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MARINA DIBLASI CANESCHI

Sistema nervoso somático

Organização do sistema nervoso

• Sistema nervoso autônomo:

↪ SN simpático

↪ SN parasimpático

↪ SN entérico

• Sistema nervoso somático

↪ Músculos esqueléticos: contração muscular

Origem do sistema nervoso somático: nervos cranianos e espinhais

‣ Craniano: inervação em cima da musculatura da face

‣ Espinhais: vão se dirigir aos diferentes músculos esqueléticos (perna, braço, respiração, etc)

⇨ Inervação do músculo estriado esquelético: nervo espinhal sai da medula, se arboriza e vai para o

músculo esquelético, promovendo movimentos

Características do SNS:

↦ Voluntário

↦ Motoneurônico no corno anterior da medula espinhal (pares espinhais) ou no tronco cerebral (pares

cranianos) e vai diretamente ao ejetor (músculo esquelético)

↦ Neurônio sempre vai liberar neurotransmissor que será excitatório

↦ Sinapse será colinérgica: neurotransmissor será sempre a acetilcolina e os receptores serão sempre

nicotínico do tipo II (pós sinapse)

↦ Músculo estriado vai ser dependente do nervo que irá chegar nele, ou seja, para que ele faça o

movimento, ele depende do estímulo no nervo

↦ Se por algum motivo a sinapse for prejudicada, o músculo sofre um processo de degeneração, ou

seja, sofre atrofia muscular

↦ Se há lesão do neurônio motor inferior (neurônio que irá fazer contato com o músculo): paralisia

flácida (músculo pode perder a força muscular), hipotonia (baixo tônus muscular), falta de reflexos

(arreflexia) ou uma hipo-atrofia ou atrofia total

↦ A junção neuromuscular precisa mandar sinais para o músculo contrair e se manter saudável

↦ Músculo precisa ser sempre estimulado, se não, ele sofre

OBS: Glutamato é um NT que atua no SNC. NÃO atua da musculatura

MARINA DIBLASI CANESCHI

Inervação do músculo estriado esquelético

↪ Córtex motor que vai definir quais fibras serão ativadas para trabalhos mais finos ou mais fortes

• Unidade motora: número de fibras musculares inervadas por uma única fibra nervosa

⇨ Quanto menor o número de fibras ativadas, mais leve o movimento

⇨ Quanto maior o número de fibras ativadas, mais rápido e pesado é o movimento (precisa de mais

tônus muscular)

Transmissão neuromuscular:

• Sinapse nos músculos: transmissão do PA elétrico, que vai se espalhar do neurônio 1 (pré sinapse)

para o músculo (pós sinapse)

↦ Neurotransmissor é acetilcolina

• Fenda sináptica: espaço entre axônio e músculo

↦ Pós-sináptica: receptores (nicotínicos do tipo II) ⇨ são ionotrópicos (permitem a passagem de íons)

↦ Se não há PA, não libera neurotransmissor. É necessário que a PA chegue e abra os canais de

cálcio voltagem dependente. Com a abertura dos canais de cálcio, a vesícula sináptica libera

acetilcolina para a fenda sináptica

MARINA DIBLASI CANESCHI


⇨ Receptor Nicotínico (N2)

↪ Canal que, com a presença de duas acetilcolinas, se abre, promove a entrada de sódio e ocorre a

despolarização

↦ Acetilcolina abre o canal iônico (o canal mantém-se fechado, até que duas moléculas de acetilcolina

se ligue às duas subunidades proteicas alfa. Isso provoca alteração conformacional que abre o

canal)

↦ Promove entrada de sódio na célula (entrada de sódio supera a saída de potássio

↦ Despolariza (o grande número de íons sódio que entra na fibra que leva com eles um grande

número de cargas positivas)

‣ Potencial de placa motora: O influxo de íons sódio para a fibra muscular quando os canais
colinérgicos se abrem causa variação do potencial elétrico no interior da fibra no local da placa
motora criando um potencial suficiente para iniciar a abertura de mais e mais canais de sódio,
iniciando um potencial de ação na membrana da fibra muscular

Destinos da acetilcolina depois de ser liberada:

↦ Difunde-se pela fenda sináptica

↦ Combina com o receptor nicotínico do tipo II (N2)

↦ Despolariza a placa motora

↦ É metabolizada pela acetilcolinesterase em colina e acetato

Região quimioexcitável

↦ Local de liberação dos NT, onde há receptores N2

↦ Precisa de uma substância química (NT) para que o potencial chegue

• Presença de receptores N2 ionotrópicos

• PA precisa se espalhar pela fibra muscular ⇨ espalha por abertura de canais de sódio voltagem

dependente (eletroexcitável)

↦ Gera potenciais graduados

• Potencial não é de ação e sim de placa motora

Região eletroexcitável

↦ Local que espalha o PA (sarcolema)

↦ Ocorre de maneira elétrica através da abertura dos canais de sódio voltagem dependente

↦ Se propaga por diferença de potencial (DDP)

↦ Não possui receptores e sim canais de sódio PDC

↦ Não pode manter a despolarização prolongada, pois vai ter inativação dos canais de sódio depois

da passagem de um certo valor máximo de potencial

MARINA DIBLASI CANESCHI


Contração muscular

↪ Sarcômero diminuindo de tamanho e os filamentos finos deslizando sobre os filamentos grossos

• Tropomiosina: proteína que não permite que a miosina se ligue com a actina

↦ está associada com as troponinas

↳ possuem subunidades que se ligam ao cálcio

Quando o cálcio se liga a troponina, faz com que a tropomiosina seja deslocada e ocorra o
deslizamento dos filamentos finos (actina) sobre os grossos (miosina)

⇨ Só ocorre a contração se o cálcio se ligar a troponina

⇨ Para o músculo relaxar, é necessário que o cálcio saia e permita que a tropomiosina retorne a sua

posição de origem. Assim, as fibras (actina sobre miosina) não vão mais conseguir deslizar

• Despolarização do neurônio motor

• Liberação de acetilcolina na placa motora (quimioexcitável)

• Ligação da acetilcolina com os receptores nicotinicos II

• Despolarização da placa motora

• Geração do potencial de placa motora (quimioexcitável)

• Geração do potencial de ação das fibras musculares (eletroexcitável)

• Túbulos T: Extensoes internas da membrana celular. Assim, quando um potencial de ação se


propaga pela membrana da fibra muscular, a alteração do potencial também se propaga ao longo
dos túbulos T para o interior da fibra muscular. As correntes elétricas que circundam esses túbulos T
então provocam a contração muscular

• Liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático: No interior dos túbulos vesiculares do retículo,


existe um excesso de íons cálcio em alta concentração e muitos desses íons são liberados de cada
vesícula quando um potencial de ação ocorre em um túbulo T adjacente

• Interação da actina com a miosina

• Contração muscular: Uma vez liberados dos túbulos sarcoplasmáticos, os íons cálcio se difundem
nos espaços entre as miofibrilas provocando a contração muscular que permanece enquanto a
concentração do íon continua elevada

⇨ DHP: receptores dihidropiridina ⇨ receptores presentes do túbulo T. Eles são ativados quando o

potencial de ação chega até ele

⇨ RY1: receptor ryanodina 1 ⇨ receptores presentes na membrana do reticulo sarcoplasmático. Eles

são ativados pelo DHP

⇨ Assim, o reticulo sarcoplasmatico libera o cálcio pelo RY1, para a contração.

Relaxamento muscular

‣ Serca

↦ Canal de cálcio ATPásico (gasta ATP)

↦ Retira cálcio que está no sarcolema e faz com que ele retorne para o retículo sarcoplasmático (local

que há muita concentração de cálcio)

↦ Está na membrana do retículo sarcoplasmático

↦ É importante para relaxar o músculo

↦ Pega o cálcio e faz com que ele retorne para o retículo. Há gasto de ATP, pois essa ação ocorre

contra o gradiente de concentração

‣ Interferência na função neuromuscular de importância clínica:

1. Toxinas

• Liberadas por plantas ou animais, incluindo bactérias

• Substâncias liberadas por outro organismo que vai interferir no processo de contração muscular

MARINA DIBLASI CANESCHI


ex: Toxina de baiacu, toxina de algas da maré vermelha

↬ Causa o bloqueio dos canais de Na PDC ⇨ não consegue despolarizar o músculo (não há

PA) ⇨ Paralisia muscular

↬ Grave: quando chega na região muscular da respiração

ex: Toxina do sapo: batracotoxina

↬ Aumenta a condutância ao NA ⇨ vai acontecer despolarização mantida ⇨ Impede a


condução axonal

ex: Escorpião: toxina escorpiônica

↬ Inibe a inativação dos canais de Na ⇨ despolarização é mantida ⇨ Impede a condução


axonal

ex: Viúva negra: latrotoxina

↬ ocorre liberação explosiva de acetilcolina ⇨ Esgotamento de NT

2. Doenças

• Botulismo

↦ Neurotoxina (toxina que atua em cima do neurônio) do clostridium botulinum

↦ Bactéria libera neurotoxina a nível intestinal que chega no sistema nervoso

• Botox

↦ Toxina diluída que possui efeito em cima da paralisação do músculo que ela foi injetada

↦ Botox também pode ser utilizado em situações onde há contração muscular dolorosa (AVC)

• Causas

↬ Latas amassadas contaminadas

↬ Botox quando é aplicado, cai na corrente sanguínea por erro de aplicação e causa da doença

• Sintomas

↬ Disfalgia: dificuldade de engolir

↬ Displopia

↬ Ptose pálpebras

↬ Paralisia flácida simétrica

Síndrome de Lambert-Eaton

↦ Ocorre em pessoas que tem câncer de pulmão de células pequenas

↦ Pessoas imunodeprimidas

↦ Ocorre destruição auto-imune dos canais de cálcio voltagem sensíveis: canais de cálcio terão

anticorpos e ocorre menor entrada de Ca ⇨ menor liberação de NT

• Tratamento: substância antagonista do canal de K+ ⇨ despolarização ⇨ melhora a entrada de

cálcio

Tétano

↪ Bactéria gram positiva que libera toxina

↦ Toxina entra por cortes pequenos com objetos que possuem a bactéria

↦ Uma neurotoxina que tende a se deslocar pela bainha de mielina até chegar a medula espinhal

↦ Ocorre aumento das sinapses excitatórias

MARINA DIBLASI CANESCHI


‣ Tétano neonatal

↪ Regiões onde as vacinas não são comuns e onde pessoa pratica situações, como pegar o barro e

colocar não cordão umbilical, que ocorre o tétano neonatal

↦ criança perde o tônus muscular

Interferências farmacológicas na função neuromuscular

1. Bloqueadores neuromusculares competitivos:

A. Curare: Compete, de maneira competitiva, com acetilcolina, pois se liga ao N2 ⇨ despolarização

não ocorre

B. Succinilcolina: Não é quebrada pela acetilcolinesterase. Uma vez que se liga no receptor da

acetilcolina ela tende a manter a despolarização da placa motora, pois ocorre

abertura e entrada de Na na região

• Condições que favorecem

↦ Infusão venosa, uso de altas doses

↦ Paciente com colinesterase atípica

↦ Deficiência de colinesterase (desnutrição)

↦ Crianças

↦ Paciente miastênico

2. Bloqueadores neuromusculares despolarizastes (não-competitivo)

↪ Se liga ao receptor N2 e despolariza a placa motora

↪ Como não é substrato da acetilcolinesterase, produz despolarização prolongada (fasciculações)

⇨ Inativação dos canais de cálcio ⇨ Paralisia flácida

↪ Usada para intubação ⇨ Rápido efeito

3. Anticolinesterásicos

↪ Inibidor da ache ou achase ⇨ aumenta a concentração de ach na fenda sináptica ⇨ aumenta

estímulo dos receptores colinérgicos

Miastenia Gravis

Doença autoimune com ac contra receptores da placa motora

Pouca acho se ligando aos receptores ⇨ falta de contração muscular

• Sinais e sintomas

↬ Diplopia

• Tratamento

↬ Uso crônico de anticolinesterasicos

↬ Corticoide

↬ Plasmaferese

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