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1 INTRODUÇÃO

Os ácidos gráxos (AG), são ácidos carboxílicos com cadeias


hidrocarbonadas não-ramificadas contendo de 4 a 24 átomos de carbono.
Podem ser classificados quanto ao número de carbonos, como cadeia longa
(>14 átomos de C), cadeia média (6 a 12 átomos de C) e de cadeia curta (até 6
átomos de C) e pelo número de ligações entre os átomos de carbono, como
saturados (ligação única), monoinsaturados (1 dupla ligação) e poliinsaturados
(>1 ligação dupla) (WAITZBERG e TORRINHAS, 2009).

Os ácidos gráxos poliinsaturados (PUFAs – do inglês polyunsaturated


fatty acids) podem ser classificados e identificados com base no número do
carbono da primeira ligação dupla a partir da extremidade metil (represetados
pela letra grega omega-ω) ou a partir do final funcional (representado pela letra
grega delta-Δ), sendo assim, os ácidos graxos ômega-3 compõem a família de
PUFAs de cadeia longa, onde a primeira ligação dupla está entre o terceiro e o
quarto carbono a partir da extremidade metil da cadeia carboxílicia. Existem
duas famílias principais de ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs), as famílias
ômega-3 (n-3) e ômega-6 (n-6) (CALDER, 2003).

Embora os mamíferos naturalmente sejam capazes de sintetizar ácidos


graxos saturados de precursores não lipídicos e de ácidos graxos insaturados
das séries ômega-9 e ômega-7, eles não possuem enzimas delta-12 e delta-15
dessaturase (comum em plantas) para inserção de ligações duplas na posição
n-3 e n-6, sendo assim, os ácidos graxos n-3 e n-6 são substratos essenciais
para diversas moléculas lipídicas regulatórias do corpo e, como eles não
podem ser sintetizados naturalmente, o corpo precisa obtê-los da dieta
(CALDER, 2003; WAITZBERG e TORRINHAS, 2009).

PUFAs são precursores de eicosanóides compostos de prostaglandinas


e tromboxanos, desempenham papel fundamental na regulação do sistema
imunológico, coagulação sanguínea, neurotransmissores, metabolismo do
colesterol e estrutura de fosfolipidios de membrana no cérebro e retina (ABEDI
e SAHARI, 2014).
Os PUFAs n-3 são encontrados em fontes alimentares nas formas de
ácido alfa-linolênico (ALA), ácido docosa-hexaenóico (DHA), ácido
eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosapentaenóico (DPA), entretanto a de
conversão de ALA para DHA, EPA e DPA são baixas, portanto, ingestão direta
destes PUFAs se torna a forma mais eficiênte de absorção (VENEGAS-
CALERÓN et. al., 2010).

Assim sendo, com o aumento do interesse científico na pesquisa


envolvendo PUFAs n-3, surgiram evidências da participação e influência
benéfica dessas moléculas em outras condições clínicas, como em uma
variedade de condições neurodegenerativas e neurológicas (DYALL e
MICHAEL-TITUS, 2008; DYALL, 2010; DENIS et. al., 2015). Outros estudos
recentes com ácidos graxos omega-3 demonstram propriedades
neuroprotetoras e neuroregenerativas, representando um potencial tratamento
para uma variedade de doenças neurodegenerativas, distúrbios neurológicos e
neuropatia diabética (DYALL, 2015; SCORZA et. al., 2014).

Tendo em vista o crescente interesse popular e científico pelos ácidos


graxos ômega-3, esse trabalho tem por objetivo revisar as evidências
científicas sobre os efeitos dos diferentes ácidos gráxos ômega-3 descrevendo
seu papel fisiológico e sua influência em patologias neurodegenerativas, bem
como em patologias de cunho cardiovascular, disponibilizando um material
para atualização teórica sobre essa temática que poderá contribuir na prática
clínica de profissionais da área da saúde, com ênfase no Nutricionista.
3 REFERENCIAL TEORICO

3.1 A Bioquímica estrutural e metabólica dos ácidos graxos n-3 (EPA,


DPA e DHA)

Define-se ácido graxo como sendo um ácido carboxílico com uma longa
cadeia alifática (hidrocarbonetos), que pode ser saturada ou insaturada. Tanto
nas células vivas vegetais como de animais os ácidos gráxos são produzidos a
partir da combinação de acetilcoenzima A, sendo sua estrutura composta por
números pares de átomos de carbono. Mas existem também ácidos graxos
ímpares, apesar de serem mais raros. Naturalmente a maioria dos ácidos
graxos se apresentam com número par de átomos de carbono, entre 4 e 28. Os
ácidos graxos geralmente são derivados de triglicerídeos ou fosfolipídeos.
Quando não estão ligados a outras moléculas, são chamados de ácidos graxos
livres (NELSON et. al. 2012).

Os ácidos graxos são, frequentemente, nomeados em forma abreviada e


acordo com suas estruturas químicas e são classificados como saturados,
moinsaturados e poli-insaturados, dependendo do número de duplas ligações
(GOMEZ, 2003).
Figura 1: Estrutura química dos ácidos graxos
Fonte: http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=2071

Os ácidos graxos são ácidos carboxílicos com cadeias de


hidrocarbonetos contendo de 4 a 36 carbonos, sendo encontrados
principalmente esterificados a triglicerídios, colesterol e fosfolipídios
constituintes das membranas celulares. Eles podem ser classificados em
saturados (contendo apenas ligações simples), monoinsaturados (uma ligação
dupla) ou poli-insaturados (duas ou mais ligações duplas). Os ácidos graxos
poli-insaturados podem ser representados usando-se a abreviação estrutural
que os identifica única e exclusivamente através do número de carbonos e de
duplas ligações (APOLLINÁRIO et al, 2011).

Os ácidos graxos podem ser classificados de acordo com sua saturação


de moléculas de carbono, caracterizada pelo número de ligações simples ou
duplas. Quando os ácidos graxos apresentam apenas ligações simples, são
denominados saturados - Saturated Fatty Acid (SAFA). Quando há uma dupla
ligação , estes são classificados como monoinsaturados- Monousaturated Fatty
Acid (MUFA) e na presença de duas ou mais instaurações são denominados
poli-insaturados – Poliunsaturated Fatty Acid (PUFA) ( RAPOSO, 2010).

Assim, de acordo com o tipo de ligações presentes em cada estrutura


molecular, podemos classificar os ácidos graxos como saturados,
monoinsaturados e poliinsaturados. A presença de insaturação na cadeia
hidrocarbônica dificulta a interação intermolecular, fazendo com que, em geral,
estes ácidos graxos se apresentem a temperatura ambiente no estado líquido.
Já os saturados, que possuem maior facilidade desta interação, apresentam-se
no estado sólido (HULBERT et al., 2004).

Os ácidos graxos saturados estão envolvidos na regulação de pressão


arterial, coagulação sanguínea e no correto desenvolvimento do sistema
nervoso (WALL et al., 2010).

Os ácidos graxos insaturados seguem o mesmo padrão dos ácidos


graxos saturados, exceto pela existência de uma ou mais duplas ligações ao
longo da cadeia. A dupla ligação ocorre entre carbonos (- CH=CH-) e de forma
alternada, isto é, um único átomo de carbono só forma uma dupla ligação ( do
tipo –CH-CH= CH-) e nunca –CH =CCH) ( ANGELO, 2006).

As duas classes de ácidos graxos poliinsaturados, ômega-3 e ômega-6


são metabolicamente diferentes e possuem funções fisiológicas opostas, deste
modo o equilíbrio nutricional é importante para conseguir a homeostase e o
desenvolvimento normal do organismo (SIMOPOULOS , 1993 apud ALMEIDA
et al., 2009).

Figura 2: Estrutura química ômega 3


Fonte: SANT’ANA(2004)

Os n-6 e n-3 são os precursores do n-6, ácido araquidônico (AA), n-3,


ácido docosahexaenóico (DHA) e n-3 ácido eicosapentaenóico (EPA),
respectivamente (DESAI; KEVALA; KIM, 2014; VAN ELST et al., 2014),

O corpo humano é incapaz de sintetizá-los, de modo que seus níveis


dependem de ingestão diária (FARES et al., 2014).

Os ácidos graxos das famílias n-6 e n-3 são obtidos por meio da dieta ou
produzidos pelo organismo a partir dos ácidos linoléico e alfa-linolênico, pela
ação de enzimas alongase e dessaturase. As alongases atuam adicionando
dois átomos de carbono à parte inicial da cadeia, e as dessaturases agem
oxidando dois carbonos da cadeia, originando uma dupla ligação com a
configuração cis ( MARTIN et al., 2006).

O DHA é o ácido graxo poliinsaturado mais comumente encontrado em


sistemas biológicos. Em altas concentrações, o DHA tem sido demonstrado ser
rapidamente incorporado em fosfolipídios da membrana plasmática e de
mitocôndrias, e parece ter um papel vital no desenvolvimento e funcionamento
destes órgãos e sistemas (SIDHU, 2003; STILLWELL, 2003).

O EPA, DPA e DHA são encontrados em peixes, como atum, salmão e


sardinha. O EPA, em especial, é encontrado em peixes de água fria e muito
utilizado para tratar pressão arterial elevada em gestações de alto risco
(eclampsia), doenças relacionadas com a idade e degeneração macular
(DMRI),doença cardíaca, esquizofrenia, transtorno de personalidade, fibroses
cística, depressão, Alzheimer, diabetes.1

O ácido eicosapentaenóico (EPA; C20:5 n-3), é considerado muito


importante por terem ações terapêuticas anti-inflamatórias valiosas, além de
ações protetoras em doenças como artrite reumatoide, fibrose cística, colite
ulcerativa, asma, aterosclerose, câncer, doenças cardiovasculares e
periodontite (NOGUEIRA, 2014).

Pouco se sabe sobre o consumo do ácido docosapentaenóico (DPA


22:5n-3), encontrado na maioria dos peixes e alimentos marinhos e também
presente na carne vermelha magra de ruminantes (KAUR et al., 2011).

Pesquisas indicam que os ácidos graxos pertencentes à família AGI-w 3,


particularmente o EPA, interferem na produção de prostaglandina trombótica e
tromboxano ou são transformados em prostaglandinas antitrombóticas e devido
aos estudos com os eicosanóides, têm se conhecido as suas ações vasculares
e hemostáticas (VISENTAINER et al,2000).

Uma das mais importantes funções dos ácidos graxos n-3 e n-6 está
relacionada à sua conversão enzimática em eicosanoides. Os eicosanoides
desempenham diversas atividades dentre elas modulam a resposta inflamatória
e resposta imunológica e tem importante papel na agregação plaquetária, no
crescimento e na diferenciação celular (CARMO et al.,2009).

Em mamíferos, incluindo os seres humanos, ácidos graxos saturados e


monossaturados podem ser obtidos pela dieta ou podem se sintetizados pela
síntese“ de novo” de ácido graxo (RATNAYAKE E GALLI, 2009).

1
http://humberto.ilorena.com/epa-acido-eicosapentaenoico-usos-efeitos-colaterais-interacoes-e-
avisos/
3.2 O papel metabólico e funcional de EPA, DPA e DHA no cérebro

O ômega 3, especialmente o DHA, acumulam-se no cérebro humano


durante o período perinatal, do início do terceiro trimestre de gestação aos 2
anos de idade, ao mesmo tempo em que ocorre uma rápida formação de
sinapses, maturação de células nervosas e crescimento cerebral (MARTINEZ,
1992).

Estima-se que 1/3 dos ácidos graxos que compõe as estruturas de


membranas cerebrais são da família n-3, o que reforça a sugestão de que um
consumo adequado desses lipídios pode beneficiar pacientes com doenças
neurológicas, entre elas a epilepsia (CYSNEIROS et al, 2011).

O cérebro possui uma diferente composição de ácidos graxos, com altos


níveis de palmitato e DHA, mas baixos níveis de outros tipos de ômega-3
PUFAs, especialmente EPA (APPLETON, 2015).

O DHA é um dos maiores representantes dos AGPIs n-3 no encéfalo, e


representa aproximadamente 12 a 16% do total de ácidos graxos presentes
(CALON; COLE, 2007).

O DHA é essencial para o desenvolvimento dos sistemas visual e


nervoso. O conteúdo deste ácido no cérebro e na retina é muito mais alto que
em outros órgãos e há mecanismos que mantém essa quantidade alta durante
períodos de deficiência. Durante o crescimento do cérebro, há uma grande
incorporação deste ácido que parece ter um papel importante no
funcionamento das membranas celulares no Sistema Nervoso Central (SNC)
(LAURITZEN et al., 2001).

O EPA e DHA desempenham papéis fundamentais neste órgão, entre


estes o DHA , AGPI n-3, presente em maior quantidade no cérebro e
importante para o seu desenvolvimento e plasticidade ( WU et al., 2008).

Em comparação com o DHA, o EPA está presente numa concentração


muito baixa de fosfolípideos cerebrais. No entanto, num estudo de perfusão
cerebral in situ, verificou-se que camundongos suplementados com EPA
durante um longo período apresentaram um aumento significativo na
concentração cerebral dos níveis desse AGPI. No mesmo estudo demonstrou-
se que assim com o DHA, o EPA atravessou facilmente a barreira
hematoencefálica (OUELLET et al., 2009)

A deficiência e a escassez de DHA podem levar a uma redução de


desempenho em tarefas relacionadas à memória, acuidade visual e, ainda, a
danos reprodutivos (SIDHU, 2003).

Já em relação aos sintomas depressivos, foi visto que há efeito positivo


maior da EPA em detrimento da DHA. Suplementos que contêm EPA >60% de
EPA + DHA totais, em uma gama de dose de 200 a 2200 mg / d de EPA em
excesso de DHA, foram eficazes contra a depressão primária (BLOCH, 2012).

3.3 EPA, DPA e DHA, Efeitos na Membrana e Plasticidade Neuronal

Cerca de 50% da membrana neuronal é composta de ácidos graxos


enquanto na bainha de mielina constituem cerca de 70%.

Os ácidos graxos funcionam tanto como substratos de energia como


componentes integrais da membrana celular. Acredita-se que a incorporação
de ácidos graxos poli-insaturados diminui a fração de colesterol total, o que
leva a um aumento na fluidez da membrana, componente essencial para
manter a função sináptica através do incremento na afinidade de receptores e
melhoria dos processos das diferentes funções cerebrais superiores. Há
descritas algumas regiões especificas onde o DHA tem um papel
predominante, sendo um deles a nível de hipocampo onde os níveis de DHA
são diretamente associados com a ingestão da dieta e a maiores níveis , sendo
mostrado um aumento nos processos de aprendizagem dependentes dessa
região enquanto que por outro lado o DHA está ligado a fenômenos de
neurogeneses hipocampal no cérebro adulto ( ADOLFO, 2011).

Nas membranas neuronais o DHA é encontrado principalmente em


fosfoglicerídios, cujo grupo R é a etanolamina ou a serina com ácido esteárico
na posição sn-1 e o DHA na posição sn-2. Em condições normais, o perfil
lipídio no cérebro é rigorasamente mantido e este é importante para
manutenção da função cerebral normal (KIM, 2007).

O conteúdo de DHA em membranas cerebrais é de importância crucial


para o desenvolvimento ideal das funções cerebrais. Níveis reduzidos de DHA
no cérebro são acompanhados por déficit de aprendizagem ligado a
deficiências nos processos de neurotransmissão. Além disso, a redução de
fornecimento DHA ao cérebro produz diminuição do metabolismo energético
cerebral (HARBEBY et al., 2012).

Dietas com AGPI reduzem a concentração de colesterol ligada à


membrana neuronal, que em excesso, causa rigidez desta última. Em células
não neurais, a suplementação com DHA aumenta a fluidez da membrana e o
índice de insaturação dos ácidos graxos (HORROCKS; FAROOQUI, 2004).

A influência do DHA nas propriedades de membrana, como fluidez,


permeabilidade e capacidade de fusão afeta a atividade de várias proteínas de
membrana (canais iônicos, receptores, transportadores, enzimas), além das
vesículas sinápticas, assim modulando vários sistemas de neurotransmissores
( STILLWELL e WASSAL, 2003).

Acredita-se que os efeitos neurofisiológicos benéficos do DHA ocorrem


em parte pela manutenção da fluidez e integridade da função de membranas
plasmáticas cerebrais, e em parte pela geração de produtos de oxidação
(LUKWIN E BAZAN, 2008).

Os ácidos graxos encontrados nas membranas cerebrais são de grande


importância na regulação da função cerebral , quando incorporados à
membrana dos neurônios, alteram suas características físico-químicas,
podendo assim participar ativamente de processos de sinalização celular, por
exemplo, os fosfoglicerolípideos participam ativamente da sinalização celular,
regulação da atividade enzimática e apoptose (YOUDIM et al., 2000).

Uma deficiência de ômega-3 produz alterações na composição de


fosfolípideos de membrana neuronal no córtex frontal e no hipocampo, com
uma diminuição considerável do DHA. Essa deficiência no tecido cerebral, por
sua vez, pode afetar significativamente a atividade das enzimas ligadas à
membrana, canais iônicos e receptores, como a bomba de sódio e potássio,
proteína quinase-C e outras enzimas relacionadas com a transdução de sinal
(HORROCKS; FAROOQUI, 2004).

3.4 Neuropatologias e estudos clínicos associados aos ácidos graxos n-3

A utilização de EPA, DPA e DHA como terapia medicamentosa em


distúrbios neurodegenerativos ainda carece de maior conhecimento sobre o
papel biológico individual desses ômega-3 PUFAs no cérebro (KNOCHEL et
al., 2015).

3.4.1 Epilepsia

Em 2016, uma pesquisa coordenada por cientistas da Universidade


Federal de São Paulo (Unifesp) foi publicada no mês passado na
revista Epilepsy and Behavior* revelou que o ômega-3, forma de gordura
presente em algumas espécies de peixe, pode ajudar no combate à epilepsia.
Em experimentos com animais, os pesquisadores verificaram que o ômega-3 é
capaz de minimizar a morte de neurônios (células nervosas) durante as crises
epilépticas e ajudar na regeneração do tecido cerebral.

3.4.2 Doença de Parkinson

Um estudo realizado em 2001, por uma equipe de pesquisadores da


Universit Laval na FASEP jornal, revista da Federação das Sociedades
Americanas para Biologia Experimental, em relação aos ácidos graxos ômega-
3, proteger o cérebro contra doença de Parkinson, os camundongos que foram
alimentados com ração enriquecida por ômega-3, pareciam ser imunizados
contra a ação de uam substancia tóxica, o MPTP (Metil Fenil Tetraidropiridina)
que destrói seletivamente neurónios dopaminérgicos do SNS (substancia
negra compacta). A MPTP deve ser oxidada pela enzima MAO-B (Momoamina
Oxidase B) para ser neurotóxica, essa substância produz normalmente os
mesmos efeitos como Parkinson sobre o cérebro. Este estudo constituí a
primeira manifestação do efeito protetor de um alimento rico em ômega 3
contra o MPTB e contra a doença de Parkinson (BOUSQUET et al., 2007).

3.4.3 Doença de Alzheimer

Os indivíduos que consomem alimentos fontes de ômega-3 possuem


menor probabilidade de desenvolver a doença de Alzheimer e maior
probabilidade de minimizar os efeitos da doença ( VALENZUELA et al., 2008)

Num estudo prospectivo observacional, com duração de cerca de 9


anos, verificaram-se associações inversas entre o risco de demência (de várias
etiologias) e o conteúdo em DHA da fosfatidilcolina plasmática, bem como
entre o risco de DA e ingestão de peixe. Os resultados da investigação
revelaram que indivíduos, cuja frequência de consumo de peixe era superior a
duas vezes por semana, apresentavam uma redução do risco de DA de 50%
(SCHAEFER et al., 2006).

Uma deficiência de ômega-3 produz alterações na composição de


fosfolípideos de membrana neuronal no córtex frontal e no hipocampo, com
uma diminuição considerável do DHA. Essa deficiência no tecido cerebral, por
sua vez, pode afetar significativamente a atividade das enzimas ligadas à
membrana, canais iônicos e receptores, como a bomba de sódio e potássio,
proteína quinase-C e outras enzimas relacionadas com a transdução de sinal
(HORROCKS; FAROOQUI, 2004).

3.4.4 Trissomia do 21
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