-se cumprir a
fração da pena imposta na sentença. Jamais se utiliza o limite de 30 anos para mesmo
calculo.
STF SÚMULA Nº 715 A PENA UNIFICADA PARA ATENDER AO LIMITE DE
TRINTA ANOS DE CUMPRIMENTO, DETERMINADO PELO ART. 75 DO
CÓDIGO PENAL, NÃO É CONSIDERADA PARA A CONCESSÃO DE OUTROS
BENEFÍCIOS, COMO O LIVRAMENTO CONDICIONAL OU REGIME MAIS
FAVORÁVEL DE EXECUÇÃO.
3°) Bom comportamento carcerário.
4°) Oitiva do MP.
5°) No caso de crime violento, exige-se o exame criminológico fundamentando a
necessidade.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o
condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa
e das condições impostas pelo Juiz.
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi
submetido (CRIMINOLOGICO), fundados indícios de que irá ajustar-se, com
autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime.
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117
desta Lei. I - condenado maior de 70 (setenta) anos; II - condenado acometido de
doença grave; III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV - condenada gestante.
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime
aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Prisão domiciliar substitui o regime aberto do condenado definitivo não existindo prisão
domiciliar substitutiva de prisão preventiva. Requisitos: condenado em definitivo que
cumpre regime aberto.
IV - condenada gestante.
Presidente da Gol, juiz Lalau e Susane figuram em exceção, pois houve prisão
domiciliar sem os requisitos.
REGRESSÃO DE REGIME
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva,
com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
(depreende-se que há regressão em salto assim previsto em lei)
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; não há falar em condenação
e sim a prática.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em
execução, torne incabível o regime (artigo 111). (nova condenação torna incompatível o
regime ao qual deveria o condenado cumprir)
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos
incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa
cumulativamente imposta. (EM NEGRITO FOI REVOGADO PELA LEI 9268/96
SENDO A MULTA EXECUTADA COMO DÍVIDA ATIVA)
AMPLA DEFESA
A jurisprudência admite regressa preventiva, assim poderá ser imposta e depois será
feita a apreciação do juiz ocorrendo quando necessária para a manutenção e prevenção
da ordem.
STJ: Prática de falta grave leva a sanção disciplinar e regressão de regime não
incorrendo em bis in idem. A regressão de regime decorre da própria LEP, que
estabelece tanto a imposição de sanção disciplinar, quanto a regressão (sanções que se
complementam).
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA
Espécies...
Permissão de saída 120 e 121 *Saída temporária 122 a 125
Beneficiários preso definitivo no fechado Beneficiários: preso definitivo do 1)semi-
ou semi-aberto e para o preso provisório. aberto e que 2)apresenta comportamento
adequado e 3) *cumpriu 1/6 se primário
ou ¼ se reincidente.4)compatibilidade do
benefício com os objetivos da pena. Não
admite preso provisório ou fechado.
Característica: ocorre mediante escolta Característica: sem vigilância direta.
Hipóteses de cabimento (taxativas) Hipóteses de cabimento: 1)visita a família
1) falecimento ou doença grave do 2)freqüência a curso na comarca da
CCADI: 2)necessidade de tratamento execução 3)atividades de ressocialização
médico do preso (odontológico)
Autoridade competente: diretor do Autoridade competente: ato motivado do
estabelecimento. Se nega, judiciário. juiz da execução
Período de saída: tempo necessário Período de saída: até 7 dias renováveis por
mais quatro vezes durante o ano. Total 5
vezes.
* STJ SÚMULA: 40 PARA OBTENÇÃO DOS BENEFICIOS DE SAIDA
TEMPORARIA E TRABALHO EXTERNO, CONSIDERA-SE O TEMPO DE
CUMPRIMENTO DA PENA NO REGIME FECHADO.
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato
definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições
impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso.
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição
no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do
merecimento do condenado. (REVOGAÇÃO REBUS SIC STANTIBUS)
REMIÇÃO
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderá
remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena.
§ 1º A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de 1 (um) dia de
pena por 3 (três) de trabalho. O Trabalho é um misto de direito (permite a remição) e
dever (não trabalhando é falta grave).
Não se admite remição ficta em caso de ineficiência estatal na ausência do Estado. Para
defensor público admite-se!
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
PROCESSAMENTO DA REMIÇÃO
Art. 127. O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo
remido, começando o novo período a partir da data da infração disciplinar.
Ele perde os dias homologados ou somente os dias que não foram homologados?
1° corrente. Punido por falta grave, o preso perde somente os dias remidos ainda não
homologados pelo juiz. Os dias remidos já homologados são considerados direito
adquirido.
2ª corrente STF. Punido com falta grave, o preso perde todos os dias remidos, mesmo
aqueles já homologados pelo juiz. Os dias remidos homologados são considerados
como expectativa de direito.
SÚMULA VINCULANTE Nº 9
O DISPOSTO NO ARTIGO 127 DA LEI Nº 7.210/1984 (LEI DE EXECUÇÃO
PENAL) FOI RECEBIDO PELA ORDEM CONSTITUCIONAL VIGENTE, E NÃO
SE LHE APLICA O LIMITE TEMPORAL PREVISTO NO CAPUT DO ARTIGO 58
(30 dias anteriores).
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 (falsidade ideológica) do Código Penal
declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de
remição.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
REQUISITOS OBJETIVOS
Note-se que o condenado em crime doloso e reincidente a 1 ano e 11 meses não terá
direito a sursis ou a livramento condicional. Poderá recorrer ao Tribunal para
aumentar sua condenação em 1 mês para ter direito ao livramento condicional?
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
V - cumprido mais de 2/3, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não
for reincidente específico em crimes dessa natureza.
1 Corrente: Mirabete entende que terá de cumprir o mesmo que o reincidente (terá de
cumpris mais de ½).
2 Corrente (é a que prevalece): no silêncio da lei in dubio pro réu, assim se equiparará
ao primário com bons antecedentes cumprindo mais de 1/3 da pena para acessar o
livramento condicional.
REQUISITOS SUBJETIVOS
4) Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à
constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a
delinqüir.(Exame criminológico. Art. 8° LEP,com prova da necessidade)
Lep Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica
subordinado o livramento.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; (Os
Tribunais vem admitindo os estudos)
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA
II - por crime anterior (ao benefício), observado o disposto no art. 84 deste Código.
(NÃO INTERESSA SE DOLOSO OU CULPOSO) O período de liberdade é igual a
pena cumprida. Cabe novo livramento para o crime revogado. Caso o crime revogador
seja de um ano, poderá somar apena do crime revogador para acessar o beneficio cabe
soma das penas. Mas ressalte-se que não haverá esse direito caso o crime revogador
tenha sido cometido durante a vigência do benefício CP Art. 84 - As penas que
correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento.
REVOGAÇÃO FACULTATIVA
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Através de processo que apura somente crime, assim mera instauração de IP não
prorroga o período de prova. Se por contravenção não há falar em prorrogação. A
prorrogação é automática, dispensando manifestação judicial.
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a
sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do
livramento.
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena
privativa de liberdade.
EFEITOS DA REVOGAÇÃO
a) Condenação por crime anterior ao período de prova: se a revogação for motivada por
infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo de
cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo
livramento, a soma do tempo das duas penas (art. 141, LEP).
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
AGRAVO EM EXECUÇÃO
LEP Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito
suspensivo.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra
a mulher. Não se trata de uma lei penal e sim uma lei multidisciplinar, pois menos de
10% da lei de criminal.
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar
contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção
Interamericana para Prevenir, 1) Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de
outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe
sobre a 2) criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher;
e 3) estabelece medidas de assistência e 4) proteção às mulheres em situação de
violência doméstica e familiar.
VÍTIMA TRANSSEXUAL
A lei Maria da Penha reconhece que o homem também pode ser vítima, pois o art. 129
§9° inserido pela lei em comento, não sinaliza quando ao sexo de forma específica:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de
2006)
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Neste sentido, para a mulher aplica-se o CP e a lei Maria da Penha, e para o homem
somente o CP.
Há dois sistemas de proteção sendo um geral que não visa um destinatário certo e um
segundo sistema é especial visando destinatário certo. Eis a diferença entre homem e
mulher no que tange a legislação especial no tocante a lei Maria da Penha, pois assim
não o é no CP que é regido pelo sistema de proteção geral. Nota-se que a mulher, de
fato, não é igual ao homem. Vale dizer que a lei Maria da Penha tem natureza de ação
afirmativa, pois enquanto a mulher não for realmente igual ao homem a lei em comento
tem razão de existência.
Nada impede o juiz, no seu poder geral de cautela (794 CPC), de emprestar mecanismo
de proteção de mulher ao homem (medidas protetivas). Mas não pode aplicar a lei em si
ao homem. Há exemplo, crimes contra o idoso ou contra a criança. TJ de Minas iniciou
este raciocínio, bem como no RS e SC. Eis um pendor ao STF.
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Mas observa-se que a CF atende às seguintes entidades familiares: 226 §1° prevê
casamento entre homem e mulher; o 226§3° a união estável; e o 226§4° prevê o modo
mono parental. Assim o CC/02 foi conservador repetido os dispositivos supracitados.
As relações homoafetivas não estão previstas nos “codex” supracitados, restando ao
direito obrigacional a regulação dos reflexos patrimoniais. Maria Berenice Dias
determina que a relação homoafetiva também é entidade familiar que se faz protegida
pela lei Maria da Penha e os Institutos do direito de família sobre as relações
homoafetivas.
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que
lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; (MACHÃO
CONTROLADOR)
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Obs: violência doméstica e familiar é gênero que tem como espécies contravenção penal
(vias de fato contra a mulher) art. 7°, I, LMP, ou crimes associados aos incisos
supracitados. Mas observa-se que poderá ser a violência contra a mulher fato atípico
como o adultério que se enquadra como violência psicológica (art. 7°, II LMP). Se
violência domestica familiar contra a mulher é gênero e crime é espécie, resta falar que
é errado dizer em crime de violência domestica familiar contra a mulher.
MECANISMOS DE PREVENÇÃO
Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a
mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes:
(INCISOS MAIS IMPORTANTES)
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da
pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou
exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III
do art. 1o, no inciso IV do art. 3o e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal;
Assistência social, assistência a saúde e assistência de segurança (polícia civil) art. 9°. O
art. 11 determina os deveres da polícia diante a mulher violentada.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Um juiz estadual não pode adentrar à esfera federal para remover uma servidora federal.
Mas minoria afirma que o juiz em seu poder geral de cautela assim poderá agir.
PRISÃO PREVENTIVA
Dá-se para assegurar a medida protetiva. (O art. 20 garante os arts 22, 23 e 24). Assim
tem-se a acessoriedade da prisão preventiva em razão das medidas assecuratórias
(elemento principal). Mas por se tratar de um instituto cível, vale dizer que é esta uma
prisão preventiva cível, pois o acessório tem natureza jurídica igualada ao principal.
CPP - Art. 313. Em qualquer das circunstâncias, previstas no artigo anterior, será
admitida a decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos:
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Nota-se que as medidas protetivas (de natureza cível) são asseguradas por prisão
preventiva (de natureza penal)
SITUAÇÕES
1) o agente descumpre a medida protetiva sem o intento de praticar crime, não cabe
prisão preventiva. STF: o descumprimento de determinaçães extrapenais com sanções
extrapenais não gera desobediência, salvo se sanção expressa “sem prejuízo da sanção
penal”. A expressão “sem prejuízo da sansão penal”, que deverá constar na decisão
judicial. Se faz referência apenas no âmbito administrativo (desobedecer ordem de sair
da faixa de pedestres não será preso por desobediência devendo o agente policial apenas
multa-lo e guinchar o carro).
2) Mas se descumpre medida protetiva para praticar crime, cabe prisão preventiva. Mas
deve estar fundamentada sob o manto do art. 312 CPP (garantia da ordem pública,
instrução criminal ou aplicação da lei penal).
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
Mas a interpretação exata é que a competência cível do juiz criminal se refere apenas as
medidas de urgência, pois a ação principal tramitará no cível TJ-SP. O juiz cível pode
alternar as medias protetivas impostas pelo juiz criminal.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a
mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de
setembro de 1995.
Se o crime for de lesão corporal dolosa de natureza leve: art. 129 §9° CP.
Se a vítima for homem, não existe vedação à aplicação da lei 9099 permanecendo a
ação pública condicionada (art. 88 lei 9099/95)
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de
representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões
culposas.
Mas nota-se que mesmo sendo a pena de 3 meses a 3 anos não sendo de menor
potencial ofensivo basta que o crime seja de lesão corporal leve sob o manto do art. 88
Jecrim.
1ª corrente STJ (decisão volátil): APP incondicionada restando vedada a aplicação da lei
9.099/95 e seu art. 88.
LMP CPP
Art. 16. Nas ações penais públicas Art. 25. A representação (DA
condicionadas à representação da ofendida RETRATAÇÃO) será irretratável, depois
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Com base nesse entendimento, os recursos dos advogados dos acusados que alegam não
ter havido representação posterior à queixa estão sendo indeferidos. Em um dos casos, o
defensor arguiu que não houve audiência, para que a vítima confirmasse a acusação e
manifestasse o desejo de fazer a respresentação.
126
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
REQUISITOS CONSTITUCIONAIS
1° Lei regulamentadora, 2° ordem judicial, 3°utilização das interceptações para
investigação criminal ou instrução processual penal.
ESPÉCIES DE INTERCEPTAÇÕES
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
CPI não pode decretar a interceptação telefônica nem ao menos requisitar às empresas
de telefonia as conversas transcritas, pois estão em segredo de justiça, carece a CPI de
clamar ordem judicial.
1° a exclusão da interceptação dos autos do processo. Art. 5°, LVI - são inadmissíveis,
no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; (REGRA DA EXCLUSÃO
exclusionary rule – DIREITO NORTEAMERICANO). Há dois sistemas de prova
ilícita; Pelo sistema da admissibilidade (male captum bene retentum) a prova ilícita fica
nos autos e é declarada ilícita na sentença aplicado no Brasil até meados na década de
70. Mas pelo sistema da inadmissibilidade, a prova não pode ser juntada aos autos, e ser
for será desentranhada. CPP - Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas
do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais. 11690/08.
2°: gera nulidade no processo ou enseja falta de justa causa se for a única prova do
processo; ou o processo continua se houver outras provas lícitas e autônomas da
interceptação (STF RHC 88361 SP 14/11/2006; STJ HC 65818 17/04/2007).
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
SALA DE CHATS: não estão protegidas pelo sigilo das comunicações, pois o ambiente
é de acesso público e destinado a conversas informais (STJ RHC 18116 SP
16/02/2006).
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
interceptação poderá ser utilizada como prova (STJ HC 69552 6/02/07; STJ APN 425
ES 16/11/05 Corte especial, acusado por foro especial).
“ Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto
da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo
impossibilidade manifesta, devidamente justificada.”
DECRETAÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz,
de ofício ou a requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução
processual penal.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
“Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma
de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de 15 dias, renovável por
igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.”
STJ HC 46630/RJ aceitou interceptação conduzida pela PRF, pois o dec. 1655/95, art.
1°, X dispõe que a função da PRF atuar na prevenção e repressão a crimes (não autoriza
necessariamente a investigar). ADI 1413/DF veio a confirmar a constitucionalidade do
decreto supra.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
DEGRAVAÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO
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Art. 2º primeira parte - Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes
previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua
culpabilidade...
DA ACUSAÇÃO GERAL
STJ e STF consideram ineptas as denominadas denúncias genéricas. São denúncias que
não estabelecem o mínimo vínculo entre a conduta do agente, seja ação ou omissão, e o
crime ocorrido. HC 86879 STF. Distinção criada por Eugênio Paccelli.
Acusação (denúncia) geral Acusação (denúncia) genérica
Ocorre quando o órgão da acusação Ocorre quando a acusação imputa vários
imputa a todos os acusados, mesmo fato fatos típicos, imputando-os genericamente
delituoso, independentemente das funções a todos os integrantes da sociedade.
por eles exercidas na empresa. Imputa um Imputa vários fatos típicos a várias
fato típico a várias pessoas. Neste caso, pessoas. Há inépcia da peça acusatória.
não há falar em inépcia da peça Inclui a pessoa apenas por sua posição
acusatória. hierárquica. Não se detalha a ação de cada
Descreve o fato criminoso com todas as Descreve fato criminoso imputando ao
suas circunstâncias, e o imputa mandatários da empresa (preposto,
simultaneamente a todos os acusados sem gerente) por incluir no pólo passivo.
detalhar a conduta de cada um deles.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
CASO MERO CORTADOR RESOLVE CORTAR POR SUA CONTA, POIS GANHA
POR ÁRVORE DERRIBADA, DESTA FEITA, A EMPRESA NÃO RESPONDE.
Neste caso não houve benefício para a entidade ou decisão de representante ou
colegiado.
Exemplo claro é o caso de vazamento de óleo em domínio da Petrobrás. O desgaste com
a mídia, os gastos de limpeza determinaram o imenso desgaste na mídia sem trazer
qualquer benefício para a empresa.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Entende-se que a pessoa jurídica só poderá ser responsabilizada penalmente por atos
praticados pela pessoa física. Sistema da responsabilidade penal por empréstimo
O leading case é o REsp 564960 SC. Onde se deu a responsabilidade penal clássica
somada a responsabilidade social. Punição e prevenção geral especial. Previsão política
do constituinte originário. Soma-se a segunda corrente, pois como será a punibilidade.
Teoria da personalidade real. A culpabilidade no conceito moderno é a responsabilidade
social. Mas desde que seja acusada juntamente a pessoa física que atua em nome do ente
moral. Não havendo ofensa ao princípio da intranscendência da pena, pois a concurso
de agentes no crime cada qual recebendo a punição de forma individualizada.
STJ: não há falar em HC como paciente pessoa jurídica, pois o presente remédio cabe
quando sim ferir a liberdade de locomoção, cabendo então mandando de segurança para
o trancamento da ação penal para a pessoa jurídica.
STF: não cabe HC, restando vencido Lewandovski que acatou o HC, pois a pessoa
jurídica foi denunciada juntamente com a pessoa física havendo reflexos á pessoa
jurídica. Ofensa reflexa. Pois cabe HC contra sigilo bancário ou fiscal.. Ofensa direta e
ofensa reflexa a direito de locomoção.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
1ª CORRENTE: pode ser denunciada por crime ambiental, pois nem a CF e nem a lei
especial faz ressalva diferenciadora de pessoa jurídica de direito público ou privado.
Onde a lei não distingue, não cabe ao interprete faze-lo (Paulo Afonso Leme Machado).
Nucci, Walter Claudius Rhotemburg, Shecaira.
2ª CORRENTE: não pode ser denunciada por crime ambiental. Edis Milaré nos revela
que a imposição de pena ao Estado seria inócua, pois o Estado não pode punir a si
mesmo sendo que a punição sobre a pessoa de direito público recairia sobre a própria
sociedade, pois a multa seria para com recursos da própria comunidade.
Art. 3º Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das
pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.
Noutro plano o sistema francês é o que nos revela que não tem como punir a pessoa
jurídica sem punir a pessoa física. STJ: não há falar em bis in idem. Pois se pune pelo
mesmo fato pessoas diferentes (Resp 610114 RN). Sistema não acarreta bis in idem.
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
Assim recairá a sanção na esfera patrimonial da pessoa física, como instituto de direito
civil. Em razão do princípio constitucional da incomunicabilidade ou
intransmissibilidade da pena impede a desconsideração da pessoa jurídica no âmbito
criminal. (Nucci)
APLICAÇÃO DE PENA NO CP
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
1° calculo da quantidade da pena: critério trifásico do 68CP (pena base 59 CP; sobre
esta se aplicam agravantes e atenuantes, por fim sobre o resultado da última análise, o
juiz aplica as causas gerais e especiais de aumento ou diminuição de pena)
2ª fixa o regime inicial de cumprimento de pena (precisa fixar a pena para exarar o
sursis, pois em caso de descumprimento deste, cumprirá a pena)
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 7° Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão
a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.
MAS EIS A EXCEÇÃO A REGRA
Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado
contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros
benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de 5 anos, no caso de
crimes dolosos, e de 3 anos, no de crimes culposos.
DELMANTO: esses prazos do art. 10 não se aplicam, pois estão em contradição lógica
com o art. 7° parágrafo único que reza que a restritiva deve ter o mesmo prazo da
privativa que os prazos do art. 10 ferem o princípio da razoabilidade, já que a pena
restritiva será maior do que a pena privativa substituída. A substituição pressupõe um
benefício, porem deveria haver condenação como mesmo período temporal.
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CÁLCULO DA MULTA
LCM CP
Art. 18. A multa será calculada segundo Art. 60 -§ 1º - A multa pode ser
os critérios do Código Penal; se revelar-se aumentada até o triplo, se o juiz
ineficaz, ainda que aplicada no valor considerar que, em virtude da situação
máximo, poderá ser aumentada até três econômica do réu, é ineficaz, embora
vezes, tendo em vista o valor da aplicada no máximo.
vantagem econômica auferida.
Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se
ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes,
tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida.
AINDA NO CP
Critérios especiais da pena de multa
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à
situação econômica do réu.
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude
da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.
A diferença é que no art. 18 da lei em estudo, considera-se o valor da vantagem
econômica obtida com o crime. Mas já no art. 60 CP o juiz também poderá triplicar a
multa, mas levando em consideração a situação econômica do infrator.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser
aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a três
anos. (NO ART. 77, A PREVISÃO É DE 2 ANOS)
Ao autor de crime ambiental cabe sursis simples e especial em condenações até 3 anos
(diferentemente do CP que são até 2 anos). No caso de sursis especial a reparação do
dano deve ser comprovada por laudo de reparação do dano ambiental. E as condições
que o beneficiário de sursis terá de cumprir não são as mesmas do art. 78 parágrafo
segundo alíneas a à c, e sim condições relacionadas ao meio ambiente elencadas no art.
16 e 17 da LCM.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 22§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem
obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio
ambiente.
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios,
subvenções ou doações.
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Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em:
I - custeio de programas e de projetos ambientais;
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
III - manutenção de espaços públicos;
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
PERÍCIA AMBIENTAL
Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental (materialidade delitiva), sempre
que possível, fixará o montante (valor) do prejuízo causado para efeitos de prestação de
fiança e cálculo de multa (multa penal).
PROVA EMPRESTADA
Art. 19. Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá
ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.
No inquérito civil não há falar em contraditório, pode ser emprestada a prova produzida
neste ao processo penal onde se abrirá o contraditório (contraditório posterior ou
diferido). Noutro plano, Delmanto discorda dessa propositura, pois se repetível, deve ser
feita no processo penal com a possibilidade de contraditório desprezando-se a prova do
inquérito civil sendo a não repetível aproveitada.
A perícia feita na ação civil pública pode ser aproveitada no processo penal, mesmo que
as partes de ambos os processos sejam distintas. Neste caso, abre-se o contraditório
diferido. Noutra corrente essa perícia feita na ação civil só pode ser emprestada para o
processo penal se as partes de ambos os processos (o civil onde foi produzida e a penal
para onde será dirigida) se as partes forem as mesmas, pois houve participação do
contraditório das partes na ação penal. (Delmanto)
Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor mínimo
(liquido, certo e exigível) para reparação dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
QUESTÕES PROCESSUAIS
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada.
(sendo cabível ação penal privada subsidiária da pública casa haja uma vítima
determinada, pois trata-se de direito individual com previsão constitucional)
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
da União (interesse indireto e genérico). Mesmo sendo APP (margem do rio) não fixa
competência da justiça federal.
Na lei 9099 a composição civil de dano não é requisito para a transação penal, assim
mesmo que o autor do fato se recuse a composição, tem direito a transação. Noutro
plano, a lei dos crimes ambientais, a composição civil de danos é mais um requisito para
a transação penal. Assim o infrator poderá fazer um termo de conduta ambiental (TAC)
tem natureza de composição civil de dano como compromisso formal de reparar o dano.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 28 condições...
I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do artigo referido no
caput, dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a
impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do mesmo artigo;
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação,
o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no
artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da
prescrição;
III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do
§ 1° do artigo mencionado no caput;
IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo de
constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser
novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo previsto no inciso II deste
artigo, observado o disposto no inciso III;
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de punibilidade
dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado tomado as providências
necessárias à reparação integral do dano.
1ª CORRENTE: Não se aplica, pois toda lesão ao meio ambiente é significante tendo
em vista a repercussão como direito de terceira dimenssão. Qualquer conduta
desequilibra o meio ambiente diretamente ou indiretamente.
PARTE ESPECIAL
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos
ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade
competente, ou em desacordo com a obtida (INAPLICÁVEL QUANDO SE TRATAR
DE PESCA)
§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca. (pois há falar em tipos
penais específicos – 34 ao 36) – O ART. 29 PROTEGE A FAUNA AQUÁTICA
CONTRA QUALQUER CONDUTA EXCETUADA A PESCA)
Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum) inclusive o proprietário do animal.
Sujeito passivo: o Estado e a coletividade
Tipo objetivo: Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar (a exemplo espetáculo circense)
Como o tipo penal declara “espécimes”, caso seja um espécime o objeto do crime, eis o
fato atípico (Doutrina). O presente artigo protege apenas os animais selvagens excluindo
os domesticados.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local
da infração;
II - em período proibido à caça;
III - durante a noite;
IV - com abuso de licença;
V - em unidade de conservação;
VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em
massa.
Ato de abuso: carga insuportável no lombo do burro, abuso de animal em circo, jogou o
gato do 10° andar tribunal de alçada.
Sujeito passivo: Estado, coletividade e eventual dono do animal.
Rinhas, farra do boi configuram o crime do art. 32.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Lei dos rodeios tem exigências para a dignidade do animal 10.519/02 assim não há
crime por exercício regular do direito. Mas em desobediências às exigências legais,
aplica-se o art.32. Há juizes que declaram incidentalmente a inconstitucionalidade da lei
de rodeio, pois o evento sempre causa maus tratos aos animais.
Corte de rabo e de orelha de cachorro não configura crime sob o tipo objetivo mutilar
quando feito para fins estéticos cometido por profissional (veterinário), não há falar em
crime pois não há dolo em maltratar o animal, pois não há o elemento subjetivo
específico (Nucci).
Art. 32 § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em
animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos
alternativos. (VIVISECÇÃO – EXPERIENCIA DOLOROSA COM ANIMAL VIVO
11.794/08)
CRIMES DE PESCA
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por
órgão competente:
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos
permitidos;(NORMA PENAL EM BRANCO INDIRETA)
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos,
petrechos, técnicas e métodos não permitidos;
III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da
coleta, apanha e pesca proibidas.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair,
coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos,
moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico,
ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e
da flora. (crime formal) Mesmo que arme a rede em área proibida ou época proibida e
retire a rede sem nada pescar, cometeu o crime.
Antes do surgimento da lei dos crimes ambientais (9.605/97), durante a vigência da lei
4771/95, todas as alíneas do art. 26 eram meras contravenções penais. Porém, com o
advento da lei (9.605/97), apenas as alíneas c, j, l e m ainda constituem contravenções
penais. As demais foram tipificadas como crime.
APP art. 2 (por determinação legal) e 3 (ato do poder público) da lei 4771/65. Eis uma
norma penal em branco quando se falar em floresta de preservação permanente.
Poderá haver destruição sem que o fato constitua crime segundo o código florestal
havendo prévia autorização do poder executivo e sendo a destruição necessária para a
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Florestas situadas em área indígena são sempre de preservação permanente (art. 3 parag.
2 do código florestal).
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou CP Art. 250 - Causar incêndio, expondo a
floresta: perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem:
O tipo penal do 41 protege qualquer tipo de floresta, inclusive as que não estão em área
de preservação permanente abrangendo matas.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Matas (definição doutrinária): são extensões de terras onde se agrupam arvores, nativas
ou plantadas, que não sejam de grande porte.
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que
trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua
localização:
DO CORTE DESAUTORIZADO
O art. 38 pune destruir e danificar, porém a diferença entre os tipos se encontra no verbo
“cortar”.
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios
nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de
assentamento humano:
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Trata-se de crime (de perigo) ambiental restando definitivamente revogado o tipo na lei
de contravenções. Imprescindível exame pericial segundo alguns doutrinadores no
tocante a real condição de incêndio. Há falar em absorção se o balão causa incêndio em
floresta (art. 41).
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente
autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida (extração
diversa daquela permitida):
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada
ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou determinação
do órgão competente.
STJ: A extração ilegal de minerais caracteriza concurso formal do crime do art. 55 com
o crime de usurpação (crime contra o patrimônio da União) art. 2 caput da lei 8176/91.
Não há falar em absorção, pois são diversos os objetos jurídicos dos tipos em voga.
Noutro plano a doutrina entende que o art. 2 caput está tacitamente revogado pelo art.
55 da lei dos crimes ambientais. Precedente jurisprudencial Resp 922588 BA (Laurita
Vaz). Portanto trata-se de crime ambiental em concurso formal com o crime contra a
ordem econômica 8176/91 (PROVA). COMPETÊNCIA: dentro de área particular ou
não, COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL no caso de concurso de crimes.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
TRÍPLICE RESPONSABILIZAÇÃO
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal.
Não havendo lei no que tange o servidor público estadual ou municipal, aplica-se a o
Estatuto dos Servidores Civis da União (8.112/90). Sendo membro do MP ou da
Magistratura, somente após transito em julgado em processo judicial (vitaliciedade),
perderá o cargo.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Art. 6º § 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no
pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.(É SEMPRE
POSSÍVEL A FIXAÇÃO DO DANO CIVIL)
NO CPP Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei nº 11.719, de
2008)
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando
os prejuízos sofridos pelo ofendido; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
ASPECTOS PENAIS
SUJEITO ATIVO: Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem
exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que
transitoriamente e sem remuneração (jurado, mesário).
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
COMPETÊNCIA
Regra: competência da justiça comum estadual, salvo se o crime atingir direitos, bens,
interesses ou serviços da União, competência da justiça federal. Por se tratar de crime de
menor potencial ofensivo, JECRIM estadual ou federal. Caso haja conexão com crime
que não seja de menor potencial ofensivo é atraído o juízo comum. Cita-se a pena
máxima: 6 meses. Se um crime de menor potencial ofensivo for cometido com outro
crime que não seja, será a competência atraída pelo juízo comum (LEI 9.099/95 Art.
60). Mesmo no juízo comum será possível o juiz realizar a proposta de transação e a
composição dos danos civis.
Mas será da justiça militar se autor e vítima forem militares (doutrina) mesmo o crime
não sendo militar próprio ou impróprio.
CONCURSO DE CRIMES
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no código penal castrense; abuso de autoridade para a justiça comum - JECRIM (STJ
HC 81752). Difamação e injúria em concurso crime de abuso de autoridade. Resp
684532. Assim é possível a autoridade responder por crime de abuso de autoridade
contra a honra em concurso com crime contra a honra previsto no CP.
REVOGADO Art. 350 CP III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a
vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
NÃO FOI REVOGADO (STJ) Art. 350 CP IV - efetua, com abuso de poder, qualquer
diligência. HC 65499 STJ 2009 e HC48083/MG. no mesmo sentido STF RE 73914 SP
e HC 63612 GO.
Parte da doutrina determina que são inconstitucionais os crimes do art. 3° por violarem
o princípio da taxatividade (tipo penal vago, genérico e impreciso). Mas STF e STJ
zelam pela constitucionalidade. Se a conduta se enquadrar simultaneamente (conflito
aparente) no art. 3° e 4°, prevalece o 4° por ser taxativo. Portanto os crimes do art. 3°
são subsidiários.
a) à liberdade de locomoção;
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permanecer ou dele sair com seus bens; (mesmo se ordenar para se locomover) policial
que emite ordem infundada para que o indivíduo que diz “circulando caralho”.
Prisão para averiguação é sempre abuso de autoridade. Neste caso não significa
detenção momentânea, há exemplo da condução até a delegacia para verificar
autenticidade de documento ou se a pessoa é procurada. Documento falso é flagrante.
b) à inviolabilidade do domicílio;
Domicílio: Qualquer lugar não aberto ao público que seja utilizado para trabalho ou
para moradia ainda que momentâneo. Quarto do hotel, escritório do contador.
c) ao sigilo da correspondência;
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PREVISÃO NO CP
Violação de correspondência no CP
2) crime organizado. Art. 2 , III da lei do crime organizado diz que o policial tem acesso
desde que autorizado judicialmente.
CHATS: conversas obtidas em salas de bate-papo não estão preservadas pelos sigilos
das comunicações, pois se trata de ambiente público de destinada a conversas informais.
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motivo pra coibir a manifestação. Sacrifício de animais em culto é crime contra a fauna.
Excesso injustificado de som autoridade poderá ordenar baixar o som sem a interrupção
do culto, pois tal abuso de direito incorre em contravenção penal.
Lei 11.343 Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como
o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam
ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou
regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas,
sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente
ritualístico-religioso.
f) à liberdade de associação;
h) ao direito de reunião;
art. 5 CF XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;
Dá-se abuso de autoridade ocorrendo desde vias de fato, bem como um homicídio. Em
se tratando da incolumidade psíquica, também configura abuso de autoridade não se
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Trata-se de norma penal em branco. Violação dos direitos do advogado art. 7, lei
8906/94. (Estatuto da OAB)
Ex: direito do advogado a consultar de IP.
Juiz que se recusa a falar com advogado durante o horário do expediente forense e pode
caracterizar abuso de autoridade (STJ RMS 18296 SC).
ANÁLISE DO ART. 4
Vale lembrar que os crimes do art. 3 são subsidiários em relação aos crimes do art. 4.
Revogou tacitamente o art. 350 caput CP. Prisão em flagrante ou com ordem judicial.
Sem as formalidades legais quando se tratar de prisão em flagrante sem a lavratura do
auto de prisão em flagrante. Com abuso de poder, há exemplo: seria cumprir mandado
de prisão algemando desnecessariamente.
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ECA Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua
apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da
autoridade judiciária competente:
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem
observância das formalidades legais.
Não se refere somente a pessoa presa, e sim a quem estiver cumprindo medida de
segurança. Ex: impedir o preso, sem justa causa, de receber visitas. Submeter o preso a
trabalho inadequado ou vexatório. Expor a imagem da pessoa presa à impressa. Vexame
e constrangimento legal, não há falar em crime, pois deve haver justo motivo (LEP art.
41). Caso a conduta for praticada contra adolescente responde o agente unicamente pelo
crime do ECA.
ECA Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou
vigilância a vexame ou a constrangimento: Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Sem for pessoa com 18 anos ou mais, é crime de abuso de autoridade, mas sendo menor
de 18 anos é crime do ECA. Caso deixe de soltar o preso preventivo (prisão preventiva)
mediante ordem judicial. Mas se caso haja extensão de tempo de prisão temporária, será
o crime do inciso i.
Vejamos a Lep:
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Mas o crime só se configura se deixar de avisar ao juiz, e caso não avise a família
(previsão constitucional), não há falar em crime de abuso de autoridade, pois não está
prevista no tipo penal. Caso o delegado federal realiza prisão em flagrante,
propositadamente, comunica ao juiz estadual (incompetente) da prisão em flagrante por
de crime de tráfico transnacional de drogas, responderá por crime de abuso de
autoridade. Não há falar em crime culposo de abuso de autoridade. A lei refere-se a
comunicação imediata, mas caso haja flagrante sem que o juiz esteja disponível, deve
ser efetuada a comunicação no primeiro momento possível. Caso seja a vítima criança
ou adolescente, eis o crime no ECA:
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata
liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da
apreensão:
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e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida
em lei; Delegado só pode arbitrar fiança em crimes punidos com detenção.
Mas caso haja o prolongamento de prisão preventiva será aplicada a letra “b”.
Caso seja contra menor, aplica-se o ECA:
ECA Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de
adolescente privado de liberdade:
PRESCRIÇÃO
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Art. 6 § 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do
Código Penal e consistirá em:
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de
qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por
prazo de um a cinco anos.
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ECA Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou
contravenção penal.
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Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em
estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime semi-aberto
ou aberto (casa do albergado ou colônia penal agrícola). (JAMAIS EM REGIME
FECHADO NEM POR REGRESSÃO).
§ 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos condenados a pena
de reclusão ou de detenção.
REINCIDÊNCIA EM CONTAVENÇÃO
Ignorância da lei: incide sobre a existência da lei. Caso seja escusável, o juiz aplica o
perdão judicial no art. 8 da LCP. Sendo erro de direito propriamente dito.
Errada compreensão da lei: trata-se de erro de proibição, quando escusável, o juiz aplica
o art. 21 do CP que isenta de pena sendo melhor que o perdão judicial.
CONVERSÃO REVOGADA
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Art. 9º A multa converte-se em prisão simples, de acordo com o que dispõe o Código
Penal sobre a conversão de multa em detenção. o CP não prevê essa conversão
(tacitamente revogado pelo cp sendo que a multa não paga se torna dívida inscrita na
fazenda pública)
Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a
cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta contos.
STF SÚMULA Nº 715 A PENA UNIFICADA PARA ATENDER AO LIMITE DE
TRINTA ANOS DE CUMPRIMENTO, DETERMINADO PELO ART. 75 DO
CÓDIGO PENAL, NÃO É CONSIDERADA PARA A CONCESSÃO DE OUTROS
BENEFÍCIOS, COMO O LIVRAMENTO CONDICIONAL OU REGIME MAIS
FAVORÁVEL DE EXECUÇÃO.
Os prazos dos benefícios são calculados sobre a condenação.
Caso o réu tenha sido condenado a 15 anos de prisão simples por cometimento de
contravenção lotérica, considera-se o prazo máximo da sentença para a concessão de
benefícios.
Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por tempo não
inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de prisão simples, bem
como conceder livramento condicional.
Período de prova
A susensão dos direitos políticos ocorre não por força do dispositivo supra e sim pela
força normativa da CF. A condenação penal, seja por crime ou por contravenção,
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suspende os direitos políticos. CF art. 15, III. (Alexandre de Morais e TSE REsp 13293
MG)
MEDIDA DE SEGURANÇA
No CP Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
AÇÃO PENAL
PARTE ESPECIAL
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Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem permissão da
autoridade, arma ou munição:
Tacitamente revogados quanto à arma de fogo e munição, mas em pleno vigor no que
concerne armas brancas (Resp 549056/SP Ministra Laurita Vaz). Quem porta
ilegalmente arma branca comete contravenção penal. Porquanto o presente dispositivo
foi derrogado vigendo apenas sobre o porte ilegal de arma branca. Trata-se de
contravenção de perigo abstrato (independe de perigo concreto para caracterizar o
crime). Prevalece o entendimento que deve haver o fito de utilizar a arma
criminosamente, caso assim não seja, não há falar em crime.
CP Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da
autoridade: Como não há licença para se portar arma branca, tal contravenção será
inaplicável até que haja norma que regule o uso de arma branca (Nucci e a maioria). O
STF
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a
três contos de réis, ou ambas cumulativamente.
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VIAS DE FATO
Trata-se de atos de violência física que não caracterizem lesões corporais, nem tentativa
de homicídio e nem injúria real. (conceito residual).
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um
conto de réis, se o fato não constitui crime.
MAJORAÇÃO
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior
de 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)ESTATUDO DO IDOSO.
Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de trezentos mil réis a
três contos de réis.
Se a pessoa tem na sua posse o mero apetrecho para furto, trata-se de mera preparação
impunível.
Art. 25. Ter alguem em seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou
roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio*
ou mendigo*, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados
usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove destinação legítima:
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Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, e multa de duzentos mil réis a dois
contos de réis.
Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via
pública ou em direção a ela:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três
contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem, em lugar habitado ou em suas
adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa
deflagração perigosa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso.
Soltar balão aceso: tacitamente revogado pelo art. 42 da lei dos crimes ambientais lei
9.605/98.
Queima ilegal de fogos de artifício continua á ser punível pela lei de contravenção.
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a
criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu
reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de
utilização indevida:
Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar
com a devida cautela animal perigoso:
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Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de cem mil réis a um
conto de réis.
3) Não guardar com a devida tutela: dá-se na forma culposa em deixar o portão aberto.
Sujeito ativo é qualquer pessoa que tenha a guarda do animal, seja proprietário ou não.
c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia. (sem coleira e
sem fucinheira) Se o animal mata ou fere alguém, o responsável eventual responderá
por homicídio ou lesão corporal por dolo ou culpa.
Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a
motor em aguas públicas:
CTB Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para
Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
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O art. 34 continua a viger no caso das formas de direção perigosa que não constituam
embriaguez, racha ou excesso de velocidade cavalo de pau, marcha ré imprudente,
andar na contra-mão, ultrapassagem pela direita, ziguezaguear todas as formas não
abrangidas pela legislação especial. HC STF 86276 MG. Mas incorre condição para que
ocorra a contravenção se ocorrer o fato contravencional em via pública na dicção do art.
2 do CTB: Damásio, Capez, Alexandre de Morais entendem que não são vias públicas
estacionamentos particulares.
CTB Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os logradouros, os
caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu uso regulamentado pelo
órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais
e as circunstâncias especiais.
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias terrestres as praias
abertas à circulação pública e as vias internas pertencentes aos condomínios
constituídos por unidades autônomas.
“ASSOCIAÇÃO SECRETA”
Não foi recepcionado pela CF, pois esta consagra a plenitude da liberdade de
associação. Só haverá contravenção se a associação tiver o fito de caráter ilícito ou
paramilitar. Por exigir no mínimo 6 pessoas, é contravenção de concurso necessário.
Para configurar o ilícito de haver periodicidade entre as reuniões.
Art. 42. Perturbar alguem o trabalho ou o sossego alheios (não tem horário):
Objeto jurídico: paz pública. Sujeito passivo: coletividade. Elemento subjetivo: dolo.
Culposamente, não há falar em contravenção.
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Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam
resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a
destruição significativa da flora:(se não causa dano à saúde humana, é contravenção STJ
HC 54536 MS)
IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem
a guarda:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a
dois contos de réis.
Sujeito passivo: uma única pessoa diferentemente do art. 42 que serão várias pessoas.
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Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país:
Obj jurídico: fé pública, mas se faz prevalente a proteção das relações econômicas.
Havendo justo motivo de recusa, não há a contravenção penal (dinheiro rasgado)
Art 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não
exerce; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprêgo seja
regulado por lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 6.916, de 2.10.1944)
-No que se refere a distintivo essa contravenção está tacitamente revogada pelo:
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Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem
preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício: (a inscrição na
OAB para os advogados)
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis
a cinco contos de réis.
Advogado suspenso ou impedido que continua a exercer a advocacia responde pelo art.
47 em todo o território nacional.
CP Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou
farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo é o Estado que detém o monopólio dos
jogos de azar. Jogo de azar prepondera o fator sorte sem influências externas. Se
depender da habilidade do jogador não é jogo de azar. Cartas normalmente não
configura (caixeta, truco ou bilhar) pois dependem de habilidade. Exceto: jogo de carta
21. Caça níquel é jogo de azar. STJ .
STF entende que se as máquinas de caça níquel podem configurar contravenção art. 50
se houver chance de ganho. Poderá também art. 45 6259/44 se for jogo de prognósticos
(loteria). Crime contra a economia popular (art. 2, IX, lei 1.521/51) se a máquina estiver
programada para anular as chances de ganho do apostador REsp 780937 RS. Compete a
justiça estadual pois, são contravenções, mesmo se for crime contra a economia popular
(STJ Conflito de Competência 45318 SP).
Bingo configura-se jogo de azar STJ e STF. Portanto a lei Pelé não revogou o art. 50 da
presente lei em estudo (REsp 703156).
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Bingo beneficente prevalece que não se configura como contravenção penal. Adequação
social da conduta.
Se o brasileiro praticar jogo de azar (cassino) em alto mar não pode ser punido, pois o
fato ocorre em território estrangeiro, pois não se aplica a lei brasileira a contravenções
penais cometidas fora do Brasil. Não há falar em extraterritorialidade no que tange as
contravenções.
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, e multa, de dois a quinze contos de
réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis e objetos de decoração
do local.
§ 2º Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem é
encontrado a participar do jogo, como ponteiro ou apostador.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 59. Entregar-se alguem habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho,
sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria
subsistência mediante ocupação ilícita:
Atos lascivos mais leves encostar na parte íntima da vítima. LFG e Cezar Roberto
Beetencourt entendem que se configura como importunação de modo ofensivo ao pudor
(contravenção) pois se considerar crime hediondo ferido restaram os princípios da
proporcionalidade e razoabilidade. Mas a jurisprudência do STJ vem reconhecendo que
estes atos configuram o antigo crime de atentado violento ao pudor sendo agora estupro.
HC 75245 e HC 85437.
Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer
forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam
causar dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime
mais grave.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 291 - Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste
Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal,
se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de
setembro de 1995, no que couber.
Art. 291 - § 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto
nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente
estiver:
Os crimes do 304, 305, 307 a 312 são infrações de menor potencial ofensivo (não
possuem pena superior a 2 anos), aplicando-se a lei 9099 em sua inteireza. Termo
circunstanciado cabendo transação penal, composição civil de danos e suspensão
condicional do processo. Mas caso não caiba tais institutos, segue o procedimento
sumaríssimo no JECrim.
Análise do 306: embriaguez ao volante tem pena de 6 meses a 3 anos de prisão não se
caracterizando como infração de menor potencial ofensivo. Mas cabe suspensão
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
condicional do processo tendo em vista a pena mínima ser inferior a 1 ano. Com o
advento da lei 11705/08 a presente infração, por determinação jurisprudencial, passou a
não mais caber transação penal. Porquanto quem praticou o crime antes do advento da
lei, poderá haver transação. A presente alteração é irretroativa.
Análise do 303: lesão corporal culposa de trânsito em regra no que tange o art. 291
caberá: composição civil de danos, transação penal e será de ação pública condicionada
a representação. Vale lembrar que a possibilidade de aplicação desses institutos se
afasta se a lesão culposa for (art. 291):
Art. 291 - § 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto
nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente
estiver:
Observa-se que nos três casos citados do parágrafo primeiro que a ação passará a ser aça
penal pública incondicionada.
Não poderá fazer o delegado termo circunstanciado devendo ser instaurado o inquérito
policial. Assim o TC dará lugar ao flagrante incorrendo a prisão em flagrante. Nota-se
que o próprio código de transito afasta a possibilidade de dolo eventual no caso dos
incisos do parágrafo primeiro do artigo 291 do CTB tendo em vista a redação clarificar
o elemento subjetivo culposo.
Cumpre ressaltar uma quarta hipótese em que não haverá composição civil de danos,
transação penal: lesão culposa com causa de aumento de pena. Nota-se que a pena será
aumentada de 1/3 a 1/2, assim, não sendo mais a infração de menor potencial ofensivo
(dois anos + 1/2 = 3 anos). Nesse sentido o STJ: HC 61.371/BA e REsp. 390.651/MS.
Não sendo de menor potencial ofensivo, nesse caso, somente seria cabível a suspensão
condicional do processo (pena mínima não supera 1 ano). Nesse caso, a ação penal
continua sendo pública condicionada a representação.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
CP Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-
se aos crimes culposos de trânsito.
Na combinação dos art. supracitados, estes poderiam se aplicar nos casos de crimes
culposos de trânsito. Mas a maioria da doutrina releva que o inciso III do art. 47 foi
tacitamente revogado, pois os crimes culposos de trânsito já prevêem a pena em
questão. Como a suspensão e a proibição já estão cominadas no homicídio culposo
como penas principais, não se fazem possíveis a aplicação da sanção do art. 47, III CP.
Não é possível aplicar estas sanções àquele que é motorista profissional, tendo em vista
o direito ao trabalho o primado da dignidade humana. Mas o STJ ignora tal preceito sob
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MULTA REPARATÓRIA
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Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte
vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e
integral socorro àquela.
HOMICÍDIO CULPOSO
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do
acidente;
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BIS IN INDEM
Art. 302. Praticar homicídio culposo na Art. 309. Dirigir veículo automotor, em
direção de veículo automotor: via pública, sem a devida Permissão para
Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se
Parágrafo único. No homicídio cassado o direito de dirigir, gerando
culposo cometido na direção de veículo perigo de dano:
automotor, a pena é aumentada de um
terço à metade, se o agente:
Não se faz possível a aplicação dos dois dispositivos supra, pois seria evidente bis in
idem.
STF. No caso da lesão culposa, mesmo que a vítima não ofereça representação, o
infrator não poderá ser processado pelo crime de falta de habilitação. Este entendimento
funda-se; quando ocorre a lesão, a falta de habilitação ou permissão perde a sua
autonomia de crime próprio, passando a funcionar apenas como causa de aumento de
pena da lesão. HC 25.084 SP.
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito
ter o condutor do veículo cometido a infração:IV - com Permissão para Dirigir ou
Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;
No entanto o STJ diz que se o agente estiver com carteira de habilitação diversa, aplica-
se a causa de aumento em comento (302, parágrafo único inciso I.) aumento de 1/3 até
½ por falta de habilitação (é o que prevalece). RESP 492912/SP.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
1) Condutor culpado que não socorre responde por 302 ou 303 + 1/3 a ½.(302, §único,
III)
2) Condutor envolvido no acidente não culpado, que não socorre. Art. 304 CTB.
3) Demais condutores não envolvidos no acidente que não socorrem vítima, respondem
por omissão de socorro do art. 135 CP.
Se o ônibus estiver vazio incide a causa de aumento de pena, pois eis que há o dever de
cautela.
Lesão culposa no CTB tem pena maior do que lesão dolosa do código penal não ofende
o princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade. STF – o princípio da isonomia
não impede tratamento diferenciado quando houver “discrimen” razoável (situação que
justifique o tratamento desigual) tendo em vista a enorme freqüência de acidentes de
transito. RE 428.864/SP e STJ HC63284/RJ.
189
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Sujeito ativo: condutor do veículo envolvido no acidente que não agiu com culpa “latu
sensu” mas omitiu socorro a vítima. Mas se o passageiro instigar ou induzir a não
socorrer, responderá pelo 304 como partícipe. Trata-se de crime omissivo puro ou
próprio.
Entre as duas condutas não tem o agente a possibilidade de optar, pois o auxílio à
autoridade somente se houver impossibilidade de agir em socorro à vítima. Se poderia
ter feito socorro e opta em chamar autoridade, comete crime.
• Condutor envolvido no acidente culpado, que omitir socorro: 302/303 c/c 302 §
Único.
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de
crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo,
ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte
instantânea ou com ferimentos leves.
190
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
-Há o crime do 304 mesmo que a omissão do condutor seja suprida por terceiros. Mas
se o terceiro estava em melhor condição de socorro ou se adiantaram, não há falar em
crime.
-O condutor responderá pela omissão mesmo que a vítima tenha sofrido ferimentos
leves desde que reclama socorro.
Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de
álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de
qualquer outra substância psicoativa que determine dependência
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
LEI 11.705/08
ANTES DEPOIS
Sob a influência de... 6 decigramas de álcool por litro de sangue
ou sob efeito de substância psicoativa que
determine dependência
Exigia situação de perigo concreto (crime Crime de perigo abstrato ou presumido.
de perigo concreto) não carece de prova Tem que provar.
Quando o crime é de perigo abstrato tem que se comprovar a conduta. Quando de perigo
concreto o ônus da acusação se amplifica, pois se deve provar a conduta mais a situação
concreta de perigo gerada. Quando o crime é de perigo abstrato a acusação só tem de
provar a conduta, pois a situação de perigo gerada já está presumida no tipo.
191
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Antes da lei, era cabível transação penal para o crime de embriaguez mesmo sendo a
pena máxima de 3 anos, não sendo crime de potencial ofensivo. Como advento da lei
11.705 alterou o art. 291 do CTB , não mais permite transação ao crime do 306. Trata-se
de norma irretroativa continuando ser cabível a transação ao agente que cometeu o tipo
do 306 antes da lei 11.705/08.
______________________________________
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional
de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no
prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de
Habilitação.
O art. em estudo é decorrente de sentença penal condenatória noutro crime, assim trata o
art. 302 (homicídio culposo) a pena de prisão mais a suspensão de 1 ano do direito d e
dirigir. Assim se ele dirigir durante este período de 1 ano a que foi condenado, estará
cometendo outro crime de trânsito, qual seja, o 307 com pena de detenção, multa e nova
suspensão por idêntico prazo anterior de forma adicional. Também caracteriza o crime
do art. 307, a violação da suspensão imposta pela autoridade de trânsito como sanção
administrativa. Uma vez que se trata se sanção imposta com fundamento neste código.
RACHA
“desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada”: porquanto, trata-
se de crime de perigo concreto, pois deverá se comprovar o dano potencial. Se a
competição for autorizada, tratar-se-á de fato atípico.
Se o racha não gerar perigo real, o fato é atípico. A acusação tem te de provar a conduta
de racha mais a situação de perigo. Mas gerando perigo entre eles respondem pelo crime
192
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
pois a incolumidade privada os envolve. Note-se que se fizer tomada de tempo, não
competido entre si em estrada deserta diretamente e ao mesmo tempo, o fato é atípico.
O fato tem que ocorrer em via pública. Vias internas dos condomínios se enquadram.
Estacionamento de supermercado não é via pública.
_______________________________________________________________
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para
Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de
dano:
A simples manobra não configura o crime em questão. Ciclomotor sem autorização não
configura o crime, pois o tipo penal não menciona autorização. Em via particular é fato
atípico.
O art. 309 do CTB é crime de perigo concreto (perigo de dano) enquanto que a
contravenção do art. 32 era de perigo abstrato. Entende a doutrina Dirigir sem
habilitação sem perigo de dano 32, LCP. Dirigir sem habilitação com perigo de dano
309, CTB. Em suma, entre os dispositivos a contravenção se tornou subsidiária ao crime
de trânsito. Assim dirigir sem habilitação e sem perigo de dono, contravenção. Mas sem
habilitação com perigo de dano, crime do 309 CTB. Mas eis o entendimento sumulado
do STF: dirigir sem habilitação e sem perigo de dano, mera infração administrativa;
dirigir sem habilitação e com perigo de dano, infração administrativa mais crime do 309
CTB. Não foi revogada a contravenção do 32 tendo em vista a aplicabilidade no que
tange a condução inabilitada de embarcações a motor em águas públicas.
-STJ: Habilitação vencida por mais de 30 dias não significa falta de habilitação para
efeitos criminais, não configurando o crime do 309.
-Caso o condutor esteja com alvará diferente e gerando perigo de dano, incorre no crime
do 309.
193
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
-Dirigindo e gerando perigo de dano e por fim apresenta habilitação falsa, haverá
concurso material de crimes do 309 CTB mais o uso de documento falso.
-Aquele que empresta o veículo para aquele que se enquadra no 309 é uma exceptio a
teoria monista responde pelo 310 CTB.
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não
habilitada (infração administrativa), com habilitação cassada ou com o direito de
dirigir suspenso (309, 307), ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou
mental, ou por embriaguez (306), não esteja em condições de conduzi-lo com
segurança:
LCP Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo
em perigo a segurança alheia:
Pena – prisão simples, de quinze das a três meses, ou multa, de trezentos mil réis a
dois contos de réis
__________________________
194
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente
policial, o perito, ou juiz:
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando
da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere.
O crime pode ser praticado no primeiro instante após o acidente, mesmo que ainda ao
iniciado nenhum procedimento policial preparatório, inquérito ou processo.
Nota-se que alterar o cenário de acidente automobilístico sem crime, aplica-se art. 347
CP. Elemento subjetivo do tipo: apenas há crime com o fito de induzir a erro a polícia, o
perito ou o juiz, ainda que não induzidos em erro, pois basta a finalidade. Qualquer
outra finalidade, não há falar em crime (estado de necessidade de terceiro salvando a
vida de uma vítima).
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 1º A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pessoa jurídica, de direito
público ou de direito privado, é lícito reter qualquer documento de identificação pessoal,
ainda que apresentado por fotocópia autenticada ou pública-forma, inclusive
comprovante de quitação com o serviço militar, título de eleitor, carteira profissional,
certidão de registro de nascimento, certidão de casamento, comprovante de
naturalização e carteira de identidade de estrangeiro.
§ 1º - Além do prazo previsto neste artigo, somente por ordem judicial poderá ser
retirado qualquer documento de identificação pessoa (MESMO QUE POR JUSTO
MOTIVO). (Renumerado pela Lei nº 9.453, de 20/03/97)
________________________________________________________
Eis o objeto material da contravenção do art. 3.
Art. 3º Constitui contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 (um) a 3
(três) meses ou multa de NCR$ 0,50 (cinqüenta centavos) a NCR$ 3,00 (três cruzeiros
novos), a retenção de qualquer documento a que se refere esta Lei.
Conduta é reter documento sem justa causa. Objeto material é qualquer dos documentos
referidos no art. 1, sejam docs originais, autenticados ou cópias autênticas (publica
forma em cartório). Não se inclui copias simples (sem autenticação). Reter cópia
simples é fato atípico. Contravenção a prazo
Parágrafo único. Quando a infração for praticada por preposto ou agente de pessoa
jurídica (servidor público), considerar-se-á responsável quem houver ordenado o ato
que ensejou a retenção, a menos que haja, pelo executante, desobediência ou
inobservância de ordens ou instruções expressas, quando, então, será este o infrator.
196
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Quando não houver denúncia ou nos casos de rejeição ou absolvição, o réu ou indiciado
poderá requerer a retirada de identificação fotográfica do processo. A lei também prevê
que a identificação criminal inclua processo datiloscópico e fotográfico, a serem
anexados aos autos da comunicação da prisão em flagrante, do inquérito policial ou de
outra forma de investigação.
Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nos
casos previstos nesta Lei.
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
IV – passaporte;
197
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos
autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes
para identificar o indiciado.
198
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Sujeito ativo: fabricante, fornecedor de produtos Art. 3 CDC. Apenas pessoa física
poderá incorrer neste crime, pois a p. jurídica comete crimes só contra o meio ambiente.
Sujeito passivo o consumidor como destinatário final art. 2. Conduta: omitir dizeres ou
sinais ostensivos. Ex: desenho de objeto radioativo. Periculosidade ou nocividade. Tem
doutrina que determina a necessidade de exame pericial para que se comprove.
Embalagem é aspecto exterior do produto. Invólucros e recipientes: é aspecto interno do
produto. Se houver sinal de aviso discreto ou imperceptível, haverá o crime. Elemento
subjetivo: dolo e culpa. Consumação se dá com a simples omissão, ainda que não ocorra
nenhum prejuízo ao consumidor. Portanto trata-se de crime de mera conduta e omissivo
puro ou próprio, portanto não admite tentativa.
O caput se refere a produtos, enquanto que o parágrafo primeiro de refere a serviço a ser
prestado. O aviso deve ser dado antes de iniciada à prestação do serviço.
§ 2° Se o crime é culposo:
Nucci sustenta que este dispositivo acima revogou o art. 63 do CDC no que se refere a
mercadoria, pois deixar de constar na embalagem avisos sobre a periculosidade ou
nocividade do produto, é o mesmo que agir em desacordo com as prescrições legais.
Mas Paulo José da Costa Júnior (USP) entende que o art. 63 não está revogado
(prevalecente) pois nem sempre a lei determina que deve haver aviso, pois o fornecedor
é obrigado a constar o próprio aviso.
_____________________________________________________
199
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado,
imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou
perigosos, na forma deste artigo.
__________________________________________________________________
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à lesão corporal e à morte.
No caput é doloso e no parág. único é preterdoloso. Mas Nucci não entende como sendo
preterdoloso, dizendo que o infrator poderá agir com dolo em relação à morte ou lesão.
Consumação: dá-se com a simples execução do serviço perigoso (crime de mera
conduta). Tentativa: dá-se quando o agente não consegue executar o serviço por
200
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
questões alheias a sua vontade. Mas sob a ótica de ser crime preterdoloso, não há falar
em tentativa (majoritária esta posição).
___________________________________________
Art. 66. (AÇÃO) Fazer afirmação falsa ou enganosa, (OMISSÃO) ou omitir informação
relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança,
desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
Sujeito ativo: além do fornecedor, eis o patrocinador da oferta. Conduta: afirmação falsa
ou enganosa (que possa levar o consumidor a erro) trata-se de crime comissivo. Mas a
segunda conduta é omissiva, pois se trata de omitir informação relevante. Caso seja
irrelevante, não há crime. Elemento subjetivo: dolo ou culpa. A forma culposa,
parágrafo segundo.
§ 2º Se o crime é culposo;
Nucci entende que o 66 CDC está tacitamente revogado pelo dispositivo acima, no que
se refere a mercadoria. Para ele o art. 66 só se aplica no caso de serviços e na forma
culposa do parágrafo segundo. Consumação: o crime se consuma com a simples
afirmação falsa ou com a simples omissão da informação relevante, não sendo
necessário nenhum dano ao consumidor, sendo o crime de mera conduta, pois não
descreve o resultado. Tentativa: em caso de afirmação falsa, é possível a tentativa, agora
no caso da omissão de informação relevante não é possível a tentativa por se tratar de
crime omissivo puro. Crime instantâneo de efeitos permanentes.
_______________________________________________________
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou
abusiva:
201
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Elemento normativo do tipo: Sabe (dolo direto) ou deveria saber (dolo eventual). Não se
pune em forma culposa. Consumação: com a mera publicidade enganosa ou abusiva,
ainda que o consumidor não seja enganado ou se sinta abusado. Tentativa: somente se a
propaganda não circula por circunstancias alheias à vontade do infrator.
___________________________________________________________________
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir
o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
O crime se dá mesmo ainda que não provoque tal resultado. Ex: propaganda de cigarro
ou de cerveja vinculada a sucesso profissional ou a saúde. Consumação e tentativa
(crime formal). Se consuma com a realização ou promoção da publicidade. Basta que
essa publicidade seja capaz de provocar alteração comportamental no consumidor ainda
que não provoque. Tentativa é possível.
__________________________________________________________________
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à
publicidade:
A publicidade feita sem critérios. Afirma maior durabilidade sem aferir. Qualquer
pessoa envolvida com a publicidade e sua vinculação. Concurso entre o fornecedor e o
publicitário. Elemento subjetivo: dolo. Consumação: crime de mera conduta, se
202
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
_______________________________________________________
Este crime só existe se a peça for utilizada na reparação ou conserto do produto e não na
fabricação do produto. Ex: montagem de computador com peças usadas incorre em
fraude no comércio art. 175 do CP ou estelionato. Só há crime sem autorização do
consumidor, mas se autorizar não há crime. Elemento subjetivo: dolo.Consumação: para
Herman Benjamin, o crime é formal (consuma-se independentemente de qualquer
prejuízo ao consumidor). Nucci determina como sendo crime material só se
consumando se houver prejuízo ao consumidor dizendo que só ocorre o crime se for
instalada a peça usada e se cobrar como se nova fosse. Mas em verdade é fraude no
comercio ou estelionato contradizendo o entendimento de Nucci.
________________________________________________
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele
constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código,
incide as penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor,
administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer
modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de
produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
O CDC adotou a teoria monista ou unitária, segundo a qual todos os que concorreram
para a realização do crime respondem por ele, na medida de sua culpabilidade.
O gerente, administrador ou o diretor respondem pelo crime, desde que tenham agido
com dolo e sob as formas do art.75.
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas,
cumulativa ou alternadamente, observado odisposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
Além da pena de prisão e de multa cominadas nos tipos penais, ainda pode ser aplicado
ao autor do crime as penas restritivas de direitos do art. 78, cumulativa ou
alternadamente.
ATENÇÃO: no CP, as penas restritivas de direitos são substitutivas da pena de prisão,
enquanto que no CDC elas podem ser aplicadas cumulativa e alternativamente. Se o juiz
quiser aplicar as penas restritivas de direitos em substituição à prisão, ele deverá
observar as regras do CP.
Análise do art. 79
205
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Quanto ao parâmetro de fixação, a fiança do CDC tem regra própria, ou seja, não é
baseada no salário mínimo, como no CP, mas sim em Obrigações do Tesouro Nacional
(BTN).
O juiz e o delegado podem REDUZIR a fiança, mas só o juiz pode AUMENTÁ-LA,
tendo em vista a situação econômica do agente.
As entidades previstas no art. 82, III e IV podem atuar como assistente de acusação e
têm legitimidade para propor ação penal privada subsidiária da pública (associações
legalmente constituídas a um ano com fins institucionais a defesa dos interesses e
direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
_____________________________________________________
AGRAVANTES
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
IV - quando cometidos:
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 1º Considera-se instituição financeira, para efeito desta lei, a pessoa jurídica de
direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória,
cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros
(Vetado) de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão,
distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores mobiliários.
II - a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste artigo,
ainda que de forma eventual.
207
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
E o Estado? Pode ele ser considerado instituição finaceira quando coloca títulos da
dívida pública em circulação? NÃO. Segundo o STF (AP 351 e INQ 1.960) e o STJ, o
Estado não pode ser considerado instituição financeira quando emite títulos da divida
publica e os coloca no mercado para captar dinheiro para os cofres públicos.
Se o crime não envolver instituição financeira, não aplica a Lei 7.492/86.
Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o controlador e os
administradores de instituição financeira, assim considerados os diretores, gerentes
(Vetado).
A denúncia genérica é inepta e deve ser rejeitada. Assim, deve ser especificada a
conduta criminosa de cada um dos agentes, gerentes ou não.
Nos crimes contra o sistema financeiro a ação penal é pública incondicionada (art. 26).
A competência, EM REGRA, é da justiça federal, pois assim dispõe o art. 109, VI, da
CF, afirmando que o julgamento dos crimes contra o sistema financeiro serão da
competência da justiça federal, NOS CASOS PREVISTOS EM LEI. Quando os crimes
não atingirem interesses diretos e específicos da União, a competência será da justiça
estadual. As normas que criam varas especializadas são consideradas constitucionais
pelo STF. Além disso, a competência por elas definida é absoluta, pois é firmada em
razão da matéria (HC 91.024).
208
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 29:
Segundo o STJ, O MP NÃO PODE QUEBRAR O SIGILO FISCAL DIRETAMENTE,
SEM INTERMEDIAÇÃO JUDICIAL, pois isso atenta contra a intimidade, constituindo
prova ilícita os dados obtidos dessa maneira (RHC 20.329).
Prisão preventiva
Art. 30
Segundo o STF, a magnitude da lesão, por si só, não autoriza prisão preventiva, sob
pena de ofensa ao princípio da presunção de inocência (HC 85.615). No entanto, a
prisão preventiva pode ser decretada se a magnitude da lesão estiver somada aos
requisitos e pressupostos do art. 312 do CPP (HC 80.717).
O art. 31 caiu em desuso, diante do entendimento recente do STF, segundo o qual não é
necessário o recolhimento à prisão para apelar, ou seja, o conhecimento da apelação não
depende de prisão. Se o réu estiver preso, ele só será mantido na prisão se estiverem
presentes os requisitos do art. 312 do CPP.
209
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
1ª corrente: o crime é habitual, ou seja, só se consuma se houver uma reiteração dos atos
fraudulentos ou temerários; um único ato não configura o crime (Delmanto, TRF 3).
2ª corrente: o crime é instantâneo, se consumando com a prática de um único ato (Nucci
e Rodolfo Tigre Maia)
O STJ e o STF decidiram que se trata de CRIME HABITUAL IMPRÓPRIO, OU
ACIDENTALMENTE HABITUAL, ou seja, se consuma com a prática de um único
ato, mas a pluralidade de atos configura crime habitual, sendo um crime único.
Exemplos de atos que configuram gestão fraudulenta:
- Empréstimos fictícios que não serão pagos (caso mensalão);
- Manter caixa 2 (contabilidade paralela);
210
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Até 1997 todas as condutas envolvendo as armas de fogo eram tratadas como meras
contravenções penais, a partir de 1997 com a lei 9.437/97 (Lei de Armas de Fogo).
Atualmente é tratado com a Lei 10.826/03.
Posse de armas (Art. 12); Porte (Art. 14); Posse/Porte (Art. 16); Diferenciaram em tipos
penais crimes de gravidades diferentes, atendeu ao princípio da proporcionalidade e da
individualização da pena no plano legislativo.
**Competência:
SINARM (Sistema Nacional de Armas): Um cadastro único de armas que circula no
país. È uma entidade da União, portanto o controle da armas no Brasil é da União.
A competência para os crimes do estatuto do desarmamento em regra é da justiça
Estadual, salvo se atingir interesse direto da União é da Justiça Federal. Exceção tráfico
internacional de armas é um crime genuinamente federal.
**Bem jurídico:
É a segurança pública que é um bem da coletividade e não um bem da União. STJ CC
45483/RJ e 45845/SC.
*Art. 12 do ED:
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de
uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de
sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o
titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
211
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
• Acessório de arma de fogo de uso permitido (são objetos que acoplados a arma
de fogo ou instalados nela melhoram o seu funcionamento e precisão – mira
laser).
Obs.: Partes de armas não podem ser considerados acessórios.
• Munição de uso permitido.
Elemento normativo do tipo: está na expressão “em desacordo com determinação
legal ou regulamentar”. Só haverá crime se for uma posse irregular ou ilegal.
Elemento espacial do crime: A posse ocorre no interior da residência do infrator ou no
local de trabalho do qual ele seja o proprietário ou responsável legal.
O porte ocorre em qualquer outro local. O dono da loja de sapato tem uma arma dentro
desta e o seu vendedor possui outra arma de fogo. O dono da loja responde por posse
por ser proprietário do estabelecimento e o vendedor por porte por não ser o
representante legal do estabelecimento. Nesse sentido (HC STJ 92.369/SP julgado em
07/04/08).
212
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Omissão de cautela
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo
que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Obs.:
1a Não importa se o menor de 18 anos já adquiriu a maioridade civil, o que importa a
idade indicada no tipo.
2a Deixar a arma ao alcance de pessoa portadora de deficiência física é fato atípico.
Porque o tipo penal só está se referindo a pessoa portadora de deficiência mental.
3a O tipo penal não exige nenhuma relação de parentesco entre o sujeito ativo e sujeito
passivo. Ex: Um amigo vai á casa de outro amigo e deixa arma próximo ao filho do
proprietário da casa.
4a Omitir a cautela em relação acessório ou munição é fato atípico. Porque o tipo penal
só menciona arma de fogo. Ex: Deixar munição próxima a uma criança de 10 de idade.
Conduta: Deixar de observar as cautelas necessárias. Significa quebra de dever objetivo,
portanto estamos diante de crime culposo.
Objeto material: Arma de fogo de uso permitido ou proibido, porque o tipo penal não
especifica a arma de fogo. Influenciará na dosagem da pena a espécie de arma.
Consumação: A consumação se dá com mero apoderamento da arma pelo menor ou
doente mental. Uns dizem que é crime material, outros dizem que é crime formal,
depende do ponto de vista.
Tentativa: Não admite porque é crime culposo.
213
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Sujeito passivo: Coletividade. Aqui o sujeito passivo também é o Estado, porque coloca
em risco o controle de armas no Brasil.
Conduta: Deixar de registrar a ocorrência policial e comunicar o furto, extravio á policia
federal. Dupla conduta, a falta de uma delas configura o crime, para a maioria.
Objeto jurídico: Arma, acessório ou munição de uso permitido ou restrito.
Tipo penal: Prevalece o entendimento que só é punível na forma dolosa.
Consumação: Consumação se dá após as 24 horas depois de ocorrido o fato, estamos
diante de um crime á prazo (leva um prazo para se consumar). A doutrina faz uma
correção “após a ciência do fato pelo sujeito ativo”. Foi um descuido do legislador.
Tentativa: A doutrina não admite por se tratar de crime de mera conduta. È um crime
omissivo próprio ou puro.
*Art. 14 do ED:
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou
ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Obs.: Existe uma tese que o porte de munição isolado “desacompanhado de arma” não
possui nenhuma lesividade, portanto punir o porte isolado de munição fere o princípio
da ofensividade ou lesividade (este é o posicionamento clássico do STF). Noutro
sentido HC 90075/SC 2a Turma que o porte isolado de munição é crime (julgado já por
dois ministros, não sendo ainda uma decisão definitiva). STJ determina que é crime o
214
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
porte isolado de munição, pois há expressa previsão legal e por se tratar de crime de
perigo abstrato.
Tentativa: Em alguns casos é possível, por exemplo, no verbo “adquirir”, mas não é
possível nas condutas que configura crime permanente, por exemplo, “ter em
depósito”.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma
de fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)
Esse § único foi declarado inconstitucional, ou seja, cabe fiança em qualquer hipótese
mesmo que a arma não esteja registrada no nome do infrator. A proibição da fiança aqui
fere o princípio da razoabilidade ou proporcionalidade.
Porte e Homicídio:
1a Caso: Haverá sempre concurso material de crimes, porque protegem bens jurídicos
distintos (isolada).
2a Caso (prevalece): Se o crime de porte irregular de arma foi cometido com a única
finalidade de executar o homicídio fica absorvido, porque é meio de execução (crime
meio).
3a Caso (prevalece): Se o indivíduo porta arma ilegalmente e eventualmente a utiliza
em um homicídio é concurso material de crimes. Entendimento do STJ. (HC 57519/CE
julgado em 15/02/07).
*Art. 15 do ED:
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas
adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como
finalidade a prática de outro crime:
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Elemento espacial do tipo: Em lugar habitado ou suas adjacências ou via pública. Caso
o agente tenha o doc que lhe permite o porte disparando tiro em local ermo, há falar em
fato atípico por faltar o elemento normativo do tipo “local habitado”.
Quantidade de disparos?
Crime único. Será levado em conta na dosagem da pena do crime único.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob
sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito,
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
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• Inciso I: Uma figura que caiu em desuso. Pune aquele que adultera a arma. De
difícil caracterização, pois o infrator diz que assim já comprou.
• Inciso II: Modificar arma permitida. Ex: Alterar o calibre de uma arma, cerrar
um cano. Esse crime consiste em modificar as características da arma- para
torná-la proibida ou restrita; ou para induzir em erro ou dificultar a ação de
autoridade policial, perito ou juiz (Não é a fraude processual do código penal-
Art. 347 do CP e sim o crime do desarmamento- Princípio da Especialidade).
Obs.: O tipo penal não menciona o MP, portanto é fato atípico se induzir em
erro o MP.
Inciso III: O objeto material aqui não é arma de fogo, nem acessório, nem
munição, é artefato explosivo (granada, bomba caseira, etc.). O artefato precisa ser apto
a explodir e incendiar.
• Inciso IV: Pune aquele que “porta”, “possui”, “adquiri” ou “transporta” a arma
já adulterada.
• Inciso V: Esse inciso revogou o Art. 242 do ECA. Configura crime do estatuto
do desarmamento a venda ou entrega gratuita de arma de fogo a criança ou
adolescente, sendo indispensável que o infrator saiba que se trata de criança ou
adolescente, caso contrário configura erro de tipo. Fogos de artifício crime do
ECA.
217
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• Inciso VI: Reciclagem de munição. Pode reciclar desde que tenha autorização.
*Art. 17 do ED:
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
*Art. 18 do ED:
218
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*Art. 19 do ED:
Majorante
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17(comércio ilegal) e 18 (tráfico
internacional), a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição
forem de uso proibido ou restrito.
*Art. 20 do ED:
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da
metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6 o,
7o e 8o desta Lei.
*Art. 21 do ED:
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade
provisória. (Vide Adin 3.112-1)
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220
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Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
A partir do primeiro segundo do dia em que faz doze anos de idade. E o adolescente
passa a ser adulto a partir do primeiro segundo do dia em que faz dezoito anos.
Criança Adolescente
sujeita-se às medidas de proteção (art. 95, Submete-se a medias sócio-educativas
III c/c 105 c/c 101 I a VIII). Medidas que (art. 111 ao 122) e/ou medidas de proteção
podem ser aplicadas isoladas ou (art 101 incisos I ao VI).
cumulativamente (art 99) sendo fungíveis
(substituíveis entre si).
Art. 2º Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este
Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
Tanto o art. 104 parágrafo único, ECA e 4° CP, resta adotada a teoria da atividade. O
ECA é aplicado a pessoa entre 18 e 21 anos se cometeu o ato infracional quando
adolescente e cumprirá até aos 21 anos de idade as medidas sócio-educativas quaisquer
(não só a internação). Em fim, resta dizer que o parágrafo único não foi revogado pelo
novo CC (STJ). Em síntese, aplica-se ao adulto, desde que cometeu o ato infracional
quando na menoridade.
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Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato
infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo,
encaminhado à autoridade judiciária.
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo,
encaminhado à autoridade policial competente.
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser
substituída por boletim de ocorrência circunstanciada.
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Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de
ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua
apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
O STJ, em 2009, decidiu que o MP pode oferecer a representação sem a oitiva informal
do adolescente, desde que disponha de elementos suficientes para oferecê-la. Mas se
estiver o menor desacompanhado durante a oitiva informal, enseja apenas nulidade
relativa.
II - conceder a remissão;
REMISSÃO
(Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser
aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.)
1) REMISSÃO PERDÃO:
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o
representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de
exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser
aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
(Pode ser concedida pelo MP antes de iniciado o processo e durante o processo, pelo
juiz).
STF: o juiz, ao conceder a remissão, pode cumulá-la com medida sócio-educativa não
restritiva de liberdade não significando violação ao contraditório e ampla defesa e ao
devido processo legal. Exceto a semi-liberdade e a internação. Há previsão no art. 127
ECA, sendo que a remissão não significa culpa. RE 248.018 STF considerou
constitucional a segunda parte do art. 127.
OBS: assim, caso não tenha sido aqlicado o arquivamento, ou não tenha sido concedida
a remissão resta o oferecimento da representação.
REPRESENTAÇÃO
Obs: vale lembrar que este procedimento não se aplica à criança, mas somente ao
adolescente pois à criança
1) OFERECIMENTO
Propositura de ação sócio-educativa contra o adolescente, podendo ser por escrito ou
oralmente.
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Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o
arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária,
propondo a instauração de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que
se afigurar a mais adequada.
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos
fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas,
podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
2) RECEBIMENTO
Vale lembrar que a ação só pode ser proposta contra adolescente, porque a criança que
comete ato infracional não està sujeita a procedimento de ato infracional, e sim sujeitas
apenas às medidas de proteção.
STJ: se a audiência de apresentação for feita na ausência dos pais, mas presente o
defensor técnico, não há falar em nulidade, pois este faz papel de curador.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que
ausente ou foragido, será processado sem defensor.
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo
legal.
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DEFESA PRÉVIA
SENTENÇA
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na
sentença:
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Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar
ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
IV - liberdade assistida;
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Da Liberdade Assistida (art. 112, IV c/c 118 e 119) – dá-se em caso da procedência da
ação.
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais
adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.
I...
Da Internação
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§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser
superior a três meses . (trata-se de exceção à regra de 3 anos)
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
VII –(MEDIDAS DE PROTEÇÃO) qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
MEDIDAS SOCIO-EDUCATIVAS
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade
competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de
45 dias (prazo fatal e improrrogável). Mesmo que seja complexo o caso.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
2) se foi aplicada por prazo determinado, prescreve nos prazos do art. 109 CP.
Obs: tanto o prazo da PPP e o da PPE são reduzidos pela metade, tendo em vista se o
infrator terá sempre menos de 21 anos na data do fato.
CP Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era,
ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70
(setenta) anos.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.
______________________________________________________________
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem
observância das formalidades legais.
OBS Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de
ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente.
Se a finalidade da privação for outra, outro crime haverá (extorsão mediante sequestro).
Sujeito ativo: qualquer pessoa. Elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma
culposa. Objeto jurídico: a liberdade de locomoção. Consumação e tentativa:
consumação com a simples privação da liberdade da vítima. Tentativa é possível.
_____________________
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
_________________
Crime de tortura praticado contra criança ou adolescente aplica-se a lei especial (lei
9.455/97 Art. 1° §4°, II da lei de tortura.
__________________________
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em
virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto (fito
específico):
Sujeito ativo: qualquer pessoa inclusive o pai ou mãe destituído do poder familiar ou
tutor privado da tutela ou da guarda.
Crime de subtração de incapaz do art. 249 CP: . 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou
interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial
(diferencia-se do ECA no que tange o dolo no 237 o agente tem o dolo de subtrair
acrescida a finalidade específica de colocar o menor em lar substituto, já no cp não há
finalidade especial):
Elemento subjetivo é o dolo. Objeto jurídico: o direito do menor ficar sobre a guarda de
quem o tutela.
Crime de dupla subjetividade passiva: sujeito passivo também será aquele que detém a
guarda. A consumação se dá com a subtração da criança com a finalidade de se coloca-
la noutro lar. Crime material. Tentativa: faz-se possível se o agente não consegue
subtraí-la com o fito de novo lar.
No 249 CP é cabível perdão judicial se o menor é devolvido sem ter sofrido maus tratos
ou privações. No eca não é cabível ao 237.
234
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
_________________________________________
QUALIFICADORA
Consumação: dá-se com a simples prática do ato destinado ao envio da criança para o
exterior, ainda que o envio efetivamente não ocorra (Crime formal ou de consumação
antecipada). Comprar passagem ou tentar embarcar já resta configurado o crime
consumando. Tentativa: a doutrina determina a sua possibilidade quando se trata de
crime plurisubsitente. Competência: justiça federal.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer
meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer
modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput
deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro
grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a
qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.
- resta saber que essa redação do artigo foi dado pela lei 11.829/08, sendo importante tal
quadro comparativo:
ANTES DA LEI 11.829/08 DEPOIS DA LEI 11.829/08
- Condutas: produzir e dirigir; - Condutas: produzir +
reproduzir + dirigir + fotografar +
filmar + qualquer outro meio;
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha
cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
ANTES DA LEI 11.829/08 DEPOIS DA LEI 11.829/08
- Condutas: apresentar, vender, - Condutas: vender ou expor à
produzir ou publicar por qualquer venda fotografia, vídeo ou outro
meio de comunicação, fotografias registro que contenha as cenas;
ou imagens com cenas
pornográficas ou de sexo
explícito;
- Objeto material: cenas - Objeto material: fotografia,
pornográficas ou de sexo vídeo ou outro registro contendo
explícito; as cenas;
- Pena: reclusão de 2 a 6 anos + - Pena: reclusão de 4 a 8 anos +
236
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
multa; multa2;
- sujeito ativo do crime: qualquer pessoa, mas se for alguém que prevaleça do cargo ou
função pública o crime é qualificado;
- elemento subjetivo: é o dolo, não se exigindo a finalidade de lucro;
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a
criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
- esse crime foi tacitamente revogado pelo art. 16, parágrafo único, inciso V da lei
10.826/03 (Estatuto do Desarmamento);
Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer
forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam
causar dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui crime mais
grave.
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais
grave.
- as condutas são: vender, fornecer gratuitamente, ministrar (introduzir no organismo da
vítima, injetar) ou entregar de qualquer forma;
- elemento normativo do tipo: sem justa causa, sem motivo justificado;
- objeto material: produtos cujos componentes possam causar dependência física ou
psíquica (basta que um componente apenas da substância possa causar tal efeito);
- se a substância que causa dependência física for droga, da portaria 344/98, haverá
crime de tráfico de drogas. É uma subsidiariedade expressa no próprio tipo penal, assim,
aplicável o tipo somente se o fato não constitui crime mais grave;
- servir bebida alcoólica para criança configura esse crime? Embora bebida
alcoólica possa causar dependência, o art. 61 da LCP (decreto lei 3.688/41)
considera contravenção penal servir bebida alcoólica à criança (pena de prisão
simples de 2 meses a 1 ano ou multa). Para o STJ, servir bebida alcoólica à criança
ou adolescente configura contravenção penal e não o crime previsto no art. 243 do
ECA (nesse sentido: RE 942.288/RS de 2008);
- sujeito ativo pode ser qualquer pessoa;
- elemento subjetivo do tipo é o dolo;
- a tentativa é perfeitamente possível (tentar vender, tentar ministrar);
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2o
desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual:
Pena - reclusão de quatro a dez anos, e multa.
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local
em que se verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput
deste artigo.
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e
de funcionamento do estabelecimento.
- a conduta é de submeter (impor coativamente ou moralmente) a vítima à prostituição
ou à exploração sexual. Prostituição são atos sexuais habituais com a finalidade de
lucro, enquanto a exploração sexual se refere à atos sexuais isolados com a finalidade de
2
.
237
DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
lucro (diferença feita por Guilherme de Souza Nucci). Na prostituição portanto, o crime
é habitual, já na exploração sexual não.
- o sujeito ativo do crime pode ser qualquer pessoa, inclusive os pais ou responsáveis da
vítima. Se a prostituição ou exploração ocorrer em estabelecimentos comerciais,
também responderá pelo crime o proprietário, o gerente ou o responsável pelo
estabelecimento;
- o elemento subjetivo do crime é o dolo, não existindo a forma culposa. Guilherme de
Souza Nucci faz uma observação importantíssima: a finalidade de lucro não precisar ser
para o próprio infrator, uma vez que muitas vezes o lucro se destina á própria vítima;
- a consumação se dá com a simples submissão da criança ou do adolescente à
prostituição ou exploração, não se exigindo que haja prejuízo à formação moral dela,
portanto, estamos diante de um crime formal;
- segundo Guilherme de Souza Nucci, admite-se tentativa, portanto, é melhor dizer que
na modalidade de crime habitual não se admite tentativa;
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele
praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali
tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da
internet.
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a
infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de
julho de 1990.
- esse foi acrescentado no ECA pela lei 12.015/09 e revogou o delito de corrupção de
menores da lei 2.252/54 (a lei foi toda revogada pela lei 12.015/09);
- o sujeito ativo nesse crime é qualquer pessoa;
- já o sujeito passivo é o menor de 18 anos – vale lembrar que para grande parte da
doutrina é o menor de 18 anos não corrompido, uma vez que se o menor já estiver
corrompido, haverá crime impossível;
- a conduta é de corromper (perverter) a vítima ou facilitar a corrupção (perversão) da
vítima. Esse é um tipo penal de conduta vinculada, uma vez que ocorre quando o
infrator pratica infração penal com a vítima ou induz a praticá-la;
- o termo “infração penal” abrange tanto o crime como a contravenção;
- o elemento subjetivo é o dolo, não existindo previsão culposa para o delito em tela;
- discute-se se tal crime é material ou formal: segundo a corrente majoritária no STF e
no STJ o crime é formal, consumando o crime quando o infrator pratica a infração com
o menor ou induz a praticá-lo, mesmo que ele não fique efetivamente corrompido (nesse
sentido: RE 880.795/SP de 2007). Considerando o crime como material, ele só se
consuma se houver a efetiva corrupção do menor. Segundo Rogério Greco, o crime é
material no verbo “corromper” e formal no verbo “facilitar a corrupção”;
- ao induzir o menor a cometer crime hediondo ou praticar o crime hediondo com o
menor, a pena é aumentada de 1/3;
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
CRIMES ELEITORAIS
Conceitos
São todas as violações das normas que disciplinam as diversas fases e operações
eleitorais e que têm por objeto jurídico proteger a liberdade de exercício do direito de
sufrágio, bem como a regularidade e lisura do processo eleitoral e que estejam
tipificadas na legislação eleitoral.
“se a ação do agente for manifestamente com escopo eleitoral, eleitoral será o crime;
caso contrário, o crime será comum” (José Joel Cândido).
“Crime eleitoral consiste em todo fato descrito como típico na legislação pertinente, que
atenta contra bens jurídicos dessa natureza” (STJ CC 81.711)
Características
Dos conceitos acima pode-se extrair algumas características do crime eleitoral, tais
como:
1) Tem uma finalidade eleitoral;
2) Viola um bem jurídico eleitoral;
3) Está tipificado na legislação eleitoral.
Crimes eleitorais específicos ou puros: são aqueles que só podem ser praticados na
órbita eleitoral (art. 289 do CE – inscrever-se fraudulentamente como eleitor).
Crimes eleitorais acidentais: são aqueles que estão previstos na legislação eleitoral e
também na legislação comum (não eleitoral), caracterizando-se como crimes eleitorais
quando praticados com propósitos eleitorais (ex.: arts. 324 a 326 do CE – crimes de
calúnia, injúria e difamação com fins eleitorais).
A divisão acima é dada por Nelson Hungria e adotada pela maioria da doutrina.
Legislação
A maioria dos crimes eleitorais está no Código Eleitoral. No entanto, há alguns
crimes que não estão previstos no CE, mas sim em leis especiais.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Sujeitos do crime
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive quem não tenha participado ou
elaborado a pesquisa, uma vez que a conduta punível é DIVULGAR a pesquisa, e não
realizá-la ou elaborá-la.
Sujeito passivo é o eleitorado, que tem direito a uma informação eleitoral
verdadeira, e o candidato eventualmente prejudicado pela pequisa fraudulenta. Assim,
trata-se de crime de DUPLA SUBJETIVIDADE PASSIVA, pois há dois sujeitos
passivos.
Nos termos do art. 35, é também sujeito ativo do crime o responsável legal da empresa
ou entidade que fez a pesquisa e da que a veiculou.
Ressalte-se, como nos demais crimes societários, que o responsável legal pela
empresa só pode ser punido se tiver agido com dolo, ou seja, se tinha consciência que a
pesquisa divulgada era fraudulenta. Isto porque responsabilizar penalmente o
representante legal da empresa apenas por ele ostentar essa qualidade significaria
responsabilização objetiva, sem dolo e sem culpa.
Trata-se da “denúncia genérica”, rechaçada pela jurisprudência do STJ e STF, uma vez
que essa denúncia é inepta, por não descrever suficientemente a conduta, inviabilizando
o exercício da ampla defesa.
Elementos do tipo
Divulgar é tornar pública. Para o prof. José Joel Cândido, para que se configure
o crime, deve haver a uma divulgação ampla a todo o eleitorado ou a uma parte
considerável dele; a divulgação restrita não configura o crime, pois não é capaz de
influenciar no resultado da eleição.
A divulgação pode ocorrer por qualquer meio de comunicação (imprensa falada e
escrita, e-mail, comícios, etc.).
O objeto material do crime é pesquisa fraudulenta, ou seja, a pesquisa na qual os
dados coletados são manipulados ou adulterados. Nos dados adulterados, o método
empregado na pesquisa foi correto, mas os dados obtidos foram alterados. Já dados
manipulados ocorre quando a pesquisa induziu o cidadão a expressar determinada
resposta.
Segundo a Desembargadora Federal Suzana de Camargo Gomes, a divulgação de
pesquisa inexistente também configura o crime.
O elemento subjetivo é o dolo, ou seja, a vontade de divulgar a pesquisa
sabendo-a fraudulenta. NÃO HÁ MODALIDADE CULPOSA.
Consumação e tentativa
A consumação se dá com a mera divulgação, ainda que a pesquisa não ocasione
interferência alguma no resultado eleitoral, isto é, não se exige um resultado
naturalístico. Por isso, estamos diante de um crime formal, ou de consumação
antecipada.
A tentativa é possível, se o agente não consegue divulgar a pesquisa por circunstâncias
alheias à sua vontade.
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Os partidos políticos têm o direito de fiscalizar a realização das pesquisas eleitorais (art.
34, § 1º). O ato de impedir ou dificultar essa fiscalização configura o crime previsto no
art. 34, § 2º.
As condutas são: retardar, impedir, não permitir ou dificultar, criar obstáculos sem justa
causa a ação fiscalizadora dos partidos sobre as pesquisas eleitorais.
Essa fiscalização pode ser efetuada pelo partido político DEPOIS de autorizado pela
Justiça Eleitoral.
A ação fiscalizadora dos partidos compreende todos os atos previstos no § 1º.
ATENÇÃO: embora haja uma ordem judicial da justiça eleitoral autorizando os partidos
a fiscalizarem a realização da pesquisa, o impedimento a essa fiscalização não configura
desobediência, mas sim o crime em questão, tendo em conta o princípio da
especialidade.
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Inciso II
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Se o eleitor estiver usando cartazes, broches ou dísticos não é crime, mas sim
manifestação silenciosa.
Local do crime: com exceção da boca de urna, os crimes dos incisoa I a III podem
ocorrer em qualquer local, e não somente nas proximidades das seções eleitorais, uma
vez que o tipo penal não contém essa elementar.
Momento do crime: os crimes previstos nos incisos I a III só podem ocorrer NO DIA
DA ELEIÇÃO.
Elementos subjetivo é o dolo.
A consumação se dá com a realização de qualquer das condutas previstas nos
incisos I a III, ainda que não acarretem nenhuma vantagem ou prejuízo a determinado
candidato ou partido. Assim, trata-se de crime formal ou de consumação antecipada.
A tentativa é possível
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
O Código Eleitoral, quando trata dos crimes eleitorais, possui uma parte geral (arts. 283
a 288), e uma parte especial, que trata dos crimes em espécie (arts. 289 e seguintes).
O art. 283 traz um conceito de funcionário público eleitoral para fins penais.
Assim, são considerados como funcionários públicos eleitorais:
- os juízes eleitorais, que são aqueles designados pelo TRE como responsáveis por
determinada zona eleitoral;
- qualquer outro juiz designado pelo TRE ou TSE, que esteja realizando uma função
eleitoral específica;
- os cidadãos que temporariamente integram os Órgãos da Justiça Eleitoral;
- os mesários (tanto aqueles que ficam na seção recebendo os eleitores ou aqueles que
atuam na junta de apuração);
- funcionários públicos requisitados pela Justiça Eleitoral.
§ 1º: é qualquer pessoa que exerça uma função pública, ainda que gratuita e
passageiramente, pertença ou não aos quadros da administração pública.
Funcionário público por equiparação (§ 2º): funcionários de paraestatais ou sociedade
de economia mista.
Pena mínima do crime eleitoral, quando não cominada no tipo – art. 284
Art. 284. Sempre que êste Código não indicar o grau mínimo, entende-se que será
ele de quinze dias para a pena de detenção e de um ano para a de reclusão.
Sempre que o Código Eleitoral não cominar a pena mínima ao crime, fixando apenas o
limite máximo, ela será de 15 dias, se for de detenção, ou de 1 ano, se for de reclusão.
Assim, conclui-se que todos os crimes eleitorais têm pena mínima cominada. Ou ela
estará no próprio tipo penal incriminador ou estará cominada no art. 284 do Código
Eleitoral.
Exemplo: o art. 349 prevê apenas o limite máximo. Logo, o limite mínimo é o previsto
no art. 284.
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Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o
"quantum", deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guardados os limites da pena
cominada ao crime.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 287. Aplicam-se aos fatos incriminados nesta lei as regras gerais do Código
Penal.
Art. 288. Nos crimes eleitorais cometidos por meio da imprensa, do rádio ou da
televisão, aplicam-se exclusivamente as normas dêste Código e as remissões a outra lei
nele contempladas.
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Sujeito ativo é qualquer pessoa, inclusive o eleitor já alistado que solicite a transferência
de seu título.
Sujeito passivo é o Estado.
Objeto jurídico é a licitude do alistamento eleitoral.
Tipo objetivo: a conduta é inscrever-se, que não é o mesmo que alistar-se. A inscrição é
apenas uma fase do alistamento eleitoral.
O alistamento eleitoral, que está disciplinado nos arts. , é um complexo de atos que pode
ser dividido em duas fases:
1ª fase – entrega do requerimento para ser eleitor, com a apresentação dos documentos
pertinentes;
2ª fase – análise dos documentos e diligências necessárias, com o deferimento ou
indeferimento do pedido.
Assim, o alistamento eleitoral começa com a inscrição do eleitor e a expedição do título
de eleitor, com a inclusão do seu nome no rol de eleitores.
O crime em estudo não é alistar-se fraudulentamente, mas sim INSCREVER-SE
fraudulentamente. Logo, ele ocorrerá na primeira fase do alistamento eleitoral, ou seja,
quando a pessoa formula o requerimento para ser eleitor fraudulentamente.
Elemento normativo do tipo: consiste na expressão fraudulentamente. O
expediente fraudulento pode se dar de diversas maneiras (ex.: apresentação de
documento falso quanto à idade, nacionalidade, local de residência, ou qualquer outro
dado essencial ao alistamento). O estrangeiro que tenta se passar por brasileiro usando
documentação falsa comete esse crime.
Um menor entre 16 e 18 anos que apresenta documento falso pratica ato
infracional.
A forma mais comum desse crime é a apresentação de falsa declaração de domicílio,
uma vez que o CE dispõe que o alistamento ocorra no domicílio da pessoa.
Domicílio, para fins eleitorais, compreende não só o local onde a pessoa reside, mas
qualquer local onde ela possua um imóvel (ex.: a casa de veraneio possibilita a inscrição
como eleitor no local em que ela estiver localizada).
Para a professora Suzana, basta uma vinculação patrimonial.
Esse entendimento é adotado pela jurisprudência, que dá ao domicílio eleitoral um
aspecto bem maior que aquele do Código Civil.
Se a pessoa tiver vários domicílios em locais diferentes, poderá se inscrever em
qualquer um deles.
TRANSFERÊNCIA:
O local da residência deve ser considerado no momento da inscrição. Isso
significa que não haverá o crime se a pessoa declarar o endereço onde realmente reside
e depois vier a mudar-se sem transferir o seu título.
O crime ocorre quando a pessoa solicita a transferência fraudulenta do título
eleitoral, uma vez que o pedido de transferência de título eleitoral é considerado como
pedido de nova inscrição. Assim, há o crime tanto no caso da primeira inscrição
fraudulenta como no caso da inscrição fraudulenta por transferência.
O art. 55 do CE dispõe que para a pessoa pedir a transferência de domicílio
eleitoral, ela deve estar residindo no domicílio há pelo menos 3 MESES. Caso o eleitor
peça a transferência antes desse período, a jurisprudência entende que não há crime,
desde que seja verdadeira a informação prestada.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 290 Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo
dêste Código.
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, exceto o próprio alistando, pois este será o autor
do crime do art. 289.
Sujeito passivo é o Estado e a pessoa induzida pelo infrator.
A objetividade jurídica tutelada é a licitude do alistamento eleitoral.
A conduta típica é “induzir alguém”, que significa convencer mediante fraude, ardil. A
conduta do infrator deve ser individualizada, ou seja, dirigida a uma pessoa
determinada.
O tipo penal também pune aquele que induz a vítima a transferir ilegalmente o seu título
de eleitor.
E quanto à prestação de auxílio material (levar a pessoa até o cartório eleitoral para que
ela se inscreva)? Segundo a doutrina, não configura o crime, pois não está incluído na
expressão “induzir”.
O elemento subjetivo é o dolo, não se exigindo nenhuma finalidade específica.
O crime se consuma com o mero induzimento, ainda que o induzido não consiga
inscrever-se como eleitor.
A tentativa não é possível, pois a conduta de induzir é unissubsistente, esgotando-se em
um único ato (TSE HC 80).
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Sujeito ativo é o juiz eleitoral ou o juiz não eleitoral que esteja desempenhando alguma
função específica eleitoral por designação do tribunal eleitoral (art. 283, I). O crime é
próprio, só podendo ser praticado por juiz; mas é possível a participação de terceiro
(TSE HC 5.718).
Sujeito passivo é o Estado.
Elementos do tipo: efetuar a inscrição, que não se confunde com o alistamento, como
visto. Quanto à elementar “fraudulentamente” aplica-se o que foi dito em relação ao art.
289.
O elemento subjetivo é o dolo, sem nenhuma finalidade específica.
A consumação se dá com a inscrição fraudulenta, ou seja, a expedição do título de
eleitor e sua eventual utilização configuram mero exaurimento do crime.
A tentativa é possível, se o juiz não consegue efetivar a inscrição fraudulenta do
alistando.
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Vide art. 91, parágrafo único, da Lei 9.504/97, que pune a mesma conduta. Mas o art.
295 do CE NÃO foi revogado. Assim, subsistem ainda os dois tipos, com a
diferenciações abaixo.
Art. 295 do CE
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, não se exigindo nenhuma qualidade especial do
sujeito ativo. Crime comum, portanto.
Objeto jurídico tutelado é o direito do eleitor votar e possuir o seu título para utilizá-lo
em finalidades não eleitorais.
A conduta típica é “reter contra a vontade do eleitor”. Reter é se apossar do título contra
vontade do eleitor, que pode se opor a essa retenção expressa ou tacitamente. Mas caso
a retenção seja autorizada pelo eleitor o fato será atípico.
Diferenças entre os dois tipos (art. 295 do CE X art. 91, parágrafo único da Lei das
Eleições):
Lei 9.504/97 Art. 91. Parágrafo único. A retenção de título eleitoral ou do comprovante
de alistamento eleitoral constitui crime, punível com detenção, de um a três meses, com
a alternativa de prestação de serviços à comunidade por igual período, e multa no valor
de cinco mil a dez mil UFIR.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
O elemento subjetivo (em ambos os tipos) é o dolo, não se exigindo nenhuma finalidade
específica.
Quanto à consumação, há divergência na doutrina.
Para JJ Cândido, o crime só se consuma se o eleitor não conseguir votar em razão da
retenção de seu título.
Para Suzana de Camargo Gomes, no entanto, o crime se consuma com a simples
retenção do título, ainda que o eleitor não fique impedido de votar. Além disso, com a
retenção o eleitor pode até votar, mas não conseguirá utilizar o documento para outros
fins não eleitorais. É o que prevalece.
A tentativa é possível, quando o infrator não consegue ter a posse tranqüila do título
retido.
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Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar,
em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, delegado de
partido ou candidato, com violação do disposto no Art. 236:
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e
oito) horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo
em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime
inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto.
Estamos diante de um tipo penal remetido, que é aquele que se remete a outro
dispositivo de lei.
POSSIBILIDADE DE PRISÃO:
Do eleitor Dos mesários, fiscais e Dos candidatos
delegados de partido
Durante 5 dias antes até 48 Durante o exercício de suas 15 dias antes das eleições,
horas depois das eleições, funções, só pode ser preso só podem ser presos em
pode ser preso: em flagrante delito, por flagrante afiançável ou
- em flagrante delito; ou crime afiançável ou inafiançável.
- condenação, ainda que inafiançável. Não podem ser presos em
sujeita a recurso, por crime Não pode ser preso em nenhuma outra situação
inafiançável; nenhuma outra situação (condenação, prisão
- por desrespeito a salvo (condenação, prisão preventiva, etc.).
conduto. preventiva, etc.). Após as eleições, aplicam-
Não pode ser preso: Se estiverem fora de suas se-lhes as regras relativas
- por prisão preventiva ou funções, aplicam-se-lhes as aos eleitores.
temporária; regras relativas aos
- por condenação a crime eleitores.
afiançável.
A consumação se dá com a simples prisão fora das hipóteses regulamentadas pelo art.
236, não sendo necessário ocorrer prejuízo ao eleitor.
A tentativa é possível se o agente não consegue efetuar a prisão ilegal.
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Corrupção ativa e passiva eleitoral – art. 299
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou
prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
O TSE já decidiu reiteradas vezes que esse tipo penal englobas as condutas de
corrupção ativa e corrupção passiva.
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, em ambas as formas. Diferente do CP, em que o
sujeito ativo só pode ser funcionário público.
O sujeito ativo não precisa ser candidato ou eleitor (ex.: um estrangeiro).
Entretanto, se o sujeito ativo for candidato, ele estará cometendo também a infração
administrativa de CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO (art. 41-A da Lei 9.504/97).
Sujeito passivo é o Estado e também o candidato ou partido prejudicado pelo crime.
As condutas punidas são dar, oferecer, prometer solicitar ou receber. Não está incluída a
conduta de exigir, prevista no crime de concussão do CP.
“Qualquer outra vantagem” pode ser de natureza econômica ou não, legal ou ilegal.
A conduta precisa ser dirigida a uma pessoa determinada. Promessas genéricas de
campanha, dirigidas ao eleitorado em geral, não configuram este crime.
O crime só existirá se a conduta for praticada com uma das seguintes finalidades
específicas: a) obter voto, b) dar voto, c) conseguir abstenção de voto ou d) prometer
abstenção de voto.
O crime existirá mesmo que a vantagem seja insignificante (ex.: doação de uma cesta
básica, de um par de chinelos, etc.).
Hipóteses em que o crime não se caracteriza, segundo os tribunais:
- realizar sorteio de bens entre assistentes em comício eleitoral;
- distribuição de brindes, com finalidade exclusiva de propaganda, sem caráter negocial
(bonés, camisetas, chaveiros, etc.);
- promessa de vantagem para comparecimento em comício;
a conduta não precisa ser cometida nas vésperas ou no dia da eleição.
Pode ser cometida no período compreendido entre a data do registro da candidatura e o
dia das eleições.
O STF decidiu em 2007 que a compra de votos por pré-candidato configura o crime,
tenha ele sido ou não escolhido como candidato pelo partido (INQ. 2197).
Elemento subjetivo é o dolo, acrescido de uma das finalidades previstas no tipo.
A consumação se dá com a prática de qualquer das condutas do tipo, mesmo que não
seja obtida a finalidade pretendida, ou mesmo que a oferta seja recusada. Trata-se de
crime formal, ou de consumação antecipada.
A tentativa é possível nas condutas de “dar” e “receber”. Nas demais condutas, é
possível a tentativa na forma escrita.
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Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar
o exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer forma, inclusive o
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Pena - reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa.
((Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.064, de 24.10.1969)
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, ainda que não candidato ou integrante de
partido.
Sujeitos passivos são os eleitores prejudicados no direito de votar.
Objeto jurídico é a liberdade de voto.
As condutas punidas são:
- promover a concentração de eleitores, de qualquer forma, seja, mediante violência,
coação ou fraude.
- fornecer alimento gratuito, com a finalidade de promover concentração de eleitores.
- fornecer transporte gratuito, com a finalidade de promover concentração de eleitores.
-Onde está escrito “e” a doutrina lê “ou”, bastando que ocorra uma ou outra das
condutas (o fornecimento gratuito de alimento e transporte coletivo).
O elemento subjetivo é o dolo de promover a concentração de eleitores,
necessariamente acrescido de uma das seguintes finalidades:
- impedir o exercício do voto;
- embaraçar o exercício do voto;
- fraudar o exercício do voto.
Momento do crime: só há o crime se a conduta for praticada NO DIA DA ELEIÇÃO
(elemento temporal do tipo).
A consumação se dá no momento em que ocorre a concentração dos eleitores, ainda que
a finalidade pretendida não seja obtida, ou seja, ainda que o agente não consiga impedir,
embaraçar ou fraudar o exercício do voto.
A tentativa é possível, se o infrator não consegue concentrar os eleitores.
Crimes do art. 11 da Lei 6.091/74
Art. 11, III, c/c art. 5º, caput – pune a conduta de realizar transporte de eleitores, desde o
dia anterior até o dia posterior ao dia das eleições, com a finalidade de obter vantagem
eleitoral. A simples carona sem finalidade eleitoral não configura o crime.
Art. 11, III, c/c art. 8º - esse crime pode ocorrer em qualquer época, e não somente no
período do crime acima.
Art. 11, III, c/c art. 10 – também pode ocorrer em qualquer época, e não somente no dia
das eleições.
- artigo 11, III, combinado com o artigo 5º da lei 6.091/74 -> pune o transporte ilegal de
eleitores desde o dia anterior até o dia posterior a eleição. Resta saber se essa lei
derrogou (revogou parcialmente) o artigo 302 do Código Eleitoral no que se refere ao
transporte de passageiros? José Joel Cândido entende que sim, mas a maioria disse que
não, uma vez que no artigo 302 o crime somente se configura se houver concentração de
eleitores, já no artigo 11, inciso III da lei 6.091/74 o crime se consuma com o mero
transporte. O delito do artigo 302 do Código Eleitoral somente pode ser praticado no dia
da eleição, já o delito do artigo 11, inciso III da lei 6.091/74 pode ser praticado um dia
antes e até um dia após a eleição
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Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem – art. 309
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive quem não é eleitor
Sujeito passivo é o Estado e o eleitor prejudicado.
Mesmo que não haja o dolo de fraudar as eleições, haverá o crime, pois ocorrerá o
impedimento de um eleitor exercer o seu voto (STJ CC 81.711).
O crime pode se configurar de quatro formas:
- votar, por si, mais de uma vez;
- tentar votar, por si, mais de uma vez;
- votar, em lugar de outrem, uma ou mais vezes;
- tentar votar, em lugar de outrem, uma ou mais vezes.
O elemento subjetivo é o dolo. Não se pune a forma culposa. Ex.: se um eleitor
analfabeto pegar o título de seu irmão pensando ser o seu, haverá delito putativo por
erro de tipo.
A consumação se dá com o ato de votar ou tentar votar mais de uma vez ou em lugar de
outrem.
Não há possibilidade da forma tentada, pois a simples tentativa já configura o crime. É o
que a doutrina chama de CRIME DE ATENTADO.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Obs.: há, neste resumo, a análise dos principais tipos penais. Faz-se importante a leitura
das lei em comento.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
DIREITOS HUMANOS
A dos direitos humanos no plano internacional é feita por meio de sistemas. Há dois
sistemas:
1) Sistema Global (admitido pela ONU)
Formado por 4 instrumentos principais: 1) Carta da ONU 1945 (deflagra todo os
processos regionais para a proteção aos direitos humanos. A carta da ONU não previu a
processualísticas não definindo o direitos que deveriam ter sido tutelados.
Há uma data precisa do nascimento de tal sistema (1945). São três os momentos
históricos da proteção internacional dos direitos humanos (marcos históricos ou gênese):
a) Convenções de Genebra sobre direito humanitário. O termo “humanitário” não se
confunde com o termo “humanos”. Direito humanitário é uma proteção específica dos
direitos humanos que se refere às pessoas em situação de conflitos bélicos – é o direito
das guerras. Tal convenção foi um verdadeiro marco em que se passou a reconhecer
direitos humanos aos indivíduos que estivessem fora de seu território em caso de guerra.
b) Liga das Nações. Trata-se do segundo marco referente ao reconhecimento dos
direitos humanos, em âmbito internacional, em situação de guerra ou não. Não teve
muito sucesso na prática, mas teve o seu valor reconhecido doutrináriamente, pois tinha
bons propósitos.
c) Organização Intenacional do Trabalho (1919)
---
Os precedentes acima deram como contribuição uma mudança de foco das agendas
internacionais dos países, passando os direitos humanos a ter lugar destaque em quase
todas as convenções.
2) Sistemas Regionais: há 4 no mundo, pertencentes ao Sistema Internacional:
- Sistema Europeu;
- Sistema Asiático;
- Sistema Africano;
- Sistema Interamericano
O sistema global é formado por quatro instrumentos básicos, os quais possuem os seus
respectivos correspondentes nos sistemas regionais, conforme se vê abaixo no paralelo
entre o sistema global (ONU) e o sistema regional interamericano (OEA).
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
Estrutura da CADH
1) Sob o aspecto formal: formalmente, a CADH possui duas partes (bipartite).
Na primeira parte, são estabelecidos os direitos dos cidadãos americanos protegidos,
que são os direitos civis e políticos.
Na segunda parte, a CADH prevê os mecanismos necessários à sua implementação na
prática. Nessa parte são enumerados os meios de implementação, destacando-se a
criação de dois órgãos:
- Comissão Interamericana de Direitos Humanos
- Corte Americana de Direitos Humanos.
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DIREITO PENAL: LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - Delegado Federal 2012
A Comissão Interamericana é anterior ao Pacto de San Jose da Costa Rica (1969). Ela
foi criada em 1948 com a OEA iniciando as atividades em 1960. No entanto, a comissão
foi encampada pela CADH para funcionar realizando um juízo de prelibação (recebe a
peça exordial ), enquanto que a Corte Interamericana faria o juízo de mérito (libação).
A) Para que ocorra a atividade da Corte, requer o prévio esgotamento dos recursos da
jurisdição doméstica, mas se restar provado que o esgotamento dos recursos internos
revela-se penalizador à vítima tendo em vista a morosidade, a Corte Internacional tem
mitigado tal requisito. Há falar no caso Maria da Penha que em 9 anos sequer obteve
sentença em primeiro grau.
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