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Aluno: Gabriel Ramerson Oliveira Silva

Fichamento do livro:Outra educação é possível: feminismo, anti-racismo e inclusão em sala de aula

O livro escrito por Luana Tolentino, professora de História que leciona em escola públicas de
Belo Horizonte, mostra como pode ser possível levar até a sala de aula, e também fora dela, ensinos
sobre o feminismo, o antirracismo e a inclusão. Durante o livro, ela aborda esses temas e mostra a
luta e também a recompensa de tais assuntos serem trabalhados dentro da escola.

Rap da felicidade:
Em novembro no ano de 2015, Luana levou até os seus alunos do 6º ano ao 8º ano, o
projeto novembro negro. O objetivo era que os alunos levantassem discussões sobre a persistência
do racismo no Brasil e seus efeitos na vida da população afro-brasileira a partir de uma série de
atividades levadas até a escola. Diante disso, a professora levou até a sala de aula o “Rap da
Felicidade”. Essa atividade provocou em seus alunos muita reflexão e também construção de uma
identidade por parte dos jovens. Uma aluna ressaltou: “Professora, não é porque a pessoa mora na
favela que ela tem que ser humilhada”. Isso é um exemplo de como Luana conseguiu trazer
provocações de pensamentos em suas turmas sobre tal tema. A partir disso ela elaborou uma
proposta para que os alunos cantassem a música e que fosse feita uma gravação em vídeo desse
momento. As crianças não só ficaram mais animadas com a ideia, como o nível de adesão e
colaboração foram surpreendentes para Luana. Isso mostra como ela estava fazendo a diferença
entre seus alunos e como seu projeto estava sendo bem-sucedido e recíproco.

“Professora, quando crescer, quero ser Carolina Maria de Jesus”:


Para os alunos e alunas do 6º ano, Luana deu uma atividade para que eles pesquisassem
sobre um dos autores que ela passou no quadro: Machado de Assis, Conceição Evaristo, Lima
Barreto, Cruz e Souza e Carolina Maria de Jesus. Com isso, ela tentava mostras às crianças como
homens negros e mulheres negras são presentes e fortes na literatura brasileira, e não só autores
homens de cor branca. Tal pesquisa deu um resultado de dúvidas, empolgação e inspiração entre os
alunos e alunas. Afirmações como: “ Professora, Carolina de Jesus era negra! ”e perguntas como “
Professora! Machado de Assis era negro? ”, mostram como é importante trabalhar esse tipo de
assuntos com os estudantes, para que paradigmas sejam quebrados e que eles possam ser
influenciados e identificados por uma realidade e uma história muitas vezes oculta e/ou distorcidas.
Assim, alunas como a Bruna, que afirmou que queria ser Carolina Maria de Jesus quando crescer, já
que se identificou com sua história de vida, possam se encontrar e também se fortalecerem cada vez
mais com o que é trazido pelos professores para dentro de sala de aula.

Primeiro Desfile do Cabelo Crespo e Cacheado:


Nesse capítulo, a professora Luana e a professora Sílvia, de Língua Portuguesa, criaram na
escola o primeiro desfile para as meninas com cabelo crespo e cacheado. Essa ideia partiu do
pressuposto que meninas não tivessem vergonha de seus cabelos e que aceitassem e se
orgulhassem de ser exatamente como são. Como a mídia muitas vezes não exibe esse tipo de
beleza nos canais de comunicação, muitas meninas se sentem deslocadas e fazem de tudo para se
encaixarem em um padrão já pré-estabelecido. Esse tipo de evento encoraja elas a se assumirem e
se amaram do jeito que são. Além de fazer muito sucesso, o colégio todo se mobilizou e até mães de
alunas ficaram felizes de ver que isso estava acontecendo com suas filhas, já que na época delas
não havia nada como isso. Luana e Sílvia conseguiram cumprir seus objetivos e também deixar um
legado para as alunas e o colégio, assim como mostra Luana quando diz: “ Não custa nada lembrar:
representatividade importa! A valorização da estética negra também é um ato político, educativo e de
resistência. ”

Taís: a menina que queria ser negra:


Em 2012, quando Luana assumiu sete turmas do 7º ano, ela decidiu propor o projeto
“Gênero e raça em sala de aula”. Ela tinha o intuito de tentar implementar pautas feministas e
antirracistas para tentar apresentar aos alunos como a justiça racial e de gênero é importante para a
sociedade. Ela queria instituir uma prática de identidade e de reconhecimento. Mesmo que o projeto
tenha sido feito em pouco tempo, ele mostrou como foi importante para cada tipo de aluno e aluna.
Taís que possui a pele branca afirmou que queria ser negra, mostrou como é possível quebra de
preconceitos e estereótipos do povo negro. Já estela que possui a pele negra, diante da afirmação da
colega, disse “ Ainda bem que eu já sou”. Isso mostra como também é possível ser trabalhado
orgulho e pertencimento racial dentro de sala de aula.

Encurtando distâncias:
Com o objetivo de os alunos terem acesso a uma experiência de conhecerem e se
conectarem a algo que nunca tinham conhecido antes, Luana junto com a professora Melissa que
lecionava em Moçambique, elaboraram um projeto para que seus alunos brasileiros e moçambicanos
trocassem cartas para dividir vivências e esclarecer dúvidas de cada povo. Elas passaram por
desafios para tal projeto acontecer, mas conseguiram e valeu muito a pena, já que os alunos ficaram
muito empolgados com a ideia de escreverem para pessoas de outras culturas que nunca tiveram
contato e acesso antes. Nas cartas eles fizeram perguntas e contaram de suas vivências. Quando
receberam as respostas, ficaram muito surpresos e felizes com a troca de perguntas e também de
histórias. Assim. As professoras, conseguiram encurtar as distâncias entre diferentes culturas com os
alunos, além de conseguirem quebrar paradigmas e estimular a curiosidade e o encanto entre os
alunos. Isso mostra como uma educação estimulante, participativa e de diálogo é possível dentro de
sala de aula.

Futebol: um caminho para unir Brasil e África:


“Quando eu falo em África, qual é a primeira palavra que vem à cabeça de vocês? “.
Partindo dessa pergunta que sempre era respondida com afirmações estereotipadas e negativas, a
professora Luana resolveu dar início às aulas sobre o continente africano de maneira diferente, pois
queria quebrar um pouco no racismo presente no currículo dos alunos que priorizava sempre a
exaltação e a hegemonia de continentes como a Europa e de países como os Estados Unidos.
Partindo disso, ela pensou em promover uma partida de futebol entre seus alunos e entre alunos
africanos matriculados na UFMG. Foi bem difícil conseguir um time para competir com os alunos de
Luana, mas no final conseguiram cinco estudantes para participarem da partida. Os alunos de Luana
ficaram bem receosos no início pois tinham dúvidas de como seria a convivências entre eles. Porém,
a professora conseguiu quebrar paradigmas entre seus alunos, que ficaram bem ansiosos pelo tão
esperado jogo. A escola toda se mobilizou e, no grande dia, todos estavam extremamente
empolgados para receber os alunos africanos. Quando eles chegaram, a escola parecia ter virado
um estádio de futebol. Quando o jogo começou, os alunos deram uma goleada de 12x1 nos
africanos, porém o gol mais festejado foi exatamente o único feito por eles. Ambos os times ficaram
felizes e gratificantes com a partida, já que seria um evento que nenhum deles e ninguém da escola
iria esquecer. Tal prática mostra que realmente outra educação é possível, que aprender e ensinar
podem ter alternativas diferentes e funcionais.

Chimamanda é linda e feminista:


Com o objetivo de estimular a curiosidade e dar autonomia para seus alunos, durante a
matéria sobre a História da África, Luana pediu para que seus alunos pesquisassem entre algumas
personalidades africanas como: Nelson e Winnie Mandela, Mia Couto, Paulina Chiziane, José
Caveirinha, Chimamanda Ngozi e Samora Machel. Ela queria que os alunos não pensassem que
todo o continente africano fosse feito apenas de pobreza, miséria e fome. Perguntas como
“Professora, achei que o Mia Couto era uma mulher! ” e “ Professora, a Chimamanda é linda! A
senhora parece com ela! ”, mostram como é possível uma outra concepção e também
conhecimentos sobre assuntos e autores não valorizados e tratados com frequência nas escolas.
Tiveram alunas que ficaram impressionadas e curiosas com a autora Chimamanda, então, para
estimulá-las ao conhecimento e identificação feminista, Luana deu um livro para cada de autoria da
autora agraciada pelas meninas. A professora depois ficou um pouco receosa e com medo, já que
alguns pais podem não ser muito receptivos com a ideia de suas filhas estarem lendo sobre o
feminismo, mesmo sendo um assunto muito tratado e discutido no século XXI. Muitas pessoas ainda
desconhecem e tem resistência sobre tal assunto, mas para a sorte de Luana, não aconteceu isso
nesse caso. A leitura de tal autora, influenciou o pensamento crítico nas meninas, isso faz acreditar
que é possível uma educação que estimule resistência, luta e curiosidade de conhecimento dentro e
fora de sala de aula.

“Todo dia é Dia de índio”:


Esse capítulo mostra os desafios para Luana conseguir levar para dentro de sala de aula as
história e trajetórias dos povos indígenas, já que eles são muitas vezes tratados raramente em
escolas, e além disso, são tratados com estereótipos. Ela então cria o projeto “Entre o passado e o
presente: povos indígenas no Brasil”. Foi um período de descobertas, tanto para a professora quanto
para os alunos durante a fase de pesquisa sobre os povos indígenas. Além disso, Luana conseguiu
contato com Adana Kambeba, uma estudante indígena que estudava medicina na UFMG. A visita
dela na escola trouxe para os alunos curiosidade, empolgação e também muito conhecimento sobre
o assunto. Com certeza isso ficou marcado na história da escola e na vida dos alunos como uma
forma de aprendizagem possível e marcante.

Leonardo da Vinci, Michelangelo, Donatello e a arte do Vale do Jequitinhonha:


Na matéria sobre renascimento na história da Europa, Luana decidiu que além de mostrar
conteúdos sobre esse assunto nessa parte do mundo, ela iria apresentar para os alunos a arte
produzida no Vale do Jequitinhonha. Com isso, apresentou o projeto “Vale do Jequitinhonha: Arte,
História e Memória”, o que fez com que tenha uma identificação do lugar por parte dos alunos, além
de despertar a curiosidade ao conhecimento sobre o lugar me questão. Diante do projeto, Luana
conseguiu demonstrar que a escola tem capacidade de estimular as habilidades que cada estudante
possui.

Funk cordélico:
Nesse capítulo, Luana mostra dificuldades em trazer coisas novas e lidar com seus alunos
do 9º ano, além de que ela também estava desanimando a dar aula para essa turma. Quando ela
resolveu levar a Literatura de Cordel para a sala, dividiu a turma e grupos e pediu para que cada um
escolhesse um cordel de sua escolha e que, assim, dar vida a ele em algum tipo de apresentação. A
reação dos alunos no trabalho foi de extrema surpresa e de admiração pela professora, já que eles
realmente se engajaram nas apresentações. Teve um grupo que transformou o cordel em Funk, onde
surgiu o estilo musical Funk cordélico. Além disso teve teatro e outras formas de trabalho muito
surpreendentes. Luana então descobriu que estava diante de uma turma de artistas. Isso prova que
cada turma é diferente e que talvez ideias que deram certo em uma sala, podem não dar certo em
outra. É preciso se adaptar e saber lidar com cada turma que tem.

Que você seja muito feliz!:


A partir do descobrimento de Luana da monja Jetsunma Tenzin Palmo, ela resolveu partilhar
do conhecimento adquirido com os alunos. Assim, ela propôs uma maneira de pensar diferente na
forma de se relacionar com as pessoas, trocando palavras duras por afetuosas. Ela fez com que os
alunos pensassem sobre isso e que eles ficassem de pé e que saíssem pela sala abraçando e
falando para cada colega a frase da filósofa “que você seja muito feliz! ”. Luana também ficou
surpreendida ao receber essa frase a abraço de seus alunos, já que notou como eles se importavam
que ela fosse muito feliz. Além de emocionada, a professora se sentiu muito gratificada e reflexiva.

“A meditação faz a gente ficar mais calmo”:


Luana começou a dar aulas para uma turma que era considerada como a “renegada” de seu
ano, já que era a mais difícil de se trabalhar e em que os alunos demoram a aprender. Como uma
tentativa de solução para esse problema, ela propôs a meditação durante um período antes da aula
começar. Tal medida estimulou os alunos em seus rendimentos escolares e também pessoais.
Assim, a turma começou a se sentir importante e sentir que também pode fazer a diferença e ser
especial. Tanto a aprendizagem quanto à forma dos alunos lidarem com seus desafios melhorou de
forma significante. Esse é mais um exemplo de que realmente outra educação é possível em sala de
aula.

A meditação salva e cura


Luana continua com a prática de meditação com seus alunos. Ela percebe que isso muda o
comportamento, a vontade e a forma de aprender de seus alunos. Ela também descobre que a
meditação pode também fazer muita diferença nela mesma, já que assim ela pode se aperfeiçoar,
acalmar, aprender e ter força para encarar seus desafios como professora.

Queremos estudar e aprender!:


Quando Luana percebe que os alunos não estão tendo o rendimento nas tarefas quanto
deveriam, ela decide então dar apoio dentro de sala de aula para que eles consigam saber de quem
são capazes de fazer que lhes é passado e que também tem alguém lá que sabe que eles
conseguem fazer o que quiserem. Com isso, ela quer passar por cima da concepção bancária de
educação muitas vezes estabelecida na educação brasileira. Ela quer mostrar aos alunos que eles
são capazes, independentemente de suas condições externas. Luana afirma: “ Experiências como
essas são um combustível para que eu siga com a convicção de que a escola pode ser um lugar de
criatividade, da descoberta, de desenvolver a consciência crítica. ”

Cartas de amor:
Luana quer despertar em seus alunos o desejo pela escrita. Para isso ela desenvolve dentro
de sala de aula a elaboração de cartas, ela quer que os alunos consigam passar para a carta o que
sentem, isso estimula a criatividade e os motiva a escrever. Com isso, ela elabora o projeto “Cartas
de Amor”, que consistia em os alunos escreverem mensagens para os pacientes do Hospital Mario
Pena, instituição que foca no tratamento do câncer. Tal atividade despertou nos alunos e alunos
afeto por pessoas que nunca tiveram contato antes, despertou aprendizagens e discussões muito
produtivas. Não se sabe como os pacientes receberam as cartas dos alunos, mas a atividade
mostrou que a sala de aula pode ser um espaço que estimula nos estudantes o melhor que podem
ser.

Notícias da sala de aula: uma carta para minha irmã:


Nesse capítulo, Luana escreve uma carta para a irmã já falecida a muitos anos, com o intuito
de tentar matar a saudade e de continuar tendo uma conexão com ela. Na carta, Luana conta de
seus desafios como professora e de como é sua relação com seus alunos, suas aulas e seu desejo
de ensinar e fazer da escola um lugar melhor para eles. Ela também escreve sobre seus momentos
preferidos com a irmã e como ela pensa nela o tempo todo. É uma forma de desabafo e também de
manter a memória da irmã viva.

Lugar de mulher é onde ela quiser!:


Para o estudo sobre a Revolução Industrial em sala de aula, Luana decide trazer para os
alunos o estudo dessa matéria a partir da visão da mulher. Ela conta sobre a histórias das mulheres
na indústria naquela época, suas lutas, suas desigualdades e também o motivo de 8 de março se
comemorar o dia da mulher. Trazendo isso do passado, ela também inicia uma discussão sobre
como isso pode influenciar o presente e suas desigualdades de gêneros na sociedade. Com isso,
Luana estimula tanto os alunos quanto as alunas a pensar sobre as desigualdades e o machismo e
misoginia nos dias atuais e em suas vivências. Ela parte do pressuposto que é preciso primeiro
mudar a forma de pensar para então, assim, mudar as atitudes de cada um. No final do produtivo
debate, ela pediu para que cada aluno escrevesse um texto de uma sociedade ideal para as
mulheres. Isso estimula a criatividade e a quebra de paradigmas, também mostra como a escola
pode ser incisiva para mudar e quebrar preconceitos na sociedade, estimulando igualdade e
equidade.

Por uma educação feminista:


Durante o capítulo, Luana enfatiza de como a mídia podia relatar também projetos em
escolas públicas além dos particulares, pois é importante que essas instituições não apareçam
apenas em matérias de cunho negativo. Além disso, ela relata sua participação no projeto “Mulheres
Negras Importantes da nossa História”. Ela fica muito emocionada por ver que é reconhecida por
todo trabalho que ela tem feito e também por sua história de vida. Ao se ver representada em um dos
trabalhos, ela se sente maravilhada e também agradecida por saber que ela está fazendo a diferença
na vida de seus alunos. Luana conta a história e trajetória de Daiana, uma professora que luta contra
as más condições de trabalho a ela estabelecida e também pelo reconhecimento da profissão de
educadora. Ela e seus alunos insistem e resistem para uma educação mais feminista e humana
dentro e fora das escolas, afim de ultrapassar o senso comum e valorizar aqueles que são invisíveis
na sociedade.

Precisamos falar sobre feminicídio nas escolas:


Depois de ser exposto pela mídia o feminicídio da advogada Tatiana Spitzner, Luana faz
questão de conversar com seus alunos sobre como violência contra as mulheres está presente no
Brasil. Assim ela começa a provocar a reflexão de seus alunos sobre isso. Semanas antes de tal fato,
ela organizou, a partir dos estudos sobre o iluminismo, um trabalho sobre o feminicídio. Seus alunos
e alunos do 8º ano tiveram que fazer pesquisas sobre esse assunto. No dia das apresentações, a
sala estava toda movimentada e as pesquisas e apontamentos que os alunos e alunas trouxeram
para sala de aula foram bastante importantes pata a discussão, debate e pensamento crítico sobre
esse assunto que ao mesmo tão presente no Brasil, mas também tão pouco importado pela
sociedade. Esse tipo de atividade mostra que é possível uma educação transformadora dentro das
escolas.

Educação em Direitos Humanos:


Para quebrar a ideia de que Direitos Humanos servem para proteger bandidos, Luana realiza
dentro de sala de aula discussões e debates sobre o assunto. Para dar um rumo ao debate, o texto
escrito pela advogada e ativista, Jessica Nure, se estabeleceu como base para as discussões nas
rodas de conversa. A maioria da turma levou em consideração que é preciso pensar e sair do senso
comum em temas como esse. Uma das alunas, Larissa, afirmou: “ todo mundo tem o direito de ser
tratado com direito e igualdade”, isso mostra como é fundamental a prática dos Direitos Humanos e
sua discussão dentro de sala de aula.

Clara e a oportunidade de enxergar mais e melhor:


Neste capítulo, Luana relata como Clara, uma de suas alunas, está perdendo a visão e em
como isso pode atrapalhar a aprendizagem dela dentro de sala de aula. Geralmente, a escola e os
professores não dão a atenção devida para aqueles alunos que necessitam de uma certa adaptação
nos métodos de ensino para compreender melhor o que lhe é passado. Quando Luana adapta um
dos textos para ler dentro de sala de aula para Clara, que possuía letras bem maiores do que os
demais, ela fica muito empolgada e logo pede para ler para a turma toda. Luana percebe que Clara a
fez enxergar além como educadora, possibilitando uma educação inclusiva dentro de sala de aula.

De Clara para Malala:


Neste capítulo, Luana apresenta para seus alunos a bibliografia da influente e
transformadora Malala Yousafzai. Enquanto a professora indagava questões sobre porque Malala
lutava por algo tão simples sobre uma menina poder ir estudar, as alunas e alunos despertaram
muito interesse sobre sua história de vida e sua luta para sua educação e a educação das outras
pessoas. Isso influenciou os estudantes positivamente em seus estudos e lutas por direitos. No final
da atividade Luana pediu para que cada aluno escrevesse uma carta para Malala, pensando no que
eles diriam para ela. Luana também se sente inspirada pelos textos e pela sua aluna Clara, que a
incentiva a buscar por uma educação igualitária e de liberdade.

Aulas em círculo: para que ninguém fique invisível:


Luana conta como que mudar o tipo de formação das carteiras dentro de sala de aula pode
mudar toda uma concepção para ela e seus alunos. Uma aula que é ministrada em círculo, possibilita
que todos os alunos sejam vistos e incluídos nas conversas e atividades dentro de sala de aula. Além
do professor conseguir enxergar a todos, o aluno também sente que não está invisível diante dos
demais. Quando Luana começa a receber a pergunta “ Professora, nós vamos sentar em círculo
hoje” com frequência, ela percebe que seus alunos estão recebendo muito bem a proposta dessa
diferente e produtiva organização, já que eles têm o direito de falar e serem ouvidos mais facilmente.
Luana percebe que pequenas mudanças podem desencadear grandes efeitos na aprendizagem de
seus alunos.

Marcela e Frida Khalo:


Na busca de tentar fazer com que seus alunos entendam um pouco mais sobre a América
Latina, Luana começou uma série de estudos e atividades sobre os países vizinhos ao Brasil, o que
obrigou ela e seus alunos a entenderam mais sobre esse assunto. Ao estudarem sobre o México e
sobre a artista mexicana Frida Khalo, os alunos e alunas despertaram muito interesse em saber
sobre essa mulher que mesmo sofrendo tanto desde criança, conseguiu batalhar e se estabelecer
como artista. Isso serviu de muita influência para Marcela que possui um sério problema na coluna,
Frida se tornou uma referência para que ela se tornasse forte e tivesse coragem e determinação de
fazer as coisas sem medo de ser julgada ou criticada. Esse é um exemplo de como é importante
trabalhar sobre perspectivas novas e em como elas podem ajudar indiretamente ou diretamente
alunos e professores.

Meu querido diário:


Luana prescreve para seus alunos que eles deveriam comprar e escrever em um diário
aquilo que acontecia em suas vidas dentro e fora da escola. Isso faz com que eles desenvolvessem
criatividade, gosto e prática da escrita e também para que ela os conhecessem melhor. Durante essa
atividade, ela percebe que Pedro não havia começado o diário dele, mesmo passado já algum
tempo. Ele então explica que mora com o irmão, não tem pai e a mãe está presa e, com isso,
ninguém tinha condição de comprar um diário para ele. Diante da situação, Luana fica emocionada e
reflexiva. Ela então decide comprar e dar um diário para que ele comece a atividade. Além disso, em
toda correção ela escriva comentários de incentivo e de apoio a Pedro, para que ele soubesse que
tinha alguém que se importava para a educação e aprendizagem dele. Tal situação fez Luana
crescer como educadora, ao refletir que a educação vai muito além da sala de aula, e que a escola e
os educadores devem dar apoio para aqueles que não possuem condições extraescolares. Outra
educação inclusiva é possível de ser feita.

O que eu gostaria que minha professora soubesse?:


Com o intuito de melhor compreender e entender os alunos, a professora Luana aborda uma
atividade em que os alunos deveriam escrever pequenos textos sobre eles mesmos e suas vivências
tanto na escola quanto em casa. Desse modo, ela conseguiu ver as dificuldades, incertezas e
obstáculos que cada aluno passa em sua vida, assim, ela poderia conhecer melhor cada um e saber
como lidar com a especificidade de cada aluno. Para tentar mudar o cenário da educação no país, é
preciso também a colaboração dos educadores, para que eles consigam e tentem promover a
equidade e justiça entre seus alunos e dentro da escola.

A pobreza não pode tirar da gente o direito de sonhar:


“Professora, porque eu preciso aprender ciências se vou trabalhar em obra? ”. Essa
pergunta inesperada e comovente de Marcelo, aluno do 7º ano, fez com que Luana pensasse muito
em seu trabalho como educadora. Ela percebeu que além de promover uma educação feminista,
antirracista e de inclusão dentro de sala de aula, ela precisava ensinar seus alunos a sonhar. No final
de suas atividades e provocações sobre esse tema, ela fez com que os alunos tenham além de tudo
esperança. Ela deseja que a pobreza, ódio, ignorância e injustiça não tirem de cada um de nós o
direito de sonhar com dias melhores.

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