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REVESTIMENTO E
ACABAMENTO
PROFESSORA
Me. Carla Prado Vieira Verdan
Impresso por:
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor
Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio
Ferdinandi.
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Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos IGC 4 em 8 anos consecutivos. Estamos entre os 10
com princípios éticos e profissionalismo, não maiores grupos educacionais do Brasil.
somente para oferecer uma educação de qualidade, A rapidez do mundo moderno exige dos educadores
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão soluções inteligentes para as necessidades de todos.
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- Para continuar relevante, a instituição de educação
nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional precisa ter pelo menos três virtudes: inovação,
e espiritual. coragem e compromisso com a qualidade. Por
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia,
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro do ensino presencial e a distância.
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, promover a educação de qualidade nas diferentes áreas
com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. do conhecimento, formando profissionais cidadãos
Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais que contribuam para o desenvolvimento de uma
de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos sociedade justa e solidária.
pelo MEC como uma instituição de excelência, com Vamos juntos!
boas-vindas
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,
iniciando um processo de transformação, pois quando estes materiais têm como principal objetivo “provocar
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta
profissional, nos transformamos e, consequentemente, forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
transformamos também a sociedade na qual estamos em busca dos conhecimentos necessários para a sua
inseridos. De que forma o fazemos? Criando formação pessoal e profissional.
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível e construção do conhecimento deve ser apenas
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita.
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos
se educam juntos, na transformação do mundo”. fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
Os materiais produzidos oferecem linguagem das discussões. Além disso, lembre-se que existe
dialógica e encontram-se integrados à proposta uma equipe de professores e tutores que se encontra
pedagógica, contribuindo no processo educacional, disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
complementando sua formação profissional, seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
desenvolvendo competências e habilidades, e trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, acadêmica.
autores
http://lattes.cnpq.br/3571160271625730
apresentação do material
PEDRAS NATURAIS E
ARTIFICIAIS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Agregados, aglomerantes e misturas
• Pedras naturais
• Pedras artificiais
• Sustentabilidade
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer o uso dos agregados e aglomerantes, entender o que esses
elementos compõem e onde estão aplicados e sua importância dentro do
sistema da construção.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade das pedras
naturais.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade das pedras
artificiais.
• Apresentar como esses materiais se comportam em relação ao conceito de
sustentabilidade.
unidade
I
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à primeira unidade do nos-
so livro! Nesta unidade, estudaremos, as pedras e as diversas
formas e funções que esta matéria-prima apresenta na área da
construção civil e, portanto, no design de interiores. As pedras
estão presentes na ambientação desde sua parte estrutural, e não estamos
falando apenas das estruturas antigas, em que existiam as paredes de pe-
dras. Estamos falando das edificações modernas com os seus novos ma-
teriais e paredes leves (ou montantes leves). É que todas essas tecnologias
novas apresentam, em sua constituição,o uso dos minerais que compõem
as pedras naturais e também as artificiais.
Para compreender a importância desses elementos, iniciamos conhe-
cendo os aglomerantes, os aglomerados e as suas misturas. Esses materiais
possuem diversas funções, e dentre as mais conhecidas está a de “colar” as
estruturas, revestimentos ou acabamentos. Entretanto, a partir dessas fun-
cionalidades iniciais, esses materiais vão adquirindo novas possibilidades,
e, além de preparar as estruturas para receber seus acabamentos, podem,
às vezes, tornarem-se o próprio acabamento, como é o caso do concreto
aparente e do cimento queimado.
Veremos também, na segunda e terceira partes da unidade, as pedras
naturais e as pedras artificiais, o que são, como são aplicadas nos ambien-
tes e quais as relações entre elas. As pedras artificiais aparecem nas am-
bientações com muito destaque e são assim denominadas pela similarida-
de do seu uso e também da sua estética. Na quarta parte, estudaremos a
sustentabilidade e como os materiais vistos anteriormente são compreen-
didos quando relacionados a essa questão.
Ótimo estudo!
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO
Quando entramos em um ambiente que nos fascina têm como finalidade produzir as argamassas e o con-
pela sua beleza, pelo seu conforto e funcionalidade, creto (que são as misturas). Estas misturas, por sua
reparamos em cada detalhe, desde as cores das tintas vez, são utilizadas na estrutura da construção. Suas
ou o desenho dos papéis de parede até as cortinas e os aplicações vão desde revestimentos de piso, parede
estofados e, também, no piso e nos materiais dos mobi- e teto, argamassas para assentar os azulejos e as pla-
liários. Contudo dificilmente pensamos nos elementos cas cerâmicas, e podem até fazer diferentes tipos de
que asseguram a existência de todos esses acabamen- reparos. Sua aplicação se estende até as fundações e
tos, aqueles que estão longe de nossa visão, mas que, canalizações e estas são apenas algumas, dentre mui-
mesmo assim, são fundamentais para a correta am- tas outras, aplicações que esses elementos, possuem.
bientação de um espaço. Alguns desses elementos são Essas misturas, formadas por estes dois elementos,
os que chamamos de agregados e aglomerantes. denominados agregados e aglomerantes, possuem
De acordo com Ambrozewicz (2012), esses ma- origem natural e seus componentes são os minerais
teriais – os agregados e os aglomerantes – juntos, que existem nos nossos solos, como a argila e a areia.
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A partícula mineral do solo varia em tamanho, A argila expandida também é utilizada no pai-
desde a argila microscópica às rochas de mui- sagismo em pequenos vasos e bonsais. Serve
tos metros. Os fragmentos com mais de 75 como material que drena a água e absorve os
mm de diâmetro são denominados pedras. nutrientes, bem como o cascalho.
Fonte: Troeh e Thompson (2007, p. 18). Fonte: adaptado de Cinexpan ([2019], on-line)1.
OS AGREGADOS OS AGLOMERANTES
Materiais que podem ser de origem natural, como a Ambrozewicz (2012) nos informa que os aglome-
areia ou, ainda, como nos informa o estudioso Am- rantes são materiais que, misturados à água, formam
brozewicz (2012), o cascalho – conhecido também pastas e, portanto, fazem a integração com os agre-
como pedregulho – e a brita são extraídos de jazidas gados, sejam miúdos ou graúdos, transformando-se,
e/ou minas e sofrem outros processos até sua apli- como dito anteriormente, em argamassas e concreto.
cação na construção civil. No entanto os agregados Os exemplos que o estudioso cita de aglomerantes
podem ser materiais artificiais, como a argila expan- são: cal, gesso, cimento Portland e outros materiais
dida ou o concreto reciclado de demolições. Ainda, chamados betuminosos. A seguir, suas definições:
em relação às suas classificações, podem ser leves, • A cal é utilizada para diversas aplicações, por
normais ou pesados e, sobre suas medidas, o autor exemplo, na produção de argamassas para as-
sentamento de revestimentos e produção de
nos informa que podem ser classificados como mi- tijolos.
údos ou graúdos. Explicando de forma simplista, a • O Cimento Portland possui este nome por-
finalidade do agregado, quando parte da mistura do que foi inventado na Inglaterra na mesma
concreto e da argamassa, é dar-lhes resistência. época em que era modismo utilizar em cons-
truções pedras de cores acinzentadas vindas
de uma ilha de Portland, logo, pela caracte-
rística de semelhança de cores, o construtor/
inventor nomeou o material de Portland. Sua
definição é “[...] um pó bem fino com pro-
priedades aglomerantes, que endurece sob a
ação da água. Depois de endurecido, perma-
nece estável, mesmo que submetido à ação da
água” (AMBROZEWICZ, 2012, p. 76).
Figura 1 - Argila Expandida
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MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO
SAIBA MAIS
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Por todos os dados anteriores, os profissionais selecio- 2. Resistente à umidade RU – para áreas que
nam o gesso para solucionar diversos problemas de podem vir a sofrer com umidade, mas de for-
ma limitada em quantidade pequena.
acordo com as necessidades do projeto. Podemos citar
3. Resistentes ao fogo RF – para áreas secas
como exemplo: divisórias internas para ambientes, re- com necessidade de resistência ao fogo.
baixamento do pé direito com o uso do forro de gesso,
liberdade no desenvolvimento de projetos de ilumina- Estes três tipos de placas de gesso acartonado são indi-
ção, criação de nichos, estantes e muito mais. Essas di- cados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas,
visórias de gesso, hoje, são denominadas cartonadas, cuja norma é denominada ABNT NBR 14715-1:2010.
ou ainda, elo nome drywall, “[...] possuem um núcleo
de gesso coberto com papel ou outro material” (BIN- SAIBA MAIS
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MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO
AS MISTURAS
Figura 4: Argamassa
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SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
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SAIBA MAIS
REFLITA
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MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO
Pedras Naturais
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O que isso significa quando falamos das pedras que o uso das pedras naturais como revestimento de
naturais? Bom, o uso das pedras naturais como recur- paredes internas e fachadas na sociedade brasileira
sos estéticos na ambientação pode ser explicado, por possui um caráter luxuoso porque retoma o passado
exemplo, pela retomada do contato do homem com histórico brasileiro – a cidade de Ouro Preto, antiga
a natureza, estimulando-o pelo tato, audição e visão. Vila Velha, foi uma das mais ricas cidades do Brasil,
Como isso poderia acontecer? Observe o crescente pela extração, obviamente, de suas pedras naturais.
uso das pedras como revestimentos dentro de salas A sua utilização, entretanto, não é apenas rela-
de banho. Tal contato entre água e pedras pode nos cionada às questões dessas ordens. As qualidades
relembrar as cachoeiras naturais, ou seja, uma ques- funcionais destes materiais são diversificadas e po-
tão sensorial do uso do material na ambientação. dem variar muito de acordo com o tipo de pedra.
Portanto, abordaremos, agora, algumas informações
técnicas.
Troeh e Thompson (2007) apresentam três tipos
de rochas (lembrando que as pedras são fragmentos
de rochas que possuem cerca de 75 mm de diâme-
tro), sendo elas: rochas ígneas, rochas sedimentares
e rochas metamórficas. As ígneas são formadas pelo
esfriamento do magma (massa pastosa que existe
abaixo da superfície da terra), sendo o granito uma
rocha ígnea. Rochas sedimentares são formadas
pelo endurecimento de diversos materiais carrega-
dos pela água e vento. Um exemplo desse tipo de ro-
cha utilizado na ambientação é a pedra São Tomé e o
Travertino. Por fim, as rochas metamórficas são for-
madas pela transformação de outras rochas quando
estão sob muito calor e pressão, sendo o mármore
uma rocha que está nesta classificação. É importante
retomar que essa classificação nos ajuda a entender
um pouco mais de suas qualidades, mas, ainda as-
Figura 6 - Ouro Preto sim, os diversos tipos de rochas possuem inúmeras
características, e ao desejar especificá-las em um
Sobre as questões subjetivas, tal relação funciona projeto, é necessário e importante buscar suas carac-
quando conectamos a nossa percepção dos mate- terísticas específicas.
riais às nossas experiências de mundo, à nossa cultu- Vamos observar algumas características do gra-
ra, religião, tradição, comunidade, isto é, todos esses nito, do mármore, do Travertino e da Pedra São
são elementos que influenciam como “compreende- Tomé, de acordo com as pesquisadoras Farrelly e
mos” os materiais. Para exemplificar, podemos dizer Brown (2014):
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GRANITO
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SAIBA MAIS
Uma pedra natural utilizada em grande escala no Brasil Colonial, especificamente em Ouro Preto, antiga
cidade de Vila Velha, no estado de Minas Gerais, é a conhecida pedra sabão. Sua aplicação decorativa em
interiores se deu como acabamento ornamentado de paredes, colunas e outros, transformando a am-
bientação com esculturas. Por ser uma pedra macia, pode ser esculpida e, assim, tornou-se o material de
destaque das obras de Aleijadinho, artista que representou o Estilo Barroco no Brasil, e está presente em
grande parte das igrejas da cidade e sua região.
É também de pedra sabão a maior obra a céu aberto do artista Antônio Francisco Lisboa - o Aleijadinho, em
Congonhas, ainda no estado de Minas Gerais, onde estão em exposição os 12 profetas.
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Figura 12 - Seixos
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO
SAIBA MAIS
Fonte: a autora.
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SAIBA MAIS
A normativa da ABNT (Associação Brasileira de Normas e Técnicas) que trata das rochas para reves-
timentos de edificações é a NBR 15012. De acordo com a matéria do site oficial da Associação, esta
norma apresenta e define os termos geológicos das rochas, destaca alguns de seus tipos petográficos,
compreendidos como os principais, além de suas texturas e estruturação.
REFLITA
Algumas pedras, como o mármore, possuem “veios” ou “estampas naturais”. Ao mesmo tempo em que
podem nos limitar na criação, podem servir para transformar certos elementos e diferenciar o projeto
de modos audaciosos!
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MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO
Pedras Artificiais
Aluno(a), pas páginas de anteriores, estudamos as Com a evolução tecnológica, a sociedade conseguiu
rochas, aquelas que são utilizadas pela construção desenvolver, a partir do manuseio dos elementos
civil e aplicadas como revestimentos de paredes, pi- minerais encontrados nas rochas naturais, materiais
sos e como mobiliários. Elas podem ser rústicas (em que, nomeou de pedras artificiais.
estado natural) ou tratadas para que, por exemplo, Assim como existe grande diversidade de tipos
apresentem-se polidas, isto é, com o aspecto bri- e classificações de pedras naturais, também existe
lhante. Essas rochas e pedras são extraídas da na- variedade de pedras artificiais. Veremos, a seguir, al-
tureza, portanto são denominadas pedras naturais. gumas dessas novas opções.
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O pesquisador Lima (2010), em sua dissertação de Também podemos encontrar, no mercado atual, um
mestrado, nos apresenta o material denominado produto de grande qualidade, beleza e resistência.
marmoglass, desenvolvido industrialmente a partir Conforme dados da empresa desenvolvedora, esse
do mineral sílica. O resultado é de qualidade supe- material é composto de resina acrílica e minerais,
rior, com dureza única e resistência, principalmente sendo o mineral TriHidrato de Alumina (ATH)
à abrasão, maior que o granito. o principal em sua composição. Tal material é co-
Desta forma, o marmoglass pode ser utilizado nhecido no mercado como Corian. De acordo com
para revestimento de paredes externas e internas, os dados comerciais, ele não é poroso, é maciço e
pavimentação interna, bancadas, tampos de mesas, maleável porque é termomodável, isto é, torna-se
soleiras, rodapés, entre outros. modável quando exposto a altas temperaturas, acei-
ta reparações e pode até ser reaproveitado após seu
SAIBA MAIS descarte. Apesar de artificial, não é tóxico, e recebeu
o certificado Green Guard Indoor Air Quality.
A resistência à abrasão representa a resistên-
cia ao desgaste de superfície, causado pelo
movimento de pessoas e objetos. A sujeira
trazida nos sapatos acelera o desgaste nas
vias preferenciais de circulação.
SAIBA MAIS
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MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO
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DESIGN
SAIBA MAIS
A “Escala de Mohs” foi criada por Friedrich Mohs (1773-1839). Ele organizou dez minerais por ordem de
dureza, sendo o número um utilizado para o mais mole, e dez, para o mais duro.
Figura 16 - Nanoglass
Fonte: Alicante ([2019], on-line)5.
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MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO
Sustentabilidade
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Sustentabilidade é suprir as necessidades atu- -primas finitas, porque demoram muito para serem
ais sem comprometer a capacidade das futu- desenvolvidas pela natureza – questão de milênios.
ras gerações suprirem as suas necessidades, Portanto, estamos utilizando produtos que, no nos-
Segundo a omissão Mundial sobre Meio Am-
biente e Desenvolvimento das Nações Unidas
so futuro, não existirão.
(MOXON, 2012, p. 14). O autor ainda afirma que esses materiais, quan-
do escassos, geram conflitos entre os homens, au-
Qual é a importância do(a) designer de interiores mentando a preocupação pela segurança mundial.
que trabalha no âmbito da construção civil, a qual, Além disso, ao extraírem as rochas por escavações,
aliás, é uma das áreas que mais agridem o meio am- os homens produzem enorme alteração no meio
biente? De acordo com o autor Siân Moxon (2012), ambiente local, uma “cicatriz”, como o pesquisador
somos profissionais envolvidos completamente com nos informa, que afeta os animais e até o homem da
a sustentabilidade. Por quê? São os designers de in- região.
teriores que, em seus projetos, definem o que será Também é preciso pensar na questão social, pois
reutilizado e o que será descarte, que especificam os o trabalho com a extração de rochas é perigoso ao
novos materiais para os ambientes, tanto os novos ser humano, sendo assim, é muito importante re-
quanto aqueles que serão reformados. São esses os pensar sua aplicação ou seu descarte em um projeto
profissionais que vão acompanhar a obra e observar de interiores.
se a separação e a destinação dos materiais de des- Moxon (2012) continua nos alertando sobre o
carte são feitos corretamente e se não há desperdício uso das pedras naturais, nos apresentando os se-
de materiais. O(a) designer de interiores deve com- guintes dados: as rochas, além de extraídas, devem
preender e atuar com a postura de responsabilidade ser carregadas à fábrica, onde se transformarão em
socioambiental. placas que, por sua vez, serão novamente transpor-
O assunto desta primeira unidade de estudo se tadas até a obra, onde ocorrerá sua instalação (pen-
destinou a tratar das pedras, sendo elas naturais e sando ainda em um projeto de uso simples, caso haja
artificiais, com as funções de revestimento e aca- necessidade, ainda é possível a peça passar por mais
bamento, e também aquelas que servem como ins- processos – por exemplo, o manuseio da placa por
trumento de assentamento, reboco e emboço e até um artesão antes da entrega na obra). Após a insta-
falamos sobre aquelas que fazem parte da estrutu- lação, o material demandará manutenção e limpeza.
ra da edificação em si, como o concreto. Pensando Finalmente, para seu descarte ou reciclagem, ainda
nisso, como esses materiais são analisados pela vi- será transportada. Isso significa que o processo “gas-
são da sustentabilidade? ta” muito combustível, contribuindo para os proble-
O primeiro fato que Moxon (2012) aponta em mas de emissão de carbono na atmosfera – mais um
seus estudos é que as pedras naturais são matérias- ponto negativo.
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MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO
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DESIGN
Figura 17 - O uso de concreto como revestimento diminui o consumo de mais materiais para a obra
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considerações finais
N
esta unidade, aluno(a), você iniciou seus estudos acerca dos mate-
riais e pôde observar como este é um assunto rico, complexo e, ao
mesmo tempo, instigante. Os estudos acerca dos materiais no design
de interiores sempre estarão relacionados à estética, à técnica e às tec-
nologias. Da mesma forma, também possuirão relação com a sociedade nos seus
aspectos sociais, econômicos e subjetivos.
O estudo das rochas, pedras e minerais já nos antecipou algo muito frequente
em todas as próximas unidades; agora, você sabe que os materiais possuem di-
versidade, variedade e que cada um deles possui sua própria beleza, mas também
possuem significado para sociedade. Você viu algumas propriedades físicas das
pedras, porém também pôde compreender como refletir acerca da aplicabilidade
delas por meio de nossos estudos de caso.
Você viu também que a tecnologia e a evolução do saber científico do ser hu-
mano nos proporcionam materiais artificiais semelhantes às pedras naturais, na
aparência (em alguns casos), na qualidade e resistência. Por fim, assim como as
pedras naturais, estes materiais tecnológicos também possuem imensa variedade.
Na ordem da sustentabilidade, você pôde observar a “indústria” das rochas
que são utilizadas como ferramentas de estrutura, revestimento e acabamento, e
qual o impacto desse comércio no meio ambiente, analisando o processo desde
sua extração, seu transporte, processamento, instalação e descarte até a sua reci-
clagem. E, ainda, sobre as ditas pedras sintéticas e/ou artificiais, qual é o verda-
deiro sentido delas em relação ao que se entende por sustentabilidade.
Enfim, você compreendeu os pontos positivos e negativos de toda a situação
que envolve a questão do uso das rochas decorativas ou, caso prefira, das pedras
naturais e das pedras artificiais na prática do design de interiores, e poderá espe-
cificar de forma consciente o material estudado.
40
atividades de estudo
41
atividades de estudo
42
LEITURA
COMPLEMENTAR
LEVANTAMENTODEDADOSANTROPOMÉTRICOSPARAODIMENSIONAMENTO
DE ARMÁRIOS DE GUARDAR ROUPA PARA CADEIRANTES
DESIGN DE PRODUTOS COM ROCHAS: PARADORES DE PORTA, CASTIÇAIS, BANDEJAS E MUITO MAIS
O design de rochas teve início com empresas italianas nos anos 60. Desde então, novas tecnolo-
gias, como o CNC e o jato d’água, abrem portas para uma produção em escala mais barata. Nos
últimos cinco anos, vários países realizaram investimentos significativos para conquistar mercado,
incentivar profissionais a atuar na área e ampliar as vendas de materiais/tecnologias que favore-
cem o design de rochas. A Turquia, por exemplo, investiu muito dinheiro para atrair os estudantes
e os profissionais de design a trabalharem com os mármores e os travertinos do país. Na China,
a empresa UMGG começou a organizar concursos de design. O WorldStone Congress, durante a
Feira Xiamen, tem a “Tarde do Design”.
O design de produtos com utilização de rochas naturais cria objetos de uso cotidiano feitos de
mármore, granito, etc. O princípio básico de tais criações é demonstrado na Foto 1: as nadadeiras
de tubarão feitas em mármore Carrara não são meros objetos de decoração – são aparadores de
porta. O designer James Irvine criou as peças produzidas pela empresa italiana Marsotto Edizioni.
A inspiração para este design é fácil de entender: aparadores de porta precisam ser pesados, por-
tanto, rocha é o material apropriado para tal utilização. Outro exemplo é o aparador de Raffaele
Familar (Foto 2): o objeto tem até uma alça que facilita o seu manuseio e a utilização do mármore
e da madeira em sua composição dão a ele um aspecto de valor e nobreza. Portanto, vemos que
as rochas podem ser utilizadas onde o peso é requerido. Neste caso, uma quantidade infinita de
objetos é possível: pés de abajures (Foto 3), suportes para laptops ou castiçais, entre outros.
Ao desenvolver um design de produto utilizando rochas, o designer deve se perguntar: o que a ro-
cha possibilita? E, com isso, ele automaticamente coloca a pergunta: o que a rocha não possibilita?
A maioria das pessoas diz que rocha “pode” tudo e que é bonita em qualquer circunstância. Isto é
pretensioso e tem uma consequência fatal: o mundo do design de rochas tem muitos objetos que
não conseguem ser utilizados. São, na melhor definição, objetos de arte, ou, na pior, bobagens.
Tais artigos são cadeiras ou mesas, feitos inteiramente de rochas. Banheiras maciças também
fazem parte dessa categoria. Outra peculiaridade da rocha é a sua dureza. O revestimento tradi-
cional das ruas tem explorado essa característica durante milhares de anos. A calçada portuguesa,
por exemplo, é uma versão sofisticada do antigo paralelepípedo. Com tecnologia moderna, as ino-
vações são possíveis (Foto 4): muitas cidades trocam os antigos paralelepípedos por outros, com
superfície plana e uniforme. Isto preserva o aspecto antigo, porém faz com que os passeios de pe-
destre fiquem mais confortáveis para os idosos ou pais com carrinhos de bebê. Outras inovações
podem ser verificadas, por exemplo, nos jogos infantis de rua desenhados pela empresa italiana
Animum Ludendo Coles. O da foto (Foto 5) pode ser encontrado nas ruas laterais de Verona. Po-
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LEITURA
COMPLEMENTAR
rém, o maior mercado para tais revestimentos será provavelmente encontrado nos condomínios
ou jardins particulares.
“Forma segue função” é a regra básica em design de produto com rochas: primeiro, a funciona-
lidade do objeto e, em segundo lugar, a beleza (a forma). O desafio para o designer é apurar o
olhar e identificar outras características positivas da rocha que aliadas ao fato de serem pesadas
e duras, podem inspirar criações inovadoras, belas e funcionais. A beleza das rochas é uma das
suas propriedades e conta muito a seu favor. Por isso, elas têm sido frequentemente utilizadas
por designers: o italiano Manuel Barbieri criou relógios de parede feitos em rocha para a empresa
Scandola Marmi. Outros tipos de relógios também foram criados pelos designers escandinavos
Note e Norm (Foto 6). Um dos exemplos mais marcantes nesta categoria vem do Brasil: para a
Feira de Vitória em 2014, Renata Malenza, do Grupo Corcovado Brasigran, iniciou uma parceria
com o designer Ronaldo Barbosa para descobrir maneiras de utilizar as chamadas rochas exóticas
(Foto 7). Produziram mesas que têm um design minimalista, mas destacam maravilhosamente a
beleza desses tipos de rochas, que somente são encontradas no Brasil. Essas mesas não tiveram
produção em série, são peças únicas, infelizmente. Isso nos leva a uma consequência do design de
produtos: podem ser utilizados como ferramentas promocionais.
Então, se o setor de rochas pudesse criar objetos funcionais para uso residencial, estas peças fa-
riam a promoção (gratuita) para o material. A Lundhs, empresa norueguesa produtora de blocos,
já está indo nesta direção: ela convida designers a utilizarem seus granitos e expõe os objetos em
feiras para arquitetos e designers. Um exemplo é a esfera de madeira e rocha de Kristine Bjaadal,
exibida em Milão durante uma feira de móveis (Foto 8). A essa altura, fica claro que objetos do
cotidiano elaborados com rochas provavelmente não teriam sua demanda aumentada. O objeto
de design, mesmo produzido com rejeitos, certamente aumentará a lucratividade da mina ou da
indústria de beneficiamento. Em resumo, pode-se dizer que o design de produto com rochas na-
turais permite:
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material complementar
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referências
46
referências
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: http://www.cinexpan.com.br/argila-expandida-cinexpan.html. Acesso em: 6 maio 2019.
2
Em: http://www.congonhas.mg.gov.br/index.php/o-mestre-aleijadinho/. Acesso em: 7
maio 2019.
3
Em: http://www.abnt.org.br/imprensa/releases/1478-abnt-lanca-nova-versao-da-nor-
ma-sobre-rochas-para-revestimentos. Acesso em: 7 maio 2019.
4
Em: https://www.mundodaspedras.com.br/silestone-magenta-energy/. Acesso em: 7
maio 2019.
5
Em: http://www.alicante.com.br/galeria-de-fotos. Acesso em: 7 maio 2019.
6
Em: http://abirochas.com.br/wp-content/themes/abirochas-theme/assets/files/Abiro-
chas-em-noticia-5_WEB-nova.pdf. Acesso em: 7 maio 2019.
47
gabarito
1. D.
2. D.
3. C.
4. E.
5. Roteiro de resposta - O(a) aluno(a) deve citar e contextualizar, ao menos,
quatro dos seguintes assuntos: o gasto de energia no processamento das
pedras artificiais; a questão do transporte de pedras naturais como aumento
da emissão de gás carbônico; a relação das pedras naturais extraídas e o
impacto que isso causa no meio ambiente; as pedras naturais como fontes
finitas devido ao tempo que a natureza leva para originá-las. E a questão da
possibilidade de utilizar materiais recicláveis na composição de agregados
para as misturas na construção civil.
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UNIDADE
II
UNIDADE II
VIDRO E CERÂMICA
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Vidro
• Cerâmica
• Sustentabilidade
Objetivos de Aprendizagem
• Abordar história, definição e aplicabilidade do vidro.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade da cerâmica.
• Apresentar como esses materiais comportam-se em relação ao conceito de
sustentabilidade.
unidade
II
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), estamos na segunda unidade de nosso livro!
O assunto, agora, envolverá materiais há muito tempo des-
cobertos pela humanidade, que fizeram grande diferença em
nossas vidas por serem materiais em abundância no solo do
planeta e de fácil acesso. Ao conseguir manuseá-los, a sociedade des-
cobriu suas qualidades, inicialmente, para o armazenamento de obje-
tos, comida e água, depois, sua eficiência como material construtivo.
A cerâmica, além de servir como utensílio doméstico, também pôde
carregar as histórias das antigas culturas e, por elas, também sabemos
como eram nossos antepassados. O vidro, material transparente que
encanta ainda hoje, criou uma das profissões mais promissoras para os
homens no passado europeu e condicionou toda uma nação a voltar-se
ao ofício de vidraceiro.
Para o design de interiores, os dois materiais são importantes, e sua
aplicação tornou-se essencial ao ser humano. Entre vários motivos, os
vidros e as cerâmicas desenvolveram-se, melhorando em relação à ques-
tão econômica e chegando às diversas classes sociais. São materiais po-
pulares, mas, ao mesmo tempo, podem ser “elitizados” para a utilização
pelas classes com maior poderio financeiro, tornando-se, desta forma,
produtos que se encaixam em projetos de ambientações diversos.
Nesta unidade, conheceremos melhor os vidros, suas características,
seus tipos, aplicabilidades e algumas de suas normativas (que regem o
seu uso e a sua segurança). Em um segundo momento, descobriremos
os materiais cerâmicos, sua definição, classificações, seus tipos, aplicabi-
lidades, e também, alguns pontos de sua extensa normativa, que envolve
todos os estudos acerca dos materiais cerâmicos adequados a cada tipo
de uso. Você também conhecerá as questões referentes à sustentabilida-
de desses materiais, como estão envolvidos e de qual forma podemos
adequá-los a essa necessidade mundial.
Bom estudo!
Vidro
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DESIGN
Figura 1 - Vitrais
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DESIGN
de jantar com tampo de vidro, mesas de centro e Nas normativas de número ABNT NBR 14698
de canto, prateleiras de vidros, frentes de armários (2001) e ABNT NBR 14697 (2001), é possível en-
de cozinha, de quarto ou de banheiro em vidro, e contrar informações específicas, respectivamente,
esses próprios armários podem ser desenvolvidos para os vidros temperados e laminados.
apenas com esse material.
SAIBA MAIS
CLASSIFICAÇÃO
Compreender alguns conceitos é muito im-
Diante de tanta funcionalidade e aplicação, devemos portante para o(a) profissional de design de
ter em mente quais são os tipos de vidros disponíveis interiores. Durante todo o estudo na relação
com os materiais, alguns deles serão repetidos
ao uso. Tanto Azeredo (2000) quanto Ambrozewicz constantemente e fazem grande diferença para
(2012) citam mais de dez tipos de vidros. Devido à a especificação. Sob este ponto de vista, enten-
variedade, já afirmada anteriormente, e de acordo da que a resistência mecânica é a medida da
tensão exigida para romper o material.
com os autores, temos as seguintes classificações:
a. Quanto ao tipo. Fonte: adaptado de Ambrozewicz (2012).
b. Quanto à forma.
c. Quanto à transparência.
d. Quanto à superfície. Ainda, há os vidros que absorvem os raios UV (cer-
e. Coloração. ca de 20% de absorção) e o vidro composto, quando
f. Colocação. duas folhas de vidro são separadas por um espaço
com adição de gás desidratado, cuja função é de
Da classificação quanto ao tipo, tem-se o vidro reco- isolamento térmico e acústico do ambiente, este ge-
zido, que é sem tratamento diferenciado; os de segu- ralmente apresentado como uma unidade pré-fabri-
rança, que evitam as quebras grandes e também os cada (janelas). O autor Ambrozewicz (2012) acres-
estilhaços, sendo eles os temperados (processo de centa, também, o vidro termorrefletor, quando ele
tratamento térmico), os laminados (duas ou mais fo- reflete os raios solares.
lhas de vidro que recebem uma película adesiva) e o
aramado (desenvolvido sob uma tela de arame que SAIBA MAIS
segura os pedaços dos vidros ao se romperem).
Afirma Ambrozewicz (2012) que o vidro de A partir da ideia de utilizar duas chapas de
segurança foi descrito pela ABNT NBR 7210, cujo vidro com algum material encapsulado entre
elas, bem como o laminado, apareceram, no
título é “Terminologia dos vidros de segurança”, e
mercado, diversos tipos de opções ornamen-
esses materiais devem possuir resistência mecânica tais de encapsulamento. Um belo exemplo é
superior a dos vidros comuns, sendo indicados para o vidro com tecido encapsulado da coleção
floral Deko, da empresa Cast.
portas de vidro, boxe, janelas baixas e envidraça-
mentos em grande escala, por serem mais suscetí- Fonte: a autora.
veis a acidentes.
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DESIGN
SAIBA MAIS
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,,
Se antes da facilidade da industrialização, os espe- tipos de acabamento de borda, de acordo com Azeredo
lhos faziam parte, na maioria das vezes, de peque- (2000): corte limpo, filetado, lapidado (garante a segu-
nos elementos decorativos, hoje, preenchem toda a rança, evitando os ferimentos, podendo este tratamento
parede, estão nas portas dos roupeiros e armários ser utilizado como mobiliários), redondo ou chanfrado
em geral, nos fundos dos nichos das estantes e em e bisotê (este último é muito utilizado nas ambienta-
todos os lugares. Nos últimos anos, são utilizado até ções, apresentando um acabamento diferenciado).
no teto, caracterizando-se por ser, quando aplicada
corretamente, uma ferramenta de ampliação do pé-
SAIBA MAIS
-direito de um recinto.
As cores dos espelhos não se restringem ao pra-
Pé-direito refere-se à distância vertical entre
teado, como de costume. Os designers de interiores
o piso e a parte inferior do, teto ou forro. Um
contam com algumas tonalidades e cores para os es- pé-direito baixo seria uma medida próxima
pelhados, como champanhe, bronze, ou ainda, mar- a 2,40 m, e pé-direito considerado alto vai de
3 m até alturas maiores de 6 m.
rom e chocolate.
O espelho pode ser aplicado na ambientação com a Fonte: adaptado de Gurgel (2007).
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DESIGN
PASTILHAS DE VIDRO
BLOCOS DE VIDRO
Para uso como revestimento de parede, também é
Os blocos de vidro também fazem parte de recursos possível utilizar um produto denominado pastilha
que podem ser utilizados pelo(a) designer de inte- de vidro, que são pequenos pedaços de vidro atre-
riores como divisórias de ambientes e outras funções lados em uma tela que os mantêm unidos durante
diversas. É importante apontar que, se em dimen- transporte e armazenamento. Suas características
sões grandes, precisam de cálculo para a estrutura são as mesmas do vidro e o material é indicado para
se manter, não devendo, portanto, ser especificados diversos ambientes internos, tais como cozinha, ba-
sem o aval de um profissional especializado. De nheiro e outros, podendo também serem aplicados
acordo com Ambrozewicz (2012), esse produto faz em ambientes externos, visto que possuem resistên-
isolamento térmico e acústico. cia ao calor.
61
Alguns profissionais especificam detalhes em piso correto procedimento de desinstalação. Esse manu-
também feitos de pastilhas de vidro, e o resultado es- al está disponibilizado na página oficial da Abravi-
tético pode ser muito agradável. De acordo com o site dro ([2019], on-line)5, gratuitamente.
Vitrum Cristal ([2019], on-line)4, é possível encontrar Ao se tratar da acessibilidade, para o correto
pastilhas aplicadas no piso, como soleiras, ou para de- aproveitamento e higienização pessoal, os espelhos
marcar os setores do ambiente. Sua aplicação no chão dos banheiros acessíveis possuem especificidades de
deve levar em consideração a segurança, pois o vidro instalação regulamentadas pela NBR 9050:
é um material liso. Na instalação desses materiais, é
importante considerar cola e rejuntes específicos de Os espelhos podem ser instalados em paredes
sem pias. Podem ter dimensões maiores, sen-
acordo com o fabricante do material escolhido.
do recomendável que sejam instalados entre
0,50m até 1,80m em relação ao piso acabado
SEGURANÇA E ACESSIBILIDADE (ABNT, 2015, p. 105).
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DESIGN
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Cerâmica
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DESIGN
junto com as pinturas, textos e construções. Foi a mesa e parede e adornos diversos, que podem ser
partir de desenhos aplicados em utensílios cerâmicos artesanais ou industriais. Há, também, os utensílios
que a sociedade atual conheceu o mobiliário grego, domésticos, como panelas, tigelas, travessas, potes,
como a poltrona chamada Klismos, cujo desenho foi canecas, acessórios de banho, entre outros.
recuperado, posteriormente, pelo império francês. Existem, ainda, as louças sanitárias e os revesti-
Smith e Hashemi (2012) afirmam que os mate- mentos de piso e de parede. Por fim, também pode-
riais cerâmicos são inorgânicos e que possuem ca- mos incluir os elementos vazados, como os tijolos
racterísticas gerais como: rigidez, baixa resistência especiais, com a função de possibilitar ventilação e
mecânica e ductilidade (flexibilidade), são bons iso- iluminação aos ambientes, diversas vezes aplicados
lantes elétricos e térmicos. Os autores ainda infor- como divisórias de ambientes e não apenas nos arti-
mam que a composição das cerâmicas tradicionais fícios arquitetônicos.
incluem minerais como a argila, a sílica e o feldspato, Caro(a) aluno(a), conheceremos, a partir de
e seus exemplos são as telhas, os tijolos e vidros. agora, as cerâmicas e suas aplicações mais impor-
Em design de interiores, os materiais cerâmicos tantes no design de interiores, iniciando com as
possuem diversas aplicações. No que tange à deco- placas cerâmicas e finalizando com as louças sa-
ração, temos os vasos, os jarros, os decorativos de nitárias.
SAIBA MAIS
Os vidros são considerados materiais cerâmicos, pois sua composição também inclui materiais minerais os
como a sílica, além de também necessitarem de queima para a solidificação.
Fonte: a autora.
65
AZULEJO E/OU PLACAS CERÂMICAS terística sensorial, tendo em vista o clima tropical
nacional.
A Anfacer – Associação Nacional dos Fabricantes O pesquisador Ambrozewicz (2012, p. 340) de-
de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitá- fine que os “azulejos são placas de louça, de pouca
rias e Congêneres – afirma que o uso do “azulejo” espessura, vidrados em uma das faces, onde levam
foi desenvolvido e difundido pelos islâmicos, che- corante”, e que os pisos cerâmicos “são obtidos com
gou à Espanha pelas navegações e se espalhou por massa quase vitrificada, [...] são feitos com argila de
toda a Europa. A Associação relata ainda que, ini- grês, com teor bem pequeno de ferro” .
cialmente, esses materiais eram utilizados apenas Ching e Binggele (2013) complementam que as
nas ambientações internas e que se restringiam ao cerâmicas “de argila natural não são vítreas e apre-
uso como se fossem “tapetes” ou aplicações apenas sentam suaves cores terra; as de porcelana podem
“decorativas”, em pequenos espaços. Acredita-se ter cores vibrantes e são vítreas, tornando-se den-
que o motivo era o alto custo das peças, entretanto, sas e impermeáveis” (CHING; BINGGELE, 2013, p.
com o advento das manufaturas e, posteriormente, 294).
o desenvolvimento industrial, o uso dos azulejos É importante destacar que a característica de
ampliou-se para o piso inteiro de um ambiente ou vitrificação da argila, ou seja, sua capacidade de se
espaço, e também ao seu uso externo. transformar em vidro, é o que eleva a sua qualidade.
Ching e Binggeli (2013) defendem que a cerâ- Há, ainda, outras variedades de materiais cerâmicos,
mica apresenta uma sensação fria e, de fato, seu como os porcelanatos e as cerâmicas especiais para
sucesso no Brasil pode ter relação com esta carac- fachadas e piscinas.
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DESIGN
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Tendo em vista toda a variedade existente, tanto re- O PEI 5 é considerado o mais resistente ao teste
de abrasão superficial, então, de acordo com
lacionada ao material que desenvolve a placa cerâmi- as Normas da ABNT, deve ser indicado para
ca, quando no seu processo de produção, quanto ao as áreas públicas. É comum que este material
também acabe com seu valor comercial maior
seu acabamento, o(a) designer de interiores carrega, em relação aos outros produtos.
como sua responsabilidade, a especificação adequa- A importância de compreender a classificação
é válida para especificar o material correto para
da, baseada em questões tanto funcionais como de cada situação de projeto. Assim como os re-
segurança e, claro, da ordem estética. vestimentos de grupo 0 (zero) só devem ser
especificados para parede, os revestimentos
Desta forma, é possível encontrar as informa-
de PEI 5 (cinco) não precisam ser aplicados em
ções necessárias nas Normas Técnicas que contro- ambientes como banheiros residenciais.
lam esses materiais. Veremos, agora, as informações Fonte: a autora.
que orientam as especificações desses materiais.
O autor Ambrozewicz (2012) apresenta a classifica- A NBR 13817:1997, cujo título é “Placas Cerâmi-
ção de Resistência à Abrasão, isto é, a resistência que cas para Revestimento - Classificação”, também nos
o material apresenta em relação ao desgaste de sua apresenta a classificação referente à absorção de
superfície em contato com o movimento dos pés e água, sendo a que define o porcelanato com absor-
o atrito constante e em grande quantidade, como já ção menor ou igual a 0,5%. Esta característica da
visto na primeira unidade deste livro. Enfim, refere- peça se relaciona com muitas outras questões que
-se aos materiais esmaltados. influenciam a escolha da placa. Pense que a absor-
De acordo com a NBR 13818 (1997), a classi- ção de água está diretamente ligada à sua porosi-
ficação de resistência à abrasão é denominada PEI dade. Sendo muito porosa, a placa também possui
e apresenta seis grupos, que vão de zero até cinco, menor resistência ao manchamento e, de acordo
sendo o grupo zero desaconselhável à utilização em com o Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia,
qualquer piso, e o quinto grupo, PEI 5, o mais re- Qualidade e tecnologia (1998) – maior facilidade
sistente e aconselhável para aplicação em pisos para de quebra, ou seja, menor resistência mecânica.
áreas públicas e outros.
69
[...] as placas cerâmicas classificadas como BIII, O Inmetro (1998), de acordo com as normativas
com absorção de água acima de 10%, são reco-
da ABNT, ainda apresenta as classificações de resis-
mendadas para serem utilizadas como reves-
timento de parede (azulejo), justamente por tências das placas cerâmicas aos agentes químicos
possuírem alta absorção e, portanto, resistência e aos manchamentos, sendo que o manchamento
mecânica reduzida (INMETRO, 1998, on-line)8. possui relação com a facilidade de limpeza do ma-
terial, isto é, facilidade em remover manchas. A
Observe que, aqui, há uma separação de termos, em classificação do manchamento caracteriza-se pela
que azulejo passa a ser considerado, então, como re- classe A, classe B e classe C, a classe A é de ótima
vestimento cerâmico de parede, e o “piso” é que carac- resistência às manchas, e a C, com resistência baixa.
teriza o revestimento cerâmico para pavimentação. A resistência aos agentes químicos é aquela que
A classificação da absorção de água apresenta classifica os revestimentos cerâmicos em relação a
cinco grupos, que são: Ia, Ib, IIa, IIb e III, sendo “Ia” alguns produtos que, em contato com a placa, po-
o de absorção menor entre todos, e “III”, o de maior dem danificar sua superfície, como álcool e ácidos.
absorção.
70
DESIGN
A classificação dos agentes químicos vai do número Usos específicos e características de avaliação
1 ao 5, sendo o número 1 caracterizado como não
remoção da mancha, e o 5, como melhor facilidade A NBR 13818 (1997) ainda apresenta as resoluções
de remoção da mancha química. acerca de características como:
a) Expansão por umidade - aumento da di-
mensão da placa de cerâmica em contato
SAIBA MAIS com água;
b) Resistência ao impacto - resposta da placa
cerâmica ao impacto de materiais diversos;
A urina é composta por um ácido denominado
c) Dilatação térmica - aumento de dimensão
ureia. Em contato com um piso de porcelanato, com exposição ao calor;
o líquido não mancha instantaneamente, entre- d) Choque térmico - a cerâmica é um isolan-
tanto, a limpeza não pode ser demorada, pois te elétrico, portanto, em algumas situações,
o material exposto durante muito tempo ao
pode ser necessário uso de materiais con-
dutores ou antiestáticos;
ácido pode vir a causar danos no revestimento.
e) Carga de ruptura e módulo de resistência
Fonte: adaptado de Archtrends Portobello ( [2019], on-line)9. à flexão;
f) Resistência ao congelamento - importante para
uso em ambientes com baixa temperatura;
g) Resistência ao gretamento (aparecimento de
fissuras) para as placas cerâmicas esmaltadas;
Coeficiente de Atrito h) Resistência à abrasão profunda para placas
não esmaltadas (o porcelanato deve ser me-
nor ou igual a 175mm3);
A ABNT, com a NBR 13181 (1997), define a ques- i) Determinação da presença de chumbo e
tão relacionada ao deslizamento da placa de reves- cádmio solúveis (caso exista contato com
alimentos).
timento para piso e apresenta duas classificações:
coeficiente de atrito menor que 0,4 – placas que são É possível compreender essas questões em situações de-
indicadas para ambientes “normais”, e coeficiente de terminadas, ou seja, o conhecimento destas normativas
atrito maior ou igual a 0,4 – placas indicadas para deve ser aplicado de forma responsável pelos profissio-
ambientes que necessitam de maior resistência ao nais envolvidos na especificação dos materiais de acor-
escorregamento. do com as necessidades do projeto em questão. Sobre
Na especificação de piso, independentemente esses usos específicos, de acordo com as Normativas
de sua matéria-prima, deve-se levar em considera- Brasileiras, como a ABNT NBR 13818 (1997), temos:
ção a necessidade do projeto. Ambientes molhados a) Para o uso em piscinas, fachadas e saunas, é
e até molháveis que possuem, principalmente, usu- necessário que o profissional saiba das carac-
terísticas da expansão por umidade da peça.
ários idosos ou crianças, precisam de segurança e
b) Uso para pisos industriais, pesquisar as ca-
de revestimentos que evitem quedas. Existem pisos racterísticas de resistência ao impacto.
cerâmicos de alta qualidade com o coeficiente de c) Antiderrapante, verificar o coeficiente de atrito.
atrito indicado a estas situações. Deve-se lembrar, d) Uso em lareiras, ou em ambientes propen-
no entanto, que, geralmente, possuem a superfície sos ao calor, estudar as características de
dilatação térmica e choque térmico da peça.
mais áspera, o que pode dificultar sua limpeza.
71
Levantamentos de Obra
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DESIGN
[...] os artigos de louça são feitos de pó de lou- De acordo com informações comerciais, as
ça, ou seja, uma pasta feita com o pó de argilas cubas de sobrepor, que são aquelas embuti-
das na bancada, porém com bordas aparentes
brancas (caulim quase puro), dosadas com exa-
acima do tampo, possuem menor profundi-
tidão, que darão produtos resistentes [...] com dade. Neste caso, a bancada deve ser maior
a superfície normalmente vidrada (AMBRO- que a cuba.
ZEWICZ, 2012, p. 338). Em contrapartida, as cubas de embutir são
aquelas que ficam completamente embuti-
das na bancada, e suas medidas precisam ser
As louças sanitárias também possuem diversificados compatíveis com a bancada e com o armário
inferior (se houver).
tipos e formatos. No caso de lavatórios (ou cubas),
Enfim, as cubas de apoio são as instaladas com-
existem os de embutir, os de sobrepor e os, de apoio pletamente acima da bancada.
ou, ainda, os que se fixam à parede. No caso da bacia Fonte: adaptado de Leroy Merlin ([2019], on-line)11.
sanitária, pode-se citar a de entrada horizontal e saída
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Sustentabilidade
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DESIGN
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DESIGN
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considerações finais
C
aro(a) aluno(a), finalizamos mais uma unidade de nosso livro! Este estudo se
moveu em torno de dois materiais: o vidro e a cerâmica – materiais ampla-
mente utilizados na construção civil e popularmente aceitos pela sociedade,
pela sua estética, funcionalidade, praticidade de uso e pelo acesso econômico.
Sobre o vidro, concluímos juntos que sua aparência é muito atrativa. Desde os
primórdios, sua transparência e reflexo encantam a sociedade. Um material que deve
ser especificado apenas após um amplo estudo do caso, da situação e das tipologias
de vidro existentes e adequadas ao projeto. O vidro possui normativas que devem
ser estudadas e levadas em consideração para o uso responsável com segurança e
funcionalidade.
A relação do vidro com as questões que permeiam o meio ambiente são positi-
vas, uma vez que é um material não tóxico, podendo, portanto, ser reciclado. Tal fato
acontece na realidade e evita o desperdício e a produção de resíduos.
E a cerâmica, que se apresenta, também, como uma mutante, auxiliada pela evo-
lução da tecnologia humana, multiplica-se em diversos usos e aplicações. A cerâmica
nos comunicou com o passado, sendo fonte de informação sobre as sociedades pri-
mitivas e, hoje, transformada, cria o mundo em que vivemos. A partir desse uso tão
popular, a cerâmica precisou de normas e regras de produção e instalação.
Os profissionais sérios buscam nas instituições reguladoras as formas de melhor
especificar esses produtos, e é uma incansável busca pelo conhecimento, impulsiona-
da também pelas indústrias dos artigos de cerâmica. Mas esse material também pre-
cisou se adaptar para atender à nova demanda da sustentabilidade, e com todas essas
informações, aliadas com a criatividade e perspicácia do(a) designer de interiores, a
cerâmica vive e se inova cada vez mais.
78
atividades de estudo
1. O vidro e a cerâmica, respectivamente, são ma- IV. O espelho não é um vidro; é um produto de-
teriais compostos de: rivado da areia que, produzido no calor, tem
a. Alumina e detritos de concreto. características de luminescência.
b. Detritos de concreto e sílica. V. O vidro conhecido como float é um produto
c. Aglomerantes betuminosos e alumina. que possui aplicação de um tratamento de
aplicação de prata.
d. Areia e argila.
De acordo com as alternativas apresentadas, as-
e. Argila e gesso. sinale a resposta correta:
2. A partir dos estudos acerca das características a. Apenas I e II estão corretas.
do vidro e dos materiais cerâmicos, leia as afir- b. Apenas II e III estão corretas.
mativas a seguir:
c. Apenas I está correta.
I. Resistência à abrasão é a resistência do mate-
rial em relação ao desgaste de sua superfície. d. Apenas II, III e IV estão corretas.
II. Resistência ao ataque químico é a resistência e. Nenhuma das alternativas está correta.
do material à quebra.
4. Os ladrilhos hidráulicos e os azulejos são, nor-
III. Resistência ao impacto é a resistência do mate- malmente, utilizados como revestimento de pa-
rial em relação ao desgaste de sua superfície. redes e, em alguns casos, de pisos. Sobre esses
IV. Resistência à abrasão é a resistência do mate- revestimentos, qual é a afirmativa correta?
rial em relação ao ataque de produtos quími- a. O azulejo é um material extremamente re-
cos em sua superfície. sistente que pode ser utilizado como revesti-
mento de piso.
Assinale a alternativa correta:
b. O ladrilho hidráulico é um material de muita
a. Apenas I e II estão corretas. qualidade e resistência. Normalmente, em sua
b. Apenas II e III estão corretas. produção, é levado à queima, fazendo com
que adquira essas propriedades.
c. Apenas I está correta.
c. O ladrilho hidráulico é um material desenvol-
d. Apenas II, III e IV estão corretas. vido a partir do cimento e também pode ser
e. Nenhuma das alternativas está correta. instalado como revestimento para piso.
d. O azulejo é um material composto de argila.
3. Em relação às tipologias dos vidros, leia atenta- Deve ser especificado apenas como revesti-
mente as afirmativas a seguir: mento de parede, porque, em sua produção,
I. O vidro conhecido como float é o produto fi- não vai para a queima.
nal de um processo que consegue produzir e. Nenhuma das afirmativas anteriores está correta.
um vidro plano sem imperfeições.
5. Escolha entre os materiais apresentados nesta
II. O espelho é um vidro que recebe um tipo de unidade, estude, pesquise sobre ele e desenvolva
tratamento em um de seus lados, geralmente, uma aplicação criativa desse material em um am-
com implantação de tecnologia LED. biente interno, uma sala de jantar que deve aten-
der a um casal com um filho de dois anos de ida-
III. O vidro conhecido como float é um produ- de. Então, justifique como esse produto pode ser
to que possui aplicação de um tratamento à utilizado para essa nova criação a partir das suas
base de jateamento de areia. características técnicas e estéticas.
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LEITURA
COMPLEMENTAR
A 32ª edição da Casa Cor São Paulo, maior mostra de arquitetura, decoração e paisagismo
das Américas, teve duração do dia 22 de maio até 29 de julho. E se em anos anteriores o
uso de vidros e espelhos foi mais pontual, em 2018 eles foram verdadeiros protagonistas
no evento, com grandes painéis em aplicações tão diversificadas quanto chamativas.
Isso fez todo o sentido, uma vez que o tema da mostra desta edição (Casa viva) teve o ob-
jetivo de ressaltar a harmonia entre o homem e a natureza – afinal, qual forma poderia ser
melhor para isso do que produtos que permitem visibilidade plena do lado de fora ou que
a refletem para o lado de dentro?
A seguir, veja alguns dos destaques envidraçados da Casa Cor 2018. E, se chegar ao final
querendo mais, é só buscar o vídeo “O Vidroplano – Cobertura da Casa Cor 2018” na inter-
net e conferir uma galeria cheia de fotos desses e outros ambientes!
Um ambiente de trabalho acolhedor pode contribuir muito para o rendimento dos fun-
cionários. E o Templo Coworking, de Camila Bevilacqua e Fernando Brandão, é o espaço
perfeito nesse sentido, graças ao uso de peças variadas da Cebrace. Brises de laminados
incolores 4+4 mm (foto) trazem o aproveitamento pleno da iluminação natural para os
dias de Sol (se chover, eles bloqueiam a água devido às variações em seu espaçamento),
enquanto espelhos prata 4 mm fazem o local parecer ainda mais extenso. Nosso material
também se faz presente nas divisórias de temperado 8 mm nos dois lados da grande mesa,
levando aos cubículos e à sala do café.
Um dos ambientes mais grandiosos da mostra de 2018 sem dúvidas foi A Cisterna de Deca:
projetada pelo escritório Tenório Studio, ocupava duas salas e uma área extensa entre elas. O
80
LEITURA
COMPLEMENTAR
uso do vidro foi tão grandioso quanto a área do local, incluindo uma parede com cascata arti-
ficial feita com um único painel incolor 10 mm (foto), com 3,7 m de largura e 4,5 m de altura! A
vidraçaria Starke Glas foi responsável por essas e todas as outras aplicações do nosso material
neste ambiente, incluindo o teto todo revestido com espelhos fumê 6 mm nas grandes rampas
entre uma ala e outra, refletindo o espelho d’água com a logomarca da Deca logo abaixo.
Um só com a natureza
O Refúgio Urbano, de Marina Linhares, usou nosso material para uma integração plena
entre o ambiente e a vegetação ao seu redor. Quase todo o fechamento do espaço foi feito
com grandes painéis laminados 5+5 mm, da Cebrace, e houve ainda um piso com tempera-
dos laminados 10+10+10 mm, da mesma fabricante, permitindo apreciar as belas plantas
abaixo do piso (foto). A instalação foi feita pela Vidro Laser.
A Sala de Jantar, de Naomi Abe, usa Espelho Guardian prata 5 mm, fornecidos pela Silvestre
Vidros, de forma bastante diferente. As paredes do ambiente são revestidas com esse ma-
terial (foto). Porém, na frente delas, existem outras paredes, feitas de cerâmica, totalmente
vazadas. Os buracos permitem ver os espelhos na parte de trás – com isso, um jogo de refle-
xões ajuda a ampliar o espaço.
Aluno(a), para visualizar as imagens referentes ao texto disponibilizado, acesse a Revista da
Abravidro, o Vidro Plano - on-line, 2018, entre as páginas 14 e 21.
Fonte: O Vidroplano (2019).
81
material complementar
No site EcoEficientes, você poderá encontrar muitas informações a respeito de projetos diversos que le-
vam em consideração a questão da sustentabilidade.
Web: http://www.ecoeficientes.com.br/.
A Revista da Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidro Plano oferece reportagens e en-
trevistas com informações ricas acerca de seu material. É uma ótima fonte de conhecimento da área e de seu
mercado. Segue o link para o infográfico sobre a reciclagem no Brasil e as etapas para a reciclagem do vidro.
Web: http://www.abividro.org.br/reciclagem-abividro/reciclagem-no-brasil.
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referências
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referências
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: http://artezanalnet.com.br/blog/Escadas-e-Acessorios-Florais. Acesso em: 8 maio 2019.
2
Em: http://verviveresonhar.blogspot.com/2012/06/cores_25.html. Acesso em: 9 maio 2019.
3
Em: http://veridianaperes.com.br/site/espelhos/. Acesso em: 9 maio 2019.
4
Em: http://vitrumcristal.com.br/. Acesso em: 9 maio 2019.
5
Em: http://abravidro.org.br/fique-por-dentro/de-olho-no-boxe/. Acesso em: 9 maio 2019.
6
Em: http://www.anfacer.org.br/#!historia-ceramica/c207w. Acesso em: 9 maio 2019.
7
Em: https://www.porcelanatocertificado.com.br/. Acesso em: 9 maio 2019.
8
Em: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/revestimentos.asp. Acesso em: 9 maio 2019.
9
Em: https://archtrends.com/blog/como-limpar-porcelanato/. Acesso em: 10 maio 2019.
10
Em: http://construnormas.pini.com.br/engenharia-instalacoes/instalacoes-hidrossanitarias/imagens/
i490314.jpg. Acesso em: 10 maio 2019.
11
Em: http://www.leroymerlin.com.br/cubas-de-sobrepor?term=cuba+sobrepor;
http://www.leroymerlin.com.br/cubas-de-apoio?term=cuba+apoio;
http://www.leroymerlin.com.br/cubas-de-embutir?term=Cuba+de+Embutir. Acesso em: 14 maio 2019.
84
gabarito
1. D.
2. C.
3. C.
4. C.
5. Atividade livre de criação, fixação e aprofundamento do conteúdo aplicado.
O aluno deverá justificar a aplicação do material na ambientação de forma
racional, com a explicação sobre as características e/ou propriedades do ma-
terial escolhido para determinadas função e estética.
85
MADEIRAS E FIBRAS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Madeira
• Bambu
• Fibras (Têxteis e Papéis)
• Sustentabilidade
Objetivos de Aprendizagem
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade dos
materiais de madeira.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade dos
materiais de bambu.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade dos
materiais baseados em fibras.
• Apresentar como esses materiais comportam-se em relação ao
conceito de sustentabilidade.
unidade
III
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), já estamos na terceira unidade do livro que abor-
dará dois temas bem amplos: as madeiras e as fibras. Não saímos
completamente do campo dos minerais, porém, agora, aden-
tramos o campo dos vegetais e animais. Os materiais derivados
destes seres vivos possuem características, propriedades e funcionalidades
diferenciadas. Sua beleza estética é única, e suas aplicações, diversas.
As madeiras são materiais realmente vivos. Possuem durabilidade
e convivem, quando bem mantidas, com gerações e gerações humanas.
Trabalham de acordo com o clima, suas formas se adaptam de acordo
com o uso e seu cheiro pode fazer parte de uma lembrança de vida. A
madeira é parte da vivência, transforma um simples espaço em um lugar
de conteúdo emocional.
Com as fibras naturais vegetais e animais, a sociedade primitiva de-
senvolveu diversos utensílios trançados. As folhas, caules e diversas partes
das árvores nos oferecem suas formas e força, transformam-se em móveis,
biombos, decorativos d Sobre o forro de madeira, Azeredo (2000) indica
que e parede e outros produtos do dia a dia humano, proporcionando ao
homem o contato com a natureza. Das madeiras também é possível extrair
fibras, que se transformam em papel; assim, é escrita a história da humani-
dade e os nossos ambientes internos são protegidos e decorados.
Do papel nascem estruturas fortes. O papelão, que, por sua vez, con-
segue oferecer mais resistência e se tornar um produto ou mobiliário de
rápido acesso que atende às necessidades básicas dos seres humanos em
situações temporárias. Os bambus, velhos conhecidos dos orientais, renas-
cem, visto que possuem muitas qualidades e se apresentam à construção
civil e aos seus ramos afins como um produto capaz de surpreender os
profissionais mais céticos com muita beleza, qualidade e funcionalidade.
E, para finalizar a unidade, veremos como esses materiais se compor-
tam frente à sustentabilidade e frente à prática do design de interiores.
Madeira
É comum, em nossa cultura, acreditar que três bati- industrializados, já não temos tanto contato com
dinhas em qualquer artefato feito de a madeira afasta a madeira, a madeira de lei e tantos outros nomes
pensamentos ruins. Ao lembrar desse costume, você que a denominam e a classificam. Entretanto, existe,
pode achar engraçado, mas nunca, sequer uma vez, sim, um retorno de seu uso. A moda das madeiras
sentiu vontade de dar essas três batidinhas? Coisas de demolição vigoram já há algum tempo na área de
dos nossos avós ou apenas uma vaga lembrança de design, tanto de produto quanto de interiores. Esse
alguém que tinha esse costume que, no entanto, nos reuso é popular, cresceu entre a sociedade e está vol-
rodeia ainda hoje. tando às nossas residências e aos nossos ambientes
Pensar sobre madeira nos leva ao passado, não diversos, como mobiliários, produtos, painéis deco-
muito distante, das casas tradicionalistas, das fazen- rativos etc. Até a sua textura é copiada, transforman-
das, dos donos da terra e dos nossos parentes mais do-se na imagem de acabamento de outros materiais
idosos. A madeira, em nossas memórias, é escura, da construção civil. Como exemplo, nos revestimen-
com tonalidade preta ou vermelha, tem um cheiro tos cerâmicos, nas lojas de revestimento, é muito fá-
forte e parece ser bem robusta, pesada. cil encontrar peças que exibem as cores e os veios
Atualmente, com esta diversidade de materiais tão característicos da madeira.
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DESIGN
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Na história do nosso país, a madeira possui desta- terial adequado à construção civil.
que principal, afinal, fez parte do primeiro ciclo eco- Em relação ao seu uso na ambientação, sempre
nômico nacional e, conforme relata Estuqui Filho foi considerada como um material maravilhoso e
(2006, p. 14): “O próprio nome Brasil é originário cheio de possibilidades, transformando-se em inú-
de uma espécie de madeira, o pau brasil (caesalpi- meros tipos de mobiliários, que vão de camas, armá-
na echinata)”. É certo que, de acordo com o autor rios e mesas até cadeiras – como exemplo, a cadeira
anteriormente citado, nossos colonizadores também de numeração 14 de Thonet, a qual é “uma das pri-
implantaram outras técnicas de construção com pe- meiras cadeiras produzidas em série, feita de madei-
dras e alvenaria, e que o uso do barro veio de nossas ra vergada, e que vem sendo produzida desde 1859
raízes africanas. E, mesmo com esse enorme reper- (mil oitocentos e cinquenta e nove)” (FARRELLY;
tório, o uso da madeira como material de constru- BROWN, 2014, p. 25).
ção no país é relevante. Servindo como painel de parede, pode ser forro e
Bauer (1994) considera que a madeira possui piso, estando presente até em luminárias. É usada em
certa vulnerabilidade na questão de sua durabilida- áreas internas e externas e, recebendo o tratamento
de, característica que a deixou em segundo plano adequado, pode ser aplicada em ambientes molha-
na engenharia e na arquitetura até a tecnologia con- dos, molháveis e secos. Também empregada no pai-
seguir desenvolver técnicas e tratamentos para po- sagismo, pode transformar-se em portões, pórticos,
tencializar suas características positivas e, também, bancos, muretas, decks, brinquedos, balanços, pisa-
minimizar suas fragilidades. Essas novas tecnologias das, aproveitando-se até suas lascas e cascas na deco-
e descobertas reposicionaram a madeira como ma- ração dos jardins, em ambientes internos e externos.
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DESIGN
A madeira também é a matéria-prima dos pa- Veremos agora, caro(a) aluno(a), como podemos
péis. Em ambientações, é comum utilizar os papéis compreender a madeira, elemento natural, e como
de parede, sendo sua composição da celulose, pro- aplicá-la nas ambientações.
duto da fibra da madeira.
Com tantas aplicações, é importante conhecer as QUESTÕES BOTÂNICAS E RELAÇÕES
características técnicas mais relevantes das madeiras: COM A CONSTRUÇÃO CIVIL
Apresenta resistência mecânica tanto a esforços A classificação botânica das madeiras nos apresen-
de compressão como aos esforços de tração na
flexão: foi o primeiro material de construção a ser ta, como informa Bauer (1994), as árvores ou "ve-
utilizado tanto em colunas como em vigas e ver- getais superiores’" as endógenas (possuem germi-
gas; tem resistência mecânica elevada, superior nação interna), como as palmeiras e bambus, que
ao concreto, com a vantagem do peso próprio
reduzido; resiste excepcionalmente a choques e possuem aplicação menor na construção civil; e as
esforços dinâmicos: sua resiliência permite ab- exógenas (germinação externa) que são popular-
sorver impactos que romperiam ou estilhaçariam mente usadas na construção civil e possuem uma
outros materiais; apresenta boas características
de isolamento térmico e absorção acústica; seco subclassificação: as exógenas gimnospermas (sem
é satisfatoriamente dielétrico; tem facilidade de frutos) e as angiospermas, consideradas mais com-
afeiçoamento e simplicidade de ligações: pode ser pletas e popularmente conhecidas no Brasil por
trabalhado com ferramentas simples; tem custo
reduzido de produção, reservas que podem ser “madeiras de Lei”.
renovadas e, quando convenientemente preserva- A classificação de Ambrozewicz (2012) resume
do, perdura em vida útil prolongada à custa de in- madeiras duras (angiospermas) e moles (gimnosper-
significante manutenção; em seu estado natural,
apresenta uma infinidade de padrões estéticos e mas). No caso das madeiras duras, o autor cita: ipê,
decorativos (BAUER, 1994, p. 437-438). jacarandá, cedro, eucalipto; e das madeiras moles:
o pinho do paraná, utilizado em construções tem-
O autor Ambrozewicz (2012) pondera e apresenta as porárias ou que devem ser protegidas.
desvantagens do material. A madeira é proveniente Ao se tratar de sua estrutura, o caule da árvore
de uma estrutura viva e, neste ponto, possui algumas é a parte utilizada na construção civil, e este é divi-
características semelhantes a todos os corpos vivos: dido em partes. A primeira que vemos é a casca ou
é combustível, é heterogênea, tem sensibilidade às cortiça, elemento que protege as outras partes dos
variações de temperatura e umidade, sendo possí- excessos ambientais e dos agentes de destruição. A
vel até se degradar. É sensível aos agentes biológicos, cortiça de algumas espécies possuem quantidades
podendo se deteriorar e se deformar. No entanto, se maiores que podem ser retiradas como lâminas. Este
ressalta que essas características podem, também, material tem propriedades termoacústicas e pode
ser tratadas e transformadas a partir de modernas ser aplicado em processo de isolamentos de paredes
técnicas de tratamento, desenvolvimento e acaba- e forros, e também em contrapisos como "recheio",
mento do material. afirma Bauer (1994).
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SAIBA MAIS
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3. Os tacos de madeira, que podem ser instala- O revestimento de parede de madeira é reconhe-
dos com pedrisco e argamassa ou cola. cido pelo nome lambri. Quando o painel é de madeira
4. O parquete, que são placas de madeira maciça, é importante lembrar do peso e sua instalação
com desenhos decorativos que, geralmen- – conforme sugere Azeredo (2000), deverá contar com
te, possuem dimensões como 50 x 50 cm
os caibros assim como o piso. A fixação das tábuas de
ou 25 x 25 cm. Assim como os tacos, pode
ser instalado com cola. É de muita impor- madeira, no entanto, leva aos encaixes macho e fêmea,
tância ressaltar que, para toda aplicação de assim como também é executada nos pisos. Para aca-
revestimento de piso, é necessário que o bamento, pode ser necessário cera para brilho.
contrapiso esteja finalizado, nivelado e sem
umidade. Apenas assim pode ser feita a ins- Madeira em Lâminas
talação de qualquer revestimento de forma
satisfatória.
De acordo com Ambrozewicz (2012), quando a tora é
Sobre o forro de madeira, Azeredo (2000) indica que cozida e cortada em lâminas, a partir do torneamento
sua aplicação é a mesma que a do piso. Como recurso ou faqueamento, as lâminas são utilizadas para desen-
estético, o autor sugere aplicar o forro em níveis dife- volver o que chamamos de compensado, e são aplica-
rentes ou deixar a viga da estrutura do forro aparente, das como revestimento de paredes, desenvolvimento
no entanto, só quando o ambiente possuir amplitude. de mobiliários, ou ainda, como elemento decorativo.
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Constitui-se de lâminas de madeira, de quantidade As chapas de fibras são produtos que resultam de um
ímpar, unidas por adesivo ou cola, organizadas per- processo que separam as fibras da madeira, seus resí-
pendicularmente, para fortalecer e estabilizar o ma- duos fibrosos são utilizados como matéria-prima, for-
terial. Assim como apontado anteriormente, desen- mando as chapas. Seguem os tipos elencados por Am-
volvem-se mobiliários diversos com esse material. brozewicz (2012):
SAIBA MAIS
Charles e Ray Eames (1952), grandes ícones do Design, desenvolveram diversos mobiliários reconhecidos
até os dias atuais. Possuíam algumas posturas no desenvolvimento hoje consideradas como pontos da
sustentabilidade, o uso de produtos de maior qualidade para uma maior vida útil. É o caso, por exemplo,
da sua “[...] família de cadeiras de madeira compensada moldada, ainda fabricada”.
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A Densidade - O cálculo do peso (unidade) pelo Quanto maior a espessura, menor é a propagação do
volume (aparente). Neste caso, temos que, quanto fogo. De acordo com Ambrozewicz (2012), as ma-
maior a densidade, maior a resistência da madeira. deiras são resistentes às questões mecânicas, como
Cita-se a relação entre o MDF e o HDF. resistência à tração ou resistência à compressão ou
Condutibilidade Elétrica - Se a madeira estiver ao cisalhamento, mesmo quando se considera as va-
seca, é isolante. Quando úmida, é condutora. riantes existentes por ser um material vivo.
Condutibilidade Térmica - De acordo com
Bauer (1994), compreende-se que a madeira não SAIBA MAIS
conduz satisfatoriamente bem o calor.
Condutibilidade Sonora e Absorção Acústica - Resistência mecânica, de acordo com Am-
A madeira não é uma boa condutora de som, sen- brozewicz (2012, p. 33), “é a propriedade que
tem o material de não ser destruído sob a
do, por este motivo, muito indicada para ambientes
ação de cargas [...] as cargas, agindo sobre o
onde é necessária a absorção de ruído apresentando material, podem causar esforços de tração,
uma diminuição de até 5dB (cinco decibéis). Po- compressão, flexão e ao cisalhamento”.
rém deve-se levar em consideração diversos fatores, Desta forma: 1. Atração é a carga que “estica”
a peça; 2. A compressão é a carga que com-
como o acabamento dado para a madeira, que pode prime a peça; 3. A flexão é a carga que, ao
auxiliar ou atrapalhar a absorção. mesmo tempo em que comprime uma parte
Resistência ao Fogo - As madeiras são classi- da peça, traciona a outra; 4. A torção é a carga
que torce a peça e, por fim, 5. O cisalhamento
ficadas em dois grupos: as que possuem espessura
é a carga que corta a peça.
inferior a vinte milímetros (20 mm), que são pro-
Fonte: adaptado de Ambrozewicz (2012, p. 33).
pagadoras do fogo, e as que possuem espessura su-
perior a 25 mm diminuem o risco de propagação.
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Bambu
O bambu, como explicado no início da unidade, é to utilizado pelos índios brasileiros, ficando, assim,
um vegetal classificado como endógeno e também é restrito a apenas algumas construções antigas in-
aproveitado na construção civil. dígenas e, atualmente, a construções desenvolvidas
De acordo com Marçal (2008), o bambu é da fa- por defensores da permacultura.
mília das gramíneas, ou seja, das gramas, e possui O bambu, entretanto, possui diversas qualidades.
cerca de 1.250 espécies conhecidas em todo o mundo. Conforme aponta Marçal (2008), não é um material
Dele pode-se extrair o lenho e a fibra. Logo, Shepherd poluente, em seu processamento, não há gastos de
(2014) cita o material como matéria para diversas uti- grandes quantidades de energia, é uma fonte renovável
lizações, tais como comida, forragem animal, revesti- e de baixo custo, seu crescimento é rápido (em cerca
mentos de parede e pisos, mobiliários, instrumentos de quatro anos, já pode ser utilizado), e sequer precisa
musicais, polpa de papel, entre outros. ser replantado após o corte, uma vez que possui raízes
Souza (2004) acrescenta que o bambu é um ma- longas e resistentes, que são capazes de se recuperar
terial explorado há milênios pelas sociedades asiá- sozinhas. É leve, portanto, de fáceis transporte, arma-
ticas e, como afirma o livro Dicionário de Símbolos, zenagem e manuseio do material, atualmente, conta
escrito por Lexicon (1998), o bambu, para os orien- com evoluídas técnicas de processamento que poten-
tais, possui o significado de boa sorte: nas religiões cializam as suas qualidades e resolvem alguns dos seus
como o Budismo e o Taoísmo, os nós, que separam “pontos negativos”. Estes são: quando em ambientes
o bambu em partes, somados ao seu crescimento rá- secos demais, pode pegar fogo, em ambientes úmidos
pido e vertical, simbolizam a evolução espiritual, a demais, pode apodrecer, está propenso ao ataque de
alma que possui um caminho, mas também possui insetos e pode rachar, fissurar e contrair-se, de acordo
as suas etapas de evolução. com o que Souza (2004) apresenta.
Conforme afirma Souza (2004), nas culturas Assim como a madeira, as resistências do bambu
ocidentais, os materiais mais utilizados foram as pe- variam de acordo com alguns fatores, como: “espé-
dras e as madeiras. Portanto, como o Brasil foi uma cie, idade, tipo de solo, condições climáticas, época
colônia de Portugal, não existe, em nossa sociedade, da colheita, teor de umidade das amostras” (MAR-
o conhecimento popular e a cultura do uso e signi- ÇAL, 2008, p. 14). Entretanto, os estudos apontam
ficados do bambu, apesar de ser um material mui- que o bambu possui propriedades mecânicas óti-
mas, tais como tração, compressão, flexão, etc.
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Marçal (2008) afirma que, em comparações efe- tos, divisórias, mobiliários diversos, utensílios e deco-
tuadas com o aço, o bambu apresenta-se mais seguro rativos e, inclusive, na iluminação.
em relação ao uso em construções, podendo aguentar No que tange às suas cores, pode ser encontrado
até abalo sísmicos. Quando não tratado, em ambiente nas cores naturais ou pode ser tonalizado, possui
coberto, o bambu pode durar de dez a 15 anos. Sou- padronagens, dependendo do tipo de bambu e de
za (2004) informa que o material é um bom isolan- como foi processado. Seu uso está em crescimento,
te acústico e térmico, podendo receber tratamentos não só pela sua beleza e qualidade, mas também,
como a impermeabilização. A autora ainda afirma pelo apelo ambiental que esse produto possui.
que o material pode ser utilizado em praticamente O bambu é um material que sempre foi muito
quase toda a estrutura da construção. explorado. Durante muito tempo esquecido pela
No design de interiores, a aplicação dos produtos sociedade, voltou a ser ponto de destaque no mo-
desenvolvidos com bambu são inúmeras. Em relação mento em que nasceu a preocupação ambiental. Aos
à estética, ele possui padronização, textura e colora- designers de interiores, basta ampliar o olhar para as
ção únicas e que agradam, é utilizado como elemento possibilidades do material, já que sua beleza estética
de design de interiores de fato, em pisos, revestimen- é única e suas qualidades são inquestionáveis.
REFLITA
Thomas Edison, um dos maiores inventores do mundo, sugeriu que as ideias são fáceis em compara-
ção a fazer as coisas funcionarem. Ele é o autor da famosa declaração que postula que o sucesso é 1%
inspiração e 99% transpiração.
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Fibras são matérias-primas finas e alongadas que podem ser agrupadas, for-
mando fios, cordas e até mantas. São elas que produzem o papel e o tecido;
falamos, novamente, de um material milenar. A sociedade conhece as fibras,
mas, durante muito tempo, as usamos sem fiar, sendo, em vez disso, pren-
sada, porém a evolução permitiu que o ser humano desenvolvesse novas
“tecnologias” de processamento. Por exemplo, a madeira é fonte da fibra de
celulose, que desenvolve o papel e o raiom, um tipo de tecido similar à seda.
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De acordo com Pezzolo (2013), as fibras, antes so- forma, como os agregados que conhecemos no início
mente naturais, hoje podem ser artificiais químicas e deste livro. De fato, esses estudos acabarão abrangen-
artificiais sintéticas, isto é, compostas por matéria-pri- do o design de interiores, e isto pode ser uma verten-
ma natural processada industrialmente e compostas te de estudos para os(as) designers. O uso das fibras
por materiais sintetizados de petróleo, carvão e outros. em outras funções pode, sim, estar presente em nossa
Ainda de acordo com Pezzolo (2013), as fibras na- área, talvez como um elemento que agrega resistência
turais vegetais são: o linho, o algodão, a juta, o sisal e o ou economia em materiais superprocessados, como
coco. Em relação às fibras naturais animais, podemos o MDF e o MDP. Entretanto, no design de interiores,
citar a lã, a seda e o cashmere. É importante ressaltar tem-se a maior relação desses elementos em seus pro-
que, por serem de origem viva, esses materiais pos- dutos têxteis e, quando processados, como papéis (os
suem diversas variáveis, tais como a questão do clima papéis de parede). A partir desta perspectiva, vamos,
e da alimentação, sendo, portanto, fatores externos que agora, caro(a) aluno(a), adentrar no mundo das fibras
definem como será a qualidade e o aspecto estético do no design de interiores.
material. Em alguns casos, como o da seda, o produto
final pode ser influenciado até pelas fases da lua, por- FIBRAS TÊXTEIS
tanto, todo o processo, desde o seu início, deve ser me-
ticulosamente planejado e cuidado, somente assim se A extração da fibra pode acontecer de diversas manei-
chegará em um resultado de qualidade. ras, dependendo de sua origem. Para se transformar
Outro ponto que deve ser exaltado é que as fibras propriamente nas fibras, as matérias-primas passam
naturais são abundantes no planeta, possuindo, então, por alguns processos, podendo ser sovadas, desmem-
um custo mais baixo. Em alguns casos, são materiais bradas, lavadas (algumas precisam ficar de molho por
autossustentáveis, portanto, estão paralelas aos con- algum tempo), torcidas e secas. Para as fibras se trans-
ceitos da sustentabilidade em ascensão na sociedade formarem em fios, acontece a torção. De acordo com
atual. Além das aplicabilidades anteriormente citadas, Fajardo, Colage e Joppert (2002), os fios, por sua vez,
a fibra natural, hoje, está na construção civil, utilizada também podem se converter em cabos, como os bar-
na mistura com cimentos, ou ainda, atuando como bantes, produzidos a partir da torção de vários fios.
reforço nesses produtos, por sua sustentabilidade: Conforme apresenta Pezzolo (2013), seguem algu-
mas informações sobre algumas fibras naturais vegetais:
As fibras naturais, como reforço de matrizes • O cânhamo, que produz fibras rústicas que
frágeis à base de materiais cimentícios, têm des- podem ser comparadas ao linho.
pertado grande interesse nos países em desen-
• A juta, cujo país de origem é a Malásia, usada
volvimento, por causa de seu baixo custo, dis-
para desenvolvimento de sacaria, cordas, te-
ponibilidade, economia de energia e também no
que se refere às questões ambientais (PEZZOLO, cidos de revestimento de parede e tapetes de
2013, p. 1). baixo custo, pois não possuem elasticidade e
resistência.
Essas novas aplicações das fibras fazem parte de estu- • O rami, de origem asiática, é uma fibra rús-
dos mais recentes, que trazem à tona as diversas qua- tica e forte, pode ser usada na tecelagem, en-
lidades desses materiais, acabando por atuar, de certa tretanto, é melhor aplicada ao trançado, pro-
duzindo até mobiliários.
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Sustentabilidade
A madeira é uma matéria-prima renovável. No Existem, porém, as políticas atuais, que desenvol-
entanto, após milhares de anos de extração sem o veram leis normativas do uso da madeira e a exigência
compromisso com reflorestamento, esse material do uso de madeiras de reflorestamento. Entretanto, de
beira a extinção. De fato, algumas árvores, hoje, já acordo com Moxon (2012), as perdas ainda são gran-
estão extintas, portanto, existem, no uso da madeira, des e existe uma imensa preocupação em minimizar
grandes pontos negativos. Soma-se a isso o fato de os danos existentes. Mas as madeiras são materiais de
que a exploração da madeira afeta diretamente o ha- muita durabilidade quando aplicadas corretamente e
bitat do local, causando erosão do solo e diminuição mantidas de acordo com as suas características. Al-
da absorção do dióxido de carbono da atmosfera, o guns teóricos da sustentabilidade sugerem que, quan-
que, por sua vez, altera o clima, deixando em risco do há necessidade de especificar materiais de longa
também os animais e vegetais. Em alguns casos, são duração, é mais correto utilizar os produtos naturais
retiradas árvores até das matas ciliares (árvores que certificados do que alguns novos materiais que não
ficam nas beiras dos rios), o que causa danos como o possuem durabilidade e precisam ser substituídos
acúmulo de detritos (sujeiras) nessas fontes de água, após alguns poucos anos de uso. Outro ponto positi-
ressecamento etc. vo importante, no entanto, é que:
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que se encontra, as dimensões destes campos de pro- assunto: “[...] mal sabem eles que, desde 1997, peças
dução são enormes, afetando diretamente a vida ani- desenvolvidas de reciclados estão presentes nas lojas
mal e vegetal do local. Além disso, é uma plantação e com ótimo desempenho” (PEZZOLO, 2013, p. 257).
precisa de grande demanda de água. Moxon (2012) Sobre as novas adaptações das indústrias de car-
afirma que a produção do algodão apresenta 3% do pete, Moxon (2012) apresenta como pode ser o passo
consumo total de água mundial. a passo da vida útil do carpete em empresas que pro-
Também não se pode esquecer o uso de diversos curam se adequar à sustentabilidade. O ciclo se inicia
produtos químicos para evitar as pragas nesses campos. na obtenção da matéria-prima, que pode ser originá-
Contudo existem diversas possibilidades se considerar- ria de produtores locais quando for necessário o uso
mos o uso de materiais têxteis reciclados. Farjado, Cola- de fios novos ou pode ser originária de fios reciclados.
ge e Joppert (2002) informam que existe, por exemplo, Durante todo o processamento do material, dentro da
o fio de trapo, que consiste no uso de fios “desfiados” de empresa, pode existir um controle e uma preocupação
roupas e de outras peças de tecido já usadas. com os resíduos da produção e com o uso conscien-
O maior desafio consiste na aceitação dos te- te de água e energia para os tratamentos do material.
cidos reciclados por parte dos consumidores, que Em sua fase de instalação, já no cliente final, a cola
acreditam ser peças com qualidade inferior. Pezzolo utilizada pelo instalador deve ser de baixa emissão de
(2013) ressalta que 36% dos consumidores, no Brasil, COV (compostos orgânicos voláteis), para promover
compreendem reciclado como algo inferior, porém a qualidade do ar. Esteticamente, algumas empresas
muito do que é vendido, atualmente, no mercado, defendem o uso de placas padronizadas de carpete,
provém de fios reciclados e, muitas vezes, o consu- diminuindo, assim, o desperdício do material no mo-
midor acaba por adquirir esses produtos sem saber mento de adequação às dimensões do ambiente e, de
que são reutilizados. Segue frase da autora sobre o certa forma, proporciona ao designer de interiores a
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possibilidade de criação de desenhos diversos. Além é reutilizado, após o uso, é reciclado. Portanto, te-
disso, esse sistema permite a manutenção do carpete mos os seguintes benefícios: reduz perdas de pro-
com a retirada apenas da placa que está desgastada dutos diversos por estarem embalados pelo papelão
ou que sofreu alguma alteração. Para finalizar o ciclo, ondulado, é saudável ao uso, pois é um material de
quando esses materiais forem descartados, podem ir descarte instantâneo e, como é biodegradável, seu
novamente para a fábrica, tornando-se um novo pro- descarte não afeta o meio ambiente, podendo, além
duto e diminuindo cada vez mais a necessidade de disso, ser reciclado.
extração de matéria-prima virgem.
Ao se tratar de matérias-primas das fibras natu- SAIBA MAIS
rais animais, deve-se relembrar que essas são de maior
Embora seja importante reconhecer o valor
qualidade quando extraídas do animal vivo, evitando, prático dos materiais e construções tradicio-
assim, sua morte. Em alguns casos, a tosa destes pe- nais, isso não precisa ditar a aparência de
um projeto ou limitar, o projeto sustentável
los é benéfica ao animal, sendo, esse tipo de material,
a um estilo particular. [...] materiais tradicio-
denominado autossustentável. A lã de carneiro é um nais e naturais podem ser utilizados de um
exemplo, bem como a cortiça (origem vegetal). modo moderno, inovador ou combinados
com materiais mais novos para um conjunto
O papel tem origem na fibra da madeira – a celu- mais equilibrado.
lose, e também possui um apelo muito grande em re-
Fonte: Moxon (2012, p. 26).
lação às políticas de uso do reflorestamento, é portan-
to, necessário estimular o uso de materiais reciclados.
Além disso, de acordo com Moxon (2012), os(as) pro-
fissionais de design de interiores e áreas afins devem
conhecer os produtos que aplicarão junto ao papel de
parede e outros materiais recicláveis, para evitar que a
mistura com os materiais tóxicos ou poluentes conta-
minem os recicláveis de modo que não possam mais
ser admitidos à recuperação.
No caso do papelão ondulado, material em des-
taque hoje para os designers, a Associação Brasileira
do Papelão Ondulado ([2019], on-line)6 afirma que
ele provém de fontes renováveis, evitando o alto im-
pacto ambiental e, ainda, defende que isso se alas-
tra para todo o ciclo de vida do material, que possui
uma estrutura fechada, ou seja, cíclica – o papelão Figura 11 - Luminária de papelão ondulado reciclado
119
120
considerações finais
N
esta unidade, estudamos materiais que ofereceram segurança, seja no as-
pecto espacial, no que tange às ambientações e construções que assegura-
vam a sobrevivência em um mundo impetuoso, seja em um âmbito mais
próximo, corporal, protegendo a pele e o corpo desse mesmo mundo e
seus climas, muitas vezes, cruéis.
Percebemos como a madeira é diversificada e, assim, são, também, as suas apli-
cações. Observamos como o homem conseguiu descobrir outras formas de usar essa
mesma matéria-prima, produtos que resultam de diferentes processos que ele desen-
volveu ao longo de sua existência para melhorar, em diversos aspectos possíveis, a
aplicabilidade desses materiais naturais em seu meio urbano.
Estudamos também o bambu, material que, igualmente, possui qualidades nu-
merosas, sendo utilizado na construção civil como elemento estrutural (vigas, cabos)
e no design de interiores, com sua aplicabilidade se movimentando em torno de
muitas possibilidades, que vão desde o revestimento de piso e parede, como material
estrutural ou acabamento de mobiliários, a elementos de iluminação e decorativos.
Das fibras, como a celulose, obtém-se o papel, que é um produto separador de
águas para a humanidade, pois, por meio dele, a escrita pôde ser transportada e, de-
pois, multiplicada. O papel tem a sua função nos interiores, protegendo a alvenaria,
oferecendo uma sensação calorosa e, logo, um elemento de potencial decorativo pre-
sente nas ambientações, com suas estampas. Do papel delicado passamos ao estudo
do papelão, produto mais rústico e resistente que, hoje, pode ser utilizado como ma-
terial para mobiliários. Das fibras naturais, conhecemos as que provêm dos animais,
desde os primórdios atuando na proteção contra as intempéries naturais e então,
aplicadas como tapete, carpete e cortinas, revestimentos de móveis, iluminação e
decorativos.
E, por último, obtivemos a compreensão de todos estes conteúdos, somados às
questões da ordem da sustentabilidade e da prática profissional, fechando mais uma
unidade de aprendizado.
121
atividades de estudo
1. Considerando todo o conteúdo que pudemos es- III. O bambu é completamente sustentável por-
tudar em relação às madeiras e a todos os seus que não possui nenhuma energia incorpora-
tipos de aplicações, analise as afirmativas a se- da e, como não há necessidade de transporte
guir: de longa duração, não emite gás carbônico na
I. A madeira roliça é pouco processada e possui atmosfera.
uma estética bem rústica. IV. Descoberto recentemente pela sociedade, o
II. A madeira serrada é aquela utilizada nas estru- bambu ainda não possui muitas aplicações,
turas de pergolados. sendo apenas material para desenvolvimento
de utensílios e decorativos.
III. O compensado constitui-se de lâminas de ma-
deira, unidas por adesivo ou cola. Assinale a alternativa correta:
IV. A chapa de densidade média constitui-se de f) Apenas I e II estão corretas.
pedaços de fibras de madeira somados à resi- g) Apenas II e III estão corretas.
na e prensado.
h) Apenas I está correta.
V. Os aglomerados são, de certa forma, resídu-
i) Apenas II, III e IV estão corretas.
os finos de madeira, às vezes, pinus, ou talvez,
eucalipto, agrupados com resinas sob pres- j) Nenhuma das alternativas está correta.
são e altas temperaturas.
3. De acordo com o conteúdo exposto sobre o
VI. Na madeira laminada, a tora é cozida e corta- papel, o papelão e o papel de parede, leia as
da em lâminas. afirmativas, reflita, retome o conteúdo se ne-
cessário e assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
Assinale a alternativa correta:
( ) O papel e o papelão possuem matéria-prima
a) Todas as afirmativas estão corretas.
diferentes entre si. O primeiro é desenvolvido
b) Apenas as afirmativas I, III e V estão corretas. com celulose, e o outro, com poliéster.
c) Apenas as afirmativas II, IV e VI estão corretas. ( ) O papelão é mais firme estruturalmente por-
d) Apenas a afirmativa IV está correta. que possui a adição de agregados em sua
composição para melhor suportar o peso.
e) Nenhuma das afirmativas está correta.
( ) O papel de parede é um material muito frágil.
2. O bambu também é um vegetal, porém dife- Não evoluiu desde sua descoberta pelos chine-
rente das árvores. Na botânica, está no grupo ses e deve ser utilizado apenas em pequenas
de vegetais denominado gramíneas. A respeito dimensões, em ambientes internos, e nunca em
desse material, leia as alternativas a seguir: ambientes com umidade, mesmo que mínima.
I. O bambu é uma fonte alternativa de material
( ) O papel de parede é um material muito forte
que possui crescimento rápido, sendo, assim,
e resistente. Não evoluiu desde sua desco-
um material renovável e de baixo custo.
berta pelos chineses, mas serve para ambien-
II. Alguns dos problemas do bambu é que pode tes internos, sendo úmido, ou não.
ser inflamável, mas, em contato com a umida-
( ) O papelão, por sua vez, é mais fraco estrutural-
de, o material pode sofrer apodrecimento.
mente que o papel de parede porque não pos-
sui a adição de agregados em sua composição.
122
atividades de estudo
123
LEITURA
COMPLEMENTAR
124
material complementar
As incríveis casas de bambu construídas por Elora Hardy e sua equipe de artesãos locais talentosos que
conseguem tirar o máximo do material. Eles acreditam que o bambu tem um potencial incrível.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=kK_UjBmHqQw.
Revista online e gratuita cujo assunto principal é a madeira. Apresenta as novidades e inovações do mer-
cado para esse material.
Web: http://www.remade.com.br/revista-madeira.
A seguir, o link para a matéria sobre o projeto do Alvaro Guillhermo vencedor do iF Social Impact Prize.
Web: http://www.portalsplishsplash.com/2018/03/alvaro-guillermo-gestor-e-criador-do-projeto-encontros-
-criativos-vence-o-if-social-impact-prize.html.
125
referências
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Interiores Unicesumar. 5. ed. Maringá: Unicesumar, ago./ set. 2015.
07/15 Comentários não mapeados 381ariane.fabreti , A. F. B. Materiais para uma construção sustentável: o
caso da cortiça. 2014. 139 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Faculdade de Ciências e Tecnolo-
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ZABALBEASCOA, A. Tudo sobre a casa. São Paulo: Gustavo Gili, 2014.
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Em: http://www.abpo.org.br/?page_id=1156. Acesso em: 20 maio 2019.
7
Em: http://eco-nautas.blogspot.com/2010/02/poltronas-e-sofa-de-papelao.html. Acesso em: 20 maio 2019.
127
gabarito
1. D.
2. A.
3. C.
4. As fibras, antes somente naturais, algumas de origem vegetal e outras de
origem animal, hoje podem ser artificiais químicas e artificiais sintéticas,
isto é, compostas por matéria-prima natural processada industrialmente e
compostas por materiais sintetizados de petróleo. O restante do exercício
possui cunho criativo, porém o desenvolvimento da ambientação deverá
exigir os conhecimentos acerca do material escolhido pelo(a) aluno(a).
5. D.
128
UNIDADE
IV
METAIS E POLÍMEROS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Metais
• Polímeros
• Acrílico (PMMA)
• Sustentabilidade
Objetivos de Aprendizagem
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade dos
metais.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade dos
polímeros.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade do
acrílico.
• Apresentar como esses materiais comportam-se em relação ao
conceito de sustentabilidade.
unidade
IV
INTRODUÇÃO
O
lá, aluno(a)! Chegamos à quarta unidade do nosso livro de ma-
teriais e revestimentos. Nesta parte, você estudará dois tipos de
materiais: os metais e os polímeros, materiais que possuem ca-
racterísticas muito diversas se comparados aos anteriores, mas
ambos possuem muita beleza e aplicações no design de doença de won-
vilebran interiores. O primeiro tópico trata dos metais, materiais que al-
guns estudiosos acreditam ter exigido de nossos ancestrais mais raciocínio
para seu uso e manuseio. Os metais são conhecidos e utilizados desde as
primeiras eras dos homens, mas são materiais tão diversificados que cada
momento da evolução humana revelou um diferente tipo de metal. E mes-
mo quando muitos desses se apresentaram à sociedade humana, é possível
perceber que, pelo nível de dificuldade de manuseio, alguns foram aplica-
dos de forma bem rudimentar, até que a evolução científica despertou a
capacidade e a qualidade de uso desses materiais aos nossos antepassados.
O segundo tópico, diferentemente de todos seus antecessores, apre-
senta um material jovem, novo para os seres humanos, cujo uso só foi
possível por meio do desenvolvimento intelectual dos humanos e do
desenvolvimento da tecnologia e das ciências. Chamados popularmente
de plásticos, os polímeros se subdividem em categorias, e estas, por sua
vez, apresentam ainda mais diversidade de tipos, classes e tratamentos
ou composições. Este tópico se arranja pela separação de materiais e um
desses, tido como nobre, destaca-se nesta unidade: o acrílico, um tipo de
polímero muito utilizado na construção civil, e que vem surpreendendo
a todos pelas qualidades e aplicações.
Ao final, seguem as etapas de sustentabilidade relacionando-se aos es-
tudos dos materiais, às tendências atuais, à sua aplicabilidade, além de toda
a criatividade, além da questão da preocupação com o meio socioambien-
tal e como os materiais se relacionam com essas questões, sugerindo uma
reflexão a você sobre seu posicionamento perante as questões sociais.
134
DESIGN
Metais
135
Encontrados na natureza em meio aos minérios, anteriores, poucos saberiam ou teriam acesso a eles,
concentrados em jazidas, em meio às rochas, devem o que fez com que se tornassem produtos de altas
ser extraídos pela atividade de mineração. O autor classes sociais, principalmente o ouro e a prata, bem
Ambrozewicz (2012) ressalta que toda a exploração como o aço.
dos metais é normatizada e legalizada pelo Governo, O ferro é, entretanto, um metal assimilado de for-
e que nenhuma extração pode estar ativa sem a fis- ma mais popular, por seu fácil manuseio. Ao se tratar
calização do Ministério de Minas e Energia. das propriedades de cunho estético, existem varia-
A extração dos metais pode ser externa ou inter- ções. Suas cores prateadas, douradas e avermelhadas
na (no subterrâneo, isto é, na mina). Nesta etapa de são percebidas como muito belas. Alguns possuem
mineração e extração, o metal ainda contém a con- muito brilho, outros destacam-se por serem foscos.
centração de outros materiais. Na etapa de minera- Contudo com a evolução tecnológica e com a caracte-
ção, é necessário separar o que realmente é minério rística de serem moldáveis, os metais podem oferecer
metal de outros materiais (ganga é o nome dado aos grande diversidade estética, como informam Farrelly
materiais desconsiderados pela indústria dos me- e Brown (2014). Além de moldáveis, podem ser pren-
tais e minérios). Esta é uma etapa de purificação, sados, marcados, pintados, texturizados, cortados,
feita química ou mecanicamente. De acordo com gravados, envernizados, polidos, oxidados etc.
Bauer (1994), na metalurgia, os processos também Ao tratarmos das propriedades físicas e mecâni-
são feitos para selecionar, entre os minérios, a pu- cas, temos: solidez, brilho, boa condutibilidade térmi-
reza do metal. Se procurarmos compreender o uso ca e elétrica. A corrosão (ou oxidação) aparece como
dos metais no Design de Interiores, pela sua subje- ponto negativo. No caso da consistência, existem os
tividade, podemos encontrar posicionamentos que metais de muita dureza e os que se apresentam, de
se referem à nobreza, ao luxo e ao poder, visto que certa forma, como moles. Conforme afirma Ambro-
eram materiais cujo manuseio dependia de certo de- zewicz (2012), a classificação de dureza para os me-
senvolvimento intelectual e, desta forma, em tempos tais vem do aparelho Brinell, em acordo com a ABNT.
136
DESIGN
Figura 1 - Ferrugem
137
substância considerada tóxica. Portanto, não é acon- Fonte: adaptado de Anvisa ([2019], on-line)3.
selhável o seu uso que, no passado, era abundante
em instalações hidráulicas, em coberturas e até em
tintas. O estanho é o metal que substitui o chumbo Dentre as suas diversas propriedades, o cobre pos-
nestas aplicações, sendo um material bem maleável sui grande condutividade. Por isso é, hoje, o metal
e de coloração branco-acinzentada. mais aplicado em instalações elétricas, facilmente
138
DESIGN
SAIBA MAIS
139
140
DESIGN
141
Polímeros
Os polímeros são mais conhecidos como plásticos; ne) e são subdivididos em termofixos, termoplásti-
entretanto, o termo “plástico” também é um subs- cos e elastômeros. De acordo com Farrelly e Brown
tantivo que significa a propriedade de plasticidade (2014), esta subdivisão relaciona-se com a moldabi-
dos materiais. De acordo com Bauer (1994), isso lidade e o aquecimento desses materiais.
significa a possibilidade de um material mudar sua Quando termofixos, esses polímeros aquecidos
forma quando atingido por uma força de tensão sem podem ser moldados, porém, assim que resfriados,
se romper, como é o caso da argila, lembra-se? Por- não poderão sofrer o tratamento novamente, dife-
tanto, Morris (2010) sugere que é “mais correto re- rente dos polímeros termoplásticos, que podem ser
ferir-se aos plásticos como polímeros: o termo que aquecidos e moldados diversas vezes. Por fim, con-
descreve materiais que possuem repetidas cadeias de forme afirma Bauer (1994), os elastômeros são os
moléculas” (MORRIS, 2010, p. 115). polímeros que possuem grande elasticidade, como
Os polímeros podem ter origem natural (por as borrachas. O autor apresenta como exemplos de
exemplo, a borracha) ou artificial (como o silico- termoplásticos, termofixos e elastômeros, respecti-
142
DESIGN
143
144
DESIGN
a aplicação seja piso sobre piso, os não indicados são: em placas. De acordo com Ambrozewicz (2012), seu
cimento queimado (a menos que seja preparado para corte é facilitado por aquecimento do material cor-
a recepção do novo piso), pisos de madeira e de pedra tante, e o método utilizado pela indústria é aquecer
ou de cerâmica que apresentem juntas muito largas. um fio a 150 ºC e utilizá-lo como o material cortante.
A instalação, normalmente, é feita por adesivo. As Bauer (1994) afirma que o material é muito leve,
informações comerciais também afirmam que esse e, por esse motivo, é indicado para pisos flutuantes,
material pode ser encontrado em placas. Os maiores para o “recheio” de divisórias, forros e ambientes
benefícios apontados sobre o piso vinílico são manu- que necessitem de isolamento térmico e acústico (já
tenção baixa, higienização e durabilidade altas. para essas características, o material deve possuir,
em espessura, mais que 20 mm).
SAIBA MAIS
Fiberglass (PRFV)
As normas da ABNT para estes materiais são
a NBR 14.917: Revestimentos resilientes para
pisos - Manta (rolo) ou placa (régua) vinílica Fibras de vidro somadas a algum tipo de polímero,
flexível homogênea ou heterogênea em PVC, como o poliéster, ou algum tipo de epóxi ou melamina,
e a NBR 7374: Placa vinílica semiflexível para
revestimento de pisos e paredes.
tão nobre quanto o aço inox, mas com resistência da
chapa de aço. Afirma Ambrozewicz (2012) que seu uso
Fonte: a autora.
é grande em painéis de vedação, paredes divisórias e
alguns equipamentos, mas que podem desenvolver di-
POLIESTIRENO versos mobiliários, tampos de mesas, pias, bancos e até
piscinas, que são produzidas com o PRFV (plástico re-
Em relação à estética, oferece superfícies brilhantes e forçado com fibra de vidro), e muitos outros produtos.
polidas, mas não é muito resistente ao calor e, como Além das características apontadas anteriormente,
possui pouca flexibilidade, torna-se quebradiço. Esse o autor Bauer (1994) ressalta que o material é muito
material é aplicado em luminárias e elementos de ilu- leve e de fácil moldagem. Existem previsões de que,
minação de menor custo. No entanto, conforme afir- futuramente, esse material possa ser o mais utilizado
ma Ambrozewicz (2012), já existe o poliestireno de no desenvolvimento de edificações na construção civil.
alto impacto, usado para algumas conexões sanitárias,
para desenvolvimento de alguns mobiliários, como
bancos ou armários, ou ainda, assentos sanitários.
Poliestireno Expandido
145
Acrílico (PMMA)
O acrílico despontou como um dos materiais do com sua aplicação em diversos móveis assinados por
futuro que representa essa face da sociedade inova- profissionais famosos, é o material em destaque no
dora que rompe com o passado. É interessante ob- mundo pop, como exemplo, a Cadeira Bolha de Aero
servar o discurso acerca do material; Santos e Pedro Aarnio, a Cadeira Eames Eiffel, desenvolvida por
(2010) expõem, em seu estudo, uma matéria da re- Charmes e Ray Eames, e muitos outros.
vista “Casa e Jardim” do ano de 1972, que apresen- Os acrílicos também são apontados pelo estu-
tava a reportagem intitulada “Apresentamos a moda dioso Ambrozewicz (2012) como um tipo de polí-
transparente: acrílico”. As autoras acrescentam que mero nobre, que possui semelhanças, na aparência,
a revista “classifica este material como jovem, des- com o vidro, inclusive com algumas qualidades óti-
contraído e versátil” (SANTOS; PEDRO, 2010, p. 5). cas. Podem ser denominados acrílicos ou plexiglass,
De fato, esta é a reação dos indivíduos ao material. e seu nome científico é poli (metacrilato de metila).
O acrílico possui forte apelo ao novo, atual, jovem e, O Indac – Instituto Nacional para o Desenvol-
146
DESIGN
vimento do Acrílico ([2019], on-line)6 afirma que o zir a iluminação para suas bordas, acendendo-as (de-
material é conhecido desde o ano de 1843, mas que pendendo das características tanto do produto acríli-
apenas em 1901 iniciou a sua expansão no merca- co quanto da iluminação), gerando um efeito muito
do de consumo. Em relação às suas características, o bonito em suas peças. Por isso, é muito utilizado em
Instituto ressalta que chega até a 92% de transmissão totens empresariais de mesa e outros, tanto que Se-
da luz, sendo um material duro, rígido e resistente (à gura (2010) afirma que “muitos trabalhos vêm sen-
radiação UV, às intempéries, a químicos - limitado do realizados utilizando o PMMA como guia de luz”
aos solventes). No entanto, não é resistente ao álco- (SEGURA, 2010, p. 22).
ol, mas possui excelente moldabilidade.
Apresenta-se em muitas opções de cores: trans-
parentes, translúcidas ou opacas e, apesar de ser um
material inflamável, possui baixa emissão de fuma-
ça, além de ser atóxico. Ao se tratar de resistência à
abrasão, o acrílico é fraco, mas o material pode ser
recuperado facilmente por polimento.
Por fim, é seguro por não ser tão cortante como
o vidro e seu índice de absorção de água é baixo, cer-
ca de 2%, com aumento dimensional de, no máximo,
0,35%.
SAIBA MAIS
147
Em relação à sua aplicação no design de interio- De acordo com Ferreira Neto e Bertoli (2002), as
res, há muita diversidade. Pode ser utilizado como barreiras de acrílico já são aplicadas em ambientes in-
divisórias de ambientes, mobiliários diversos, uten- ternos, como estúdios de gravação, e também nos am-
sílios domésticos, decorativos, forros, luminárias, bientes externos. As autoras afirmam que o acrílico é
além de ser utilizado como letreiros. São muitas as também uma ótima escolha estética, “[...] por ser trans-
opções, e o uso pode ser amplo, dependendo da cria- parente e, portanto, permitir ao receptor visualizar a
tividade do(a) designer de interiores. fonte sonora” (FERREIRA NETO; BERTOLI, 2002, p.
138). Neste estudo, elas ressaltaram a surpresa nos expe-
O ACRÍLICO E A ACÚSTICA rimentos práticos em barreiras sonoras com o acrílico,
em comparação com o concreto, ressaltando que o:
O Indac informa que barreiras de acrílico chegam a [...] acrílico superou em 4,9 dB a barreira de
reduzir até 60% de ruídos e que, por esse motivo, são concreto. Nas frequências mais baixas, isto é,
aplicadas até em barreiras para rodovias com o intui- inferiores a 250 Hz, o desempenho da barrei-
to de melhorar a qualidade de vida dos indivíduos ra de acrílico superou significativamente o de-
sempenho da barreira de concreto (FERREIRA
que moram em suas proximidades. No entanto, é im-
NETO; BERTOLI, 2002, p. 138).
portante, para esse resultado, atentar-se às espessuras,
que devem ser de 10 mm e 15 mm quinze milímetros, As autoras, que compararam três materiais como barrei-
com alturas de até 4 m. Elas podem ser constituídas ras sonoras – o acrílico, a madeira e o concreto – conclu-
de outros materiais, como fixação e barra em metal. íram que a madeira possui um desempenho mais bai-
Além do uso como barreiras em rodovias, também é xo que os outros dois materiais. O concreto acaba por
indicado seu uso em igrejas, escolas e até em estádios apresentar a melhor eficiência, e o acrílico apresenta boa
esportivos, isto é, locais onde há grande ruído. atenuação dos ruídos, mas, por ser transparente (não
bloquear a visão) enquanto oferece a redução sonora, é,
muitas vezes, sendo a melhor opção.
O ACRÍLICO E A ILUMINAÇÃO
148
DESIGN
Além disso, o(a) designer de interiores possui a dez anos e os seus riscos podem ser removidos.
liberdade de trabalhar com qualquer tipo de lâmpa- Antes de concluir o estudo deste material, ca-
da, apenas respeitando a distância entre ela e o mate- ro(a) aluno(a), o Instituto Nacional para Desenvol-
rial. De acordo com o site do Indac (2015, on-line)7, vimento do Acrílico informa que deve haver muito
as chapas acrílicas de qualidade resistem até 80 ºC. cuidado na hora de sua especificação e, principal-
Outras características que devem ser ressaltadas são mente, o(a) profissional deve buscar informações
a leveza, a diversidade de cores e a maleabilidade do acerca do seu fornecedor, pois muitos materiais pos-
material, pontos positivos para o desenvolvimento suem semelhanças e podem ser confundidos com o
criativo do(a) designer, não deixando de reafirmar acrílico, como o poliestireno, de menor qualidade e
que o acrílico tem a capacidade de conduzir a luz, também de menor custo.
diminuindo, assim, o consumo elétrico.
Ainda de acordo com o Indac (2015, on-line)7, se- REFLITA
guem os benefícios que o acrílico oferece para a área
de iluminação: mais leve que o vidro, mais seguro, Não se trata de criar mais uma cadeira, mas
porque sua quebra não provoca estilhaços, e é mais sim, de pensar em quem vai usá-la, onde,
resistente. Nas chapas denominadas cristais, possuem qual material idôneo para reduzir o impacto
socioambiental, logística, seus usos e seus
transparência altíssima que independe da espessura fins, para que, depois de ser cadeira, passe
do material. Se polidas adequadamente, suas bordas a ser outra coisa, útil para a pessoa, ou para
se iluminam. Além disso possuem durabilidade, re- outras pessoas.
149
Sustentabilidade
150
DESIGN
sos de jazidas em minas, correm o risco real de riores, às vezes, aos artificiais) e, portanto, podem
desabamentos. O uso de explosivos é outro fator a ter um ponto positivo: sua vida útil longa que, de
ser considerado quando se trata da saúde dos mi- certa forma, evita o consumismo exagerado e torna
neiros – neste caso, “trabalhadores da mineração”. desnecessário o desenvolvimento de outros produ-
Outro ponto levantado pelo estudioso Moxon tos para substituí-lo.
(2012) é que os metais também provêm de matéria O autor também ressalta a questão da recicla-
finita, pois subentende-se que há um desenvolvi- gem, a maioria das informações comerciais de em-
mento natural muito lento e, neste caso, não se com- presas de venda desses materiais afirma que são
para o seu desenvolvimento natural com a rapidez recicláveis e que, portanto, estão de acordo com
da sua extração/de seu uso pela sociedade moderna, a questão da sustentabilidade. No entanto, não
o que, provavelmente, acarretará no esgotamento são todos os materiais que efetivamente são re-
desses materiais. No mais, há de se considerar toda a cicláveis, e mesmo que sejam, nem todo material
energia e água incorporadas que são gastas no trans- reciclado se enquadra na sustentabilidade, tendo
porte e processamento desses materiais. Portanto, a em vista que alguns necessitam de grande energia
extração dos metais, advinda dos minérios encon- incorporada para o processo de reciclagem, como
trados em jazidas, é uma atividade que caminha é o caso do alumínio, gerando um gasto alto tan-
contra os conceitos de sustentabilidade. Entretanto, to de energia quanto de água, ou ainda, gerando
é interessante pensar que esses materiais, uma vez muito resíduo, fazendo com que o material perca
usados corretamente, são de muita qualidade (supe- seu valor sustentável.
151
Em relação aos metais, Moxon (2012, p. 102) é direto: polímeros, de propriedades diversas, o que faz ne-
O metal tem energia incorporada muito mais
cessário uma reciclagem separada, e essa é uma das
elevada que o vidro – em especial no caso do dificuldades encontradas em tal processo. Apesar
alumínio virgem – e depende de recursos não disso, conforme afirma Moxon (2012), já estão no
renováveis. Os metais reciclados reduzem a mercado produtos de polímeros reciclados, como
energia incorporada e conservam materiais
diversos tipos de mobiliários e, até mesmo, tecidos
brutos. O processo de manufatura é extrema-
mente poluente, mas o produto final é durável de garrafas PET recicladas ou mesmo de náilon, po-
e não tóxico. Tome cuidado com acabamentos liéster e borracha reciclados.
cromados, pois sua manufatura explora recur-
sos naturais escassos e gera resíduos tóxicos.
I
O Rio? É doce.
Ao se tratar dos polímeros, seus maiores pontos A Vale? Amarga.
negativos relacionam-se aos resíduos, uma vez que Ai, antes fosse
esses materiais não se decompõem facilmente na Mais leve a carga.
natureza. Dessa forma, nos aterros, é muito comum
encontrar pilhas desses materiais, além disso, ao se II
decomporem lentamente, os polímeros liberam, no Entre estatais
meio ambiente, gases que podem ser nocivos aos E multinacionais,
seres vivos e à atmosfera. Este dado torna-se alar- Quantos ais!
mante ao ser adicionado ao consumismo desenfre-
ado desta geração. No entanto, é possível diminuir III
esses pontos negativos especificando materiais po- A dívida interna.
límeros não virgens, ou seja, materiais reciclados. A dívida externa
A dívida eterna.
Os plásticos usam petróleo não renovável, deman-
dam um processo de fabricação poluente, emitem
IV
substâncias químicas tóxicas e produzem resíduos
de longo prazo. O plástico reciclado envolve algu- Quantas toneladas exportamos
mas dessas questões (MOXON, 2012, p. 106). De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
É importante destacar que a reciclagem dos polí- Sem berro?
meros também não é fácil. Existem muitos tipos de (Carlos Drummond de Andrade - “Lira Itabirana”).
152
DESIGN
153
considerações finais
C
aro(a) aluno(a), finalizamos mais uma unidade, concluindo a penúltima uni-
dade deste livro. Nesta etapa, adquirimos diversas informações acerca dos me-
tais e dos polímeros, além de compreendermos a questão da sustentabilidade
para esses materiais, ao visualizá-los tomando vida em projetos e produtos.
Os metais nos surpreenderam por participarem tão próximos de nossa evolução
intelectual, tão importantes que concedem seus “nomes” para a especificação ou a
classificação de algumas das nossas “eras” ou períodos ou momentos históricos. São
variados materiais, com diferentes aplicações, processamentos e formas de extração
que possuem uma beleza única em sua coloração e em seu brilho singulares. Com-
preendemos que são materiais de extrema resistência e que possuem ampla aplicação
na construção civil.
Os polímeros, os jovens materiais, frutos da evolução da ciência e da tecnologia,
são materiais apaixonantes, graças às características que se assemelham ao vidro. Ao
mesmo tempo em que são leves, moldáveis e mais seguros, possibilitaram aos desig-
ners da época o desafio de criar produtos inteiriços – um salto para o design, para
a criatividade. Em contrapartida, carregam para si toda a simbologia de uma época
de capitalismo e consumismo crescentes, e sem consciência dos futuros problemas
ambientais que seriam acarretados por toda a Revolução.
Na questão da sustentabilidade, você pode visualizar os problemas existentes em
relação ao meio socioambiental desses dois materiais e como acarretam modifica-
ções e problemas para o meio que os cerca.
154
atividades de estudo
1. Em relação aos metais estudados nessa unida- d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é
de, leia e assinale a afirmativa correta: uma proposição verdadeira.
a) O chumbo é um material muito utilizado em e) As asserções I e II são proposições falsas.
tubulações de água e esgoto. Foi o substituto
do estanho, material com muita resistência, po- 3. Como você, em atendimento, argumenta o uso
rém tóxico. dos metais e dos polímeros em seu projeto
b) O alumínio é um material muito atraente, que para um usuário que o(a) questiona sobre as
possui coloração cinza claro e, polido, possui questões ambientais?
um brilho único. O seu ponto negativo é que 4. Sobre os polímeros, considere as afirmações a
não possui resistência às altas e baixas tem-
seguir:
peraturas.
I. São divididos em três categorias: termoplásti-
c) O duralumínio é um material desenvolvido cos, termofixos e elastômeros.
com adição, em sua composição, de outros
materiais, como o cobre e o manganês. Por II. Os elastômeros podem ter origem vegetal ou
isso, é denominado liga. sintética, respectivamente, a borracha e o si-
licone.
d) O cobre e o aço corten são o mesmo material.
Possuem cor avermelhada causada por uma III. A forma correta da denominação dos plásti-
ferrugem chamada pátina, além de apresenta- cos é polímeros, visto que plásticos podem
rem ótima resistência, sendo muito utilizados também se referir aos materiais que possuem
em projetos sustentáveis por serem recicláveis. alguma característica da plasticidade.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
IV. Os elastômeros podem ter origem mineral ou
2. De acordo com os dados da unidade, em rela- sintética, respectivamente, a borracha e o si-
ção aos materiais e à sustentabilidade, analise licone.
as seguintes afirmativas. V. São divididos em quatro categorias: termo-
I. Um dos maiores problemas dos metais em re- plásticos, termofixos, elastômeros e plásticos.
lação à sustentabilidade é que a sua extração
De acordo com o exposto, assinale a alternati-
é nociva ao meio ambiente.
va correta:
PORÉM
a) Apenas I e II estão corretas.
II. Será sempre melhor o(a) designer de interio-
b) Apenas II e III estão corretas.
res especificar os metais do que especificar
os polímeros, porque esses não são materiais c) Apenas I está correta.
recicláveis. d) Todas estão corretas.
155
LEITURA
COMPLEMENTAR
Caro(a) aluno(a), segue, nesta leitura complementar, o resumo de um artigo que estuda
as possibilidades do container na habitação. Esse produto, inicialmente desenvolvido para
exercer outra função, virou uma alternativa para a Engenharia Civil e para Arquitetura,
como edificação de ambientes não só residenciais, mas também comerciais e temporários.
Para o(a) profissional do Design de Interiores, é interessante conhecer e se aprofundar
nesse novo objeto de trabalho, edificações que não são de alvenaria e que constituem
uma possibilidade real de trabalho em ambientação. Para continuar a leitura, você poderá
encontrar o endereço para acesso ao restante do material nas referências bibliográficas.
156
LEITURA
COMPLEMENTAR
157
material complementar
Objectified (2009)
Konstantin Grcic
Objectified é um documentário de longa-metragem sobre o nosso relacionamento
complexo com objetos manufaturados e, por extensão, com as pessoas que os
projetaram. É um olhar para a criatividade no trabalho por trás de tudo, até esco-
vas de dentes para aparelhos eletrônicos. É sobre os designers que reexaminam,
reavaliam e reinventam o nosso ambiente diariamente. É sobre expressão pesso-
al, identidade, consumismo e sustentabilidade. O filme documenta os processos
criativos de alguns dos designers de produtos mais influentes do mundo e analisa
a forma como as coisas que eles fazem impactam em nossas vidas. O que pode-
mos aprender sobre quem somos e quem queremos ser, a partir dos objetos com
os quais nos cercamos?
158
material complementar
Este material apresenta as qualidades do inox e como ele pode ser aplicado para uso dos idosos em diver-
sas situações.
Web: http://www.abinox.org.br/upfiles/arquivos/downloads/apresentacoes/traducoes/aco-inoxidavel-benefi-
cios-para-pessoas-da-3a-idade.pdf.
Material ecológico Rivesti. Aqui, você, caro(a) aluno(a), poderá conhecer melhor este material.
Web: http://rivesti.com.br/.
159
referências
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2006.
ABNT. NRB 14917: Revestimentos resilientes para pisos - Manta (rolo) ou placa (régua) vinílica flexível ho-
mogêna ou heterogênea em PVC. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
ABNT. NRB ISO 7823-1: Plásticos — Chapas de poli(metacrilato de metila) – Tipos, dimensões e caracterís-
ticas. Parte 1: Chapas fundidas. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
ABNT. NRB ISO 7823-2: Plásticos — Chapas de poli(metacrilato de metila) – Tipos, dimensões e caracterís-
ticas. Parte 2: Chapas extrudadas. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
AMBROZEWICZ. P. H. L. Materiais de construção: normas, especificações, aplicação e ensaios de laborató-
rio. São Paulo: Pini, 2012.
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BINGGELI, C.; CHING, F. D. K. Arquitetura de interiores ilustrada. Tradução de Alexandre Salvaterra. 3.
ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
CANÇADO, J. M. Os sapatos de Orfeu: biografia de Carlos Drummond de Andrade. São Paulo: Globo Li-
vros, 2006.
CARDOSO, C. E.; POZZI, M.; CURTIS, M. do C. G. Contextualização histórica do design e análise semióti-
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4, p. 803-815, set./nov. 2014.
FARRELLY, L.; BROWN, R. Materiais para o design de interiores. Tradução de Alexandre Salvaterra. Barce-
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160
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Em: http://www.acobrasil.org.br/site2015/siderurgia_mundo.asp. Acesso em: 27 maio 2019.
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Em: http://www.abinox.org.br/upfiles/arquivos/downloads/apresentacoes/traducoes/aco-inoxidavel-bene-
ficios-para-pessoas-da-3a-idade.pdf. Acesso em: 28 maio 2019.
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Em: http://www.indac.org.br/. Acesso em: 28 de maio.
7
Em: http://www.indac.org.br/o-acrilico-na-iluminacao/. Acesso em: 28 de maio.
161
gabarito
1. C.
2. C.
3. Atividade de reflexão sobre a responsabilidade social do(a) designer de
interiores. O aluno deverá responder, de acordo com o conteúdo dado,
quais as qualidades destes materiais e a visão positiva acerca do uso des-
tes produtos.
4. D.
5. O(a) aluno(a) deverá explicar e apontar as características do material, de
forma breve, e citar, em suas argumentações, quais informações, como a
presença de crianças e animais no ambiente, farão a escolha do material
mais seguro, como o acrílico, ou ainda, a necessidade do uso para o blo-
queio de som etc.
162
UNIDADE
V
RESINAS E OUTROS MATERIAIS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Tintas
• Produtos animais
• Outros materiais
• Sustentabilidade
Objetivos de Aprendizagem
• Classificações do Mobiliário
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade das resinas.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade dos produtos animais.
• Apresentar, definir, classificar e abordar a aplicabilidade de outros materiais.
• Apresentar como esses materiais comportam-se em relação ao conceito de sustentabilidade.
unidade
V
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), chegamos à última unidade deste livro de mate-
riais e revestimentos. Nesta etapa, estudaremos acerca das tintas,
material importante à sociedade humana, pois elas contam, através
dos séculos, a nossa história. Os humanos primitivos já utilizavam
o material para decorar suas cavernas, mas não apenas isto, faziam ali o rela-
to das suas vidas e, mesmo utilizando de materiais naturais, compreendidos
como produtos não muito duráveis, os desenhos chegaram aos dias atuais,
em muitos casos, expostos em cavernas, portanto, protegidos das intempé-
ries do meio externo. Esses desenhos demonstram que é possível utilizarmos
de matérias-primas naturais para proteger e embelezar nossos ambientes.
Em um segundo momento, estudaremos os produtos animais, outros ve-
lhos conhecidos da humanidade. Veremos como se dá o uso de peles, couro
e marfim e por que as suas aplicações estão cada vez mais acuadas pelos no-
vos conceitos sociais de sustentabilidade e responsabilidade socioambiental.
No terceiro tópico da unidade, conheceremos outros materiais, al-
guns novos, outros nem tanto, mas que possuem um objetivo e uma jus-
tificativa de existência baseados nas questões ambientais. Também refle-
tiremos sobre a questão da sustentabilidade no que tange ao uso desses
materiais anteriormente apontados, compreendendo as implicações de
seus usos e como será possível para o mercado desenvolver formas de
lidar com uma sociedade preocupada com o meio ambiente.
Ótima leitura!
168
DESIGN
Tintas
Quando pensamos em mudar um ambiente, é muito
comum surgir, como primeira ideia, a aplicação de tin-
tas, ou seja, pintar uma ou mais paredes, readequando
suas cores e suas texturas às necessidades do momento.
A atividade parece ser simples pela praticidade e facili-
dade de aplicação das tintas em qualquer superfície e,
assim, também se torna comum a ideia de pintar um
antigo móvel (ou qualquer outro produto ou utensílio)
para torná-lo atraente novamente. Entretanto, a fun-
ção das tintas, na construção civil vai além das ques-
tões estéticas normalmente adotadas como destaque
pelos usuários e alguns profissionais. Conforme afirma
Ambrozewicz (2012), as tintas possuem a responsabi-
lidade de evitar que os materiais pereçam e, portanto,
garantem a sua proteção. E, de acordo com Mello e Su-
arez (2012), também são usadas pela arte na criação de
obras e na expressão sentimental.
SAIBA MAIS
169
Como afirmam os autores citados anteriormente, é pos- rio do afresco, que, por ser uma técnica que possuía
sível que os indivíduos primitivos conheçam as tintas até tinta composta por materiais inorgânicos, sobrevi-
antes de 30 mil anos atrás. Seus primórdios são as pinturas veu. Essa nova técnica consistia no uso de materiais
rupestres, cuja função pode ser decorativa e comunicativa, como cal, areia e água, a esta mistura fresca adicio-
mas, em pouco tempo, os fenícios, por exemplo, reconhe- nava-se os pigmentos para formar as cores e, então,
ceram outras das suas propriedades e começaram a uti- eram aplicadas nas paredes. De acordo com Mello
lizar as tintas para a proteção de seus barcos de madeira: e Suarez (2012), foram essas sociedades que desen-
volveram o uso de corantes, inclusive para o uso em
Com o passar do tempo, a tinta cada vez mais tingimentos de têxteis.
é usada como proteção de superfícies, do que,
A evolução das tintas voltou a acontecer apenas
propriamente, como forma de expressão artísti-
ca. Atualmente a indústria de tintas está pratica- com o Renascimento, quando se descobriu a tinta a
mente voltada para a proteção e embelezamento óleo – um exemplo de arte com este tipo de tinta é a
de superfícies, sendo marginal a fatia de mercado obra “Monalisa”, de Leonardo Da Vinci. Entretanto,
destinada à arte (MELLO; SUAREZ, 2012, p. 4). apenas com o desenvolvimento da indústria de tintas
sintéticas, a partir do petróleo e do carvão natural, que,
E, desta forma, o conhecimento sobre as tintas evo- por volta do século XX, começam a surgir, no merca-
luiu até chegar à atualidade com grandes qualidades e do, muita diversidade de cores e de tipos de tintas. Foi
diversidades de composições. Inicialmente, porém, os também neste período, conforme afirmam Mello e Su-
primeiros povos que trabalharam com as tintas utili- arez (2012), que se descobriu como deixar de utilizar,
zavam-na como elemento para decoração, bem como na pigmentação, minerais tóxicos, como o vermelho
os egípcios e o chineses. Essas pinturas, além de em- de chumbo, o amarelo de Nápoles e o branco de prata.
belezarem os ambientes, também contavam histórias É fato que diversos pintores vieram a falecer de-
de caça, das rotinas daquela população e de sexo. vido à exposição a essas tintas. No Brasil, Cândido
Ainda de acordo com os autores Mello e Suarez Portinari – pintor de diversas obras maravilhosas,
(2012), não se pode afirmar quais eram as composi- bem como os gigantes painéis das Nações Unidas, de-
ções primitivas desse material. Acreditam os estudio- nominados “A Paz e a Guerra” expostos nos Estados
sos que eram desenvolvidas a partir de minerais tritu- Unidos – foi uma das vítimas desse material. Assim,
rados para conseguir as cores, e de resinas naturais e/ temos as palavras de Antonio Callado (2003):
ou animais, como a seiva de plantas e a clara de ovos.
Na sociedade greco-romana, as tintas sofre- Para evitar a contaminação do chumbo, Can-
dinho pintou durante anos com luvas amarelas,
ram a evolução para o uso na arte e na decoração,
de borracha [...] Não é acaso que Portinari tenha
a têmpera e o afresco. Com a têmpera, os artistas morrido de moléstia proveniente de tintas de
desenvolveram a técnica da perspectiva, mas como óleo. Um fim de vida com mais que quinhão de
a tinta era orgânica, e o clima, úmido, os desenhos desgastes terá tornado seu organismo mais vulne-
não sobreviveram até nossos dias, deterioraram-se rável ao veneno antigo. A verdade, porém, é que
caiu depois de um longo combate. Para ele, qual-
pela proliferação de micro-organismos, ao contrá-
quer contato com certas tintas constituía perigo.
170
DESIGN
SAIBA MAIS
Alfredo Volpi, pintor-decorador, era um dos
profissionais que utilizavam as tintas naturais
para aplicação em suas obras. O pintor de-
Aluno(a), você sabia que pode visitar o museu senvolvia as suas próprias tintas em seu ateliê
da Casa de Portinari online? e adotou a técnica da têmpera (constituída
Para fazer um tour virtual com imagens inte- com clara de ovo), deixando completamente
rativas pela casa onde viveu o artista, acesse: de trabalhar com as tintas industrializadas.
https://www.museucasadeportinari.org.br/ Em suas próprias palavras, o pintor afirma
visite-o-museu/visita-virtual-2. sobre as tintas industriais: “elas criam mofo
Fonte: a autora..
e perdem vida com o passar do tempo”.
Fonte: adaptado de Rodrigues (2011, p. 13).
Fonte: a autora..
Desta forma, os antigos materiais tóxicos foram subs-
tituídos pelos novos produtos desenvolvidos, conten-
do menor toxicidade. Foi também nesse século que
novos tipos de resinas foram descobertas, aumen-
171
172
DESIGN
SAIBA MAIS
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174
DESIGN
Em relação às resinas anteriormente apontadas por (contact) para aplicações diversas. Sobre o epóxi, o
Azeredo (2000), o autor Bauer (1994) esclarece que autor também afirma que são os plásticos novos e
elas são utilizadas pelas indústrias de vernizes e mais versáteis, e que, para obterem maior qualidade,
tintas. Observa-se que as tintas possuem, como já devem ser combinados com outros elementos. São
aprendemos anteriormente, no mínimo, dois ele- aplicados como revestimentos e como adesivos para
mentos, sendo eles o pigmento e o veículo (o pig- o concreto, e suas maiores finalidade são, de acordo
mento é a película colorida, a adição de uma liga, com Bauer (1994), como adesivos, selantes, revesti-
a qual advém de diversas fontes, sendo o veículo o mentos (de parede) e pavimentação.
que espalha os pigmentos). Enfim, encontra-se, no
mercado, diversas tintas e vernizes que possuem a
SAIBA MAIS
adição de resinas e esses materiais possuem grande
durabilidade. Bauer (1994) afirma que esses mate-
riais se transformam em revestimentos diversos, A normativa brasileira que regulariza o uso
de pisos de epóxi é a NBR 14050 – Sistemas
por exemplo, em revestimentos plásticos para pisos, de revestimentos de alto desempenho, à base
revestimentos vinílicos para pisos (vulcapiso, pavi- de resinas epoxídicas e agregados minerais –
flex, eterflex), e podem ser aplicados em acabamen- Projeto, execução e avaliação do desempenho
– Procedimento.
tos plásticos laminados (fórmica, formiplac), como
revestimento de chapas de MDF ou MDP (lamina- Fonte: adaptado de NBR 14050 (1998).
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DESIGN
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DESIGN
Produtos Animais
Materiais que advêm dos animais, tais como ossos, brancura, durabilidade e fineza, e por estes motivos,
conchas, marfim, couros e peles, são e foram muito é muito aplicado para funções decorativas. Os pri-
consumidos pela sociedade humana. No Design de meiros a utilizarem efetivamente o marfim em seus
Interiores, de acordo com Farrelly e Brown (2014), ambientes internos, nos templos, foram os romanos,
é comum encontrar o uso dos couros em estofados com suas placas contendo os nomes dos seus ma-
diversos, mas também como revestimentos de produ- gistrados. Na Idade Média, no século XV, houve um
tos, paredes e até pisos, bem como o uso da madrepé- aumento no preço de mercado dos marfins devido à
rola em revestimento de parede, de pastilhas e outros. dificuldade de extração causada por guerras da épo-
Alguns produtos animais são utilizados de ca. Foi então que começou, de acordo com França,
acordo com a concepção de sustentabilidade, isto Barboza e Quites (2010), o uso de marfim de ossos
é, como afirma a Comissão Mundial sobre o Meio bovinos, material mais barato e de fácil acesso, en-
Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, tretanto, apresentava acabamento e texturas grossei-
simplificadamente, “suprir as necessidades atuais ros e, assim, era considerado inferior.
sem comprometer a capacidade das futuras gerações No final do século XVIII e durante todo o sécu-
de suprirem suas necessidades” (MOXON, 2012, lo XIX, esses materiais foram muito empregados na
p. 14). Como exemplo, a pesquisa de Guimarães, decoração de mobiliários e armamentos:
Araújo e Santos (2015), que afirma ser possível uti-
lizar os resíduos do mercado da carne de gado e os [...] marcado pela exploração em larga escala do
marfim nas regiões da África e Ásia. Inúmeros
ossos como aditivos para a indústria de materiais
objetos eram produzidos com marfim: bolas de
cerâmicos, gerando diminuição de custos em rela- bilhar, teclas de piano, broches, caixas, brincos,
ção à matéria-prima e melhoria das características coronhas de armas, entre outros. A caçada aos
funcionais e estéticas. elefantes para a retirada de seus caninos foi tão
Farrelly e Brown (2014), no entanto, esclarecem grande que quase levou à extinção esses ani-
mais. Os principais exploradores foram os co-
que muitos desses materiais estão compreendidos
merciantes ingleses e os países mais explorados
como ilegais por serem extraídos de animais com foram a Índia e a Etiópia. Os comerciantes dis-
possibilidade de extinção, como o caso do marfim. E tinguiam duas categorias básicas de marfim: O
acrescentam às suas afirmativas que existem outras op- macio ou morto, que é branco, opaco e pouco
quebradiço; também chamado de marfim fós-
ções, ou seja, alternativas artificiais a esses produtos.
sil por ser obtido de animais mortos há muito
O marfim é um material extraído dos dentes ex- tempo e o duro ou vivo, ligeiramente trans-
ternos do elefante. França, Barboza e Quites (2010) lúcido, com uma cor amarelo-esverdeada ou
afirmam que esse material é utilizado pelos seres avermelhada e mais pesado que o macio. Este
era obtido com a morte de um elefante única e
humanos desde a Pré-História, e a sociedade grega
exclusivamente para este fim (FRANÇA; BAR-
foi a primeira a registrar suas técnicas de uso. O ma- BOZA; QUITES, 2010, p. 2642).
terial possui como qualidades as características de
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DESIGN
Outros Materiais
A evolução da ciência e da tecnologia, aliada aos no- possuem muitos pontos negativos em seu uso, inclu-
vos conceitos de sustentabilidade e responsabilidade sive no que tange à saúde humana e à preservação do
ambiental, forma um campo muito fértil para o de- meio ambiente, isto é:
senvolvimento de novos materiais, sejam eles mate-
riais que usam como matéria-prima os reciclados ou [...] pode ser difícil manter-se em dia com a
rapidez dessas inovações, mas o designer deve
aqueles que usam a matéria-prima orgânica.
ao menos tentar [...] é importante pesar a ade-
Alguns materiais não são novos e, ainda assim, quação desses materiais em relação ao custo e
fazem grande diferença para o meio ambiente, en- ao risco envolvidos em usar tecnologias cujos
tretanto, são quase desconhecidos pelos profissio- efeitos em longo prazo ainda não foram com-
nais brasileiros por diversos motivos. O que se deve provados (MORRIS, 2010, p. 116).
180 180
DESIGN
PLACA DE ECORESINA
Aluno(a), vimos, nas unidades anteriores, os acríli- impressões e acabamentos, a fim de proporcionar
cos e suas resinas, que são utilizadas como produtos um grande número de opções de produto. A seguir,
para diversos fins, como divisores de ambientes, pla- informações gerais, de acordo com o autor:
cas decorativas e em mobiliários variados. Como o Constituição: Polyethyene tereftalato glicol mo-
acrílico, existem as ecoresinas, materiais que podem dificado (PETG), materiais orgânicos, têxtil.
ser aplicados com as mesmas funções, mas que pro- Certificações: Greenguard - Certificado de quali-
vêm da reciclagem de outros produtos. dade do ar interior.
Brownell (2010) apresenta a ecoresina (exemplo: Limitações: uso de temperatura máxima de
linha Varia, da 3Form) como um material composto 65,50 ºC, precisam de tratamento UV e vedação de
de PETG (material que, por sua vez, é desenvolvido ponta para uso exterior.
a partir da reciclagem da PET). O sistema permite Aplicações: vertical ou horizontal, superfícies, tetos/
a seleção personalizada de cores, padrões, texturas, forros, mobiliário, iluminação, sinalização e acústica.
Figura 4 - Placas de ecoresina Figura 5 - Produção da placa de ecoresina e seu uso em ambientação
Fonte: Camarina Studio (2013, on-line)3. Fonte: Camarina Studio (2013, on-line)3.
181
182
DESIGN
REVESTIMENTO DE RESINA NATURAL seda, 25% de fios de garrafa PET descartadas e 25%
de fios de algodão, matéria-prima do jeans. O projeto
De acordo com Bastos (2016), esse material, conhe- participou de um edital de inovação nacional ofere-
cido e patenteado em 1863 por Frederick Walton, é cido pelo Senai e, no ano de 2012, recebeu o prêmio
composto apenas por matérias-primas naturais, sen- Idea, a maior premiação de Design do Brasil. Na apli-
do elas: óleo de linhaça; resina de pinho; farinha de cação em interiores, o material se transformou em
madeira (resíduos da indústria de madeira); farinha uma cortina para a Casa Cor Paraná de 2012.
de cortiça; carbonato de cálcio encontrado na natu-
reza em diversas formas, inclusive, em casca de ovos
e pigmentos naturais, e juta.
Além de ser um produto com pouco impacto am-
biental, possui vida útil de mais de 30 anos e em seu
descarte, o material pode ser transformado em com-
bustível. Bastos (2016) complementa que existem ti-
pos diferentes de linóleo para cada aplicação.
SAIBA MAIS
Figura 9 - Fios de seda e PET reciclado
Fonte: O Casulo Feliz ([2019], on-line)6.
O linóleo se encontra presente em vários
edifícios históricos por todo o mundo, tais Caro(a) aluno(a), para saber mais sobre este projeto,
como: o Kremlin, em Moscovo; Casa Branca, veja o Material Complementar.
em Washington DC; o parlamento alemão; o
palácio de Buckingham, na Inglaterra; a casa
de Anne Frank, em Amesterdã; a Universidade
de Sorbonne, em Paris, e ainda, no Instituto
Madame Curie, em Paris.
183
Sustentabilidade
Tintas, vernizes, lascas, bem como algumas resinas, são Isso, porém, não é tudo. As tintas, como são
constituídos de materiais que geram impactos ambien- materiais de acabamento de superfícies, podem aca-
tais e emitem, durante sua fabricação e vida, muitas con- bar por contaminar o material da superfície que foi
centrações de compostos orgânicos voláteis – COVs – pintada, ou seja, transformar um material bom, do
contribuindo para maior toxicidade do ar. Ainda em sua ponto de vista da sustentabilidade e da saúde huma-
fabricação, são “responsáveis por altas quantidades de na, em um material composto por produtos noci-
resíduos nocivos [...] e utilizam petróleo não renovável” vos, como algumas tintas e vernizes. Em relação a
(MOXON, 2012, p. 104). Mas quais são os problemas esta afirmação, Moxon (2012) aponta, ainda, que os
que esses COVs causam? Dores de cabeça, irritação nos designers devem se afastar daquilo que denomina
olhos e no sistema respiratório, além de fadiga e, acredi- “verde de mentira”, sendo rigorosos em suas avalia-
ta-se também que são materiais cancerígenos. Portan- ções acerca dos materiais, considerando os materiais
to, de acordo com Moxon (2012), os pesquisadores da isoladamente mas, também, os seus acabamentos e
área da sustentabilidade e os designers de interiores que o que eles podem promover. Para tanto, o indicado,
atuam neste campo indicam evitar as tintas sintéticas e talvez, seja valorizar os materiais que possuem aca-
substituí-las pelas tintas naturais, prezando por ambien- bamento próprio e que não precisem, principalmen-
tes com maior qualidade do ar. te no que tange à estética, destas adições. Moxon
184
DESIGN
(2012) apresenta como exemplo os compensados, sua extração, como marfim, peles e couros; em algu-
ou ainda, os tijolos aparentes. mas situações, há sofrimento, a grande maioria dos
É possível utilizar tintas naturais, pois possuem animais são mortos e, com isso, houve até casos de
menor índice de toxicidade, além de contribuírem extinção. Portanto, de acordo com Farrelly e Brown
para um ambiente com uma qualidade maior do (2014), a recomendação é trabalhar com materiais
ar. Rodrigues (2011) aponta que, ao utilizar esses sintéticos, que também podem não ser completa-
materiais, os(as) profissionais também valorizam mente sustentáveis, mas que, neste sentido, evitam a
a cultura e as matérias-primas da região na qual matança e a extinção de algumas espécies.
se está desenvolvendo o projeto de reforma ou Moxon (2012) enfatiza que existem materiais no
construção. Não se pode esquecer que essas tin- caminho inverso. Podemos encontrar, por exemplo,
tas, utilizadas por nossos antepassados da Pré-His- a lã de carneiro e de alpaca, que são materiais autos-
tória, ficaram conservadas até os dias atuais, por sustentáveis e não necessitam da morte do animal,
estarem, provavelmente, protegidas em ambientes além de que essa lã, caso retirada do animal mor-
internos (as cavernas). to, possui menor qualidade. A retirada, no entanto,
Em relação aos produtos naturais animais, vimos deve ser consciente para não agredir o animal.
anteriormente que o problema, em alguns casos, é a
185
A autora Gutterres (2005) afirma que, no curtimen- (2005), além do consumo da água, também existem
to do couro, são utilizadas substâncias tóxicas aos os altos consumos energético e térmico, somados
seres humanos e ao meio ambiente: como pontos negativos para a questão do ecodesign.
Enfim, caro(a) aluno(a), finalizamos este último
No Memorando “Melhores Técnicas Disponí- tópico sobre sustentabilidade. Diante de todas as in-
veis para Curtimento de peles” da União Eu-
formações apresentadas, é possível compreender a
ropéia (Hauber e Schröer, 2002) são apresen-
tados os procedimentos corretos necessários complexidade dos processos que abrangem os ma-
para manejo e armazenamento de produtos teriais e como esses alteram e impactam não só o
químicos, de tal forma a não ocorrerem riscos, meio ambiente, mas a saúde humana. De fato, a res-
mesmo em caso de derramamentos e acidentes. ponsabilidade do(a) designer de interiores é gran-
O documento apresenta uma lista de substân-
de: compreender todas as questões que envolvem
cias prejudiciais ao meio ambiente, as quais são
usadas como agentes e auxiliares em processos os materiais para, então, dar a devida especificação
em curtumes, e que devem ser substituídas por satisfatória, não somente ao usuário/cliente do pro-
outras substâncias menos prejudiciais (GUT- jeto, mas também a todos os que estão envolvidos
TERRES, 2005, p. 6).
direta e indiretamente com suas as escolhas.
186
considerações finais
C
aro(a) aluno(a), chegamos ao final desta unidade! Vimos a diversidade
de tintas, vernizes, lacas, esmaltes e resinas que possuímos à nossa dis-
posição, desde tintas originárias de materiais naturais às de materiais
artificiais.
Estudamos as suas características e o seu desenvolvimento. Foi possível compre-
ender que o profissional especificador deste material se engana quando se preocupa
apenas com as qualidades estéticas das tintas e materiais afins, sendo que sua função,
além de decorativa, também tem a função técnica de proteção das superfícies.
Vimos, também, alguns produtos animais, seus usos e aplicações. Aqui é impor-
tante destacar as questões relacionadas às possibilidades de extinção de alguns destes
seres vivos devido à extração de suas peles, chifres ou até dentes. Ainda nos mate-
riais animais, que são, de fato, materiais orgânicos, devemos compreender que, em
seu processamento, recebem substâncias tóxicas. Tais materiais, portanto, levantam
muitas discussões entre os profissionais conscientes.
Além dos citados anteriormente, vimos outros materiais: as ecoresinas, materiais
com misturas de garrafas pet e resinas naturais que somam materiais naturais (en-
capsulados), produtos que apresentam muita beleza e são voltados às necessidades
atuais de uma sociedade preocupada com o futuro. Preocupados com o desmata-
mento, a extinção e a deterioração do meio ambiente que nos oferece a vida, discu-
timos, portanto, as questões de sustentabilidade destes materiais e, por fim, verifica-
mos as suas aplicações em Design de Interiores.
Lembre-se, o(a) designer de interiores deve projetar consciente de suas escolhas e
apresentar soluções que se adequem não somente ao seu cliente/usuário, mas a toda
sociedade humana e ao meio ambiente. Este é o objetivo de seu trabalho: oferecer
qualidade de vida no presente e no futuro.
187
atividades de estudo
188
LEITURA
COMPLEMENTAR
189
LEITURA
COMPLEMENTAR
lação à superfície do cartão. Recomenda-se utilizar lixa grana 150 ou 180 aplicada com uma
base (um taco de piso, por exemplo), de forma a manter plana a superfície tratada.
A superfície geral do cartão não deve ser lixada. Para acabamentos mais sofisticados, pode
ser aplicada mais de uma demão de fundo ou massa sobre toda a superfície do sistema. Após
a secagem total de cada demão, de acordo com a recomendação do fabricante, toda a super-
fície deve ser lixada com lixa grana 220/280, também aplicada com uma base, para manter
a lixa plana. Ao final de cada procedimento, é necessário eliminar o pó de toda a superfície.
As tintas e seus complementos devem ser submetidos aos seguintes passos fundamentais
para facilitar sua aplicação e garantir que o resultado final seja o esperado: Homogenei-
zação - Agitar todos os produtos antes de serem utilizados. Esta homogeneização precisa
ser feita de forma a garantir que todo o conteúdo da embalagem esteja perfeitamente
uniforme. Diluição - Observar as especificações dos produtos nas embalagens e seguir as
informações indicadas para diluição.
Qualidade de Acabamento
São definidos três níveis de qualidade para pintura (mínimo, intermediário e superior) e um
nível para textura, todos explicados com detalhes a seguir.
Nível M - Mínimo
190
LEITURA
COMPLEMENTAR
Nível I - Intermediário
Nível S - Superior
Caracterização: a pintura, quando submetida à incidência de luz natural e/ou artificial, nor-
mal ou intensa rasante, deve apresentar excelente acabamento, não sendo aceita nenhuma
imperfeição. Exemplos de utilização: ambientes residenciais e comerciais de alto padrão.
• Aplicar fundo pigmentado diluído, conforme recomendação do fabricante.
• Aplicar uma ou duas demãos de massa niveladora para alvenaria (massa corrida) em toda
a superfície a ser pintada e deixar secar, conforme recomendação do fabricante.
• Lixar toda a superfície com lixa grana 220/280 aplicada numa base (como a mostrada na
foto acima), para manter a lixa plana. Eliminar o pó em toda a superfície.
• Aplicar duas ou três demãos de tinta Premium diluída e deixar cada demão secar, confor-
me recomendação do fabricante.
• Textura - Nível Único
• Aplicar fundo pigmentado diluído e deixar secar, conforme recomendação do fabricante.
• Aplicar uma ou duas demãos de textura. No caso de duas demãos, deixar secar, de acordo
com a recomendação do fabricante, antes de aplicar a segunda.
191
material complementar
192
material complementar
A História das Coisas já foi visto por mais de 7 milhões de pessoas, em 200 países. O projeto é resultado de mais
de 10 anos de pesquisa sobre sistemas de produção de bens de consumo feita pela ativista ambiental Annie
Leonard. Ela viajou por cerca de 40 países para entender a nossa lógica de consumo, que vai desde a extração
de matérias-primas até o descarte. Annie se disse motivada a entender “um sistema baseado na destruição dos
recursos naturais e na geração de lixo” e, no vídeo, passa as informações de forma bastante didática.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=3c88_Z0FF4k.
A Revista Abrafati é uma publicação trimestral, que se propõe a ser uma voz em defesa da cadeia de tintas,
mostrando a sua importância e divulgando suas realizações, propostas, políticas e estratégias. Circula sob
o formato revista desde 2003, mas tem sua origem no boletim Abrafati Informa, iniciado em 1988. A Revista
on line da Abrafati, Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas, é um ótimo endereço para o designer de
interiores se manter informado das novidades sobre o mercado das tintas no Brasil.
Web: http://www.abrafati.com.br/category/publicacoes/revista-abrafati/.
Profissionais da Paradox arquitetura e design também desenvolveram uma ambientação que exprime o co-
nhecimento do uso das tintas e das cores.
Web: http://www.dezeen.com/2011/05/26/opus-shop-by-paradox-studio/.
Profissionais da Jump Studios desenvolveram uma ambientação para a grande empresa de internet Google.
Web: http://www.dezeen.com/2012/05/01/google-campus-by-jump-studios/.
Jeans de Seda com PET é um material desenvolvido para uso em moda, mas também pode ser aplicado na
ambientação. Veja mais sobre este material na Casa Cor Paraná de 2012.
Web: http://textileindustry.ning.com/m/discussion?id=2370240%3ATopic%3A373712.
193
referências
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BASTOS, R. F. Linóleo como revestimento de piso: processos construtivos, execução e patologia. 2016. 143 f.
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195
gabarito
196
UNIDADE
VI
ESTUDOS DE CASO
VI
INTRODUÇÃO
O
lá, futuro(a) designer de interiores. Preparamos, aqui,
para você um material complementar sobre o conteúdo
de materiais de revestimento e acabamento, com o obje-
tivo de prepará-lo(a) melhor para o mercado de trabalho.
Nesta unidade extra, você encontrará um apanhado de estudos
de caso sobre cada uma das unidades do livro, ou seja, exemplos de
aplicações e situações relacionadas aos materiais apresentados no
conteúdo da disciplina. Desejamos, assim, que você assimile, ainda
mais, as informações sobre pedras naturais e artificiais, vidros e ce-
râmicas, madeiras e fibras, metais e polímeros e, por fim, resinas e
outros materiais.
Dessa maneira, esse é um conteúdo adicional, que acrescentará
conhecimentos à sua aprendizagem.
Boa leitura e muito sucesso!
Pedras Naturais e Artificiais
192
DESIGN
Neste tópico da unidade, vamos refletir sobre alguns – o que importa observar que as pedras estão aplica-
usos de pedras naturais, em projetos de design de in- das em paredes de fundo, isto é, paredes que ficam
teriores, pensando na melhor forma de utilizar suas atrás de mobiliários e que não atuam, por exemplo,
características, sempre, aliadas às necessidades dos na circulação do ambiente. Nesse sentido, acredita-
destinatários desses ambientes. -se que a pedra tem poucas chances de causar algum
tipo de dano ao indivíduo ali presente, mesmo se es-
tivessem assentadas irregularmente.
Que tipo de dano uma parede de petit pavês
pode causar no usuário do espaço? Bom, o elemen-
to decorativo com assentamento irregular, ou seja,
que apresenta pontas que podem ser cortantes, está
aplicado em um espaço direto de circulação, uma
escadaria, se houver uma queda, ou mesmo a per-
da do equilíbrio pelo indivíduo que, ali, circula, esse
usuário poderá atingir com força o elemento e sofra
escoriações, cortes ou outro tipos de danos físicos.
193
Em ambientes, como mostras de decoração e/ou vi- são compreensíveis, e banheiros com bancadas e pi-
trinas, cenografias etc., é possível ousar com esses sos de granito são comuns. Entretanto, não é uma
materiais? Tudo dependerá do objetivo do projeto, regra, o importante é compreender o cuidado da es-
aliado às necessidades do ambiente que se desenvol- pecificação desses materiais.
ve – o importante é, sempre, atentar-se a essas ques- Atualmente, outras pedras começaram a ser
tões. destaque em banheiros e lavabos. Com o apelo
às questões sensoriais, os seixos (Figura 3) en-
SAIBA MAIS tram no radar dos profissionais de interiores e
com criatividade revelam ambientes lindos. O
A “Casa Cor” é um exemplo de mostra de de- fator estético atua novamente nessa “febre” dos
coração, design de interiores, arquitetura e seixos, mas devemos, como profissionais, pen-
paisagismo, que se iniciou em território na- sar em seu funcionamento no ambiente e nas
cional, mas, atualmente, oferece serviço a em
outros países da América Latina. necessidades do espaço para seu uso. Os seixos
Para o(a) profissional de design de interiores, também possuem superfície lisa, mesmo que
é importante que visite esses eventos, pois assentados com cimento e possam produzir
será o lugar para se inspirar e conhecer as
a sensação de reentrância, o material, ainda, é
possibilidades de uso dos materiais.
considerado liso para uso, por exemplo, no piso
Fonte: adaptado de Casa Cor (2016, on-line)2.
interno ao box do banheiro.
194
DESIGN
195
Vidro e Cerâmica
Olá, aluno(a)! Neste tópico da unidade, vamos lumbram usá-los em mobiliários, a normalidade
apresentar alguns casos de projetos desenvolvidos vem à tona e tampos de mesas e uma ou outra
por profissionais atuantes, com o objetivo de expe- mesa de centro são especificadas em projetos
rimentar de forma mais prática como o(a) designer 100% feitos em vidro. No entanto vários profis-
de interiores poderá aplicar esses materiais. sionais de design vão na contramão do uso bási-
co do vidro e inovam, conseguindo vislumbrar
O VIDRO E OS MOBILIÁRIOS possibilidades diferenciais em peças simples, tor-
nando-as únicas.
Muitos designers de interiores se limitam ao uso Para, exemplificar é possível olhar com en-
do vidro em interiores, pensam nos seus usos cantamento a mesa shimmer de Patricia Ur-
mais comuns e menos complicados. Quando vis- quiola e a sua explosão de cores.
196
DESIGN
197
REFLITA
“Une façon pour mériter d’exister est de servir.” Isto é: “Uma maneira de merecer existir é servir”.
(Philippe Starck)
Um exemplo de produto que se relaciona com as zação da arte vai na mesma direção da valorização
pessoas é a linha Bailarinas da empresa de revesti- das culturas regionais, específicas de cada sociedade.
mentos Portinari, que valoriza obras do artista bra- Nesse sentido, cabe ao designer de interiores valori-
sileiro Cândido Portinari , cujo sobrenome é o pró- zar seus ambientes com produtos que “dialoguem”,
prio nome da empresa de pisos e revestimentos. que “toquem” seus usuários, por aquilo que acredi-
Além disso, é relevante observar que a valori- tam ser parte de si mesmos.
198
DESIGN
199
Madeiras e Fibras
Aluno(a), agora, que sabemos informações sobre as madeiras e
as fibras, torna-se necessário a aproximação prática do conte-
údo com o design de ambientes. Para tanto, alguns estudos de
caso que demonstram a criatividade nos usos dos materiais serão
apresentados neste item.
200
DESIGN
A Casa Cor de 2018 se mantém no caminho das ten- Na mostra “Morar mais por Menos”, podemos encon-
dências contemporâneas, relacionadas à sustentabi- trar diversos ambientes que se utilizam de diversos
lidade, e apresenta como tema de seu evento “a Casa materiais cuja proximidade com a ideia da sustenta-
Viva”. É nessa diretriz que os diversos profissionais bilidade é relevante. Em 2017, na cidade de Belo Ho-
expositores projetaram os seus ambientes, a relevân- rizonte, podemos encontrar o papelão em destaque
cia de pensar as questões do reuso e da adequação no ambiente da marca Oca Criativa como mesa e pol-
dos espaços e materiais estão presentes no uso das trona. Em espaços de ambientes com finalidades es-
madeiras de demolição, na casa sustentável da Le- pecíficas e cuja a personalidade varia de acordo com
roy Merlin, e, no Lounge Sensações, do profissional as novas tendências do mercado de consumo e as pre-
Gustavo Paschoalim, o material de demolição foi o ocupações ambientais, saber adequar estes materiais é
bambu. uma forma de conquistar usuários diversos.
SAIBA MAIS
201
SAIBA MAIS
202
DESIGN
203
Metais e Polímeros
Olá, aluno(a)! Vamos, agora, dar vida aos conhecimentos absorvidos nesta unidade, apre-
sentando dois destes produtos desenvolvidos e aplicados com conceito e identidade que
resume a capacidade de inovar diante de antigos e novos materiais.
KARIM RASHID
Considerado um dos grandes designers da atualidade, seus produtos e ambientes são orgâ-
nicos, apaixonantes e impactantes. Gosta muito do trabalho com os novos materiais, como
os polímeros e acrílicos, mas também se aventura com os materiais, como os metais. Para
tanto, convidado por uma empresa de produtoss de acabamento e objetos para construção
civil denominada Alloy, Rashid desenvolveu revestimentos parecidos com pastilhas de vi-
dro, mas de metal. São oito peças que possuem qualidade para longa duração, oferecidas
em diversos metais, como aço inoxidável, cobre, latão, titânio e aço cru.
204
DESIGN
OS METAIS NA AMBIENTAÇÃO
205
Em relação aos metais inseridos nos móveis, as fer- A ideia de transformar garrafas PET usadas em ma-
ragens dos mobiliários, o que se tem é uma imensa teriais diversos para uso, em vez de levá-las ao descarte,
diversidade de formas, cores e aplicações. O profis- é comum e até popular, mas se torna especial quando o
sional deve se atentar para a qualidade, mas também projeto investe em pesquisas e experimentos. A seguir,
buscar o conhecimento do que o mercado tem para um exemplo brasileiro de como é possível.
lhe oferecer, já que esta área na atualidade está muito De acordo com os dados comerciais da empresa
bem amparada tecnologicamente. desenvolvedora, Rivesti, com 85% de PET reciclado,
Em uma grande empresa da área, é possível um metro quadrado (1m2) de pastilhas evita a emis-
sentir quantos produtos temos ao dispor de nossos são de 3 três quilogramas (3 kg) de gás carbônico na
clientes: sistemas de portas de elevação; sistemas de atmosfera, bem como a reciclagem de sessenta e seis
dobradiças; sistemas box; sistemas de corrediças; pets. O produto de revestimento possui certificação
sistemas de divisões internas. Na relação com o mo- LEED e Green Building Council.
vimento (abrir e fechar portas e gavetas sem puxa-
dores): blumotion (amortecimento do fechamento);
servo-drive (sistema elétrico de toque); tip-on (siste-
ma de abertura mecânico).
206
DESIGN
207
Resinas e Outros Materiais
208
DESIGN
209
Figura 12 - Poltrona Chifruda - Criada pelo Mestre Sérgio Rodrigues, em 1962, é considerada uma das obras primas do
design brasileiro
Fonte: Anual Design (2011, on-line)14.
210
conclusão geral
Caro(a) aluno(a) do curso de Design de Interiores, chegamos ao final deste livro, entretan-
to, não será aqui o final das suas pesquisas e estudos acerca dos materiais. Tendo em vista
que a evolução tecnológica avança cada dia mais e que, com ela, surgem diversos materiais,
será necessária uma postura profissional de busca contínua sobre os novos materiais e os
novos procedimentos.
Você adquiriu conhecimento sobre alguns dos materiais mais populares e conhecidos da
sociedade, materiais que possuem uma intimidade com a história humana, que fizeram parte
de seu desenvolvimento intelectual e até nomearam momentos históricos da sociedade.
A relação dos indivíduos e sociedade com os materiais possui causas de ordem física e
sensorial, mas também, de ordem social e cultural, e todas estas propriedades devem ser
levadas em consideração pelo(a) profissional de design de interiores durante a aplicação no
conceito do projeto da ambientação.
A partir dos estudos sobre as pedras naturais, as pedras artificiais, os vidros e as cerâmicas,
as madeiras e as fibras, os polímeros e metais e, por fim, as tintas e os produtos animais, você
poderá refletir conscientemente sobre as melhores alternativas possíveis no uso dos materiais.
Lembre-se, também, de considerar todo o impacto ambiental que cada material pode ofe-
recer. Seja consciente e um(a) incentivador(a), em busca da melhoria das condições am-
bientais e animais. Os conceitos de sustentabilidade são a base e o apoio que a sociedade
precisa para construir um futuro melhor.
Desejamos a você, aluno(a), que se torne um(a) profissional cheio(a) de projetos, com re-
sultados satisfatórios e eficientes aos seus objetivos. Que a sua carreira seja de muito suces-
so e que este livro seja um guia para a descoberta de mais e mais conteúdos relacionados
aos materiais, seus usos, aplicações e impactos.
Parabéns por mais esta conquista!
referências
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Em: http://blog.giacomelli.com.br/2011/01/20/de-cara-nova-as-paredes/. Acesso em: 5 jun. 2019.
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