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Jundiaí, 18 de fevereiro de 2019.

PARECER AD HOC Nº 27/2019

SOLICITANTE: Dr FAUSTO LUIS ALVES


ADVOGADO: OAB/SP 187195

EXAMINADO: EDMILSON DE ALMEIDA CAVALCANTE


CPF: 151.017.068-50

EXAMINADOR: Dr FERNANDO CESAR IMPERATO


CREFITO: 3 125703 F

OBJETIVO: Fundamentação para “Ação Securitária” e “Reclamação Trabalhista”.

Rua Paulino Corado, 20/302. Jd Santa Teresa. Jundiaí/SP


+55 11 964 798 211
PARECER AD HOC

SUMÁRIO

Pg.

3
1. OBJETIVO
3
2. IDENTIFICAÇÃO DO EXAMINADO
3
3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O EXAME PERICIAL
3
4. MÉTODOS UTILIZADOS NO EXAME PERICIAL
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5. HISTÓRICO NOSOLÓGICO
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6. ANÁLISE DA MOBILIDADE ARTICULAR ATIVA
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7. FORÇA MUSCULAR – CAPACIDADE MOTORA GERAL
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8. DISCUSSÃO
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9. CONCLUSÃO
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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1. OBJETIVO DO PARECER

Conforme solicitação do Dr FAUSTO LUIS ALVES, advogado OAB/SP 187195,


presente Parecer ad hoc tem o objetivo de servir como objeto de fundamentação para
“Ação Securitária” e “Reclamação Trabalhista”, e é caracterizado como um exame
técnico para determinação da quantificação, qualificação e codificação dos graus de
incapacidade físico-funcional de segmento corporal específico, cito o PUNHO
ESQUERDO, do EXAMINADO.

2. IDENTIFICAÇÃO DO EXAMINADO

EDMILSON DE ALMEIDA CAVALCANTE, brasileiro, portador da cédula de


identidade nº 7.670.186 SSP/SP e CPF nº 919.335.828-44, CTPS n°. 57845, série 199
– SP, nascido em 20/11/1974, residente e domiciliado na Estrada Isis Dutra, nº 567, casa
8, Bairro Sevilha, SP, 11051-010; identificado como possuidor da profissão de “Analista
de Seguros”.

3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O EXAME PERICIAL

A perícia para determinação do solicitado foi realizada no dia 12 de janeiro de 2018,


às 09:00, no ICM – Instituto de Ciências do movimento, na Rua Paulino Corado, 20/302.
Jd Santa Teresa. Jundiaí/SP, com a presença do advogado que o representa, supra
identificado.

A execução do exame pericial transcorreu-se sob análise dos aspectos físico-


funcionais atuais relevantes no RECLAMANTE. Neste sentido, houve utilização de
métodos próprios para este fim.

4. MÉTODOS UTILIZADOS NO EXAME PERICIAL

• Para avaliação da função MOBILIDADE ARTICULAR ATIVA


(movimentos normais) do complexo articular comprometido, os

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padrões de movimento testados foram baseados na
Cinesiologia Clínica de BRUSNNSTROM (2014).

• Para verificação dos ângulos articulares do RECLAMANTE foi


utilizada a técnica de goniometria articular, referenciando
valores normais propostos por MARQUES (2014), utilizando o
método de fotogrametria 2D através da utilização do software
Microsoft Power Point constante do pacote Office 2016, após
captação das imagens pela Câmera Digital modelo Canon
Powershot SX400IS.

Fig. 01 – Câmera Digital Canon Powershot SX400IS.

• Para a função FORÇA MUSCULAR – CAPACIDADE


MOTORA GERAL utilizou-se o método de Dinamometria de
Preensão Manual recomendado pela Sociedade Americana de
Terapeutas de Mão (SATM), referenciando ACHE DIAS (2010)
para a justificativa da coleta, utilizando o dinamômetro manual
modelo Electrónico da marca CAMRY EH101 e os valores de
normalidade de seu Manual de Usuário (Edición 02).

Fig. 02 – Dinamômetro Manual Digital CAMRY EH 101.

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• Análise de DOCUMENTAÇÃO NOSOLÓGICA apresentada
pelo EXAMINADO e busca de correlações bibliográficas entre
os diagnósticos e as deficiências das funções relacionadas aos
movimentos encontradas.

• Os DIAGNÓSTICOS DAS DEFICIÊNCIAS/INCAPACIDADES


do EXAMINADI, foram equiparados à CIF – Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde/OMS,
determinando vossas quantificações percentuais, qualificações
e codificações.

Fig. 03 – Equiparação de quantificação e qualificação das funções


relacionadas ao movimento pela CIF / 2003.

5. HISTÓRICO NOSOLÓGICO

Conforme história informada à data da perícia e apresentação de documentação


nosológica, o EXAMINADO sofreu cirurgia ortopédica no dia 26 de junho de 2018 de

“artrodese inter-carpal + ressecção do escafoide” devido à “sequela de


pseudo-artrose do osso escafoide do punho esquerdo”. CID T92, M84.1 e Z98. Drª
Paula Nivea do Monte Carmelo Luchini, CRM/SP 102 168. (05 de julho de 2018).

O EXAMINADO alegou não houve qualquer intercorrência após o ato cirúrgico que
possa ter aumentado a deficiência/incapacidade atual que diz possuir. À data da perícia
apresentava boa orientação em tempo e espaço, lúcido, colaborativa e atencioso aos
comandos verbais do ato pericial e informou ser destro. Possuía 45 anos, apresentava
101 kg de massa corporal total (peso) e estatura de 1,84 m, determinando um IMC -
índice de massa corporal de 29,8, caracterizado como sobrepeso.

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6. ANÁLISE DA MOBILIDADE ARTICULAR ATIVA

Realizou-se por biofotogrametria a mensuração dos movimentos funcionais


(normais) ativos do EXAMINADO relacionados ao objetivo do ato pericial, determinando
a equiparação dos valores angulares à CIF – Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde:

Fig. 04 – Extensão do punho esquerdo.

PADRÃO NORMAL AVALIADO DÉFICIT QUALIFIC. CODIFIC.


Extensão 70° 35° 50% GRAVE b7101.3

Quadro 01 – Escores CIF da mobilidade articular ativa

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Fig. 05 – Flexão do punho esquerdo.

PADRÃO NORMAL AVALIADO DÉFICIT QUALIFIC. CODIFIC.


Flexão 90° 30° 67% GRAVE b7101.3

Quadro 02 – Escores CIF da mobilidade articular ativa

Fig. 06 – Desvio radial do punho esquerdo.

PADRÃO NORMAL AVALIADO DÉFICIT QUALIFIC. CODIFIC.


Desvio
20° 10° 50% GRAVE b7101.3
Radial

Quadro 03 – Escores CIF da mobilidade articular ativa

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Fig. 07 – Desvio ulnar do punho esquerdo.

PADRÃO NORMAL AVALIADO DÉFICIT QUALIFIC. CODIFIC.


Desvio
45° 25° 44% MODERADA b7101.2
Ulnar

Quadro 04 – Escores CIF da mobilidade articular ativa

7. FORÇA MUSCULAR

Realizou-se por dinamometria de preensão manual a mensuração da força


muscular geral do EXAMINADO, para interpretação do estado físico-funcional perante
os objetivos da perícia.

DINAMOMETRIA DE PREENSÃO MANUAL


MÃO FAIXA AVALIADO DÉFICIT QUALIFIC. CODIFIC.
De 34,7 a
DIREITA 43 kgf 58% GRAVE b7300.3
54,5 kgf
De 34,7 a
ESQUERDA 31,7 kgf 115% COMPLETA b7300.4
54,5 kgf

Quadro 05 – Escores CIF da Dinamometria de Preensão Manual.

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8. DISCUSSÃO:

A mobilidade articular ativa, ou realização de movimentos normais de forma ativa,


somado ao aspecto da força, representam o maior aspecto da funcionalidade humana
(BRUNNSTROM, 2014). Sendo assim, ao analisarmos os resultados do exame de
relacionado a este procedimento pelo EXAMINADO, focando o sítio anatômico da
perícia, ficou claro que apresenta déficits significativos de funcionalidade motora.

Observou-se que os movimentos de flexão, extensão e desvio radial apresentarão


escores qualificados como GRAVES pela CIF (Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde), o que representa mais de 50% da angulação
possível para cada movimento. (OMS, 2003).

Em patamar mais elevado, caracterizado como COMPLETA, foi identificada a


quantificação da força muscular, determinada pela dinamometria de preensão, que além
de estar diretamente relacionada ao complexo articular em análise, representa também
a força corporal geral.

Importante salientar que independentemente das alterações anatômicas


determinadas na história cirúrgico/nosológica, há necessidade de se empreender
tratamento físico com vistas a melhora a função força de preensão do complexo articular
não comprometido, já que o mesmo apresentou deficiência também GRAVE.

A repercussão dos graus de deficiência motoras do complexo articular alvo


incapacitam proporcionalmente o EXAMINADO, inferindo diretamente sobre o aspecto
de gestos laborais multiprofissionais e de atividade de vida diária.

Pelo histórico nosológico, tempo de evolução e pela literatura traumato-ortopédica


relativa ao tema relacionada nas referências (HERBERT, 2004), o prognóstico físico-
funcional é desfavorável, caracterizando DEFICIÊNCIA PERMANENTE em relação à
mobilidade articular ativa.

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9. CONCLUSÃO:

Ao término do exame físico-funcional específico no complexo


articular do punho esquerdo do EXAMINADO concluo que o mesmo
apresenta incapacidade físico-funcional residual para a MOTRICIDADE
ATIVA, qualificada como GRAVE, quantificada entre 50% e 95% e de
caráter PERMANENTE.

Declaro sob as penas da Lei que as informações por mim apresentadas são
legítimas e me ponho às ordens para retirada de dúvidas e prestação de
esclarecimentos.

Jundiaí, 18 de fevereiro de 2019.

Dr FERNANDO CESAR IMPERATO


CREFITO: 3 125.703 F CBO 2236-05
Especialista em Fisioterapia Forense – ABFF

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACHE DIAS, J; OVANDO, A. C; KÜLKAMP, W; BORGES JUNIOR, N.G. Força de


preensão palmar: Métodos de avaliação e fatores que influenciam a medida. Artigo de
Revisão. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2010.

BERTOTI, D. B.; HOUGLUM, P. A. Cinesiologia clínica de Brunnstrom. 6ª ed. São Paulo:;


Ed. Manole; 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Cadernos de Atenção Básica, n. 12 – Obesidade. Brasília, 2006.

CIPRIANO, J. J.; Manual Fotográfico de Testes Ortopédicos e Neurológicos. 4 ed.,


Barueri: Manole 2005.

FERNANDES FILHO, J. A Prática da Avaliação Física. 2. ed. Rio de Janeiro: Shape,


2003.

HERBERT, S. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e Prática. 3 ed. Porto Alegre: Artes


Médicas, 2004.

HOPPENFELD, S. Propedêutica ortopédica: coluna e extremidades. São Paulo:


Atheneu, 2005.

LUCAS, R.W.C. Fisioterapia Forense. 4ª Ed. Rocha. Florianópolis. 2015.

MARQUES A.P. Ângulos articulares dos membros inferiores. In: Manual de Goniometria.
3 ed. São Paulo: Manole; 2014.p.41-47.

OMS - Organização Mundial da Saúde, CIF: Classificação Internacional de


Funcionalidade, Incapacidade e Saúde [Centro Colaborador da Organização Mundial da
Saúde para a Família de Classificações Internacionais, org.; coordenação da tradução
Cassia Maria Buchalla]. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo – EDUSP;
2003.

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